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Disciplina: Planejamento e Organização do Turismo Aula 10: Plano de desenvolvimento turístico — estratégias de avaliação, monitoramento e ajustes Apresentação Você chegou à ultima aula da disciplina de Planejamento e Organização do Turismo. Ao longo de cada uma das aulas foi possível você veri�car a aplicação de uma questão tão fundamental para a gestão dentro do contexto turístico: o planejamento. Agora chegou a hora de �nalizar e fechar o ciclo do planejamento, aprendendo sobre como aplicar estratégias para avaliar, monitorar e ajustar o plano de desenvolvimento turístico de uma localidade ao longo de sua execução; ou seja, depois que começou a ser colocado em prática e os problemas (que com certeza virão) começaram a aparecer. Você deve compreender todos os pontos que merecem atenção; quais possíveis caminhos para solucionar os problemas encontrados; como identi�car os problemas no planejamento; e assim por diante. Novamente, os problemas virão e você precisa encontrar caminhos para solucioná-los. Ter problemas não é um problema, mas não ter as soluções, é! Então, você deve sempre se perguntar: O que pode estar errado? Qual é o melhor caminho? Objetivos Descrever estratégias de avaliação e monitoramento; Discutir a necessidade de ajustes no Plano de Desenvolvimento Turístico. Estratégias de avaliação e monitoramento Podemos dizer que as estratégias de avaliação e monitoramento constituem a etapa �nal do planejamento, e acontecem depois que ele foi colocado em prática. Partindo do signi�cado das palavras, o monitoramento é o acompanhamento, o controle para veri�car se tudo está dentro do previsto, planejado. A avaliação depende do monitoramento e quanti�ca o que está sendo monitorado, ou seja, avalia se está bom ou ruim, positivo ou negativo, dentro dos padrões ou não, e assim por diante. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online O monitoramento e a avaliação são fundamentais em qualquer planejamento. No turismo não seria1 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon061/aula10.html diferente. Seja no Plano Nacional de Turismo, na Política Nacional de Turismo, no Plano de Desenvolvimento Turístico de qualquer localidade, implementar avaliação para acompanhamento permanente e contínuo de todas as ações, programas, projetos, processos será fundamental para obter bons resultados. E quando falamos em avaliação, deve-se pensar em questões tanto qualitativas quanto quantitativas. Por isso, os indicadores serão fundamentais. Fonte: SFIO CRACHO, Artco / Shutterstock. Para o turismo, os principais impactos, tanto positivos quanto negativos, da implementação do planejamento e suas ações devem ser avaliados em relação a três fatores principais: Ambientais Nos aspectos ambientais, vale atentar-se a questões que envolvem a recuperação de áreas degradadas; conservação da paisagem natural; conservação da biodiversidade; educação ambiental; e redução da poluição. Econômicos Em termos de fatores econômicos deve-se atentar-se, primordialmente, a questões de empreendedorismo, geração de empregos e comercialização de produtos turísticos nas comunidades da localização turística. Socioculturais Os fatores socioculturais devem analisar a valorização dos destinos turísticos em termos etnoculturais (etnias), de costumes (como folclore e danças típicas), artesanato e gastronomia. Em cada um dos fatores, devem ser analisadas variáveis fundamentais que o turismo poderá impactar e, posteriormente, criar indicadores para avaliação de cada uma dessas variáveis. É um exercício que auxilia a garantir desenvolvimento e sustentabilidade na atividade turística. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Os três fatores também podem receber variáveis conjuntas de avaliação, ou seja, as in�uências econômicas, ambientais e socioculturais que recebem. São elas: Qualidade de vida Níveis de saúde Redução da pobreza Qualidade de infraestrutura Outros fatores que indicam níveis de desenvolvimento humano e igualdade social O plano de monitoramento e avaliação deve ser constituído em um documento formal, que estabelece todas as metas, resultados e objetivos pretendidos, organizados cronologicamente e distribuídos por suas ações, atividades, programas, projetos etc. Os sistemas de informação são uma ferramenta que auxiliam em todas as etapas, facilitando a tomada de decisão ao longo dos processos de monitoria e avaliação, permitindo o uso de avaliação de desempenho de forma mais efetiva. Ou seja, é muito mais fácil controlar as métricas e indicadores, comparando planejado × executado, com o auxílio de sistemas que controlam os dados medidos. Veja alguns pontos importantes sobre o monitoramento e avaliação direcionados ao turismo: Clique nos botões para ver as informações. Vamos a algumas questões e princípios do monitoramento e avaliação (M&A), direcionados ao turismo: O M&A permite a documentação de qualquer planejamento turístico, desde o projeto até a execução. Documentação esta que, por ser base histórica para desenvolvimento, auxilia na tomada de decisões futura; O M&A deve estabelecer ferramentas de acompanhamento, ou seja, qualquer forma de controle ou sistema de observação e registro, com controles periódicos e/ou permanentes e que é executado ao longo de todo o processo, desde o planejamento, passando pela implementação, execução e gestão; O monitoramento (ou monitoria) é considerado como uma ferramenta de gestão, que irá acompanhar sistematicamente, de forma contínua e permanente cada uma das ações, objetivos e metas. Tem como função básica veri�car os avanços atingidos ao longo do tempo; O monitoramento deve identi�car os desvios entre o que foi planejado e o que está sendo executado; ou seja, acompanha o grau de execução e alcance de objetivos, além de impactos e benefícios veri�cados; A avaliação, em muitos casos, pode ser externa à gestão, diferentemente do monitoramento. Ela irá questionar se um projeto, ação ou programa é considerado válido em função dos objetivos propostos estarem ou não sendo cumpridos; além disso, são considerados os recursos necessários, os impactos e benefícios resultantes do atingimento ou não dos objetivos estabelecidos; A avaliação deve comparar o planejado com o realizado, assim como o monitoramento. No entanto, a diferença é que na avaliação são buscados desvios em termos quantitativos ou qualitativos e, além disso, são estabelecidos níveis de ameaça e/ou gravidade dos desvios; A avaliação deve veri�car pertinência dos resultados, assim como e�ciência e e�cácia; adequação dos recursos utilizados (humanos, materiais, �nanceiros, etc.); possíveis desvios; e, principalmente, a sustentabilidade, conforme já discutido anteriormente; O monitoramento não é su�ciente para indicar a necessidade (ou não) de ajustes, ou seja, de medidas corretivas e/ou preventivas; O controle envolve monitorar e avaliar, concomitantemente. É o sistema, a ferramenta de gestão, que irá monitorar e avaliar a execução, promovendo, também, os ajustes necessários por meio de medidas preventivas e corretivas. É o responsável por eliminar, minimizar ou contornar todos os possíveis desvios, bem como suas causas e efeitos. Princípios do monitoramento e avaliação De acordo com o Ministério do Turismo (2007), a monitoria deve ter como objetivos: Estabelecer padrões de desempenho e/ou execução para serem comparados com ações planejadas e executadas; Projetar e operacionalizar um sistema de controle para o período em avaliação, documentando-o; Medir e avaliar o desempenho atual em relação aos padrões anteriores ou projetados; Veri�car o grau de realização das ações, quanti�cando possíveis desvios entre o planejado e o executado, procedendo com os ajustes necessários; Rever, analisar e ajustar os processos internos de fornecimento de recursos humanos, materiais e �nanceiros; Decidir sobre a estratégia mais adequada, segura, e�ciente e e�caz; Transformaras decisões em ações práticas de pronta intervenção durante a implementação; e Analisar e avaliar a efetividade dessas ações em momentos futuros. Objetivos do monitoramento Diferentemente dos objetivos, o Ministério do Turismo (2007) estabelece as funções da monitoria, que são: Facilitar a condução e a governabilidade de planejamentos, programas, projetos, etc.; Identi�car os desvios causados por falhas de planejamento, execução, gestão ou ainda por outros motivos, para posteriormente aplicar as medidas corretivas; Manter os rumos do planejamento em relação aos objetivos originais, com condução e�ciente e e�caz; Avaliar os impactos positivos e negativos criados na implementação; Avaliar os benefícios atingidos pelos bene�ciários, executores, parceiros, instituições e todos os envolvidos; e Informar sobre avanços alcançados. Funções da monitoria Atenção Como dito anteriormente, a avaliação só é possível diante do estabelecimento de instrumentos essenciais para que seja executada. Devem ser estabelecidos logo no início do planejamento. São os indicadores e fontes de comprovação. E estes, primordialmente, devem ser claros e objetivos. Por isso que ao longo de todas as aulas você veri�cou a importância de elaborar o planejamento de forma consistente, do início ao �m. Ele é o próprio meio de atuação, envolve objetivos (geral e especí�cos), resultados, linhas de ação, atividades, metas, indicadores de desempenho, envolve toda a execução! O �nal do planejamento envolve a implementação, controle, monitoramento e avaliação e, portanto, os indicadores, como já falamos. Eles devem ser apresentados em todos os níveis e respectivos componentes. É uma das etapas mais complexas de todo o planejamento porque é ela que, efetivamente, irá controlar o possível sucesso (ou fracasso). Isso signi�ca dizer que o conhecimento profundo, detalhado e abrangente é fundamental, desde a situação problema, passando pelo tema, objetivos, variáveis in�uenciadoras, novamente, TUDO! Por outro lado, como, muitas vezes, o planejamento começa sem conhecimento profundo, os indicadores podem ser genéricos no início e ajustados ao longo do tempo, de acordo com as necessidades e desenvolvimento de maior conhecimento. Atividade 1. Qual a relação da etapa de controle com a as etapas de avaliação, monitoramento e ajustes? Os indicadores Resumidamente, indicadores são parâmetros, qualitativos ou quantitativos, que serão os padrões para acompanhar o desempenho (sucesso ou fracasso, efeitos, benefícios, resultados, etc.) do planejamento. Eles devem ser passíveis de comparação, principalmente em termos de “antes” e “depois”, “início” e “�m”. As principais funções dos indicadores, de acordo com o Ministério do Turismo (2007), devem ser: Traduzir a descrição do planejamento em medidas concretas, para serem medidas e avaliadas. Medir o grau de alcance dos resultados e objetivos propostos. Especi�car e quanti�car os benefícios decorrentes das intervenções realizadas. Fixar as metas a serem cumpridas pelas ações, resultados e objetivos do planejamento. Embasar todo e qualquer sistema M&A (monitoramento e avaliação). Como propósitos, o Ministério do Turismo (2007) considera que os indicadores devem: Dotar o planejamento de informações atualizadas, necessárias ao controle e à avaliação durante a implementação; Dotar o planejamento de padrões de medida e avaliação, como base de comparação entre planejado e realizado; Proporcionar meios de acompanhamento e avaliação das ações e resultados obtidos, permitindo ajustes necessários na estratégia ou ações originais; e Proporcionar meios que garantam a todos os envolvidos (executores, bene�ciários, �nanciadores, parceiros, etc.) a participação no processo de controle e avaliação. Você já sabe que a parte mais difícil é estabelecer os indicadores. Vamos entender o porquê! Um bom indicador deve dizer o que está sendo medido, ou seja, o seu escopo é fundamental. Deve indicar a quem ou a que se refere, indicando os bene�ciários ou agentes responsáveis por ser avaliado ou por avaliar, respectivamente. Deve indicar a quantidade, ou seja, quanto o escopo representa. Deve indicar qualidade, indicando de que forma acontece. Deve indicar temporalidade, medidas de tempo. E, por �m, espacialidade, onde acontece. Exempli�cando: Escopo Número de localidades turísticas que desenvolvem programas com parcerias público/privadas de desenvolvimento histórico/cultural. Referência (bene�ciário ou agente da avaliação) Localidades turísticas, órgãos públicos e entidades privadas. Quantidade 20% das localidades turísticas do País, com média de X parcerias. Qualidade Com total envolvimento e desenvolvimento. Temporalidade A cada seis meses. Espacialidade Na região Nordeste. Ou ainda, utilizando como exemplo o Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil do Ministério do Turismo (2007): Escopo Número de adesões ao Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil. Bene�ciário ou agente da avaliação Regiões turísticas e seus órgãos públicos. Quantidade 25% das regiões turísticas do país, com X adesões. Qualidade Com total envolvimento. Temporalidade A cada seis meses. Espacialidade Nas Instâncias de Governanças Regionais. Pelo menos 25% do total de regiões turísticas do país aderem ao Programa, por meio das Instâncias de Governança Regionais, a cada seis meses, com pelo menos cinco órgãos públicos envolvidos por região, sendo 50 adesões nos primeiros seis meses, acrescidas de mais 50 a cada seis meses, perfazendo um total de 200 ao �nal de dois anos, comparado ao ano-base de instalação do Programa. Os indicadores podem ser considerados dentro de quatro categorias principais, que vão diferenciá-los de acordo com o foco: Indicadores de acompanhamento, de desempenho ou de processo – METAS Especi�cam e avaliam qualitativa e quantitativamente as atividades e insumos – recursos humanos, materiais e �nanceiros; visam à avaliação de desempenho e progresso; se relacionam diretamente com o que medem. Indicadores de resultados – DIRETOS Quanti�cam mudanças comportamentais ou organizacionais e o grau de uso dos bens, produtos e serviços. Indicadores de impacto e de benefício – INDIRETOS Mensuram e avaliam os impactos positivos e negativos causados pelo uso dos bens, produtos e serviços; medem os benefícios alcançados por bene�ciários. Indicadores de sustentabilidade – INDIRETOS Medem a sustentabilidade dos resultados. A tabela a seguir ilustra diversas categorias de indicadores, exempli�cados diante do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007). Nível de atuação Componente avaliado Indicador Objetivo geral Incremento na renda dos empreendedores locais em atividades turísticas. 60% dos comunitários das regiões que aderiram ao Programa e estão envolvidos com atividades turísticas tiveram sua renda média aumentada em 50% ao final de quatro anos, comparada ao valor do ano-base. Objetivo específico Incremento da capacidade de comercialização dos produtos turísticos no mercado externo. Ampliado em 60% o fluxo de turistas de outras regiões, após dois anos da implantação do projeto, nas regiões assistidas pelo Programa, comparado aos dados do ano-base. Efeito do uso dos resultados Aumento na ocupação dos hotéis com qualidade melhorada. Ampliada a ocupação dos hotéis em 25% no primeiro ano e mais 40% no segundo ano, nas regiões assistidas pelo projeto que realizaram a capacitação dos empreendedores locais, comparado ao ano-base. Uso dos resultados Adoção de novas práticas gerenciais no ramo de hotelaria. 80% dos empreendedores das comunidades atendidas que foram capacitados pelo projeto passaram a adotar práticas mais eficientes e eficazes de gestão em hotelaria e afins. Resultados Empreendedores capacitados para gestão hoteleira. 100 empreendedores capacitados nos seis primeiros meses da implantação do projeto emtemas relacionados com gestão em hotelaria. Atividade Capacitar, pelo menos, cinco comunidades distintas da região X para a gestão de hotelaria e afins. Cinco cursos, com quatro temas ligados à gestão em hotelaria, para cinco comunidades da região X, com, pelo menos, 20 pessoas em cada um, nos seis primeiros meses da implantação do Programa. Fonte: Sistema de monitoria e avaliação do programa <//www.regionalizacao.turismo.gov.br/images/roteiros_brasil/sistema_de_monitoria_e_avaliacao_do_programa.pdf> . Já repetimos que elaborar indicadores não é simples. E, portanto, quanto mais mecanismos você buscar para superar essa tarefa, mais sucesso terá, tanto no estabelecimento dos indicadores quanto nos resultados e controle. Portanto, re�ita: onde é essencial estabelecer indicadores para garantir o sucesso da atividade turística, independentemente da localidade? https://www.regionalizacao.turismo.gov.br/images/roteiros_brasil/sistema_de_monitoria_e_avaliacao_do_programa.pdf A resposta é que temos oito áreas principais onde devem ser, obrigatoriamente, estabelecidos indicadores de controle. Isso porque elas garantem o desenvolvimento e a sustentabilidade da localidade turística, seja qual for. São elas: 1 Qualidade do produto turístico. 2 Diversi�cação da oferta turística. 3 Estruturação dos destinos turísticos. 4 Ampliação do �uxo turístico nacional. 5 Ampliação do �uxo turístico internacional. 6 Ampliação e quali�cação do mercado de trabalho. 7 Aumento da taxa de permanência dos turistas. 8 Aumento do gasto médio do turista no local. Retomando os fatores primordiais para o turismo, abordados no início da aula (econômicos, ambientais e socioculturais), além de criar indicadores dentro de cada uma das oito áreas listadas acima, também é necessário identi�car indicadores para os fatores primordiais do turismo. Os impactos positivos e negativos devem ser avaliados em cada um dos fatores listados pelo Ministério do Turismo (2007). Fatores ambientais Alterações �sionômicas do ambiente; Consumo de recursos naturais (água, energia, combustível fóssil, etc.); Geração de lixo e outros resíduos líquidos ou sólidos; Saneamento (esgoto e abastecimento de água); Reutilização de materiais (reciclagem, reuso, etc.); Consciência ecológica (biodiversidade) × conservação das belezas cênicas; Utilização / exploração de áreas protegidas; Especulação imobiliária. Aspecto sociocultural Cultura e outros atributos étnicos e populares; Memória histórico-cultural; Condições sociais; Consciência de conservação do patrimônio histórico-cultural; Alteração ou perda da identidade cultural; Padrões de consumo da população local; Comportamento social (alcoolismo, prostituição, violência, consumo de drogas, etc.); Intercâmbio cultural. Fatores econômicos Postos de trabalho e emprego; Economia local e regional; Circulação e distribuição de riquezas; Desempenho da balança comercial; Dependência econômica de outras áreas; Lucros gerados pelas atividades turísticas; Renda média familiar; e Padrão de vida das camadas sociais. Basicamente, dentro de todas as possibilidades de variáveis e indicadores, a ideia é responder a questões como: Em quanto foi comprovada a melhoria de qualidade dos produtos turísticos? Em quanto ampliou-se a oferta turística? Quantos novos destinos foram estruturados? Em quanto aumentou-se o �uxo turístico nacional? Em quanto aumentou-se o �uxo turístico internacional? Em quanto aumentou-se o mercado de trabalho, com novos postos de trabalho? Em quanto aumentou-se a taxa média de permanência dos turistas? Em quanto aumentou-se o gasto médio dos turistas? Comentário É fundamental que você repare que não foram listados impactos positivos e negativos. A todo momento, a intenção foi fazer com que você identi�que as diversas possibilidades para estabelecer pontos positivos e negativos e, então, julgar aqueles que causam impactos, positivos/negativos. Inclusive porque localidades diferentes terão impactos diferentes e diversos. A variação acontece de acordo com as especi�cidades de cada localidade. Atividade 2. Diferencie objetivos, metas, variáveis e indicadores. Ajustes no Plano de Desenvolvimento Turístico Você já compreendeu que falar em controle signi�ca falar de todas as etapas posteriores à implementação: acompanhamento, monitoria, avaliação e ajuste do planejamento. Já falamos em acompanhamento, monitoria e avaliação. Este item irá avaliar os ajustes necessários, que acontecem depois de identi�cadas as necessidades de correções, melhorias e alterações (ajustes) ao longo do planejamento, principalmente quando são identi�cados impactos negativos. Fazer um ajuste no planejamento signi�ca executar ações corretivas na tentativa de garantir que os resultados permaneçam dentro do esperado. Quando qualquer problema ou desvio é identi�cado e pode impactar, principalmente de forma direta, nos objetivos propostos no planejamento, seja ele qualitativo ou quantitativo, os ajustes são os responsáveis por implementar ações corretivas. Há quatro possibilidades para os ajustes: Corretivos Eliminam causas dos desvios ao longo do planejamento, durante a implementação. Corrigem, minimizam ou reparam efeitos do desvio. Preventivos Evitam que os desvios aconteçam, por meio de ajustes precoces no planejamento, que eliminam as causas do desvio e/ou anulam efeitos indesejáveis. Os problemas podem ser identi�cados antes dos desvios e, nesse caso, a correção pode acontecer antes do próprio desvio. Replanejados Mudança dos objetivos iniciais, causando maiores níveis de resistência. Alterar o planejamento, basicamente, signi�ca con�gurar um novo projeto, desvinculado do anterior. Revisados Mudanças estratégicas ou ajustes ao longo do planejamento original sem interferência nos objetivos iniciais. Os objetivos podem ou não ser alterados, mas geralmente mantem-se a plausibilidade. Antes de �nalizar, vale destacar o que são considerados benefícios, impactos, dados e informação. Clique nos botões para ver as informações. Claro, representam o oposto de prejuízo. São as vantagens, ganhos, proveitos e/ou melhorias diante do planejamento, obtidos pelos envolvidos, direta ou indiretamente. Benefícios Mudanças diante de determinadas situações no planejamento. Geralmente, respostas a ações prévias. Nem sempre representam mudanças negativas. Impactos positivos são diferentes de benefícios porque estes representam mudanças vantajosas, ganhos, enquanto aqueles não necessariamente representam ganhos. Podem apenas ser boas mudanças. Impactos Elementos identi�cados de forma bruta. Um dado puro não permite interpretação de fatos e entendimento. Dados É o dado em evolução, ou seja, depois de trabalhado, desenvolvido, re�nado e sistematizado. A informação, diferente dos dados, é utilizada para tomada de decisões: Resultados de uma pesquisa representam dados isolados; Informações geradas a partir dos dados são resultado da análise, organização, sistematização e registro de dados; e A transformação de uma série de dados em informações representa o tratamento. Informação Finalizando, você já deve ter convicção da importância da fase de monitoramento, avaliação e controle. O planejamento é fundamental, mas para garantir seu funcionamento, o estabelecimento de métricas será indispensável. Portanto, �nalizamos aqui apresentando algumas metas para o setor turístico: Promover produtos turísticos regionais; Elaborar estudos e pesquisas para orientar as tomadas de decisão; Avaliar o desenvolvimento e impacto das atividades turísticas na economia; Fornecer material promocional à comercialização; Absorver e ampliar a oferta de produtos turísticos; Ampliar o número de turistas visitantes; Ampliar a inserção competitiva do produto turístico; e Aumentar o número de operadores turísticos. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Por �m, você deve ter em menteque os indicadores, variáveis e formas de controle aqui apresentados são genéricos, mas direcionadores. Cada localidade, país, cidade, município ou região terá suas especi�cidades. Atividade 3. Quais são as possibilidades de ajustes no plano de desenvolvimento turístico e/ou no planejamento de determinada localidade? Notas Monitoramento e a avaliação 1 Uma questão essencial em relação ao monitoramento e avaliação é a distorção com que eles são considerados. As pessoas envolvidas (e avaliadas) podem dar uma conotação negativa, por se sentirem controladas. Portanto, todos os envolvidos precisam compreender a necessidade e os benefícios de se elaborar e implementar ferramentas de monitoramento e avaliação. Todos devem compreender sua importância. Sensibilização e capacitação são fundamentais, mas abordaremos essas questões mais adiante.Referências BENI, Mario Carlos. Análise estrutural do turismo. 10. ed. São Paulo: SENAC, 2004. BRAGA, Débora Cordeiro. Planejamento turístico: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. CÉSAR, Pedro de Alcântara Bittencourt; STIGLIANO, Beatriz Veronese. Inventário turístico: primeira etapa da elaboração do plano de desenvolvimento turístico. Campinas: Alínea, 2005. Ministério do Turismo, Ministério do Turismo (2014). Ações de Gestão do Conhecimento para o Aprimoramento da Política Nacional de Turismo – Arcabouço e Diretrizes para o Turismo Brasileiro. Apêndice A. Disponível em: // www.turismo.gov.br/ images/ pdf/ 1.ARCABOUCO_ E_ DIRETRIZES.pdf <//www.turismo.gov.br/images/pdf/1.ARCABOUCO_E_DIRETRIZES.pdf> . Acesso em: 11 dez. 2018 PETROCCHI, M. Planejamento e gestão do turismo. São Paulo: Futura, 2002. SANTOS, Carlos Honorato (org.). Organizações e Turismo. Caxias do Sul: Educs, 2004. SOARES, Claudia (org.). Planejamento e Organização do Turismo. Curitiba: Intersaberes, 2015. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. https://www.turismo.gov.br/images/pdf/1.ARCABOUCO_E_DIRETRIZES.pdf Leia os textos: Central de Monitoramento do Turismo da cidade de São Paulo <//www.observatoriodoturismo.com.br/pdf/CENTRAL_NOVEMBRO_2017.pdf> ; Análise de consistência e sugestões para o Plano Nacional de Turismo <//www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/empreturismo_2009_analisemetaspnt.pdf> . https://www.observatoriodoturismo.com.br/pdf/CENTRAL_NOVEMBRO_2017.pdf https://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/empreturismo_2009_analisemetaspnt.pdf