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7ºAula A tramitação do título na serventia de registro de imóveis e a fi gura da suscitação de dúvida e do pedido de retifi cação de registro Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender os trâmites do processo administrativo de registro na serventia pública fixados pela Lei 6.015/73, suas fases próprias, prazos e demais peculiaridades; • compreender a figura da declaração ou suscitação de dúvida realizada ao Oficial Registrador em caso de discordância quanto eventual irregularidade alegada; • ampliar os conhecimentos acerca da retificação de registro imobiliário apresentado em face de algo que não reflete a realidade do imóvel registrado. Olá Turma, Iniciaremos agora a nossa sétima aula. Nela, estudaremos - do começo (protocolo) ao fim (registro efetivo) -, o caminho/ tramitação do título na serventia imobiliária, bem como as suas peculiaridades. Conceituaremos o instituto da suscitação de dúvida e da retificação do registro. Bons estudos! Sistema Registral Imobiliário 50 1 - Tramitação do título na serventia de Registro de Imóveis 2 - A suscitação de dúvida 3 - Retifi cação do registro Imobiliário 1 - Tramitação do título na serventia de Registro de Imóveis Quando um título é apresentado ao Ofício Imobiliário competente há um trâmite fi xado pela Lei 6.015/73, que confi gura um processo administrativo com fases próprias, prazos estabelecidos por lei e algumas peculiaridades. Nesse momento, é importante lembrar que título é o documento apresentado no ofício de registro de imóveis, cujo intuito é de constituir, modifi car ou extinguir direitos, e ainda, que esse título pode ter gênese administrativa (pública ou particular) ou judicial. Desse modo, são considerados títulos, por exemplo, a escritura pública, um contrato particular de alienação fi duciária, uma convenção de condomínio, um mandado de registro formal de partilha, carta de adjudicação etc. (ARAÚJO, 2012). a) Recepção: A primeira análise que o Registro de Imóveis faz do título ocorre na recepção da serventia, procedendo-se um exame preliminar para que não se cometam erros que possam afetar direitos de terceiros. Com efeito, apesar de a análise ser superfi cial, deve a recepção observar se o imóvel objeto do título pertence à circunscrição do Registro de Imóveis, se o título é hábil para ter acesso à serventia, pois muitas vezes é apresentado por meio de cópia e não poderá ter sua prioridade garantida (artigo 186 da Lei 6.015/73). Conforme leciona Araújo (2012, p. 70), entre os requisitos fi scalizados, podem ser citados: o regular pagamento de impostos e seus acessórios devidos por força dos atos que forem solicitados ao ofício; o cumprimento do Princípio da Especialidade (completa caracterização do imóvel e qualifi cação das partes); a observância do Princípio da Disponibilidade (se o interessado é realmente o titular de direitos), a obediência ao Princípio da Continuidade (se não existe título antecedente não registrado ou se nenhum ato jurídico foi desconsiderado), e ainda, a existência de gravames que impeçam a transferência, entre outros. b) Contraditório: Adiante, o título é encaminhado a um setor que o cadastrará e procederá todas as buscas necessárias nos indicadores, principalmente no controle de títulos contraditórios onde será observado se há outro título envolvendo os mesmos imóveis, bem como no livro de indisponibilidade, sendo que na ocorrência de algum dos casos, será feita a anotação pertinente no título para posterior verifi cação. c) Extrato: Nesta oportunidade é feito um resumo ou extrato do título que após impresso é submetido à conferência e verifi cação, nesta fase preliminar é realizada pesquisa pelo digitador ou datilógrafo do registro anterior, anexando-se ao Seções de estudo título cópia da matrícula original (MELO, 2004). d) Conferência – EXAME DE LEGALIDADE: Primeiramente, consiste na análise do extrato em cotejo com o título, conferindo se aquele corresponde de forma fi el a este, observando-se a redação e erros de digitação e gramaticais. Posteriormente, o conferente faz um exame amplo quanto a legalidade do título, isso é, se o título está incluso no rol do artigo 167 da Lei 6.015/73; se foi observada a forma prescrita em lei (artigos nºs 215 e 221 do Código Civil) no caso de escritura pública ou instrumento particular; o recolhimento dos tributos incidente sobre os imóveis (artigo 31, inciso XI, da Lei 8.935/94); nesta fase, também, é feita uma análise da formalidade ou requisitos extrínsecos do título, como, por exemplo: as assinaturas das partes, numeração de folhas em títulos judiciais, reconhecimentos de fi rma, certidões de órgãos complexos, etc. Por fi m, é feito o cálculo das custas e emolumentos e o título submetido à verifi cação (MELO, 2004). Observação: Apresentado o título para registro, o registrador tem 15 dias para efetuar a conferência/exame da legalidade deste, ou seja, analisa no título apresentado a observância ou não de todas as prescrições legais para o ato registral solicitado. Já para o ato registral como um todo (início e fi m/registro), o registrador possui o prazo de 30 dias, contados da data da apresentação do título e lançamento no protocolo, podendo tal prazo ser reduzido a critério do registrador, à luz do Princípio da Efi ciência. Todavia, há de se destacar que nunca poderá ocorrer a elasticidade do prazo, sob pena de descumprimento do dever funcional estabelecido na Lei 8.935/94, artigo 30, inciso X. Verifi cação: Novamente um setor analisa mais profundamente os princípios da continuidade, disponibilidade e especialidade, entre outros, isto é, analisa mais a fundo o extrato com a matrícula ou transcrição, observando eventuais divergências que deverão ser dirimidas antes do registro. Devolução: Sendo o título desqualifi cado, ou seja, havendo exigência de qualquer ordem deverão ser formuladas de uma só vez, por escrito, de forma clara e objetiva, em papel timbrado do cartório, com identifi cação e assinatura do servidor responsável, lembrando sempre que o apresentante muitas vezes é leigo na área de registros públicos, devendo ser evitado o excesso de termos jurídicos. Numeração e Registro: Estando apto para registro ou superadas as exigências, o título será submetido à numeração, que corresponde na admissão para inclusão do título nos livros 2 ou 3. Nesta fase, o extrato será corrigido se tiver algum erro e o ato será impresso e transportado para o respectivo livro, sendo o título encerrado com acompanhamento da certidão talão que resumirá as custas e emolumentos devidos, procedendo-se, ao fi nal, a microfi lmagem total dos títulos (MELO, 2004). RESUMINDO: Da recepção e análise do título na serventia, o registrador tem dois caminhos a percorrer: registrar o título ou apontar as exigências legais, restando a decisão sobre qual das alternativas será adotada repousa no exame da legalidade do título levado ao cartório de registro de imóveis. Examinados os requisitos legais do título, verifi cado se estão ou não de acordo com o que a legislação estabelece, o título será registrado, gerando efeitos desde a data de sua apresentação ao ofício imobiliário, conforme dispõe o artigo 51 1.246, do CC. Após a realização dos atos registrais, estes se tornam públicos e qualquer pessoa pode solicitar certidões referentes aos mesmos, sem a necessidade de motivação do pleito. Havendo exigência a ser satisfeita (devolução), o oficial deverá indicá-la por escrito, de uma única vez, fundamentadamente, para que o interessado possa satisfazê- la. Ao sanar as exigências legais apontadas pelo registrador, o interessado deverá devolver a documentação para nova análise do registrador. Caso sejam apresentados novos documentos, pode ocorrer a indicação de novas exigências em razão dos novos documentos apresentados (ARAÚJO, 2012). Então, esse processo pode andar em círculos por muito tempo ou ser rapidamente efetivado,dependendo da complexidade do ato a ser praticado, da legalidade dos documentos apresentados e da técnica dos profissionais envolvidos no procedimento (registrador, engenheiro, advogado etc). Percebe-se que o exame da legalidade do título é a “mola mestra” de todo o procedimento registral e da tramitação do título na serventia registral, razão pela qual encaminha-se para a sua abordagem (ARAÚJO, 2012). Fonte: Maria Darlene Braga de Araújo, 2012. Sistema Registral Imobiliário 52 2 - A suscitação de dúvida É o procedimento administrativo disciplinado pelos artigos 198 a 204 da Lei n.º 6.015/73, que representa a concretização do exercício da ampla defesa, que deve ser permitida sem restrições, e acompanhada de rigorosa observância do contraditório. Como dito anteriormente, se o documento/título apresentado tiver alguma irregularidade, requisitos serão realizados. Todavia, não se conformando o apresentante com a exigência do Ofi cial Registrador, ele poderá requerer a declaração ou suscitação de dúvida ao Ofi cial Registrador (suscitante), que remeterá ao Juízo competente para dirimi-la, acompanhada de suas razões, procedendo-se a notifi cação e intimação do suscitado para impugná-la no prazo de quinze dias, observando-se que é dever do Ofi cial encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantada pelos interessados, nos termos do artigo 30, XIII, da Lei 8.935/94. Noutras palavras, pela regra estabelecida no caput do art. 198 da Lei n.º 6.015/73, na hipótese de o Ofi cial se deparar com alguma irregularidade, depois de protocolar à margem da prenotação a ocorrência da dúvida, deverá dar ciência do fato ao apresentante, certifi cando por escrito a exigência a ser satisfeita, para que este corrija a irregularidade apontada ou desista do registro. Se o apresentante não aceitar a exigência feita pelo Ofi cial, por entendê-la descabida ou por não poder satisfazê-la, pode o apresentante requerer seja o título, junto com a declaração de dúvida, remetido à análise do magistrado competente. Fonte: NOVAES, Ane Carolina. Suscitação de Dúvida no Registro de Imóveis. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 3, no 128. Disponível em: https://www.boletimjuridico.com. br/doutrina/artigo/641/suscitacao-duvida-registro-imoveis. Acesso em: 03 junho de 2019. Decorrido o prazo, apresentada ou não a impugnação, os autos serão remetidos ao representante do Ministério Público que atuará como fi scal da lei (custus legis) emitindo parecer no prazo de dez dias, retornando os autos ao Juízo competente para prolação de sentença, sendo que a prenotação fi cará suspensa até fi nal solução (artigos 198 e seguintes da Lei 6.015/73). Não se conformando com a sentença de primeiro grau, poderá o apresentante/requerente recorrer no prazo de 15 (quinze) dias para o órgão competente através de apelação, que será recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo (MELO, 2004). Observação: Salienta-se que a importante intervenção do Ministério Público é obrigatória, sob pena de nulidade (artigo 200 da Lei 6.015/73), haja vista o registrador não poder recorrer da sentença de improcedência da dúvida. Transitada em julgado a decisão da dúvida, se esta for julgada procedente, os documentos serão restituídos à parte, independentemente de translado, dando-se ciência da decisão ao ofi cial, para que a consigne no Protocolo e cancele a prenotação. Todavia, se a dúvida for julgada improcedente, o interessado apresentará, de novo, os seus documentos, com o respectivo mandado, ou certidão da sentença, que fi carão arquivados, para que, desde logo, se proceda ao registro, declarando o ofi cial o fato na coluna de anotações do Protocolo (art. 203 da LRP). Peculiaridades acerca da tramitação do título na serventia de Registro de Imóveis e da Suscitação de Dúvida • Somente o registro em sentido estrito pode ser objeto de suscitação de dúvida (artigo 167, inciso I, da Lei 6.015/73), segundo orientação do Conselho Superior da Magistratura de São Paulo. Nos casos de averbação (artigo 167, II, da Lei 6.015/73), o procedimento correto seria o de “providências administrativas”, com competência recursal da Corregedoria Geral da Justiça, que é residual em se tratando de Registros Públicos, todavia, não possui as mesmas características da dúvida, pois não prorroga a prenotação até o dissenso ser dirimido. • a documentação a ser registrada pode ser apresentada por qualquer pessoa e não obrigatoriamente pelas pessoas indicadas na mesma; • ao dar entrada na solicitação de registro ou averbação, o apresentante deverá receber uma via do recibo contendo, no mínimo, os elementos identifi cadores do seu pedido, os atos a serem praticados, prazo de entrega, número por meio do qual a solicitação poderá ser localizada na serventia, os valores pagos e o número da prenotação; • quando o interessado apresenta documento na serventia registral, o título passará pelo exame da legalidade, o que deverá acontecer nos 15 (quinze) primeiros dias; • os documentos particulares devem ser apresentados em original. Todavia, caso seja encaminhada apenas uma via original do documento, esta fi cará arquivada na Serventia; • o ofi cial de registro deve fornecer recibo dos emolumentos recebidos, observar os emolumentos fi xados em lei para todo o Estado e tornar pública a tabela de emolumentos vigente; • a Serventia Imobiliária tem o prazo legal de 30 (trinta) dias para materialização do ato registral requerido. O prazo fi xado para efetivar o exame da legalidade está inserido no trintídio prefalado; • os prazos estabelecidos na Lei de Registros Públicos poderão ser reduzidos, nunca elastecidos. • A reiteração da dúvida é admitida desde que se supere o motivo anteriormente reconhecido ou que se tenha alterado a jurisprudência a respeito das questões tratadas. • Somente o registro em sentido estrito pode ser objeto de suscitação de dúvida (artigo 167, inciso I, da Lei 6.015/73), segundo orientação do Conselho Superior da Magistratura de São Paulo. Nos casos de averbação (artigo 167, II, da Lei 6.015/73), o procedimento correto seria o de “providências administrativas”, com competência recursal da Corregedoria Geral da Justiça, que é residual em se tratando de Registros Públicos, todavia, não possui as mesmas características da dúvida, pois não prorroga a prenotação até o dissenso ser dirimido. • A reiteração da dúvida é admitida desde que se 53 supere o motivo anteriormente reconhecido ou que se tenha alterado a jurisprudência a respeito das questões tratadas. 3 - Retifi cação do registro Imobiliário A retifi cação de registro imobiliário se apresenta como medida efi caz para a correção de uma matrícula que não refl ete a realidade do imóvel registrado, seja porque houve alterações em suas divisas, ou porque há qualquer outro erro material no registro. A Lei n° 6015/73 (Lei de Registros Públicos) regulamenta a matéria e assegura o direito da retifi cação do registro público àquele que for prejudicado: “Art. 212. Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade, a retifi cação será feita pelo Ofi cial do Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado, por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213, facultado ao interessado requerer a retifi cação por meio de procedimento judicial.” No âmbito imobiliário, conforme artigo 213 da lei em análise, a retifi cação do registro do imóvel pode ocorrer de três maneiras: (I) pelo próprio Ofi cial do Cartório de Registro de Imóveis, (II) retifi cação administrativa ou (III) retifi cação judicial. (I) - Para alguns erros o Ofi cial pode efetuar diretamente a correção, como nomes escritos incorretamente e numerações em desconformidade com o registro anterior. O artigo 213, conforme alterado pela Lei nº 10.931/2004, também prevê a retifi cação pelo Ofi cial nas seguintes situações: a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do título;b) indicação ou atualização de confrontação; c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por documento ofi cial; d) retifi cação que vise a indicação de rumos, ângulos de defl exão ou inserção de coordenadas georeferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais; e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a partir das medidas perimetrais constantes do registro; f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido objeto de retifi cação; g) inserção ou modifi cação dos dados de qualifi cação pessoal das partes, comprovada por documentos ofi ciais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produção de outras provas; O ofi cial também retifi cará o registro sem a necessidade do procedimento no caso da: a. regularização fundiária de interesse social, realizadas em Zonas Especiais de Interesse Social, nos termos do Estatuto da Cidade, promovidas pelos Municípios ou pelo Distrito Federal; e b. para adequação da descrição de imóvel rural às exigências dos arts. 176, §§ 3º e 4º e 225, §3º, da Lei de registros públicos. Nesses casos, basta o simples pedido ao registrador, que poderá proceder a retifi cação do registro até independentemente de requerimento das partes (de ofício). Exemplo: ao registrar uma escritura de venda e compra, o Registrador consignou que o preço foi de R$5.000,00, quando na realidade o valor era de R$15.000,00. Assim, o Ofi cial errou ao transportar um elemento do título, com isso, deverá se valer do dispositivo acima e praticar a correspondente retifi cação do registro, sanando a divergência entre a matrícula e o título. (II) Retifi cação administrativa: Nos termos do Inc. II do art. 213, a retifi cação será feita necessariamente por meio de procedimento levado a efeito ao Ofi cial de Registro de Imóveis (e não simples requerimento), a requerimento do interessado, no caso de: - inserção ou alteração de medida perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruindo com planta e memorial descritivo assinado por profi ssional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no competente Conselho Regional de engenharia e arquitetura – CREA, bem assim pelos confrontantes. (III) Retifi cação judicial: Em alguns casos, como a alteração das divisas do imóvel, é comum que as vias administrativas tenham menor efi cácia. Nestas situações nem sempre existe unanimidade entre as partes envolvidas e qualquer oposição fundamentada remeterá os interessados às vias judiciais. Ou seja, se houver impugnação fundamentada e o Ofi cial de Registro de Imóveis remeter o requerimento ao juiz competente ou se o interessado optar desde o inicio, a retifi cação será judicial. Desistência de registro: No registro de imóveis, caso o requerente desista do pleito, ou se o documento não puder ser registrado, a legislação prevê a devolução dos emolumentos, deduzida a importância relativa às buscas e a prenotação, nos termos do artigo 206, Lei 6.015/73: “Art. 206: Se o documento, uma vez prenotado, não puder ser registrado, ou o apresentante desistir do seu registro, a importância relativa às despesas previstas no art. 14 será restituída, deduzida a quantia correspondente às buscas e a prenotação”. Retomando a aula Finalizamos a aula 07. Estou à disposição para tirar suas dúvidas e espero que tenham entendido a mensagem. 1 - Tramitação do título na serventia de Registro de Imóveis Nessa seção, aprendemos que quando um título é apresentado ao Ofício Imobiliário competente há um Sistema Registral Imobiliário 54 Minhas anotações Registros públicos, teoria e prática de Luiz Guilherme Loureiro, Ed. Jus PODIVM. Vale a pena ler A Dúvida Registrária, Eduardo Sócrates Castanheira Sarmento Filho, 2012. Disponível em: <http://www.irib. org.br/app/webroot/publicacoes/CadernoIrib3/pdf_old. pdf>. Acesso em: 21 de maio de 2019. Vale a pena acessar Vale a pena trâmite fi xado pela Lei 6.015/73, qual seja o da: Recepção, contraditório, extrato, conferência (exame de legalidade), verifi cação, devolução, numeração e registro, todos estudados nos pormenores na presente seção. 2 - A suscitação de dúvida Nessa seção, compreendemos que o procedimento de suscitação de dúvida é o mecanismo que serve para verifi car a correção ou não das exigências formuladas pelo registrador ou para que o mesmo seja autorizado a proceder a um ato registral quando a parte não apresentar condições de atendê- las. Ou seja, a dúvida representa a concretização do exercício da ampla defesa, que deve ser permitida sem restrições, e acompanhada de rigorosa observância do contraditório. 3 - Retifi cação do registro Imobiliário Nessa seção, compreendemos que a retifi cação de registro Imobiliário é a via existente para corrigir erros evidentes, por exemplo, a escrita incorreta de um nome, ou alterar informações complexas como as divisas de um imóvel. Aprendemos que no âmbito imobiliário, a retifi cação do registro do imóvel pode ocorrer de três maneiras: retifi cação pelo próprio Ofi cial do Cartório de Registro de Imóveis em casos suscintos/simples, retifi cação administrativa e retifi cação judicial.