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Tumores do trato genitourinario 1 🎈 Tumores do trato genitourinario Qual a epidemiologia do câncer de bexiga ? Tumor urotelial → nasce do epitélio urotelial, se for por exemplo do ureter vai ser tratado como cancer de bexiga. Neoplasia mais frequente do sistema urinário. 3x mais homem / mulher Idosos mediana de 70 anos → pacientes que tem muitas comorbidades o que dificulta o tto. Quais os fatores de risco do câncer de bexiga? tabagismo ⇒ aumenta 26x o risco de incidência 70% dos casos e o risco se mantem mesmo apos cessar o tabagismo. Ambientais ⇒ amigas aromáticas, hidrocarbonetos, solventes, formaldeído, ciclofosfamida. Pintores, cabeleireiros, refinarias de petróleo. Doenças urinarias → cálculos, cistite crônica, pós-radioterapia Histórico familiar → aumento do risco em 50100% em familiares de primeiro grau. Qual a patologia do câncer de bexiga? Carcinoma urotelial (células transicionais) 90% cânceres de bexiga → variação entre países 99% América, Europa e Austrália África 50% Variantes CEC, adenocarcinomas, pequenas células, neuroendócrino. Metastaticos → cólon, reto, útero e próstata. Tumores do trato genitourinario 2 Qual a apresentação clinica do câncer de bexiga? hematúria assintomática, em geral macroscópica Sintomas urinários irritativos Sintomas de doença metastatica → raro 40 anos e com hematuria → sempre investigar. Como é feito o dx de câncer de bexiga ? Cistoscopia / citologia urinaria / biópsia RTU de tumores visíveis ou biopsias Aleatoriamente quando citologia positiva, porem tumor não visualizado. Imagem de trato urinário superior → sempre descartar segundo primário, pois o tumor pode surgir em outros locais Estadiamento → exame bianual, RTU, TC tórax+ TC/RNM de abdome e pelve (preferência pre-RTU 2030% FN em LN. CO em doença de alto risco/sintomas / FA elevada PETC em casos selecionados 2047% de deteção de doença a distancia. Estadiamento do câncer de bexiga? 70% não invasivos / não letais → geralmente tratamos so com RTU e as vezes vai fazer quimio ou BCG intravascular pra evitar recidiva pois quase 70% dos tumores acabam recidivando . 70% superficiais / recorrentes 1015% invasivo / metastático Tumores do trato genitourinario 3 Como é estratificado o câncer de bexiga? Risco baixo → instalação única QT e observação. BCG gera uma reação inflamatória no epitélio e faz uma descamação , evitando recidiva, repete a cistoscopia com frequência. Tumores do trato genitourinario 4 Qual o tratamento do câncer de bexiga com doença músculo-invasiva ? 2040% dos pacientes se apresentam com doença musculoinvasiva ou PD pos tto/doença superficial tto. Cirúrgico → cistectomia - bexiga/ próstata/ vesículas seminais e uretra proximal OU bexiga/ uretra/ SOB, porção anterior da parede vaginal LNs pélvicos bilaterais. EC II A IV T24 E OU N E M0 QT NEO, CG X 4 CICLOS OU MVAC DD X 34 CICLOS OU PCG X 4 CICLOS CISTECTOMIA RADIAL COM LINFADENECTOMIA ESTENDIDA. Como é a preservação da bexiga no tto de câncer ? RTU/QT concomitante a RT 1/3 acabam necessitando de cistectomia (doença residual ou recorrente ) Indicação → doença invasiva T2T4a Função renal e bexiga boa QT Sem hidronefrose ou divertículos Morbidade RT bexiga/ esfíncter anal/ cólon Tumores do trato genitourinario 5 Fatores prognósticos → estadiamento, resposta ao tto, RTU completa. Qual o tto da doença metastático do câncer de bexiga? 1 linha elegível a platina (nefrotóxica) → quimio associada ou não a imunoterapia. Imunoterapia isolada não tem uma resposta tão boa quanto a associada a quimioterapia. Ainda e um dos tumores que apresentam dificuldade no tto da doença metastática. Quais as características do câncer de rim? Temos os benignos → oncocitoma, adenoma papilifero, angiomiolipoma. Malignos → carcinoma de células renais (hpernefroma, adenocarcinoma do rim), carcinoma de cels transicionais (urotelio → tratados como tumor de bexiga), linfoma, sarcoma, carcinoma medular. Carcinoma de células renais → mais comum é o de células claras Carcinoma de células renais características? Todos se originam do epitélio tubular renal, corresponde a 8085% das neoplasias de rim, 24% de aumento de incidência a cada ano. Qual a epidemiologia do câncer renal? Mais comum em homens 21 grande parte assintomáticos no primeiro momento Maior incidência entre 5070 anos Maioria esporádico → não te haver com as síndromes hereditárias. Maior incidência em países escandinavos, América do Norte e países desenvolvidos. Quais os fatores de risco do câncer renal? Tabagismo → cerca de 1/4 dos casos, aumenta 2x risco de incidência. Ambientais → cádmio, petróleo, fenacetina, asbestos, processamento de couro. Tumores do trato genitourinario 6 Hormonais DES Obesidade, HAS, doença renal policística, dialise, DRC. Quais as síndromes hereditárias relacionais ao câncer de rim? Carcinoma de células renais → síndrome de von Hippel-lindau. Cromossomo VHL. Carcinoma de células renais.tumores muitas vezes que são indolentes. Síndrome hereditária do carcinoma papilifero → múltiplos tumores papiliferos com bom prognostico na maioria das vezes. Mutação da fumarato hidratase predispõem a formação de carcinoma papilifero tipo 2 investigar mutação e investigar a família. Mutação do BHD geralmente tem múltiplos cistos pulmonares, paciente que faz pneumotórax espontâneo. Como é o estadiamento do câncer de rim? IV já apresenta metástase a distância. Qual o tratamento adjuvante do câncer de rim? Geralmente não faz biópsia de massas renais. Tumores do trato genitourinario 7 Sobrevida global em 5 anos de 53% Doença localmente avançada dx em 16% dos casos 40% apresentavam recidiva a distancia após nefrectomia Tentativa de reduzir o risco de recidiva. Paciente de risco muito alto vão recorrer cerca de 90%. → tumor que nunca respondeu a quimio pois é muito imunogênico, tumor de prognostico ruim, mudou ano passada onde se faz imunoterapia durante um ano que reduz 80% risco de recidiva do paciente em risco intermediário e alto. Como é a biologia do câncer de rim? Proteína de VHL quando não funcionante → pela mutação leva a neoangiogenese, estimulacao do crescimento autocríno, e interfere no transporte de glicose. Não se faz quimio no cancer de rim. Como é o tto de câncer de rim em doença metastática ? Metástase a distância. Estratificar em favorável, intermediário e alto → importante saber pois o prognostico muda. Imunoterapia isolada ou associada. CCR risco baixo → observação vigilante CCR risco intermediário/alto Câncer de testículo características? Neoplasia maligna sólida mais comum em homens jovens 1535 anos) 1% de todos os tipos de câncer nos homens. Quais os fatores de risco do câncer de testículo? Hx familiar de Ca testículo ou Hx previa de infertilidade Criptorquidia, testículo atrófico/hipotrofico, Sd disgeneticas, hipospádias. Na infância, é importante o exame do pediatra pra verificar se ocorreu normalmente a descida dos testículos para a bolsa escrotal. Tumores do trato genitourinario 8 quais as características das 2 categorias de câncer de testículo? 2 categorias amplas relação de 11 seminoma não-seminoma → carcinoma embrionário, tumor de seio endodérmico, saco vitelino, coriocarcinoma e teratoma seminomas → distribuição por estádio, diagnosticado na maioria das vezes de forma mais inicial. estádio I 80% e estádio clínico II 15% ambos tem bom prognóstico. quais as características dos não-seminomas? vão elevar os marcadores tumorais. AFP ELEVADA 5070% DOS CASOS HCG elevado 4060% dos casos AFP Meia vida de 57 dias HCG meia vida de 36 horas importante no seguimento após orquiectomia quais as características dos seminomas? em geral não tem elevação dos marcadores tumorais, HCG 1520% dos casos elevado. seminoma não produz AFP. pode elevar o DHL. estadiamento do seminoma? Ia T1 N0 M0 tumor limitado aotestículo e epidídimo, sem ILV, pode invadir a túnica albugínea mas não a vaginal. Ib T2T4 N0 MO T2 presença de invasão ou envolvimento da túnica vaginal T3 Invasão de cordão espermático T4 invasão de escroto quais as opções de tratamento pro seminoma pós-orquiectomia? Tumores do trato genitourinario 9 observação vigilante → seguimento apenas 20% de recorrência em 5 anos, mas tem bom prognóstico e taxas de sobrevida livre da doença em longo prazo próximas de 100%. não faz biópsia ultrassom pra confirmar RT adjuvante pro retroperitônio QT adjuvante com carboblatina por 1 a 2 ciclos. o que ocorre com o paciente em estádio clínico 2 de câncer de testículo com acometimento de linfonodos retroperitoneais ? de maneira geral, estádio IIB e IIC, III vão realizar quimioterapia como tratamento. no IIA ainda temos a opção de tratar com radioterapia. Sempre individualizar a situação do paciente. como funciona as categorias de risco dos seminomas? não existe seminoma de alto risco; risco intermediário → metástases pulmonares risco não definido pelo valor de marcadores quimioterapia ⇒ nesses casos → risco baixo e intermediário quais os tratamentos dos não seminomas? � linfadenectomia retroperitoneal � quimioterapia adjuvante � observação vigilante � dependendo de 2 critérios anatomopatológicos → invasão vascular e quantidade de carcinoma embrionário paciente tem mais risco de recorrência. na recorrência dos tumores de testículos se faz mais ciclos de quimioterapia. qual tratamento dos não seminomas em estádio clínico 2? vamos fazer quimioterapia, se por exemplo já tiver acometimento dos linfonodos retroperitoneais, principalmente se marcadores positivos. grande Tumores do trato genitourinario 10 problema é se tivermos teratoma pois eles não respondem a quimioterapia e não elevam o marcador. se der marcador negativo podemos fazer uma secção de linfonodos → linfadenectomia ou acompanhar durante 6 semanas. teratoma não brilha no PET. O que fazer em doença avançada nos testículos ? estratificamos em risco baixo, intermediário ou alto. depende dos níveis dos marcadores tumorais, analisar local da metástase e a partir disso definimos como proceder com a quimioterapia. não seminoma → estádio I podemos fazer tratamento adjuvante baseado nos fatores de risco : invasão de linfonodos e predomínio de carcinoma embrionário. estádio IIa se marcadores negativos Linfadenectomia ou quimio, se marcadores + quimioterapia. tipo 3 dos câncer de testículo não seminoma fazemos quimioterapia. tumores não seminomas podem ter a origem primária no mediastino e não necessariamente no testículo. como é a epidemiologia e rastreamento do câncer de próstata? mortalidade não caiu na mesma frequência do dx. tumor mais frequente em homens. como é o rastreamento e prevenção no câncer de próstata? toque retal PSA Início aos 55 anos de idade sem outros fatores de risco, avaliar até os 70 anos, individualizar após os 70 anos. negro, hx familiar → iniciar entre 45/50 anos errado → rastreando idosos, indicando biópsias, tto desnecessários, tto agressivo em doença de baixo risco. como funciona a patologia do câncer de próstata? temos o escore de gleason que vai de 1 a 5 do mais diferenciado pro menos diferenciado. temos uma média sempre o número da frente vale mais. mas temos uma nova classificação atualmente ISUP. Tumores do trato genitourinario 11 Grau 1 escore de gleason 6 grau 2 34 7 grau 3 43 7 grau 4 escore 8 grau 5 910 Como realizamos o estadiamento do câncer de próstata? avaliação clínica → exame digital retal PSA imagem US, RNM, TC, CINTILOGRAFIA ÓSSEA, PETTc RECOMENDA RNM antes da biópsia. biópsia de lesões suspeitas cirúrgico → exame da peça operatória. como são os grupos de risco do câncer de próstata? No baixo é E nos outros OU, baseado nisso vamos ver se precisa de exame de imagem ou não. como funciona o estadiamento do câncer de próstata? Tumores do trato genitourinario 12 tu localizado risco baixo → como regra não fazemos nada de exame de imagem. risco intermediário → avaliamos a região locorregional RNM e toracoabdominal TC e cintilografia óssea risco alto Idem, PETCT em casos selecionados. como é o tto do câncer de próstata? nos localizados se risco baixo em geral vigilância ativa semestral , braquiterapia, prostatectomia radical e RT externa.