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Farmaco Clínica - Aula 03

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Feira de Santana – BA
2024
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE EXCELÊNCIA - UNEX
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO: FARMÁCIA
FARMACOLOGIA CLÍNICA
FARMACOLOGIA DOS ANTICOAGULANTES
Moysés Fagundes de Araujo Neto
Fármacos que são uteis no tratamento dos distúrbios da hemostasia
		Trombose - formação de um coagulo indesejado dentro dos vasos sanguíneos, é a anormalidade mais comum da hemostasia.
Os distúrbios trombóticos incluem infarto agudo do miocárdio (IAM), trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e acidente vascular encefálico isquêmico agudo.
Essas condições são tratadas com anticoagulantes e fibrinolíticos. 
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Fármacos que são uteis no tratamento dos distúrbios da hemostasia
Os distúrbios de sangramento envolvendo falhas da hemostasia são menos comuns do que as doenças tromboembólicas.
Esses distúrbios incluem hemofilia, que é tratada com transfusão de fator VIII recombinante, e deficiência de vitamina K, que é tratada com suplementação dessa vitamina.
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Trombo x êmbolo
Um coágulo que adere a uma parede vascular é denominado trombo.
Um coágulo intravascular que flutua no sangue é denominado êmbolo
Ambos são perigosos, pois podem ocluir o vaso e privar os tecidos de oxigênio e nutrientes.
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Trombo x êmbolo
Trombose arterial - vasos de tamanho médio tornados trombogênicos por aterosclerose. Coágulo rico em plaquetas
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Trombo x êmbolo
Trombose venosa é iniciada pela estase sanguínea ou pela ativação imprópria da cascata da coagulação. Coágulo que é rico em fibrina, com menos plaquetas.
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Trombo x êmbolo
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RESPOSTA PLAQUETÁRIA À LESÃO VASCULAR
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RESPOSTA PLAQUETÁRIA À LESÃO VASCULAR
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Esses fármacos são benéficos na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares oclusivas, na manutenção de transplantes vasculares e na potência arterial e como auxiliares dos inibidores da trombina ou tratamento trombolítico no IAM
Principais Mecanismos de ação - Inibem a cicloxigenase-1 (COX-1); bloqueiam os receptores de GP IIb/IIIa ou ADP.
Como essas substancias têm diferentes mecanismos de ação, efeitos sinérgicos ou aditivos podem ser obtidos quando fármacos de classes diferentes são associados. 
Os inibidores da aglutinação plaquetária diminuem a formação de um coagulo rico em plaquetas ou diminuem a ação dos sinais químicos promotores da aglutinação 
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Ácido acetilsalicílico
Inibe a síntese do tromboxano A2 por inativar irreversivelmente a enzima COX-1, 
A dose de AAS recomendada vai de 50 a 325 mg/dia. Ocorre inativação completa das plaquetas com 75 mg diários de AAS. 
O AAS é usado no tratamento profilático da isquemia cerebral transitória, para reduzir a incidencia de IAM recorrente e para diminuir a mortalidade nas situações de prevenção do IAM primário e secundário. 
Dosagens mais altas de AAS aumentam sua toxicidade. O tempo de sangramento é alongado com o tratamento com AAS, causando complicações que incluem aumento da incidência de acidente cerebral hemorrágico e sangramento gastrintestinal (GI)
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Ticlopidina, clopidogrel, prasugrel e ticagrelor
Inibem a ativação dos receptores de GP IIb/IIIa necessários para que as plaquetas se liguem ao fibrinogênio e umas as outras.
O clopidogrel é aprovado para a prevenção de eventos ateroscleróticos em pacientes com IAM ou acidente vascular encefálico (AVE) recentes e naqueles com doença arterial periférica estabelecida. 
A ticlopidina é indicada para a prevenção de ataques isquêmicos transitórios (AITs) e AVEs em pacientes com evento trombótico cerebral prévio. 
Devido a reações adversas hematológicas ameaçadoras à vida a ticlopidina em geral é reservada para pacientes intolerantes a outros tratamentos. 
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Ticlopidina, clopidogrel, prasugrel e ticagrelor
O prasugrel é aprovado para diminuir os eventos trombóticos cardiovasculares em pacientes com síndromes coronárias agudas (angina instável, IAM). 
O ticagrelor é aprovado para a prevenção do tromboembolismo arterial em pacientes com angina instável e IAM, incluindo aqueles submetidos a ICP.
Efeitos adversos: Estes fármacos podem prolongar o tempo de sangramento, para o que não existe antídoto. 
A ticlopidina é associada com graves reações hematológicas como granulocitose, agranulocitose, púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e anemia aplástica. 
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Abciximabe, eptifibatida e tirofibana
O abciximabe inibe o complexo receptor GP IIb/IIIa, ligando-se a ele e bloqueando a ligação do fibrinogênio impedindo a aglutinação. 
Eptifibatida e tirofibana atuam de modo similar ao abciximabe bloqueando o receptor GP IIb/IIIa.
Esses fármacos são administrados por via IV, junto com heparina e AAS, como um auxiliar da ICP para a prevenção de complicações cardíacas isquêmicas.
 O principal efeito adverso destes fármacos é o sangramento, especialmente se forem usados com anticoagulantes.
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
 Dipiridamol
Usado para prevenção de AVEs e geralmente é administrado com AAS.
Pacientes com angina instável não usam dipiridamol devido à sua propriedade vasodilatadora, o que pode agravar a isquemia.
Comumente causa cefaleia e pode causar hipotensão ortostática (especial- mente na administração IV). 
Vasodilatador coronário, aumenta os níveis intracelulares de AMPc inibindo o nucleotídeo cíclico fosfodiesterase, resultando, assim, em diminuição da síntese de tromboxano A2. 
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INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Cilostazol
O cilostazol e seus metabólitos ativos inibem a fosfodiesterase tipo III que previne a degradação do AMPc, aumentando, assim, os seus níveis nas plaquetas e nos tecidos vasculares. 
O aumento nos níveis de AMPc nas plaquetas e nos vasos previne a aglutinação das plaquetas e promove a vasodilatação, respectivamente. 
Antiplaquetário de uso oral que tem também atividade vasodilatadora
Os efeitos adversos mais comuns com cilostazol são cefaleia e sintomas GI (diarreia, fezes anormais, dispepsia e dor abdominal).
Os inibidores da fosfodiesterase tipo III aumentam a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca avançada.
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COAGULAÇÃO DO SANGUE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE EXCELÊNCIA - UNEX
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO: FARMÁCIA
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COAGULAÇÃO DO SANGUE
Sistemas extrínseco e intrínseco;
Sistema extrínseco: Ativação do fator de coagulação VII pelo fator tecidual (Tromboplastina);
Fator tecidual - proteína de membrana que normalmente é separada do sangue pelas células endoteliais;
Em resposta a lesão o fator tecidual fica exposto no sangue;
Sistema intrínseco: pela ativação do fator de coagulação XII, quando sangue entra em contato com a parede lesada de um vaso sanguíneo.
Ambos sistemas envolvem uma cascata de reações enzimáticas que transformam sequencialmente vários fatores plasmáticos (pró-enzimas) em suas formas ativas (enzimas). 
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COAGULAÇÃO DO SANGUE
Ao final, protrombina é convertida em trombina. 
A trombina tem função central na coagulação - é responsável pela produção de fibrina que forma a malha matriz do coagulo. 
A coagulação deve ser restrita ao local da lesão vascular.
Endogenamente, existem vários inibidores dos fatores de coagulação, incluindo proteína C, proteína S, antitrombina III e inibidor da via do fator tissular. 
O mecanismo de ação dos vários anticoagulantes, envolve a ativação desses inibidores endógenos (primariamente antitrombina III).
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ANTICOAGULANTES
Os anticoagulantes inibem a ação dos fatores de coagulação ( ex. heparina) ou interferem com a síntese dos fatores de coagulação (ex. varfarina).
Anticoagulante injetável de ação rápida, usado com frequência para interferir agudamente na formação de trombos;
Extraída da mucosa intestinal suína. 
Formas de heparina de baixo peso molecular (HBPM) também podem atuar como anticoagulantes: enoxaparina, dalteparina e tinzaparina.Heparina e HBMPs atuam em inúmeros alvos moleculares, mas seu efeito anticoagulante é consequência da ligação à antitrombina III.
Heparina
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ANTICOAGULANTES
Heparina e HBPM
Limitam a expansão dos trombos, prevenindo a formação de fibrina.
Usados no tratamento do tromboembolismo venoso agudo (DVT ou PE). 
Profilaxia da trombose venosa pós-cirúrgica em pacientes que serão operados (p. ex., substituição de bacia) e naqueles com IAM. 
Tratamento da gestante (não atravessam a placenta).
Reações adversas:
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ANTICOAGULANTES
ARGATROMBANA
Deve ser usada com cautela nos que apresentam insuficiência hepática.
Pode causar hemorragia.
Usada preventivamente no tratamento da trombose em pacientes com Trombocitopenia induzida por Heparina (TIH).
Aprovada para uso durante ICP em pacientes que apresentam ou estão sob risco de TIH. 
Anticoagulante sintético parenteral derivado da L-arginina. 
É um inibidor direto da trombina. 
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ANTICOAGULANTES
BIVALIRUDINA E DESIRUDINA 
Anticoagulantes parenterais análogos à hirudina, um inibidor da trombina derivado da saliva da sanguessuga. 
Inibidores diretos seletivos da trombina e inibem reversivelmente o centro catalítico da trombina livre e da ligada ao coagulo.
Bivalirudina é uma alternativa à heparina em pacientes que serão submetidos a ICP que tem ou poderão ter risco de desenvolver TIH.
A desirudina é indicada para prevenção da Trombose Venosa Profunda (TVP) em pacientes que serão submetidos a cirurgia de substituição de bacia.
Pode causar hemorragia.
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ANTICOAGULANTES
VARFARINA 
Usada na prevenção e no tratamento da TVP e da EP, na prevenção do AVE e do AVE na condição de fibrilação ventricular e/ou válvulas cardíacas prostéticas, na deficiência de proteína C e S e na síndrome antifosfolipídica. Prevenção do tromboembolismo venoso durante cirurgias ortopédicas ou ginecológicas.
Fatores II, VII, IX e X precisam da vitamina K como um cofator para sua síntese pelo fígado.
Antagoniza a função de cofator da vitamina K.
Pode causar hemorragia.
Interações medicamentosas.
Teratogênica.
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TROMBOLÍTICOS
A doença tromboembólica aguda em determinados pacientes pode ser tratada com a administração de fármacos que ativam a conversão de plasminogênio em plasmina
Plasmina - serinoprotease que hidrolisa fibrina e, assim, dissolve coagulos.
A estreptoquinase causa um estado fibrinolítico sistêmico que pode levar a problemas de sangramento. 
A alteplase atua mais localizadamente na fibrina trombótica para produzir fibrinólise.
A uroquinase é produzida naturalmente nos rins humanos e converte diretamente plasminogênio em plasmina
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TROMBOLÍTICOS
Ácido Aminocaproico e Ácido Tranexâmico 
Fármacos sintéticos, ativos por via oral, que inibem a ativação do plasminogênio. 
O ácido tranexâmico é dez vezes mais potente do que o ácido aminocaproico. 
O efeito adverso potencial é trombose intravascular.
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TROMBOLÍTICOS
Sulfato de Protamina 
Os efeitos adversos da administração da protamina incluem hipersensibilidade, bem como dispneia, rubor, bradicardia e hipotensão, quando injetada rapidamente.
Essa proteína é derivada do esperma ou dos testículos de peixes. 
A protamina de cargas positivas interage com a heparina de cargas negativas, formando um complexo estável sem atividade anticoagulante.
Antagoniza o efeito anticoagulante da heparina. 
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TROMBOLÍTICOS
Vitamina K
A resposta à vitamina K é lenta. Assim, se for necessária hemostasia imediata, deve ser transfundido plasma congelado fresco.
A vitamina K1 pode ser administrada por via oral, SC ou IV. 
Por via IV, a vitamina K deve ser administrada lentamente, por infusão, para minimizar o risco de reações de hipersensibilidade ou anafilactoides. 
Para o tratamento de sangra- mentos, a vitamina K por via SC não é tão eficaz quanto pelas vias oral ou IV. 
A administração de vitamina K1 (fitonadiona) pode interromper o sangramento devido a varfarina.
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Dúvidas?
Obrigado!
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