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ARTRITE INFECCIOSA

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ARTRITES INFECCIOSAS
Monoartrites crônicas: tuberculose, fungos e hanseníase → “bichos preguiçosos”
Quadro clínico:
· Poucos sinais inflamatórios (articulação não fica tão quente, edemaciada e vermelha)
· Quadros arrastados: demora para o paciente ir pedir ajuda e para o médico perceber
· Especial atenção em imunossuprimidos (grupo de risco)
TUBERCULOSE: 
· Mycobacterium tuberculosis
· Reativação de foco latente 
· Disseminação costuma ser hematogênica ou por reativação de foco latente (granuloma) em momento de imunossupressão
· Periférico: quadril é a articulação mais comum (difícil de apresentar sinais inflamatórios, pois é mais profunda)
· Axial: TB vertebral ou mal de Pott (mais comum - 50% dos casos) → mais comum na TB óssea, pacientes ficam corcundas / com cifose 
· Diagnóstico: achado da micobactéria (punção/biópsia de sinovial, mas tem pouco líquido)
· Tratamento: mesmo da TB pulmonar - RIPE 2-4 meses 
HANSENÍASE:
· Mycobacterium leprae
· 3a manifestação mais comum é a articular, com várias formas de apresentação articular (monoartrite crônica ou poliartrites com tenossinovite associada) 
· Apresenta com alterações de sensibilidade (neuropatias) ou lesões cutâneas (manchas hipocrômicas ou hiperemiadas; eritema nodoso nas pernas), mas a lesão articular é bastante frequente
· Acometimento final articular é a doença de Charcot: destruição articular por conta da neuropatia causada pela doença → paciente sem sensibilidade → deformação articular (também pode acontecer com pacientes diabéticos) - neuropatia periférica
FUNGOS: 
· Inúmeros fungos: criptococo, candida, aspergilus, paracoco
· Joelho é a articulação mais acometida
· Rara e oportunista → atinge principalmente imunossuprimidos, como transplantados, usuários de corticóides, doenças reumáticas, idosos > 80 anos, DM, neoplasias, HIV, alcoólatras, em diálise
· Diagnóstico: tardio; isolamento do fungo (cultura do líquido sinovial ou de sinóvia) 
· Tratamento: medicamentoso + cirúrgico, com limpeza articular (retira sinovial). É prolongado e recidivas são comuns 
Monoartrites agudas: 
ARTRITE SÉPTICA:
· Inúmeras bactérias podem ser a causa
· Relação homem/mulher: 1,5:1
· Lembrar dos grupos de risco: imunossuprimidos (oportunista), idosos
· Emergência clínica: destruição articular irreversível → incapacidade articular e aumento da mortalidade, podendo levar a generalização
· Tratamento seria prótese, mas não pode ser feita em articulação que teve foco infecciosos recente 
· Pode perder a articulação 
· Faz osteomielite 
Quadro clínico: 
· Início súbito + monoartrite importante de grande articulação → dor importante, com grande derrame articular (que extravasa articulação) 
· Sinais flogísticos (de inflamação) exuberantes 
· Joelho 50% dos casos → principal articulação acometida
· Sintomas sistêmicos presentes: bacteremia, febre, taquicardia, sudorese, mal estar e queda do estado geral
 Principais bactérias: 
· GP (75-82% dos casos):
· S. aureus 60% das artrites em adultos
· Strepto beta-hemolítico 30% (costuma estar em infecções de pele e partes mole → porta de entrada para articulação)
· Bactérias GN: (principalmente na população de risco: idosos, doença crônica, drogaditos) 
· E. coli, Klebsiella, Salmonella, Pseudomonas
· Bactérias anaeróbias (5-7% dos casos) -> são mais raras, mas são as mais destrutivas → cuidar em idosos (em úlceras de decúbito); absceso intraabdominal; mordedura humana
Diagnóstico: Punção articular → artrocentese com análise do líquido sinovial 
· Avaliar se o líquido é inflamatório/ infeccioso: aspecto viscosidade, coloração pelo gram , citologia (células inflamatórias), cultura, pesquisa de cristais (diagnóstico diferencial)
Tratamento: 
· Suspeita: começar com antibioticoterapia empírica → baseado no quadro clínico/ fatores de risco/ gram 
· Duração do tratamento de 2-4 semanas
· S. aureus – 4 semanas EV (oxacilina ou vanco; cefazolina; meticilina)
· GN: ceftriaxona
· Paciente imunocompetente: vanco (cobertura para GP) → imunossuprimido: vanco + ceftriaxona
· Drenagem sempre!! → por agulha ou cirúrgica → se não vai destruir articulação
Oligoartrites agudas: 
ARTRITE GONOCÓCICA: 
· Neisseria gonorrhoeae: causa mais comum de artrite séptica aguda em jovens sexualmente ativos 
· Acomete 4x mais mulheres que homens pela anatomia da uretra da mulher 
· Ocorre por disseminação hematogênica 
Quadro clínico: 
· Fase bacteriêmica (24-48h): inicial, com bacteremia difusa, caracterizada por poliartralgia migratória + tenossinovite (edema das mãos - dedo em salsicha) + febre alta + calafrios + dermatite membros e tronco
· Após as 48 horas: artrite supurativa: monoartrite de grandes articulações (joelho, punho, tornozelo e cotovelo) 
Diagnóstico:
· Identificação do gonococo em algumas amostras (sangue/líquido sinovial/mucosas são mais sensíveis)
Tratamento: 
· Ceftriaxona 1 g/ dia IM/ EV + azitromicina 1g dose única 
· Manter ceftriaxona até 48h depois da melhora dos sintomas e após: substituir por terapia VO por 7-10 dias (cefixima 400mg 
· Tratar parceiro que teve contato até 2 meses antes do diagnóstico -> com ceftriaxona 250mg IM + azitromicina 1g VO 
· Esses pacientes diagnosticados por artrite gonocócica também devem ser testados para sífilis, HIV, HBV, HCV 12/12h)
Poliartrites agudas:
VÍRUS: 
· Grande maioria das doenças virais causam artrite / artralgia 
· Quando causam poliartrite = simétrica aguda
· Curta duração e autolimitada 2-4 semanas
· Não deixa sequelas
· Tratamento com sintomáticos
· Transmitidos por vetores: Chikungunya, dengue, febre amarela e zika
Chikungunya: 
· Fase aguda: dor articular → artralgia e/ou artrite em 100% dos casos → 50% evoluem para fase subaguda. Nessa fase o tratamento é sintomático
· Fase subaguda: sintomas articulares (artrite) → 30% dos pacientes evoluem para crônica
· Fase crônica: poliartrite inflamatória crônica → erosiva, semelhante à AR (tratamento para AR)
· SEXUAIS/DROGAS EV: HBV, HCV e HIV 
· Normalmente faz mais artralgia
HBV: 
· Mãos e joelhos são as principais articulações acometida
· Em geral, ocorre na fase prodrômica (antes de vir a doença)
· Resolução espontânea em 2-3 semanas - quando paciente começa a apresentar sintomas da hepatite
HCV:
· Artralgia e mialgia é mais comum → diagnóstico diferencial de fibromialgia 
· Poliartrite reumatóide - like: pequenas articulações das mãos, punhos e pés 
· Ocorre na fase de multiplicação do vírus: tratar doença de base 
HIV: 
· Pode ocorrer em qualquer fase da doença
· Tratamento é um desafio 
· RESPIRATÓRIOS: Parvovírus B19, rubéola, coronavírus e influenza
· Mais comum é o Parvovírus B19, principalmente em adultos → não faz dor articular em crianças 
· Doença frequente: acomete 60% dos adultos e 40% das crianças 
· Paciente tem sintomas TGI (diarreia, vômito), dor de garganta, rash no corpo; 80% dos pacientes fazem artralgia e 60% fazem artrite
· Em criança: lesão de pele de face esbofeteada, mas não acomete articulação
· Autolimitada: 2-8 semanas
· Tratamento sintomático 
Geral: 
Diagnóstico: sorologia IgM e IgG, PCR → depende da janela imunológica
Tratamento: sintomático: analgésico, hidratação e descanso
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