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Disciplina: Planejamento e organização do turismo Aula 2: Turismo e desenvolvimento – planejamento da atividade turística no Brasil Apresentação Como um país pode buscar oportunidades para desenvolvimento a partir do Turismo? Por que a Política Nacional de Turismo é tão importante? Para responder a essas perguntas, como futuro turismólogo, será fundamental que você compreenda como nosso país faz o planejamento do turismo, principalmente em torno da Política Nacional de Turismo. Assim como em qualquer área da gestão, pública e privada, o turismo depende do planejamento para obter sucesso e resultados positivos. Esta segunda aula irá permitir o conhecimento das possibilidades de fontes de �nanciamento, inclusive integrado setor público e privado, buscando as diversas possibilidades de inovação e desenvolvimento para o setor. Objetivos Discutir a importância do planejamento da atividade turística no Brasil; Investigar o funcionamento da Política Nacional de Turismo; Analisar as principais fontes de �nanciamento. Planejamento da atividade turística no Brasil Na aula anterior, foi possível começar a perceber a importância do planejamento do turismo e a sua relação com desenvolvimento e crescimento. Também foi possível compreender como o desenvolvimento econômico de uma região pode partir do desenvolvimento do turismo, reconhecendo que a compreensão da estrutura é fundamental. Para começar a compreender a estrutura do turismo, nada melhor do que começarmos pelo nosso próprio país, certo? Compreender como o Brasil se organiza em torno desse mercado é fundamental para o seu futuro pro�ssional, inclusive para buscar inovação em áreas que possam ser melhoradas e desenvolvidas. Como o próprio Ministério do Turismo de�ne, o turismo é uma área muito importante para a geração de renda e emprego no Brasil. No entanto, o foco para este segmento é recente. Faz apenas quinze anos que o Ministério do Turismo foi separado da pasta de Esporte. Cabe ao Ministério do Turismo elaborar nossa Política Nacional de Turismo e, por meio dela, desenvolver o setor público, regulamentar o setor privado, além de fornecer ferramentas para direcionar o mercado como um todo. A importância do planejamento da atividade turística no Brasil. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Podemos dizer que a Política Nacional de Turismo é o planejamento estratégico do turismo no Brasil. Ela que deve buscar todas as medidas imprescindíveis e urgentes para aumentar o �uxo do turismo, tanto doméstico quanto internacional. É por meio dela que o país moderniza sua legislação, cria oportunidades de negócios no setor, estimula geração de emprego e renda através do turismo e torna os produtos e serviços do turismo brasileiro competitivos frente ao mercado internacional. Ou seja, temos que estimular nossos cidadãos a viajar pelo Brasil e, também, fazer com que o mercado internacional veja o Brasil como uma opção de turismo, de destino para ser conhecido. Atualmente, a principal ferramenta para viabilizar tal objetivo é o Plano Nacional do Turismo .1 Política Nacional de Turismo Em um país como o Brasil - com uma diversidade imensa, cheio belezas naturais, cultura e costumes, onde as opções vão de montanhas a praias, passando pelos rios e �orestas, com diversas opções de regiões, comidas, festas e paisagens típicas – o turismo deveria ser fundamental no contexto da economia nacional, mas ainda não é isso que acontece. No entanto, já temos um grande começo em nossa Política Nacional de Turismo, que busca desenvolvimento, de acordo com os seguintes objetivos: Contribuir para a redução das desigualdades sociais e econômicas regionais. Promover a inclusão social pelo crescimento da oferta de trabalho. Melhorar a distribuição de renda. https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon061/aula2.html Da mesma forma, o Plano Nacional do Turismo (PNT) busca consolidar o turismo como um eixo estratégico efetivo para que haja desenvolvimento econômico no Brasil. Dentro da de�nição dessa estratégia, não há apenas a participação do Ministério do Turismo, pelo contrário, quanto mais agentes participam, maiores as chances de sucesso e de englobar corretamente as características e necessidades do mercado. Portanto, podemos pensar no Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), autarquia que é parte do ministério, principal responsável pela execução da Política Nacional de Turismo, além de agentes públicos e privados, que devem participar da Câmara Temática do Plano Nacional do Turismo, como parte do Conselho Nacional de Turismo (CNT). Falamos diversos nomes e pode �car um pouco complexo compreender como cada um deles se relaciona. Vamos, primeiramente, pensar que o Ministério do Turismo nada mais é do que uma grande empresa dentro da organização pública federal. Como qualquer empresa, possui seu organograma, estrutura e responsabilidades. Portanto, a �gura a seguir ilustra o atual organograma do ministério. Com ela, será mais fácil compreender como a Política Nacional de Turismo é efetivamente desenvolvida e quem são os principais responsáveis. Organograma do Ministério do Turismo (Fonte: Ministério do Turismo <//www.turismo.gov.br/images/organograma/mtur-nova-estrutura- organogramas-portal-V18-05.png> ). Repare que a Embratur, conforme dissemos, que é a responsável pela execução da Política Nacional de Turismo, está no �nal do organograma. Abaixo dela estão apenas o CNT e o Comitê Interministerial de Facilitação Turística (CIFAT). Tal estrutura demonstra a extrema importância das demais áreas e setores do ministério estarem em profunda consonância para possibilitar um bom desenvolvimento da Política Nacional de Turismo. Já falamos dos principais objetivos da Política Nacional de Turismo. Agora, veremos quais são os principais pontos do atual Plano Nacional de Turismo: https://www.turismo.gov.br/images/organograma/mtur-nova-estrutura-organogramas-portal-V18-05.png Modernizar e desburocratizar o setor. Ampliar os investimentos e o acesso ao crédito. Estimular a competividade e a inovação. Investir na promoção do destino Brasil interna e internacionalmente. Investir na quali�cação pro�ssional e dos serviços. Fortalecer a gestão descentralizada e a regionalização do turismo. A ideia é permitir ao turismo as mínimas condições para oferecer contribuições efetivas rumo à alavancagem da economia, com geração de emprego, renda e inclusão social. O Plano Nacional de Turismo é a ferramenta que estabelece diretrizes e estratégias para que a Política Nacional de Turismo seja implementada. É o documento que permite as ações na prática, sejam elas para ordenar o setor público, orientar os esforços do Estado ou direcionar o uso de recursos para o desenvolvimento do turismo. Para que seja efetivo, assim como dentro de qualquer empresa onde o planejamento é fundamental para o sucesso, o PNT precisa ser o elo entre todas as esferas do país – federal, estadual e municipal - bem como entre as entidades não governamentais, iniciativa privada e sociedade. O PNT 2018-2022, em consonância com os indicadores que consideram uma gradual recuperação da economia brasileira, prevê aumentar a chegada de estrangeiros e, consequentemente, a receita cambial do turismo: 6,6 milhões 2018 12 milhões 2022 US$ 6,6 bilhões 2018 US$ 19 bilhões 2022 Além disso, há a expectativa de inserir 39,7 milhões de brasileiros dentro do mercado consumidor de viagens, gerando 2 milhões de novos empregos. Modelo de descentralização do Turismo. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Para atingir tais números, o turismo brasileiro precisa, a partir dos gargalos identi�cados, elencar iniciativas e estratégias prioritárias, realizar planejamento e articulação dentro do setor produtivo e da sociedade como um todo. Ou seja, precisa vislumbrar e ter atenção a tudo que pode estimular ou facilitar a movimentação turística dos brasileirose a entrada dos estrangeiros no Brasil. Isso pode acontecer por meio de ações como: Implantação de vistos eletrônicos Garantia de segurança pública Ampliação do número de voos e rotas nacionais Garantir a qualidade da experiência de um destino Pensando que o PNT nada mais é do que uma ferramenta de planejamento estratégico, discutir sua estrutura é fundamental para compreendermos sua importância. A estrutura irá nos mostrar como os contextos foram construídos, permitindo as conclusões, sugestões, direcionamentos e, principalmente, os resultados que o PNT trará. Qualquer ferramenta de planejamento estratégico deve ter início pelo diagnóstico da situação, ou seja, pela busca do máximo possível de informações para contextualizar o mercado e a situação em questão. No nosso caso, o turismo no Brasil. Portanto, nosso PNT 2018-2022 trata dos seguintes temas: Cenário econômico mundial e nacional Turismo no contexto internacional Turismo no Brasil Esse cenário traduz o que está acontecendo naquele momento e, então, permite identi�car as necessidades para o sucesso (para obter vantagem competitiva). O diagnóstico deve apresentar dados, números, estatísticas que traduzam toda a situação do turismo relacionada ao mercado brasileiro, como, por exemplo: Número de turistas domésticos e internacionais. Possibilidades de crescimento, renda e empregos gerados. Locais mais visitados e locais de maior interesse. Condições de consumo (preço, qualidade, localização). Meios de transporte mais utilizados. Preferências em hospedagem. Gasto médio por pessoa. Fonte: Shutterstock. A partir da identi�cação do cenário, é possível, portanto, traçar objetivos e metas. Quando o cenário é otimista, as metas podem ser mais ambiciosas e ousadas, mas, quando o cenário é pessimista, cuidados com grandes expectativas devem ser tomados. É isso que o nosso PNT faz na sequência: de�ne metas globais para o turismo no Brasil. Veja quais são elas a seguir: Meta 1 Aumentar a entrada anual de turistas estrangeiros de 6,5 para 12 milhões. Meta 2 Aumentar a receita gerada pelos visitantes internacionais de US$ 6,5 para US$ 19 bilhões. Meta 3 Ampliar de 60 para 100 milhões o número de brasileiros viajando pelo país. Meta 4 Ampliar de 7 para 9 milhões o número de empregos no turismo. Atenção Toda meta deve ter embasamento real, a partir do diagnostico situacional, com dados claros para se justi�car. Dessa forma, as chances de sucesso são maiores. Com as metas de�nidas, são estabelecidas as diretrizes, ou seja, o direcionamento para que seja possível atingir tais metas. As diretrizes são o norte do PNT. São regras que precisarão ser executadas para obter sucesso, resultados positivos e vantagem competitiva no turismo brasileiro, como: Fortalecimento da regionalização. Melhoria da qualidade e competitividade. Incentivo à inovação. Promoção da sustentabilidade. As diretrizes do nosso PNT consideram que, atualmente, a competição é global também no mercado dos destinos turísticos. A tecnologia é um grande agente transformador e in�uenciador. Quando aliada à inovação e à criatividade, é fundamental para o rompimento com mercados tradicionais. Pense como aumentou o número de blogueiros e in�uenciadores digitais que tem o turismo como principal ramo de atividade. Como competir em um mercado que é cada vez mais digital? Como trazer a experiência do turismo de forma inovadora? A preocupação do PNT é como tornar competitivos e sustentáveis os destinos, produtos e serviços turísticos, diante de tanta competitividade e possibilidades, onde a transformação ocorre em velocidades praticamente imediatas. A partir das diretrizes, é possível que o PNT aborde as linhas de atuação em termos estratégicos, que irão nortear a atuação sinérgica entre as esferas do governo e as regiões turísticas. Elas correspondem à operacionalização necessária para viabilizar a estratégia. O PNT 2018-2022 de�niu cinco linhas de atuação que são desmembradas em 17 iniciativas. As iniciativas, por sua vez, determinam quarenta e quatro propostas estratégicas para o turismo brasileiro, que apresentaremos aqui de forma resumida, para que você compreenda a organização do PNT até o �nal. Clique nos botões para ver as informações. Iniciativa: Fortalecer a gestão descentralizada do turismo. 1. Fortalecer o Sistema Nacional de Turismo; 2. Estimular a formação de redes para a gestão do turismo; 3. Estimular as parcerias no turismo e a gestão compartilhada dos recursos. Iniciativa: Apoiar o planejamento do turismo, integrado ao setor de segurança pública. 4. Estimular e apoiar o planejamento do turismo, em âmbitos estadual, regional e municipal; 5. Incentivar soluções de segurança pública que envolvam o setor turístico. Iniciativa: Aperfeiçoar o ambiente legal e normativo do setor turístico. 6. Promover melhorias e alterações em legislações e normativos no ordenamento jurídico brasileiro, com vistas a estruturar a atividade turística, melhorar o ambiente de negócios e estimular investimentos. Iniciativa: Ampliar e aprimorar estudos e pesquisas em turismo. 7. Efetivar e apoiar a estruturação de uma rede de observatórios de turismo em âmbito nacional; 8. Viabilizar a implementação da Conta Satélite do Turismo; 9. Ampliar a divulgação e o acesso às informações e aos dados turísticos; 10. Estimular a realização de estudos para conhecimento dos mercados-alvo. Iniciativa: Fortalecer e aperfeiçoar o monitoramento da atividade turística no país. 11. Padronizar os indicadores de monitoramento do turismo; 12.Monitorar o desempenho da economia do turismo nos municípios; 13. Monitorar o ordenamento e a estruturação dos segmentos e o desempenho das atividades econômicas orientadas ao turismo. 1ª linha de atuação - Ordenamento, gestão e monitoramento Iniciativa: Melhorar a infraestrutura nos destinos e nas regiões turísticas brasileiras. 14. Estimular projetos de sinalização turística inteligente e interativa; 15. Promover a infraestrutura necessária para permitir o acesso de pessoas com de�ciência ou mobilidade reduzida aos atrativos turísticos; 16. Elaborar plano integrado de desenvolvimento da infraestrutura logística para o turismo. Iniciativa: Promover e facilitar a atração de investimentos e a oferta de linhas de crédito para o turismo. 17. Ampliar a oferta de recursos para fomento e incentivo ao setor de turismo; 18. Criar e implementar um novo modelo que reduza a burocracia nas transferências intergovernamentais. Iniciativa: Aprimorar a oferta turística nacional. 19. Promover a valorização do patrimônio cultural e natural para visitação turística; 20. Estimular o desenvolvimento de destinos turísticos inteligentes; 21. Estimular o desenvolvimento segmentado dos produtos turísticos brasileiros. 2ª linha de atuação - Estruturação do turismo brasileiro Iniciativa: Ampliar a formalização dos prestadores de serviços turísticos. 22. Ampliar as parcerias para fortalecer e intensi�car as ações de �scalização dos prestadores de serviços turísticos; 23. Fortalecer o relacionamento com os prestadores de serviços turísticos e com o turista. Iniciativa: Intensi�car a quali�cação no turismo. 24. Estimular a quali�cação do turismo nos setores público e privado; 25. Estimular a modernização e atualização contínua da grade curricular dos cursos relacionados ao setor de turismo; 26. Incentivar a constituição de parâmetros para a certi�cação de empresas e atividades do turismo. 3ª linha de atuação - Formalização e quali�cação no turismo Iniciativa: Estimular a adoção de práticas sustentáveis no setor turístico. 27. Promover o desenvolvimento de políticas de turismo responsável nos níveis estadual, regional e municipal; 28. Premiar e disseminar boas práticas de turismo sustentável; 29. Intensi�car a realização de campanhas de sensibilização para o consumo consciente. Iniciativa: Promover a integração da produção local à cadeia produtiva do turismo e odesenvolvimento do Turismo de Base Local. 30. Estimular o desenvolvimento de novas atividades turísticas que incorporem aspectos da produção local, da cultura e da culinária regional; 31. Apoiar e articular ações para promover e ampliar os canais de comercialização dos produtos associados ao turismo e das iniciativas de Turismo de Base. Iniciativa: Possibilitar o acesso democrático de públicos prioritários à atividade turística. 32. De�nir as diretrizes para o desenvolvimento do turismo social; 33. Estimular o desenvolvimento de um turismo acessível a todos; 34. Sensibilizar o setor para a inclusão das pessoas idosas e do público LGBT no turismo. Iniciativa: Intensi�car o combate à violação dos direitos de crianças e adolescentes no turismo. 35. Intensi�car parcerias institucionais com agentes governamentais, organismos internacionais e do setor privado para a de�nição e implementação de agenda conjunta para o combate à violação dos direitos de crianças e adolescentes no turismo; 36. Incentivar a adoção de códigos de conduta pro�ssional ou outras práticas responsáveis em conformidade com o Código de Ética Mundial para o Turismo, da OMT. 4ª linha de atuação - Incentivo ao turismo responsável Iniciativa: Incrementar a promoção nacional e internacional dos destinos e produtos turísticos brasileiros. 37. Rede�nir os destinos brasileiros prioritários para a promoção nacional e internacional; 38. Desenvolver novas ferramentas para armazenamento e divulgação de informações turísticas e mercadológicas dos destinos brasileiros; 39. Ampliar a utilização da inteligência de mercado no turismo para �ns promocionais; 40. Promover projetos de relacionamento com a imprensa; 41. Incentivar eventos geradores de �uxos turísticos; 42. Fortalecer a cooperação na promoção do turismo. Iniciativa: De�nir o posicionamento estratégico do Brasil como produto turístico. 43. Elaborar um plano integrado de posicionamento de imagem do Brasil. Iniciativa: Intensi�car ações para facilitação de vistos. 44. Intensi�car os diálogos com outros países estratégicos. 5ª linha de atuação - Marketing e apoio à comercialização Atenção O PNT pode ser considerado o planejamento estratégico geral para o turismo brasileiro. Ele direciona o planejamento estratégico de todo o setor. Por isso, o planejamento de um hotel, de uma empresa de transportes, de uma agência de viagens, deve ter o PNT como ponto de referência para elaborar seu próprio plano, ou seja, sua própria estratégia de atuação. Compreendendo o que envolve o PNT, �ca muito mais simples compreender níveis micros, das empresas e organizações dentro desse mercado. Fonte: Shutterstock Fontes de �nanciamento Como qualquer outra atividade, principalmente quando falamos de mercados capitalistas, o turismo precisa de recursos �nanceiros para se desenvolver. Além disso, o planejamento estratégico depende, fundamentalmente, de tais recursos. Conhecer as principais possibilidades de fontes de �nanciamento para o mercado turístico será fundamental para garantir competitividade, sucesso e desenvolvimento. Fontes de Financiamento – Mapa do Turismo. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online O grá�co a seguir ilustra o cenário de forma geral, mostrando, em bilhões de reais, os recursos orçamentários acumulados, que foram investidos no turismo brasileiro no período de 2003 a 2017. É possível observar que, até 2017, foram investidos 108 bilhões de reais para o desenvolvimento do turismo brasileiro, de forma cumulativa. Ou seja, de 2003 até 2017 o investimento total foi de 108 bilhões de reais. Esse valor representa menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil exclusivamente no ano de 2017, que foi de 6,6 trilhões de reais. Ou seja, em catorze anos de turismo foram investidos menos de 2% do PIB de um ano do país. Valor acumulado dos recursos orçamentários destinados ao Turismo (R$ bilhões). (Fonte: Plano Nacional de Turismo 2018-2022 <//www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf> . p. 40.) https://www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf Dentro das fontes de �nanciamento, é importante compreendermos não apenas qual foi o montante investido, mas de onde vieram tais investimentos. O grá�co a seguir ilustra um pouco dessa situação. Nele você pode observar o �nanciamento total direcionado para o turismo no brasil em verde. Em laranja, estão representados os �nanciamentos bancários realizados para o desenvolvimento do turismo e, por �m, em azul, o investimento realizado pela União, ou seja, os investimentos públicos para desenvolver o setor. Recursos Orçamentários Destinados ao Turismo (R$ bilhões). (Fonte: Plano Nacional de Turismo 2018-2022 <//www.turismo.gov.br/images/mtur- pnt-web2.pdf> . p. 40.) Podemos observar que a maior parte dos investimentos vem do setor bancário. Ou seja, a União ainda investe muito pouco no desenvolvimento do turismo. Podemos re�etir que as políticas públicas ainda dão pouca importância ao setor, principalmente quando relacionado ao PIB, conforme abordamos anteriormente, e quando pensamos nas possibilidades de retorno. A principal questão que devemos salientar é que há um enorme potencial para desenvolvimento do setor. Portanto, o planejamento deveria compreender intensamente as questões que envolvem busca por fontes de �nanciamento, além de alternativas, inclusão e uso de políticas públicas para crescimento e fomento do turismo. Sua função como futuro turismólogo, principalmente diante do cenário que estamos apresentando e discutindo, é pensar de forma criativa, buscando inovação para se destacar neste contexto, em que as possibilidades são inúmeras, pois há um gargalo de desenvolvimento. Por �m, o grá�co a seguir ilustra os �nanciamentos que foram realizados para o turismo por instituições �nanceiras federais, com valores em bilhões de reais. É possível notar que, entre 2012 e 2015, se apresentam os maiores volumes de empréstimos, que correspondem a períodos preparatórios para realização de dois megaeventos que o Brasil sediou: Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016. Financiamento para o turismo realizado por instituições financeiras federais (R$ bilhões). (Fonte: Plano Nacional de Turismo 2018-2022 <//www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf> . p. 38.) https://www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf https://www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf O pico de investimento é muito claro neste período, contrariando, inclusive, o que mostra o grá�co anterior, em que, na maioria das vezes, os �nanciamentos ocorrem por parte de bancos privados. Ou seja, diante da necessidade, a participação pública viabilizou maiores investimentos. Na análise do grá�co podemos observar que, após os megaeventos, em 2016 e 2017, houve uma queda nos �nanciamentos, também re�exo da crise econômica na qual o país entrou. Será que essa conta não poderia ser ao menos um pouco mais equilibrada, buscando uma distribuição mais igualitária dos recursos ao longo do tempo, possibilitando desenvolvimento contínuo do mercado turístico brasileiro? Cabe uma re�exão profunda sobre essa questão. Comentário Espero que você re�ita sobre as questões apresentadas nesta aula, tendo em mente que há muitas possibilidades de desenvolvimento diante do espaço que existe para exploração do mercado turístico brasileiro, que, em termos gerais, ainda engatinha quando é comparado a muitos outros países. O Brasil ainda precisa desenvolver muito seu turismo, principalmente quando consideramos os investimentos em relação ao nosso PIB. Além disso, desejo que tenha �cado claro que �nanciamento e planejamento devem caminhar juntos. Assim como para qualquer empresa, no turismo, o planejamento estratégico é fundamental para gerar crescimento, desenvolvimento e vantagem competitiva. Atividade 1. Qual é a importância da compreensão sobre a Política Nacional de Turismo e, mais especi�camente, sobre o Plano Nacional do Turismo? 2. Relacione oplanejamento da atividade turística no Brasil às possibilidades e fontes de �nanciamento. 3. O que podemos concluir sobre as principais fontes de �nanciamento do mercado turístico brasileiro? Notas Plano Nacional do Turismo 1 Tivemos um Plano Nacional do Turismo (PNT) de 2013 a 2016 e o PNT vigente foi elaborado em 2017 para o período entre 2018 e 2022. Esse PNT é o direcionamento para que o Brasil oriente o crescimento e a transformação no turismo. Também cabe a ele buscar as vantagens comparativas do país para transformá-las em vantagens competitivas. Assim, é preciso buscar as potencialidades que o turismo possui no Brasil para que seja atrativo ao mercado de consumidores de turismo, nacionais (com o turismo interno) e internacionais. Referências BRAGA, D. Planejamento turístico: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 10. ed. São Paulo: SENAC, 2004. MINISTÉRIO DO TURISMO. Disponível em: //www.turismo.gov.br <//www.turismo.gov.br> . Acesso em: 22 out. 2018. MINISTÉRIO DO TURISMO. Plano Nacional de Turismo: 2018-2022 – Mais emprego e renda para o Brasil. Disponível em: //www.turismo.gov.br/ images/mtur-pnt-web2.pdf <//www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf> . Acesso em: 22 out. 2018. SANTOS, C. H. (org.). Organizações e turismo. Caxias do Sul: EDUCS, 2004. SILVEIRA, D.; GAZZONI, M. PIB brasileiro cresce 1,0% em 2017, após 2 anos de retração. G1 Economia. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/ noticia/pib-brasileiro-cresce-10-em-2017 -apos-2-anos- de-retracao.ghtml <https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-brasileiro-cresce-10-em-2017-apos-2- anos-de-retracao.ghtml> . Acesso em: 22 out. 2018. SOARES, C. (org.). Planejamento e organização do turismo. Curitiba: Intersaberes, 2015. Próxima aula Planejamento, estrutura e sistema do turismo; Inventário turístico. https://www.turismo.gov.br/ https://www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-brasileiro-cresce-10-em-2017-apos-2-anos-de-retracao.ghtml Explore mais Acesse o site o�cial do Ministério do Turismo <//www.turismo.gov.br> , para saber quais são as atividades que ele desenvolve. Há muitos dados, informações, estatísticas e novidades sobre o turismo no Brasil. Acesse o documento do PNT do Brasil na íntegra <//www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt- web2.pdf> para estudar mais afundo. Há muitas informações relevantes para compreender o contexto do turismo no Brasil. Outra fonte muito interessante para explorar mais sobre o turismo no Brasil, também parte do Ministério do Turismo, é o Dados e Fatos <//www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/home.html> , com diversas estatísticas sobre o setor. https://www.turismo.gov.br/ https://www.turismo.gov.br/images/mtur-pnt-web2.pdf https://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/home.html