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Ciência Política P3

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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: CIENCIA POLITICA E TGE
PROFESSORA ANGELA BARRAL BOUZAS
PROVA P3
1ª Questão: (2,0 pontos): A Democracia semidireta teve seu período de mais larga proliferação no curso das três primeiras décadas deste século, mormente após a Primeira Guerra Mundial. (...) Algumas instituições da democracia semidireta são conhecidas e praticadas nos países democráticos como os Estados Unidos, a Alemanha, Itália e França. 
a) Aponte a modalidade de democracia adotada no Brasil . Justifique sua resposta à luz do ordenamento jurídico brasileiro. 
Reposta: O Brasil é uma democracia semidireta. A Constituição Federal de 1988 introduziu três mecanismos de democracia semidireta: Referendo, Plebiscito, Iniciativa popular. 
A democracia semidireta permite um equilíbrio entre a representação política e a soberania popular direta. A participação popular não se limita ao período eleitoral, quando os cidadãos escolhem seus representantes para os Poderes Legislativo e Executivo. 
A Constituição de 1988 também permitiu uma ampla participação popular, que poderia levar o Brasil a uma democracia participativa. A iniciativa popular permite que os cidadãos apresentem sugestões para alterar ou ampliar a Constituição. O regime de governo no Brasil é o presidencialismo. Em 1993, o Brasil optou por manter a forma republicana e o sistema presidencialista. O Brasil adota o sistema de democracia representativa. A Constituição Federal de 1988 ratificou a democracia representativa e participativa. 
A democracia representativa é um sistema político onde a população escolhe seus representantes políticos por meio do voto. No Brasil, o voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 65 anos. 
A democracia participativa é um sistema onde a população participa de forma mais ampla. A Constituição de 1988 prevê a possibilidade de uma iniciativa popular legislativa. 
A democracia semidireta é um sistema que permite um equilíbrio entre a representação política e a soberania popular. A participação popular não se limita ao período das eleições.
b) Indique e analise os institutos existentes de democracia semidireta. 
Reposta: Uma democracia semidireta, democracia semidireta é um regime de democracia em que existe a combinação de representação política com formas de democracia direta. No mundo atual o sistema que mais se aproxima dos ideais da democracia direta é a democracia semidireta da Suíça.
A Democracia semidireta, é uma forma de democracia que possibilita um sistema mais bem-sucedido de democracia frente às democracias representativa e direta, ao permitir um equilíbrio operacional entre a representação política e a soberania popular direta. A prática desta ação equilibrante da democracia semidireta, limita a alienação política da vontade popular, onde a soberania está com o povo, e o governo, mediante o qual essa soberania se comunica ou exerce, pertence ao elemento popular nas matérias mais importantes da vida pública. uma democracia semidireta ideal seria aquela em que a maioria, tendo poder de decisão sobre todas as decisões coletivas que lhe diz respeito, decide sobre as que considera mais importantes, ao intervir em quórum deliberativo majoritário sobre as mesmas e delega a decisão sobre as menos importantes, por quórum deliberativo minoritário (e desta forma omissivo), aos representantes eleitos para este fim. 
Há problemas de participação do eleitorado em votações, e os assuntos afeitos à legitimidade do quórum deliberativo, que podem ser modernamente resolvidos, de forma mais sofisticada que o acima sugerido por Moura, como vem sendo testado no projeto Demoex, mediante a utilização de algoritmos nas votações, ao invés de se adoptar o simples sistema tradicional de votação exclusiva sim ou não.
Alguns instrumentos de participação popular que fazem parte de Democracias Semidiretas são o Plebiscito, o Referendo, a Iniciativa Popular, o Veto Popular e o Recall suspensão do mandato de um político antes do término de sua vigência. Sendo que, no Brasil, só os três primeiros são descritos no artigo 14 da Constituição, já que as outras duas ferramentas de soberania popular foram sugeridas, mas não aceitas pela Assembleia Constituinte de 1985.
Apesar da previsão do Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular em Lei como artifícios para que o Povo estabeleça limites aos parlamentares, quando se trata de usá-los é uma história diferente. Tendo em vista que os dois primeiros só podem ser colocados em prática pelos próprios parlamentares, não pelo povo em si. No entanto, a Iniciativa Popular é, de fato, um instrumento que pode ser posto em prática pela população para que, a partir de alguns pré-requisitos, o povo possa colocar leis para serem votadas nas Câmaras Municipais, estaduais ou Federal.
Dentre outros exemplos, a participação dos cidadãos ocorre também em assembleias para decidir a implementação de Orçamentos Participativos que existem em várias cidades brasileiras como Porto Alegre e Belo Horizonte.
2ª Questão: (2,0 pontos): Explique as características dos elementos formadores do estado.
O Estado ostenta três elementos conjugados, uma base territorial, uma comunidade humana estabelecida sobre essa área e uma forma de governo não subordinado a qualquer autoridade exterior. Atributo fundamental do Estado, a soberania o faz titular de competências, já se terá visto insinuar, em doutrina, que os elementos constitutivos do Estado não seriam apenas o território, a população e o governo: a soberania seria um quarto elemento. Essa teoria extensiva encerra duplo erro. A soberania não é elemento distinto: ela é atributo da ordem jurídica, do sistema de autoridade, ou mais simplesmente do terceiro elemento, o governo, visto este como síntese do segundo a dimensão pessoal do Estado e projetando-se sobre seu suporte físico, o território.
Poder Político Como já mencionamos, a doutrina moderna prefere o termo poder político ao termo soberania. Todavia, seu significado se consubstancia no grau máximo de poder, ou seja, capacidade de se auto-organizar, gerir os fatos sociais sob determinado território. Divisão do Poder Político Este poder pode ser dividido, para que não ocorra a concentração nas mãos de um só indivíduo ou de um pequeno grupo, que poderiam, como vimos, impor sua vontade sobre todos os que se encontram em sua base territorial.
Território quando falamos deste elemento, estamos discorrendo de algo objetivo, ou seja, a base física do Estado, sendo que esta compreende tanto o espaço físico terrestre, o mar territorial, nos termos da lei 8.617/1993, e todo o espaço aéreo correspondente, onde o Estado exerce sua soberania. Princípio da territorialidade: questão em que se faz necessário adentrar, que denota que o Ordenamento Jurídico existe para ser aplicado intrinsicamente no território brasileiro. Todavia, há situações de extraterritorialidade, em que se aplica esse ordenamento fora do território pátrio, que ocorre tanto em relação a questões comerciais, quanto relativas ao direito penal, sendo a extraterritorialidade uma exceção ao princípio da territorialidade.
Povo, nação e população (elemento humano) Povo: constitui um termo técnico, restrito em sua concepção, e pode ser definido como um vínculo jurídico-político, ou seja, todas as pessoas que exercem seus direitos políticos (que votam ou são votadas), em suma, o cidadão. Portanto, quando dizemos que uma pessoa é brasileira, o que determina isso é exatamente esse vínculo jurídico-político, assim, definimos a nacionalidade, então, ao dizermos povo brasileiro, estamos falando somente dos que possuem esse vínculo. Nação: por sua vez, tem uma concepção sociológica, denota um conjunto de pessoas que tem uma origem em comum, tradições e costumes, podendo manifestar-se por uma língua ou por uma religião comum. Importante frisar que, para o MPF, a compreensão de nação traduz exatamente esse viés sociológico e não político. População: representa o conceito mais amplo, demográfico, pois exprime o conjunto humano sobre determinado território, não levando em conta a nacionalidade,domicílio, língua ou qualquer outra característica.
3ª Questão: (2,0 pontos) Em 1936 Mussolini se encontrou com Hitler e, ambos com ideias fascistas, celebraram o Pacto Anti-Komintern (Komintern era o órgão criado por Stálin para propagar o socialismo em todos os cantos do mundo) e que, posteriormente, com a inclusão do Japão formaram o chamado Eixo (Itália, Alemanha e Japão), um dos lados da Segunda Guerra Mundial.
Nessa época foram desenvolvidas muitas armas, navios e aviões de guerra sem uma oposição significativa da Liga das Nações, recém-criada.
Ainda em 1936, Benito Mussolini e Hitler ajudaram o General Franco (Espanha), que também era fascista, na Guerra Civil Espanhola, o que permitiu testar os novos equipamentos de guerra. O principal episódio aconteceu na cidade de Guernica, que sofreu um violento ataque pela aeronáutica e massacrou sua população, o que mais tarde foi retratado por uma tela de Picasso que recebeu o mesmo nome do local.
Do texto acima se extrai a aliança entre regimes fascistas e sua predisposição genocida. O fascismo (latu sensu) englobou o nazismo na Alemanha e o fascismo (strictu sensu) na Itália. Pergunta-se: qual a diferença entre um estado totalitário e autoritário?
Reposta: Totalitarismo é um regime de governo surgido após a Primeira Guerra Mundial na Itália, Alemanha e União Soviética. Nos regimes totalitários verificamos a existência de um só partido político e uma ideologia claramente definida. Já o Autoritarismo é uma característica presente em ditaduras, onde o líder se apoia mais na sua personalidade do que numa ideia política clara. 
O Totalitarismo: é caracterizado por ter um dirigente carismático, que se apoia num único partido e deixa as massas em constante movimento. Também escolhe um inimigo, o outro que deverá ser combatido; e estimula a militarização da sociedade. O Totalitarismo se utiliza de meios de intimidação para controlar a população como a polícia política, a censura e a delação. A propaganda política também é largamente utilizada para promover os ideais do regime.
Outra marca essencial do Totalitarismo é a anulação da individualidade, pois a população é ensinada que só o bem comum conta e que tudo deve ser feito em nome da pátria. A organização da sociedade é feita a partir de grupos sindicatos, associações e não mais do indivíduo. Com esta mistura de um partido único, um inimigo a odiar, propaganda, anulação da individualidade, se consegue a submissão da sociedade. Regimes totalitários os regimes totalitários surgiram na Europa por conta da crise econômica e política que ocorreu após a Primeira Guerra Mundial.
Nesta época, surgiram correntes políticas que defendiam o uso da força, a eliminação dos partidos políticos e do parlamento como um caminho para tirar os países da crise econômica e política. O totalitarismo foi implantado na Itália, com Benito Mussolini (1922), na União Soviética, com Josef Stalin (1924), e com Adolf Hitler, na Alemanha (1933). 
Autoritarismo:
O Autoritarismo é muitas vezes confundido com o Totalitarismo, no entanto, há diferenças importantes. Uma delas é a questão ideológica. Enquanto no Totalitarismo temos uma ideologia definida como o fascismo, nazismo ou comunismo, no Autoritarismo há mais espaço para várias correntes conviverem.
Por consequência, não existe um partido único, algo crucial nos governos totalitaristas. No Autoritarismo, o líder não se apoia no partido e, por isso, ele mesmo passa a ser a encarnação da ideologia. No entanto, isso não quer dizer que não haja perseguição ideológica. Os partidos progressistas, por exemplo, eram considerados ilegais em governos autoritários. Afinal, o Autoritarismo é antidemocrático e usa a censura e a propaganda para manter a sociedade coesa. 
Regimes autoritários como exemplos de regimes autoritários podemos destacar a ditadura franquista, na Espanha e a salazarista, em Portugal. No Brasil, o governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo (1937-1945), também é considerado um regime autoritário.
4ª Questão: (2,0 pontos): A federação é a forma mais sofisticada de se organizar o poder dentro do Estado. Ela implica uma repartição dedicada de competências entre o órgão do poder central, denominado “União”, e as expressões das organizações regionais, mais conhecidas por “Estados-Membros”, podendo, por vezes, ser chamado de províncias.
Há dentro do mesmo território duas ordens jurídicas diferentes, cada uma atuando no âmbito específico de suas competências. Este fenômeno é conhecida como descentralização política: as unidades federadas elegem os seus próprios governantes e elaboram as leis relativas ao seu peculiar interesse, agindo com autonomia predefinida, ou seja, dentro dos limites que elas mesmas estipularem no pacto federativo.
Defina as principais características da federação e da confederação.
Resposta: A federação é uma forma de Estado que consiste na reunião de vários Estados num só. As principais características de um Estado federal são: 
· União de coletividades públicas
· Divisão de poder entre as unidades autônomas
· Descentralização política
· Constituição rígida como base jurídica
· Inexistência do direito de secessão
· Soberania do Estado federal
· Auto-organização dos entes federativos
· Instituição de Estado Federativo por lei máxima
· Três esferas de governo com autonomia financeira, administrativa e política
· Cooperação de governo entre os Estados-membros e o governo central
· Apesar de possuírem autonomia administrativa, os Estados-membros não são soberanos.
Federação é uma união indissolúvel de vários entes, constituindo uma só pessoa de direito público internacional. Não há hierarquia entre os entes federativos União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, sendo que cada um possui suas competências delimitadas pela Constituição.
A confederação é uma associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de tratados, mas que pode eventualmente adotar uma constituição comum. A principal distinção entre uma confederação e uma federação é que, na Confederação, os Estados constituintes não abandonam a sua soberania (poderes de autodefesa e autorregulação), enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal. As confederações costumam ser instituídas para lidar com assuntos cruciais como defesa, relações exteriores, comércio internacional e união monetária.
Em termos políticos modernos, uma confederação é normalmente limitada a uma união permanente de Estados soberanos para o propósito, de adotar uma ação comum frente a outros Estados. A natureza da relação entre os Estados confederados e entre estes e a união confederativa varia de caso a caso. Algumas confederações mais frouxas assemelham-se a organizações internacionais alguns diriam que, hoje em dia, confederações são organismos internacionais, enquanto a confederações mais estreitas parecem-se com federações. No Canadá, a palavra confederação tem um significado adicional, sem relação, Confederação refere-se ao processo de criação do estado federal canadense.
Na maioria dos casos, a confederação é governada por uma assembleia dos Estados confederados, que têm direitos e deveres idênticos. As decisões desta assembleia são, em princípio, tomadas por unanimidade. A confederação tem em regra personalidade jurídica, mas a sua capacidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a confederação costuma ser uma fase de um processo que leva à federação, como nos casos dos Estados Unidos e da Suíça. Por vezes a confederação pode desfazer-se em Estados soberanos, a exemplo da República Árabe Unida. Os indivíduos súditos de uma confederação guardam a nacionalidade dos seus respectivos Estados. Em outra acepção, a palavra pode significar um tipo de organização que consolida um grupo de organizações independentes, como as confederações de esportes ou as confederações sindicais.
5ª Questão: (2,0 pontos) Disserte sobre as principais características do sistema presidencialismo e parlamentarismo. 
Reposta: O presidencialismo e o parlamentarismo são sistemasde governo distintos. No presidencialismo, o presidente é a figura mais importante. 
No presidencialismo, o chefe do Poder Executivo é o presidente, que é eleito pelo povo por meio do voto direto ou indireto. No parlamentarismo, o chefe do Poder Executivo é o primeiro-ministro, que é escolhido pelos membros do Poder Legislativo federal. No entanto, quem elege o parlamento são os cidadãos. No presidencialismo, o Chefe de Estado e Governo são a mesma pessoa. Por outro lado, no parlamentarismo, cada cargo é ocupado por pessoas diferentes.
 Ele é eleito pelo povo por meio de voto direto ou indireto. 
 O presidente concentra as funções de chefe de Estado e de governo. 
 Ele administra politicamente o país e representa a nação. Os ministros de Estado são escolhidos pelo presidente. 
No parlamentarismo, o chefe do Poder Executivo é o primeiro-ministro. Ele é escolhido pelos membros do Poder Legislativo federal. Os cidadãos elegem o parlamento. No parlamentarismo, as funções de chefe de Estado e de governo são divididas em dois cargos: 
· Primeiro-ministro ou chanceler
· Presidente ou monarca
Algumas características do presidencialismo: 
· Carisma pessoal.
· Escolha plebiscitária.
· Voto nos homens.
· Impeachment.
Algumas características do parlamentarismo: 
· Ideias e opiniões.
· Voto em partidos.
· Poderes dos Parlamentares deputados.

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