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O EMPREENDEDOR 
 
INTRODUÇÃO 
O interesse pelo empreendedorismo no mundo é algo recente. Neste sentido, pode-se dizer 
que houve um crescimento acentuado da atividade empreendedora a partir de 1990. 
Com a política de globalização, sobretudo nos mercados europeu, americano e asiático, 
governos do mundo inteiro passaram a dar uma atenção especial a esse assunto, promovendo 
programas que incentivam seus cidadãos a empreenderem. 
No Brasil não foi diferente. O movimento do empreendedorismo brasileiro ganhou força no 
início da década de 90 quando algumas entidades como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio 
às Micro e Pequenas Empresas) e a Softex (Sociedade Brasileira para a Exportação de 
Software) foram criadas. 
O efeito da abertura econômica brasileira e a globalização fizeram com que as empresas 
nacionais procurassem alternativas para aumentar a competitividade e reduzir os custos para 
se manterem no mercado. Uma consequência direta foi o aumento do índice de desemprego 
no país. Com isto, ex-funcionários das empresas, então desempregados, começaram a criar 
seus próprios negócios de maneira não muito planejada e lançando mão de todos os recursos 
financeiros de que dispunham. A maioria destes novos “empresários” acabou ficando na 
economia informal devido a uma série de barreiras como: dificuldade em obter crédito, altas 
taxas de juros, excesso de impostos, falta de apoio do governo, entre outros. 
A falta de planejamento e políticas erradas de gestão levaram uma grande parte destas 
empresas a fecharem suas portas em até cinco anos, sobretudo as pequenas e micro 
empresas. 
Atualmente, tais índices têm diminuído graças a uma política de incentivo mais eficaz e, 
principalmente, aos vários programas que auxiliam candidatos a empreendedores a abrirem 
seus novos negócios de forma planejada. Porém, o índice de fechamento dessas empresas 
ainda continua muito alto. Muitos desses empreendedores sem sucesso continuam a 
confundir ideia com oportunidade. 
 
O perfil empreendedor 
O empreendedor é motivado pela autorrealização, desejo de assumir responsabilidades e 
independência. Embora busque ter satisfação financeira, considera irresistível assumir novos 
desafios, estando sempre propondo novas ideias que são seguidas pela ação. Estar sempre se 
autoavaliando, se autocriticando e controlando seu comportamento em busca do 
autodesenvolvimento. 
Para tornar-se um empreendedor de sucesso, é preciso reunir imaginação, determinação, 
habilidade de organizar, liderar pessoas e de conhecer tecnicamente etapas e processos. 
Uma pessoa empreendedora deve ter seu perfil várias habilidades como por exemplo: 
• Disciplina. 
• Capacidade para assumir riscos. 
• Ser inovador. 
• Ser orientado à mudanças. 
• Ser persistente. 
• Ser um líder visionário. 
Basicamente, podemos dizer que existem dois tipos de empreendedorismo: 
• Empreendedorismo de necessidade: candidato a empreendedor que se aventura por 
falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho. 
• Empreendedorismo de oportunidade: empreendedor visionário que sabe onde quer 
chegar. Cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento 
que quer buscar para a empresa e visa a geração de lucros, empregos e riquezas. 
O Brasil é um dos países com maiores índices de empreendedorismo do mundo, porém grande 
parte dos nossos empreendedores caracterizam-se pelo empreendedorismo de necessidade. 
São verdadeiros ambulantes, donas de casas que vendem doces e salgados para 
complementarem a renda familiar, sacoleiros, etc. que acabam por não gerarem divisas para 
a economia do país. 
O comportamento empreendedor 
As principais características observadas no comportamento de um empreendedor são: 
• Busca de oportunidades e iniciativa. 
• Persistência. 
• Comprometimento. 
• Exigência de qualidade e eficiência. 
• Correr riscos calculados. 
• Estabelecimento de metas. 
• Busca de informações. 
• Planejamento e monitoramento sistemáticos. 
• Persuasão e rede de contatos. 
• Independência e autoconfiança. 
Dificilmente vamos encontrar um empreendedor com todas essas características. Elas 
representam apenas um referencial que lhe possibilita uma autoavaliação a partir da qual 
você terá condições de definir seus pontos fortes e fracos e optar por um programa de 
aperfeiçoamento pessoa, visando principalmente, desenvolver aspectos de sua personalidade 
necessários ao seu bom desempenho. 
Segundo Dornelas (2005), o processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador de 
fatores externos, ambientes sociais, de aptidões pessoais ou de um somatório desses fatores 
possibilita o início de um novo negócio. 
Tais fatores são considerados críticos para o surgimento e crescimento de uma nova empresa. 
 
FIGURA 01: Fatores que influenciam no processo empreendedor. Fonte: Dornelas (2005) 
Considerados os fatores que influenciam no processo empreendedor, podemos então, 
entender as suas fases. A figura 2 a seguir descreve as quatro fases do processo. 
 
FIGURA 2: As quatro fases do processo empreendedor 
Muitos dos candidatos a empreendedores acham que uma boa ideia de negócio deve ser 
única. Segundo Dornelas (2005), isto é um mito! Muitos acabam achando que suas ideias são 
únicas e revolucionárias, o que é um grande erro! 
Dornelas (2005) considera que ideias revolucionárias são raras e que produtos únicos quase 
não existem, ao contrário dos concorrentes que sempre estarão ao seu lado, brigando pelo 
mercado. 
O importante é como o empreendedor utiliza a ideia de forma a transformá-la num produto 
ou serviço que faça a sua empresa crescer. 
 
Diferenciando ideias de oportunidades 
Podemos definir oportunidade como uma ideia transformada em algo viável de implementar, 
visando atender a um público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado. 
Ao contrário das ideias, muitas vezes a oportunidade é única. Uma ideia sozinha não tem valor. 
O que importa é saber desenvolvê-la, implementá-la e transformá-la em um negócio de 
sucesso. 
Muitas vezes, jovens têm excelentes ideias, mas não sabem transformá-las em negócio. Um 
empreendedor experiente, utilizando-se dessas ideias pode transformá-las em bons negócios. 
A experiência do empreendedor e o timing da ideia são fatores importantes para que uma 
oportunidade se concretize. 
O empreendedor pode ficar vários anos sem observar e aproveitar uma oportunidade de 
desenvolver um novo produto, ganhar um novo mercado e estabelecer uma parceria que o 
diferencie dos seus concorrentes. 
Dornelas (2005) lista uma série de perguntas a serem feitas para auxiliar o empreendedor e 
seus sócios a verificarem se possuem uma oportunidade de negócio: 
• Quais os clientes que comprarão o meu produto ou serviço? 
• Qual o tamanho atual do mercado em reais e em número de clientes? 
• O mercado está em crescimento, estável ou estagnado? 
• Quem atende esses clientes atualmente, ou seja, quem são os concorrentes? 
Se você e seus sócios não conseguirem responder a essas perguntas iniciais com dados 
concretos, vocês têm uma ideia e não uma oportunidade de negócio! 
Avaliando uma oportunidade 
Uma oportunidade, para se tornar um negócio viável, deve ser analisada sob vários aspectos. 
Dornelas cita, entre eles, o mercado onde está inserida a oportunidade e seus competidores, 
uma análise econômica bem detalhada do negócio, os diferenciais competitivos oferecidos, a 
equipe gerencial e os critérios pessoais. Obviamente, não podemos deixar de lado as principais 
métricas que devem ser analisadas em um negócio, ou seja, os custos, as receitas e os lucros. 
 
Bibliografia 
 
DORNELAS, José C. Empreendedorismo – Transformando Ideias em Negócios. 2.ed. Rio de 
Janeiro: Campus, 2005. 
 
FILLION, Luis J.; DOLABELA, Fernando. Boa Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura Editores 
Associados, 2000. 
 
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.http://www.sebrae.com.br 
 
 
Nota: Texto extraído do curso “Empreendedorismo” da Universidade Anhembi-Morumbi 
ministrado pelo Prof. Dr. Fabiano Marques. 
 
 
 
http://www.sebrae.com.br/

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