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pela racionalização do domínio da natureza, surge como pano de fundo sobre o qual se projetam os chamados meios de comunicação de massa. Para Thompson (1995), são seguintes as características dos meios de comunicação de massa: Produção e difusão institucionalizadas de bens simbólicos; Ruptura entre difusor e receptor, que se comunicam por mediação técnica; Acessibilidade das formas simbólicas no tempo e no espaço; Circulação pública de formas simbólicas. Segundo Thompson (1995, p. 285), a maioria das pessoas adquire conhecimento dos fatos além do nosso meio social imediato por meio de formas simbólicas mediadas pela mídia. Não é difícil lembrar de exemplos desse amplo alcance dos meios de massa. Ao ver uma novela sendo exibida na televisão, por exemplo, preenchem-se todos esses requisitos: a novela é produzida e difundida institucionalmente (por uma emissora de televisão), sem que necessariamente emissor e receptor estejam compartilhando do mesmo espaço. A novela está acessível no tempo e no espaço, caso o espectador esteja, num determinado momento e local com sua atenção voltada ao aparelho televisor. E, por fim, circula num espaço amplo, na esfera pública, onde pode, inclusive, ter seus rumos alterados por pressão do público. Hoje poderíamos incluir entre os meios de que nos fala o autor a internet, ou, para usar um termo mais adequado, as ferramentas da comunicação mediada pelo computador. As mídias digitais já demarcaram de forma definitiva sua capacidade de funcionar como uma esfera pública (de forma semelhante à proposta por Jürgen Habermas) capaz de interferir nos destinos de grupos sociais inteiros. Pode-se entender por mídia como entidades para a comunicação humana, que possuem existência material e permitem a corporificação e o trânsito de linguagens (SANTAELLA, 2003). Nos dias de hoje, as chamadas mídias digitais possibilitam o surgimento de gêneros do discurso emergentes, como o chat e fórum praticados em nosso curso. Conforme Araújo (2006), esse gênero atualiza diversas categorias de bate-papo anteriormente registrados fora do ambiente da internet. Assim, o chat é capaz de transmutar formas anteriores em um novo gênero, cuja existência depende do modo de enunciação digital. Marcuschi (2002), ao referir-se aos gêneros emergentes, especialmente aos praticados em ambiente digital, sinaliza para o fato de “novos gêneros” passarem a existir a partir de “velhas bases”. Isso indica que, em certa medida, os meios podem contribuir para o estatuto genérico de grupos de enunciados. Xavier (2002), ao refazer o percurso dos suportes da escrita, diz, apoiado em Chartier (1997), que as modificações nos formatos de texto e nos dispositivos de leitura alteram profundamente as formas de ler (XAVIER, 2002). A era da convergência de mídias Além de contribuir para o surgimento de novos gêneros, a web é a protagonista de uma revolução feita de muitos textos, imagens e sons. Diversos autores indicam que hoje nos encaminhamos para uma era de convergência das mídias. A ideia não é nova e tem sido discutida por teóricos há algumas décadas do século passado (BRIGGS & BURKE, 2005). 79