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Instalação de caixa de gordura pré-fabricada de ABS Os recursos de transformação de águas usadas ou brutas em água potável são lentos, frágeis, limitados e cada vez mais onerosos. Sendo assim, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e economia, para assegurar a sustentabilidade desse recurso. A água não é uma doação gratuita da natureza, tem um valor econômico: algumas vezes a água é rara e dispendiosa, e pode escassear em qualquer região do mundo. Por isso a gestão da água impõe um equilíbrio entre a sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. A sua utilização implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou sociedade que a utiliza. Questão que não deve ser ignorada nem pelo cidadão nem pelo Estado. Algumas soluções são encontradas para a preservação desse precioso líquido e que já constam em leis. Entre elas temos a caixa de gordura. Caixa de gordura Ela possibilita a retenção e posterior remoção de gorduras evitando sua entrada na rede coletora e conseqüente incrustações nas paredes da tubulação, estrangulando a seção de escoamento. Em uso residencial, é obrigatória a instalação da caixa de gordura sifonada para água servida das pias e pisos de copas e cozinhas em mais de três mil municípios brasileiros. Essa caixa retém a gordura e, também, pela sua ação de sifonagem, evita o mau cheiro e a entrada de baratas e ratos na casa. No uso corporativo (hospitais, restaurantes, indústrias) a sua obrigatoriedade abrange todo o território nacional. A caixa de gordura pode ser construída com tijolos maciços queimados, rejuntados e revestidos. As caixas de gordura pré-fabricadas ou pré-moldadas podem ser construídas em concreto armado, argamassa armada, plástico ABS, fibra de vidro, cerâmica, placas de PVC, polietileno, polipropileno ou outro material comprovadamente resistente à corrosão provocada pelos esgotos. As caixas de gordura pré-moldadas em concreto apresentam o inconveniente de não se adaptarem aos tubos em PVC, provocando trincas com o passar do tempo e posterior infiltrações. Já as fabricadas em plásticos de engenharia Página 1 de 5Revista Téchne 31/08/2011http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/134/imprime89325.asp (ABS, PVC) ou, mesmo, em fibra de vidro, permitem a conexão através de anel de PVC flexível. Tipos de caixa de gordura De acordo com a NBR 8160/99, as caixas de gordura podem ser: >> Pequena ou simples, para a coleta de apenas uma cozinha; Nesse caso existem caixas pré-fabricadas, em diversos materiais, tornando o trabalho mais rápido e econômico, como o passo a passo descrito e ilustrado na pág. 80. >> Simples ou dupla, para a coleta de duas cozinhas; >> Dupla, para coleta de até 12 cozinhas; Para essas duas modalidades também existem soluções prontas. >> Especial, para a coleta de mais de 12 cozinhas, ou, ainda, para cozinhas de restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, clubes etc. Nesse caso, requer projeto específico, caso a caso, por especialistas em hidráulica – consultar normas da empresa de saneamento do município em que se encontra a obra. Dimensões De acordo com a NBR 8160/99, as dimensões das caixas de gordura referidas são: a) CGP – caixa de gordura pequena, cilíndrica e com as seguintes dimensões mínimas: diâmetro interno igual a 0,30 m; parte submersa do septo igual a 0,20 m; capacidade de retenção de 18 l e diâmetro nominal da tubulação de saída igual a 75 mm; Página 2 de 5Revista Téchne 31/08/2011http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/134/imprime89325.asp b) CGS – caixa de gordura simples, cilíndrica e com as seguintes dimensões mínimas: diâmetro interno igual a 0,40 m; parte submersa do septo igual a 0,20 m; capacidade de retenção de 31 l; e diâmetro nominal da tubulação de saída igual a 100 mm; c) CGD – caixa de gordura dupla, cilíndrica e com as seguintes dimensões mínimas: diâmetro interno igual a 0,60 m; parte submersa do septo igual a 0,35 m; capacidade de retenção de 120 l e diâmetro nominal da tubulação de saída igual a 100 mm; d) CGE – caixa de gordura especial, prismática (retangular ou cilíndrica) e com as seguintes dimensões: distância mínima entre o septo e a saída = 0,20 m; o volume da câmara de retenção de gordura obtida pela fórmula [V = (2 x N) + 20], onde N é o número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura no turno em que existe maior fluxo, e V é o volume em litros; altura molhada = 0,60 m; parte submersa do septo = 0,40 m e diâmetro nominal mínimo da tubulação de saída = 100 mm. Dimensionamento de caixa de gordura do tipo especial Exemplo: para uma cozinha que serve aproximadamente 150 refeições diárias, o volume da caixa de gordura deverá ser calculado da seguinte maneira: Número de refeições diárias – N = 150 refeições/dia Volume: V = (2 x N) + 20 V = (2 x 150) + 20 V = 320 l Esse é o valor mínimo, no entanto a maioria das empresas de saneamento adota a tabela acima. Cuidados com a manutenção Caixa de gordura doméstica Ao ser utilizada a rede de esgoto das pias de cozinha, e após o reservatório da caixa estar completo, a gordura e/ou óleo, por serem mais leves que a água, estarão na parte superior (superfície da água) da caixa. Dessa maneira, pressionarão a água, fazendo com que esta escoe sem resíduos pelo septo (sifão), colocado no reservatório adequadamente. A gordura e/ou óleo deverão ser removidos periodicamente – recomenda-se entre 15 e 30 dias, no máximo – pela tampa de inspeção da caixa e descartadas no lixo (saco plástico), evitando que os componentes provenientes da limpeza da caixa escoem livremente pela rede, ocasionando sua obstrução. Caixa de gordura até 12 cozinhas De forma análoga, no entanto, a limpeza deve ser semanal. Dependendo da utilização, a freqüência é a cada dois dias. Caixa de gordura especial Recomendamos a sua limpeza por empresas especializadas em desentupimento e drenagens de fossas sépticas. Caixa de gordura de ABS Página 3 de 5Revista Téchne 31/08/2011http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/134/imprime89325.asp Material ABS; • Entrada e saída DN 100 (4' ou 100 mm); • Estanqueidade garantida por anéis de PVC flexíveis; • Volume de retenção de 18 l (exigido pela norma NBR 8160), atendendo a uma pia de cozinha residencial. • Instruções de montagem 1) Medição da altura total da caixa e verificação da profundidade final de instalação (considerar o piso acabado), conferindo se haverá necessidade de adquirir prolongadores. Atenção: a profundidade final das caixas deve ser limitada a, no máximo, 1 m (de acordo com a norma NBR 8160), para garantia de resistência e acesso para limpeza. 2) Preparação da base para o assentamento: escavação do solo e lançamento de uma camada de areia (ou solo granulado sem elementos pontiagudos) no fundo da vala. Compactação firme da camada de areia para o assentamento da base da caixa. Para facilitar a compactação da camada de base, molhar a areia. Se o nível do lençol de água for muito elevado, drenar o local antes da instalação. 3) Assentamento da base da caixa no fundo da vala, previamente preparada e nivelada, usando um nível de bolha. 4) Ligar os tubos na caixa – seguir recomendações para a execução de juntas elásticas e instalação de esgoto. 5) Montar o anel na caixa, evitando torções; aplicar pasta lubrificante. Página 4 de 5Revista Téchne 31/08/2011http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/134/imprime89325.asp 6) Encaixar o tubo de esgoto. 7) Reaterro lateral: o solo de reaterro em volta da caixa deve ser muito bem compactado, para garantir um apoio firme da porta- tampa. 8) Testar a colocação e acabamento da porta-tampa. 9) Fazer o acabamento do piso em volta da porta-tampa, com a tampa instalada, para evitar deformação lateral da porta-tampa. Página 5 de 5RevistaTéchne 31/08/2011http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/134/imprime89325.asp