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vez mais, tanto pela negação do presente como pelo fato de que o futuro é uma abstração, que nunca se realiza! Assim, as dimensões temporais – passado, presente e futuro – são merecedoras de uma teoria e de uma prática pedagógica que as contemplem de modo saudável, percebendo e valorizando as ligações entre elas, o que só acontece quando os agentes pedagógicos problematizam a sua vida. Só assim, creio, terá sentido se falar e pensar em amanhã ... Destarte, o objetivo da interpretação deve ser a compreensão e não a explicação, uma vez que aquela, ao contrário dessa, admite a multiplicidade de visões. A narração de histórias é uma forma de permitir que cada pessoa elabore o significado do que ouve, de acordo com as suas experiências, valores e sonhos. Assim, a polissemia é o tempero permitido (e necessário) nessa prática (BRUNER, 2001, p. 92). Da mesma opinião é Doll Jr. (1997, p. 185): O modo narrativo requer interpretação. Uma boa estória, uma grande estória, encoraja, desafia o leitor a interpretar, a iniciar um diálogo com o texto. Numa boa estória existe exatamente a quantidade suficiente de indeterminância para incitar o leitor ao diálogo. (DOLL JR, 1997, p. 185) Para tanto, o aluno deverá ser capaz de • analisar e comparar informação; • produzir conhecimento e expressá-lo de modo variado; • integrar conhecimento de fontes e disciplinas variadas em narrações; • elaborar perguntas para fomentar uma pesquisa produtiva; • expor as suas ideias de maneira rigorosa, criativa e convincente. Ao professor cabe a tarefa de • fomentar essas tarefas do corpo discente; • no momento avaliativo, estar apto a aceitar uma diversidade de respostas adequadas; • entender a avaliação como um processo e não como um veredicto final. Essa diversidade cultural, porém, não é aceita pela estrutura social que privilegia a padronização, a uniformidade de valores, crenças e sonhos de consumo. Para mascarar os graves conflitos sociais, que nos alertariam para a urgência da necessidade de se lutar pela transformação das relações de produção de bens, aqui entendidas no sentido amplo, somos seduzidos por várias promessas fantasiosas ... Para Reimer (1983, p. 61-69), as sociedades modernas possuem quatro mitos – igualdade de oportunidades, liberdade, progresso e eficiência – os quais tentam impedir que se veja, respectivamente, a: Desigualdade imposta Uma vez que as “chances maiores são as de permanecer na base da escada do que chegar ao topo”; 60