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Resenha microbiota - pele

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DIALOGUE BETWEEN SKIN MICROBIOTA AND IMMUNITY. Yasmine Belkaid e Julia A. Segre.
INTRODUÇÃO
O texto realiza uma revisão sobre a respeito da presença da microbiota da pele, reações inflamatórias, resposta imunológica e os achados em pesquisa acadêmica que corroboram os resultados. 
A pele apresenta complexa relação entre micro-organismos e estruturas hormonais, nervosas e imunológicas. A pele possui sistema de vigilância imunológica resultante da ação combinada entre células epiteliais, linfócitos e células apresentadoras de antígenos. 
Essa microbiota pode regular aspectos do sistema imunológico, na qual pode ser alterada mediante fatores extrínsecos e intrínsecos como dieta, febre e uso de antibióticos. Alterações na microbiota impactam o sistema imunológico, contribuem para o aparecimento de doenças inflamatórias crônicas e autoimunes. 
DESENVOLVIMENTO
A superfície da pele é diversificada, com diferentes microambientes de acordo com o pH, temperatura, umidade e gordura. Essas diferenças fisiológicas influenciam a população de bactérias e fungos. 
 	Os locais da pele com mais gordura apresentam lipófilos como o Propionibacterium, enquanto as espécies Staphylococcus e Corynebacterium são abundantes em regiões de maior umidade. Fungos do gênero Malassezia estão presentes na região dos braços. Já Malassezia, Aspergillus, Cryptococcus, Rodotorula e Epicoccum são encontrados na região dos pés.
A pele é pobre em nutrientes e o sal presente no suor é rico em moléculas antibacterianas, como ácidos graxos livres e antimicrobianos peptídeos (AMPs), considerados antibióticos naturais. Porém, cepas do Staphylococcus simbiótico de pele são tolerantes de alto teor de sal e podem utilizar a uréia como substrato. Outro exemplo da relação entre micro-organismo e a pele é a presença da Malassezia e Corynebacterium que não produzem lipídios e utilizam os que estão presentes na pele. 
Porém, o nível de benefício que o ser humano tem com a presença da microbiota na pele ainda carece de mais investigação. A microbiota cutânea compete com micro-organismo patogênicos, como por exemplo a alteração do pH local. Na pele danificada ocorre ativação dos queratinócitos que acionam a liberação de mediadores inflamatórios. Assim, a microbiota cutânea não só limita como atua, ativamente, na contenção a microbiota patogênica.
Na pele de indivíduos imunodeficientes foi encontrado maior diversidade da microbiota e uma menor especificidade de estabilidade. Outro importante achado é a dermatite atópica, na qual a eficácia clínica não depende exclusivamente da eliminação total do S. aureus, o que sugere a possibilidade de equilíbrio da microbiota da pela como mecanismo de controle clínico. 
Uma possibilidade terapêutica seria o controle da imunologia pele. Diante da escassez de nutrientes na pele, o uso de prebiótico poderia alterar disponibilidade de nutrientes impactando a composição da microbiota cutânea. O veículo para isso seria a utilização de cremes hidratantes. 
CONCLUSÕES
O artigo aponta as pesquisas recentes que abordam a relação das células imunológicas e micro-organismos em regiões específicas da pele. 
Essas relações pele-microbiota são desenvolvidas com o tempo, desde o nascimento, passando pela infância e suas interações sociais. Dessa forma, eventos fisiológicos como a puberdade e as alterações no corpo alteram a microbiota. [
Não resta dúvidas que a comunidade de micro-organismo na pele foi moldada pelo microambiente. O estudo gênico permite elucidar série de questões, como as interações entre bactérias e fungos na transição entre oportunismo e patogenicidade. Assim como identificar os genes de resistência a antibióticos na pele.
BELKAID, Yasmine; SEGRE, Julia A. Dialogue between skin microbiota and immunity. Science, v. 346, n. 6212, p. 954-959, 2014. Disponível em: https://science.sciencemag.org/content/346/6212/954.abstract. Acesso em 02 mar. 2021.

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