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Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 1 💉 Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes diabetes = urinar bastante qual a definição da diabetes? doença crônica, que ocorre quando o pâncreas não produz quantidade adequada de insulina ou quando o corpo não consegue usar de forma efetiva a insulina produzida, isso leva a hiperglicemia, que com o passar do tempo leva a alterações cardíacas, vasos, rins e nervos. como classificar a diabetes? 1979 DM I e DM II o não insulino-dependente (tipo II depois de algum tempo vai precisar usar insulina por isso essa classificação não é mais usada. 1997 DM 1, DM 2 prevalente), outros tipos e gestacional. classificação do DM 1 ? IMUNOMEDIADO 90% e 10% IDIOPÁTICO; então em 90% dá pra definir o anticorpo envolvido. maior incidência em países nórdicos Finlândia, Noruega e Suécia). Brasil é intermediário. qual a incidência do DM1? Pré escolar e puberdade; tem história familiar → mãe com DM1 3% e pai 6% de risco; de 30 a 50% dos gêmeos idênticos tem DM 1. quais marcadores envolvidos no DM1? Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 2 HLA, DR3 E DR4 maior risco pra DM1. DR2 menor risco de DM1. quais os principais auto-anticorpos que ajudam a confirmar o DM1? ICA; IAA; GAD; IAZ; sendo mais sensível o anti-GAD. Como fatores ambientais influenciam no aparecimento de DM1? apenas 10 a 15% tem parentes de 1º grau com DM1; alguns fatores ambientais principalmente Coxsackie, Herpes, Rubéola, Citomegalovírus, Sarampo, Echovirus, ou seja, vírus que estão implicados no desenvolvimento do DM1. como é a História natural do DM1? INÍCIO predisposição genética → normalmente começa em crianças e adolescentes DEPOIS em algum momento tem um gatilho ambiental (como infecções virais por ex.) a partir disso tem ativação de um processo de autoimunidade celular e começa a produzir autoanticorpos e se desenvolve insulinite (linfócitos infiltrando as células β e as ilhotas pancreáticas) o que ocorre devido a insulinite? se diminui a a massa de células β, formando a fase de pré-diabetes, onde tem perda da primeira fase de secreção de insulina, isso evolui pra intolerância a glicose e da início ao diagnóstico de diabetes. Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 3 como é a secreção normal da insulina? ela é bimodal, como no gráfico, ou seja, temos dois picos de secreção, a primeira é liberação rápida dos grânulos estocados de insulina, e depois liberação mais lenta e duradoura de menor intensidade. o que é a denominação 1B da DM1? Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 4 a denominação 1B, ou idiopático, é atribuída aos casos de DM1 onde os anticorpos não são detectáveis na circulação; esse diagnóstico tem limitações e pode ser confundido com outras formas de DM pela negatividade desses anticorpos circulantes, de forma concomitante com a necessidade precoce de insulinoterapia plena. o que é a DM2? Corresponde de 90% a 95% de todos os casos de DM. etiologia multifatorial, com componentes genéticos e ambientais; acomete indivíduos a partir da 4ª década de vida, embora tenha aumentado em alguns países em crianças e jovens. a DM2 é poligênica com FORTE HERANÇA FAMILIAR Qual a incidência da DM2? Ainda não esclarecido, contribui de forma significativa os fatores ambientais (em irmãos gêmeos idênticos é quase 100%, quando não idênticos risco de 3040% qual a incidência característica da DM2 ? PACIENTES COM 40 anos obesidade concentração de gordura em região abdominal (gordura visceral) OBS Nesses casos temos resistência a ação da insulina e deficiência relativa de insulina (déficit secretório das células β → hipoinsulinismo relativo) tem genética complexa e mal definida. qual a fisiopatologia da DM2? Não apresenta indicadores específicos da doença 80 a 90% dos casos se associa ao excesso de peso e a outros componentes da síndrome metabólica; assintomática ou oligossintomática por um longo período Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 5 diagnóstico realizado por dosagens laboratoriais de rotina ou manifestações das complicações crônicas; quais as duas origens possíveis da hiperglicemia no DM2? � resistência à ação da insulina → insulina não funciona muito bem, se isso ocorre no fígado, faz com que ele produza + glicose, levando a hiperglicemia, ou se isso ocorre em tecidos periféricos, tem menor captação de glicose, assim mais glicose fica no vaso, e maior serão � secreção deficiente de insulina → o pâncreas não consegue produzir a quantidade adequada pra manter a glicose normal. quais os fatores de risco atrelados a DM2 ? Histórico familiar da doença avançar da idade obesidade sedentarismo Dx prévio de pré-diabetes ou DM gestacional Presença de componentes da síndrome metabólica, tais como HAS e DLP como funciona a evolução do quadro de DM2 a partir do envelhecimento? Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 6 Quando começa a envelhecer e ganhar peso, a primeira coisa que começa a aumentar é a resistência a ação da insulina, então não age de forma adequada, o que é compensado pelo aumento da secreção da insulina; com isso os níveis de glicose tendem a não se alterar tanto nesse período. o que temos com o passar do tempo pela resistência a insulina? ela tende a se estabilizar, e chega uma hora que as células β não conseguem mais aumentar a produção de insulina, causando aumento da glicemia, nesse momento ocorre o DX da diabetes; além disso, a célula β passa a produzir cada vez menos insulina, mesmo tendo parado de aumentar a resistência, assim os níveis de glicose aumentam de modo exponencial. No fim DM2 está praticamente com o mesmo quadro da DM1 quais os outros tipos específicos da diabetes? LADA DM AUTOIMUNE LATENTE DO ADULTO; defeitos genéticos da ação da insulina → mutação receptor insulina. doenças do pâncreas exócrino → pancreatite, trauma, infecção, cirurgia, carcinoma, fibrose cística; Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 7 endocrinopatias → acromegalia, cushing indução por drogas ou produtos químicos → tiazídicos, corticoides, anticoncepcionais orais, psicotrópicos; infecções formas incomuns do DM Imunomediado → Síndrome do homem rígido; o que é a LADA? DM autoimune latente do adulto; semelhante ao DM1, de evolução lenta, frequente em adultos de 3050 anos, magros, possui associação a outras doenças auto imunes (hashimoto) e presença de anti GAD; O que é a DM gestacional? gestação leva a condição diabetogênica, pela placenta produzir hormônios hiperglicemiantes e enzimas placentárias que degradam a insulina, leva a um aumento compensatório de insulina e na sua resistência, pode evoluir pra disfunção das céls β; Do que se trata o DMG? intolerância a carboidratos de gravidade variável, se inicia durante a gestação atual, sem ter previamente preenchido os critérios diagnósticos de DM; traz risco tanto ao feto quanto a mãe, diagnosticado geralmente no segundo ou terceiro trimestre de gestação. como pode ser a DMG? Pode ser transitório ou persistir após o parto, sendo importante fator de risco independente de desenvolvimento futuro de DM2; O que diz o estudo Berlin de diabetes? apenas 25% dos pacientes com diabetes observados tinham sintomas, e 75% não tinham nenhum sintoma, e eram diagnosticados com exames de rotina, então mostra a importância do screening pra DM 2; quando realizar screening de diabetes? quando sobrepeso IMC 25 2 fatores de risco pra DM Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 8 acima de 45 anos a cada 3 abaixo de 45 anos + fator de risco; quando é o único caso em que podemos definir diagnóstico de diabetes sem outro exame? a presença de sintomas de hiperglicemia + glicemia ao acaso de 200 mg/dl, é o único caso em que não precisa repetir o exame, e pode dar diagnóstico de DM. Como pode ser a evolução do pré-diabetes? temosuma resistência a insulina já presente, e na ausência de medidas de combate aos fatores de risco modificáveis, ela evolui frequentemente pra doença e está associada a risco aumentado de doença cardiovascular e complicações; Na maioria dos casos de pré-diabetes ou diabetes a condição é assintomática e o diagnóstico é feito com base em exames laboratoriais. quais os critérios diagnósticos de DM? VAI CAIR PROVA � Glicemia em jejum≥126mg/dl � hemoglobina glicada 6,5% por método padronizado � glicose 2 horas após sobrecarga de 75g de glicose 200mg/dl � glicemia ao acaso 200mg/dl com sintomas clássicos OBS SOMENTE O CRITÉRIO 4 NÃO PRECISA REPETIR, PODE DAR O DIAGNÓSTICO DIRETO. como funciona os valores da glicemia de jejum? coletada em sangue periférico após o jejum calórico de no mínimo 8 horas o valor de corte é 126 mg/dl se a glicemia em jejum vier acima de 126, repete o exame → se ficar entre 100 e 126 FAZ TOTG. Qual o nome quando paciente tem uma glicemia de jejum entre 100 e 125? além de pré diabetes é glicemia de jejum alterada; Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 9 qual o nome dado a um TOTG entre 140 e 199? tolerância a glicose diminuída ou intolerância a glicose. o que fazer se paciente vier com glicemia jejum alterada 100126? devem ter investigação complementada com curva glicêmica (ingesta de 75g de glicose) pacientes com DM1 habitualmente se apresentam ao diagnóstico com glicemias muito elevadas, muitos sintomas e quadro de cetoacidose diabética; Pré-diabetes versus intolerância à insulina? são diferentes, a intolerância é um subtipo de pré-diabetes, assim como a glicemia de jejum alterada e a hemoglobina glicada no valor critério, então o exame indicado pro diagnóstico é a glicemia de jejum; quando devemos complementar o diagnóstico com curva glicêmica? os pacientes com valor alterado entre 100125mg/dl devem ter a investigação complementada com curva glicêmica (ingesta de 75g de glicose → teste de tolerância oral); o diagnóstico de pré-diabetes já definido por um único exame alterado. se o exame anterior já vem bastante alterado pede o exame mais simples , e se não vier tanto pede o mais específico → TOTG; o fato de não ter sintomas não exclui diabetes; qual o esperado de circunferência abdominal para mulher? 80 cm; quando é considerado obesidade pelo IMC? Classificação, fisiopatologia e diagnóstico de diabetes 10