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Teoria Geral da Auditoria

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1 
 
 
TEORIA GERAL DA AUDITORIA 
1 
 
 
 ‘NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação.Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética.Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................... 3 
2. DEFINIÇÃO DE AUDITORIA ......................................................... 4 
3. Objetivos e vantagens da auditoria ............................................ 6 
4. OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A FUNÇÃO DE 
AUDITORIA ....................................................................................................... 8 
5.1- Auditoria operacional e de gestão ......................................... 15 
5.2- Auditoria de TI ......................................................................... 15 
5.3- Auditoria contábil e Due Dilligence ....................................... 16 
5.4- Auditoria fiscal e governamental ........................................... 16 
6. PROCESSOS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ................ 18 
6.1- Planejamento ........................................................................... 21 
6.2- Definição do objeto ................................................................. 21 
6.3- Critérios da auditoria .............................................................. 22 
6.4- Definição do grupo auditor ..................................................... 22 
6.5- Definição das atividades ......................................................... 22 
6.6- As etapas da auditoria ............................................................ 22 
6.6.1- Reunião de abertura............................................................. 22 
6.6.2- Visita às instalações ............................................................ 23 
7.1- A coleta de dados .................................................................... 26 
7.1- A análise dos dados coletados e os achados de auditoria . 30 
7.2- Técnicas e ferramentas ........................................................... 34 
7.3- Opinião de auditoria: constatar ou propor?.......................... 37 
8. RELATÓRIO DE AUDITORIA ...................................................... 40 
8.1- Critérios para estruturação e redação ................................... 42 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 49 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 50 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Pode-se argumentar que o problema das relações políticas entre 
o poder local e o poder nacional não será resolvido por meio de 
discussões conceituais. O que seria necessário é mais pesquisa 
de campo. Historiadores, sem dúvida, tenderiam a apoiar esse 
ponto de vista. Há momentos, no entanto, em que o acúmulo de 
pesquisas passa a ter rendimento decrescente porque as ideias 
começam a girar em roda, sem conseguir avançar devido a 
confusões ou imprecisões conceituais. Nesses momentos, 
convém parar para revisão e tentar esclarecer conceitos e 
teorias (CARVALHO, 1997, p. 229). 
As diversas técnicas e modalidades de prática que você já estudou e que 
ainda vai conhecer são, cada uma, formas de realizar uma auditoria. Mas 
existem traços comuns, aspectos que individualizam e diferenciam uma 
determinada prática como uma auditoria, e que a diferenciam de qualquer outra 
prática humana? 
Nesse sentido, existe um conjunto de características que fazem de uma 
atividade uma auditoria, e não um ato de administração, de política ou de 
ciência? 
É preciso que aquele que “mergulha” na auditoria como prática tenha um 
sentido de qual é o seu “lugar no mundo” no que diz respeito a essa prática. 
Nessa perspectiva, existe um motivo até mais importante para esse estudo. Se 
existem traços comuns em todas as modalidades e atividades de auditoria, é 
provável que exista também uma lógica comum a todas elas, um conjunto de 
fundamentos que preside a organização de todas. Ora, descobrir essa lógica 
compartilhada por todas as práticas de auditoria é um recurso extremamente útil 
para compreender qualquer uma; é uma ferramenta de aprendizado muito 
poderosa. 
Conhecer a estrutura de um trabalho de auditoria, em suas bases 
conceituais, permitirá ao aluno apreender com mais facilidade, e com mais 
espírito crítico, as propostas e os métodos de qualquer prática de auditoria que 
lhe seja apresentada. Então, enfatizamos no nosso curso aquele núcleo básico 
4 
 
 
de ideias relativas à auditoria, o papel que representa na sociedade e a forma 
como nela se organizam o raciocínio e o trabalho. As diferentes variedades do 
trabalho de auditoria, que você verá ao longo do curso e que já exercita no seu 
cotidiano profissional, poderão ser compreendidas de uma forma mais clara a 
partir desse núcleo de ideias. 
 
DEFINIÇÃO DE AUDITORIA 
A auditoria é frequentemente vista como o exame das demonstrações 
financeiras de uma empresa. Entretanto, a auditoria também é um processo que 
pode ser aplicado em muitas situações distintas, incluindo a avaliação da 
eficiência e eficácia de um processo ou de um departamento, os relatórios 
financeiros de um órgão público, ou a obediência a normas operacionais de uma 
empresa ou à regulamentação governamental, podendo ser classificadas com 
internas e externas. 
A auditoria de demonstrações financeiras tem sido definida como: 
processo sistemático de obtenção e avaliação objetiva de evidências 
relacionadas a afirmações a respeito de ações e eventos econômicos, para aferir 
a correspondência entre essas afirmações e critérios estabelecidos e a 
comunicação dos resultados a usuários interessados. A auditoria de 
demonstrações financeiras, em seu contexto mais amplo, é o processo de 
comprovação de afirmações a respeito de ações e eventos econômicos. 
Portanto, é associada, frequentemente, a um serviço de comprovação. 
 
 
 
 
 
A comprovação é um processo realizado em três partes: coleta de 
evidências sobre afirmações, avaliação dessas evidências em confronto com 
critérios objetivos e a comunicação da conclusão obtida a partes interessadas. 
 APRENDA MAIS: 
 
 
Sabe o que é Auditoria? Sabe qual a sua função? 
Nesse vídeo o Professor Georgito Arouca irá facilitar esse 
tema para você! 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=AYvTlentXJM 
5 
 
 
Adotamos este enfoque amplo para descrever uma auditoria financeira. Há 
várias partes envolvidas na produção e utilização das demonstrações financeiras 
audi- tadas. O conselho de administração de uma empresa possui 
responsabilidades de supervisão sobre os executivos e utiliza o auditor para 
auditar as demonstrações financeiras e emitir um parecer independente sobre a 
fidedignidade das informações. Os administradores são responsáveis por (a) 
gerir a organização, (b) proteger os ativos confiados a eles e (c) preparar 
demonstraçõesfinanceiras que representem a situação econômica da empresa 
e os resulta- dos de suas atividades em um dado período. 
As demonstrações financeiras são fornecidas a pessoas físicas ou 
jurídicas que (a) tenham investido ou poderiam investir na empresa, (b) 
emprestaram recursos à empresa, ou (c) poderiam ter algum interesse na 
empresa. 
Os auditores reúnem evidências para determinar se as demonstrações 
financeiras são apresentadas adequadamente em conformidade com os 
princípios contábeis aceitos e emitem um parecer independente que é 
compartilhado com esses usuários externos, com os administradores e com o 
conselho de administração. A auditoria adiciona valor somente quando o auditor: 
 É competente na obtenção e avaliação de evidências sobre a 
fidedignidade das demonstrações financeiras; 
 É independente da administração e dos usuários externos; 
 Está familiarizado com os riscos e os padrões de divulgação 
financeira da empresa. 
Em termos gerais, a auditoria é um processo de: (1) coleta de evidências 
para comprovar afirmações (geralmente feitas pelos administradores, mas 
também por outras partes), (2) avaliação dessas afirmações em confronto com 
critérios objetivos (por exemplo, padrões de controle interno, princípios contábeis 
aceitos, ou padrões internacionais de divulgação financeira), e (3) comunicação 
das conclusões da auditoria a partes interessadas (geralmente usuários 
externos, mas também à administração e a agentes reguladores). 
6 
 
 
 
 
 
Objetivos e vantagens da auditoria 
A auditoria contábil tem como finalidade a averiguação das principais 
áreas financeiras da empresa, que se refletem diretamente em seus resultados 
financeiros. Entre essas áreas estão o imobilizado, o caixa e outros ativos e 
passivos de relevância. 
A partir dessas averiguações, é possível fazer a emissão de parecer a 
respeito da veracidade dos dados contábeis. Entretanto, uma área financeira não 
deve ser analisada isoladamente; devem ser avaliadas também as demais áreas 
e controles-chave da empresa. 
Já a auditoria interna, que em alguns casos pode estar dividida em duas 
ou três subáreas, dependendo de seu escopo de atuação, tem maior liberdade 
para transitar entre as diversas áreas da empresa. Diferentemente de uma 
auditoria contábil, que via de regra é utilizada para atender aos interesses dos 
acionistas e financiadores das empresas, a auditoria interna visa ao atendimento 
das necessidades da administração da empresa. 
Embora a auditoria não tenha como finalidade principal a identificação de 
fraudes, desvios éticos e erros operacionais, ela tem como objetivo demonstrar, 
de forma estruturada, essas ocorrências, caso identifique fraude durante o 
trabalho. 
SAIBA MAIS! 
Este texto tem finalidades didáticas, portanto, tem uma apresentação de algum modo 
simplificada. BITTENCOURT, Fernando. A bagagem do viajante: aspectos da auditoria como 
tecnologia. In: Revista de Informação Legislativa, 44 (174), abr./jun. 2007. Brasília: Senado Federal, 
2007; In: Revista de Informação Legislativa, 44 (175), jul./set. 2007. Brasília: Senado Federal, 2007. 
(republicação) 
Link: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/139955 
7 
 
 
Além disso, auditoria, tanto externa como interna, têm a finalidade 
analisar tecnicamente os dados das empresas auditadas, emitindo parecer sobre 
as referidas informações, e recomendar ações de correção e melhoria. Não é 
competência de uma auditoria contábil emitir parecer sobre qualidade de 
produtos e serviços da empresa. 
A área de auditoria interna, entretanto, poderá fazer avaliações em 
relação aos produtos da empresa, com a finalidade de contribuir para a melhoria 
contínua desses itens, se isso estiver atribuído em seu escopo de trabalho. O 
parecer do auditor poderá, por vezes, recomendar a criação de algum controle, 
porém sempre observando a relação custo-benefício. 
No entanto, a recomendação de criação de controles não é mandatória no 
processo de auditoria, pois, em muitos casos, a empresa auditada não necessita 
de aprimoramento, uma vez que seus controles apresentem rendimento 
satisfatório e atendam ao negócio. 
Em relação às vantagens de um trabalho de auditoria, saiba que são 
inúmeras as contribuições. Uma delas, talvez a mais conhecida por aqueles que 
não atuam diretamente na área de auditoria, é a identificação de fraudes. 
 
Embora, por força de lei, as empresas de capital aberto tenham que 
passar por auditorias realizadas por empresas independentes, o trabalho de 
auditoria não tem como vantagem habilitar empresas a operar no mercado de 
ações, mas sim divulgar aos acionistas uma opinião transparente e 
independente da situação econômico-financeira da empresa. Esse parecer gera 
credibilidade aos números, agregando valor à empresa auditada. 
A contribuição de uma auditoria é bastante abrangente, porém, de forma 
geral, ela gira em torno da confiabilidade da informação ou processo. Sendo 
FIQUE POR DENTRO! 
Ainda que a identificação de fraudes seja uma contribuição importante da 
auditora, e uma das mais conhecidas entre aqueles que não atuam nessa área, ela 
não é a maior contribuição de um processo de auditoria. 
8 
 
 
assim, a principal vantagem de um processo de auditoria está baseada em sua 
opinião, orientação e sugestões de aprimoramento, relacionados ao escopo de 
trabalho. 
 
Sendo assim, você pode concluir que o auditor externo tem um papel 
fundamental e contributivo para o desenvolvimento do mercado de capitais. Em 
contrapartida, ainda que o auditor interno também exerça essa função, seu foco 
está nos interesses internos da empresa. Ambos geram valor aos negócios, de 
diferentes maneiras, porém correlacionadas. 
 
 
 
OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A FUNÇÃO DE AUDITORIA 
A American Accounting Association (AAA), em 1973 (p.2), após dois anos 
de investigação define auditoria como um processo sistemático de obter e 
analisar objetivamente a evidência acerca das afirmações relacionadas com atos 
e acontecimentos econômicos, a fim de avaliar tais declarações à luz de critérios 
estabelecidos e de comunicar o resultado às partes interessadas. 
Por sua vez, em 1980, o International Auditing Practices Committee da 
International Federation of Accountants (IFAC, 1980, p.9) preconiza que o 
objetivo de uma auditoria às demonstrações financeiras é possibilitar ao auditor 
expressar uma opinião independente sobre essas demonstrações financeiras, 
acrescentando que a opinião do auditor confere credibilidade à informação 
financeira. 
 
 
 
A principal contribuição da auditoria é a sua opinião, orientação e 
sugestões de aprimoramento, dando credibilidade à informação ou ao 
processo auditado. 
 
 APRENDA MAIS: 
 
 
Nessa palestra, o consultor da Q2 Management, Edmilson 
Antonio, apresenta de forma objetiva pontos importantes e 
dicas que precisamos considerar na melhoria do processo 
de auditorias internas e externas de gestão. Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=KmYMAoKp08w 
 APRENDA MAIS: 
 
 
Auditoria não é tudo igual! Veja os três tipos e suas funções 
em 3 minutos. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=tNLONVlayLY 
9 
 
 
 
 
 
 
O ICAEW (1980, p.2) concebe a auditoria como um exame independente 
e como a expressão de uma opinião sobre as demonstrações financeiras de uma 
empresa, emitida por um auditor que atesta a concordância com os princípios 
contabilísticos geralmente aceites. 
O American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), no seu 
Statement of Auditing Standards (SAS) (1973, p.1), refere que o objetivo do 
exame às demonstrações financeiras realizado por um auditor independente, é 
expressar uma opinião sobre a fiabilidade das demonstrações financeiras de 
uma empresa, os resultados das operações e as alterações da posição 
financeira em conformidade com os princípios contabilísticosgeralmente aceites. 
Com a exceção da AAA todos os conceitos enfatizam o papel do auditor 
na credibilização da informação financeira, sendo esse o objetivo básico da 
auditoria. Acresce que essas organizações conceberam a auditoria como uma 
função complexa, conduzida e desenvolvida por profissionais especialistas em 
matérias contabilísticas, colocando como condição essencial o enfoque na 
contabilidade financeira e na prestação de contas. Realçam, por conseqüência, 
o caráter técnico da função, que tem subjacente três componentes: as limitações 
de uma auditoria, as condições que ditam a sua necessidade e os seus 
benefícios sociais. 
As limitações de uma auditoria são amplamente justificadas pelos 
defensores da corrente que pretende justificar o diálogo entre os utilizadores da 
informação financeira e os auditores, através de uma via eminentemente 
pedagógica, dando-as a conhecer aos utentes da informação financeira. Essas 
limitações são salientadas por Boynton e Kell (1996, p.37), ao referirem: 
A auditoria às demonstrações financeiras efetuada de acordo com os 
princípios contabilísticos geralmente aceites é afetadas por um conjunto de 
restrições inerentes, na medida em que princípios alternativos são permitidos na 
10 
 
 
contabilidade, os princípios não estão devidamente hierarquizados, o risco e a 
incerteza têm um reflexo cada vez maior nas demonstrações financeiras, o que 
implica, cada vez mais, um exercício de julgamento subjetivo por parte dos 
auditores. 
A análise custo-benefício deve estar presente na condução de uma 
auditoria, situação que introduz limitações na seleção de testes substantivos a 
efetuar, na dimensão da amostra, e na análise de todos os dados em função da 
materialidade exigida e do risco na condução da auditoria. 
Os relatórios de auditoria são, na maioria dos casos, elaborados com 
alguns meses de atraso em relação à data das demonstrações financeiras. Essa 
diferença temporal afeta a obtenção de evidências e é demasiado pequena para 
a resolução de incertezas que existem à data do balanço. Acresce que os efeitos 
subseqüentes à data de encerramento das contas são, muitas vezes, difíceis de 
quantificar e podem ter efeito materialmente relevante nas demonstrações 
financeiras objeto de análise. 
Algumas evidências são obtidas por via verbal ou escrita e, nesse último 
caso, por via das declarações de responsabilidade, situações eivadas de um 
risco inerente muito grande. 
As auditorias são conduzidas por homens, pelo que a fraqueza humana 
inerente, o cansaço e a falta de cuidado, de ética e de deontologia profissionais, 
podem afetar a escolha da amostra de evidência. 
Quatro condições ditam as necessidades de uma auditoria, segundo o 
Committee on Basic Audit Concepts (1969, p.25), que estabelece a relevância e 
a fiabilidade como as duas qualidades básicas no processamento da informação 
e na sua introdução como input na tomada de decisão. O referido comitê 
estrutura e justifica a auditoria com base na teoria da agência, referindo os 
seguintes argumentos que criam a procura da auditoria: 
a) Conflito de interesses: É o argumento típico da teoria da agência, 
que considera a empresa como uma rede de interesses e contratos, 
apresentando os utilizadores e os acionista de uma empresa em conflito 
potencial com os administradores em relação à sua gestão e comunicação do 
11 
 
 
seu desempenho. Com efeito, por parte dos utilizadores da informação financeira 
e dos donos da empresa, há receios de que as demonstrações financeiras 
preparadas pelos gestores possam estar intencionalmente deturpadas com erros 
materialmente relevantes. Aliada a essa questão, há ainda a realçar os conflitos 
de interesses que podem, igualmente, ocorrer entre financiadores e acionista. 
Conseqüentemente, os diferentes grupos interessados na informação financeira 
relatada por uma empresa necessitam de ter segurança, que lhes é 
proporcionada pelos auditores externos, de que a informação está isenta de 
erros e que é neutral em relação aos vários utilizadores. Pode-se, assim, verificar 
que o nível de segurança é uma questão central para os utilizadores da 
informação financeira. 
b) A auditoria como suporte de decisões econômicas: Trata-se, 
igualmente, de uma condição que conduz a procura de auditoria. Assim, as 
demonstrações financeiras são uma importante fonte, quando não única, de 
informação para o processo de tomada de decisão de investimento, 
desinvestimento, financiamento e todo um amplo ramo de outras decisões. 
Como corolário, esses utilizadores procuram no auditor a validação, em termos 
de segurança informativa, das demonstrações financeiras, incluindo a sua 
divulgação. 
c) Complexidade: A complexidade crescente da informação 
financeira, na qual se introduzem, cada vez mais, valorimetrias alternativas, 
estimativas e projecções, aumentam o risco de interpretações enviesadas e de 
erros intencionais. 
d) Distância, tempo e custo, devidamente interligados: Sendo 
impossível à generalidade dos utilizadores da informação financeira verificarem 
diretamente as demonstrações financeiras e atestarem a fiabilidade das 
asserções do órgão de gestão, confiam que o relatório do auditor independente 
satisfará as suas necessidades. 
Os benefícios sociais da auditoria, enumerados por Boynton e Kell 
(1996, p.36), estão estritamente relacionados com a redução do risco das 
demonstrações financeiras conterem erros materialmente relevantes, estarem 
incorretas ou deliberadamente deturpadas, e consubstanciam-se em: 
 
12 
 
 
• Acesso ao mercado de capitais: Em todos os mercados de valores 
mobiliários, o registro das empresas nos organismos de supervisão impõe, como 
base principal de cotação das ações, que as demonstrações financeiras sejam 
auditadas; 
 
• Custo mais baixo do capital: As sociedades auditadas conferem, à 
partida, uma redução do risco da informação publicada, pelo que alguns 
financiadores conferem a esse tipo de empresas taxas de juro mais baixas; 
 
• Prevenção de fraudes e ineficiência: A auditoria tem um efeito indutor 
no comportamento da empresa auditada, porque, preventivamente, introduz nos 
empregados uma atitude de melhoramento contínuo, e de aperfeiçoamento do 
processamento contabilísticos e, simultaneamente, sabendo os administradores 
que as suas asserções vão ser objeto de verificação e validação, provavelmente 
o risco de preparação de demonstrações financeiras fraudulentas é mais 
reduzido. 
 
Os organismos de auditoria, o quadro técnico-legal que regulamenta a 
profissão de auditor, focam a auditoria no plano meramente financeiro, 
associando a contabilidade e a auditoria num corpo de técnicas complexas, mas 
preferencialmente neutrais, uma vez que não são influenciadas por 
comportamentos humanos. Ditam à sociedade normas de conduta das 
organizações, e quais os seus aspectos que devem ser objecto de prestação de 
contas, e, portanto, submetidos à auditoria. 
Fomentam, ainda, um conjunto de procedimentos técnicos aplicados no 
intuito da obtenção de evidências relacionadas com a fiabilidade. Porém, 
esquecem-se de que é a sociedade, em constante evolução, que dita as regras 
e normas de conduta, e que o conceito de auditoria deve evoluir no sentido de 
se adaptar às necessidades da sociedade, que, em último caso, determina a 
evolução da auditoria. Os auditores e os organismos responsáveis pela emissão 
de normas de auditoria, ao não reconhecerem sua natureza dinâmica e ao não 
13 
 
 
darem respostas à pressão social, fizeram emergir diferentes opiniões entre eles 
e os utilizadores da informação financeira, sobre o papel e objeto da auditoria. 
14 
 
 
TIPOS DE AUDITORIA E ÁREAS DE ATUAÇÃO 
Em geral, as auditorias podem ser classificadas em três grupos: 
1. Auditoria financeira; 
2. Auditoria de cumprimento e 
3. Auditoria operacional. 
No caso da auditoria financeira, há interesse na auditoriadas 
demonstrações financeiras da entidade como um todo. O objetivo geral de uma 
auditoria das demonstrações financeiras é fazer com que o auditor expresse uma 
opinião sobre se as demonstrações financeiras estão razoavelmente 
apresentadas de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
A auditoria de cumprimento e a auditoria operacional têm objetivos 
específicos e podem ou não estar relacionadas à contabilidade de uma entidade. 
Normalmente, a contabilidade é base destes exames. Daí sua importância para 
diferentes usuários e objetivos. A auditoria de cumprimento engloba a revisão, 
comprovação e avaliação dos controles e procedimentos operacionais de uma 
entidade. 
A auditoria operacional é um exame mais amplo da administração, 
recursos técnicos e desempenho de uma organização. O propósito desta 
auditoria é medir o grau em que as atividades da entidade estão alcançando 
seus objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 APRENDA MAIS: 
 
 
O portal de auditoria promoveu um bate-papo para 
discutir e esclarecer as dúvidas a respeito de alguns 
assuntos sobre Auditoria Interna. Confira! 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=UtSJvdKiuCY 
15 
 
 
5.1- Auditoria operacional e de gestão 
A auditoria operacional é responsável por avaliar o nível de 
operacionalização dos processos de uma empresa e contribuir para a sua 
melhoria contínua, com recomendações sólidas, pautadas por evidências e 
material técnico. Além disso, tem em seu escopo, a missão de verificar se as 
normas e diretrizes operacionais estão adequadas ao negócio. 
Outra característica importante desse tipo de auditoria é a tempestividade 
dos dados analisados. A auditoria operacional avalia os fatos em uma linha 
temporal passado/presente, ou seja, trabalha em cima de eventos que já ocor-
reram ou que ainda estão ocorrendo. Além disso, neste tipo de auditoria, há uma 
maior liberdade em relação à formação de equipes de trabalho, ou seja, não há 
obrigatoriedade em relação à formação dos auditores, ou seja, o time poderá ser 
formado por pessoas de diferentes áreas de conhecimento. 
 
5.2- Auditoria de TI 
É fato notório que as empresas estão cada vez mais investindo em 
tecnologia, algo que é primordial para a sobrevivência de qualquer empresa, já 
que a tecnologia traz agilidade e torna as empresas mais competitivas. Com esse 
movimento de crescimento tecnológico, cresce também a profissão de auditor 
de TI. É comum o auditor de TI estar integrado a equipes de auditorias 
operacionais, pois ele pode, entre outras atividades, dar suporte na extração e 
manipulação de dados. 
No entanto, a auditoria de TI tem como objetivo específico, garantir a 
segurança do ambiente tecnológico da empresa, desenvolvendo e testando 
controles que evitam a circulação indevida de informações internas. Outro ponto 
importante no portfólio de atividades vinculadas as auditorias de TI, é a 
investigação de fraudes cibernéticas, em que, por meio de técnicas forenses, os 
auditores identificam e evidenciam fatos que possam gerar perdas financeiras 
para as empresas, como falsificação de documentos, falsificação de boletos e 
vazamento de informações internas para concorrentes, entre outros. 
 
16 
 
 
5.3- Auditoria contábil e Due Dilligence 
A auditoria contábil é baseada em um conjunto de procedimentos técnicos 
e testes que são utilizados para examinar os dados contábeis das empresas, em 
todas as áreas de relevância, cujo o trabalho irá refletir nos resultados financeiros 
da entidade. O objetivo principal da auditoria contábil é emitir um parecer 
transparente e assertivo sobre os dados analisados. 
Portanto, esse tipo de auditoria pode ser realizado, tanto por auditores 
internos como externos, a única diferença é que quando realizada por auditoria 
independente (externa), os dados serão levados a conhecimento público, já em 
um trabalho interno, o resultado ficará em posse da alta administração de 
empresa. 
Uma auditoria de Due Dilligence, embora esteja bastante relacionada a 
outros tipos de auditoria, principalmente contábil e operacional, tem uma 
característica específica: esse tipo de trabalho é utilizado em transações de 
compras de empresa. Trata-se de um trabalho de averiguação dos dados da 
empresa que está sendo adquirida, no qual a equipe de auditoria irá examinar 
os dados contábeis e processos, para fundamentar um parecer sobre os riscos 
e oportunidades que o investidor terá, ao comprar a empresa auditada. 
 
5.4- Auditoria fiscal e governamental 
A auditoria fiscal, também chamada de auditoria tributária, é bastante 
comum e importante no mercado de auditoria brasileiro, pois o país tem uma 
estrutura tributária complexa. As constantes alterações na legislação tributária, 
as diferentes aplicações da lei em determinadas regiões do país e por 
determinados seguimentos, contribuem para o crescimento desse mercado de 
auditoria, que é formado, fundamentalmente por contadores e advogados 
tributários. 
Esse tipo de auditoria pode ser realizado por servidores públicos, com a 
finalidade de identificar possíveis falhas na escrituração fiscal e consequente 
falta de recolhimentos, ou até mesmo manobras de estruturação fiscal realizadas 
pelas empresas para reduzir, indevidamente, sua carga tributária. No entanto, 
17 
 
 
pode ser feita por auditores internos ou externos, contratados pela empresa, para 
averiguar se o planejamento tributário em curso ou futuro, está adequado às 
necessidades do negócio. 
Já a auditoria governamental, consiste em um conjunto de técnicas e 
procedimentos voltados a avaliação da gestão pública, que tem como finalidade 
básica comprovar a legalidade dos atos públicos realizados por seus dirigentes 
em âmbito administrativo, identificando e evidenciando atos de improbidade, 
quando existentes. 
O trabalho de auditoria governamental transita por diversas áreas da 
máquina pública, averiguando desde o cumprimento do plano de governo, 
passando pela gestão de áreas chaves como contabilidade orçamentária e 
patrimonial e operacional. Neste aspecto, é possível dizer que o auditor gover-
namental contribui significativa e diretamente com a sociedade, pois cabe a ele 
apoiar a identificação de irregularidades e atos de improbidade cometidos pelo 
governo. 
 
18 
 
 
PROCESSOS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
O Processo de Auditoria compreende o conjunto de etapas destinado a 
examinar a regularidade e avaliar a eficiência da gestão administrativa e dos 
resultados alcançados, bem como apresentar subsídios para o aperfeiçoamento 
dos procedimentos administrativos e controles internos de uma organização. 
Para atingir esse objetivo, o auditor necessita planejar adequadamente seu 
trabalho a fim de avaliar o sistema de controles internos relacionados com a 
matéria auditada e estabelecer a natureza, a extensão e a profundidade dos 
procedimentos de auditoria a serem realizados, bem como colher as evidências 
comprobatórias de suas constatações para a formação de sua opinião. O 
Processo de Auditoria contempla as seguintes etapas: 
1. Plano de auditoria 
2. Planejamento dos trabalhos 
3. Execução de Auditoria 
4. Comunicação dos Resultados 
5. Monitoramento da Efetividade do Trabalho de Auditoria 
A figura abaixo está representado um esquema dessas etapas, 
geralmente realizadas na sequência indicada. Entretanto, as cinco etapas, assim 
como os diversos passos incluídos em cada uma delas, fazem parte de um 
processo integrado que, na prática, está altamente inter-relacionado, podendo 
ser citados como exemplos: 
A compreensão do objeto da auditoria constitui um passo da fase de 
Planejamento, entretanto este conhecimento é aprofundado ao longo dos 
trabalhos; 
A avaliação dos sistemas de controle interno tem início com as 
observações realizadas na fase de Planejamento e se estende até a Execução, 
quando são aplicadas técnicas de auditoria para aferiros níveis de segurança e 
adequação dos controles; 
 A redação do Relatório de Auditoria tem início ainda na fase de Execução, 
com o desenvolvimento dos achados; 
19 
 
 
A fase de Acompanhamento ou monitoramento tem o propósito de 
verificar a implementação das recomendações pelo auditado, podendo ser 
realizada no contexto de uma nova auditoria ou mediante designação específica. 
De todo modo, a efetividade da auditoria será medida nesta fase, quando são 
verificados o grau de adoção das providências recomendadas e os efeitos 
produzidos. 
De um modo geral, as cinco fases reportam-se às diversas auditorias, 
cabendo aos auditores avaliar a sua aplicabilidade às situações práticas, 
suprimindo os passos desnecessários, de modo a maximizar os recursos 
disponíveis. À medida que as auditorias são realizadas, o processo é 
aprimorado, havendo substancial redução do tempo para a sua realização. 
 
 
 
 
 
 
O trabalho do auditor é pautado na evidenciação, clareza e transparência. 
Tudo o que seja relatado tem que, necessariamente, poder ser 
verificado/rastreado e comprovado. Assim, por exemplo, se o auditor diz que 
[..] este nível de atração programática pela ideia de auditoria e o nível da 
tecnologia de auditoria estão vinculados de uma forma apenas precária. O campo 
da auditoria é caracterizado por uma defasagem entre a explosão de demandas 
e expectativas programáticas quanto à auditoria e as estórias mais “paroquiais” 
que nos são contadas sobre sua capacidade operacional subjacente. (POWER, 
1999, p. 7) 
20 
 
 
verificou que notas fiscais não tinham sido devidamente contabilizadas e os 
impostos não tinham sido registrados devidamente, precisa informar em quais 
notas fiscais esse fato se sucedeu. Se por acaso forem muitas, o auditor deverá 
no mínimo exemplificar algumas. 
Para montar processos de auditoria, é importante saber as classificações 
possíveis. Hoje, elas são comumente conhecidas como auditoria 
interna e auditoria externa. 
A auditoria interna é realizada por um funcionário da empresa que 
conhece todos os processos estabelecidos por ela. Recomenda-se que esse 
colaborador tenha autonomia sobre o seu trabalho, para não haver influências 
na apresentação do seu relatório. 
Sendo assim, o funcionário deve responder à direção, que é a parte 
interessada na demonstração dos resultados. Seu papel é o de verificar se 
as políticas internas da empresa estão sendo cumpridas, bem como as normas 
definidas por ela e por lei. 
O trabalho é realizado de forma detalhada, de maneira que permita 
analisar toda a operação da empresa, desde o processo inicial até a finalização. 
Somente assim será possível identificar prováveis deficiências. 
Já a auditoria externa é realizada por um terceiro independente — 
empresas especializadas ou auditores independentes — que vai avaliar também 
a eficiência, a credibilidade, o processo, os resultados e as deficiências de 
determinada empresa. 
Normalmente, a auditoria externa é requisito de clientes que queiram 
contratar um determinado serviço oferecido por uma empresa. O processo de 
auditoria traz a segurança necessária para a contratação de um produto e/ou 
serviço. 
É importante frisar que para ser um auditor independente é preciso o título 
de bacharel em Ciências Contábeis, possuir o registro no Conselho Regional de 
Contabilidade (CRC) e ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica para 
registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI). 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O exame é aplicado uma vez por ano e é uma ótima opção para sua 
empresa de contabilidade ter um profissional habilitado para auditar, não é 
mesmo? 
Veja, a seguir, os principais pontos a serem observados na realização de 
uma auditoria externa: 
 
6.1- Planejamento 
O planejamento é um fator indispensável para qualquer trabalho. Apesar 
de não ser uma prática culturalmente observada pelos brasileiros, um gestor que 
queira a eficiência do seu negócio precisa planejar o gerenciamento do 
escopo. 
Assim acontece com a auditoria, que, para ser eficaz, necessita de um 
bom planejamento. É importante, portanto, que seja elaborado um cronograma 
com todos os passos do processo. 
 
6.2- Definição do objeto 
A definição do objeto a ser auditado é de suma importância, pois é a partir 
daí que será possível entender a finalidade da auditoria, o histórico daquele 
objeto e o seu processo. 
 APRENDA MAIS: NORMAS 
 
 
Série de vídeos produzidos em parceria WK, Brasão 
Sistemas e Diretiva, para falar de maneira dinâmica, 
descontraída e prática sobre os critérios de excelência dos 
Requisitos da NBR ISO 9001:2015, neste episódio falando 
sobre auditorias. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=4y1aIsoBOBE 
22 
 
 
Não é necessário que seja somente um objeto (podem ser vários), mas é 
preciso uma definição clara. 
 
6.3- Critérios da auditoria 
Os critérios da auditoria serão definidos pela própria empresa nos casos 
de auditoria interna. Em se tratando de auditoria externa, esses quesitos partem 
de normas, procedimentos internos e legislação, dentre outros, para verificar se 
o objeto auditado está dentro dos padrões ora estabelecidos pela organização 
e/ou por demais regras específicas. 
6.4- Definição do grupo auditor 
Para a realização da auditoria, deve ser criado um grupo que vai se 
dedicar ao trabalho. Além disso, é preciso definir quem vai liderar a equipe e 
ocupar o posto de auditor líder, responsável pelo gerenciamento de todo 
o processo de auditoria. 
 
6.5- Definição das atividades 
Esse item corresponde a nada mais do que especificar as atividades já 
inseridas no cronograma. 
Quais são os documentos necessários para realizar aquela auditoria, 
como será feita a distribuição de tarefas ou se terá necessidade de visitas físicas 
nas instalações, no caso das auditorias externas, são alguns dos exemplos. 
 
6.6- As etapas da auditoria 
Toda auditoria é realizada por etapas. É preciso ter isso em mente para 
que o trabalho seja transparente e bem claro para todas as partes envolvidas. 
 
6.6.1- Reunião de abertura 
23 
 
 
A reunião de abertura é feita para repassar aos envolvidos todo o 
processo já definido, tais como: escopo, objeto e critérios. Serão confirmadas, 
ainda, as datas para cada etapa, para que não haja contratempos. 
 
6.6.2- Visita às instalações 
Normalmente, essa visita é indicada para auditorias específicas, nas 
quais é necessário realizar algumas entrevistas, observar as atividades 
desenvolvidas na empresa, verificar as condições de trabalho etc. 
Essa nem sempre será uma etapa obrigatoriamente realizada em todas 
as auditorias: dependerá da especificidade do objeto. 
6.6.3- Condução da auditoria 
O auditor precisa observar e realizar os apontamentos necessários. 
Em auditorias externas, principalmente, é importante evitar interferências e 
sempre solicitar permissão para fazer algo. 
É importante, ainda, que o auditor gerencie o tempo para a realização de 
cada atividade, não desrespeitando o cronograma já definido. 
6.6.4- Reuniões periódicas 
Tanto na auditoria interna quanto na externa é necessário 
realizar reuniões periódicas para apresentação de resultados parciais. Assim, 
será possível deixar a direção e o cliente a par das não conformidades 
encontradas. 
Realizar esses apontamentos é importante para facilitar a consolidação 
das informações na reunião de encerramento. Afinal, entregar um aglomerado 
de informações em um único momento é muito mais complexo do que fazer 
esse reporte por etapas. 
6.6.5- Reunião de encerramento 
A reunião será coordenada pelo auditor líder. Esse é o momento em que 
serão apresentados os relatórios de não conformidade, bem como 
esclarecidas as dúvidas. 
24 
 
 
Na reunião de encerramento, todos os parâmetros que foram utilizados 
para alcançar aquele resultado são repassados. 
6.6.6- Entrega do relatório 
O relatóriovai conter todo o processo realizado na auditoria, 
apresentando as não conformidades encontradas no procedimento. 
A partir das irregularidades identificadas o auditor deve propor ações 
corretivas ou preventivas, respectivamente, a serem adotadas. 
A partir desse relatório, a empresa auditada pode identificar a causa 
daquelas não conformidades, elaborar e/ou propor soluções e corrigir os 
problemas levantados. 
6.6.7- Avaliação da efetividade 
O processo de auditoria não termina na entrega do relatório, afinal, ela 
é realizada por um motivo: maximizar a eficiência dos processos e 
minimizar/corrigir as falhas. 
Após a identificação das ações corretivas e preventivas e a 
implementação das soluções encontradas, é necessário que seja realizada 
a avaliação de efetividade. Essa análise é feita com uma nova auditoria, na 
qual será extraído um relatório gerencial com todas as conclusões. 
Além disso, é essencial, em qualquer processo de auditoria, que o gestor 
e os colaboradores estejam alinhados com todas as atualizações da 
contabilidade (como normas fiscais e tributárias, que sofrem mudanças 
constantemente). 
Hoje em dia, ter profissionais capacitados para as mais diversas 
demandas é um diferencial de uma empresa. Por isso, é importante investir nas 
especializações concernentes à área de atuação do seu negócio. 
Para o exercício da contabilidade, é de suma importância se certificar da 
eficiência do serviço que é prestado, tendo em vista que se está lidando com a 
saúde financeira das empresas e informações sigilosas. 
25 
 
 
Para a montagem de um processo de auditoria, é necessário que se tenha 
um conhecimento aprofundado e total domínio do que se está lidando. 
 
26 
 
 
EXECUÇÃO DA AUDITORIA 
Em algumas fontes, a execução é definida como uma etapa única, de 
simples aplicação de procedimentos. Essa nos parece uma simplificação 
indevida: o que se convenciona chamar, no jargão cotidiano dos auditores, de 
“execução” do trabalho é conceitualmente composto de duas etapas distintas: a 
coleta de dados e a análise dos dados coletados 
 
7.1- A coleta de dados 
Na coleta, os auditores aplicam sistematicamente todo um vasto leque de 
técnicas e instrumentos (previamente definidos no programa de auditoria, nunca 
é demais lembrar) com a finalidade de formar um quadro claro sobre os fatos 
que interessam à formação de sua opinião. A coleta de dados pode abranger 
todo o universo de situações de auditoria (exame populacional ou exaustivo) ou 
o exame de apenas alguns componentes de uma determinada coleção de 
eventos para formação de juízo sobre toda a população, o que implica na 
utilização de amostragem, que pode ser baseada em critérios de inferência 
estatística ( amostragem estatística ) ou baseada apenas no julgamento pessoal 
do auditor (amostragem por julgamento). 
Sobre o universo populacional então (ou sobre a amostra), são aplicados 
procedimentos de várias naturezas, cada um deles previamente incluído no 
programa de auditoria e destinado à identificação, comprovação ou simples 
exploração de um determinado aspecto da realidade auditada. Não é possível, 
evidentemente, discriminá-los em detalhe neste breve ensaio conceitual. Ficam 
aqui listados, com a indicação das fontes para o acesso dos leitores, os principais 
procedimentos e técnicas, usualmente aplicados na coleta de dados para 
auditoria. Inicialmente, há os procedimentos mais tradicionais, com origem 
histórica na auditoria contábil: 
 Entrevistas; 
 Observação direta das operações auditadas; 
 Inspeção física direta de bens e instalações (inclui a contagem física de 
itens como numerário, estoques etc.); 
27 
 
 
 Exame direto de documentos originais; 
 Elaboração de fluxogramas e organogramas; 
 Comparação dos demonstrativos contábeis com os registros e partidas 
contábeis originais; 
 Revisão dos registros e partidas contábeis a partir dos documentos 
originais relativos às transações respectivas; 
 Circularização (obtenção de comunicação formal direta por terceiros, 
relativamente a determinada operação, transação ou fato ao qual também 
esteja vinculado). 
Ao longo do tempo, foram se desenvolvendo novos procedimentos mais 
sofisticados, basicamente destinados às outras modalidades de auditoria 
(especialmente na vertente operacional ou de desempenho), que também têm 
por foco essencial a coleta de dados: 
 Questionários 
 Técnicas de análise dos postos de trabalho 
 Segmentação de funções, funções-padrão, análise quantitativa de 
funções e manual de responsabilidade funcional 
 Análise de substitutibilidade do pessoal 
 Técnicas de análise do ambiente organizacional externo 
 “Diamante competitivo” 
 Mapeamento do entorno organizacional 
 Análise SWOT 
 Diagrama de verificação de risco 
 Análise Stakeholder 
 Técnicas de análise de processos 
 Melhora de operações críticas/Análise de informatização de 
processos/Implantação de regras de priorização do fluxo de 
trabalho 
 Suporte de racionalização de procedimentos administrativos 
 Análise do processo de produção de serviços 
 Técnicas de análise da estrutura organizacional 
 Avaliação de componentes e parâmetros estruturais 
 Análise RECI 
28 
 
 
 Mapeamento da estrutura informal e de grupos internos em uma 
organização 
 
 Técnicas de análise do espaço de trabalho 
 Análise de proporção de superfícies e análise normalizada de 
superfícies 
 Técnicas de análise de insumos e produtos 
 Análise de fluxos (de informações, de produtos físicos etc.) 
 Mapa de produtos 
 Técnicas de análise de ambiente organizacional interno 
 Análise de clima organizacional 
 Análise de estilo de direção 
 Orientação de grupos em processo de mudança 
Em qualquer dos casos, é sempre aconselhável considerar o uso de 
dados já existentes (uma vez que a coleta é por vezes cara e demorada). Com 
cautelas semelhantes àquelas aplicadas aos dados gerados diretamente pela 
equipe de auditoria, o uso de dados secundários pode servir de insumo à 
aplicação das técnicas acima listadas ou fornecer a informação, já ordenada, 
diretamente para a etapa de análise. 
Ao coletar dados, em qualquer circunstância (tanto para os dados 
produzidos diretamente pela equipe quanto para os dados gerados por outras 
fontes e já existentes quando da realização da auditoria), deve o auditor 
certificar-se de sua qualidade, uma vez que apenas dados confiáveis e válidos 
podem compor evidências de auditoria. É preciso assim atentar, desde o 
desenho da coleta até a crítica dos seus resultados, para dois atributos dos 
dados gerados: a confiabilidade e a validade. Essas denominações encontram-
se aqui fora do sentido dicionarizado, de senso comum, dos dois termos, e têm 
um conteúdo muito preciso. 
Confiável, nesse contexto, significa que diferentes medições de uma 
mesma realidade fornecem as mesmas respostas. Ou seja, dois auditores 
coletando os mesmos dados independentemente devem chegar aos mesmos 
resultados produzidos (ou um mesmo entrevistado deve dar essencialmente a 
29 
 
 
mesma resposta à mesma pergunta formulada em duas ocasiões diferentes) – 
levando em conta um certo grau de tolerância para resultados aproximadamente 
iguais. 
A forma mais adequada de garantir a confiabilidade da coleta é planejar 
vários meios ou procedimentos de medição da mesma variável, quanto essa se 
revelar importante para as questões de auditoria. Haverá circunstâncias em que 
isso é possível, como na verificação de procedimentos de atendimento de um 
determinado paciente, quando podem ser examinados (e contrastados entre si) 
registros clínicos, laudos de exames, entrevistas com os profissionais 
envolvidos, com o próprio paciente e sua família etc. Em outros casos, porém, 
só há uma fonte de dados – como no exame da regularidade formal de um 
processo de licitação, cujas informações estão essencialmentecontidas no 
próprio processo. 
Já a validade do dado significa a sua pertinência semântica e prática à 
questão de auditoria e ao critério de auditoria adotados, ou mais simplesmente 
se os dados tratam dos problemas examinados e das questões formuladas. Ao 
examinar, por exemplo, o perfil de custos de tratamento em um hospital de 
referência (especializado em procedimentos de alta complexidade), não seriam 
dados válidos as taxas de adoecimento, mortalidade ou outras variáveis 
epidemiológicas totais do conjunto do sistema de saúde municipal (já que se 
referem a um perfil de pacientes distinto daquele do hospital examinado). 
Procedimentos para reforçar a validade dos dados são mais difíceis de 
projetar, e têm natureza mais qualitativa. Também aqui se pode comparar os 
resultados de diferentes fontes e métodos de coleta (com eventuais 
discrepâncias significativas, indicando um possível problema de validade), bem 
como levar os dados à crítica dos entrevistados ou outros agentes envolvidos na 
auditoria, para que possam confirmar o seu sentido ou levantar possíveis 
diferenças de entendimento. 
 
 
 
 APRENDA MAIS SOBRE: 
 
 
Análise de Processo | EXEMPLO: Auditoria | Gerenciamento 
de Processos | Engenharia de Produção 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=WGvfn1yP2Tw 
30 
 
 
 
 
 
Nessa etapa de levantamento de conhecimentos sobre a realidade, o 
auditor coleta, seleciona e organiza os dados, com o fim de formar uma base 
adequada na qual aplicará o seu raciocínio para formular sua opinião. Em teoria 
da auditoria, esse conjunto de dados selecionados, tratados e organizados é 
denominado com mais precisão de evidência. Não podemos discutir neste texto, 
pelas dimensões possíveis ao nosso curso introdutório, toda a profundidade 
teórica das discussões sobre evidências. Por agora, em nosso estudo do 
processo de auditoria, devemos apenas lembrar que, ainda que não seja 
possível excluir um determinado grau de variação subjetiva entre um conjunto 
qualquer de evidências e a conclusão delas derivada por diferentes auditores, a 
forma de construção do trabalho de auditoria, que aqui se apresenta, permite 
minimizar os riscos da subjetividade na opinião de auditoria. Por um lado, o 
auditor descreve os fatos e explicita quais são os critérios (deixando claro 
portanto toda e qualquer opção valorativa que vier a fazer quando da seleção 
dos mesmos). A opinião (ou seja, comparação entre critério e condição 
encontrada) e demais consequências dela resultantes (análises causa-efeito, 
recomendações) terá um certo grau de manifestação da subjetividade, o que é 
inevitável. Porém, a apresentação idônea das evidências e dos critérios permite 
ao destinatário da auditoria (ou a qualquer outro interessado) contrastar, ele 
mesmo, as opiniões formuladas. 
 
7.1- A análise dos dados coletados e os achados de 
auditoria 
O levantamento dos dados é então um gerador de insumos para a 
respectiva análise. A análise dos dados tem por objetivo usá-los para responder 
às questões de auditoria, e consiste na organização dos dados coletados 
(permitindo a descrição da realidade na forma estruturada pelas questões e 
critérios de auditoria escolhidos) e no estabelecimento de relações entre as 
31 
 
 
variáveis selecionadas para comparar a realidade com os critérios selecionados 
e assim responder às questões de auditoria. Cada constatação de discrepância 
significativa entre a realidade e os critérios de auditoria representa um achado 
de auditoria (que pode inclusive ser positivo, estando a realidade em situação 
melhor que a especificada no critério, quando, então, pode-se estar diante de 
boas práticas ). 
 
Será útil estender-nos um pouco mais na noção de “achado”, que mostra 
em pequena escala todo o sentido lógico do processo da auditoria. 
 
 
 
 
 
 
As constatações que o auditor obtém consistem, em sua natureza, de uma 
estrutura de pensamento da forma critério; condição; causa; efeito, ilustrada 
na figura a seguir: 
 APRENDA MAIS SOBRE: 
 
 
Confira na íntegra a palestra Auditoria Interna com abordagem 
na Avaliação dos Processos Organizacionais ministrada por 
Sérgio Vidal, Diretor Executivo da VCW Consultores e 
Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Unicarioca, 
no dia 26 de outubro, no CRCRJ. Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=fVXvV0fHuT4 
32 
 
 
 
De outro ponto de vista podemos assim definir: 
 
Qualquer constatação relevante que o auditor possa produzir conterá em 
si: 
i. Um critério, definido com antecedência na etapa de planejamento, 
especificando qualitativa e/ou quantitativamente um aspecto 
esperado ou desejável da realidade a ser auditada; 
ii. Uma condição, verificada no mundo real por meio da coleta e 
análise de dados, da dimensão definida pelo critério; 
33 
 
 
iii. Uma avaliação, na maior extensão possível, da causa provável de 
eventuais divergências significativas entre critério e condição, com 
análise de efeito (nexo de causalidade) entre a causa apontada e 
a discrepância observada. 
iv. Uma avaliação, na maior extensão possível, do efeito provável da 
divergência encontrada. 
É neste ponto crucial que podemos perceber toda a construção lógica do 
processo de auditoria. Aqui vemos o percurso lógico que faz o auditor para 
construir suas conclusões. Primeiro, levanta, fundamenta e explicita os critérios 
que vai adotar para avaliar uma situação real. Em seguida, “mergulha” nessa 
realidade para produzir um conjunto ordenado de dados que evidenciem a 
condição da realidade relativa à dimensão do critério selecionado. Qualquer 
discrepância entre o critério e a condição resultará num achado, que tem de ser 
desenvolvido. 
Como se desenvolve o achado? Em primeiro lugar, pela sua evidenciação 
(ou seja, a simples demonstração dessa discrepância entre critério e condição já 
é uma significativa contribuição do auditor em muitos casos). Porém, pela sua 
posição nesse trabalho, o auditor pode fazer mais. Pode procurar, na maior 
extensão que lhe seja possível, examinar causas prováveis dessa discrepância, 
bem como os seus efeitos previsíveis. Ainda que em muitos encargos de 
auditoria essa análise só seja possível com alguma superficialidade (porque 
envolveria estudos muito mais longos e custosos), não devemos nos esquecer 
que quem achou a situação examinada foi o auditor: portanto, ele se encontra 
em posição privilegiada em termos de conhecimento e informação sobre aquela 
realidade; isto faz com que a sua contribuição nesse sentido seja útil mesmo se 
não for exaustiva. 
Em seguida, o auditor utiliza todas as informações e análises obtidas até 
agora para sintetizar as suas conclusões, formulando inclusive recomendações 
para a solução da eventual discrepância se o contexto da auditoria assim o 
permitir (discutiremos ao final deste capítulo, em maior detalhe, a questão das 
eventuais recomendações de solução que possa formular o auditor); se formular 
recomendações é bastante valioso que sejam acompanhadas de uma estimativa 
do benefício que pode trazer, como forma de orientar o destinatário da opinião 
34 
 
 
de auditoria sobre a relevância das recomendações recebidas e os caminhos a 
seguir para considerar sua adoção. 
O percurso lógico do desenvolvimento do achado, que corresponde à 
própria essência lógica da auditoria, está sintetizado no quadro a seguir: 
 
 
7.2- Técnicas e ferramentas 
Para o cumprimento desse percurso lógico, é claro que o auditor tem que 
lançar mão de todos os recursos que o pensamento humano oferece para o 
tratamento de informações e ideias. São as técnicas e ferramentas, de que 
vamos tratar nesta seção. 
Se a metodologia adotada enfatiza a análise quantitativa, existe amplo 
espaço para a adoção de toda a variedade de inferências estatísticas, assim 
como para o uso de métodos descritivos mais simples (como a simples análise 
mediante gráficosou a geração de estatísticas descritivas). Qualquer que seja o 
ferramental adotado, no entanto, a análise quantitativa pretende em geral 
abranger, da forma mais representativa possível, as características gerais de um 
grande número de objetos ou entidades (geralmente concentrando-se em um 
número limitado de propriedades ou aspectos desses objetos ou entidades). 
Estudos quantitativos são particularmente adequados para indicar relações 
causais entre variáveis que possam ser quantificadas e para inferir conclusões 
para um universo maior que o efetivamente examinado. 
Certos tipos de questões, no entanto, não se prestam a respostas 
exclusivamente quantitativas, necessitando de uma abordagem qualitativa. Isso 
se dá quando se pretende um entendimento detalhado acerca de algumas 
poucas questões específicas, ou quando se pretende levantar hipóteses ou 
35 
 
 
teorias mais precisas, ou ainda quanto seja demandado aos auditores uma 
tentativa de entendimento em profundidade sobre um grande número de 
características do objeto auditado. 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de uma escolha entre métodos, para buscar os mais adequados 
em cada circunstância concreta. Os métodos quantitativos podem ser 
apropriados para o estudo de uma população de objetos de observação 
comparáveis entre si, quando a geração de informações agregadas seja 
materialmente possível. Já os qualitativos são indicados em fenômenos nos 
quais o aspecto subjetivo da ação social seja relativamente mais relevante que 
as estruturas societais ou, em geral, quando se quer enfatizar as especificidades 
de um fenômeno em termos de suas origens e razão de ser. 
Descendo a detalhes de implementação, alguns procedimentos e 
métodos vêm sendo adotados usualmente como meio de realizar a análise dos 
dados em auditoria. Além do ferramental estatístico, outros mecanismos têm sido 
utilizados em maior ou menor grau pelas diferentes modalidades de auditoria. 
Lembremos, antes de listar alguns exemplos, que as técnicas mencionadas 
como de análise de dados servem preferencialmente nessa etapa (em especial 
devido à sua sofisticação analítica), mas também pode ocorrer o caso de que 
tenham utilidade para organizar a coleta de dados, estando à disposição do 
auditor. Entre esse outro conjunto de ferramentas, podemos exemplificar: 
 Revisão analítica 
 Análise de conteúdo (procedimentos padronizados para categorização e 
inferência a partir de registros escritos originais) 
 Grupos focais (discussões planejadas e em profundidade, geralmente 
entre especialistas, sobre um assunto específico a ser examinado) 
 
Não se pode deixar de reafirmar, neste ponto, que não existe uma oposição 
entre métodos quantitativos e qualitativos. “São, sim, alternativas metodológicas para a 
pesquisa, e a denominação qualitativa ou quantitativa não delimita para uma e outra 
objetos qualitativos e quantitativos, nem tampouco paradigmas científicos distintos” 
(PEREIRA, 2001, p. 22-41). 
36 
 
 
 Correlação entre informações independentes obtidas de várias fontes na 
auditoria 
 Benchmarking (identificação e implementação de boas práticas de 
gestão) 
 Indicadores de desempenho 
 
 Observações sobre a execução: seqüenciamento das 
atividades 
Algumas considerações finais ainda se devem fazer sobre a etapa de 
execução (coleta e análise de dados). Primeiro, a “execução” é associada no 
senso comum ao trabalho de campo, fora do escritório do auditor. Essa 
identidade não é correta. É verdade que o maior volume de trabalho em campo 
corresponde à coleta de dados, que compõe a execução. Porém, boa parte da 
análise dos dados é feita internamente pela equipe de auditoria, no próprio 
escritório (existem autores que chegam a propor uma etapa interna específica 
de “encerramento e conclusões”, após a execução dos trabalhos de verificação). 
Além disso, uma significativa parte da etapa de planejamento desenvolve-se 
junto ao cliente da auditoria, tanto nas auditorias tradicionais (contábeis ou de 
legalidade) quanto nas auditorias de desempenho ou operacionais. A 
desagregação do trabalho em etapas, portanto, vem do conteúdo de cada uma 
delas, e não de sua localização física. 
Da mesma forma, a apresentação seqüencial das etapas de execução 
não exclui a possibilidade de que ocorram interpolações ou paralelismos entre 
elas, nomeadamente entre coleta e análise de dados (ressaltado mais uma vez 
que um eventual paralelismo entre planejamento e execução não está incluído 
nessa afirmação, sendo sempre uma ocorrência absolutamente excepcional). 
Isso ocorre em particular quando se usam métodos qualitativos, pois: 
À medida em que progride a coleta de dados, nós 
processamos continuamente o material recolhido com a 
finalidade de produzir conclusões válidas. As respostas 
fornecidas pelos respondentes a uma entrevista pode levar à 
formulação de novas questões que não tiverem sido incluídas no 
plano original de entrevista. Uma abordagem qualitativa é, pois, 
um processo interativo entre a pessoa levando a cabo e análise 
37 
 
 
e os respondentes.Os dados são processados tanto durante a 
coleta quanto na interpretação final. (RIKSREVISIONEN, 2003, 
Chapter 5.4, section 5.4.4.1.) 
 
7.3- Opinião de auditoria: constatar ou propor? 
Por fim, relembramos que o conteúdo da etapa de análise pode incluir 
apenas uma opinião sobre o grau de coincidência entre a situação encontrada e 
os critérios especificados (o que corresponde estritamente à definição conceitual 
exposta no segundo capítulo deste texto) ou estender-se à formulação de 
análises de causa e efeito e à geração de recomendações. Na maioria dos 
casos, é pertinente inclusive oferecer ao destinatário da auditoria diferentes 
recomendações alternativas para cada constatação: a necessidade de escolhas 
é inerente ao processo gerencial; o próprio auditor terá de elaborar várias 
alternativas (e ordená-las segundo critérios de adequação à solução do 
problema) para ele próprio formular sua visão de solução; ainda, a maioria dos 
problemas identificados em auditorias tem diferentes atores envolvidos dentro 
das organizações, e a existência de múltiplas propostas favorece as 
negociações internas e a formação de consensos. Como esclarecem de forma 
bastante eloquente Más e Ramió (1997, p.366): 
[...] em uma auditoria no sentido mais clássico da palavra não se tem que ir além de 
dizer que problemas se detectam e que se deve fazer em um sentido geral, mas sem 
discorrer sobre como se deve fazê-lo, posto que isto é tarefa do gestor. Dependendo do tipo 
de auditoria, e sobretudo das demandas do cliente, a auditoria deve ir além e, inclusive, 
propor como se deve fazer para resolver os problemas: é o plano de ação. Não obstante, 
ainda que o auditor tenha a oportunidade de desempenhar o papel de assessor de gestão, 
tem de ter presente que só se trata de propostas e assim devem constar na redação do 
relatório. Trata-se de dar um enfoque eminentemente utilitarista ao relatório de auditoria, 
não o limitando a um mero inventário de problemas, mas também convertendo-o em um 
pequeno manual de soluções. 
Essa extensão da atividade do auditor (sem dúvida, um considerável valor 
agregado pelo seu trabalho) não está analiticamente abrangida pela definição 
original de auditoria que utilizamos, mas – como já explicamos no segundo 
capítulo – essa não inclusão é apenas um recurso teórico, não implicando de 
38 
 
 
forma alguma que o profissional que detecta a não conformidade não deva 
estender recomendações de melhora. Ao enveredar por esse caminho, esse 
profissional avança no campo que, para fins analíticos, costuma-se denominar 
consultoria: 
Sua meta ou produto final em qualquer atividade de 
consultoria é alguma espécie de mudança. As mudanças 
acontecem de duas maneiras. Em um nível, consultamos para 
produzir mudança na organização de linha, de natureza 
estrutural,política ou de procedimentos – um novo plano de 
recompensas, um novo processo de relatórios, um novo 
programa de segurança. O segundo tipo de mudança tem como 
resultado final o fato de que uma ou muitas pessoas na 
organização de linha aprenderam algo de novo. (BLOCK, 2001, 
p. 3-4) 
É claro que esse valioso aporte gerado pelas constatações de auditoria 
depende de uma íntima vinculação do processo de produção das 
recomendações com o processo analítico de geração das constatações – em 
outros termos, dificilmente seria possível dissociar a análise dos dados 
necessária à emissão de uma opinião de auditoria (não conformidade entre 
condição encontrada e critério especificado) da análise necessária à 
identificação de causalidades e à apresentação de recomendações de solução. 
Dificilmente poder-se-ia partir de simples constatações registradas em relatório 
para gerar, ex post , recomendações e propostas relevantes. Por conseguinte, a 
etapa de análise dos dados deve incorporar todo o trabalho concernente à 
emissão de opinião e à proposição de recomendações que advierem do trabalho 
de auditoria. 
Se um auditor realizou as etapas de planejamento e execução de acordo 
com os critérios apresentados neste estudo, não chegará ao estado de 
inquietação que esse desorientado profissional nos expressa na figura acima. 
Saberá com precisão a que corresponde cada uma das informações que 
“juntou”. 
Seu trabalho, porém, não terminou. Permanece a dificuldade de sintetizar 
todo o seu trabalho, toda a quantidade de informação com que lida o auditor, em 
39 
 
 
uma forma capaz de atender às necessidades do destinatário do trabalho de 
auditoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O escritor, esse, tudo quanto escrever, desde a primeira palavra, desde a primeira 
linha, será em obediência a uma intenção, às vezes clara, às vezes obscura – 
porém, de certo modo, sempre discernível e mais ou menos óbvia, no sentido de 
que está obrigado, em todos os casos, a facultar ao leitor, passo a passo, dados 
cognitivos comuns a ambos, para que ele possa, sem excessivas dificuldades, 
entender o que, pretendendo parecer novo, diferente, talvez mesmo original, já é 
afinal conhecido porque, sucessivamente, vai sendo reconhecido. (SARAMAGO, 
1999, p.193) 
40 
 
 
RELATÓRIO DE AUDITORIA 
 Como vimos na sua definição conceitual, a auditoria tem um destinatário 
específico das suas conclusões. De nada valeria todo o trabalho do auditor, por 
mais correto e profundo que fosse, caso não pudesse ser transmitido a quem se 
destina, na exata medida das demandas informacionais que estes destinatários 
formulem. De fato, o relatório é unanimamente considerado o produto principal 
de qualquer auditoria. 
 
A necessidade da apresentação em forma escrita, por sua vez, vem da 
posição do auditor na relação de accountability como validador formal de alguma 
informação (ou seja, a sua opinião produz efeitos perante o destinatário e – no 
caso de ser publicada – perante terceiros). Isto implica em que a opinião do 
auditor tenha uma natureza também formal, o que torna imprescindível a sua 
transmissão em um documento estruturado. 
Nada disso impede, de forma alguma, o uso de recursos adicionais para 
comunicação dos resultados de auditoria: reuniões de encerramento, 
apresentações verbais, edição de resumos e press releases , sempre que não 
haja restrições legais ou contratuais (questões de propriedade intelectual etc.) 
para a ampla divulgação da informação. 
41 
 
 
 
Um integrante muito conhecido desta categoria de relatórios pré-
formatados é o parecer de auditoria elaborado pelos auditores independentes 
das demonstrações contábeis. Na normativa e na prática de outros países, como 
Espanha e Argentina, esse tipo de documento se denomina exatamente relatório 
( informe ) em lugar de parecer ( dictamen ). 
Neste documento habitualmente conciso, o auditor contábil transmite ao 
destinatário (formalmente, a empresa que o contratou; na prática, a coletividade 
de acionistas, investidores, credores etc.) as conclusões de seu trabalho, 
comparando um aspecto da realidade (as demonstrações contábeis) com 
critérios preestabelecidos (no caso, por normas regulamentares, os princípios e 
convenções contábeis vigentes no país onde sejam publicadas), registrando a 
conformidade entre ambos ou discriminando eventuais discrepâncias nas suas 
diferentes formas. 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
8.1- Critérios para estruturação e redação 
Em caráter geral, espera-se de um relatório algumas qualidades. Em 
primeiro lugar, que apresente uma conexão lógica entre os objetivos do trabalho 
(as questões de auditoria), os critérios de auditoria previamente estabelecidos, 
os fatos descritos, as opiniões ou conclusões do auditor e (quando existentes) 
as recomendações formuladas. Deste requisito genérico já se infere que a 
qualidade do relatório depende, essencialmente, da qualidade do conjunto do 
trabalho de auditoria. Quando de sua redação, ficarão manifestas quaisquer 
inconsistências ou fragilidades metodológicas de que a auditoria tenha padecido: 
 
 
 
 
 
Outro requisito importante, também imposto pela inserção do exame de 
auditoria em uma relação de prestação de contas acerca de uma realidade 
concreta, é a distinção clara e explícita no texto do relatório entre fatos, critérios 
Escrever é um processo. Isto significa que várias minutas devem ser escritas, 
comentadas e revisadas. Ao mesmo tempo, escrever é também parte do trabalho 
analítico. Alguns dos problemas analíticos enfrentados pelo autor não chegam a ser 
resolvidos até que ele ou ela comece a escrever o relatório. (RRV, 1997, p.111) 
 
 APRENDA MAIS: 
 
 
O método Ninja não é uma fórmula mágica que vai 
garantir a sua aprovação, mas é um método testado e 
comprovando que funciona, mas que vai exigir de você, 
esforço, dedicação e disciplina para seguir as metas de estudo 
diárias para que você consiga a sua aprovação. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=HemqAHuv6BA 
Assista também: Relatórios de Auditoria 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=8InJNizbEBk 
43 
 
 
de auditoria e conclusões/opiniões do auditor (o que traduz de forma simples e 
direta, a nosso ver, a objetividade do trabalho). Quando afirmações dessas três 
naturezas chegam a confundir-se, é preciso primeiro questionar se a causa não 
seria a forma de apresentação ou redação por parte do auditor, que deve sempre 
ter em mente a estrita individualização do que é fato, do que é critério ou 
afirmação normativa e do que é a sua apreciação ( judgement ) sobre os fatos a 
partir da norma. 
Em alguns casos, porém, é possível que haja divergências na 
caracterização de situações complexas, especialmente se houver discordância 
dos responsáveis pela realidade auditada, discrepâncias estas que – por se 
situarem legitimamente no domínio interpretativo – não podem ser creditadas 
apenas a insuficiências na redação do analista. Neste caso, é necessário deixar 
claro no texto a condição polêmica dessas afirmações. A prevenção dessas 
situações pode ser alcançada mediante o diálogo aberto com os responsáveis 
pela atividade auditada e, se de todo impossível, a objetividade do auditor requer 
que as posições divergentes desses responsáveis sejam transparentemente 
descritas no relatório (o GAO norte- americano tem por política, inclusive, anexar 
aos seus relatórios o fac-símile das respostas e comentários). 
Isso levanta, ainda, a questão mais ampla da manifestação do agente que 
é auditado dentro do relatório de auditoria, sob a forma de comentários ou 
alegações. Esta abertura do relatório (apesar de despertar reações em algumas 
organizações públicas de fiscalização) é requisito básico na grande maioria das 
recomendações técnicas e normativas em todo o mundo (tanto na auditoria de 
desempenho ou operacional quanto na auditoria de regularidade ou legalidade)que o auditado tenha acesso a uma versão preliminar do relatório e possa 
elaborar os seus comentários, podendo posteriormente a equipe de auditoria 
incorporar a suas conclusões as alegações formuladas ou delas divergir, 
transcrevendo o posicionamento discrepante do gestor. Pensamos que esta 
providência é indissociável da objetividade e transparência que se pretende 
conferir ao trabalho de auditoria, e só deveria ser descartada em casos 
excepcionalíssimos quando houvesse razões extraordinárias que obrigassem à 
manutenção de sigilo sobre os trabalhos. 
44 
 
 
Algumas outras orientações simples devem ser consideradas quando da 
redação de qualquer informe técnico, e aplicam-se também aos relatórios de 
auditoria: não incluir informações ou discussões sem relação direta com os 
assuntos abordados; evitar o uso excessivo de vocabulário técnico ou restrito a 
um determinado campo de conhecimento (incorporando como anexo um 
glossário dos termos técnicos indispensáveis); incluir um índice do conteúdo do 
relatório; usar cabeçalhos e títulos que tenham conteúdo informativo (em lugar 
de “Observação sobre a gestão de estoques”, utilizar algo como “A rotação dos 
estoques está baixa devido ao atraso na identificação das demandas de 
ressuprimento”); ilustrar pontos difíceis com tabelas ou diagramas. 
Várias são as estruturas recomendadas para a elaboração de um relatório 
de auditoria (TCU, 2003, p. 8-12). A formatação precisa de um relatório (mesmo 
que apresentada em um nível teórico ou genérico) dependerá evidentemente da 
natureza da informação examinada e das demandas de informação do 
destinatário. Tentaremos apresentar aqui um projeto simples de relatório de 
finalidade generalista, contendo a disposição dos elementos básicos abordados 
no processo de auditoria descrito neste trabalho, com a finalidade de permitir a 
sua adaptação por cada usuário para as necessidades de sua auditoria em 
especial. 
45 
 
 
 
 
O modelo proposto é resumido, para melhor visualização, pelo diagrama 
a seguir: 
46 
 
 
 
O produto principal do trabalho de auditoria, como vimos neste capítulo, é 
o relatório. É ele que contém a opinião do auditor. Por sua vez, o relatório é o 
produto final de um longo processo de trabalho e de interação entre o auditor e 
a realidade social. Sendo o processo de auditoria uma intervenção em uma 
relação de accountability entre terceiros, de vastos efeitos e responsabilidades 
graves, é razoável que exija registros escritos para resguardo das partes 
envolvidas e especialmente do próprio auditor. Assim, a documentação e o 
arquivo de todas as informações e trabalhos realizados, conhecidos em sentido 
lato como “papéis de trabalho”, é imprescindível para o cumprimento da missão 
do auditor. 
Os papéis de trabalho compreendem a totalidade dos documentos 
preparados ou recebidos pelos auditores, contendo: 
 A informação utilizada na auditoria; 
 Os procedimentos efetuados pelo auditor; 
47 
 
 
 As decisões que teve de tomar para alcançar a opinião. 
Daí percebemos também que a utilização e organização de papéis de 
trabalho não é uma “etapa” ou “fase” específica, nem tem um momento fixo no 
tempo; ao contrário, todos os passos da auditoria devem ser sistematicamente 
documentados em papéis de trabalho – até porque são os papéis de uma etapa 
que servirão de base para a realização das etapas posteriores. 
 
Em função de desempenharem funções tão importantes, os papéis de 
trabalho são propriedade do auditor, que deve conservar ciosamente sua 
custódia, entregando-os a terceiros apenas quando essa entrega for prevista em 
expressa determinação legal. Quanto à sua confidencialidade, a posição 
tradicional é a de preservá-la nos mesmos termos que a custódia, sendo 
admissível (a critério do auditor) conceder à entidade auditada o acesso ou 
48 
 
 
cópias a parcela dos papéis de trabalho que verse sobre auditoria nela realizada. 
Os papéis devem ser conservados pelo tempo necessário para satisfazer as 
exigências legais e as necessidades de futuras auditorias, sendo que a norma 
técnica brasileira determina um período de conservação mínimo de 5 anos após 
a emissão do parecer. 
A organização dos papéis externos a arquivar (e especialmente a 
definição dos papéis de trabalho que o próprio auditor vai produzir) dependem 
da natureza e circunstâncias de cada auditoria individual, sem prejuízo do 
desenvolvimento de modelos padronizados de papéis de trabalho a serem 
utilizados quando da aplicação de procedimentos e análises de mesma natureza 
por diferentes auditores em diferentes momentos. Existem diferentes propostas 
de modelos e de papéis de trabalho na literatura técnica, tanto nas auditorias 
contábeis tradicionais 1 quanto na auditoria operacional ou de desempenho. 
Naturalmente, sendo os papéis de trabalho elaborados em função de cada 
circunstância individual, não cabe a um texto geral como este apresentar 
qualquer caso concreto, remetendo-se o leitor à bibliografia indicada segundo a 
finalidade específica de cada auditoria que empreender. 
Planejar adequadamente, ir a campo com método e atenção, redigir o 
relatório com cuidados especiais para com as necessidades de informação do 
destinatário. Concluir uma missão de auditoria é uma grande conquista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS : 
Auditoria Governamental: Normas de Auditoria do TCU – NAT. Tonyvan 
Carvalho. Acesse o link:<https://www.ricardoalexandre.com.br/wp-
content/uploads/2020/02/Normas-de-Auditoria-do-TCU-NAT.pdf>. 
49 
 
 
 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Visto a importância do trabalho do auditor, em transmitir a mensagem para 
seus consumidores finais, podemos dizer que a importância de sua obra baseia-
se em seu relatório final, que deverá ocorrer de forma clara objetiva e com 
eficiência. 
O fato de ser o veículo principal de transmissão da opinião do auditor ao 
destinatário conduz a que seja freqüente a regulação de formatos e pautas 
rígidas para os relatórios de auditoria. Cada instituição de auditoria pública tem 
seu próprio modelo de relatório normatizado, o mesmo ocorrendo com os 
contratantes mais sofisticados de serviços de auditoria. 
Um auditor, ou uma instituição de auditoria, não faz uma auditoria 
somente. Como profissionais, têm uma prática contínua, uma sequência de 
trabalhos de auditoria que poderá até ser aleatória, mas previsivelmente terá 
algum sentido de conjunto. 
A necessidade de realizar uma auditoria operacional pode surgir 
tanto por impulsos internos como externos à organização. Mas em 
qualquer caso, essa necessidade é mais peremptória quanto mais 
instável e cambiante seja o ambiente em que está imersa a organização, 
já que esta necessitará redefinir com maior frequência sua posição com 
respeito a esse ambiente. (MÁS e RAMIÓ, 1997, p. 47-48) 
Contudo, se faz necessário que essas organizações busquem 
profissionais qualificados e os dê autonomia para emitir seus relatórios de forma 
eficaz, que possa contribuir para o crescimento e gerenciamento da organização. 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MATTOS, João Guterres de. Auditoria [recurso eletrônico] / João Guterres de 
Mattos. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. Editado como livro impresso em 2017. 
ISBN 978-85-9502-011-5. 
GRAMLING, Audrey A. RittENBERG, Larry E. JOHNSTONE; Karla M. [tradução 
técnica Antonio Zoratto Sanvicente]. -- São Paulo: Auditoria. 7 ed. Norte-
Americana. 2012. 
ALMEIDA, Bruno José Machado de. Análise comparativa das filosofias de 
auditoria. Rev. contab. finanç. vol.16 no.37 São Paulo jan./abr. 2005. versão On-
line. SEÇÃO INTERNACIONAL. Acessado em 17/08/2020. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
7077200500010000 7&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. 
Manual de Auditoria Interna. Auditoria-geral da UFMG. 2ª Versão Belo Horizonte 
– 2013. Acessado em 17/08/2020.

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