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POLITICAS DE SAUDE ( RESUMO P1) - NUTRIÇÃO UNIP 2024

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POLÍTICAS DE SAÚDE (P1) 
O que é política?
Política é a ciência que busca mecanismos para a construção coletiva do bem comum. No caso 
da saúde, a política tem o objetivo: organizar todos os setores, públicos e privados, em seus 
diversos níveis, para atender às necessidades de saúde da população.
Desde o descobrimento do Brasil, passando pelo período colonial, pelo período imperial e pelo 
início da República, as ações em saúde pública eram realizadas de forma bastante 
desorganizada:
• centralização das decisões na Corte
• grande extensão territorial
• atraso tecnológico
• falta de políticas efetivas, consistentes e coordenadas
Início da República (1889)
• Nesse período, as epidemias de doenças transmissíveis : (febre amarela, varíola, peste e a 
malária), produziram um grande impacto de mortalidade, causando prejuízo ao comércio e 
dificultando a expansão do capitalismo
• A solução adotada foi o incentivo público às pesquisas biomédicas, principalmente àquelas 
dirigidas às doenças tropicais
A década de 1960: A regulamentação da iodação do sal
Observação: de 1933 a 1966 o setor de saúde cresceu em tamanho e complexidade. O setor 
público basicamente dividiu se e duas partes a parte maior ligada à Previdência Social e a outra 
ao Ministério da Saúde. A parte ligada à Previdência Social adotou o modelo de seguro social 
organizado por categorias profissionais com base nos Institutos de aposentadorias e Pensões 
IAPs desigualdade
1986: 
• Realização da VIII Conferência Nacional de Saúde
• Aprovação do Plano de Ação para a Erradicação da Poliomielite no Brasil
• É criado o personagem símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha
1988 Promulgação da nova Constituição
Com a promulgação da Constituição Federal 1988 ficou legalmente estabelecido que a saúde 
pública é um direito de todos e dever do Estado
Reforma sanitária brasileira
O final da década de 1980 foi marcado, no Brasil, por movimentos sociais pela redemocratização 
do país e pela melhoria das condições da saúde da população. Em 1985 crescia e ganhava 
representatividade o Movimento Sanitarista Brasileiro
O Movimento Sanitarista Brasileiro buscava mudanças no sistema de saúde e mobilizou 
profissionais de saúde, usuários, políticos e lideranças populares, estudantes e professores 
universitários
A década de 1980 era de exclusão da maior parte dos cidadãos do direito à saúde que se 
constituía na assistência prestada pelo Instituto Nacional de Previdência Social, restrita aos 
trabalhadores que para ele contribuíam.
A Reforma Sanitária 1988 promoveu a adoção dos seguintes princípios
• Universalização do direito à saúde
• Integralização das ações de cunho preventivo e curativo, desenvolvidas pelos Ministérios da 
Saúde e da Previdência separadamente
• Inversão da entrada do paciente no sistema Em vez de buscar o hospital quando já estiver 
doente, buscar a prevenção Ou seja do preventivo para o curativo, portanto promovendo a saúde
• Descentralização da gestão administrativa e financeira
• Promoção da participação e do controle social
• Combater a forma de organização do sistema, caracterizado pelas crises, gastos, privilégios e 
concentração de renda
A VIII Conferência Nacional de Saúde em Brasília, realizada em 1986 cujas propostas foram 
defendidas na Assembleia Nacional Constituinte (em 1987 é considerada um marco deste 
movimento.
Foi o primeira na história a contar com a participação de representantes da sociedade e a ser 
precedida por pré conferências estaduais. O objetivo central desta conferência foi garantir que se 
inscrevesse na futura Constituição:
• A caracterização da saúde de cada individuo como de interesse coletivo e dever do estado
• Garantia da extensão ao direito à saúde e do acesso igualitário às ações de promoção, 
proteção e recuperação da saúde
• Caracterizar os serviços e saúde como publico e essenciais
A nova Constituição brasileira, promulgada em 1988 incorporou grande parte destas ideias e 
garantiu o direito à saúde para todo cidadão, transformando a num dever do Estado, através da 
criação de um sistema de acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua promoção, 
proteção e recuperação.
1978: Declaração de Alma Ata
Esta declaração era dirigida à Atenção Primária à Saúde e propunha a urgente necessidade de 
adoção de medidas que visassem à promoção da saúde como prioridade mundial É considerada 
a primeira declaração internacional realmente importante a eleger a atenção primária em saúde, 
como base fundamental da promoção da saúde em nível mundial.
1986: Carta de Otawa
I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (realizada em Ottawa no Canadá), em 
novembro de 1986 >> A Carta de Ottawa. Segundo esta carta, as seguintes as condições e 
recursos são fundamentais para
a saúde: Paz, Habitação, Educação, Alimentação, Renda, Ecossistema estável, Recursos 
sustentáveis, Justiça social e Equidade.
Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na 
melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste 
processo. Para atingir um estado de completo bem estar físico, mental e social, os indivíduos e 
grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o 
meio ambiente A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de 
viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, 
bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade 
exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem 
estar global.
Campos nos quais a promoção da saúde deve agir segundo a Carta de Ottawa: Capacitação 
da comunidade.
A reforma sanitária brasileira
O fim da década de 1980 foi marcado, no Brasil, por movimentos sociais pela redemocratização 
do país e pela melhoria das condições da saúde da população. Em 1985 foi criada a Nova 
República (eleição indireta de um presidente não militar desde 1964 época em que, 
paralelamente, crescia e ganhava representatividade o Movimento Sanitarista Brasileiro. O 
Movimento Sanitarista correspondia à luta pela reestruturação do sistema de saúde, mobilizando 
profissionais de saúde, usuários, políticos e lideranças populares. É considerado um marco deste 
movimento a VIII Conferência Nacional de Saúde em Brasília, realizada em 1986 cujas propostas 
foram defendidas na Assembleia Nacional Constituinte criada em 1987
VIII conferência nacional de saúde:
• A mobilização da população, se tornou efetiva, e a participação destes representantes na 
conferência, contribuiu com propostas fundamentais que foram incorporadas à nova 
Constituição Do Brasil
• Dentre estas propostas se destacava a criação de um Sistema Único de Saúde com acesso 
universal, descentralizado, com controle social e financiado com dinheiro público
• Desta forma, a nova Constituição brasileira (promulgada em 1988 garantiu o direito à saúde 
para todo cidadão, transformando a em dever do Estado, através da criação de um sistema de 
acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua promoção, proteção e recuperação
1988: Constituição
Foi criado o Sistema Único de Saúde definindo a saúde como “um direito de todos e um dever 
do Estado"
O SUS é um sistema complexo, que tem o objetivo de coordenar e integrar as ações de saúde 
das três esferas da administração pública (estadual e municipal) e também, entidades de 
natureza privada (clínicas, laboratórios etc vinculadas através de contratos de prestação de 
serviços e convênios
Desta forma o SUS é um sistema não pode ser classificado apenas como um serviço ou uma 
instituição, mas sim um conjunto de unidades, de serviços e ações coordenadas, visando a um 
fim comum a promoção, a proteção e a recuperação da saúde
Princípios que norteiam o SUS:
O SUS está embasado em princípios doutrinários (Universalidade, Equidade e Integralidade) e 
diretrizesorganizacionais.
Universalidade
A atenção à saúde é assegurada a todo cidadão, que tem direito a todos os serviços de saúde, 
públicos ou contratados.
Esse princípio doutrinário se fundamenta na disposição constitucional de que a saúde é um 
direito de cidadania e um dever do Estado (no sentido de governo federal, estadual e municipal).
- da vacina a cirurgia mais complexa
Equidade
Todo cidadão é igual perante o SUS e deverá atendido conforme suas necessidades, até o limite 
do que o sistema puder oferecer, independentemente de onde more o cidadão, sem privilégios 
ou restrições.
- Igualdade
- Mas justifica a oferta de ações e serviços ao seguimento da população com maiores riscos de 
adoecer e morrer em decorrência da desigualdade na distribuição de renda e bens (mais 
vulneráveis)
Integralidade
O homem é um ser integral, biopsicossocial, devendo ser atendido com essa visão integral. 
Deve-se portanto, considerar as varias dimensões do processo-saúde-doença
- este principio orientou a expansão dos serviços de saúde para além do atendimento médico, 
mas também reabilitação física e mental e promoção da saúde por meio das ações 
intersetoriais
Diretrizes organizativas
Visam dar racionalidade e efetividade ao funcionamento do SUS, as mais relevantes são: 
Descentralização, Hierarquização, Participação popular/comunitária e Complementariedade do 
setor privado.
Descentralização
• Os serviços e as ações devem ser distribuídos, entre os vários níveis de governo, com ênfase 
na municipalização da gestão dos serviços e das ações me saúde (quanto mais perto do fato 
for tomada a decisão, maior é a chance de acerto).
• Assim, o Município, o Estado e a União devem ser responsabilizados de acordo com suas 
respectivas áreas de abrangência a coordenação da ações no munícipio fica a cargo do 
secretário municipal de saúde, no estado do secretario estadual e na União do ministro da 
saúde.
Hierarquização
• A organização dos serviços deve se dar em crescentes níveis de complexidades, observada a 
delimitação geográfica regional e definição da população a ser atendida
• A base deve ser a atenção primária, que deve ser a porta de entrada do sistema (resolver os 
principais problemas demandados no sistema de saúde)
• Os demais problemas deverão ser referenciados, ou seja, encaminhados para os serviços de 
maior complexidade tecnológica
Participação popular/ comunitária
• É assegurada à população, através de suas entidades representativas, o direito, de participar 
do processo de formulação das políticas de saúde e no controle da sua execução, em todos os 
níveis de decisão (estadual ou municipal)
• Esta participação pode se dar nos Conselhos de Saúde ou em conferências periódicas de 
saúde, com o objetivo de definir as prioridades e as linhas de ação sobre saúde
Complementariedade do setor privado: Refere-se a possibilidade de contratação de serviços 
privados, quando verificada a insuficiência do setor público.
Recursos econômicos
Os recursos para a Saúde Pública foram definidos pela Emenda Constitucional 29, de 13/09/2000 
e estabeleceu a participação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no 
financiamento das ações e serviços de saúde pública:
- União: os gastos devem ser iguais ao do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do 
Produto Interno Bruto (PIB)
- Estados: estão obrigados a garantir que 12 % de suas receitas sejam destinadas ao 
financiamento da Saúde Pública
- Municípios: estão obrigados a aplicar pelo menos 15% de suas receitas
O gasto público com a saúde é financiado com tributos impostos e contribuições sociais. Os 
tributos incidem sobre indivíduos (Imposto de Renda), empresa ou transações comerciais (e 
propriedades Imposto Predial) nas esferas municipal, estadual e federal.
Regulação do setor privado: o SUS não executa as ações
Consiste na atuação do Estado sobre os rumos da produção de bens, tecnologias e serviços de 
saúde.
A regulação é realizada pelo Ministério da Saúde: diretamente sobre os sistemas públicos 
integrantes do SUS. E por suas agências reguladoras:
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): bens, serviços e tecnologias.
• Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): saúde suplementar
Anvisa: Tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por 
intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à 
vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a 
eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos 
alfandegados.
ANS: A Agência Nacional de Saúde Suplementar é a agência reguladora vinculada ao Ministério 
da Saúde responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil.
O que é Regulação? De forma simplificada, a regulação pode ser entendida como um conjunto 
de medidas e ações do Governo que envolvem a criação de normas, o controle e a fiscalização 
de segmentos de mercado explorados por empresas para assegurar o interesse público.
Saúde suplementar: Operadora de Plano de Assistência à Saúde pessoa jurídica constituída sob 
a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão 
• que opere produto, serviço ou contrato de prestação continuada de serviços ou cobertura de 
custos assistenciais
• a preço pré ou pós estabelecido
• integrantes ou não de rede credenciada 
Pactos pela saúde
Para promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior 
eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde foi pactuado conjunto de 
reformas institucionais entre as três esferas de gestão (Estados e Municípios) denominado Pacto 
pela saúde Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor 
em função das necessidades de saúde da população e
na busca da equidade social.
A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao 
Termo de Compromisso de Gestão (TGC) sendo renovado anualmente.
As formas de transferência dos recursos federais para estados e municípios também foram 
modificadas pelo Pacto pela Saúde, passando a ser integradas em cinco grandes blocos de 
financiamento (Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, 
Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS).
Divide-se em 03 componentes
1. Pacto Pela Vida
2. Pacto em Defesa do SUS
3. Pacto de Gestão
No Pacto pela Vida foram definidas as seguintes prioridades:
• Saúde do idoso
• Câncer de colo de útero e de mama
• Mortalidade infantil e materna
• Doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e 
influenza
• Promoção à saúde
• Atenção básica à saúde
No Pacto de Gestão foram definidas as seguintes prioridades
• Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS
• Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na: Descentralização - 
Regionalização - Financiamento - Programação - Pactuada e Integrada - Regulação Participação 
e Controle Social - Planejamento.
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias 
federativas no sentido de:
- Reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos
- Defender os princípios constitucionais (que são os fundamentais) dessa política pública. 
Foram definidas as seguintes prioridades:
• Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal garantidor 
desses direitos
• Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde
• Aprovar o orçamento do SUS, composto dos orçamentos das três esferas de gestão, 
explicitando o compromisso de cada uma delas
• Elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS

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