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Máquinas Térmicas Atividade Complementar Estruturação e análise de ciclos térmicos Prof. José Antonio Perrella Balestieri jose.perrella@unesp.br Departamento de Energia mailto:Jose.perrella@unesp.br Objetivos desta Atividade Complementar Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho ✓ Caracterizar problemas típicos sobre ciclos térmicos na disciplina Termodinâmica ✓ Caracterizar problemas típicos sobre ciclos térmicos na disciplina Máquinas Térmicas ✓ Caracterizar estruturação de projeto conceitual a partir de classificação de tarefas ✓ Caracterizar estruturação de projeto preliminar a partir do projeto conceitual ✓ Desenvolver os conceitos de ✓ central de utilidades x unidade de processo ✓ cogeração ✓ critério de paridade (térmica e elétrica/mecânica) ✓ A partir da configuração selecionada no projeto preliminar, aplicar equações de conservação de massa e energia sobre componentes da configuração Caracterização de problemas típicos sobre ciclos térmicos em Termodinâmica Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho Pressões e temperaturas são fornecidas Rendimentos são fornecidos Uma narrativa é fornecida... Potência é fornecida Uma configuração deve ser estruturada... Os estados termodinâmicos devem ser visualizados em diagramas Moran; Shapiro. Fundamentals of Engineering Thermodynamics. West Sussex:John Wiley, 2006. 5th edition. ... a partir da narrativa fornecida! Caracterização de problemas típicos sobre ciclos térmicos em Termodinâmica Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho Uma configuração deve ser estruturada... Moran; Shapiro. Fundamentals of Engineering Thermodynamics. West Sussex:John Wiley, 2006. 5th edition. Aqueles exercícios de Termodinâmica que ninguém tenta resolver... Prof. José Antonio Perrella Balestieri Moran; Shapiro. Fundamentals of Engineering Thermodynamics. West Sussex:John Wiley, 2006. 5th edition. Todos os direitos reservados ao autor deste trabalho ... consistem exatamente nos exercícios de Máquinas Térmicas e serão os “problemas abertos” que o futuro engenheiro haverá de enfrentar em sua vida profissional Quem define a pressão entre 1,2 MPa e 34 Mpa e temperatura entre 200°C e 650°C, é você, como projetista... ... respeitando o tipo de aplicação (industrial, terciário, residencial) e as necessidades (de potência elétrica ou mecânica, de vapor saturado ou superaquecido, de água ou ar quente, ou resfriado... As mínimas informações necessárias são fornecidas... (“se vira, p#$$@!...”) Caracterização de problemas típicos sobre ciclos térmicos em Termodinâmica Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho Etapas de um projeto classificação de tarefas projeto conceitual projeto preliminar projeto detalhado especificação de informações especificação de princípio de solução especificação de configuração especificação de execução Conceitos técnicos e tecnológicos Informação dada por quem contrata o projeto Especificação e compra de equipamentos, montagem, comissionamentoPAHL, G; BEITZ, W. Engineering design: a sistematic approach. Berlin: Springer; 1996. Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho Projetar central de utilidades para uma fábrica integrada de celulose e papel que necessita de:* →11 MW de demanda de potência elétrica →6 kg/s de vapor a 1,2 MPa/240°C para Processo 1 (P1, cozimento da celulose, secadores da máquina de papel) →14 kg/s de vapor a 0,7 MPa/180°C para Processo 2 (P2, compatível com evaporação e polpação) PAHL, G; BEITZ, W. Engineering design: a sistematic approach. Berlin: Springer; 1996. Para entender um pouco mais sobre o setor de celulose e papel: (em 03/abril/2020) http://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-314/topico-407/PRODUTO%204_Vpublicacao.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7350/1/PB_DAMEC_2016_2_18.pdf http://www.eucalyptus.com.br/eucaliptos/PT19_EcoeficienciaEnerg.pdf Princípios de solução disponíveis: →Ciclo a vapor: mais usado nesse setor! ** →Ciclo a gás →Ciclo combinado gás/vapor →Ciclo motor de combustão interna →Ciclo combinado motor combustão/vapor * Dados industriais de uma fábrica integrada de celulose e papel de pequeno porte do Vale do Paraíba (não mais ativa) ** - Não iremos entrar no mérito dos tipos de equipamentos (caldeiras e turbinas), assunto do Capítulo 3. - Neste momento, é suficiente afirmar que o setor de celulose e papel tradicionalmente utiliza caldeiras de recuperação química (caldeira Tomlinson) que queimam licor preto e caldeiras de biomassa que queimam cascas e cavacos de madeira PAHL, G; BEITZ, W. Engineering design: a sistematic approach. Berlin: Springer; 1996. Caracterizar estruturação de projeto conceitual a partir de classificação de tarefas http://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-314/topico-407/PRODUTO%204_Vpublicacao.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7350/1/PB_DAMEC_2016_2_18.pdf http://www.eucalyptus.com.br/eucaliptos/PT19_EcoeficienciaEnerg.pdf Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho PAHL, G; BEITZ, W. Engineering design: a sistematic approach. Berlin: Springer; 1996. Possíveis configurações em Ciclo a vapor: a) Caso 1: gera vapor para processo P1 e expande em uma válvula para atender o processo P2 P1 P2 caso1 P1 P2 caso2 P1 P2 caso3 P1 P2 caso5caso4 P1 P2 Potência elétrica tem de ser gerada por outros equipamentos ou comprada da rede (não atende às especificações) A baixa queda entálpica entre P1 e P2 pode inviabilizar tecnicamente o projeto da turbina a vapor – o mesmo vale para o caso3 b) Caso 2: gera vapor vivo na condição de P1 com turbina de contrapressão c) Caso 3: gera vapor vivo na condição de P1 com turbina de condensação e 1 extração d) Caso 4: gera vapor vivo em pressão superior à do processo P1 com turbina de contrapressão e 1 extração e) Caso 5: gera vapor vivo em pressão superior à do processo P1 com turbina de condensação e 2 extrações → P1: 6 kg/s, 1,2 MPa/240°C → h1=2912 kJ/kg; s1=6,785 kJ/kgK → P2: 14 kg/s, 0,7 MPa/180°C → h2= 2799 kJ/kg; s1=6,788 kJ/kgK Caracterizar estruturação de projeto preliminar a partir do projeto conceitual Desenvolver o conceito de central de utilidades x unidade de processo Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho O Caso 4 (geração de vapor vivo em pressão superior à do processo P1 com TV de contrapressão e 1 extração) será assumido como a primeira configuração que deverá ser analisada para o desenvolvimento do projeto preliminar P1 P2 central de utilidades fábrica integrada de celulose e papel produtos matérias primas ✓ Observe que os processos fazem parte da estrutura produtiva (fábrica, shopping center, hospital, residência...) que necessita de formas distintas dos produtos da central de utilidades e determinadas em termos de potências, vazões, pressões, temperaturas,... PORÉM, ✓ Ao desenhar a configuração do ciclo térmico, os processos são integrados à central de utilidades para facilidade de visualização E ✓ A depender da tecnologia empregada na central de utilidades, não necessariamente se verifica que as quantidades geradas atendem integralmente às necessidades da estrutura produtiva, exigindo que um critério de prioridade (paridade) seja definido... ENTÃO... ?? 11 MW ?? 6 kg/s 0,7 MPa/180 °C ?? 14 kg/s 1,2 MPa/240 °C Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho Cogeração é ageração simultânea de duas ou mais formas de energia (em geral, uma forma elétrica ou mecânica e a outra térmica – vapor, água e/ou ar quente ou resfriado) a partir de uma mesma fonte de energia primária (combustível) P1 P2 central de utilidades fábrica integrada de celulose e papel produtos matérias primas ✓ Se for adotado o critério da paridade elétrica, a turbina a vapor deverá gerar 11 MW de potência elétrica (o que equivale a gerar 11000/0,95=11570 kW de potência mecânica no eixo da turbina a vapor, considerando rendimento do gerador elétrico de 95%) ✓ As necessidades térmicas poderão não ser satisfeitas – se faltar vazão para um ou os dois processos (déficit), alternativas devem ser providenciadas, seja por geração das mesmas em outros equipamentos ou a sua compra de terceiros (se houver esta opção); se sobrar vapor (excedente), pode ser comercializado (se houver esta opção), ou condensado, ou exaustado ao ambiente ✓ Se for adotado o critério da paridade térmica, a turbina a vapor deverá gerar 6 kg/s de vapor a 1,2 MPa/240 °C e 14 kg/s de vapor a 0,7 MPa/180 °C ✓ As necessidades elétricas poderão não ser satisfeitas – se faltar eletricidade (déficit) ela poderá ser gerada por outros equipamentos ou adquirida de terceiros (mercado atacadista de energia); se houver excedente, ela pode ser comercializada (mercado atacadista de energia) ?? 11 MW ?? 6 kg/s 1,2 MPa/240 °C ?? 14 kg/s 0,7 MPa/180 °C Desenvolver o conceito de cogeração e critérios de paridade critério de paridade A partir da configuração selecionada no projeto preliminar, aplicar equações de conservação de massa e energia sobre componentes da configuração Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho Sequência das etapas da análise: a) Identificação dos pontos principais da configuração (pontos 1 a 5 da configuração abaixo) b) Determinação das propriedades termodinâmicas dos pontos inicialmente conhecidos (pontos 4 e 5 da configuração abaixo) →Ponto 4 (P1): 6 kg/s, 1,2 MPa/240°C → h4=2912 kJ/kg; s4=6,785 kJ/kgK →Ponto 5 (P2): 14 kg/s, 0,7 MPa/180°C → h5= 2799 kJ/kg; s5=6,788 kJ/kgK c) Aplicar as equações de conservação de massa (ECM) e energia (ECE) em cada componente da configuração, A PARTIR DOS PONTOS CONHECIDOS (portanto, iniciando pela turbina a vapor) e retrocedendo até o acionador primário (no caso, a caldeira) ou além, se for o caso (no caso, até a bomba) P1 P2 1 2 3 4 5 ሶ𝑚3 = ሶ𝑚4+ ሶ𝑚5 Análise da turbina a vapor: ECM: → ECE: ሶ𝑊𝑡𝑣 = ሶ𝑚3ℎ3 − ሶ𝑚4ℎ4 − ሶ𝑚5ℎ5 Análise da caldeira: ECM: ECE: ሶ𝑚2 = ሶ𝑚3 ሶ𝑄𝑐𝑎𝑙𝑑 = ሶ(𝑚3ℎ3 − ሶ𝑚2ℎ2)𝜂𝑐𝑎𝑙𝑑 = ሶ𝑚𝑐𝑃𝐶𝐼 Análise da bomba: ECM: ECE: ሶ𝑚1 = ሶ𝑚2 ሶ𝑊𝑏 = ሶ𝑚2ℎ2 − ሶ𝑚1ℎ1 ሶ𝑚3 = 20 𝑘𝑔/𝑠 A partir da configuração selecionada no projeto preliminar, aplicar equações de conservação de massa e energia sobre componentes da configuração Prof. José Antonio Perrella BalestieriTodos os direitos reservados ao autor deste trabalho P1 P2 1 2 3 4 5 ሶ𝑚3 = ሶ𝑚4+ ሶ𝑚5 Análise da turbina a vapor: ECM: → ECE: ሶ𝑊𝑡𝑣 = ሶ𝑚3ℎ3 − ሶ𝑚4ℎ4 − ሶ𝑚5ℎ5 Análise da caldeira: ECM: ECE: ሶ𝑚2 = ሶ𝑚3 ሶ𝑄𝑐𝑎𝑙𝑑 = ሶ(𝑚3ℎ3 − ሶ𝑚2ℎ2)𝜂𝑐𝑎𝑙𝑑 = ሶ𝑚𝑐𝑃𝐶𝐼 Análise da bomba: ECM: ECE: ሶ𝑚1 = ሶ𝑚2 ሶ𝑊𝑏 = ሶ𝑚2ℎ2 − ሶ𝑚1ℎ1 ሶ𝑚3 = 20 𝑘𝑔/𝑠 A análise a seguir deve considerar os possíveis critérios de paridade: → Paridade elétrica: deve-se garantir que A análise, neste momento, parará aqui para não antecipar a discussão tecnológica dos possíveis valores que podem ser assumidos para h3 (depende de P3 e T3) – lembrando que nesta paridade não há obrigação de garantir os valores demandados de vazão dos pontos 4 e 5! → Paridade térmica: deve-se garantir que os 6 kg/s a 1,2 MPa e 240°C do processo P1 e os 14 kg/s a 0,7 MPa e 180°C do processo P2 sejam gerados e entregues. A análise, neste momento, parará aqui para não antecipar a discussão tecnológica dos possíveis valores que podem ser assumidos para h3 (depende de P3 e T3) – lembrando que nesta paridade não há obrigação em garantir a geração da potência elétrica de 11 MW necessária para a fábrica! ሶ𝑊𝑡𝑣 = ሶ𝑚3ℎ3 − ሶ𝑚4ℎ4 − ሶ𝑚5ℎ5 = 11570 (𝑘𝑊)