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Ieza Martins 5° Período- MedAfya APG 4 - MANGUITO ROTADOR E TÚNEL DO CARPO Revisar a morfofisiologia dos MMSS Compreender a etiologia, epidemiologia, FR, MC, e fisiopatologia da Síndrome do Manguito Rotador e da Síndrome do Túnel do Carpo Analisar o diagnóstico e tratamento para SDC e SMR Citar a importância da prevenção e manutenção da saúde do trabalhador MORFOFISIOLOGIA DOS MMSS Manguito rotador MÚSCULOS DO MANGUITO ROTADOR: Músculo Supraespinal Origem: Fossa supraespinal da escápula e fáscia do braço Inserção: Superfície superior do tubérculo maior do úmero Ação: Inicia a abdução do braço Inervação: Nervo supraescapular Suprimento Sanguíneo: Artéria supraescapular Músculo Infraespinal Origem: Fossa infraespinal da escápula e fáscia do braço Inserção: Superfície lateroposterior do tubérculo maior do úmero Ação: Rotação lateral do braço (com o músculo redondo menor) Inervação: Nervo supraescapular Suprimento Sanguíneo: Artéria supraescapular Músculo Redondo Menor Origem: 2/3 superiores da face posterior da margem lateral da escápula Inserção: Superfície inferior do tubérculo maior do úmero Ação: Roda lateralmente o braço Inervação: Nervo axilar Suprimento Sanguíneo: Artéria circunflexa da escápula Músculo Subescapular Origem: Fossa subescapular Inserção: Tubérculo menor do úmero Ação: Roda medialmente e aduz o braço na articulação do ombro. Auxilia na manutenção da cabeça do úmero na cavidade glenoidal Inervação: Nervos subescapulares superior e inferior Suprimento Sanguíneo: Artéria subescapular; artéria torácica lateral Ieza Martins 5° Período- MedAfya Articulações do ombro: - Esternoclavicular: - sinovial - ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior e ligamento interclaviculares - Acromioclavicular - sinovial plana - ligamentos acromioclavicular, coracoclavicular, conoide e trapezoide - Escapulocostal - Glenoumeral Ieza Martins 5° Período- MedAfya Túnel do carpo Anatomia: Limites - túnel do carpo: túnel osteofibroso inextensível definido como o espaço situado entre o retináculo dos flexores (RF), que constitui o teto, e a caneleta carpiana, o fundo. Ele é delimitado na borda ulnar pelo hâmulo do hamato, o piramidal e o pisiforme e na borda radial pelo escafoide, o trapézio e o tendão do flexor radial do carpo (FRC). A base é formada pela cápsula e os ligamentos radiocárpicos anteriores recobrem as porções subjacentes do escafoide, do semilunar, do capitato, do hamato, do trapézio e do Ieza Martins 5° Período- MedAfya trapezoide Conteúdo: - O nervo mediano é acompanhado pelos quatro tendões dos flexores superficiais dos dedos (FSD), os quatro tendões dos flexores profundos dos dedos (FPD) e o tendão flexor longo do polegar (FLP). O FLP é o elemento mais radial. - Na entrada do túnel, o nervo mediano está situado dorsalmente em relação ao palmar longo (PL) ou entre o flexor radial do carpo (FRC) e o PL. Em posição neutra do punho, o nervo mediano está em frente ao FSD do indicador, entre o FLP e o FSD do indicador ou em frente ao FSD do dedo médio. Na parte distal do túnel, o nervo mediano se divide em seis ramos: o ramo motor ou tenar, três nervos digitais palmares próprios (radial e ulnar do polegar e radial do indicador) e os nervos digitais palmares comuns do segundo e do terceiro espaços. O ramo tenar passa através de um túnel separado antes de entrar nos músculos tenares em 56% dos casos. SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR Definição: (Tratado de ortopedia) É uma síndrome dolorosa do ombro, de natureza microtraumática e degenerativa, acompanhada, ou não, pela perda de forças e caracterizada por tendinite do manguito rotador. Pode haver ruptura parcial ou total de um ou mais tendões, dependendo da fase clínica da doença. O tendão do músculo supra-espinhal é o local de início da patologia, praticamente em todos os casos. Epidemiologia: ● A maioria das rupturas do manguito é assintomática ● A etiologia exclusivamente traumática é muito menos frequente do que a forma mista, na qual existem fatores degenerativos, associados a microtraumas por esportes e atividades da vida diária. ● A popularização dos esportes que utilizam o membro superior no movimento de arremesso (vôlei, basquete, tênis, natação e peteca) tem aumentado a incidência das lesões. (Esses esportes expõem os tendões do manguito rotador, principalmente o supra-espinhal, ao microtrauma de repetição que, em indivíduos com mais de 40 anos de idade, se soma ao fenômeno da degeneração tecidual) ● Dor no ombro varia de 16 a 34 % na população em geral. ● A lesão do manguito rotador (LMR) é responsável por cerca de 70% dos quadros de dor no ombro. ● A ruptura completa está relacionada a indivíduos jovens devido a situações traumáticas. ● Nos pacientes idosos tem como etiologia a fragilidade tendinosa. ● As rupturas do manguito rotador são principalmente uma doença de pacientes de meia-idade e idosos. Ieza Martins 5° Período- MedAfya ● Esportes e ocupações que requerem atividade aérea produzem uma alta frequência de rupturas do manguito rotador. Etiologia: FASE 1 FASE 2 FASE 3 Fase 1, ocorre normalmente na faixa etária abaixo de 25 anos e tem como característica um quadro de dor aguda que se segue a esforço prolongado ou exacerbado, no esporte ou na profissão. É um quadro reversível. Ocorrem edema e hemorragia no nível da bolsa e nos tendões (Fig. 21.9). A incapacidade temporária causada pela dor pode levar a um quadro de pseudoparalisia do membro acometido . Fase 2 , observamos um processo inflamatório crônico que leva a um quadro de fibrose e espessamento da bolsa, além da tendinite (Fig. 21.10). Ocorre caracteristicamente entre os 25 e 40 anos de idade , especialmente em atletas. Os dados clínicos mais significativos são a dor crônica, após atividades com elevação do membro superior; a dor na rotação interna, como ao vestir-se ou durante a natação; e a dor noturna, especialmente no decúbito ipsilateral. Nessa fase também não há ruptura completa do manguito rotador, mas podem existir ruptura parcial, então faz o teste de neer Fase 3 (Fig. 21. 11), na qual se encontram a ruptura completa de um ou mais tendões e um quadro clínico de dor constante e perda da força de elevação do membro superior, que varia de discreta e perceptível apenas no exame dirigido à intensa e com incapacidade de elevação ativa do membro atingido contra a força da gravidade. Ocorre mais frequentemente em pacientes com mais de 40 anos de idade. A crepitação subacromial é um sinal clínico muito significativo. Contudo, o teste de Jobe, que identifica a ruptura do tendão supra-espinhal (90% dos casos), e o teste de Patte, específico para o diagnóstico de rupturas do infra-espinhal (25% dos casos), são as principais características clínicas. Ieza Martins 5° Período- MedAfya Fisiopatologia: o acrômio pode ser: ● do tipo I ou plano (32%), ● do tipo II ou curvo (42%) ● e do tipo III ou ganchoso (26%). O ângulo de inclinação do acrômio pode ser menor do que o habitual, de forma que ambos, isto é, acrômios tipos II e III e ângulos deinclinação mais agudos diminuem a luz do desfiladeiro Fatores extrínsecos : (Livro USP) MORFOLOGIA DO DESFILADEIRO DO SUPRAESPINAL ● Para realizar o movimento de elevação do braço importantíssimo na mecânica corpórea, a cabeça do úmero, juntamente dos tendões que nela se inserem e as bolsas serosas que a envolvem, deve deslizar harmonicamente sob o arco coracoacromial (acrômio e ligamento coracoacromial) e sob a articulação acromioclavicular, que formam um verdadeiro teto para o úmero ● O contorno e o diâmetro vertical do desfiladeiro dependem do formato e da inclinação do acrômio e do formato da inclinação do acrômio e do formato da superfície inferior da articulação acromioclavicular. ● Por outro lado, osteófitos presentes nas bordas inferiores da articulação acromioclavicular e na área de inserção do ligamento coracoacromial no acrômio – verdadeiras entesopatias dessas estruturas – projetando-se em direção ao desfiladeiro também concorrem para o seu estreitamento. ● O os acromiale , que é a ausência de fusão entre os núcleos de ossificação do acrômio, também pode ser causa do impacto subacromial. ● O os acromiale que provoca essa condição é o metacrômio, que tem a linha de não fusão dos núcleos de crescimento junto à articulação acromioclavicular → pode se tornar hipermóvel pela tração do músculo deltóide numa determinada fase da vida do paciente, levando ao impacto no tendão SE Ieza Martins 5° Período- MedAfya EXCESSO DE USO DO MEMBRO SUPERIOR ● O uso forçado das articulações e dos músculos costuma provocar alterações fisiológicas e estruturais que o próprio organismo tem condições de corrigir, se houver tempo e repouso suficientes. ● Várias causas são invocadas para explicar os distúrbios musculares decorrentes da sobrecarga funcional. Sejam elas lesões inflamatórias por perturbação do metabolismo do cálcio muscular, alterações por hipóxia e acúmulo de ácido lático, sobrecarga das fibras musculares do tipo I ou alteração do padrão de estimulação gama do músculo, o resultado final será perturbação da força e do sincronismo musculares e, consequentemente, falência dos mecanismos motores e estabilizadores dinâmicos do ombro ● Outro fator importante é o estiramento excessivo do MR, dos ligamentos e da cápsula articular aos esforços exagerados e prolongados, que provoca deformações plásticas irreversíveis e lesões estruturais microtraumáticas (microrroturas). ➔ É o que pode ocorrer nos ombros de esportistas de alto nível (nadadores, ginastas, tenistas e atletas arremessadores em geral) e principalmente de esportistas amadores, quase sempre menos preparados fisicamente e que costumam não respeitar suas limitações Fatores Intrínsecos Envelhecimento biológico ● O envelhecimento dos tendões é outro aspecto importante quando se estudam as roturas do MR. ● O envelhecimento provoca alterações morfológicas e bioquímicas nos tendões caracterizadas pela diminuição dos tenoblastos, adelgaçamento dos tenócitos e diminuição das organelas citoplasmáticas, além de alteração da matriz colágena, diminuição dos mucopolissacarídeos e do teor aquoso Vascularização do MR ● Rathbun e Macnab demonstraram que, quando o braço está em abdução, os vasos do tendão do SE, da parte superior do tendão do IE e da CLB estão livres e cheios de sangue, enquanto, com o braço ao lado do corpo, quando os referidos tendões, além de tracionados, ficam comprimidos contra a cabeça do úmero, há neles uma área de constante hipovascularidade. ● Essa área, centrada no SE e junto ao tubérculo maior – área crítica – mede cerca de 1 cm de largura e é justamente o local vulnerável onde acontece a degeneração tendínea, enquanto a área hipovascular do tendão da CLB abrange o seu segmento que cursa sobre a cabeça do úmero ● O conceito atual é que, apesar da etiopatogenia ser multifatorial, o principal responsável pelas roturas do MR é a degeneração tendínea (por envelhecimento biológico ou microtraumas de repetição). A causa extrínseca defendida por Neer Ieza Martins 5° Período- MedAfya seria a responsável por uma minoria dos casos. ● Vale salientar as roturas traumáticas puras que podem ocorrer sem patologia prévia do tendão. Nesses casos, é frequente a associação com a luxação traumá- tica, sendo o tendão subescapular o mais acometido Fatores de risco: (artigo) ● fatores de risco variáveis: idade, trauma, hipovascularização na inserção do músculo supraespinhoso, e outros ● fatores de risco quanto ao aspecto de trabalho: biomecânica, fatores psicossociais do trabalho ➔ Biomecânicos: flexão ou abdução do ombro por tempo prolongado; vibrações; postura estática pu com carga nos membros superiores ➔ Fatores psicossociais: estresse, longas jornadas de trabalho e período de descanso insatisfatório Manifestações clínicas: (ebook) ● Dor : ➔ É o principal sintoma localizado na região ântero-lateral do ombro e face lateral do braço e sua intensidade é variável. Ieza Martins 5° Período- MedAfya ➔ Atividades diárias dolorosas podem incluir vestir uma camisa ou escovar os cabelos. ➔ Os pacientes podem localizar a dor no deltóide lateral e geralmente descrevem dor à noite, especialmente quando deitados sobre o ombro afetado. ➔ Classicamente, as rupturas do manguito rotador estão associadas à dor intensa. ● Fraqueza ➔ Sintoma frequentemente citado de roturas do manguito rotador e em roturas grandes ou de espessura total representa uma parte integrante do diagnóstico. ➔ A fraqueza pode ser aparente em indivíduos assintomáticos. Diagnóstico: ● A doença do manguito rotador pode se desenvolver apenas como tendinite ou evoluir para a ruptura ● clinicamente, deve-se distinguir a fase evolutiva e, com o emprego adequado de testes clínicos que tiveram eficácia comprovada em estudos de laboratórios de biomedicina, identificar a integridade ou a falta dessa dos tendões com cerca de 90% de acerto diagnóstico Testes de Identificação de Tendinite (com ou sem Rupturas de Tendões) Atenção: Os testes são ditos positivos quando há a manifestação de dor, que é expressa subjetivamente pelo examinador com indicações de + a ++++, de acordo com a percepção da sua intensidade. Teste de Neer Faz-se a elevação passiva do membro acometido com extensão do cotovelo e pronação do antebraço, provocando o choque da inserção do supra-espinhal contra a borda antero-inferior do acrômio (Fig. 2 1.14). Ieza Martins 5° Período- MedAfya Teste de Hawkins O paciente apóia o membro superior acometido, com o cotovelo fletido a 90º, sobre o membro contralateral do examinador, colocado em extensão e com a mão apoiada sobre o ombro do paciente, fazendo-se rápida manobra de rotação interna, que provoca o atrito do tendão supra-espinhal contra a borda ântero-inferior do acrômio e o ligamento coracoacromial (Fig. 21.15) Teste de Yocum É feita com o paciente apoiando a mão no ombro contralateral, enquanto passivamente eleva-se o membro pelo cotovelo, provocando o atrito entre a inserção do supra-espinhal e o arco coracoacromial (borda antero-inferior do acrômio, ligamento coracoacromial e borda lateral do processo coracóide). Quandoesse teste se apresenta muito positivo e os demais causam muito menos dor, recomenda-se observar detidamente a articulação acromioclavicular, na qual provavelmente estará situado o processo inflamatório (Fig. 2 1.16). Investigação da Articulação Acromioclavicular A dor, de localização precisa à palpação da articulação acromioclavicular, é o mais evidente sinal clínico da sinovite local. Porém, uma manobra de grande valor é o chamado teste de adução cruzada, realizado com a adução forçada do braço no plano horizontal. Ao provocar-se a adução, há um atrito maior na articulação acromioclavicular, consequentemente dor (Fig. 21. 17). Ieza Martins 5° Período- MedAfya Palm-up Test ou Teste de Speed É um teste exclusivo para avaliação do tendão da cabeça longa do bíceps, feito com o membro superior em extensão, supinado, exercendo-se uma força de elevação no membro a partir da horizontal, contrária à força de abaixamento feita pelo examinador (Fig. 21. l8). A positividade é indicada pela dor, na exata correlação topográfica do tendão da cabeça longa do bíceps, através do sulco intertubercular e braço. Teste de Yergason Também específico para investigação da cabeça longa do bíceps, é feito com o cotovelo fletido em 90º, junto ao tronco e com o antebraço em pronação (Fig. 21.19). Pede-se ao paciente para tentar fazer a supinação contra resistência. A manifestação da dor no sulco intertubercular indica como no teste anterior a presença de tendinite bicameral. Ieza Martins 5° Período- MedAfya Testes de Avaliação da Integridade dos Tendões Realiza-se, comparando as respostas do lado não-acometido com aquelas do lado acometido, como na série para tendinite. A expressão gráfica se faz com + a ++++, de acordo com o grau de fraqueza muscular. Teste de Jobe Teste exclusivo para avaliação do músculo supra-espinhal; sua positividade fornece o diagnóstico da ruptura com 90% de chance de acerto (Fig. 2 l.20). É realizado com o paciente de pé, os membros superiores em abdução no plano frontal e anteflexão de 30 ° alinhando o eixo longitudinal do braço com o eixo de movimentos da articulação glenoumeral. O examinador faz uma força de abaixamento nos membros, simultânea e comparativa, enquanto o paciente tenta resistir. Um resultado falso-positivo ou duvidoso pode surgir por causa da interferência da dor. Por isso, Neer introduziu o teste anestésico, o teste de Neer, que consiste em injetar-se 8 a 10mL de lidocaína no espaço subacromial e repetir o exame. Se a manobra se tornar negativa, isso será sinal de um tendão íntegro e o teste de Jobe é negativo. Se persistir a perda de força, provavelmente essa será uma ruptura tendínea Ieza Martins 5° Período- MedAfya Teste de Patte Exclusivo para avaliação do infra-espinhal, é feito com o paciente de pé, o membro superior abduzido em 90° no plano frontal e o cotovelo fletido em 90º. Solicita ao paciente que resista à força de rotação interna feita pelo examinador (Fig. 21.2 1). A resistência diminuída no lado acometido significará provável ruptura no tendão infra-espinhal. A impossibilidade de manter-se o membro na posição do exame por causa da queda do antebraço em rotação interna (drop arm), não conseguindo vencer a força da gravidade, indica uma lesão extensa do manguito, completo do infra-espinhal. Ruptura do Tendão da Cabeça Longa do Bíceps Nem sempre a retração distal do músculo bíceps é facilmente perceptível no exame FÍsico. Por isso, procura-se detectá-la. solicitando ao paciente que faça uma força de nexão. enquanto o examinador faz a palpação no sulco intertubercular com os polegares. Pode-se, às vezes, detectar o tendão rompido (Fig. 21.22). Ieza Martins 5° Período- MedAfya Lift off Test, Teste de Retirada ou Teste de Guerber Específico para a pesquisar de ruptura do tendão subescapular, é feito com o paciente de pé e o dorso da mão localizado na região lombar, em nível de L3. Pede-se que ele afaste a mão do dorso, numa altitude de rotação interna ativa máxima. A incapacidade de realizar o gesto estará ligada a uma provável ruptura do tendão do músculo subescapular, muitas vezes associada a uma luxação do tendão da cabeça longa do bíceps (Fig. 21.23). Em pacientes com impossibilidade de realizar rotação interna máxima, esse teste é substituído por uma manobra em que o paciente se posiciona com a mão junto ao abdome e o examinador tenta afastá-la com movimento de rotação externa. Na presença de ruptura do subescapular. o paciente não conseguirá impedir o afastamento da mão ao mesmo tempo em que o cotovelo se afasta do corpo (teste de Napoleão) Exame Radiográfico: - Tem como objetivo avaliar sinais sugestivos de impacto e rotura do MR (esclerose, cistos e irregularidades no tubérculo maior; esclerose e presença de osteófito no acrômio). O formato e a espessura do acrômio, a presença de os acromiale e de artrose acromioclavicular também podem ser avaliados. Ieza Martins 5° Período- MedAfya - As incidências utilizadas são: anteroposterior verdadeira, em rotação medial e lateral, antero posterior com 30° de inclinação caudal, túnel do supra espinhal (ou outlet view, um perfil escapular com 10° de inclinação caudal) e perfil axilar Ressonância Magnética: - é o exame de escolha para avaliação de possível rotura do MR - É possível mensurar a lesão (espessura, retração, número de tendões acometidos) e obter informações sobre a qualidade dos ventres musculares do MR (presença de infiltração gordurosa). Tem como vantagem adicional avaliar possíveis lesões associadas intra-articular Ultrassonografia: - especificidade e sensibilidade comparáveis à RM, a ultrassonografia (US). Desvantagens: ser operador-dependente e não poder avaliar as patologias intra-articulares concomitantes. Vantagem: menor custo e melhor aceitação pelo paciente Tratamento: Conservador: - indicado nas roturas parciais e nas roturas completas em pacientes com baixa demanda funcional ou sem condições clínicas para realização da cirurgia. - em como objetivos combater a dor, restabelecer a amplitude de movimentos e fortalecer a musculatura estabilizadora e depressora da cabeça do úmero; consiste em: - retirada de fatores causadores de rotura - analgesia e medidas anti-inflamatórias: uso de analgésicos simples ou opióides; utilização de anti-inflamatórios não hormonais orais e hormonais por via sistêmica (intramuscular); infiltrações do espaço subacromial com corticosteróides - uso de meios fisioterápicos e acupuntura. - Restabelecimento da amplitude de movimentos articulares (exercícios passivos e ativos) - Fortalecimento do MR para restaurar o mecanismo depressor da cabeça do úmero (exercícios isométricos, isotônicos e de coordenação motora - deve ser mantido por, no mínimo, 3 meses, podendo se prolongar na dependência da melhora apresentada pelo paciente. Fase 1 da SI: - tratamento exclusivamente conservador ⇒ AINES e aplicação de gelo por 30 min de forma intercalada enquanto tiver dor - recomenda-se repouso do ombro com tipoia - Infiltrações: - para casos de dor de grande intensidade - o uso da infiltração de anestésico (lidocaína),associado a corticosteróide no espaço subacromial, com cuidado para não infiltrar o tecido do tendão - máximo de 3 x durante todo o tratamento, intervalo de 3 semanas entre as aplicações (tempo para metabolizar o corticoide) Fase 2: Ieza Martins 5° Período- MedAfya - 70% dos casos respondem bem ao tratamento conservador ⇒ AINES + fisioterapia - Os objetivos da reabilitação serão o alívio da dor, com o uso de fisioterapia antiinflamatória e analgésica (por meio de crioterapia, corrente diadinâmica ou neuroestimulação elétrica transcutânea e o fortalecimento dos músculos do manguito rotador (rotadores internos e externos) além dos adutores do ombro (que, como vimos ao tratarmos da biomecânica do ombro, também são responsáveis pelo abaixamento da cabeça umeral), diminuindo assim o atrito acromioumeral e com isso impedindo a evolução do processo inflamatório e degenerativo - Recomenda-se, em geral, um período de três a seis meses de tratamento conservador, antes de optar pela cirurgia - Tratamento cirúrgico: - se faz a regularização da borda acromial ântero-inferior, com ressecção do esporão ósseo e excesso de curvatura acromial inferior, ressecções de osteófitos acromioclaviculares e sinovectomia subacromial-subdeltóidea, obtendo-se a chamada descompressão subacromial do ombro. - Não se realiza a secção do ligamento coracoacromial por é conhecida sua importância na estabilização ascensional da cabeça umeral. Fase 3: - caracteriza-se pela ruptura completa do manguito rotador sendo necessário o tratamento cirúrgico. Aspectos para indicação: - idade: opção formal de pacientes com < 60 anos (potencial de recuperação tecidual, além dos pacientes estarem em plena atividade produtiva). Pacientes com > 70 anos indicação cirúrgica é exceção - Em qualquer faixa etária, a realização prévia de mais de três infiltrações e a existência de atrofia muscular infra e supra-espinhais (atrofia visível nas fossas supra e infra-espinhal da escápula) pioram sensivelmente o prognóstico cirúrgico. Observa-se também a tendência de as lesões serem mais extensas à medida que opaciente envelhece. SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Ieza Martins 5° Período- MedAfya Definição: “A síndrome do túnel do carpo (STC) refere-se ao complexo de sintomas e sinais causados pela compressão do nervo mediano à medida que passa pelo túnel do carpo.” Epidemiologia: ● A Síndrome do túnel do carpo (STC) é um distúrbio comum entre adultos. ● A incidência anual estimada de STC por 1000 pessoas / ano varia de 2,2 a 5,4 para mulheres e de 1,1 a 3 para homens. ● Entre as crianças, a STC é rara, embora sua incidência seja desconhecida ● Ela é mais comum no sexo feminino com uma proporção de mulheres para homens na prevalência de aproximadamente 3:1 ● Uma provável explicação possível para a predominância feminina é a questão anatômica. A área transversal do túnel do carpo costuma ser menor em mulheres do que em homens. ● A STC tem acometimento da mão dominante em 51%, bilateral em 34% e na mão não dominante em 15%. Apresenta maior incidência entre 40-60 anos. ● A literatura sugere que alguns pacientes têm uma predisposição genética para o STC. (Os pacientes com acometimento bilateral são mais propensos a ter história familiar de STC do que pacientes com doença unilateral) Ieza Martins 5° Período- MedAfya Etiologia: ● Traumática ➔ As causas traumáticas incluem fraturas e luxações que podem levar a formação de hematomas, deformidade angular, imobilizações inadequadas e consolidação viciosa. ➔ Um exemplo de fratura que pode lesionar o nervo mediano é a fratura de colles que corresponde a uma fratura do rádio distal em que o fragmento fraturado do rádio desvia-se para cima. ➔ A causa mais comum dessa fratura é a queda sobre o braço estendido. Ela é caracterizada por uma deformidade do antebraço denominada “dorso de garfo” ● Condições relacionada ao trabalho: posturais, esforços repetitivos ➔ Exposições ocupacionais a certos fatores biomecânicos que envolvem o punho, particularmente repetição, força e vibração, estão associadas ao aumento do risco de STC. Alguns fatores ocupacionais foram propostos para causar ou agravar a STC, são eles: ➢ Uso repetitivo das mãos e pulsos ➢ Uso vigoroso das mãos e pulsos ➢ Trabalhar com ferramentas vibratórias ➢ Pressão sustentada do pulso ou da palma da mão ➢ Extensão e flexão prolongadas do punho ➢ Uso das mãos em baixas temperaturas ● Condições preexistentes: obesidade, diabetes, AR, hipotireoidismo, osteoartrite de mão, acromegalia. ➔ A frequência da STC é aumentada em relação à população geral em pacientes com diabetes, artrite reumatoide e outras doenças do tecido conjuntivo, osteoartrite de mão, gravidez e doença da tireoide. ➔ Em mulheres grávidas o acúmulo de líquidos é o provável mecanismo. Nos pacientes com acromegalia a STC é justificada pelo aumento de tecidos moles (edema sinovial e hiperplasia do tendão). Ieza Martins 5° Período- MedAfya ● Infecciosa ➔ Causas infecciosas também podem levar a STC pela formação de abscesso local com compressão do nervo mediano. ● Idiopática ➔ Quando nenhuma causa pode ser encontrada para justificar uma síndrome do túnel do carpo, chamamos ela de idiopática. Fatores de risco: A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) identificou alguns fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo. ● Sexo feminino: As mulheres têm uma maior incidência de síndrome do túnel do carpo do que os homens. ( A área transversal do túnel do carpo costuma ser menor em mulheres do que em homens ) ● Idade: A incidência da síndrome do túnel do carpo aumenta com a idade. A condição é mais comum em pessoas entre 40 e 60 anos. ● Predisposição genética: Alguns estudos sugerem que pode haver uma predisposição genética para o desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo. ● Obesidade: O excesso de peso ou a obesidade estão associados a um maior risco de desenvolver a condição. ● Gravidez: A síndrome do túnel do carpo é mais comum durante a gravidez, provavelmente devido a alterações hormonais e retenção de líquidos. ● Doenças associadas: Algumas condições médicas, como diabetes, hipotireoidismo, artrite reumatóide e doenças renais, podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome do túnel do carpo. ● Atividades profissionais: Certas ocupações que envolvem movimentos repetitivos das mãos e pulsos, vibração constante, trabalho manual pesado ou posturas inadequadas podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome do túnel do carpo. Manifestações clínicas: ● A característica marcante da STC clássica é a dor ou parestesia no território do nervo mediano, com envolvimento dos três primeiros quirodáctilos e da metade radial do quarto quirodáctilo, sendo que o dedo médio é comumente o primeiro a ser envolvido ● Os sintomas da STC são tipicamente piores à noite e muitas vezes despertam os pacientes do sono. Alguns pacientes reagem a esses sintomas agitando Ieza Martins 5° Período- MedAfya ou torcendo as mãos, ou colocando-as em água corrente quente. ● A dor e a parestesia podem estar localizadas no pulso ou envolvera mão inteira. Não é incomum os sintomas sensoriais irradiarem para o antebraço, e menos frequentemente irradiar acima do cotovelo para o ombro, mas o pescoço não é afetado. ● O curso clínico da STC pode seguir um padrão alternado com períodos de remissão e exacerbação. ● Nos casos mais graves de STC, o envolvimento motor leva a queixas de fraqueza ou falta de jeito ao usar as mãos, como dificuldade em segurar objetos, girar chaves ou maçanetas, abotoar roupas ou abrir as tampas das jarras. ● Os sinais clínicos podem incluir fraqueza na abdução e oposição do polegar e atrofia da eminência tenar. Alterações da sudorese e da temperatura da mão no território do nervo mediano também podem ser encontradas. ● Os sintomas da STC são frequentemente provocados por atividades que envolvem flexão ou extensão do punho, ou elevação dos braços, como dirigir, ler, digitar e segurar o telefone. ● O acometimento motor, representado pela atrofia tenar é, em geral, um achado tardio na evolução da síndrome do túnel do carpo e normalmente apresenta doença avançada Fisiopatologia: ● A fisiopatologia da STC é multifatorial. ● O aumento da pressão no canal do carpo desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da STC clínica ● Em modelos experimentais, pressões a partir de 20 a 30 mmHg já causam prejuízo na microcirculação neural; e com 80 a 120 mmHg há sua interrupção. ● Os distúrbios na microcirculação causam um aumento na permeabilidade dos vasos epineurais e endoneurais, levando a edema, com aumento da pressão intrafascicular. ● Além disso, com pressões de 30 mmHg já passa a ocorrer desmielinização, decorrente de necrose e apoptose das células de Schwann. ● Embora a etiologia precise do aumento da pressão do túnel do carpo na STC seja incerta, evidências experimentais sugerem que a compressão anatômica e/ou a inflamação são possíveis mecanismos. ● O aumento da pressão no túnel do carpo pode ferir o nervo diretamente, prejudicar o transporte axonal ou comprimir os vasos no perineuro e causar isquemia do nervo mediano. Ieza Martins 5° Período- MedAfya ● No túnel do carpo passam nove tendões flexores, qualquer um dos quais pode ficar inflamado ou espessado e acabar comprimindo o nervo mediano. ● Outras causas possíveis de compressão incluem espaço anatômico congenitamente pequeno, lesões em massa, como cisto, neoplasia ou artéria mediana persistente, e edema ou condições inflamatórias resultantes de doenças sistêmicas, como a artrite reumatoide. Diagnóstico: ● A síndrome do túnel do carpo (STC) possui diagnóstico clínico com história (os mais importantes são dor noturna ou parestesia na distribuição do nervo mediano) e exame físico típicos de STC. Inspeção ● Na inspeção pode ser identificada a hipotrofia ou atrofia da eminência tenar que aparece em casos mais avançados. Os pacientes podem chegar relatando que perderam a “gordurinha” da mão. É importante informar aos pacientes que essa atrofia já estabelecida se mantém mesmo que haja melhora da síndrome compressiva com o tratamento. Teste de sensibilidade e motricidade ● Déficits sensoriais e motores podem estar presentes nas regiões da mão inervadas pelo nervo mediano, mas sua ausência não exclui o diagnóstico de STC. A sensação deve ser testada em todas as regiões da mão, antebraço e parte superior do braço. ● Os déficits sensoriais geralmente ocorrem tardiamente no curso da STC, e envolvem os dedos medianos inervados, mas poupam a eminência tenar ● A fraqueza muscular pode ocorrer na STC avançada e é limitada aos músculos da eminência tenar. Isso se manifesta principalmente como fraqueza na abdução e na oposição do polegar Testes irritativos para o nervo mediano ● Teste de Phalen – Consiste em manter os punhos na flexão máxima durante 1 minuto. A posição fletida do punho comprime ainda mais o nervo mediano já comprimido na posição neutra, no caso de STC. É positivo quando a sensação de formigamento ou dormência é relatada no território do nervo mediano e com mais frequência no dedo médio Ieza Martins 5° Período- MedAfya ➔ O teste de Phalen invertido tem o mesmo objetivo, porém com os punhos em extensão máxima, na “posição de oração”, com as palmas das mãos juntas na frente do corpo ● Teste ou sinal de Tinel – Consiste na percussão leve sobre o punho, na localização do nervo mediano. O resultado positivo é encontrado quando essa percussão transmite uma sensação de parestesia na região de distribuição do nervo mediano. A percussão de um nervo em local de compressão, onde há desmielinização ou axônios em regeneração, desencadeia a sensação desagradável de choque ● Teste de Durkan - Em 1991, Durkan propôs um novo teste no qual o examinador pressiona com os 2 polegares a região do carpo por 30 segundos (figura 12). É considerado positivo se os sintomas comuns da STC se apresentarem ao longo do trajeto no nervo mediano. Exames complementares ● Eletroneuromiografia (ENMG): ➔ Pode ser usada em casos duvidosos, nos quais a clínica e o exame físico não chegaram ao diagnóstico de STC, porém a suspeita se mantém ➔ Este é um exame útil para avaliar a gravidade da compressão nervosa e auxiliar nas decisões relacionadas à intervenção cirúrgica. ➔ Além disso é um exame auxiliar na busca de diagnóstico diferencial ● Radiografia na incidência tunell view ➔ A radiografia representa valor diagnóstico limitado na STC. ➔ Pode ser usada na avaliação de partes ósseas para avaliar o formato, conformidade do túnel do carpo, presença de estenose óssea do carpo, ou até mesmo de calcificações de partes moles. ➔ Existe uma incidência do túnel do carpo, chamada de tunell view, que facilita a visualização dessa estrutura. Nesses casos, a mão do paciente fica na posição mostrada na figura 14, e o raio entra de forma perpendicular a 15 graus. Ieza Martins 5° Período- MedAfya Outros exames de imagem ● Ultrassonografia: em pacientes com STC mostra uma área transversal significativamente aumentada do nervo mediano. Os pontos de corte da área transversal ideais para o diagnóstico, bem como a sensibilidade e especificidade desta técnica, variaram entre os estudos ● Ressonância magnética (RM): pode detectar anormalidades do nervo mediano, tendões flexores, estruturas vasculares e ligamento transverso do carpo. No entanto, a utilidade diagnóstica da ressonância magnética para STC permanece incerta. Assim, a RM é reservada para casos incomuns no intuito principal de descartar uma lesão em massa. ● Exames laboratoriais; Exames laboratoriais podem ser solicitados quando a suspeita estiver atrelada a alterações metabólicas e/ ou hormonais. Então, por exemplo, se houver suspeita de tireoidopatias podem ser solicitados TSH e T4 livre. Outros exames que podem ser solicitados são: VHS (que pode estar aumentado em pacientes com artrite reumatoide), glicemia (para avaliar se o paciente é diabético), ácido úrico e outros, conforme a suspeita do caso Tratamento: Tratamento conservador O tratamento conservador é reservado para pacientes com casos mais leves, nos quais não há atrofia tenarnem comprometimento da sensibilidade, e nos quais os sintomas da STC não interfiram nas atividades de vida diária. Algumas opções para esses pacientes são uso de órteses, injeção de glicocorticóides, uso de corticoide oral e técnicas de fisioterapia. ● Órteses: A pressão no túnel do carpo aumenta com a extensão e a flexão do punho, portanto, a utilização de uma tala ou braçadeira que mantém o pulso em uma posição neutra pode diminuir a pressão no túnel do carpo. O uso da tala noturna proporciona melhora dos sintomas da STC e da função da mão, havendo melhora significativa relatada pelos pacientes, quando avaliados por um período de até quatro semanas de seguimento e comparados a um grupo de pacientes controles (não tratados). O uso da tala continuamente proporciona melhora semelhante ao uso da tala somente no período noturno, quando avaliada a melhora dos sintomas e da função da mão com até seis semanas de tratamento. A duração do tratamento é de três semanas a três meses. A órtese pode ser associada com a infiltração, caso não se obtenha melhora apenas com a tala. ● A injeção de glicocorticóides na região do canal do carpo destina-se a reduzir a inflamação do tecido. O alívio é observado após alguns dias ou até duas ou três semanas após a aplicação. A injeção local de corticosteróides tem uma eficácia significativamente melhor do que a injeção de placebo em um mês, tendo eficácia mais prolongada do que a corticoterapia via oral em dois a três meses. Embora não haja um consenso claro, sugere-se limitar a frequência de injeções de glicocorticóides para STC a não mais de uma vez a cada seis meses por pulso, e não é recomendada a realização de mais de 3 aplicações. Para Ieza Martins 5° Período- MedAfya pacientes que apresentam sintomas recorrentes após duas injeções, é indicado que lance mão de outros tratamentos não cirúrgicos (se ainda não foram experimentados) ou avaliação cirúrgica. As injeções podem ser muito úteis, no entanto, esta terapia está associada a vários riscos, incluindo exacerbação da compressão do nervo mediano, injeção acidental no nervo mediano ou ulnar e ruptura digital do tendão flexor. A injeção é feita com metilprednisolona na dose de 20 a 40 mg. ● Os glicocorticóides orais parecem ser eficazes para a melhora a curto prazo dos sintomas da STC. Estudos mostram melhora significativa dos sintomas com o uso de 2 a 4 semanas. Para pacientes que recusam a terapia de injeção, pode-se fazer uso de glicocorticoides orais (por exemplo, prednisona 20 mg diariamente por 10 a 14 dias). O tratamento com glicocorticoide por via oral não deve se estender além de quatro semanas por causa dos efeitos colaterais deletérios da terapia prolongada com glicocorticoide. ● Fisioterapia: Algumas técnicas podem ser usadas para alívio dos sintomas. A mobilização óssea do carpo é uma técnica que envolve o movimento dos ossos e articulações do punho. Foi descoberto que a mobilização do osso do carpo melhorou significativamente os sintomas de STC após três semanas, em comparação com nenhum tratamento. Tratamento cirúrgico Indicações O tratamento cirúrgico está reservado para falhas do tratamento conservador e para os casos mais graves em que há perda sensorial, fraqueza ou sintomas incapacitantes. É importante lembrar que todos os pacientes com indicação cirúrgica devem realizar uma eletroneuromiografia para determinar a gravidade da lesão nervosa. A cirurgia consiste na descompressão do túnel do carpo realizada por meio da secção do ligamento transverso do carpo, também chamado de retináculo dos flexores. Três técnicas são atualmente usadas para sua realização: ● Procedimento aberto (tradicional); ➔ A abordagem aberta é a mais antiga e fornece uma visão completa da anatomia e de possíveis anomalias, diminuindo o risco de lesões em estruturas críticas. Essa abordagem também permite a exploração do canal do carpo para, por exemplo, procurar por massas. ➔ Uma variedade de incisões longitudinais pode ser empregada, porém na mais comumente usada, a incisão começa bem proximal à linha cardinal de Kaplan, que é desenhada do ápice da dobra interdigital entre o polegar e o dedo indicador, em direção ao lado ulnar da mão, paralelamente à dobra média da mão. Ieza Martins 5° Período- MedAfya ➔ a incisão de 3-4 cm se estende da prega de flexão do punho, no prolongamento da borda radial do quarto dedo, à linha cardinal de Kaplan ● Minimamente invasivo: técnica conhecida como mini-open; ➔ Na técnica mini-open, a incisão realizada é bem menor que na técnica aberta, podendo variar de 1 a 1,5 cm ➔ O ligamento transverso do carpo também é acessado e seccionado com liberação do espaço do carpo e descompressão do nervo mediano. ● Técnicas endoscópicas. ➔ Na técnica endoscópica a incisão é feita proximal à prega de flexão do punho para introdução do endoscópio. ➔ Se a visualização é imperfeita ou a introdução do instrumento é difícil, o ato deve ser convertido à cirurgia aberta. ➔ O paciente deve ser informado sobre a possibilidade de conversão antes do início do procedimento. ➔ Nessa técnica há preservação da fáscia palmar, gordura subcutânea e pele, portanto, essa técnica pode resultar em menos sensibilidade da cicatriz e em um retorno mais precoce ao trabalho, em comparação com a técnica aberta. IMPORTÂNCIA DA SAÚDE DO TRABALHADOR Ieza Martins 5° Período- MedAfya