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DISPEPSIA · Sintomas no ⅓ superior do abdome ou região epigástrica · Sintomas mais comuns: saciedade precoce, plenitude pós-prandial, dor epigástrica (queimação ou tipo “fome” são comuns) e outros, como náuseas, eructações, vômitos, distensão · Pode coexistir pirose, associado a DRGE · Mais prevalente em mulheres, em todas as idades · 30% buscam atendimento médico, sendo que 3-4% das queixas da atenção primária e 20-40% dos atendimentos gastroenterologista · 30% dos que buscam atendimento têm indicação de EDA · Dividida em: funcional e orgânica · Funcional: sem evidências de alterações estruturais ou metabólicas. Dx de certeza necessita da normalidade e da investigação clínica e complementar, mas não precisa de dx de certeza em todas as pessoas · Orgânica: investigação mostra alterações digestivas específicas, como úlcera, neoplasia, parasitose. Dx etiológico confirmado · Quadro clínico dos dois são praticamente iguais, sendo diferenciados pelos marcadores de alerta Marcadores de alerta para diferenciar: · > 50 anos (45-55 anos) · Perda ponderal significativa · Sangramento TGI · Anemia e/ou deficiência nutricional, como de B12 · Obstrução: vômitos recorrentes, disfagia progressiva, visceromegalias e icterícia · Sintomas sistêmicos · HMP de cirurgias · HMF de neoplasia DISPEPSIA ORGÂNICA · O mais importante é a anamnese bem feita, com descrição completa e a relação com a alimentação, exercício físico · Investigar: sintomas são digestivos mesmo? Marcadores de alarme? Medicações? Hx de H. pylori? · Fator de risco de H. pylori: ser sul-americano · EDA: Normal (chance de ser uma funcional) Gastrite [erosiva, enantematosa, plano ou hemorrágico] leve: considera normal, não denotando doença Gastrite moderada/intensa: pode estar relacionada com os sintomas do paciente. Em geral, faz-se biópsia para avaliar se contribui com o agente etiológico, devendo ser tratado. Se após tratamento não melhorar, provável ser funcional · Aguda e crônica inespecífica; · Hiperplasia linfóide; · Atrofia e metaplasia intestinal: orgânica; · Eosinofílica, linfocítica; ou · Infecciosa: TB, sífilis, CMV, H. pylori Gastrite crônica: não costuma dar dor, mas sim empachamento. Na atrófica, deve ser avaliado pela histologia se há presença ou não de H. pylori, atrofia, metaplasia e/ou displasia · Dois agentes principais: H. pylori ou de origem auto-imune. Obs: histologia só diz que não é H. pylori com atrofia ou não · Na auto-imune, pode dosar anticorpos (ac anti células parietais e anti fator intrínseco) e evoluir para anemia perniciosa (anemia megaloblástica de longo prazo de GC) · Evolução: atrofia → metaplasia intestinal → displasia → adenocarcinoma Doença ulcerosa péptica: é, com certeza, dispepsia orgânica · H. pylori ou AINE · Fazer biópsia no início e após tratamento para ter certeza que não é câncer Gastropatia: alteração na mucosa gástrica, que não caracteriza inflamação, pode ser AINE, álcool ou outros agentes etiológicos · Hipertensão portal, AINE, alcalina, “estresse”, álcool Neoplasia: com certeza é orgânica Outras etiologias: HELICOBACTER PYLORI · Bactéria Gram-negativa espiralada · Transmissão fecal-oral predominantemente · Maior incidência de contágio na infância e adultos jovem · Condições sócio educacionais econômicas · Estômago é o único reservatório, porque precisa da acidez para infectar e reproduzir · Oral? Intestino? Diagnóstico: · Testes sorológicos: rastreamento de contato, diz se o HP já passou pelo organismo, mas não diz se não está ativo - não invasivo · Teste respiratório: não invasivo · Pesquisa antígeno fecal: não invasivo · Biópsia por EDA: urease e histológico Urease: Histológico: permite também análise histológico (atrofia, metaplasia, displasia e dx diferencial) Doença por H. pylori: *Gastrite predominante do antro: hospedeiro hipersecretor → países desenvolvidos, com infecção no adulto *Gastrite atrófica predominante do corpo: hospedeiro hipossecretor → socioeconomicamente ruins, com infecção na infância Tratamento para H. pylori: 1. Amoxacilina 500 mg 2 cp 12/12h por 14 dias 2. Claritromicina 500 mg 1 cp 12/12h por 14 dias 3. Omeprazol 20mg 1cp 12/12h por 14 dias GASTRITE CRÔNICA ATRÓFICA · Pode ser por H. pylori e por autoimune COMPLICAÇÕES: · Em pacientes com deficiência de vitamina B12 “O H. pylori deve ser pesquisado e erradicado antes de qualquer outro tipo tradicional de intervenção” · A deficiência de vitamina B12 se estabelece em quatro estágios: Estágio I: diminuição dos níveis sanguíneos da vitamina Estágio II: concentrações baixas intracelulares e distúrbios metabólicos Estágio III: aumento dos níveis de homocisteína e ácido metilmalônico, com diminuição da síntese de DNA e surgimento de sintomas neuropsiquiátricos Estágio IV: anemia macrocítica DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA · Quadro clínico: Assintomáticos Dor epigástrica crônica intermitente Anemia Hemorragia Digestiva Alta Abdome Agudo · Causas: H.pylori, AINE e hipersecreção ácida Gástrica x duodenal Gástrica: · Dor em 4 tempos · Aumenta prevalência em idoso e AINE · 50-70 anos · 60-70% H. pylori · Dx diferencial com neoplasia → histologia da lesão Duodenal: · Dor 3 tempos · 5x mais comum que gástrica · 30-35 anos · 90-95% H pylori · De origem péptica Tratamento: · IBP em dose plena por 4-8 semanas · Tratamento H. pylori · Restrição ao uso de AINE · Controle da erradicação H.pylori pós tratamento · Controle de cicatrização histológico das úlceras gástricas DISPEPSIA FUNCIONAL · Síndrome clínica caracterizada pela presença de sintomas dispépticos recorrentes e crônicos, na ausência de lesões estruturais ou metabólicas subjacentes, capazes de justificar o quadro clínico · Anormalidade estruturais sutis têm sido associadas a essa síndrome, como infecção pelo HP, dismotilidade, microinflamação e eosinofilia gastroduodenal Fisiopatologia: · H. pylori: processo inflamatório que alteram a permeabilidade da mucosa, alterando também a mucosa e a percepção da motilidade · Secreção ácida: distensão da cavidade gástrica acabam tendo um aumento de ácido, causando os sintomas · Motilidade gástrica ou duodenal · Acomodação gástrica: estômago rígido, não aumentando conforme tem comida · Ativação imune, eosinofilia e mastócitos · Microbiota: regula o eixo cérebro-intestino ou afetando diretamente o eixo cérebro-intestino · Saúde mental Obs: tabagismo, etilismo e uso de AINEs não são fatores etiológicos. Contudo, apresentam maiores chances de desenvolver sintomas quando tratados com AINEs e quando excedem no álcool/tabaco Sintomas: dor epigástrica, plenitude pós-prandial, saciedade precoce e queimação estomacal *Sintomas podem se misturar Diagnóstico diferencial com dispepsia orgânica de tubo digestivo superior: Fluxo de atendimento: *Na realidade brasileira, é feito EDA para dx HP, mas o ideal é fazer outros exames não invasivos Tratamento não farmacológico: · Evitar abusos de: alimentos rico em gordura e trigo, FODMAPs (oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis), cafeínas e afins → deve ser individualizada, não tirar comidas saudáveis · Atividade física e tratar a saúde mental: pilares Tratamento farmacológico: · IBP principalmente se os sintomas frequentes image7.png image5.png image14.png image3.png image2.png image10.png image4.png image15.png image8.png image1.png image13.png image6.png image9.png image12.png image11.png