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CUIDADOS PALIATIVOS: CONTROLE DE SINTOMAS CONCEITOS: · Cuidado de suporte: paciente e familiares. Necessidade informacionais, emocionais, espirituais, sociais e físicas durante as fases de dx, tto e seguimento → prevenção e promoção da saúde, survivorship, cuidado paliativo e luto · Cuidado paliativo: promover a qualidade de vida de pacientes e familiares com dx de doença ameaçadora da vida. Iniciar precocemente e não apenas em estágios finais da vida (é diferente de terminalidade). Transição gradual do tto focado no oncológico para um cuidado de suporte paliativo Objetivos: · Reconhecimento e alívio da dor e sintomas físicos que devem ser investigados e tratados · Reconhecimento e manejo de sintomas psicossociais, incluindo cuidados e apoio adequado para os familiares e o sofrimento espiritual ou existencial · Promoção da qualidade de vida do paciente e da família Princípios: · Não acelera nem adia a morte, mas afirma a vida e considera a morte um processo natural → suporte para ter uma vida ativa · Deve ser iniciado o mais precoce possível, em paralelo com medidas que prolonguem a vida · É imprescindível a boa comunicação entre os profissionais, pacientes e familiares · Sempre que possível, deve haver cuidado multiprofissional AVALIAÇÃO GERAL Em toda consulta: · Avaliação e esclarecimento dos riscos e benefícios do tto oncológico considerando a hx natural da doença e seu prognóstico · Avaliação e manejo dos sintomas físicos mais frequentes · Avaliação dos objetivos, valores e expectativas do paciente e sua família em relação ao tto, de modo a traçar prioridades que estejam de acordo com esses aspectos · Avaliação e manejo do estresse emocional e espiritual · Identificação de fatores culturais que possam influenciar no cuidado ou interferir na percepção sobre a doença oncológica CONTROLE DE SINTOMAS DISPNEIA ONCOLÓGICA · Experiência subjetiva de desconforto respiratório: componentes fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais · Aperto no peito, respiração pesada, “fome de ar” e/ou sensação de incapacidade de ventilação · Pode estar relacionado ao tumor, ao tratamento ou não relacionado ao tumor, como asma e DPOC · Uso de opioides → tira sensação de dispneia · Ansiedade: pode associar benzodiazepínicos de curta duração, como lorazepam, midazolam VO · Linfangite, pneumonite, sd. veia cava → medidas específicas e dexametasona · Medidas não farmacológicas: · Posicionamento do paciente · Manter ambiente arejado, com poucos obj · Fisioterapia respiratória · Acupuntura e meditação NÁUSEA E VÔMITO · Náusea: sintomas subjetivo, sensação desagradável na garganta e epigastro que pode preceder o vômito → fortemente relacionado com componentes emocionais · Vômito: sintoma específico, expulsão do conteúdo gástrico de maneira rápida e intensa, pode ou não ser precedido por náusea · Pode ter náusea antecipatória · Buscar etiologia do quadro → tratar causa base em conjunto · Verificar se tem constipação associada · Controlar sons, cheiros e estímulos visuais precipitantes · Dexametasona, psicoterapia, haloperidol, ondansetrona, metoclopramida → de acordo com causa OBSTRUÇÃO INTESTINAL MALIGNA · Sobrevida limitada, média 10 semanas · Pesa qualidade de vida x sobrevida · Avaliar altura da obstrução e causas não mecânicas associadas · NPT (nutrição parenteral total): pouco ganho em sobrevida, altas taxas de complicações, piora da qualidade de vida · Fazer reposição volêmica · Medidas anti secretoras: octreotide e escopolamina · Dexametasona (diminui inflamação da ação) · Antieméticos: haloperidol, ondansetrona (evitar pró-cinéticos, pois podem causas cólicas) · Analgesia adequada · Avaliar possibilidade de próteses endoscópicas, principalmente em obstruções altas ANOREXIA E CAQUEXIA · Multifatorial: perda involuntária de peso, associada a perda de massa muscular, diminuição de força, fadiga e anorexia · 80% dos pacientes com dx de neoplasia, principalmente em fases avançadas · Atividade física ajuda nos sintomas · Acompanhamento nutricional adequado: avaliar modalidade de dieta enteral · Suporte para o paciente e familiares → lidar com autoimagem, não forçar paciente excessivamente · Exercício físico · Procinéticos: metoclopramida ou bromoprida antes das refeições (ajuda a esvaziar o estômago mais rápido) · Corticoides - testar por 7 a 10 dias, dexametasona (abre apetite) · Progestágenos (abre apetite, mas tem muitos efeitos adversos) · Cannabinol (abre apetite, mas não muito; controverso) · Ômega-3, Rikkin FADIGA ONCOLÓGICO · Sintoma comum, grande prejuízo da qualidade de vida · Sensação subjetiva de exaustão persistente, cansaço físico, cognitivo ou emocional, sem relação com atividade física e sem melhora com repouso · ⅓ persistem com sintomas mesmo após tto · Multifatorial: tto, polifarmácia, comorbidades, dor, depressão, caquexia, náusea, insônia, alterações musculares, respostas inflamatórias sistêmicas · Atividade física, terapia cognitivo-comportamental, ioga, meditação, acupuntura, tto do sono · Corrigir causas de piora → alterações de tireoide, anemia, compensar comorbidades, controlar demais sintomas · Corticoides - testar por 7 a 10 dias, dexametasona · Metilfenidato · Ginseng, guaraná CUIDADOS EM FIM DE VIDA · Priorizar o controle de sintomas de forma proativa, evitar medidas desproporcionais · Considerar perspectivas do paciente, familiares e cuidadores → avaliar contexto biológico, psicológico, pessoal, espiritual e social · Avaliação da terminalidade · Geralmente ocorre falha de comunicação **Eutanasia e suicídio assistido são proibidos no BR · Sedação paliativa: único objetivo de alívio dos sintomas refratários, devendo ser guiada com aumento gradual e de forma contínua image2.jpg image1.jpg