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Consumo e Subjetividade

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Resposta:E
É  evidente   que  um  dos  problemas   relatados  no   texto   citado   refere-se   ao   consumo
desgovernado.   Não   apenas   o   consumo   dos   cidadãos   é   impulsivo   nos   países
desenvolvidos, porém nos países em crescimento também a irracionalidade é presente
no momento da compra e da utilização dos produtos industriais. A liberdade do cidadão
para   consumir   e   satisfazer   suas   vontades  de  modo  desmoderado   faz-se   a   partir   do
momento   que   o   desenvolvimento   dos   países   pobres   garante   a   certa   classe   uma
quantidade monetária suficiente para participar do mercado e comprar mercadorias e
serviços. A ausência de programas educacionais coesos e coerentes nesses países em
desenvolvimento acaba criando problemas, dois deles mencionados no texto, a saber: 1)
o consumo sem planejamento baseado unicamente na satisfação de desejos supérfluos; e
2)   uma   economia   familiar   organizada   de   acordo   com   essa   satisfação   dos   desejos
supérfluos.
 
31. (Unesp 2013) A produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções
não apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de
imagens insubstanciais, de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito
refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos
numa extensão ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a cultura do consumo como
uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado não apenas por coisas
como   por   fantasias.   Vive   num  mundo   que   não   dispõe   de   existência   objetiva   ou
independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos.
(Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. Adaptado.)
Sob o ponto de vista ético e filosófico, na sociedade de consumo, o indivíduo
a) estabelece com os produtos ligações que são definidas pela separação entre razão e
emoção.
b)   representa   a   realidade   mediante   processos   mentais   essencialmente   objetivos   e
conscientes.
c)   relaciona-se   com   as  mercadorias   considerando   prioritariamente   os   seus   aspectos
utilitários.
d)   relaciona-se   com   objetos   que   refletem   ilusoriamente   seus   processos   emocionais
inconscientes.
e) comporta-se de maneira autônoma frente aos mecanismos publicitários de persuasão.
 
Resposta:D
A   centralidade   da   mercadoria   na   nossa   sociedade   faz   com   que   os   processos   de
construção da subjetividade individual sejam enviesados. O valor da mercadoria, sendo
a marca e não a utilidade do produto, implica o esfacelamento material da relação entre
o indivíduo e a coisa e torna a formação da subjetividade algo dependente da fantasia
representada   pelo   objeto   de   consumo.  Assim,   “o   consumidor   vive   rodeado…   por
fantasias… que [parecem] existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos”.
 
32. (Unesp 2013) Texto 1
O ser humano é a flor do céu que desabrochou na Terra. Sua semente foi plantada por
Deus, sua bela imagem foi projetada por Deus e seu perfume agradável foi também
presenteado por Deus. Não devemos perder essa bela imagem nem o agradável perfume.
Nosso belo desabrochar é a manifestação da glória de Deus.
(Seicho-no-ie do Brasil. Palavras de luz, 2013.)
Texto 2
Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de
sistemas solares,  havia  uma vez um astro em que animais  inteligentes  inventaram o
conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas
também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza, congelou-se o
astro e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma
fábula   e   nem   por   isso   teria   ilustrado   suficientemente   quão   lamentável,   quão
fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro
da   natureza.  Houve   eternidades   em  que   ele   não   estava;   quando   de   novo   ele   tiver
passado, nada terá acontecido.
(Friedrich Nietzsche. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. Adaptado.)
Os   textos   citados   apresentam   concepções   filosóficas   distintas   sobre  o   lugar   do   ser
humano no universo. Discorra brevemente sobre essas diferenças, considerando o teor
antropocêntrico dos textos.
Resposta:
 A principal   distinção  entre   as   concepções   (uma   religiosa   e   a  outra   filosófica)   é   a
antropologia que cada uma propõe. A primeira oferece uma noção de homem gloriosa:
“nosso belo desabrochar é a manifestação da glória de Deus”; a segunda oferece uma
noção de homem niilista: “houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele
tiver  passado,   nada   terá   acontecido”.  A  primeira   é   totalmente   antropocêntrica,   já   a
segunda nega tal centralidade.  A primeira é problemática, pois exalta o homem com
uma euforia viciante e possibilita em contrapartida um egoísmo nocivo capaz de ofuscar
questões importantes. A segunda é problemática, pois nega totalmente um sentido para a
existência   e   priva  o   sujeito  de  motivação.  Todavia,   ambas   abrem possibilidades;   a
primeira oferece a construção de uma vida em harmonia com a glória de Deus, e a
segunda oferece a possibilidade de fortalecimento do homem enquanto quem constrói
conscientemente o mundo a partir da sua liberdade inexplicável natural.
 
33. (Unesp 2013) Ninguém pode deixar de reconhecer a influência da teoria do bom
selvagem na consciência contemporânea. Ela é vista no presente respeito por tudo o
que é natural (alimentos naturais, remédios naturais, parto natural) e na desconfiança
diante do que é feito pelo homem, no desuso dos estilos autoritários de criação de
filhos e na concepção dos problemas sociais como defeitos reparáveis em nossas
instituições, e não como tragédias inerentes à condição humana.
(Steven Pinker. Tábula rasa – a negação contemporânea da natureza humana, 2004.
Adaptado.)
Explique a origem e o conteúdo da “teoria do bom selvagem” na história da Filosofia e
comente sua implicação na análise dos problemas sociais.
Resposta:
 Filosoficamente,  a “teoria do bom selvagem” não existe. O que existe é a teoria do
estado natural que Locke, Rousseau e outros filósofos engendraram. Nessas teorias o
homem é considerado ser, diferentemente de Hobbes, simplesmente animal, ou melhor,
é   considerado  estar  definido  apenas  por   seu   instinto  animal.  Desse  modo,  definido
apenas pelo seu instinto animal, o homem não é nem bom, nem mau, ou seja, ele não
possui nenhum conjunto de valores que serviriam de referência  para um julgamento
moral do seu caráter. É posteriormente quando o homem deixa de ser selvagem e passa
a ser sociável que os valores transformam o juízo, permitindo a afirmação da bondade e
da maldade. Então, de certa maneira a ideia mesma de “bom selvagem” pode ser vista
como contraditória. Porém, o romantismo se apropriou dessa imagem do selvagem para
falar de um homem livre das características deploráveis do homem civilizado, como a
ganância, a inveja, a desonestidade, etc.
 
34. (Unesp 2013)
 Desde o início da semana, alunos da rede municipal de Vitória da Conquista, na
Bahia, não vão mais poder cabular aulas. Um “uniforme inteligente” vai contar aos
pais se os alunos chegaram à escola – ou “dedurar” se eles não passaram do portão.
O sistema, baseado em rádio-frequência, funciona por meio de um minichip instalado
na camiseta do novo uniforme, que começou a ser distribuído para 20 mil estudantes
na segunda-feira. Funciona assim: no momento em que os alunos entram na escola, um
sensor instalado na portaria detecta o chip e envia um SMS aos pais avisando sobre a
entrada na instituição.
(Natália Cancian. Uniforme inteligente entrega aluno que cabula aula na Bahia. Folha
de S.Paulo, 22.03.2012.)
A leitura do fato relatado na reportagem permite repercussões filosóficas relacionadas à
esfera da ética, pois o “uniforme inteligente”
a) está inserido em um processo de resistência ao poder disciplinar na escola.
b) éfruto de uma ação do Estado para incrementar o grau de liberdade nas escolas.
c) indica a consolidação de mecanismos de consulta democrática na escola pública.
d) introduz novas formas institucionais de controle sobre a liberdade individual.
e) proporciona uma indiscutível contribuição científica para a autonomia individual.
 
Resposta:D
Especificamente, a questão se refere mais a uma questão Política, pois a Ética tem a ver
com uma reflexão teórica sobre a maneira segundo a qual um homem estabelece os seus
hábitos.   Sendo   a   liberdade   um   dado   constitucional   presente   no   texto   fundador   da
sociedade democrática, o problema de restringir a ação de um cidadão livre através de
um controle  do  Estado,   isto   é,   através  do  uso  de  poder,  passa  a   ser  um problema
especialmente político. Isso quer dizer que a questão deve primordialmente se referir
aos princípios e modos de organização da cidade e não a uma especulação sobre o dever
ser.  Resumindo,  a  questão  é:  o  Estado  pode  controlar  desta  maneira  a  ação  de um
cidadão livre? O Estado possui esse poder,  se o cidadão não comete nenhuma ação
criminosa?
 
35. (Unesp 2013)
A modernidade não pertence a cultura nenhuma, mas surge sempre CONTRA uma
cultura particular, como uma fenda, uma fissura no tecido desta. Assim, na Europa, a
modernidade não surge como um desenvolvimento da cultura cristã, mas como uma
crítica a esta, feita por indivíduos como Copérnico, Montaigne, Bruno, Descartes,
indivíduos que, na medida em que a criticavam, já dela se separavam, já dela se
desenraizavam. A crítica faz parte da razão que, não pertencendo a cultura particular
nenhuma, está em princípio disponível a todos os seres humanos e culturas. Entendida
desse modo, a modernidade não consiste numa etapa da história da Europa ou do
mundo, mas numa postura crítica ante a cultura, postura que é capaz de surgir em
diferentes momentos e regiões do mundo, como na Atenas de Péricles, na Índia do
imperador Ashoka ou no Brasil de hoje.
(Antonio  Cícero.  Resenha   sobre  o   livro  “O Roubo  da  História”. Folha de S.Paulo,
01.11.2008. Adaptado.)
Com a leitura do texto, a modernidade pode ser entendida como
a) uma tendência filosófica especificamente europeia e ocidental de crítica cultural  e
religiosa.