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DIARREIA CRÔNICA · Presença de fezes amolecidas ou aquosas em pelo menos 75% das evacuações · Aumento do n° de evacuações (mais de 3x/dia) · Diminuição da consistência · > 200g de fezes ao dia · Pensar sempre em doença celíaca e parasitoses (ascaridíase e giardíase) · Crônicas: mais de 30 dias Causas intestinais: Causas extra-intestinais (são orgânicas): · Medicamentos (mais comum): · DM: Quadro clínico: · Marcadores de alarme: > 45 anos, perda de peso, diarreia com duração < 3 meses, anemia e sangramento, despertar noturno, tenesmo e puxo → ORGÂNICAS (além de exames iniciais) · FUNCIONAIS: síndrome do intestino irritável e diarreia funcional (ambas com o mesmo tratamento) · ALTA (delgado): doença celíaca, anastomoses gastro e enteroentéricas · BAIXA (colônico): retocolite ulcerativa, colite microscópica, enterite actínica Obs: diferenciar na anamnese pelas características das evacuações · Disabsortivas (osmótica) x inflamatórias (exsudativa) x motora → aspectos das fezes · Sintomas associados: distensão e dor abdominal · Relação com alimento específico · Fatores de melhora: jejum · Medicações · HMP: cirurgias, ressecções intestinais, doença pancreática prévia, DM, hipertireoidismo e colagenoses · HMF: neoplasia de cólon, doença inflamatória intestinal e doença celíaca e outras autoimunes · CHV: uso crônico de álcool Exame físico: · Mucosas, boca, olhos, pele, articulações, abdome (apenas abdominal não ajuda muito) · Pode antecipar etapas, com uma investigação dirigida para o diagnóstico mais provável · Exames iniciais: hemograma, provas de atividade inflamatória, eletrólitos, função renal, bioquímica hepática, ferro e ferritina, vitamina B12, folato, hormônios tireoidianos, marcadores doença celíaca, teste tolerância lactose ou teste respiratório, parasitológico de fezes, leucócitos fezes, gordura fezes · Exames complementares: endoscopia alta e colonoscopia com histologia, tomografia abdome, exame do intestino delgado DIARREIAS OSMÓTICAS: · Intolerância à lactose (só osmótica) · Doença celíaca (disabsortiva também) · Insuficiência exócrina pancreática INTOLERÂNCIA LACTOSE: · Diarreia osmótica (mantém a capacidade de absorção), só não absorve a lactose · Pode aparecer em qualquer momento da vida, em especial após a primeira infância, e é irreversível · Lactose: presente em todos os tipos de leite (liquidos e sólido, como queijo, creme de leite, chocolate) · Produzimos lactase até os 2 anos: vai diminuindo com o tempo e, quem perde mais rápido, desenvolvem os sintomas mais cedo · Lactose exerce gradiente osmótico: faz diarreia · Vira alimento de bactéria no cólon: produção de gás, com distensão abdominal, dores de cabeça, flatulência · Capacidade de absorção de nutrientes continua normal · Evitar alimentos com lactose (rever suplementação de cálcio) e ingerir a lactase DOENÇA CELÍACA · F > M // 1:100 ou 1:300 pessoas no Brasil · Glúten: gatilho para o desenvolvimento de doença autoimune, formação de autoanticorpos quando o glúten entra em contato com a mucosa · Doença autoimune: diminuição das vilosidades do delgado → diminui a capacidade de absorção → gradiente osmótico → puxa água e faz a diarreia · Processo demora semanas para acontecer e meses para reconstituir a mucosa · Combinação variável de manifestações clínicas dependentes: · Geneticamente susceptíveis HLA DQ2 e/ou DQ8 → se negativo, não vai ter a doença · Autoanticorpos específicos antiendomísio e antitransglutaminase (EmA e anti-tTG) no soro · Enteropatia histológica desde infiltração linfocitária no epitélio até completa atrofia de vilosidades · Grupo de risco: familiares de celíacos, anemia ferropriva, osteoporose, doenças autoimunes (DAI), dermatite herpetiforme, diabete melito tipo 1, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável e hipertransaminasemia idiopática → fazer rastreio com anti endomísio IGA Quadro clínico: · Duodeno: local mais acometido pela doença celíaca · Desde assintomáticos → disabsorção de um nutriente → pandisabsorção → até desnutrição grave · Crianças/adolescentes: perda de apetite, dispepsia, cansaço, mudanças de humor, diarreia/constipação, distensão abdominal, emagrecimento, déficit de crescimento, menarca atrasada, anemia, defeitos do esmalte dentário (perda dos glúteos) · Adultos/idosos: sintomas GI altos, emagrecimento, fadiga crônica, mudanças de humor, depressão, diarreia/constipação, distensão abdominal, infertilidade Manifestações extradigestivas: osteomuscular, gineco-obstetrícia, endocrinologia, metabólica, neuropsiquiátrica, hematológica, tegumentares (dermatite herpetiforme – tratado com dapsona) Doenças associadas: alopecia areata, cirrose biliar primária e hepatite autoimune, colite linfocítica, DM 1, doença de Addison, doenças da tireóide, epilepsia, miastenia gravis, pancreatite crônica, síndrome de Down, vitiligo Complicações: anemia ferropriva, osteoporose, jejunite ulcerativa, linfoma do intestino delgado Diagnóstico: · Devem ser realizados em indivíduos ingerindo glúten · Combinação de história médica, exame físico, sorologias, achados endoscópicos e análise histológica de múltiplos fragmentos do duodeno · Devem ser realizados em indivíduos ingerindo glúten · Combinação de história médica, exame físico, sorologias, achados endoscópicos e análise histológica de múltiplos fragmentos do duodeno Testes sorológicos: · Crianças até 2 anos: anticorpos antigliadina (AGA IgA e IgG) e anti-tTG) · EDA: mucosa duodenal aspecto mosaico, diminuição pregueamento mucoso · Histologia: infiltração por linfócitos no epitélio intestinal na ausência de atrofia das vilosidades *intestino normal (foto 1 e 2) *intestino celíaco com leve achatamento das vilosidades (foto 3 e 4) Tratamento: · Objetivos: eliminar as alterações fisiopatológicas intestinais, facilitar e favorecer a absorção dos nutrientes, normalizar o trânsito intestinal, recuperar o estado nutricional do paciente e melhorar a qualidade de vida dos pacientes · Dieta isenta de glúten para toda a vida: restrição completa de todos os produtos que contenham trigo, centeio e cevada (aveia no Brasil) · Encaminhados a nutricionista especializada · Exames e tratamento para deficiências de micronutrientes (principalmente ferro, ácido fólico, vitamina D e vitamina B12) · MEV: produtos são mais caros e nem sempre confiáveis. Nem sempre há condições de preparo dos alimentos em casa image1.png image5.png image9.png image4.png image14.png image3.png image10.png image8.png image7.png image2.png image13.png image12.png image11.png image6.png