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Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Fabiana Souza Laurindo – fabiana@fortecconstrutora.com.br Master em Arquitetura Instituto de Pós Graduação e Graduação - IPOG Florianópolis, SC, 16 de dezembro de 2012. Resumo Este artigo propõe ampliar as discussões sobre a importância da maquete física como modelo de representação espacial do projeto arquitetônico a partir da pesquisa exploratória em torno da maquete do edifício residencial vertical de alto padrão Bella Vita Residence, localizado na cidade de Luís Eduardo Magalhães no oeste do estado da Bahia. Neste trabalho, enfatiza-se, sobretudo, como esse artefato auxilia a compreensão do cliente e estimula sua decisão de compra. A pesquisa foi realizada no próprio Plantão de Vendas da construtora do empreendimento e dividida em quatro etapas: (i) apresentação do materal gráfico; (ii) apresentação do espaço Plantão de vendas; (iii) apresentação da maquete física e (iv) preenchimento de questionário. A primeira etapa correspondeu a apresentação do folder como material gráfico, contendo a descrição do empreendimento com planta baixa do apartamento tipo humanizada, maquete eletrônica da fachada e de alguns ambientes de lazer coletivos como: salão de festas, academia, home theater, sala de jogos, piscina e espaço baby. A segunda etapa consistiu na apresentação da construção do próprio Plantão de vendas com destaque para os seguintes itens : partido arquitetônico - estilo adotado, decoração refinada, material de alto padrão de acabamento, entre outros. Na terceira etapa o entrevistado entrou em contato com a maquete fisica e, em seguida, respondeu ao questionário que abordava assuntos sobre o grau de entendimento do projeto, sobre marketing, credibilidade do empreendimento e a importância de cada meio de comunicação para a apresentação da obra. Assim, partindo desses questionamentos e do confronto com as reflexoes teóricas de pequisadores como Consalez (2001), Knoll (2003), Lemos (2003) e Rozestraten (2003), pode-se conjecturar que mesmo com todo recurso digital, como a maquete eletrônica, para as pessoas leigas prevalece o recurso da maquete física como sendo o melhor meio de representação espacial, mas que não descarta os outros meios, pois cada qual tem sua importância e juntos colaboram particularmente na exposição global do projeto arquitetônico. Palavras-chave: Arquitetura . Maquete física . Representação espacial . Ferramenta de marketing. 1. Introdução A maquete como modelo físico em escala reduzida do que está sendo projetado é considerada uma ferramenta facilitadora da percepção projetual, já que se caracteriza por sua Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 relação direta com a forma de representação da realidade miniaturizada. Ao longo da história, a maquete vem exercendo papel importante no campo das artes e da arquitetura. Desde a Antiguidade, e em cada cultura, as construções desses modelos arquitetônicos agregaram características peculiares no que diz respeito à forma, aos materiais empregados na sua confeccção, aos usos sociais e às relações com a época, tal como expoê Rozestraten (2003) em seu estudo sobre as origens e as características das primeiras maquetes. Consalez (2001), por sua vez, ressalta que a maquete como apresentação espacial do projeto arquitetônico é capaz de representar objetos tridimensionais que integram a descrição técnica do desenho e comunicam os aspectos proporcionais, formais e decorativos do projeto, facilitando, segundo o autor, “a compreensão das relações espaciais, dos volumes, dos materiais, das cores e, em geral, das características de um espaço e de um ambiente que ainda não existam ou se encontrem longe, e portanto não são acessíveis pela experiência direta” (CONSALEZ, 2001, p.9). Nesse sentido, atualmente percebe-se que os materiais de alta qualidade e as técnicas modernas de produção garantem, cada vez mais, a perfeição dos diversos detalhes que compõem um projeto, ao passo que a utilização da maquete, seja de um residencial de alto padrão ou de residências populares, estimula o receptor e aguça sua percepção espacial, proporcionando um entendimento mais amplo dos espaços projetados. Essas constatações levam os profissionais da área a (re)pensar o papel da maquete como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto, principalmente do ponto de vista mercadológico, onde as constantes exigências do mercado competitivo atual apontam para um aumento da atenção dada ao cliente, à qualidade dos serviços, ao emprego de novas tecnologias, ao uso de novos meios de publicidade e à apresentação dos empreendimentos. Ao se falar de um produto fictício - algo que ainda será construído - as construtoras precisam, sobretudo, transmitir credibilidade, confiança e despertar a vontade ou necessidade da aquisição do imóvel que está sendo ofertado. A intenção é sempre a de criar um produto vendável. O grande desafio é fazer acreditar que será real e, acima de tudo, um bom negócio, porque apesar de se tratar quase sempre de atender às necessidades de morar e abrigar, também é preciso ser um bom investimento para o comprador. Essas constatações suscitam alguns questionamentos sobre o papel da maquete nesse contexto, visto que é um dos maiores investimentos de apresentação e divulgação de um empreendimento. Com isso, indaga-se: Seria a maquete um meio de representação suficiente? Qual a sua contribuição na decisão de compra de um empreendimento? Ou será que ela está perdendo seu espaço para as maquetes eletrônicas e todo este universo virtual e tecnológico? Uma pessoa leiga consegue compreender realmente o projeto através do material gráfico e da maquete eletrônica? O presente artigo expõe essas indagações como linhas condutoras de uma pesquisa exploratória sobre o impacto da maquete. Idéia que, a priori, surgiu em função da minha participação na feira Bahia Farm Show, em 2011, na cidade de Luís Eduardo Magalhães/ Bahia – uma das mais importantes feiras de tecnologia agrícola e de negócios do país. Neste evento dois empreendimentos estavam sendo expostos no mesmo stand, um que agregava a maquete física do edifício de alto padrão Bella Vita Residence, e o outro, a Casa Modular Fischer que atende ao programa social do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida”. Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Figura1- Maquete da Casa Modular Fischer . Fonte: Fabiana Laurindo (2011). Acompanhando as visitações no stand pude analisar a recepção das pessoas ao observarem as maquetes físicas. De início, constatei o impacto e a expectativa em torno dos espaços apresentados. Os visitantes projetavam-se, com entusiasmo, como moradores virtuais de um lar imaginário, discutindo suas necessidades e as disposições dos ambientes. A partir dessas observações surgiu a ideia da pesquisa sobre a maquete do empreendimento do Bella Vita Residence, edifício residencial vertical de alto padrão que está em fase de construção na cidade na cidade de Luís Eduardo Magalhães. Outro fator preponderante para a escolha do tema foi que, como arquiteta do projeto, também acompanho o empreendimento do edifício desde seu início, mensurando o quanto agrega cada maneirade apresentar o produto. No que diz respeito especificamente à maquete tradicional, o que chamou muito a atenção foi o fato de ser o material mais expressivo que a construtora possuia na feira, recebendo visitas de pessoas de todos os lugares, inclusive grupos de estudantes de escolas da região que chegavam para apreciar os detalhes do projeto através da estrutura da maquete físca. Assim, a fim de discutir as questões em torno da pesquisa exploratória e dos pressupostos teóricos de autores como Consalez (2001) e Rozestraten (2003), apresenta-se, a seguir, um panorama sobre a história da maquete física, as várias formas de utilização e sua aplicação no âmbito da arquitetura. 2. Referencial teórico As culturas europeias dominam conhecimentos e noções de proporções de escala reduzida e as empregam como representação artística em madeira, ossos, chifres e pedras desde o último período glacial do continente europeu (há cerca de 25 mil anos), destaca Rozestraten (2003). Essas representações podem ser percebidas através de desenhos, pinturas e esculturas de animais e de ídolos femininos. Esses modelos foram criados para caberem na palma da mão e marcam a origem da história da atividade de modelagem artística. “Em certa medida essas pequenas esculturas inauguram uma relação de “domínio” sobre a matéria característica do prazer estético que as maquetes e os modelos reduzidos oferecem: a satisfação de sentir e pensar um Mundo modelado na medida da mão humana” (ROZESTRATEN, 2003, p. 31). Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Sabe-se, tal como destaca o pesquisador, que a criação dos modelos arquitetônicos, ou dos objetos artísticos, confunde-se com o início de uma arquitetura voltada para as práticas agrícolas. As primeiras formas arquitetônicas foram criadas por artesões que se dedicavam a confecção das peças em cerâmica. A trajetória da história da maquete física também acompanha a evolução da humanidade desde o início no século V a.C. e foi registrada pelo historiador grego Heródoto ao fazer uma descrição do uso da maquete de um templo, enfatizando, de certa forma, seu valor como modelo simbólico. Na Idade Média, com a construção das catedrais, a maquete era utilizada pelos pedreiros para apresentar suas especializações, como o uso do arco, ou como apoio ao desenvolvimento do projeto arquitetônico até o século XIV, como se percebe abaixo no exemplo da maquete da catedral de Florença, autoria de Phillipo Brunelleschi. Figura 2 - Catedral de Florença, 1836 – Brunelleschi. Fonte: Disponível em: <http: www. skyscrapercity.com; vitruvius.com.br>. Acesso em: 20 nov. 2012. No Renascimento a maquete era utilizada para angariar patrocínios para as construções e até o século XVIII usava-se apenas como método descritivo, de avaliação ou para estudos estruturais. Foi em meados do século XVIII que esse artefato passou a ter função educativa nas escolas técnicas e por volta do século XIX é que os arquitetos, como Antoni Gaudi, começaram a usá-la como experimento para uma nova linguagem arquitetônica e exploração estrutural. A partir desse momento que a utilização e a função da maquete ganham significados participativos na fase de concepção do projeto. Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Figura 3 - Estudo da Sagrada Família – Arquiteto Antoni Gaudi. Fonte: Disponível em: <http: www. gaudidesigner.com >. Acesso em: 20 nov. 2012. Já no século XX os arquitetos modernistas, observando outros aspectos na concepção do projeto, buscaram, com a técnica da maquete física, explorar a fluidez nos espaços, a liberdade das formas, o movimento e a variação na volumetria das fachadas, bem como a funcionalidade e os sentidos sensoriais de maneira, proporcionando maior conforto ao usuário. Os arquitetos Mies Van Del Rohe, Frank Gehry, Frank Lloyd Wright e os da escola Bauhaus 1 (1919), por exemplo, empregavam a maquete como ferramenta auxiliadora no trabalho. Juntamente com a escala, a forma e as cores para possibilitar a manipulação da terceira dimensão, eles reforçaram a condição limitada de apresentação que as representações ortográficas (planta e perspectiva) proporcionavam, além de auxiliar na percepção das necessidades e dificuldades do processo construtivo. 1 Fundada em 1919 pelo arquiteto Walter Gropius, em Weimar, na Alemanha, a escola de Bauhaus agregou disciplinas como arquitetura, pintura, escultura e desenho industrial, inovando substancialmente o design moderno ao interligar vários tipos de arte e materiais, como cerâmica, tecelagem e marcenaria. Além de simplificar volumes, geometrizar as formas com o predomínio de linhas retas. (Cf. Carmel-Arthur, 2001). Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Figura. 4 - Maquete da Casa Farnsworth (1951- Arquiteto Mies Van Del Rohe. Fonte: Imagem disponível em: <http: www.archdaily.com.br/.../classicos-da-arquitetura-casa-farnsworth>. Acesso em: 20 nov.2012. Figura 5 - Casa da Cascata, 1934 - Arquiteto Frank Lloyd Wright. Fonte: Imagem disponível em: <http://www.archdaily.com.br/53156/classicos-da-arquitetura-casa-da-cascata-frank-lloyd-wright/>. Acesso em: 20 nov. 2012. http://pt.wikipedia.org/wiki/1934 http://pt.wikipedia.org/wiki/Frank_Lloyd_Wright Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Figura 6 - Maquete Galeria de artes em Washington - Arquiteto Frank Gehri Fonte: Imagem disponível em: http://picasaweb.google.com/lh/photo/CUA4ipivV80QIG_TRqbZ1w. Acesso em: 20 nov. 2012. Na década de 50 há um abandono do uso da maquete física, pois as concepções estéticas do Modernismo e suas formas minimalistas, de certa forma, relegam esse modelo de representação arquitetônica. Somente na década de 70 a maquete retoma seu espaço e ganha funções diversas agregando grande importância no processo de comunicação e compreensão da arquitetura, mas nos anos 1990 com toda revolução tecnologia sua credibilidade e aplicabilidade volta ser questionada, levando a crer que sua substituição pela maquete virtual seria irreversível. Todavia, as práticas de mercado, os cursos de Arquitetura e Urbanismo e grandes empreendimentos mostram que até hoje sua aplicação não caiu em desuso, houve uma reconfiguração das funções e das novas técnicas de confecção, bem como profícuas reflexões sobre o papel da maquete na comunicação do projeto, questões que também são retomadas pelos autores Consalez (2001), Knoll (2003) e Rozestraten (2003), entre outros. Figura 7- Maquete que simula o estilo Maneirismo, construída em sala de aula para a disciplina de Linguagem do Design de Interiores, na Pós - graduação do IPOG em Goiânia/GO. Fonte: Fabiana Laurindo (2011). Por outro lado, à descontento dos empreendimentos de pequeno porte, a aplicação da maquete tornou-se inviável, devido ao elevado custo, sobretudo no caso de fabricação artesanal que requer muito tempo, tornando onerosa a sua utilização, pois o tempo e prazo para maioria dos projetos são extremamentecurtos. Contudo, existem no mercado empresas especializadas para esta finalidade, sendo que muitas estão aliadas às empresas de comunicação visual (que trabalham com maquete eletrônica, representação técnica e tour virtual, etc.) de modo a atender o mercado com todos os meios de comunicação. Outro fator importante em relação ao emprego da maquete física é que, além do desenvolvimento individual e estudo espacial da edificação, existe a possibilidade da maximização deste espaço com a reprodução do entorno ao qual a edificação será inserida. Desta maneira, a avaliação espacial avança para um nível mais complexo, onde a edificação Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 passa a ter comunicação direta com o entorno. Assim, ao agregar o espaço urbano a comunicação se efetiva de forma mais relevante, garantindo um entrosamento harmonioso e o sucesso no projeto arquitetônico. Figura 8 - Museu Guggenheim em Abu Dhabi, Frank Gehry. Fonte: Imagem disponível em: http://picasaweb.google.com/lh/photo/CUA4ipivV80QIG_TRqbZ1w. Acesso em: 20 nov. 2012. Em contrapartida, é importante salientar a desvantagem da maquete física em relação à maneira como esta é exposta, sempre fixa em um único lugar. Já a maquete eletrônica, com todos seu aparatos fotorrealísticos da computação gráfica, também é uma excelente forma ilustrativa tridimensional, podendo ser apresentada através de impressos e animações virtuais, somando-se a vantagem que o cliente poder ter acesso em qualquer momento e em qualquer lugar. Por outro lado, maquete eletrônica não proporciona noção mais aproximada do espaço real e dos detalhes da obra – papel desempenhado pela maquete física. Vê-se, a seguir, como algumas colocações expostas acima são confrontados na pesquisa exploratória que problematiza justamente o papel da maquete na apresentação do projeto arquitetônico. 3. Metodologia da pesquisa A pesquisa sobre a maquete física do Bella Vita Residence configura-se como do tipo quantitativa e exploratória, pois, conforme Gil (1999), tem como objetivo formular questionamentos e ampliar reflexões sobre maquete física enquanto modelo representação arquitetônica e mercadológica. A pesquisa de campo foi realizada durante o período de 09 de Julho a 20 de novembro de 2012, no Plantão de vendas do empreendimento Bella Vita Residence, localizado na Rua Jorge Amado, nº 556, Bairro Jardim Paraíso na cidade de Luís Eduardo Magalhães - estado da Bahia. Para tanto, foram entrevistadas 38 pessoas com idade média entre 25 a 45 anos e Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 profissões variadas, sendo oito clientes do empreendimento. Para coletar os dados dos entrevistados foram estabelecidos os seguintes passos: 1º Passo – Apresentação do folder, material gráfico de divulgação do empreendimento; 2º Passo – Apresentação da construção do próprio Plantão de vendas, com destaque para o partido arquitetônico - estilo adotado, decoração refinada, material de alto padrão de acabamento, entre outros,. como amostra do padrão e estilo a ser seguido para o empreendimento Bella Vita Residence; 3º Passo – Apresentação da maquete física no próprio espaço do Plantão de vendas; 4º Passo – Entrega do questionário de múltipla escolha. Em paralelo a pesquisadora registrou, através de um questionário próprio e sucinto, sua impressão em relação às respostas dos entrevistados, podendo assim anulá-las caso fossem duvidosas. Figura 9 - Plantão de vendas do Bella Vita Residence - exposição da maquete ao lado esquerdo. Fonte: Fabiana Laurindo (2012). PESQUISA DE CAMPO – QUESTIONÁRIO Nº 001 Local: Plantão de vendas do Bella Vita Residence, Luís Eduardo Magalhães/ BA Proprietária: Atual Empreendimento e Fortec Construtora & Incorporadora. Data:........................................................................ Período: ................................... Nome: ..................................................................... Sexo: ........................................ Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Estado civil: ............................................................ Profissão: .................................... Idade: ( ) de 22 a 35 ( ) de 36 a 50 ( ) de 51 a 65 ( ) acima de 65. 1. Há quanto tempo mora em Luís Eduardo Magalhães/ BA? ( ) menos de 2 anos ( ) de 2 a 5 anos ( ) mais de 5 anos ( ) não reside 2. Caso residente, por qual motivo veio morar na cidade? ( ) transferido/ trabalho ( ) espontaneamente a trabalho ( ) outros 3. Qual motivo abaixo defini sua participação nesta pesquisa? ( ) À convite ( ) visita espontânea ( ) eventualidade 4. Por que meio de comunicação soube do empreendimento? ( ) Jornal ( ) outdoor ( ) internet ( ) boca à boca ( ) ........................... 5. Qual sua primeira impressão ao saber deste empreendimento? ( ) curiosidade ( ) equívoco ( ) indiferença ( ) ........................... 6. Você acredita que esta edificação irá contribuir na valorização do espaço urbano? ( ) sim ( ) não ( ) não tenho opinião 7. Você já teve contato anteriormente com uma maquete? ( ) sim ( ) não 8. Qual foi sua primeira impressão ao ver a maquete física? ( ) boa ( ) ruim ( ) indiferente ( ) ........................... 9. Você acredita que a maquete pode valorizar a apresentação do empreendimento? ( ) pouco ( ) mediamente ( ) muito ( ) nada 10. Ao analisar a maquete, você consegue imaginar-se usuário (a) dos espaços propostos? ( ) sim ( ) não ( ) um pouco ( ) ........................... 11. Após apresentação de todo o material de divulgação (folder, maquete e amostra do tipo de construção) você acredita compreender o empreendimento? ( ) sim ( ) não ( ) talvez ( ) ........................... 12. Qual dos meios de apresentação você achou mais esclarecedor para entender o empreendimento? ( ) impressos: jornais, folders e outdoors ( ) internet ( ) maquete física 13. Quantificar o grau de importância de cada item, sendo que a soma de todos tem que ser 10 (dez) pontos. ( ) impressos: jornais, folders e outdoors ( ) internet ( ) maquete física Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 14. Com base no que foi apresentado, qual o padrão você acredita se enquadrar este empreendimento? ( ) baixo ( ) médio ( ) alto 15. Você acha que o empreendimento atendeu suas expectativas? ( ) sim ( ) não ( ) ........................... FORMULÁRIO DA PESQUISADORA Nº 001 O entrevistado (a): 1- Houve hesitação em responder alguma das perguntas? ( ) sim – qual? ....................................................................... ( ) não 2- Pareceu ser sincera as respostas da pessoa entrevistada? ()sim ( )não – por que? ....................................................................... 3- Mostrou dificuldade de responder as questões? ( ) sim ( )não Observações: ....................................................................................................................................................... ................................................................................................................................... Figura 10 – Maquete física Bella Vita Residence e entrevistada. Fonte: Fabiana Laurindo (2012). Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 4. Análise de dados Como foi o primeiro empreendimento da construtora no estado da Bahia e por representar uma contrução inovadora e de padrão mais elevado da região com 22 pavimentos, heliponto, sistema construtivo de ponta, entre outros itens não abordados por outras construtoras, constatou-se que todos participantes da pesquisa já sabiam do empreendimento, sendo que 59% dos entrevistados souberam através do boca a boca, 13% pelo outdoor instalado na BR-020 que corta a cidade, 13% pelos jornais e o restante dos 15% por outros meios ou não lembraram. Vale lembrar que a construtora dispunha como meio de comunicação o Plantão de vendas com a maquete física, folders, jornais, internet e outdoors. Quando questionados sobre as expectativas criadas em relação ao empreendimento antes dos entrevistados terem contato ao material (espaço do Plantão de vendas, o matrial gráfico e a maquete fisíca), constatou-se que 100% dos entrevistados dentro do que havia sido comentado, tiveram suas expectativas atendidas, isto mostra que o material de divulgação apresentado conseguiu criar uma identidade condizente com o que se propunha para o empreendiemento, e onde 100% dos entrevistados reconhecem uma identidade visual. Do total dos entrevistados 61% já havia tido contato com alguma maquete anteriormente e 39% nunca tiveram contato. Observou-se que 94% dos entrevistados acreditam que a maquete física contribui muito na apresentação do empreendimento e no entendimento geral. Dessa forma, podemos concluir que a maquete participa de maneira efetiva na decisão de compra do mesmo. Ademais, com seus 12 anos de emancipação de Barreiras, a cidade de Luís Eduardo Magalhães - onde esta implantado o empreendimento - possui uma população basicamente jovem e está entre as cidades mais promissoras do Brasil em termos de desenvolvimento agrário e urbano. O que faz com a cidade receba a vista de muitos investidores. Os entrevistados representavam 41% residentes há mais de 5 anos, 15% menos de 2 anos, 23% entre 2 a 5 anos, sendo que o restante dos entrevistados, 21% não eram residentes ou pretendiam adquirir alguns imóvel na cidade. Com isso, também pode-se observar que as pessoas da cidade, bem como os entrevistados são de diversos lugares do país e com diversidade cultural proeminente. Neste caso, a proposta do empreendimento não poderia ser direcionada a um público específico; e teria que atender às culturas distintas e aos diferentes modos de morar. Esta constatação é de extrema importância, pois considera que a maioria compradores e clientes da construtora são pessoas de faixa etária mais madura (superior a 45 anos) e com situação financeira consolidada, mostrando sempre preocupação com segurança, conforto e comodidade. Essas questões influenciam diretamente no partido arquitetônico visto que, conforme discute Lemos (2003), está ligada às subjetividades individuais, aos aspectos da personalidade e às condições financeiras. No que diz respeito especificamente à maquete física, objeto central da pesquisa, constatou-se ser a forma de apresentação mais elucidativa, atingindo 50% da prefêrencia dos entrevistados, 47% destacaram os impressos e 3% a internet. É importante considerar que os entrevistados eram pessoas leigas – não possuíam base de conhecimento dentro da área da construção civil e a maquete por sua vez é agradável ao cliente, favorece e muito ao bom entendimento do empreendimento, sana eventuais dúvidas e consolida a decisão, ou não, daquilo que realmente o cliente procura. Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Dentre os relatos dos entrevistados, vale destacar alguns posicionamentos. Um comprador do empreendimento, por exemplo, relatou que só após visualizar a maquete física pôde ter a ideia real de como seria o espaço do terraço do apartamento diferenciado, pelo qual estava interessado, pois julgava pela planta baixa apresentada ser possível subir paredes no parapeito para isolar uma determinada área de terraço e criar um novo ambiente de churrasqueira. Ao ver a maquete física percebeu a impossibilidade de sua ideia, pois alteraria a fachada do prédio. Outro entrevistado se posicionou sobre o início da rampa da garagem. Acostumado com prédios de extrema com o passeio público acreditava que o portão do acesso da garagem era direto no muro frontal, mas com a maquete constatou que existe o primeiro portão que está no muro frontal, depois existe um recuo com o edifício e o portão que dará acesso à garagem. Este mesmo entrevistado também salientou o tipo de revestimento da fachada como algo que chamou sua atenção ao observar a maquete física. A partir dela reparou que havia detalhes com pastilhas cerâmicas que antes não havia percebido. Já outra entrevistada comentou que estava procurando um imóvel para comprar e em visita a outra construtora ao observar a maquete física exposta desistiu do investimento por completo, relatou que era de certa forma de gosto duvidoso a escolha dos materiais empregue e sem critério de confecção causando até má impressão do empreendimento. Figura 11 – Gráfico referente à questão sobre o nível de compreensão. Figura 12 – Gráfico referente à questão sobre os meios de comunicação. Compreensão Entenderam Mais ou menos Não entenderam Que meio de comunicação soube do empreendimento Jornal Internete boca a boca outdoor Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 Figura 13 – Gráfico referente à questão sobre os meios de apresentação mais esclarecedores para entender o empreendimento Figura 14 – Gráfico referente á questão sobre grau de importância de cada item. 5. Conclusão Com base nos dados da pesquisa realizada, concluiu-se que os vários meios de comunicação para representação de um empreendimento possuem diferentes graus de importância, mas quando somados são de grande valia para tornar elucidativo o projeto arquitetônico apresentado. No intuito de atender um mercado cada vez mais exigente, investe-se cada vez mais em melhores apresentações dos projetos aos clientes. Um bom marketing está totalmente ligado aos meios de exploração sensorial com mais apelo ao visual, sendo a maquete eletrônica muitas vezes responsável para incetivo nas vendas e na visitação nos stands. Estrátegias de divulgação quando bem elaboradas, além de informarem, servem para atrair, encantar, despertar sensações e situações que irão mexer com o sentido lúdico dos clientes. Assim, vale lembrar os apontamentos de Conzalez (2001) de que a descrição analítica e técnica não consegue exaurir a exigência da representação, visto que a comunicaçãodo projeto arquitetônico requer outros instrumentos que dialogem mutuamente e facilitem a compreensão do expectator. Dessa forma, no que tange à maquete física, a pesquisa demonstra a importância do uso do modelo tridimensional. No entanto, não se pode negar que ainda é um artefato de Grau de importância Impressos Internete Maquete física Importância dada para cada meio de apresentação Impressos Internet Maquete física Maquete física como ferramenta de apoio para apresentação de um projeto arquitetônico. Dezembro/2013 Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 apresentação insuficiente, pois a representação miniaturizada não equivale a uma observação, in loco, de um empreedimento e oculta parte de informações valiosas. Ainda assim, é uma ferramente que, agregada a outras estratégias, permite tornar mais próxima a vizualização de um projeto, agregar valores, atender expectativas e incitar o desejo de compra. Sua função, de certa forma, também emerge da base das concepções vitruvianas que, ao longo do tempo, aponta para a solidez, utilidade e beleza como conceitos e concepções arqutetônicas (Cf. Lemos, 2003). 6. Referências bibliográficas CARMEL-ARTHUR, Judith. Bauhaus. Tradução de Luciano Machado. São Paulo: Cosac Naify edições, 2001. CONSALEZ, Lorenzo. Maquetes: a representação do espaço no projeto arquitetônico. Barcelona: Editora Gustavo Gili, 2001. GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. KNOLL, Wolfgang. Maquetes arquitetônicas. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2003. LEMOS, Carlos A. C. O que é Arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 2003. ROZESTRATEN, Artur Simões. Estudo sobre a história dos modelos arquitetônicos na antigüidade: origens e características das primeiras maquetes de arquiteto. 2003. Dissertação (Mestrado em Estruturas Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/16/16131/tde-09062009-145825/>. Acesso em: 25 nov. 2012.