Buscar

Seminário de Vida no Espírito Santo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2 
 
AApresentação 
 
O presente Seminário de Vida no Espírito Santo é o resultado de uma ampla consulta e 
atualização de textos que foram e são importantes para a formação e preservação da identidade 
da Renovação Carismática. 
Buscamos retomar o temário tradicional e histórico usado na iniciação ― dos primeiros e a 
preocupação central é proporcionar a experiência do ― batismo no Espírito Santo. Os temas 
próprios da evangelização fundamental podem ser abordados em outra oportunidade, talvez até 
como primeiro passo para aqueles que querem experienciar a vida no Espírito. 
Na Renovação Carismática Católica, a expressão ― batismo no Espírito Santo possui dois sentidos 
ou distingue de maneira precisa dois momentos na vida do fiel. O primeiro é propriamente 
teológico e neste sentido todo cristão é batizado no Espírito Santo pelo fato de ter recebido os 
sacramentos da iniciação cristã. O segundo é o sentido experiencial e se refere ao momento em 
que a presença do Espírito Santo recebida pela fé se torna experiência vivida desta mesma 
presença, ou seja, se torna sensível a consciência pessoal. Quando, na RCC se fala no batismo 
no Espírito Santo, se refere a essa experiência sensível e consciente que é o sentido experiencial. 
Os temas são desenvolvidos em forma de palestras (profecias - como preferia o padre Haroldo 
Rahm), com um conteúdo mais ― denso, propiciando assim um estudo aos pregadores do 
Seminário, que muitas vezes não tiveram acesso a este mesmo conteúdo. Não são pregações 
prontas, mas também não são esquemas. São textos com os conteúdos mínimos e fundamentais 
da experiência da RCC e que devem ser utilizados como referência para as palestras. O 
Seminário de Vida no Espírito Santo não é um curso de doutrina apenas, mas uma experiência. 
Esta Apostila do Seminário de Vida no Espírito Santo tem como inspiração o ― antigo ― Curso sobre 
a Pessoa e a Obra do Espírito Santo, que deu início a tudo isso que conhecemos como 
Renovação Carismática Católica no Brasil. 
A Apostila contém: 
 Uma Ficha Resumo do Seminário 
 Orientações para a organização do Seminário de Vida no Espírito Santo 
 Orientações para os Servos do Seminário de Vida no Espírito Santo 
 Dois textos de Fundamentação Doutrinária 
 Bibliografia Consultada 
 Motivação 
 Temas Desenvolvidos 
O sentido experiencial do batismo no Espírito Santo se manifesta em alguns sinais concretos, os 
quais podemos resumir em quatro, que são os objetivos deste seminário: 
1. Conhecer, de maneira pessoal e experiencial, a ação do Espírito Santo na vida do fiel, 
capacitando-o e santificando-o, com seus carismas, para a missão e testemunho, bem 
como na manifestação de seus frutos; 
2. Reconhecer Jesus Cristo, como Salvador e Senhor, numa resposta vivencial à vocação 
batismal: a santidade e missão. 
3. Progredir no relacionamento com Deus, nosso Pai, através de uma vida de oração 
fecunda. 
4. Crescer com os irmãos na vida e no amor fraterno, formando a comunidade eclesial, Corpo 
de Cristo. 
O Seminário de Vida no Espírito Santo é um todo que se atinge, juntando-se um pedaço a cada 
semana. Depende de Fidelidade e Paciência, sem pressa, com abertura de coração e de mente a 
essa Renovação no Espírito Santo. Cada tema deve ser ouvido com o coração e vivido na oração. 
Os Seminários tem como objetivo a partir da experiência do batismo no Espírito Santo inserir seus 
participantes na Comunidade Eclesial, nos Grupos de Oração. 
Esperamos que este serviço de evangelização seja eficaz em produzir frutos de santidade e vida 
de comunidade. 
 
Renovação Carismática Católica - Brasil 
3 
 
Ficha Resumo do Seminário de Vida no Espírito Santo 
 
 
 
 
Objetivos do Seminário 
 
1. Experienciar a ação do Espírito Santo, em seus 
carismas e frutos, em vista da missão e santificação; 
2. Conhecer a Jesus Cristo, Salvador e Senhor, de 
maneira pessoal; 
3. Progredir no relacionamento com Deus na oração 
 
4. Crescer com os irmãos na vida e no amor fraterno 
formando a Comunidade. 
Duração 
Horário e dia da semana 
 
Escolhidos pela Comunidade que promove o Seminário 
Periodicidade das 
reuniões 
 
Reunião do Seminário 1 vez por emana 
 
Pastoreio (Cenáculos) 1 vez por semana 
Duração de cada 
Reunião 
 
2.30 horas aproximadamente ou conforme a realidade e 
cada lugar onde se promove o Seminário. 
Participantes 
 
Conforme a capacidade da Comunidade que promove o 
Seminário e o local 
Número de Cenáculos 
 
Conforme o número de participantes, sendo cada 
cenáculo composto de 8 a 12 participantes. 
 
Equipe do Seminário e 
funções 
 
Secretaria 
 
Organizar 
Divulgar 
Acompanhar 
 
Coordenador 
 
Responsável Geral 
 
Equipes de Dirigentes 
Um ou dois por Cenáculo 
 
Coordenar e Pastorear os 
Cenáculos 
 
Animação 
 
Animar e dirigir as orações 
 
Pregador 
 
Pregar o tema do dia 
 
Intercessão 
 
Vigiar e orar 
 
Limpeza e Decoração 
 
Manter o local limpo (antes, 
durante e depois) e decorar 
com motivos próprios do 
SVES. 
 
Outras funções 
 
Outras funções (Cantina, Livraria, Capela, Bem Estar, etc) 
podem ser incluídas conforme os costumes locais. Aqui nos 
referimos somente às funções essenciais. 
4 
 
Temário 
 
 
Tema 01 – O que é o Seminário de Vida no Espírito Santo 
Tema 02 – A Pessoa e Missão do Espírito Santo 
Tema 03 – A Promessa do Pai 
Tema 04 – Batismo no Espírito Santo 
Tema 05 – É Jesus quem batiza no Espírito Santo 
Tema 06 – A vida no Espírito Santo 
Tema 07 – Os Carismas 
Tema 08 – Os Frutos do Espírito Santo 
Tema 09 – A Comunidade Cristã 
 
 
 
Textos de Fundamentação Doutrinária 
 
 
Texto 01 – Contexto Eclesial da RCC 
Texto 02 – A imposição das mãos 
5 
 
Bibliografia consultada 
 
 PLUS, Raul sj – Em união com o Espírito Santo, Livraria Apostolado da Imprensa, 1949 
 RAHM, Haroldo J. sj e LAMEGO, Maria – Sereis batizados no Espírito Santo, Edições Loyola, 
1972 
 SMET, Valter sj – Eu faço um mundo novo, Edições Loyola, 1975 
 GHEZZI, Bert – Se o Senhor não construir, Edições Paulinas, 1976 
 COMUNIDE ― PALAVRA DE DEUS‖ (Ann Arbor – Michigan, EUA) – Seminário de Vida 
no Espírito, Edições Loyola, 1975 
 MÜHLEN, Heribert – Fé cristã renovada, Edições Loyola, 1973 
 TORREY, R.A – O Batismo com o Espírito Santo, Editora Betânia, 1973, 2ª edição 
 SUENENS, S. J. Cardeal e vários – Orientações teológicas e pastorais para a Renovação 
Carismática Católica (Documento de Malines 1), Edições Loyola, 1975 
_ O Espírito Santo nossa esperança, Edições Paulinas, 1975 
 FALVO, Serafino. – A hora do Espírito Santo, Edições Paulinas, 1975 
_ O despertar dos carismas, Edições Paulinas, 1975 
 PHILLIPE, P. osb – Para que produzais muitos frutos – um Seminário de Vida no Espírito, 
Edições Loyola, 1978 
 BYRNE, James – A realização das promessas de Deus, Edições Paulinas, 1976 
 CLARK, Stephen B. – Os dons espirituais, Coleção Novo Pentecostes, Edições Loyola, 1976 
_ Batizados no Espírito Santo, Coleção Novo Pentecostes, Edições Loyola, 1975 
 RANAGHAM, Kevin e Dorothy – Católicos Pentecostais, Edição de O.S. Boyer, 1972 
 DeGRANDIS, Robert,ssj – A Renovação Carismática Católica, Edições Paulinas, 1975 
 ALDAY, Salvador Carillo, MSpS – A Renovação no Espírito Santo, Edições Louva a Deus, 
1984 
_ Renovação Carismática, Um Pentecostes hoje, Paulus Editora, 1996 
 SMAIL, Tom – A Pessoa do Espírito Santo, Edições Loyola, 1998 
 CORDES, Dom Paul Josef Cardeal – Reflexões sobre a Renovação Carismática Católica, 
Edições Loyola, 1999 
 COUTINHO, Tácito José Andrade – Não vos afasteis de Jerusalém, Editora Santuário, Coleção 
RCC – Novo Milênio nº 15, 2003 
 REIS, Reinaldo Beserra, Celebrando Pentecostes, Projeto de Avivamento da Espiritualidade de 
Pentecostes (Fundamentação e Novena), Editora Canção Nova e Ministério deFormação, 
2004 
 CONGAR, Yves, Creio no Espírito Santo, Vol. 1 e 2, Edições Paulinas, 2005 
 
APOSTILAS 
 MACHADO, Helena Lopez Rios, CASA MARTA E MARIA – Rio de Janeiro.RJ, Seminário de 
Vida no Espírito 
 
 FIDELES, Andréa Paniago; SILVA, Dercides Pires da; COSTA, Sebastião Bernardino da; 
BARBOSA, Taciano Ferreira – ASSOCIAÇÃO SERVOS DE DEUS- Goiânia.GO, Seminário 
deVida no Espírito Santo 
 ASSOCIAÇÃO JAVÉ NISSI – Arquidiocese de Pouso Alegre. MG, Seminário de Vida no 
Espírito Santo 
 FLORES, José H. Prado e LARA, Carlos Macías de – Nova Vida, Edições Loyola, 2004 
6 
 
Organizando o Seminário 
 
A - Campanha de Divulgação 
A realização do Seminário deve ser precedida de uma Campanha de Divulgação, visando 
conscientizar e informar a comunidade a respeito de sua realização. 
Sugerimos algumas atividades de divulgação: 
 Chamadas nos Grupos de Oração - convite feito de modo atraente, bem transmitido ao público 
alvo por meio de comunicação alegre, séria, mas cativante; 
 Comunicação verbal ao final das missas mais freqüentadas (com a autorização do pároco); 
 Cartazes bem colocados na Igreja, no salão paroquial, salas de aula, ambientes de uso 
comunitário; 
 Faixas distribuídas em lugares permitidos e estratégicos, principalmente na frente do lugar 
onde o Seminário acontecerá.; 
 Convite pessoal da Equipe às pessoas na Igreja, na vizinhança, no Grupo de Oração; 
 
B - Montagem do Seminário 
 
a) Considerações iniciais 
O Seminário de Vida no Espírito consiste em dois momentos igualmente importantes: 
 A Reunião do Seminário – reunião semanal com todos os participantes, conforme 
anotações a seguir. 
 O Pastoreio – reunião semanal dos Cenáculos, em dia diferente da reunião do 
Seminário, com a finalidade de aprofundamento e de estabelecer relacionamentos fraternais 
entre os participantes. 
A seguir algumas anotações importantes para a organização do Seminário de Vida no Espírito 
Santo (SVES). 
 
b) Secretaria do Seminário: 
O Seminário precisa de um serviço de Secretaria, que é responsável pela montagem 
geral. A Secretaria é coordenada pelo Coordenador do Seminário. 
Sua função é: 
 Realizar a divulgação 
 Fazer as inscrições, através das Fichas de inscrições distribuídas na comunidade 
 Organizar o local de realização do Seminário 
 Acompanhar a freqüência dos participantes 
 Agendar os pregadores 
 Providenciar as fichas com os textos semanais 
 Formar os Cenáculos 
 Organizar a Equipe de Dirigentes de Cenáculo 
 
c) Cenáculos - Pastoreio 
Os participantes do Seminário são divididos em grupos de 08 a 12 pessoas acompanhadas por 
um ou dois dirigentes, que chamamos de Cenáculos. O número de participantes não deve ser 
muito grande para não dificultar as reuniões e as orações. 
O Cenáculo se reúne no dia da realização do Seminário (após a pregação) e uma vez durante a 
semana, num lugar escolhido por todos (pode ser na casa de um dos participantes num sistema 
de rodízio). Esta reunião é chamada de Pastoreio e trataremos dela de maneira mais especifica à 
frente. 
 
d) A Reunião Semanal do Seminário 
O Seminário de Vida no Espírito Santo, acontece uma vez por semana, durante 09 semanas, 
num dia, lugar e horário fixos, escolhidos de antemão pela Equipe de Serviço Paroquial. 
7 
 
A Reunião se divide em 4 momentos: 
1º momento - Acolhimento e Animação: cantos, boas vindas, avisos iniciais, apresentação do 
tema do dia e do pregador. O tempo utilizado para isso não pode ultrapassar 20 minutos. 
2º momento - A Pregação: exposição do tema do dia. O pregador deve levar em conta que se 
trata de um tema querigmático, portanto a vivência e a experiência são fundamentais. A pregação 
não deve ultrapassar os 40/45 minutos. 
3º momento – Cenáculos: reunião dos pequenos grupos para partilha e oração. O tempo 
para esta atividade é em torno de 30 minutos (podendo se estender conforme os costumes locais). 
4º momento – Encerramento: avisos, incentivo à perseverança, cantos e louvor final. 
O Encerramento deve dispor de 30 a 40 minutos. 
Levando em consideração os possíveis atrasos e imprevistos, a Reunião Semanal do Seminário 
tem sua duração estimada em 2 horas e meia. Mas em tudo deve-se levar em conta os costumes 
locais e condições em que o SVES acontece. 
 
e) A Equipe do Seminário 
O Seminário de Vida no Espírito Santo é uma atividade comunitária, por isso toda a comunidade 
– Grupos de Oração – deve estar envolvida. São vários serviços que compõem o Seminário, 
a saber: 
 
1. Coordenação do Seminário 
O servo indicado para coordenar um SVES deve ter as seguintes características: 
 Ser pessoa de vida de oração bem ordenada 
 Ter uma formação adequada 
 Ter visão clara do que é o Seminário e já ter participado de um 
 Dominar os temas que são apresentados nas palestras para eventualmente dar qualquer um 
deles, se houver falta de pregador sem tempo de encontrar substituição. 
 Ter carisma de governo (visão para coordenar) 
 Ser capaz de conduzir situações de relacionamentos difíceis, interferir bem nas dificuldades 
dos servos e dos participantes, resolvendo-as. 
 Deverá ficar responsável pela venda e recebimento das Bíblias. Se possível, para facilitar, as 
Bíblias poderão ser vendidas em valores parcelados. 
Suas responsabilidades são: 
 Coordenar a Secretaria do Seminário 
 Providenciar e distribuir as fichas com os textos para oração diária durante o Seminário, 
 Reunir-se com os Dirigentes de Cenáculos para acompanhar os ― Pastoreios 
 Coordenar a realização do Seminário, controlando horário, dando os avisos necessários, 
providenciando os pregadores, distribuindo funções para a Equipe. 
 Distribuir os participantes em Cenáculos 
 Organizar o Dia de Encerramento 
 Substituir o pregador caso seja necessário. 
 
2. Dirigentes de Cenáculo (servos dos SVES): 
Cada Cenáculo deve ter um dirigente que se encarrega de dirigir as reuniões no dia do Seminário 
e promover o Pastoreio (reuniões durante a semana). Quanto ao Pastoreio ver as anotações 
próprias mais à frente. 
Devem ser pessoas disponíveis, experientes (não recém convertidos), com conhecimento 
doutrinário, participante de Grupo de Oração e de vida de oração. 
Acolhimento: Os Dirigentes de Cenáculo são os responsáveis pelo Acolhimento, ou seja: 
recepção à porta do local do Seminário, preparação e distribuição de crachás a cada encontro e 
arrumação do ambiente para que tudo funcione bem e com algum conforto para os participantes. 
8 
 
Função do Dirigente no Cenáculo: Agir como fermento, no meio dessa porção do povo de Deus; 
rezar ativamente, cantar com ânimo; seguir prontamente as instruções do coordenador do 
Seminário e demonstrar felicidade e paz no Senhor. 
Aos Dirigentes: Recebam com caridade, sem discriminação, todos os membros do seu cenáculo; 
iniciem conversas, promovendo a amizade; ajudem e sejam disponíveis, encorajando a todos; 
sigam os horários propostos e evitem debates, mas encaminhem as dúvidas que não puderem 
resolver ao pregador. 
 
3. Música e Animação: 
Dois servos ou um Ministério já formado (conforme cada lugar), mas que sejam pessoas de vida 
de oração, que conheçam mais os cânticos do que música e instrumentos. A animação deve ser 
oportuna. O entrosamento com o Coordenador do Seminário deve ser muito bom. A música e a 
animação são responsáveis pelos momentos de louvor e oração comunitária (de todos os 
participantes). 
 
4. Intercessão: 
O Ministério de Intercessão deverá organizar um serviço pelo Seminário, enquanto de sua 
duração. O serviço de intercessão deve se reunir um dia por semana para interceder pelos 
participantes, pelo pregador, pelo Coordenador e pela Equipe em geral. 
 
5. Servos da palavra ou pregadores 
Devem ter Ministério de Pregação, serem pessoas experimentadas, ungidas para, no poder do 
Espírito Santo, com a espiritualidadecaracterística da RCC, pregarem o tema próprio do 
Seminário. 
Além de serem ministeriados para o serviço da Pregação, ter uma vida de oração consistente, 
participar de um Grupo de Oração, possuir uma boa formação catequética e um bom 
conhecimento da Sagrada Escritura em geral, e dos textos referentes à sua pregação, são pré- 
requisitos essenciais na escolha dos pregadores. 
Não devem ser convidados de improviso, pois este primeiro anúncio é para muitos, o primeiro 
contato com Deus Vivo na Sua Palavra e, portanto deve ser muito bem feito, sendo uma pregação 
viva, forte, eficaz, alegre, porém séria, convincente. 
O pregador utiliza as citações que vão ser usadas nas vivências daquela semana, duas ou três 
delas apenas, mas bem trabalhadas nos textos mais fortes. Não sendo pregador de si mesmo, 
deve ser discreto e cuidadoso com testemunhos e conceitos pessoais. 
 
Ao Pregador: 
O Seminário é uma seqüência, porém, cada assunto tem o seu começo, meio e fim. Por isso, o 
pregador deve procurar ater-se EXCLUSIVAMENTE AO SEU ASSUNTO! O tempo da pregação é 
de 40/45 minutos. Da obediência ao tempo disponível, depende o equilíbrio das outras atividades. 
As orientações para uma boa pregação são encontradas: 
 Nas Apostilas de Roteirização de Pregações do Ministério da Pregação RCC-BR. 
 Nos Livros Oratória Sacra 1 e 2, Editora Canção Nova, de Dercides Pires. 
 Nos Livros da Coleção RCC – Novo Milênio, Editora Santuário, nos título: Pregador Ungido 
e Pregador Ousado, de Ronaldo de Souza. 
 No Livro da Ofensiva Nacional, nº 8: Formação de Pregadores, Editora Santuário, organizado 
por Taciano F. Barbosa. 
 
6. Limpeza e Decoração 
A Equipe de Limpeza e decoração deve cuidar do ambiente antes, durante e depois de cada 
Reunião, mantendo o lugar limpo, providenciando água, arrumando as cadeiras e a mesa de 
pregação, etc. 
Além desta atividade, deverá também decorar o local conforme o tema da semana, com cartazes, 
faixas, flores, etc, tornando-o um lugar agradável e testemunhando aos participantes que eles 
eram esperados 
9 
 
C– Outras considerações 
 
Reunião da Equipe 
Toda a Equipe deve se reunir antes do primeiro encontro do Seminário e antes de cada Reunião 
(chegar 45 minutos antes). Isto é o ideal para orarem juntos e organizarem o trabalho. 
O uso da Bíblia deve ser incentivado durante todo o Seminário. Para tanto o pregador deve fazer 
uso constante de textos a serem procurados pelos participantes. Caso exista alguma dificuldade, 
pode-se dar uma instrução rápida, no primeiro dia, a respeito de livros, capítulos e versículos. 
Durante o Seminário, devem ser feitas campanhas para que os participantes adquiram suas 
próprias Bíblias. Consórcios, sorteios, doações, tudo isso pode ser utilizado. O importante é que 
cada participantes tenha contato e adquira o costume de ler e refletir com a Bíblia. 
O Seminário de Vida no Espírito Santo é um todo que se atinge, juntando-se um pedaço a cada 
semana. Depende de Fidelidade e Paciência, sem pressa, com abertura de coração e de mente a 
essa Renovação no Espírito Santo. 
 
D. Instruções para os Dirigentes de Cenáculo (servos dos SVES) 
 
Os Dirigentes de Cenáculo são chamados (conforme o local) de outras 
formas: Servos do Seminário, Servos do Pastoreio, Coordenadores de 
Cenáculo... 
Estas orientações gerais se destinam àqueles que estão no serviço de 
acompanhar e pastorear os participantes do Seminário de Vida no Espírito 
Santo. 
Nestas Orientações usaremos o termo Servos do SVES 
 
1. Servir e Rezar 
Servir é ser útil, prestável, satisfazer, agradar; é ser apto para alguma coisa; é cumprir a tarefa 
que lhe é dada; é dar, oferecer, é depender de alguém que é seu Senhor. 
Dentro do povo de Deus todos – ministros, ordenados, leigos – são servos do Evangelho, 
cada um segundo seu papel e carismas próprios. Servir o Evangelho é servir a Deus, a 
Jesus, o Senhor. Portanto, o servo deve estar preparado para servir onde, quando e como o 
Senhor determinar. 
Ora, não é possível servir sem uma comunicação constante com o Senhor. Essa comunicação, no 
nosso caso, se dá através da oração. Orar é imprescindível, pois é na oração que se aprende a 
amar, e servir é amar. Aquele que não ora não deve nem pode ser servo. 
Jesus, no Evangelho, sete vezes nos convida à oração: Lc 22,40.46 – Lc 11,9-13 – Jo 14,13-14 
– Jo 15,7.16 ; 16,23-24; 16,26-27. 
Há pessoas de núcleos da RCC que dizem que fazem sua oração pessoal enquanto trabalham 
nos afazeres de casa. Isso não é a verdadeira oração pessoal. Tal como um Senhor tem seus 
encontros freqüentes com o servo para orientações, exame das situações, acertar providências, 
também, e com muito mais razão nós devemos ter com o nosso Senhor, encontros de intimidade, 
em que abrimos nosso coração e nos derramamos diante dele, falando-Lhe das nossas 
dificuldades, dos nossos problemas, das nossas alegrias, das nossas vitórias, e ouvindo o que Ele 
nos tem a dizer. Essa é a sua vontade e deve ser também a nossa. 
Quando um servo de Seminário percebe que algo de errado está ocorrendo no seu Cenáculo, 
procure examinar-se de como está sua vida de oração e também sua vida sacramental. 
 
2. A ficha de acompanhamento 
Todo Servo de SVES deve ter uma ficha, onde anota: 
 O local onde o Seminário acontece e datas; 
 Nomes e telefones ou endereços de cada participante; 
 Freqüência de cada um; 
 Título de cada palestra e pregador (nome) e uma pequena avaliação quanto ao conteúdo, 
desempenhos e se foram alcançados os objetivos. O objetivo dessa avaliação é sempre 
10 
 
construtivo para se alcançar uma boa evangelização. Esta ficha ficará no final com o Coordenador 
do SVES. 
Na ficha de inscrição do participante, o dirigente do Cenáculo fará, no verso, uma avaliação de 
cada pessoa do grupinho, e entregará ao Coordenador do Seminário, que as dará ao 
Coordenador do Grupo Diocesano. Este, depois de tomar conhecimento delas, entregará ao 
dirigente do Grupo de Oração. 
 
3. O que se espera dos Servos do SVES 
Assiduidade e pontualidade – o servo não deve considerar levianamente seu dever de ser 
assíduo e pontual nos dias de Seminário, seja qual for a tarefa a que tiver sido chamado. A falta 
desses dois importantes elementos provoca desordem, desarmonia. Distrai as atenções, quebra o 
equilíbrio que deve existir em toda a obra do Senhor. Além disso, e mais importante: Jesus é o 
Senhor dessa obra, portanto o desrespeito é a Ele; é uma grande responsabilidade assumir um 
compromisso que, de antemão não pretende ou não poderá cumprir. 
Disponibilidade de coração – mesmo quando sabe que não dispõe de tempo cronológico, o 
verdadeiro servo se apresenta disposto a assumir a tarefa, confiando no Senhor. A primeira vista 
esse elemento parece se chocar com os elementos anteriores, assiduidade e pontualidade, mas 
realmente isso não acontece: o importante é manifestar ao Senhor que estamos dispostos a fazer 
por Ele qualquer coisa: esse primeiro Lhe agrada e Ele é bastante delicado para aceitar essa 
disponibilidade de coração e dispor as coisas de tal modo que o servo não seja prejudicado. O 
que importa é abandonar-se nas mãos do Senhor Jesus. 
Obediência – um servo que não acata ordens superiores, que questiona determinações do 
coordenador e, pior ainda, manifesta seu descontentamento diante dos irmãos deve evitar assumir 
o trabalho. Onde não há obediência não está o Espírito Santo, portanto não há ordem, equilíbrio e 
harmonia e, principalmente unidade. (At 5,32) 
Zelo – o servo que tem amor ao Senhor é profundamente zeloso com tudo o que se relaciona 
com a obra do Reino. (Sl 68,10 - Jr 48,10) 
Fidelidade – ser fiel significa ― pregar e viver aquilo em que crê e crer naquilo que prega e 
vive. 
Isto é ser fiel ao Senhor. Muitas vezes nosso irmão defende seu ponto de vista (que não concorda 
com a doutrina cristã) com tanta veemência que, embora certos da verdade em que acreditamos,nos acovardamos, nos calamos e deixamos em todos a impressão de que nós também duvidamos 
do que afirmamos. Ser fiel é não abrir mão daquilo em que se crê. (Lc 9,26 - At 21,11-13). 
Conhecimento da doutrina – o servo deve ter os ― pés no chão, isto é, não se deixar 
empolgar apenas pelos carismas, mas interessar-se principalmente em conhecer bem a sua 
religião, seus fundamentos (pelo menos o Catecismo da Igreja Católica), as verdades 
reveladas, os ensinamentos da Igreja. Embora seja a Bíblia o Livro, por excelência, o servo 
não deve se descurar de procurar enriquecer seus conhecimentos e desenvolver sua 
espiritualidade através de livros bons e devidamente indicados. (Os 4,6) 
 
4. Virtudes que o servo deve procurar possuir 
O servo que não tem uma vida de oração e vida sacramental, dificilmente conseguirá desenvolver 
certas virtudes em seu coração. Assim, ele precisa: 
Paciência para ouvir os participantes, para ― sofrer as demoras de Deus. (Eclo 2,3) 
Simplicidade de coração manifesta-se na maneira de falar, de agir. O Espírito Santo dá 
discernimento aos simples. (Pro 1,4) 
Humildade não é a subserviência, mas o reconhecimento das nossas limitações. (Rom 12,16; 
1Pd 5,5b-6) 
Mansidão nada conquista tanto os corações como a doçura, o interesse amoroso de quem os 
serve. (Mt 11,29; Tg 3,13) 
Prudência principalmente nas palavras. Daí a necessidade de falar pouco, apenas o 
indispensável, pois muitas vezes podemos inadvertidamente, ferir um irmão e com isso, afastá-lo. 
(Tg 3,1-12) 
 
11 
 
5. Perigos a serem evitados 
12 
 
Presunção – opinião vantajosa que a pessoa faz de si mesmo. Há que distinguir a valorização 
que devemos nos dar pelo fato de constituirmos objetos do amor de Deus, e a vaidade de nos 
atribuirmos valor por nossos méritos. É uma maneira muito sutil do inimigo nos tentar (Lc 18,1-14; 
Pr 3,7). Não se julgar já convertido mas procurar sempre mais se converter. Não se julgar já 
renovado, mas procurar dia a dia se renovar. Não se julgar em condições de trabalhar os outros, 
mas procurar trabalhar-se, primeiro. 
Auto-suficiência – O servo muitas vezes se abstém de consultar ou mesmo trocar idéias com 
outros servos ou com o coordenador, consciente está de que é bastante capaz de discernir 
sozinho e corretamente (II Cor 3,5). Ninguém é tão sábio que não tenha algo para aprender e 
ninguém é tão ignorante que não tenha algo para ensinar. 
Pressa – Associa-se muito à impaciência. Muitas vezes confundimos pressa com zelo. O trabalho 
do Senhor deve ser feito com cuidado e atenção, mas sem tempo e hora (Jdt 8,11-15). 
Desânimo – O servo deve louvar a Deus quando fracassa: é uma forma de reconhecer que todo o 
poder emana de Deus: prosseguir com coragem e, se necessário começar tudo de novo. São 
Paulo nos ensina muito bem (II Cor 4,8-12). 
 
6. Como o servo deve agir no Cenáculo 
 
O AMOR 
O elemento mais importante num Seminário e em toda a obra do Senhor é o Amor. No amor se 
fundamenta toda a nossa vida, pois que somos obra do amor de Deus. Jesus nos deu o novo 
mandamento: ― Amai-vos uns aos outros como eu vos amo. Aí está, a medida já não é mais 
aquela antiga: ― como a ti mesmo. Essa medida irrisória e muitas vezes inexistentes ja foi 
superada e substituída por uma outra de valor infinito: ― como eu vos amo‖ . E é esse o amor 
queJesus quer que demos aos nossos irmãos no Seminário (I Cor 13, 4-7). 
Algumas atitudes demonstram este amor: 
1) Ser acolhedor, dar atenção a todos os participantes, sem acepção de pessoas: todos são 
igualmente irmãos e necessitados de atenção e carinho. 
2) Falar apenas o indispensável, ouvir muito, observar e registrar frases, expressões faciais, 
gestos, incidentes que ocorram no Cenáculo e que possam conduzir a uma atitude de 
compreensão e amor. 
3) Estar sempre disponível ao problema do irmão, ainda que nos custe. Jamais despedir um 
irmão com um: ― vou orar por você‖ , sem tomar conhecimento do que o angustia e lhe fazer 
sentir solidariedade. Esse comportamento poderá custar o seu afastamento do Seminário e, 
pior ainda, até mesmo da Igreja. 
4) O servo, no Cenáculo, age como moderador, isto é, fala apenas o indispensável, quando há 
necessidade de dirimir dúvidas; para estimular a partilha; para dar alguma explicação, quando 
solicitada; para desestimular conversas paralelas, sobre assuntos que nada tem haver com o 
tema da palestra e das vivências; 
5) Deve procurar introduzir o louvor na vida dos participantes: para isto aconselha-se a iniciar a 
reunião com a leitura de 2 ou 3 versículos de um salmo e um pequeno louvor neles. Não se 
deve cantar no Cenáculo, pois consome tempo e, além disso, o louvor nos salmos têm um 
valor litúrgico que nenhum canto possui. 
6) Indagar como decorreu a semana para cada um, se fizeram as vivências como lhes foi 
recomendado. Convidar e exortar a que cada um fale de sua experiência da semana, como 
recebeu a palestra anterior, o que mais lhe tocou, porque, etc... 
7) Os dois servos que trabalham juntos devem se deixar unir no mesmo ideal evangelizador: 
comunicarem-se semanalmente, trocarem impressões, analisarem seus próprios 
comportamentos, comunicarem um ao outro o que chegam a conhecer dos participantes. Do 
bom relacionamento dos dois, depende o bom relacionamento entre os próprios participantes; 
muita humildade, dominar o amor próprio, aceitando admoestações um do outro. Também os 
servos devem fazer as vivências. 
8) Não distribuir no cenáculo orações, santinhos, terços, medalhinhas ou outros objetos 
devocionais: nada deve distrair os participantes da verdadeira finalidade do Seminário: 
13 
 
conhecer Jesus, o Senhor, o amor de Deus, a salvação que nos foi dada e a conversão que o 
Espírito Santo realiza em nossos corações, etc. 
9) Quando o Seminário possui uma equipe para intercessão, os casos mais sérios que os servos 
observam no Cenáculo devem ser levados ao coordenador do Seminário para o encaminhar à 
intercessão. 
10) Um item muitíssimo importante é o sigilo. No primeiro dia do Cenáculo o servo deve explicar 
que tudo o que se disser ali é sigilo confessional. Muitas vezes, no decorrer do Seminário, os 
participantes se abrem, contam seus problemas, levadas pelo clima de confiança que deve 
existir, abrem seus corações. Todas essas confidências devem ficar ali, nos corações para 
oração, mas não deve haver comentários entre as pessoas do Cenáculo, nem entre essas e 
seus familiares. O servo titular deve estar atento a esse detalhe. 
11) Aconselha-se ao servo possuir um caderno onde registrarão dados importantes do Seminário: 
Data e local, Nome do coordenador: telefone, Nome do outro servo e telefones, Nomes dos 
participantes: telefones. 
12) O servo deve procurar se comunicar semanalmente com os participantes para saber notícias 
e ajudá-los nas dúvidas, animá-los. Cada um trabalha conforme o Espírito Santo lhe sugere. 
Entretanto uma sugestão pode ser dada: muito útil, ao primeiro contato com os participantes, 
fazer-lhes a seguinte pergunta: ― Porque veio fazer esse Seminário? O que você espera 
encontrar aqui? O que veio procurar? 
 
13) Anotar as respostas. No fim do Seminário, no último Cenáculo, ler para cada pessoa a 
resposta dada no início e perguntar-lhe: ― você encontrou o que procurava? Esse 
procedimento nos fornece conhecimento que o Senhor realizou na vida do participante, e 
também nos faz conhecer a necessidade de continuar a acompanhá-lo ainda durante algum 
tempo. 
14) Uma última palavra: o servo, qualquer que seja sua tarefa num Seminário, deve realizá-la 
como se fora a primeira vez; isto equivale a dizer que o entusiasmo, a dedicação, o zelo, o 
empenho, a preparação, o amor, devem ser os mesmos do primeiro chamado. Não podem 
permitir que arrefeça o primeiro amor (cf. Ap 2,4). Do contrário corre-se o risco de cair na 
rotina; e o Espírito Santo não age em corações desanimados. Para que tal não ocorra,é 
necessário muita vigilância e oração (Mt 26,41a). 
Tempo de Seminário é Tempo de sacrifício, mas ― tenho para mim que os sofrimentos da presente 
vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. (Rom 8,18) 
 
7. A Reunião de Pastoreio 
 
a. O Pastoreio 
Serviço de pastoreio para o SVES é o acompanhamento espiritual e catequético que se 
presta aos participantes desse Seminário. 
Finalidade: 
a) Interceder constantemente pelos participantes 
b) Auxiliar no estudo da Sagrada Escritura 
c) Auxiliar nos primeiros passos da conversão: sanar dúvida, acompanhar os participantes e orar 
para cura interior quando necessário. 
d) Auxiliar na iniciação da vida carismática: esclarecer dúvidas sobre os carismas; orar para 
confirmar os dons recebidos; praticar os carismas com os participantes. 
e) Auxiliar nos conhecimentos básicos da Igreja como comunidade de cristãos: acolher os 
participantes pessoal e fraternalmente; ser para os participantes um testemunho de comunidade; 
ajudar os participantes a compreenderem melhor a missão do leigo (ser cristão consciente e 
renovado na prática dos sacramentos e dos carismas, ser Igreja – Sacramento vivo – 
e comprometer-se com a missão do leigo no mundo). 
 
b. Partilha 
Para exercermos fielmente o serviço do Pastoreio, devemos nos munir da grande visão 
Messiânica - visão do céu, da salvação... 
14 
 
O pastoreio pode ser um pedaço do céu, quando leva o povo de Deus a um caminhar de cura e 
libertação, de crescimento humano e espiritual utilizando-se da partilha e boa comunicação, 
entremeadas de carismas que são essenciais ao pastoreio. 
No pastoreio, partilha é o diálogo estabelecido entre o servo do pastoreio e os participantes, com 
o objetivo de sanar as dúvidas destes, bem como de prestar-lhes ajuda espiritual e, 
eventualmente, alívio e cura de traumas, mediante a cura interior. 
 
c. Conteúdo da partilha 
Prioritariamente, em relação ao Seminário de Vida no Espírito, partilham-se dúvidas sobre as 
pregações, assim como dificuldades em se viver no Espírito e em se praticar a proposta do 
Seminário. 
Eventualmente pode-se partilhar sentimentos, experiências vividas (boas ou ruins) 
Lembre-se o servo do pastoreio que sua missão é principalmente ouvir (mas poderá sabiamente 
orientar os participantes, tendo sempre por base os ensinamentos do Seminário de Vida no 
Espírito. Caso as soluções para os participantes não sejam encontradas no Seminário, poder-se-á 
buscá-las na Sagrada Escritura, na Doutrina da Igreja e com os irmãos de comunidade, 
principalmente os mais experientes). 
 
d. Método da Partilha 
 
Amor (é o principal item do método) - É com amor que se acolhe bem. É com amor que se guarda 
o sigilo sacramental que a partilha exige. É com amor que se encontra forças para doar-se além 
do comum (atender fora dos horários, superar o cansaço para servir, etc.). O amor é veículo da 
empatia, que é fundamental no pastoreio. Só o amor gera a compaixão. Compaixão cria o 
ambiente propício para partilhar em situações de sofrimento e dor. 
 
Tempo de qualidade - É tempo destinado exclusivamente aos participantes. Não importa a 
duração, o mais importante é a qualidade do tempo que se dedica. Para ter tempo de qualidade é 
preciso estar presente diante do participante de corpo e espírito 
 
Respeitar o processo do outro - Cada um possui um estágio de desenvolvimento. Isso precisa 
ser respeitado. 
 
Não dar receitas - Não usar o tom de professor ou de padrasto, como se estivesse sempre 
ensinando ou advertindo. 
 
Evitar bloqueios na comunicação - Bloqueios destroem a partilha. Exemplos de bloqueios: 
Conselhos, competição, frieza, distração, divagação, respostas ensaiadas. 
 
Agradecer verbalmente pela partilha - A partilha da pessoa é um presente de confiança para 
quem ouve. Na partilha a pessoa dá o melhor de si, ou seja, ela mesma (uma parte do seu próprio 
eu). 
Agendar horários para partilha e para visitas - O amor e o interesse precisam ser 
demonstrados. É impossível pastorear sem se encontrar. A agenda pode ser fundamental. O 
tempo jamais sobra, por isso é necessário agendar, comprometer. 
15 
 
Fundamentação doutrinária 
 
 
Contexto eclesial da RCC 
 
 
1. Como um Novo Pentecostes 
 
a) O Espírito Santo, princípio de renovação 
A Igreja, que nasceu sob o impulso do Espírito no dia de Pentecostes, só pode ser renovada 
mediante o poder divino desse mesmo Espírito. O Espírito Santo é o princípio que dá vida à Igreja 
e é, por sua vez, seu princípio renovador. V.S. João Paulo II, fazendo-se eco do Concílio, formulou 
esta frase: ― O Espírito Santo é a fonte e o motor da renovação da Igreja de Cristo!1. 
Desde os tempos de Sto. Agostinho tem-se dito que ― o que é a alma para o corpo do homem, 
assim é o Espírito Santo para o corpo de Cristo que é a Igreja‖ 2; e a alma é o princípio que dá 
vida ao corpo humano, move-o, o faz crescer, leva-o à plenitude, sustenta-o e 
renova-o constantemente. 
Para compreender a fundo o que é a Renovação no Espírito Santo, temos que situá-la sempre no 
acontecimento de Pentecostes, porque foi sob esse sinal que nasceu para a vida. Daí os 
diferentes nomes que esta experiência espiritual tem recebido desde o momento em que Deus 
quis suscitá-la: Pentecostalismo Católico, Renovação Carismática, Renovação Pentecostal, 
Renovação Cristã no Espírito Santo, Renovação no Espírito ou simplesmente Renovação. 
Devemos dizer que nenhum destes títulos expressa em sua totalidade a riqueza da Renovação, 
apesar de cada um deles enfocar e enfatizar alguns dos elementos que a caracterizam3. 
b) A RCC ― rosto e memória de Pentecostes na Igreja 
O Papa Leão XIII no início do século XX já convidava a Igreja a "incrementar o culto do Espírito 
Santo" e João XXIII (1961) na encíclica que convocava o Concílio Vaticano II (Humanae Salutis) 
pedia em oração – "Renovai vossos prodígios em nossos tempos, como se para um 
novo Pentecostes". 
A Renovação Carismática Católica é, como diz João Paulo II4, "um dos numerosos frutos do 
Concílio Vaticano II que, como um novo Pentecostes, suscitou na vida da Igreja um extraordinário 
florescimento de agregações e movimentos, particularmente sensíveis à ação do Espírito". 
"A Renovação Carismática vê a si mesma como obra do Espírito Santo que responde às 
necessidades espirituais de nosso tempo. Na vida da Igreja, ela é um sinal da contínua relevância 
do 'derramamento do Espírito' sobre os indivíduos batizados, o que dá vida e orientação à Igreja 
na realização de sua missão no mundo"5. 
Verdadeiramente a Renovação Carismática entende ser ― rosto e memória de Pentecostes, ― como 
sinal da atualidade e da perenidade de Pentecostes, procurando acolher para si, de modo objetivo 
e experiencial, aquilo tudo que o magistério vem pondo em relevo, para toda a Igreja, com 
respeito à presença e à ação do Espírito Santo6. 
― Há muito por se fazer, por amadurecer, por se comprometer em relação à nossa efetiva abertura 
e conformidade à pessoa do Espírito Santo. Mas não se pode negar que já é possível identificar 
na Renovação Carismática traços significativos daquilo que se constitui uma resposta aos apelos 
da Igreja a essa abertura ao Espírito7. 
 
 
1 
JOÃO PAULO II, Papa, Discurso de encerramento do Congresso Teológico Internacional de 
Pneumatologia. L'Osservatore Romano, 27 de marco de 1982. Cf. ― Lumen Gentium‖ nº 4. 
2 
SANTO AGOSTINHO, Sermão 267,4 (Pl 38.1231). Paulo VI. Ensinamentos ao Povo de Deus 
1978. Edtrice Vaticana, p. 47. 
3 
SUENENS L.J. Cardeal, o Espírito Santo Nossa Esperança, Edições Paulinas, 1975, Brasil. 
4 
LOsservatore Romano de 11 de abril de 1998) 
5 
CORDES, Dom Paul, in Reflexões sobre a Renovação Carismática Católica, Editora Loyola. 
6 
REIS, Reinaldo Beserra dos, CelebrandoPentecostes – Projeto de aviamento da espiritualidade de 
Pentecostes, Edições Canção Nova – Ministério de Formação RCC-BR, 2004 
7 
Ibdem 
16 
 
O Papa João Paulo II, por diversas vezes se referiu a RCC como expressão de vida renovada 
pelo Espírito que atua perenemente na Igreja e pela Igreja no mundo. Na audiência aos membros 
do Conselho Internacional em dezembro de 1979, disse: 
"... O vigor e a fecundidade da Renovação Carismática testemunham certamente a 
poderosa presença do Espírito que age na Igreja, nestes anos posteriores ao Concílio 
Vaticano II. Por suposto, o Espírito guiou a Igreja em todos os tempos, produzindo uma 
grande variedade de dons entre os fiéis. Através do Espírito a Igreja conserva uma 
permanente vitalidade juvenil, e a Renovação Carismática é uma eloqüente 
manifestação desta vitalidade hoje, uma expressão vigorosa do que 'o Espírito está 
dizendo às Igrejas' (At 2,7), quando nos aproximamos do final do segundo milênio" 
E ainda afirmou aos líderes da RCC durante a Conferência de Fiuggi de 1998: 
"A Renovação Carismática Católica tem ajudado muitos cristãos a redescobrir a 
presença e o poder do Espírito Santo em suas vidas, na vida da Igreja Católica e do 
mundo; e esta descoberta tem levantado neles uma fé em Cristo cheia de alegria, um 
grande amor pela Igreja e uma generosa dedicação à sua missão evangelizadora. 
Neste ano do Espírito Santo, eu me uno a vocês no louvor a Deus pelos preciosos 
frutos que Ele quis trazer à maturidade em suas comunidades e, através delas, às 
Igrejas particulares". 
 
c. O apostolado de Pentecostes 
A despeito de ser identificada como uma expressão eclesial que manifesta em sua identidade uma 
espiritualidade marcada pela experiência da ação do Espírito Santo e pela consciência a respeito 
da Terceira Pessoa da Trindade Santa, a Renovação Carismática é convidada a assumir 
claramente a missão de difundir a cultura de Pentecostes, fundamentando todos seus projetos no 
pressuposto da ação do Espírito Santo. 
O saudoso e santo Papa João Paulo II, nos direciona: 
"Estou convencido de que este movimento é um sinal de sua ação (do Espírito Santo). 
O mundo tem grande necessidade da ação do Santo Espírito e isso requer a 
cooperação de muitos instrumentos que colaborem com sua ação. (...) Agora eu vejo 
este movimento, sua atividade em todas as partes. (...) por meio desta ação, o Espírito 
Santo vem ao espírito humano e desde esse momento começamos a viver de novo, 
para encontrar nosso autêntico ― eu, para encontrar a própria identidade, nossa total 
humanidade. Conseqüentemente, eu estou convencido de que este movimento é um 
verdadeiro e importante componente na renovação total da Igreja, nesta renovação 
espiritual da Igreja" (aos membros do ICCRS, o Conselho Internacional da RCC, em 
11.12. 1979). 
"Hoje a Igreja rejubila-se pela confirmação renovada das palavras do profeta Joel: 
'Derramarei o meu Espírito sobre todo o ser vivente' (Jl 3,1). Abri-vos docilmente aos 
dons do Espírito! Aceitai agradecidos e com obediência os carismas que o Espírito 
nunca cessa de nos conceder. Não vos esqueçais de que todos os carismas são 
comunicativos e fazem nascer aquela 'afinidade espiritual entre as pessoas', e aquela 
amizade em Cristo que é a origem ‗ dos 'movimentos'. Jesus disse: 'Eu vim atear fogo 
sobre a terra e outra coisa não desejo senão que já esteja aceso'. (...) Hoje, daqui desta 
sala superior da Praça de São Pedro eleva-se uma grande oração: Vinde, Espírito 
Santo, vinde e renovai a face da terra! Vinde com vossos sete dons! Vinde, Espírito de 
Comunhão e de Amor! A Igreja e o mundo precisam de vós, Espírito Santo, e fazei com 
que os carismas que nos tendes concedido se frutifiquem cada vez mais" (aos 
Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades reunidos na Praça de São Pedro, em 30. 
5. 1998). 
 
Nas festividades de Pentecostes do ano de 2004, no dia 23 de maio, o Santo Padre João Paulo II, 
ao concluir a oração do ― Regina Coeli, convidou os Movimentos Apostólicos, e de modo especial 
a Renovação no Espírito, a participar da Vigília de Pentecostes, no sábado, 29 de maio, ‗ para 
invocar sobre nós e sobre toda a Igreja uma abundante efusão dos dons do Espírito Santo‘ . 
No decurso desta Vigília o Papa João Paulo II disse ― Vem, creator Spirítus! 
17 
 
De toda parte da Igreja na solenidade de Pentecostes, se eleva unânime este canto: 
Veni, creator Spiritus! O Corpo místico de Cristo, disperso em toda a terra, invoca o 
Espírito do qual tem a vida, o Sopro vital que anima o seu ser e o seu agir. (...) 
Saúdo de modo especial os membros da Renovação no Espírito (...). Graças ao 
movimento carismático tantos cristãos, homens e mulheres, jovens e adultos, têm 
redescoberto Pentecostes como realidade viva e presente na sua existência cotidiana. 
Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja, como um renovado 
salto de oração, de santidade, de comunhão e de anúncio. (...) Os movimentos eclesiais 
e as novas comunidades são uma 'resposta providencial, suscitada pelo Espírito Santo, 
à hodierna pergunta de nova evangelização, pela qual são necessárias 'personalidades 
cristãs maduras' e 'comunidades cristãs vivas'. 
Por isso digo também a vocês: 'Abri-vos com docilidade aos dons do Espírito! Acolhei 
com gratidão e obediência os carismas que o Espírito Santo não cessa de conceder! 
Não vos esqueçais que todo carisma é dado pelo bem comum, isto é, para o benefício 
de toda a Igreja!' 
Veni, Sancte Spiritus! 
 
Acolhamos esta palavra do Santo Padre João Paulo II como um direcionamento profético para 
toda a Igreja, mas o acolhamos como se direcionada especialmente a nós da RCC. ― João Paulo II 
não estava apenas falando para nós da Renovação Carismática, mas a respeito de nós, e 
inclusive oferecendo-nos à Igreja como um ‗ sinal sensível da perene efusão do Espírito. Assim 
sendo a Renovação Carismática não pode negar-se ao Apostolado de Pentecostes. 
 
 
2. Breve fundamentação teológica9
 
 
a. Fundamentação Trinitária 
O fundamento teológico da Renovação é essencialmente trinitário. Ninguém jamais ouviu a voz do 
Pai nem viu sua face (Jo 1,18; 5,37). Porque o Pai habita em uma luz inacessível, ninguém jamais 
o viu nem poderá vê-lo nesta vida (1Tm 6,16; 1Jo 4,12 e 20). Somente o filho viu e ouviu e subiu 
ao Pai (Jo 6, 46). Por isso ele é ― a testemunha do Pai. Jesus de Nazaré deu-nos testemunho do 
Pai, e quem viu, ouviu e tocou Jesus, tem acesso ao Pai (1Jo 1,1-3). Depois que Jesus subiu ao 
Pai, não podemos mais vê-lo e ouvi-lo em pessoa. Porém ele nos enviou seu Espírito que nos faz 
lembrar tudo aquilo que nos disse e fez, e também o que seus companheiros viram e ouviram (Jo 
14,26; 16,13). Não temos, pois, acesso junto ao Pai por Cristo, senão nesse Espírito (Ef 2,18). 
O Pai revelou-se como Fonte do Ser quando se identificou com a denominação ― Eu sou aquele 
que é (Ex 3,14). No Novo Testamento, Jesus se revela como imagem e ícone da Fonte do Ser (Cl 
1,15), assumindo e aplicando a si mesmo a fórmula usada pelo Pai no Antigo Testamento (Jo 
17,21; cf 10,30). Jesus é, portanto, a imagem e a manifestação do ― Eu sou aquele que é (2 Cor 
4,4; Hb 1,3). 
O Espírito é o ato perfeito da comunhão entre o Pai e o Filho. É também pelo Espírito que esta 
comunhão pode se comunicar ― ad extra. 
Com efeito, a Igreja se define em relação a esta comunhão de Pessoas. A identificação de Jesus 
com os cristãos (At 9,4f) só é possível em virtude da identidade do mesmo Espírito no Pai, no 
Filho e nos cristãos (Rm 8,9; cf Lg 7): Cristo ― deu-nos de seu próprio Espírito que, sendo um só e 
o mesmo na cabeça e nos membros,... vivifica, unifica e move todo o corpo (LG 7). O Novo 
Testamento refere-se à Igreja com um ― nós eclesial, apenas porque o mesmo Espírito está em 
Cristo como na Igreja a comunidade cristã pode ser chamada ― o Cristo (1Cor 1,13; 12,12). Os 
carismas são manifestações destahabitação do Espírito (1Cor 12,7), são ― sinais do Espírito que 
se faz presente em nós, se torna visível através dos dons. Manifesta-se de tal modo que ― o que 
vós vedes e ouvis é a efusão daquele Espírito (At 2,23). Na consumação dos tempos, quando o 
Espírito Santo tiver tudo na comunhão definitiva, Cristo entregará o Reino ao Pai (1Cor 15,24). A 
8 REIS, Reinaldo Beserra dos, em obra citada 
9 
O texto é um resumo da fundamentação teológica apresentada em ― Orientações Teológicas e 
Pastorais para a Renovação Carismática Católica‖ , de diversos autores e teólogos (inclusive Joseph 
Ratzinger) 
coordenados pelo Cardeal Suenens, conhecido como documento de Malines n. 1, publicado pelas Edições 
Loyola em 1975. 
18 
 
Igreja é inauguração desse Reino (LG 5). Cristo, na força do Espírito, levará tudo de volta à fonte 
de Ser que é o Pai. 
 
b. Jesus Recebe o Espírito Santo 
Jesus, em sua humanidade, recebe o Espírito Santo e o envia. Primeiramente Jesus recebe o 
Espírito. A efusão do Espírito é o início da nova era messiânica, começo da nova criação. Desde o 
primeiro momento de sua existência, Jesus tinha a plenitude do Espírito Santo. Por ter sido 
concebido pelo poder do Espírito Santo é que Jesus se caracteriza como o Filho de Deus, o 
Messias. E é efusão do Espírito no momento de seu batismo nas águas do Jordão que lhe permite 
assumir publicamente sua função messiânica. Nesse momento João ― viu os céus abertos e descer 
o Espírito sobre ele (Mc 1,10). O texto bíblico chama, pois, a atenção para uma experiência do 
Espírito. Este acontecimento é um momento único na História. 
Ao receber publicamente o Espírito, Jesus é proclamado Messias e a era messiânica, a Nova 
Aliança, recebe caráter público. Jesus não recebe o Espírito somente por força de sua investidura 
pública como Messias, mas o recebe também como um dom pessoal que lhe confere poder e 
autoridade em vista de sua obra messiânica (At 10,38). O Espírito do Senhor se derrama sobre 
Ele porque foi ungido a fim de pregar a boa nova aos pobres (Lc 4,48). 
Comentando a palavra dirigida a João Batista: ― Aquele sobre quem vires descer e repousar o 
Espírito, este é quem, batiza com o Espírito Santo (Jo 1,33), a Bíblia de Jerusalém nota que ― esta 
expressão resume todo o objetivo da vinda do Messias. Jesus recebe o Espírito Santo, o Espírito 
repousa sobre Ele (Is 11,2; 42, 1; Jo 1,33) de modo que Ele pode batizar outros no Espírito. Nesse 
contexto, ― batizar com o Espírito Santo refere-se à finalidade de todo seu ministério. 
 
c. Jesus Envia o Espírito Santo 
Depois de ter se oferecido ao Pai na cruz, pelo Espírito eterno (Hb 9,14), Jesus, o Senhor 
ressuscitado e glorificado, envia o Espírito Santo. Elevado e transfigurado pelo Espírito, tendo ido 
para o Pai, seu corpo, agora glorificado, foi plenamente dotado do poder divino que comunica 
vida. Desse corpo crucificado e ressuscitado, como de uma fonte inexaurível, o Espírito é 
derramado sobre a carne (Jo 7,37-39; 19-34; Rm 5,5; At 2,17). 
 
Entre Jesus e o Espírito há uma reciprocidade de relação. Jesus é o portador do Espírito, a quem 
o Espírito é dado ― sem medida‖ (Jo 3,34; Lc 4,1), pois o Pai o ungiu com o Espírito Santo e com 
poder (At 10,38). Jesus é conduzido pelo Espírito, é pelo Espírito que o Pai o ressuscita dentre os 
mortos (Ef 1,18-20; Rm 8,11; 1Cor 6,14; 2Cor 13,14). Jesus envia o Espírito que recebeu e é pelo 
poder do Espírito Santo que nos tornamos cristãos. ― Se alguém não possui o Espírito de Cristo, 
este não é dele (Rm 8,9). O sinal distintivo da iniciação cristã é a recepção do Espírito Santo (At 
19, 17). Por outro lado, é o Espírito que nos impele a proclamar que ― Jesus é o Senhor (1Cor 
12,3). Esta relação recíproca entre Jesus e o Espírito é orientada para a glória do Pai. ― Por Jesus, 
temos acesso junto ao Pai num mesmo Espírito (Ef 2,1-8). 
 
d. Igreja, Sacramento de Cristo 
Visto que a Igreja é o sacramento de Cristo (LG 1), é Jesus que, em sua relação com o Pai e com 
o Espírito determina a vida e a estrutura interior da Igreja, servindo-lhe de protótipo. Assim como 
Jesus é constituído Filho de Deus pelo Espírito Santo, pelo poder do Altíssimo que cobre Maria 
com sua sombra (Lc 1,35), como foi investido em sua função messiânica pelo Espírito que desceu 
e repousou sobre ele no Jordão, assim de maneira análoga, a Igreja é constituída pelo Espírito 
Santo desde sua origem e por ele manifestada publicamente em Pentecostes. 
Visto que a Igreja é o Sacramento de Cristo, ela estende a nós a unção de Cristo pelo Espírito. 
Não é somente uma extensão da Encarnação. É também a unção de Cristo por todo seu Corpo 
Místico. Se a ação da Igreja é eficaz, se produz frutos na sua vida sacramental e na sua tarefa de 
evangelização, se vidas são transformadas, é porque a unção de Cristo pelo Espírito se estende à 
Igreja. A unidade da Igreja e a comunhão dos fiéis também são decorrências desta unção de 
Cristo pelo Espírito. O Espírito que assegura a unidade entre Cristo e a Igreja, também garante 
que seja mantida a distinção entre Cristo e a Igreja. 
 
e. Todos na Igreja Somos Portadores do Espírito Santo 
Como sacramento de Cristo, a Igreja nos torna participantes da unção de Cristo pelo Espírito. O 
Espírito Santo permanece na Igreja como um perpétuo Pentecostes, e faz dela o Corpo Místico de 
19 
 
Cristo, templo único, o povo de Deus, enchendo-a de seu poder, renovando-a, chamando-a a 
proclamar a soberania de Cristo para a Glória do Pai. Esta habitação do Espírito na Igreja e no 
coração dos cristãos, como num templo, é um dom para toda a Igreja: ― não sabeis que sois o 
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1Cor 3,16; cf 6,19). O primeiro dom 
não é outro senão o próprio Espírito e os carismas pertencem à Igreja unicamente porque ela os 
recebeu como dons gratuitos. 
Embora o Espírito se manifeste em diferentes ministérios que servem a diferentes funções, as 
quais podem variar em gênero e grau, todavia a Igreja inteira e todos os seus membros participam 
do Espírito. Não há uma classe especial de portadores do Espírito, não há grupo separado de 
crentes repletos do Espírito Santo. A plenitude da vida no Espírito, a participação na vida 
abundante do Espírito, é um bem comum de toda a Igreja, embora nem todos se apropriem dele 
com igual intensidade. 
O Espírito que é dado a toda a Igreja torna-se visível nos ministérios, na Igreja e no mundo. Neste 
sentido o Espírito e seus carismas são inseparáveis, mas não idênticos. Embora seja uma 
manifestação do Espírito (1Cor 12,7), o carisma não é o próprio Espírito. 
Uma vez que o Espírito e seus dons são parte essencial da natureza da Igreja como dons 
gratuitos, não é possível existir a Igreja sem um ou sem os outros. Sem o Espírito e seus carismas 
não há Igreja. Não há portanto, no seio da Igreja, qualquer grupo ou movimento que possa 
reivindicar para si uma espécie do monopólio do Espírito e de seus carismas. 
Entre esses dons do Espírito avulta a graça dos Apóstolos à cuja autoridade o próprio Espírito 
submete até os carismáticos (cf. 1Cor 14) (LG 14). 
 
f. Todo Cristão, Um Carismático 
Se o Espírito e os carismas são inerentes à natureza da Igreja, são igualmente constitutivos da 
vida cristã e de suas diversas expressões, tanto comunitárias como individuais. A pluralidade dos 
carismas no Corpo Místico de Cristo é parte da estrutura da Igreja, e significa que não existe 
cristão que não tenha algum carisma. Na comunidade cristã não há nenhum membro passivo, 
desprovido de alguma função de serviço, sem um ministério. ― Há diversidade de dons, mas o 
Espírito é o mesmo, há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo... A cada qual, pois, 
é dado a manifestação do Espírito para que redunde em vantagem comum (1Cor 12,4-7). Neste 
sentido, cada cristão é carismático e, portanto, tem um ministério a exercer na Igreja e no mundo. 
Também é preciso dizer que os carismas do Espírito sãoinumeráveis e é o Espírito que, sendo 
único, se manifesta nas várias funções de serviço. 
Não se trata, pois, de opor a Igreja institucional a uma Igreja carismática. Como escreveu Santo 
Irineu: ― Onde está a Igreja, está o Espírito, e onde está o Espírito de Deus está a Igreja. O 
Espírito e seus dons são constitutivos da Igreja e de cada pessoa como cristão; embora a 
manifestação do Espírito não seja a mesma, quanto à função e a natureza, no sacerdote e no 
leigo, cada um tem o seu dom. O Ministério do diácono, do sacerdote e do bispo é, em si mesmo, 
um carisma. O carisma é um princípio de ordem na Igreja, de forma tal que não há distinção entre 
Igreja institucional e Igreja carismática. 
 
g. Receber o Espírito é tornar-se cristão 
Nessa dinâmica interior pela qual as pessoas se tornam cristãs, todos participam das mesmas 
verdades, realidades e mistérios. São simultaneamente incorporadas em Cristo, entram para o 
povo de Deus, recebem o Espírito Santo e se tornam templo em relação a Cristo e ao Espírito. ― Se 
alguém não possui o Espírito de Cristo, não lhe pertence (Rm 8,9). 
Os textos do Novo Testamento nos dizem que é recebendo o Sacramento do Batismo que a 
pessoa se torna membro do Corpo de Cristo, porque no Batismo se recebe o Espírito. ― Em um só 
Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos e livres; 
e todos temos bebido de um só Espírito (1Cor 12,13). 
A vinda decisiva do Espírito Santo, que permite acesso à vida cristã, está intimamente ligada à 
celebração da iniciação cristã (batismo, confirmação, eucaristia). A iniciação cristã é o sinal eficaz 
do dom do Espírito, recebendo o Espírito Santo nos sacramentos de iniciação, o catecúmeno 
torna-se um membro do corpo Místico de Cristo, é introduzido no povo de Deus e se integra na 
comunidade de culto. 
20 
 
Há indícios que em muitas das primeiras comunidades cristãs as pessoas não apenas pediam e 
recebiam o Espírito nestas celebrações de iniciação, mas esperavam que o Espírito demonstrasse 
o seu poder pela transformação que efetuava na sua vida. Receber o Espírito era receber poder. 
Receber o Espírito era mudar. Não era possível ser incorporado a Cristo e receber o Espírito sem 
que toda a vida fosse orientada a Ele. Se a pessoa não mudava, se não houvesse metanóia, 
ainda não era cristão. 
Além disso, estas primeiras comunidades julgavam normal que o poder do Espírito se 
manifestasse em toda a amplitude e diversidade de seus carismas, que incluíam, sem a isto se 
limitar, ajudar ao próximo, administrar, profecia e língua (cf. 1Cor 12,28; Rm 12,6-8). Esta 
manifestação do Espírito em carismas estava mais voltada para a vida da comunidade do que 
para a vida pessoal do cristão. 
Embora os carismas sejam reconhecidos como inerentes à estrutura e à missão da Igreja, é 
preciso admitir que ainda hoje a Igreja não está consciente de que certos carismas constituem 
possibilidades concretas para a comunidade cristã. 
Efetivamente para São Paulo é impensável que se possa receber o Espírito Santo sem receber ao 
mesmo tempo alguns de seus dons. Os cristãos de hoje são idênticos aos da Igreja primitiva 
porque celebram essencialmente a mesma iniciação (batismo, confirmação, eucaristia), recebem 
o mesmo Espírito, e todos os membros recebem algum carisma de serviço ou ministério. 
 
h. Conclusão 
Os fundamentos teológicos apresentados tornam evidente que a Renovação Carismática não traz 
nada de novo à Igreja, em termos de realidade teológica. A Igreja não possui agora, devido à 
Renovação Carismática, algo que não possuía antes. Contudo a Renovação Carismática leva a 
uma tomada de consciência mais profunda a respeito da experiência religiosa de toda a vida da 
Igreja. Carismas que não eram evidentes na vida da Igreja de forma regular, são agora vistos 
cada vez mais como manifestações normais. Estes dons não são considerados insólitos ou 
extraordinários, mas sim parte integrante da vida cotidiana de uma comunidade cristã. 
Reconhece-se, também, que estes não são os únicos dons do Espírito. 
21 
 
 
 
 
 
A imposição das mãos10
 
Fundamentação doutrinária 
 
 
1. Um gesto bíblico 
 
a. Um gesto comum na RCC 
O batismo no Espírito Santo é concedido pelo Senhor Jesus de múltiplas formas e circunstâncias, 
sem que intervenha para isso o mérito pessoal. A graça nos é dada, em modo geral, através dos 
sacramentos. Mas Deus não se limita a eles, e a concede por muitos meios, como, por exemplo, 
os sacramentais. 
A Imposição das Mãos é um fator comum na Renovação Carismática, pois se associa a uma 
poderosa ação da graça. Quando uma pessoa está querendo ser "batizada no Espírito Santo", 
outros, por vezes, e em especial os que já receberam essa bênção, estendem e impõem as mãos 
sobre ela e rezam nesta intenção. A mesma forma de oração é usada freqüentemente quando 
outras graças estão sendo desejadas. 
Esse gesto baseia-se em precedentes bíblicos, pois houve muitos a quem o Espírito Santo foi 
dado pela imposição das mãos. Contudo, o que motiva o seu uso é o poder que esse simples 
gesto tem manifestado. De fato, é impressionante a maneira como Deus tem se servido dele para 
conferir a sua graça. 
 
b. No Velho Testamento 
A imposição das mãos tem uma longa história, pois que vem do Antigo Testamento. Esse gesto 
foi usado pelos judeus e sabemos que em muitas circunstâncias diferentes, como em relação a 
sacrifícios, a consagração a Deus e ordenação dos "rabis". 
Jacó, já ancião, impôs as mãos aos dois filhos de José, e cruzando-as, deu uma bênção maior, ao 
da mão direita, ao filho mais novo, o que entristeceu a José (Gn 48, 17-19). É também provável 
que, quando Aarão erguia as mãos sobre o povo para o abençoar (Lev 9,22), isto fosse apenas 
uma extensão da imposição das mãos. 
 
c. No Novo Testamento 
No Novo Testamento, lemos que Jesus impunha as mãos para abençoar (Mc 10, 1346; Mt 19, 13- 
15), o que faz crer que o gesto de Jacó continuara sendo uma prática popular. Jesus também 
ergueu as mãos sobre os apóstolos para os abençoar, como o fez Aarão, logo antes da sua 
ascensão (Lc 24,50). 
Outras vezes Jesus impunha as mãos para curar (Mc 5,23), outras vezes toca os doentes 
somente. O caso se repete ao longo do Evangelho, como lemos em muitos textos: Mt 8,3; Mc 6, 
2.5; 7,32; 8, 23-25; Lc 4,40; 13,13. 
Conforme nos diz São Marcos, em 16,18, Cristo ressuscitado prometeu que seus discípulos 
também teriam o poder de curar os doentes, impondo-lhes as mãos. De fato, sabemos que isto foi 
feito por São Paulo na ilha de Malta (At 28,8). 
Todavia, de muito maior significado para nós é o fato de que os primeiros cristãos também 
comunicavam o Espírito Santo pela imposição das mãos. Apesar de Jesus não ter feito isso, pois 
que o Espírito Santo só foi dado depois da glorificação de Cristo (Jo 7,39), houve um precedente 
em Moisés, quando transmitiu o Espírito de sabedoria a Josué dessa maneira (Dt 34,9). 
Pedro e João comunicaram o Espírito Santo aos samaritanos que haviam sido batizados (At 8,17), 
enquanto Paulo impunha as mãos sobre os discípulos de Éfeso logo depois de os batizar. Paulo 
mesmo ainda não havia sido batizado, quando o discípulo Ananias foi enviado pelo Senhor para 
lhe impor as mãos (At 9,17) a fim de que ficasse repleto do Espírito Santo. 
Estreitamente ligados aos últimos textos, temos aqueles que falam de um dom de graça (carisma) 
comunicado pela imposição das mãos (1Tim 5,22; 2Tim 1,6). Em At 6,5-6, os apóstolos nomeiam 
 
10 
O texto a seguir tem como referência o capítulo 9 do livro ― Sereis batizados no Espírito Santo‖ de 
padre 
HAROLDO RAHM sj e MARIA LAMEGO, publicado pelas Edições Loyola, 1972 
22 
 
diáconos impondo-lhes as mãos. Em At 13,3, a pequena comunidade de profetas e mestres de 
Antioquia impõe as mãos sobre Paulo e Barnabé, ao enviá-los para a sua missão. Há ainda outro 
texto do Novo Testamento que fala da imposição das mãos. Em Hb 6,2, Paulo falada "doutrina 
sobre os batismos e imposição das mãos", entre outras coisas, donde se depreende que era esse 
um uso comum na Igreja primitiva. 
 
d. Na Igreja dos primeiros séculos 
Em suma, a Igreja dos Apóstolos usou a imposição das mãos para curar os doentes, para 
comunicar o Espírito Santo e seus dons, para ordenar e conferir missões, e, possivelmente, para 
reconciliar pecadores públicos, Há muito maior unidade nesses usos que naqueles do Antigo 
Testamento, visto que todos significam uma comunicação em virtude do poder divino. Mas aquilo 
que é comunicado pertence a uma ou mais das três ordens: milagrosa, espiritual e jurídica. 
Quanto ao período que se segue imediatamente após o tempo da Igreja apostólica, não existe 
documentação sobre o uso desse rito. Mas, por volta do terceiro século, o seu uso era comum. 
Encontra-se em quase todos os sacramentos, como em muitas bênçãos, exorcismos, 
reconciliação dos hereges, de clérigos decaídos, etc. Pouco depois, se não já nessa época, 
aparece na consagração das virgens. Durante toda a Idade Média, manteve esta importância 
litúrgica, caindo depois para dar lugar a outros ritos. 
Na Renovação Carismática Católica este gesto é bastante comum e é usado especificamente em 
três situações: (1) para pedir o batismo no Espírito Santo; (2) para interceder pedindo cura ou 
libertação; (3) para pedir alguma bênção (por exemplo, antes da pregação). Embora sendo um 
gesto bastante comum, encontra resistências em alguns setores da Igreja. 
 
2. Algumas objeções 
 
a. A questão da eficácia 
Digamos, primeiramente, que pode haver gente que duvide da eficácia espiritual desse gesto, 
confundindo-o, talvez, com certas práticas supersticiosas. 
É evidente que a imposição das mãos não tem poder espiritual em si mesma. O gesto só 
comunica os dons do Espírito Santo na medida em que Deus se serve dele. De si mesmo, não 
seria mais do que um mero gesto humano. 
Todavia, Deus tem de fato se servido dele, de modo privilegiado, para conferir bênçãos, como 
vimos pela Sagrada Escritura, e como a experiência tem confirmado. Objetivar a essa crença um 
argumento sério, seria querer limitar a ação de Deus que dá de Seu Espírito ― sem medidas. A 
Igreja também se serve de gestos (os sacramentais) para sinalizar uma graça ou bênção. 
 
b. Confusão com os Sacramentos 
Com relação aos Sacramentos, poderia ainda surgir uma outra dúvida: talvez pessoas incultas 
tomem esse gesto por uma espécie de pseudo-sacramento, sobretudo considerando os efeitos 
que a ele se ligam. 
O poder dos Sacramentos está na sua instituição divina, e em dois deles, de fato, a imposição das 
mãos é o sinal da comunicação do Espírito Santo, isto é, na Crisma e na Ordem. Mas, diga-se já 
que há distinções claras na maneira como a imposição das mãos é praticada na Renovação 
Carismática e nos sacramentos, sobretudo no Crisma. 
Os sacramentos conferem graça ― ex opere operato, isto é, de si mesmos; a imposição das mãos 
não pretende tal coisa. Os Sacramentos são gestos oficiais da Igreja, enquanto que a imposição 
das mãos é um gesto de oração privada. 
O Sacramento do Crisma, como o Batismo e a Ordem, imprime caráter e só pode ser recebido 
uma vez. A imposição das mãos pode ser recebida indefinidamente, não se lhe atribuindo nenhum 
efeito comparável ao dos Sacramentos. 
A liberdade mesma com que na Renovação Carismática se usa este gesto é prova de que 
reconhece muito bem que não se trata de um Sacramento. 
Em termos de tradição teológica, a imposição das mãos é antes comparável aos sacramentais. 
Estes podem dividir-se em duas classes: objetos, tais como rosários, medalhas, água benta; e 
23 
 
gestos, tais como o sinal da cruz e as bênçãos. A imposição das mãos seria desta última 
categoria. 
3. A imposição das mãos pelos fiéis ― não ordenados 
Poderá alguém afirmar que a imposição das mãos é um gesto próprio do sacerdote, e que não 
convém que o leigo o imite. É usado em bênçãos, nos Sacramentos e outros ritos, sempre por um 
sacerdote ou clérigo ordenado. Nas cerimônias oficiais da Igreja parece haver pouca oportunidade 
para a imposição das mãos por um leigo. 
Como vimos, tanto o Velho como o Novo Testamento fornecem precedentes para tal uso. Jacó 
abençoou os seus netos, e todo o povo impunha as mãos sobre os levitas a serem ordenados, e 
sobre as vítimas a serem imoladas em certos tipos de sacrifício. E quando Jesus falou nisso aos 
seus discípulos, disse que o gesto seria usado para a cura dos doentes por "aqueles que 
acreditassem", sem mais restrições, isto é, tanto por sacerdotes como por leigos (Mc 16,18). 
Na Igreja apostólica há dois exemplos deste costume usado por leigos. Ananias, que impôs as 
mãos a Saulo, é apresentado como um simples discípulo (At 9, 10.17), e apenas profetas e 
mestres impuseram as mãos a Paulo e Barnabé em Antioquia (At 13, 1-3). 
Quer parecer, portanto, que a Escritura não somente fornece razões para o uso desse gesto por 
leigos, como prova com evidência que foi um costume. No que toca à Sagrada Escritura, a 
imposição das mãos por leigos está claramente atestada tanto no Velho como no Novo 
Testamento, e pelas próprias palavras de Cristo, como lemos na conclusão do Evangelho de São 
Marcos. 
A prática continuou em séculos posteriores. Assim, por exemplo, a ''Tradição Apostólica", de 
Hipólito, (215, apresentando os usos romanos e egípcios) fala do catequista orando sobre os 
catecúmenos ao impor-lhes as mãos. E acrescenta expressamente que ele deve fazer isso, "quer 
seja clérigo ou leigo". Um documento sírio do Século III, o Didascália (Didascalia et Constituitiones 
Apostolorum, III 8,1), pressupõe a prática estabelecida de impor as mãos às viúvas (mulheres 
consagradas). 
A imposição das mãos pelos leigos permaneceu, mesmo em costumes litúrgicos. Os padrinhos, 
no Batismo e na Confirmação, impõem as mãos naqueles que estão apresentando para receber o 
sacramento. A maioria das pessoas dá pouca importância a esse gesto, mas para o nosso caso 
tem importância considerável. Não somente constitui um precedente oficialmente autorizado para 
a imposição das mãos por leigos, como também manifesta que esse procedimento não é uma 
usurpação da ação sacerdotal, mas um complemento da mesma. 
Convém ainda lembrar que esse uso da imposição das mãos foi sempre usado nas famílias de 
determinados países, sobretudo naquelas de forte tradição patriarcal. Sempre se soube do 
costume dos pais imporem as mãos sobre os filhos, para lhes conferir a sua bênção. 
 
4. O significado da imposição das mãos 
A imposição das mãos nos grupos da Renovação Carismática é considerada como ― oração em 
ação, comparável a muitas práticas bem estabelecidas na tradição católica, como a do sinal da 
cruz ou da genuflexão. É sempre ligado à oração por uma pessoa, e a imposição das mãos sobre 
a cabeça é uma representação visível do fato de ser a oração oferecida por ela. 
Expressa, ainda, a intenção de invocar a bênção de Deus sobre a pessoa por quem se ora. O 
sacerdote fará isso como um exercício do poder do ofício que Cristo lhe deu. O leigo o fará em 
virtude da sua filiação divina, e como templo do Espírito Santo, títulos esses que o incumbem de 
levar a graça e o amor de Cristo a seus irmãos. 
O que é muito importante é o fato de uma pessoa servir de instrumento para transmitir a graça de 
Deus à outra. É um princípio básico da economia da salvação: o Senhor usa intermediários 
humanos, não somente para levar a outros à Sua Palavra, mas também para lhes comunicar a 
sua graça. Isto se realiza de modo especial no sacerdócio; mas os leigos, também, são chamados 
a contribuir para o crescimento do Corpo de Cristo, sendo uns para os outros fontes de graça, e 
isto não em virtude de um ofício especial, mas pelo fato de serem membros vivos desse mesmo 
Corpo. Isto se exprime visivelmente quando o que ora impõe as mãos sobre a cabeça daquele por 
quem ora. 
24 
 
O significado do gestoé acrescido quando é feito, não por uma só pessoa, mas por toda uma 
comunidade reunida em oração. Os Grupos de Oração estão muito conscientemente animados 
pela promessa de Cristo, de que, quando dois sobre a terra concordarem em pedir qualquer coisa, 
isto lhes será concedido pelo Pai celeste, porque, onde dois ou três se reunirem em seu nome, ele 
estará no meio deles (Mt 18, 19-20). Esta reunião em nome de Cristo e esta concordância na 
oração não podem ser expressas mais poderosamente do que pela imposição das mãos sobre 
alguém, por uma comunidade inteira. 
As palavras levam aos outros o nosso pensamento, mas o contato físico, especialmente por meio 
das mãos, é uma poderosa expressão de sentimentos profundos de amizade, amor e apoio. O 
apertar as mãos, segurá-las, bem como o abraço, tudo isso denota a mesma intenção. Do mesmo 
modo, o pôr as mãos sobre os ombros ou sobre a cabeça de alguém é um gesto natural para 
encorajar ou acalmar. Quando a imposição das mãos se faz numa reunião de oração, todos estes 
sentimentos estão mais ou menos na intenção, mas se transformam e espiritualizam pelo fato de 
estarmos unidos no Corpo de Cristo, de termos nele comunhão, e de ser o Paráclito a força 
substancial, a vida, o amor e o consolo comunicados de uns para os outros. 
 
6. Por quê a imposição das mãos hoje? 
Porque está havendo uma grande renovação na Igreja, e essa renovação só se poderá operar 
pelo Espírito e com o Espírito. Portanto seria bom que, por todos os meios, os fiéis tomassem 
consciência da presença do Espírito Santo neles próprios, e por eles na Igreja de que são 
membros. 
De tudo isso se depreende a beleza e eficácia do gesto da imposição das mãos. É sempre uma 
bênção, um enriquecimento, uma conscientização da presença do Divino Espírito em nós, 
presença que em cada vinda se alarga, capacitando-nos a receber mais, e preparando-nos para a 
nossa medida de plenitude em Cristo. 
E por outro lado perguntamos: Porque não impor as mãos, se este é um gesto da tradição cristã e 
que tem produzido muitos frutos em favor do Povo de Deus? Não estaremos correndo o risco de 
coar um mosquito e engolir um camelo? 
25 
 
Motivação 
 
 
Como o Seminário de Vida no Espírito Santo visa proporcionar uma verdadeira 
experiência do batismo no Espírito Santo, a atitude fundamental é a oração para 
que esta graça aconteça para todos os participantes. 
Portanto, desde a primeira reunião até a última deve-se rezar pedindo o batismo no 
Espírito Santo. 
 
No capítulo 11 de Lucas Jesus ensina a respeito da eficácia da oração. E nos 
revela que embora sejamos maus sabemos dar boas coisas aos nossos filhos, 
quanto mais o Pai celeste nos dará o Espírito Santo se a Ele pedirmos! (Lc 11,13) 
A solicitação que motiva este versículo é o apelo que se origina de um real e 
intenso desejo que também aparece no contexto: a parábola do amigo importuno 
(Lc 11,58) que insiste e insiste... porque se pedimos, nos será dado, pois todo o 
que pede recebe! (Lc 119-10) 
 
É óbvio que a solicitação que Cristo tinha em mente não era o pedido passageiro, 
motivado por um capricho do momento, mas sim, o apelo impulsionado por um 
intenso desejo. Há uma passagem extremamente sugestiva, que diz: 
― porque 
derramarei água sobre o solo sedento (...) Derramarei o meu espírito sobre tua 
raça (Isaías 44,3s). 
 
Que significa, aqui, "o sedento"? Quando alguém chega a tornar-se sedento, de 
sua garganta sai um apelo que exprime sua extrema necessidade: água, água! 
 
Assim deve ser nosso desejo pelo Espírito Santo. É um desejo ardente assim que 
motiva a oração que pede e recebe o dom que o Pai quer dar a todos seus filhos. 
 
Vem Espírito Santo! Vem Espírito Santo! Este é o clamor permanente, que a cada 
reunião, a cada pastoreio, a cada oração, deve-se ouvir. E o Senhor certamente 
derramará sua Água Viva em nosso coração sequioso, sedento. 
Esta sede é semelhante a da samaritana que pede: ― dá-me desta água! (Jo 4,15) 
 
A que intensidade de desejo devem ter chegado os primeiros discípulos, pelo 
décimo dia de sua ansiosa espera, antes que suas almas sedentas tivessem sido 
satisfeitas, naquele dia em que se cumpriu ― a Promessa em Pentecostes. 
 
Que estas nove semanas sejam semelhantes aos dez dias que antecederam 
Pentecostes, mas não esperemos o último dia para clamar. Peçamos desde já para 
que aconteça desde agora o que aconteceu com os Apóstolos: 
― Tendo assim orado, tremeu o lugar onde se achavam reunidos. 
ETODOS FICARAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO, continuando 
a anunciar com intrepidez a palavra de Deus. 
 
At 4,31 
26 
Seminário de Vida no Espírito Santo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvendo 
os temas 
27 
Seminário de Vida no Espírito Santo 
 
 
 
TEMA 01: O que é o Seminário de Vida no Espírito Santo 
 
 
01 - Introdução: 
 
Oração de entrega - boas vindas - porque estamos reunidos aqui (cada um pode 
apresentar o motivo que o levou participar do SVS – se for possível) 
 
02 – O Seminário: 
Não é tanto aprender coisas, mas buscar um conhecimento experiencial da pessoa 
do Espírito Santo e sua ação em nossa vida 
Ter paciência e não desistir diante dos obstáculos: preguiça, canseira, problemas, 
tempo (chuva, calor). 
03 – O que se pede do participante 
Abertura: cooperação com a Graça 
Desejo: aplicação da vontade em realizar aquilo que Deus espera de nós. 
Compromisso: decidir a favor de Deus. 
Perseverança: insistir, persistir, mesmo em situações adversas. 
04 – Objetivos do Seminário de Vida no Espírito Santo 
O Seminário de Vida no Espírito Santo se propõe promover a experiência de: 
 
1. Conhecer, de maneira pessoal e experiencial, a ação do Espírito Santo na vida do 
fiel, capacitando-o e santificando-o, com seus carismas, para a missão e 
testemunho e na manifestação de seus frutos; 
 
2. Reconhecer Jesus Cristo, como Salvador e Senhor, numa resposta vivencial à 
vocação batismal: a santidade e missão. 
 
3. Progredir no relacionamento com Deus, nosso Pai, através de uma vida de oração 
fecunda. 
 
4. Crescer com os irmãos na vida e no amor fraterno, formando a comunidade 
eclesial, Corpo de Cristo. 
O Seminário de Vida no Espírito Santo é um todo que se atinge, juntando-se um 
pedaço a cada semana. Depende de Fidelidade e Paciência, sem pressa, com 
abertura de coração e de mente a essa Renovação no Espírito Santo. 
05 – Oração e Diário Espiritual: 
A oração diária com base na Bíblia é o alimento principal para o crescimento dos 
participantes. Orar é conversar com Deus, como amigo. Ninguém ensina como 
conversar com amigos, é a prática que nos dá este conhecimento. É necessário 
reservar um tempo diário para esta conversa. 
O participante deve procurar manter um caderno para as anotações das inspirações, 
palavras e propósitos que vêm durante as orações diárias durante o SVES. 
 
Algumas orientações para a oração diária 
 escolher o local e horário mais oportunos 
 demorar o tempo necessário para entrar em intimidade com Ele 
27 
 
 
 purificar-se pelo Espírito Santo 
 orar sob a luz do Espírito Santo 
 freqüência: o cristão não cresce sem oração 
 orar o texto: tome o texto da Bíblia e leia-o devagar, destacando o que mais lhe 
tocou e comece a partir daí 
06– Explicar: 
 O encontro é semanal (horário e local) 
 Pontualidade e assiduidade 
 Estrutura da Equipe: dirigente de cenáculo; dirigente espiritual; pregador; 
ministério de canto; tesoureiro; 
 A razão dos cenáculos (porque o nome) e a divisão dos próprios 
 A necessidade e importância do Pastoreio (como e quando acontece) 
 Bíblia: ver quem tem; explicar a necessidade de ter a sua (tesoureiro), como 
manusear a Bíblia: capítulo, versículo, abreviaturas: Lc 3,10-17; Mt 2,4... 
07– Conclusão: 
O coordenador deve informar os participantes do funcionamento da necessidade de 
Bíblia, lápis, caderno, etc...e comunicar mais algum aviso específico de acordo

Mais conteúdos dessa disciplina