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Fármacos atuantes nos sistemas orgânicos dos animais

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16/04/2024, 20:48 Fármacos atuantes nos sistemas orgânicos dos animais
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/40252/index.html?brand=estacio# 1/64
Fármacos atuantes
nos sistemas
orgânicos dos
animais
Profa. Cheryl Gouveia
Descrição
Você vai entender os efeitos dos principais medicamentos utilizados
para tratamento de distúrbios dos sistemas cardiovascular, respiratório,
gastrointestinal, urinário e reprodutor dos animais.
Propósito
Compreender os efeitos dos principais medicamentos utilizados no
tratamento, na cura ou na prevenção de doenças em animais não
humanos, bem como na melhoria de índices zootécnicos, é importante
para garantir o uso seguro e eficaz dessas substâncias, prevenindo,
inclusive, prejuízos à saúde humana.
Preparação
Tenha com você um livro de fisiologia veterinária a fim de consultar
processos fisiológicos importantes para a compreensão dos
mecanismos de ação dos fármacos. Além disso, é importante ter à
disposição um dicionário de termos médicos. O Dicionário de termos
técnicos-científicos de medicina veterinária, da Associação Gaúcha de
Professores Técnicos de Ensino Agrícola, poderá lhe auxiliar.
Objetivos
16/04/2024, 20:48 Fármacos atuantes nos sistemas orgânicos dos animais
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Módulo 1
Fármacos que atuam no sistema
cardiovascular
Identificar os medicamentos que atuam no sistema cardiovascular,
suas indicações e os efeitos esperados.
Módulo 2
Fármacos que atuam no sistema respiratório
Identificar os medicamentos que atuam no sistema respiratório, suas
indicações e os efeitos esperados.
Módulo 3
Fármacos que atuam no sistema digestório
Identificar os medicamentos que atuam no sistema digestório, suas
indicações e os efeitos esperados.
Módulo 4
Fármacos que atuam no sistema
geniturinário
Identificar os medicamentos que atuam nos sistemas urinário e
reprodutor, suas indicações e os efeitos esperados.
Introdução

16/04/2024, 20:48 Fármacos atuantes nos sistemas orgânicos dos animais
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/40252/index.html?brand=estacio# 3/64
O uso de medicamentos é uma das intervenções mais comuns na
prática médico-veterinária; portanto, compreender como eles
afetam os diferentes sistemas do corpo é essencial para a
tomada de decisões. Conhecer os efeitos dos medicamentos
utilizados em diferentes sistemas orgânicos é fundamental para
garantir a eficácia do tratamento, minimizar os riscos e
proporcionar os cuidados de saúde adequados aos pacientes.
Cada sistema orgânico apresenta particularidades e responde de
maneira única aos medicamentos. Nesse sentido, o
conhecimento sobre os efeitos específicos de cada medicamento
nos diferentes sistemas orgânicos permite ao médico-veterinário
selecionar a terapia mais apropriada para um determinado
paciente, considerando a condição de saúde, o estado fisiológico
e os fatores de risco individuais.
Além disso, esse conhecimento contribui para a prevenção de
interações medicamentosas prejudiciais, uma vez que, ao
interagir com outras substâncias, um medicamento pode causar
efeitos adversos ou diminuir a eficácia do tratamento. Dessa
forma, o médico-veterinário deve identificar possíveis interações
medicamentosas e ajustar a terapia visando minimizar os riscos
para o paciente.
Outro ponto importante está relacionado ao fato de que, ao
compreender como um medicamento afeta um determinado
sistema orgânico, o médico-veterinário pode realizar exames e
testes específicos para avaliar a resposta do paciente ao
tratamento ou medir a ocorrência de efeitos colaterais.
A realização de pesquisas para o desenvolvimento de novos
medicamentos também se utiliza do conhecimento dos efeitos
dos medicamentos em diferentes sistemas orgânicos, tornando
possível identificar alvos terapêuticos potenciais e desenvolver
tratamentos mais eficazes e específicos.
Por último, mas não menos importante, esse conhecimento está
diretamente relacionado à comunicação efetiva com os tutores,
pois o médico-veterinário deve ser capaz de explicar de forma
clara e compreensível os efeitos dos medicamentos nos
diferentes sistemas orgânicos do paciente, bem como seus
possíveis efeitos colaterais e as precauções a serem tomadas.
Material para download
16/04/2024, 20:48 Fármacos atuantes nos sistemas orgânicos dos animais
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Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
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1 - Fármacos que atuam no sistema cardiovascular
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os medicamentos que atuam no sistema
cardiovascular, suas indicações e os efeitos esperados.
Medicamentos hematopoiéticos
Você já ouviu falar da hematopoiese?
É um processo fisiológico vital que ocorre na presença de eritropoetina,
ferro, cianocobalamina (cobalamina ou vitamina B12) e ácido fólico
(folato ou vitamina B9).
Casos de anemia de origem hematopoiética podem ocorrer devido a
deficiências nutricionais por carência de ferro, de ácido fólico e/ou de
cianocobalamina — tanto pela ingestão insuficiente quanto pela
dificuldade de absorção desses nutrientes — ou devido a doenças
crônicas, como insuficiência renal e câncer.
Eritropoetina
Hormônio produzido principalmente pelas células do córtex renal com a
função de estimular a medula óssea a produzir precursores de eritrócitos.
A administração de eritropoetina recombinante humana por via
subcutânea é então indicada para o tratamento de casos das anemias
associadas a doenças renais e a certos tipos de câncer que promovem
distúrbios funcionais da medula óssea. Esse medicamento também é
indicado para o período pré-operatório de pacientes que serão
javascript:CriaPDF()
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submetidos a procedimentos cirúrgicos em que ocorre perda sanguínea
intensa.
Cachorro sendo cuidado por médico-veterinário.
No entanto, como existem receptores para eritropoetina em diversos
tecidos orgânicos, seu uso pode causar efeitos colaterais, como
insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral.
Comentário
O aumento da concentração de eritrócitos no sangue promovido pela
ação da eritropoetina recombinante humana levou ao uso desse
medicamento para melhoria do desempenho físico em animais atletas.
No entanto, essa prática é considerada uma estratégia de doping e pode
causar prejuízos à saúde do animal, como hipertensão arterial e
tromboembolismo, provocando até morte.
Estratégia de doping
Administração de drogas com o objetivo de melhorar o desempenho de
atletas em competições desportivas.
A simples administração da eritropoetina recombinante humana pode
não ser suficiente para a correção do estado anêmico do paciente, uma
vez que o transporte de oxigênio é realizado pela molécula de
hemoglobina presente no interior dessas células.
Como um dos componentes da hemoglobina é o ferro,
sua deficiência no organismo pode comprometer a
oxigenação dos tecidos orgânicos e, com isso, a saúde
do animal.
E como o ferro participa da hematopoiese?
Para compreender a dinâmica da participação do ferro na hematopoiese
é importante saber que o ferro presente nos nutrientes é classificado
como hêmico e não hêmico, confira a seguir.
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É o ferro ferroso (F2+), utilizado para a formação do grupo heme
da hemoglobina.
É o ferro férrico (F3+), armazenado no fígado (principalmente), no
baço e na medula óssea na forma de ferritina ou hemossiderina
e convertido em ferro ferroso no fígado por ação do ácido
ascórbico (vitamina C).
Um outro nutriente importante para a absorção de ferro é o cobre, que
estáenvolvido na produção de enzimas participantes do transporte do
ferro absorvido no intestino para os tecidos e as células que o utilizam.
Recomendação
Em casos de anemias ferroprivas (por deficiência de ferro) ou crônicas
(por insuficiência renal ou câncer), é indicada a administração
concomitante de sais ferrosos e de ácido ascórbico, ambos por via oral
(a administração parenteral é indicada quando existem afecções
gastrointestinais que interferem na sua absorção).
Como o objetivo é aumentar a absorção de ferro, deve-se evitar a
administração conjunta com antiácidos e antibióticos do grupo das
tetraciclinas, que interferem negativamente nesse processo.
Os efeitos colaterais mais comumente observados são:
Náuseas.
Cólicas.
Escurecimento das fezes.
Constipação ou diarreia.
Além disso, podem ocorrer intoxicações que geram quadros de diarreia
com presença de sangue, taquicardia, hipotensão arterial, dispneia e
choque. Nesses casos, o uso de um quelante de ferro, como a
deferoxamina, pode ajudar a reverter o quadro.
A maioria das espécies mamíferas, exceto primatas
(incluindo os humanos), das espécies de peixes e das
espécies de aves, exceto as Psittaciformes, são
Hêmico 
Não hêmico 
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capazes de sintetizar vitamina C a partir da glicose.
Portanto, nessas espécies é mais importante manter
os níveis adequados de glicose do que de ácido
ascórbico.
Outro nutriente importante para a adequada hematopoiese é a
cianocobalamina, que participa da síntese de DNA (ácido
desoxirribonucleico) e de RNA (ácido ribonucleico) pelas células durante
o processo de divisão celular e é estocada no fígado. Como a produção
de eritrócitos na medula óssea é determinada por um processo que
envolve sucessivas mitoses, a carência dessa vitamina causa distúrbios
hematopoiéticos.
A absorção intestinal de cianocobalamina depende da produção de uma
enzima gástrica denominada fator intrínseco; portanto, distúrbios
gástricos ou intestinais podem comprometer seus níveis orgânicos.
Além disso, o uso de medicamentos que interferem na acidez gástrica,
como o omeprazol e o pantoprazol, também podem diminuir sua
absorção.
Curiosidade
As bactérias ruminais sintetizam a vitamina B12 a partir do cobalto,
disponibilizando essa vitamina para os ruminantes adultos
independentemente de sua ingestão direta; logo, a presença de cobalto
em níveis adequados na dieta desses animais é muito importante.
Não esqueça que a síntese de DNA e RNA pelas células em mitose
depende diretamente da síntese de bases nitrogenadas. Como o ácido
fólico participa desse processo de síntese de bases nitrogenadas, sua
deficiência no organismo também pode comprometer a hematopoiese.
Essa vitamina é transportada por proteínas plasmáticas produzidas pelo
fígado; portanto, pacientes com distúrbios hepáticos podem apresentar
baixos níveis de vitamina B9 no organismo. A administração de ácido
fólico deve ser cuidadosa porque níveis altos dessa vitamina interferem
negativamente na absorção da vitamina B12.
Medicamentos anti-hemorrágicos e
anticoagulantes
Medicamentos anti-hemorrágicos
Os medicamentos anti-hemorrágicos, hemostáticos ou coagulantes são
indicados para conter hemorragias e promover a coagulação sanguínea,
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principalmente nos seguintes casos:
Procedimentos cirúrgicos.
Traumatismos.
Lesões hemorrágicas.
Distúrbios da coagulação provocados por disfunções plaquetárias
ou pela deficiência de vitamina K (fitomenadiona ou filoquinona)
provenientes de afecções hepáticas, renais ou de intoxicações por
anticoagulantes ou plantas tóxicas.
Vitamina K
Participa da síntese da maior parte dos fatores de coagulação produzidos
pelo fígado e é ativada pela enzima renina, produzida pelos rins.
A administração intravenosa de vitamina K é indicada em casos de
hemorragias por intoxicações e em casos de afecções hepáticas e
renais. Já a administração tópica de medicamentos hemostáticos,
como a tromboplastina, a trombina e o fibrinogênio, é indicada em
casos de hemorragias cirúrgicas ou locais.
Medicamentos anticoagulantes
Já os medicamentos anticoagulantes, ao contrário dos anti-
hemorrágicos, são utilizados com objetivo de reduzir a viscosidade do
sangue e evitar a formação de coágulos sanguíneos. Vamos conhecê-
los!
Heparina
É o medicamento mais utilizado entre os anticoagulantes sistêmicos,
sendo administrado por via intravenosa ou subcutânea. Seu principal
mecanismo de ação envolve a potencialização da ação da antitrombina
III, uma proteína anticoagulante presente no plasma sanguíneo.
Essa proteína é capaz de inativar alguns fatores de coagulação, como a
trombina, inibindo sua ação na conversão de fibrinogênio em fibrina,
etapa essencial para a formação do coágulo.
A heparina é encontrada sob duas formas. Observe!
Não fracionada
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Tem efeito sobre diversos fatores de coagulação e pode ser
administrada por via intravenosa ou subcutânea.
De baixo peso molecular
Atua especificamente no fator de coagulação Xa, possui uma meia-vida
prolongada e pode ser administrada apenas por via subcutânea.
Um dos efeitos colaterais do uso de heparina é a ocorrência de
sangramentos ou de trombocitopenia, o que aumenta o risco de
trombose. Por esse motivo, é necessário ter cuidado com dose prescrita
ao paciente, além de monitorar regularmente o tempo de tromboplastina
parcial ativada.
Atenção!
O uso concomitante da heparina com medicamentos digitálicos, anti-
histamínicos e antibióticos do grupo das tetraciclinas reduz seu efeito.
Antiagregantes plaquetários
Impedem a adesão e agregação das plaquetas ao endotélio vascular,
sendo usados para prevenção de trombose. Alguns anti-inflamatórios
não esteroidais, como o ácido acetilsalicílico e a fenilbutazona;
bloqueadores adrenérgicos, como o propranolol; anti -histamínicos,
como a difenidramina; e bloqueadores de canais de cálcio, como
verapamil, desempenham essa função e podem ser prescritos nesses
casos.
O ácido acetilsalicílico é comumente prescrito para prevenção de
distúrbios tromboembólicos na clínica médico-veterinária,
principalmente em caninos positivos para dirofilariose e em felinos
cardiomiopatas. Seu mecanismo de ação envolve a inibição da enzima
cicloxigenase, que por sua vez inibe a síntese de tromboxano, um
ativador da agregação plaquetária e vasoconstritor.
Felino recebendo medicação em clínica veterinária.
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Medicamentos utilizados em
distúrbios sanguíneos
Neste vídeo, falaremos sobre os principais grupos de medicamentos
indicados para os diferentes tipos de distúrbios sanguíneos.
Acompanhe!
Medicamentos inotrópicos positivos
O inotropismo representa a força de contração cardíaca em relação aos
valores considerados normais, podendo caracterizar-se como positivo
ou negativo. Veja a diferença!

Positivo
Quando a força de
contração cardíaca está
maior do que a
esperada.

Negativo
Quando a força de
contração cardíaca está
menor do que a
esperada.
Entre os medicamentos que buscam intervir na insuficiência cardíaca
aumentando o inotropismo temos os digitálicos, as aminas
simpatomiméticas, os inodilatadores, e os derivados da milrinona e da
anrinona. Vamos conhecê-los um pouco mais!
Digitálicos
Chamados de glicosídeos digitálicos e de glicosídeos cardíacos, esses
medicamentos atuam inibindo a ação da enzima Na+/K+-ATPase do


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miocárdio. Essa inibição resulta no acúmulo de íons sódio no meio
intracelular, o que leva a uma maior concentração de cálcio nesse meio
pela abertura dos canais de cálcio. O aumento de íons cálcio (Ca+2) no
retículo sarcoplasmático da célula miocárdica, somado ao ATP
(trifosfato de adenosina) já presente ali, promove a contração muscular
cardíaca sem gastar ATP.
O aumento da concentração intracelular de cálcio no
miocárdio promove uma maior contratilidade cardíaca
(aumento da força de contração do músculo cardíaco),
o que é importante em casos de insuficiência cardíaca.
Observe outros efeitos dos medicamentos digitálicos!
A digoxina é o digitálico mais comumente utilizado em medicina-
veterinária para tratar insuficiência cardíaca congestiva e arritmias
cardíacas. Após ser administrada, a digoxina é biotransformada no
fígado, onde sofre hidroxilação e é conjugada com ácido glicurônico. Em
seguida, é excretada por via renal na sua forma ativa.
 Diminuem a condução elétrica no nodo sinoatrial e
aumentam o tônus vagal, resultando em uma
redução na frequência cardíaca (efeito
cronotrópico negativo), o que é importante em
casos de fibrilação atrial, nos quais uma frequência
cardíaca mais lenta é desejável.
 Diminuem a velocidade de condução elétrica
através do nodo atrioventricular (efeito
dromotrópico negativo). Esse efeito é importante
em casos de taquiarritmias supraventriculares, nos
quais a diminuição da condução pelo nodo
atrioventricular auxilia no controle da frequência
ventricular.
 Podem promover um leve efeito diurético, que pode
ser benéfico em casos de insuficiência cardíaca
congestiva.
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A digitoxina é menos utilizada, mas apresenta a mesma indicação,
embora tenha uma meia-vida mais longa. Como não passa por
biotransformação, é excretada por via renal em sua forma ativa, o que
não é indicado para nefropatas.
Comentário
Como a bomba de sódio e potássio está presente em diversas células
do organismo, os digitálicos produzem variados efeitos adversos e
colaterais. Apesar de seus efeitos benéficos em casos de insuficiência
cardíaca, eles possuem uma janela terapêutica estreita, podendo causar
intoxicações nos pacientes. Por isso, é importante que seja realizada a
dosagem sérica do digitálico em amostra colhida após 6 a 8 horas da
sua última administração, posterior a 3 a 5 dias de uso, para que seja
possível determinar a dose adequada para cada paciente
individualmente, que é entre 1,5 e 2 ng/mL.
Janela terapêutica
Refere-se ao período no qual a concentração do medicamento resulta em
um efeito desejado. Se a concentração estiver muito alta ou muito baixa,
podem ocorrer efeitos colaterais.
Devido ao mecanismo de ação dos digitálicos, o médico-veterinário deve
estar atento à ocorrência de sinais de distúrbios eletrolíticos ou
tireoidianos, de hipoxia miocárdica e de insuficiência renal ou hepática.
Considerando sua janela terapêutica estreita, é importante também
estar atento a sinais de intoxicação (inapetência, anorexia, êmese e
diarreia).
A prescrição de digitálicos concomitantemente ao uso de
metoclopramida, neomicina e antiácidos não é indicada, pois esses
medicamentos diminuem sua absorção; já a furosemida e o ácido
acetilsalicílico diminuem sua clearance, interferindo em sua
biodisponibilidade.
Aminas simpatomiméticas
Enquanto os digitálicos promovem maior contratilidade miocárdica pela
interferência na bomba de sódio e potássio, a ação das aminas
simpatomiméticas envolve a interação com os receptores beta1-
adrenérgicos (ou β1-adrenérgicos) presentes nas células do miocárdio.
A interação dos receptores β1-adrenérgicos mimetiza
ou potencializa os efeitos do sistema nervoso
simpático, promovendo o aumento da frequência e da
contratilidade cardíacas e o aumento da liberação de
renina pelos rins.
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Nesse grupo de medicamentos estão a DOPamina e a DOBUTamina,
utilizadas em casos de parada cardíaca ou em outras emergências
relacionadas a insuficiências cardíacas avançadas. Além disso, também
são usadas em tratamentos de curta duração para pacientes refratários
aos digitálicos.
Apesar de ambas apresentarem efeito inotrópico positivo, a
DOBUTamina é mais comumente utilizada por produzir menos arritmias
que a DOPamina. Tanto o cloridrato de DOBUTamina quanto o cloridrato
de DOPamina devem ser administrados lentamente por via intravenosa,
mas alguns medicamentos análogos, como a levodopa e a ibopamina,
podem ser administradas por via oral.
Médico-veterinário aplicando injeção em coelho.
Além dos efeitos promovidos pela interação com os receptores β1-
adrenérgicos, a DOPamina interage, em doses maiores, com receptores
dopaminérgicos D1 e D2 vasculares, promovendo vasodilatação nos rins
e no mesentério, com aumento do fluxo sanguíneo renal e intestinal. Ela
também interage, em doses ainda maiores, com receptores alfa1 -
adrenérgicos (ou α1 - adrenérgicos), promovendo vasoconstrição
periférica, taquicardia e arritmia.
Inodilatadores
Além do efeito inotrópico positivo, esse grupo de medicamentos
apresenta efeito vasodilatador sistêmico, tanto arterial quanto venoso,
sendo indicados para o controle da insuficiência cardíaca. Entre esses
medicamentos estão a pimobendana, a milrinona e a anrinona.
A milrinona e a anrinona atuam inibindo a enzima fosfodiesterase III,
que é responsável pela degradação de adenosina monofosfato cíclico
(AMPc) em células do miocárdio.
Observe o efeito do acúmulo de AMPc intracelular e nas células
musculares lisas dos vasos sanguíneos.
Intracelular
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O acúmulo intracelular de AMPc gerado pelo bloqueio de sua
degradação leva a um inotropismo positivo.
Células musculares lisas dos vasos
sanguíneos
O acúmulo de AMPc promove a abertura dos canais de potássio
sensíveis ao ATP, promovendo a vasodilatação.
Isso resulta em uma redução da resistência vascular periférica e da pré-
carga sobre o coração, o que melhora o fluxo sanguíneo e facilita a
função cardíaca. No entanto, o aumento de arritmias ventriculares é um
efeito colateral importante que deve ser monitorado. Outro ponto de
atenção é que esses medicamentos não devem ser prescritos
conjuntamente com o uso de furosemida.
Já a pimobendana age de uma forma diferente, ela atua diretamente
sobre a interação do íon cálcio com a troponina, ativando a contração
muscular cardíaca e sendo, portanto, uma ação mais seletiva e segura.
Comentário
Os inodilatadores, especialmente a pimobendana, têm sido utilizados
em casos de insuficiência cardíaca, principalmente em cães.
Medicamentos vasodilatadores
Para compreender os efeitos esperados dos medicamentos
vasodilatadores, é preciso ter em mente os conceitos de pré-carga e
pós-carga, que estão relacionados com a função cardíaca e com o fluxo
sanguíneo em seu interior. Acompanhe!
Refere-se à distensão das fibras musculares cardíacas antes da
sístole ventricular, ou seja, é representada pelo volume de sangue
presente nas câmaras cardíacas ao final da diástole. Assim, está
relacionada com o retorno venoso (quantidade de sangue que
retorna ao coração) e quanto maior esse retorno for, maior será a
pré-carga, o que leva a um aumento da força de contração
cardíaca.
Pré-carga 
Pós-carga 
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É o contrário da pré-carga e está relacionadacom o volume de
sangue ejetado do coração ao final da sístole, sendo influenciada
pela resistência dos vasos sanguíneos periféricos ao fluxo
sanguíneo. Assim, quanto maior a pós-carga, maior o esforço
cardíaco para superar essa resistência vascular.
Os medicamentos vasodilatadores realizam a dilatação dos vasos
sanguíneos, aumentando seu calibre e diminuindo a resistência vascular
periférica, o que melhora o retorno venoso.
Os medicamentos vasodilatadores têm a capacidade
de reduzir tanto a pré-carga como a pós-carga.
O resultado da capacidade dos medicamentos vasodilatadores é,
portanto, a redução do esforço miocárdico e a melhora do débito
cardíaco. Além disso, o aumento do calibre vascular contribui para um
melhor fluxo sanguíneo periférico, permitindo um suprimento adequado
de oxigênio e nutrientes para os tecidos orgânicos.
Débito cardíaco
Volume de sangue ejetado do coração por minuto.
Recomendação
A suspensão do tratamento com medicamentos vasodilatadores deve
ser gradual. Isso é necessário para evitar uma diminuição excessiva do
débito cardíaco e um aumento da resistência vascular e da pré-carga
com a interrupção repentina do uso do medicamento.
Veja a classificação dos medicamentos vasodilatadores.
Nitratos
NitroGLICERINA (trinitrato de glicerina), nitroPRUSSIATO de sódio
(nitroprussida) e dinitrato de isossorbida
Vasodilatadores puros
hidrALAZINA, anlodipino, prazosina, sildenafila e inibidores da ECA
(enzima conversora de angiotensina).
Veremos cada um deles a seguir!
Nitratos
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O mecanismo de ação dos nitratos envolve a conversão desses
compostos em óxido nítrico, que atravessa a membrana das células
endoteliais por difusão passiva e ativa a enzima guanilato ciclase.
O guanilato ciclase converte o monofosfato de guanosina (GMP) em
monofosfato de guanosina cíclico (GMPc), um segundo mensageiro
intracelular evolvido em diversas vias de sinalização celular.
Uma vez formado, o monofosfato de guanosina cíclico
(GMPc) desencadeia uma cascata de eventos que
culminam com o relaxamento da musculatura vascular
lisa e consequente vasodilatação.
A nitroGLICERINA pode ser administrada por via transdérmica. Ela
passa por biotransformação hepática e gera metabólitos solúveis. No
entanto, pode haver redução de efeitos com o uso prolongado.
Já o nitroPRUSSIATO de sódio pode ser administrado por via
intravenosa em infusão contínua. Ele passa por biotransformação no
fígado e é excretado pelos rins.
Comentário
O nitroPRUSSIATO de sódio gera metabólitos cianogênicos que podem
provocar efeitos tóxicos (náuseas, tremores musculares e hipotensão
arterial), sendo pouco utilizado na clínica médico-veterinária.
O dinitrato de isossorbida pode ser administrado por via oral. Ele passa
por biotransformação hepática, que gera metabólitos mais ativos que o
medicamento original, sendo bastante efetivo.
Vasodilatadores puros
São considerados vasodilatadores diretos por aumentarem o calibre dos
vasos sanguíneos sem a necessidade de conversão metabólica, como
os nitratos.
Entre eles, a hidralazina é administrada por via oral e sofre
biotransformação e excreção hepáticas. Seu mecanismo de ação
envolve duas etapas, confira.

A inibição da entrada de íons de cálcio para as células musculares lisas
vasculares, reduzindo a sua contração.

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A estimulação do óxido nítrico, com aumento da concentração do GMPc
intracelular, relaxamento da musculatura lisa vascular e vasodilatação.
Contudo, a hidralazina pode desencadear um reflexo compensatório,
resultando em aumento da frequência cardíaca e retenção de fluidos
pelos rins. Para evitar esses efeitos, é comum administrar a hidralazina
em combinação com um medicamento betabloqueador e um
medicamento diurético.
Já o anlodipino pode ser administrado por via oral ou intravenosa e é
excretado pelos rins. Seu mecanismo de ação envolve o bloqueio dos
canais de cálcio presentes nas células musculares lisas das artérias. O
bloqueio impede o influxo de íons cálcio, interferindo na capacidade de
contração dessas células. Como resultado, ocorre a vasodilatação
arterial e a redução da resistência vascular periférica.
A prazosina é administrada por via oral e biotransformada pelo fígado.
Seu mecanismo de ação está relacionado à inibição seletiva dos
receptores α1- adrenérgicos das células musculares lisas de artérias e
veias. Isso impede a ação dos neurotransmissores noradrenalina e
adrenalina, resultando em relaxamento e dilatação dos vasos
sanguíneos periféricos.
A prazosina causa efeitos gastrointestinais tóxicos e
hipotensão arterial, sendo pouco utilizada na clínica
médico-veterinária.
A sildenafila, amplamente utilizada em humanos para estimulação da
ereção peniana, pode ser administrada por via oral. Seu mecanismo de
ação está relacionado à inibição da enzima fosfodiesterase V,
responsável pela degradação do GMPc. Ao inibir essa enzima, aumenta
a concentração de GMPc nas células musculares lisas dos vasos
sanguíneos, promovendo o relaxamento dessas células e o aumento do
calibre dos vasos.
Os medicamentos inibidores da ECA podem ser administrados por via
oral e são eliminados pelos rins. Seu mecanismo de ação está
relacionado à inibição da ECA, que converte a angiotensina I em
angiotensina II, impedindo seu efeito vasoconstritor. Com isso, ocorre
vasodilatação, resultando na diminuição da resistência vascular
periférica.
Comentário
A angiotensina II estimula a liberação de aldosterona, que por sua vez
promove a retenção renal de sódio e água. A inibição da ECA reduz essa
retenção, o que ajuda a diminuir o volume sanguíneo e, portanto, a
pressão arterial.
Fazem parte desse grupo o captopril, o maleato de enalapril, o
benazepril e o lisinopril, que são amplamente utilizados na clínica
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médico-veterinária em casos de hipertensão arterial, insuficiência
cardíaca, doença renal e outras condições relacionadas ao sistema
cardiovascular.
Medicamentos inotrópicos e
vasodilatadores
Entenda neste vídeo como atuam e quais são os efeitos esperados dos
medicamentos inotrópicos positivos e vasodilatadores mais
comumente utilizados na clínica médico-veterinária.
Medicamentos antiarrítmicos
Para compreender os efeitos esperados dos medicamentos
antiarrítmicos, primeiro vamos entender o que são arritmias cardíacas.
Arritmias cardíacas são perturbações da frequência cardíaca causadas
por uma disfunção na origem e/ou condução dos impulsos cardíacos.
Elas podem ser de dois tipos.

Taquiarritmia
Frequência cardíaca acima do normal.

Bradiarritmias
Frequência cardíaca abaixo do normal.
As arritmias mais comumente observadas na clínica médico-veterinária
são:

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Fibrilação atrial – frequência atrial rápida e irregular.
Flutter atrial – frequência atrial rápida e regular.
Taquicardia ventricular – frequência ventricular rápida e irregular.
Bradicardia sinusal – bradiarritmia promovida por disfunção do
nodo sinusal.
Parada sinusal – interrupção temporária da atividade elétrica do
nódulo sinusal, resultando em uma pausa ou um intervalo
prolongado entre os batimentos cardíacos.
Bloqueios atrioventriculares – interrupção temporária da atividade
elétrica do nódulo atrioventricular, no feixe de His ou nas fibras de
Purkinje.
Os medicamentos que atuam para corrigir as arritmias são chamados
antiarrítmicos, sendo agrupados em quatro diferentes classes.Acompanhe!
Antiarrítmicos de classe I
O mecanismo de ação dos medicamento dessa classe está relacionado
ao bloqueio dos canais de sódio das fibras musculares cardíacas, o que
interfere na condução dos impulsos cardíacos e ajuda a restaurar o
ritmo normal. Contudo, essa ação sobre os canais de sódio pode ocorrer
de diferentes formas, o que faz com que esse grupo de medicamentos
apresente três subclasses.
Subclasse IA
Fazem parte dessa subclasse os medicamentos que agem em células
miocárdicas normais e lesionadas. Esses medicamentos bloqueiam os
canais de sódio durante a fase inicial do potencial de ação, prolongando
sua duração total. São exemplos dessa subclasse a quinidina e a
procainamida.
A quinidina é indicada para os estágios iniciais da fibrilação atrial, sendo
biotransformada no fígado e excretada pelos rins. Pode produzir efeitos
adversos gastrointestinais e hipotensão arterial.
Já a procainamida é indicada para o tratamento de vários tipos de
arritmias, sendo administrada por via oral ou intravenosa. Pode ter seu
uso prolongado e conjunto com a digoxina. Seus efeitos adversos
incluem anorexia, hipotensão arterial e bloqueio atrioventricular.
Comentário
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A quinidina é contraindicada em combinação com digoxina, verapamil,
anticonvulsivantes e hidróxido de magnésio e de alumínio. Já a
procainamida é contraindicada em associação com captopril.
Subclasse IB
Nessa subclasse, encontram-se os medicamentos que atuam
especificamente em células miocárdicas lesionadas, bloqueando seus
canais de sódio durante a fase de repolarização do potencial de ação;
isso resulta na redução da duração total do potencial de ação. São
exemplos desses medicamentos a lidocaína e a mexiletina.
A lidocaína é administrada por via intravenosa sendo indicada para
situações de emergência relacionadas à taquicardia ventricular.
A lidocaína, quando administrada por via oral, torna-se
altamente tóxica devido à sua biotransformação
hepática. Entre os efeitos adversos estão tremores
musculares, êmese, nistagmo e convulsões.
A mexiletina pode ser administrada por via oral e admite uso prolongado
para tratamento de arritmias ventriculares. Após a administração, ela
passa por biotransformação no fígado e é principalmente excretada
pelos rins.
Comentário
Tanto a lidocaína quanto a mexiletina podem produzir efeitos adversos
como depressão, tremores musculares, êmese e arritmias cardíacas. O
uso concomitante desses medicamentos com halotano, furosemida,
DOPamina e betabloqueadores é contraindicado. 
Subclasse IC
Os medicamentos inclusos nessa subclasse são aqueles que agem em
células miocárdicas normais e lesionadas, bloqueando seus canais de
sódio de forma intensa e prolongada. Esse bloqueio reduz a condução
elétrica através do tecido cardíaco. São medicamentos dessa classe
comumente prescritos em medicina veterinária a encainida e a
lorcainida.
Antiarrítmicos de classe II
São os bloqueadores adrenérgicos que atuam sobre os receptores do
tipo β; por isso são também chamados de betabloqueadores. De uma
forma geral, o bloqueio desses tipos de receptores diminui a velocidade
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de condução do impulso cardíaco. Estão nesse grupo de medicamentos
o propanolol, o atenolol, o metoprolol e o carVEDilol, que são indicados
para o tratamento de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca,
arritmias cardíacas, entre outras perturbações cardiovasculares.
Os antiarrítmicos de classe II bloqueiam especialmente
os receptores β1 e β2-adrenérgicos presentes no
coração, impedindo a ação dos neurotransmissores
epinefrina e norepinefrina.
Essa ação reduz a estimulação adrenérgica, diminuindo a frequência
cardíaca e a força de contração do miocárdio. Como resultado, os
batimentos cardíacos ficam mais lentos e regulares.
Observe o resultado do bloqueio de cada um dos receptores.
Promove vasodilatação, diminuindo a resistência vascular
periférica e a pressão arterial. Além disso, esse bloqueio reduz a
liberação de renina pelos rins, o que diminui a produção de
angiotensina II e, consequentemente, promove a vasodilatação e
a diminuição da retenção de sódio e água pelos rins.
Pode promover broncoconstrição, o que é potencialmente
perigoso para pacientes que apresentam doenças respiratórias
como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Além disso, pode haver diminuição da liberação de glicose e
ácidos graxos para o organismo, afetando o metabolismo
energético. Isso deve ser considerado em casos de pacientes
diabéticos ou com outros problemas metabólicos.
O propanolol é capaz de bloquear receptores β1 e β2-adrenérgicos. Sua
administração é por via oral e sua biotransformação é hepática, havendo
interação quando administrado concomitantemente com a lidocaína, a
mexiletina ou o halotano.
Já o metoprolol, o atenolol e o esmolol bloqueiam apenas os receptores
β1-adrenérgicos, sendo mais seletivos e apresentando efeito
prolongado. No entanto, é contraindicado o uso concomitante desses
medicamentos com anestésicos gerais. A meia-vida curta e a
administração por via intravenosa fazem do esmolol o medicamento
Bloqueio de receptores β1 
Bloqueio de receptores β2 
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mais indicado para o tratamento de emergências provocadas por
taquiarritmias.
O carVEDilol atua sobre receptores β1, β2 e α1-adrenérgicos,
apresentando propriedades vasodilatadoras. No entanto, sua
associação com diltiazem e digoxina é contraindicada.
Comentário
Todos os medicamentos antiarrítmicos de classe II podem causar
efeitos adversos que incluem depressão, hipotensão, bradicardia e
bloqueio atrioventricular.
Antiarrítmicos de classe III
Bloqueiam os canais de potássio das células do miocárdio. Esses
canais são responsáveis pela saída de íons potássio das células durante
a repolarização, ajudando a restaurar a polarização elétrica normal do
coração após a contração.
Ao bloquear os canais de potássio das células do
miocárdio, esses medicamentos prolongam a duração
do potencial de ação cardíaco, estendendo a fase de
repolarização. Isso promove uma maior estabilidade
elétrica cardíaca, prevenindo arritmias que podem
estar associadas a uma repolarização precoce ou
anormal.
São exemplos de antiarrítmicos de classe III a amioDARONA e o sotalol.
A amioDARONA é o medicamento mais comumente indicado para o
tratamento de arritmias na clínica médico-veterinária. Pode ser
administrada por via oral ou intravenosa e sendo contraindicada a
administração conjunta com digoxina, quinidina e mexiletina. Esse
medicamento pode formar depósito em tecido adiposo e gerar efeitos
gastrointestinais e hepáticos adversos. Outros efeitos adversos incluem
hipotireoidismo, anorexia, hipotensão e bradicardia.
O sotalol, por sua vez, é um medicamento indicado para o tratamento de
arritmias graves e pode ser administrado por via oral ou intravenosa.
Apresenta uma baixa taxa de biotransformação antes de ser excretado
pelos rins. Quanto ao uso desse medicamento, devem ser observadas
as interações medicamentosas com simpatomiméticos e fenotiazínicos.
Seus efeitos adversos incluem bradicardia e bloqueio atrioventricular.
Antiarrítmicos de classe IV
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Agem bloqueando os canais de cálcio das células miocárdicas. Como
esses canais são responsáveis pela entrada de íons cálcio nas células
durante a despolarização, seu bloqueio diminui a concentração desse
íon no meio intracelular,promovendo um efeito depressor sobre a
condução elétrica cardíaca.
Como consequência do efeito depressor da condução
elétrica cardíaca, ocorre uma redução na taxa de
disparo do nodo sinusal, o que diminui a frequência
cardíaca. Essa propriedade é útil no tratamento de
arritmias relacionadas à taquicardia.
Além disso, o bloqueio dos canais de cálcio reduz a velocidade de
condução atrioventricular. Essa ação prolonga o tempo de condução
entre átrios e ventrículos e diminui a resposta ventricular em arritmias
como a fibrilação atrial. Portanto, esses medicamentos ajudam a
controlar a frequência cardíaca, prevenindo arritmias.
São exemplos de antiarrítmicos de classe IV o verapamil e o diltiazem.
Ambos podem ser administrados por via oral, sendo biotransformados
no fígado. No entanto, o verapamil é excretado pela bile, enquanto o
diltiazem é excretado pelos rins. A associação desses medicamentos
com betabloqueadores é contraindicada por haver sinergismo entre
eles.
Comentário
Alguns medicamentos não agrupados entre as quatro classes de
antiarrítmicos também podem ser utilizados com essa função. Alguns
deles são os digitálicos, que também podem ser utilizados como
antiarrítmicos por apresentarem efeito cronotrópico negativo. Além
deles, a atropina pode ser utilizada em casos de bradiarritmia, uma vez
que ela apresenta efeito cronotrópico positivo por competir pelos
receptores muscarínicos com a acetilcolina, que tem ação cronotrópica
negativa. Ao bloquear os receptores muscarínicos, a atropina impede a
ação da acetilcolina, o que resulta em uma redução do efeito inibitório
do sistema parassimpático sobre o coração.
Arritmias cardíacas e medicamentos
antiarrítmicos
Agora, assista ao vídeo que mostra como atuam e quais são os efeitos
esperados dos medicamentos antiarrítmicos mais comumente
utilizados na clínica médico-veterinária.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os digitálicos têm uma importância significativa na clínica médico-
veterinária, especialmente no tratamento de distúrbios cardíacos.
Esses medicamentos são frequentemente utilizados para tratar
insuficiência cardíaca, melhorando a qualidade de vida dos
pacientes. Nesse contexto, assinale a opção que descreve o
principal mecanismo de ação dos digitálicos no tratamento de
doenças cardíacas em animais não humanos.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Os digitálicos têm como principal mecanismo de ação a inibição da
bomba de sódio e potássio das células miocárdicas. Essa inibição
resulta no aumento da concentração intracelular de sódio e cálcio,
promovendo um efeito inotrópico positivo e um efeito cronotrópico
negativo. A inibição dos canais de sódio cardíacos é um
mecanismo de ação dos antiarrítmicos de classe I; já a ativação
dos receptores β-adrenérgicos é um mecanismo de ação dos β-
agonistas utilizados principalmente para o tratamento de distúrbios
A Inibição dos canais de sódio cardíacos.
B Ativação dos receptores β-adrenérgicos.
C Bloqueio dos canais de cálcio.
D Inibição da enzima conversora de angiotensina.
E Inibição da bomba de sódio e potássio.
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respiratórios. O bloqueio dos canais de cálcio, por sua vez, é um
mecanismo de ação dos antiarrítmicos de classe IV, enquanto a
inibição da enzima conversora de angiotensina é um mecanismo de
ação dos inibidores da ECA.
Questão 2
Os vasodilatadores são medicamentos utilizados no tratamento de
várias condições cardiovasculares em animais não humanos, pois
têm a capacidade de aumentar o calibre dos vasos sanguíneos,
diminuindo a resistência vascular periférica e aumentando o fluxo
sanguíneo para os tecidos orgânicos. Sobre esses medicamentos,
pode-se afirmar que
Parabéns! A alternativa D está correta.
Embora tenham efeito similar, os vasodilatadores possuem
mecanismos de ação diferentes. Os vasodilatadores puros atuam
como bloqueadores de canais de cálcio das células musculares
A
os vasodilatadores puros atuam diretamente nos
músculos lisos dos vasos sanguíneos, enquanto os
vasodilatadores nitratos atuam principalmente no
sistema nervoso central.
B
os vasodilatadores puros atuam principalmente no
sistema nervoso central, enquanto os
vasodilatadores nitratos atuam diretamente nos
músculos lisos dos vasos sanguíneos.
C
os vasodilatadores puros promovem a liberação de
óxido nítrico, enquanto os vasodilatadores nitratos
atuam como bloqueadores de canais de cálcio.
D
os vasodilatadores puros atuam como
bloqueadores de canais de cálcio, enquanto os
vasodilatadores nitratos promovem a liberação de
óxido nítrico.
E
não há diferença significativa entre o mecanismo de
ação dos vasodilatadores puros e o dos
vasodilatadores nitratos.
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lisas dos vasos sanguíneos, e os nitratos são convertidos em óxido
nítrico no organismo, atuando indiretamente no relaxamento do
músculo liso desses vasos. Esses medicamentos não atuam no
sistema nervoso central.
2 - Fármacos que atuam no sistema respiratório
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os medicamentos que atuam no sistema
respiratório, suas indicações e os efeitos esperados.
Medicamentos broncodilatadores:
agonistas β-adrenérgicos
Os fármacos que atuam no sistema respiratório são utilizados
comumente na clínica médico-veterinária com as finalidades
apresentadas a seguir.
 Aliviar o desconforto respiratório.
 Melhorar a hematose.
 Evitar danos e complicações ao aparelho
respiratório.
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Geralmente são utilizados para o tratamento sintomático de distúrbios
respiratórios, que devem ter sua causa primária identificada e tratada,
como infecções e alergias. Os principais medicamentos utilizados para
esse fim são:
Os broncodilatadores.
Os analépticos respiratórios.
Os expectorantes.
Os descongestionantes.
Os antitussígenos.
Os broncodilatadores β-adrenérgicos atuam como agonistas dos
receptores β-adrenérgicos presentes nos músculos lisos das vias
aéreas, especialmente nos brônquios. Esses medicamentos são
comumente utilizados em casos de asma, frequente em gatos, e de
obstrução recorrente das vias aéreas, frequente em equinos.
Recomendação
Para obter melhores resultados no tratamento e evitar efeitos colaterais
cardíacos, são utilizados broncodilatadores que atuam especificamente
em receptores β2-adrenérgicos. Esses medicamentos se ligam aos
receptores presentes nas células musculares lisas dos brônquios e
estimulam a enzima adenilato ciclase a converter o ATP em AMPc.
A formação de AMPc desencadeia uma série de reações bioquímicas
que resultam na ativação de proteínas quinases. Isso leva ao
relaxamento do músculo liso dos brônquios, o que aumenta o diâmetro
das vias aéreas. Consequentemente, observa-se a melhora na
passagem do ar e o alívio dos sintomas de obstrução dessas vias, como
a dispneia. Ainda, esses medicamentos são capazes de reduzir a
resposta inflamatória por inibirem a liberação de citocinas, como a
histamina e a serotonina, estimulando o movimento ciliar e reduzindo a
viscosidade do muco.
Como os receptores β-adrenérgicos estão presentes em diferentes
células do corpo, os efeitos colaterais observados com o uso de
broncodilatadores agonistas desses receptores incluem tremores
musculares e alteração da hipertensão arterial.
Por promover o relaxamento do miométrio, o uso de
broncodilatadores é contraindicado para gestantes.Entre os broncodilatadores β-adrenérgicos estão o salbutamol (ou
albutamol), a terbutalina e o clembuterol.
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O salbutamol pode ser administrado por via inalatória por aerossóis ou
nebulizadores, sendo absorvido pelos pulmões, biotransformado no
fígado e excretado principalmente pelos rins. A biotransformação do
salbutamol produz o sulfato de salbutamol, um metabólito ativo que
também apresenta efeito broncodilatador, melhorando a eficácia do
medicamento.
A terbutalina pode ser administrada por via oral, subcutânea,
intramuscular ou inalatória, sendo biotransformada no fígado e
excretada principalmente pelos rins. A terbutalina é biotransformada em
um metabólito ativo chamado sulfato de terbutalina.
O clembuterol é administrado por via oral, biotransformado no fígado e
excretado pelos rins. Sua biotransformação produz metabólitos ativos,
como o 4-amino-3,5-dicloro-metilfenol.
Comentário
Os efeitos broncodilatadores do clembuterol têm sido explorados para
melhorar o desempenho físico em animais atletas. No entanto, essa
prática é considerada uma estratégia de doping e pode causar prejuízos
à saúde do animal. Nesse caso, os efeitos adversos são hipertensão
arterial, tremores musculares e arritmias cardíacas. A detecção desse
medicamento em casos de doping é possível mesmo após um certo
tempo da administração, pois ele apresenta longo período de eliminação
do organismo.
Broncodilatadores metilxantinas e
analépticos respiratórios
Broncodilatadores metilxantinas
O efeito broncodilatador das metilxantinas está relacionado à sua
capacidade de inibir as enzimas fosfodiesterases, que são responsáveis
pela degradação do AMPc, um segundo mensageiro intracelular
importante. Ao inibir a ação das fosfodiesterases, as metilxantinas
promovem um aumento da concentração de AMPc no meio intracelular.
Relembrando
O acúmulo de AMPc nas células brônquicas resulta no relaxamento do
músculo liso dos brônquios e consequente aumento do seu diâmetro,
melhorando a passagem do ar.
Associado ao efeito da melhora de passagem de ar, as metilxantinas
também atuam como antagonistas dos receptores de adenosina,
impedindo que ela desencadeie os mecanismos bioquímicos que levam
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à broncoconstrição. Isso contribui para o efeito broncodilatador
esperado.
Além do efeito broncodilatador, esses medicamentos também podem
estimular o sistema nervoso central. Como resultado, ocorre a redução
da fadiga e o aumento da capacidade de concentração e do estado de
vigília.
Por possuírem uma janela terapêutica estreita, as
metilxantinas podem provocar o aparecimento de
efeitos colaterais, como taquicardia, tremores
musculares, insônia e irritabilidade.
Entre as metilxantinas estão a teofilina, a teobromina e a cafeína. Vamos
conhecê-las um pouco mais.
A teofilina é a mais comumente utilizada na clínica médico-veterinária.
Pode ser administrada por via oral, intravenosa ou retal. Sua
biotransformação ocorre principalmente no fígado, e sua metabolização
é realizada pelos rins.
Comentário
A teofilina é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, exercendo
efeitos no SNC. Geralmente, a teofilina é encontrada associada à
etilenodiamina, formando um bloqueador de receptor histaminérgico H1
chamado aminofilina. Esse bloqueador atua impedindo que a histamina
desencadeie seus efeitos inflamatórios e, portanto, contribui para a
melhora do quadro clínico do paciente.
A teobromina é administrada por via oral, biotransformada no fígado e
excretada pelos rins. Trata-se de uma substância com potencial tóxico
para cães e gatos. Você sabe por que isso acontece?
A teobromina é tóxica para eles porque possui uma meia-vida longa e
esses animais têm dificuldade de realizar a metabolização hepática
desse medicamento. Por isso, o uso da teobromina deve ser criterioso.
Os efeitos tóxicos observados em altas doses incluem taquicardia,
excitação, hipertensão arterial, tremores musculares, hipertermia, êmese
e diarreia.
A teobromina é uma substância encontrada no cacau, por
isso o chocolate é tóxico para cães e gatos.
A cafeína é administrada por via oral ou intravenosa, sendo
biotransformada no fígado e excretada pelos rins. A biotransformação
dessa substância produz metabólitos ativos como a paraxantina (efeito
estimulante do SNC), a teobromina e a teofilina.
Os efeitos tóxicos observados em altas doses incluem taquicardia,
excitação e tremores musculares.
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Analépticos respiratórios
São medicamentos com capacidade de estimular o sistema respiratório,
utilizados para reverter a depressão respiratória causada por
anestésicos gerais e sedativos.
O doxapram é o representante dessa classe de medicamentos mais
frequentemente utilizado na clínica médico-veterinária. Seu efeito
envolve uma ação agonista dos receptores de serotonina e
noradrenalina do centro respiratório localizado no bulbo, o que resulta
no aumento da frequência respiratória e, portanto, melhor ventilação
pulmonar.
Cachorro recebendo medicamento por via intravenosa.
Esse medicamento é administrado por via intravenosa, sendo
metabolizado no fígado e eliminado via renal. Seus efeitos colaterais
incluem excitação, náusea e tosse.
Broncodilatadores e estimulantes
respiratórios
Neste vídeo, observe como atuam e quais são os efeitos esperados dos
medicamentos broncodilatadores e estimulantes respiratórios.

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Medicamentos expectorantes
A compreensão dos efeitos esperados dos medicamentos
expectorantes está diretamente relacionada à importância da produção
de muco pelas células caliciformes do epitélio respiratório para a defesa
orgânica do animal.
Esse muco é composto por:
Água (75%).
Proteínas.
Carboidratos.
Lipídios.
Material inorgânico.
O muco é rostralmente direcionado pelo movimento dos cílios presentes
nas células epiteliais pseudoestratificadas. Contudo, algumas
enfermidades contribuem para o aumento da produção e da viscosidade
desse muco, que deve ser expelido.
Rostralmente
Termo utilizado para indicar uma localização ou posição em direção à parte
frontal do corpo, em oposição à parte posterior (caudal).
Expectorantes re�exos
O mecanismo de ação dos expectorantes reflexos está relacionado ao
estímulo irritante das terminações nervosas vagais presentes na faringe,
no esôfago e no estômago, o que favorece a produção reflexa de mais
muco a fim de facilitar sua eliminação. Entre esses medicamentos estão
o iodeto de potássio, a guaifenesina e a ipecacuanha. Falaremos um
pouco mais de cada um deles.
O iodeto de potássio e a guaifenesina devem ser administrados por via
oral.
Os expectorantes re�exos praticamente não sofrem
biotransformação e são excretados por via renal.
Os efeitos colaterais do iodeto de potássio incluem desconforto
gástrico caracterizado por náusea e êmese, e hipotireoidismo por uso
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prolongado. Seu uso é contraindicado para gestantes e lactantes por
atravessar a barreira transplacentária e ser eliminado no leite,
respectivamente.
Recomendação
A guaifenesina é um derivado da lignina proveniente da madeira. Assim
como o alcatrão, que contém o creosoto (substância tóxica para gatos),
esse medicamento não deve ser administrado para pacientes dessa
espécie. Os quadros de intoxicaçãoincluem excitação, incoordenação
motora, insuficiência cardíaca e hepática, icterícia, coma e morte.
A ipecacuanha é administrada por via oral, sendo biotransformada e
excretada pelo fígado. Seus efeitos decorrem da ação da emetina,
metabólito que irrita a mucosa gástrica e ativa o centro do vômito,
promovendo a êmese. Contudo, em doses baixas pode ser utilizada
como expectorante. Seus efeitos colaterais incluem êmese, diarreia,
arritmia cardíaca e hipotensão arterial.
Expectorantes inalantes
São medicamentos utilizados por meio de nebulizadores. Embora não
seja um procedimento muito prático na clínica médico-veterinária, a
nebulização pode ser realizada com solução fisiológica de cloreto de
sódio a 0,9% ou com dióxido de carbono a 5%.
Cachorro recebendo tratamento por nebulização.
A solução fisiológica de cloreto de sódio a 0,9% age por osmose no
epitélio respiratório, diminuindo a viscosidade do muco.
Já o dióxido de carbono a 5% promove o mesmo efeito por provocar
hiperemia mucosa nos bronquíolos; além disso, por induzir os
movimentos respiratórios, auxilia na excreção do muco.
Expectorantes mucolíticos
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O efeito dos expectorantes mucolíticos está relacionado à diminuição
da viscosidade do muco, visando facilitar sua eliminação. São exemplos
de expectorantes mucolíticos a N-acetilcisteína e a bromexina. Confira a
seguir.
A N-acetilcisteína pode ser administrada por via oral ou por via
inalatória (N-acetilcisteína a 20%), sendo biotransformada no fígado por
meio de processos de acetilação e desacetilação que geram compostos
contendo enxofre (cuidado com o uso em hepatopatas), e excretada por
via renal.
Sua biotransformação resulta na cisteína, que é essencial para a síntese
de proteínas e da glutationa, que tem função antioxidante nas vias
respiratórias. Além disso, a cisteína presente nos grupos sulfidrila ajuda
a quebrar as ligações dissulfeto do muco, tornando-o menos viscoso e,
portanto, mais fácil de ser eliminado. Seus efeitos colaterais incluem
náusea, êmese, diarreia, dor abdominal e reações alérgicas.
Comentário
A N-acetilcisteína não deve ser administrada concomitantemente com
penicilinas, tetraciclinas e peróxido de hidrogênio, por inativar seus
efeitos.
A bromexina é administrada por via oral, sendo biotransformada no
fígado (processos de oxidação e conjugação) e excretada por via renal.
Sua biotransformação leva à formação do metabólito ambroxol, que
também possui atividade mucolítica. Esse medicamento é capaz de
aumentar a função lisossômica para hidrólise das fibras de
mucopolissacarídeos do muco, porém seu exato mecanismo de ação
ainda é desconhecido. Seus efeitos colaterais incluem náuseas, êmese,
diarreia e reações alérgicas.
Medicamentos descongestionantes
Anti-histamínicos
Esses medicamentos atuam como descongestionantes por bloquearem
os receptores histaminérgicos H1. Isso impede que a histamina se ligue
a esses receptores e desencadeie as reações bioquímicas que resultam
nos seus efeitos.
Os medicamentos anti-histamínicos reduzem a
resposta inflamatória, como também promovem
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vasoconstrição nas vias respiratórias, o que contribui
para a diminuição da congestão nasal.
Com base nas diferentes características farmacológicas e nos efeitos
colaterais relacionados aos medicamentos anti-histamínicos, podemos
dividi-los em duas gerações.

Primeira geração
Dimenidrinato, clorfeniramina, hidroxizina e difenidramina.

Segunda geração
Cetirizina e loratadina.
Detalharemos cada geração a seguir.
Anti-histamínicos de primeira geração
Incluem os medicamentos que apresentam efeitos de curta duração e
sedativo, causando sonolência. Isso ocorre porque eles atravessam a
barreira hematoencefálica e atuam no SNC. Além disso, esses
medicamentos possuem maior potencial de interação medicamentosa
com outros medicamentos que também atuam nessa região.
Comentário
O grupo de medicamentos anti-histamínicos de primeira geração pode
provocar efeitos anticolinérgicos, como boca seca, visão turva, retenção
urinária e constipação.
O dimenidrinato e a clorfeniramina devem ser administrados por via
oral. Esses medicamentos sofrem biotransformação hepática a partir de
reações de oxidação, hidroxilação e conjugação, sendo excretados pelos
rins. A biotransformação do dimenidrinato produz os metabólitos ativos
difenidramina e loratadina, que também possuem propriedades anti-
histamínicas.
A hidroxizina também deve ser administrada por via oral. Ela passa por
biotransformação hepática a partir de processos de oxidação e
conjugação, sendo eliminada por via renal. Sua biotransformação
produz o metabólito ativo cetirizina, que também possui propriedades
anti-histamínicas.
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Já a difenidramina pode ser administrada por via oral ou tópica. Ela
passa por biotransformação hepática a partir de processos de oxidação
e hidroxilação. Além disso, produz metabólitos inativos e é excretada
por via renal.
Anti-histamínicos de segunda geração
A cetirizina é administrada por via oral. Esse medicamento não sofre
biotransformação e é excretado pelos rins.
A loratadina também é administrada por via oral. Ela sofre
biotransformação hepática por ação do citocromo P450, formando o
metabólito ativo descarboetoxiloratadina. Nesse caso a excreção é
realizada pelo fígado.
Agonistas α1-adrenérgicos
Os medicamentos agonistas α1-adrenérgicos, como a eFEDrina e a
pseudoefedrina, possuem a capacidade de ativar esses receptores
presentes nas células musculares lisas dos vasos sanguíneos das
mucosas nasais, promovendo a liberação de noradrenalina. Ao
promover a constrição dos vasos sanguíneos das mucosas nasais, o
fluxo sanguíneo local é reduzido, o que também reduz a congestão e a
inflamação.
Recomendação
Tendo em mente que os receptores α1-adrenérgicos se encontram em
células de diversos tecidos orgânicos, com potenciais efeitos
sistêmicos não desejados (excitação, hipertensão arterial, retenção
urinária, arritmias cardíacas e outros), para que sejam alcançados
apenas os efeitos descongestionantes, deve-se administrá-los por via
tópica nasal.
A eFEDrina e a pseudoefedrina são excretadas por via renal e
biotransformadas no fígado por ação do citocromo P450. No entanto,
enquanto a biotransformação da efedrina origina metabólitos inativos, a
da pseudoefedrina produz norpseudoefedrina, um metabólito ativo que
também possui ação descongestionante.
O uso contínuo de medicamentos agonistas α1-
adrenérgicos pode estimular o desenvolvimento de
tolerância, levando à necessidade de doses cada vez
mais altas para que o mesmo efeito
descongestionante seja obtido.
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Além disso, pode ocorrer o processo de vasodilatação reativa, na qual
ocorre vasodilatação compensatória da mucosa nasal quando os
efeitos do medicamento diminuem, fazendo com que ocorra congestão
nasal mais intensa do que antes. Trata-se do efeito rebote de congestão
nasal.
Medicamentos antitussígenos
Você sabia que o reflexo da tosse é um mecanismo complexo?
Conhecer esses aspectos é fundamental para compreender o
funcionamento dos medicamentos antitussígenos. A tosse é
desencadeada pela irritação das vias aéreas, o que estimula os
receptores sensoriais locais e ativa o centro da tosse localizado no
bulbo.
Acompanhe o mecanismo da tosse no organismo.
 A ativação do centro da tosse, localizado no bulbo,
age sobre músculos inspiratórios,estimulando o
fechamento rápido da glote.
 O aumento da pressão intratorácica promove a
abertura rápida da glote seguida pela expiração
forçada.
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Nesse sentido, os medicamentos antitussígenos devem ser
administrados para diminuir a frequência e a gravidade da tosse sem
comprometer sua função de proteção.
Antitussígenos narcóticos
Esses medicamentos atuam diretamente sobre o centro da tosse. São
exemplos de antitussígenos narcóticos a codeína, a hidrocodona e o
butorfanol.
A codeína e a hidrocodona devem ser administradas por via oral. São
biotransformadas no fígado por ação do citocromo P450 e excretadas
principalmente pelos rins. Esses medicamentos são opioides que atuam
como agonistas dos receptores µ-opioides do SNC. Apesar de
diminuírem a ação do centro da tosse, podem causar efeitos colaterais
como sonolência, constipação e depressão respiratória.
O metabólito ativo da codeína é a mor�na e o da
hidrocodona é a hidromorfona.
Embora possua um mecanismo de ação parecido com o da codeína e
da hidrocodona, o butorfanol pode ser administrado por via oral,
intramuscular, intravenosa ou subcutânea. Esse medicamento é
biotransformado no fígado em metabólitos inativos, sendo excretado
principalmente pelos rins.
Comentário
Os efeitos colaterais do butorfanol são os mesmos observados no uso
da codeína e da hidrocodona, porém seus efeitos desejados duram 2
vezes mais e sua potência antitussígena é 20 vezes maior.
Antitussígenos não narcóticos
Esse tipo de antitussígeno não é muito utilizado na clínica médico-
veterinária. O dextrometorfano é o medicamento desse grupo mais
prescrito para cães e gatos, sendo administrado por via oral. Atua
diminuindo a atividade dos receptores de N-metil-D-aspartato no
 Ocorre a tosse, que é uma tentativa do organismo
de expelir as substâncias irritantes que originaram
o reflexo.
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cérebro, que estão envolvidos na transmissão de sinais de dor e na
regulação da tosse.
Gato recebendo medicação via oral.
A biotransformação desse medicamento ocorre no fígado pela ação do
citocromo P450, resultando na formação do metabólito ativo
denominado dextrorfano. A eliminação do dextrometorfano e seus
metabólitos ocorre principalmente pelos rins. Seus efeitos colaterais
são os mesmos que os provocados pelos antitussígenos narcóticos,
porém menos intensos.
Expectorantes, descongestionantes e
antitussígenos
Veja neste vídeo como atuam e quais são os efeitos esperados dos
medicamentos expectorantes, descongestionantes e antitussígenos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O uso de descongestionantes nasais é indicado para alívio de
sintomas associados a doenças respiratórias de várias etiologias,

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porém deve ser prescrito de forma criteriosa tendo em vista seus
efeitos colaterais. Assinale a alternativa que indica um efeito
colateral comum dos descongestionantes nasais anti-histamínicos.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Os descongestionantes nasais anti-histamínicos podem promover
efeitos colaterais anticolinérgicos, como boca seca, visão turva,
retenção urinária e constipação. Além disso, podem promover
sonolência e sedação por terem a capacidade de atravessar a
barreira hematoencefálica. A hipertensão arterial é um efeito
colateral associado ao uso de descongestionantes agonistas α1-
adrenérgicos.
Questão 2
Os expectorantes são medicamentos utilizados em diversas
patologias respiratórias com a finalidade de facilitar a excreção do
muco respiratório em excesso a partir de diferentes mecanismos de
ação. Sobre a ação dos diferentes tipos de medicamentos
expectorantes, pode-se afirmar que
A Aumento de apetite
B Queda de pelo
C Claudicação
D Hipertensão arterial
E Retenção urinária
A
os expectorantes reflexos promovem a
expectoração estimulando a tosse, os mucolíticos
alteram a consistência do muco, e os inalantes
tornam o muco menos viscoso por osmose.
B
os expectorantes reflexos promovem a
expectoração relaxando os músculos bronquiais, os
mucolíticos estimulam a produção de muco, e os
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Os expectorantes reflexos promovem a expectoração do muco
acumulado nas vias respiratórias a partir do estímulo dos
receptores da tosse. Os mucolíticos, por sua vez, agem quebrando
ligações moleculares do muco, o que reduz a viscosidade e facilita
a expectoração. Já os inalantes atuam por osmose, incorporando
água ao muco para diminuir a viscosidade.
3 - Fármacos que atuam no sistema digestório
inalantes reduzem a inflamação das vias
respiratórias.
C
os expectorantes reflexos promovem a
expectoração inibindo a produção de muco, os
mucolíticos aumentam a viscosidade do muco, e os
inalantes estimulam a secreção das glândulas
bronquiais.
D
os expectorantes reflexos promovem a
expectoração aumentando o volume de muco, os
mucolíticos reduzem a inflamação das vias
respiratórias, e os inalantes relaxam os músculos
bronquiais.
E
os expectorantes reflexos promovem a
expectoração dilatando as vias respiratórias, os
mucolíticos reduzem a viscosidade do muco, e os
inalantes inibem a produção de muco.
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os medicamentos que atuam no sistema
digestório, suas indicações e os efeitos esperados.
Orexígenos, protetores de mucosa,
antiespumantes e outros
Existem diversos medicamentos capazes de atuar no sistema digestório
com diferentes objetivos, por exemplo:
Estimular o apetite.
Proteger a mucosa do trato digestório.
Facilitar a eliminação de gases.
Dificultar a formação de espuma.
Diminuir a fermentação ruminal.
Estimular os movimentos gastrointestinais.
Reduzir a acidez gástrica.
Estimular ou inibir a êmese ou a defecação.
Facilitar a função hepática ou até mesmo a digestão.
Vamos conhecer esses medicamentos a seguir!
Medicamentos orexígenos ou
orexigênicos
São aqueles utilizados para estimular o apetite.
As vitaminas do complexo B, especialmente a
piridoxina (B6), podem auxiliar a estimular o apetite
porque estão relacionadas à produção de serotonina,
um neurotransmissor que atua sobre os centros da
fome e da saciedade no hipotálamo.
Já a ciproeptadina e a buclizina são anti-histamínicos H1 e
antiserotoninérgicos 5-HT2, que atuam bloqueando os receptores de
histamina e de serotonina no SNC. O bloqueio dos receptores
serotoninérgicos 5-HT2 por esses medicamentos tem efeito orexígeno.
Esses medicamentos sofrem biotransformação principalmente no
fígado e são excretados pelos rins.
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Alguns benzodiazepínicos são capazes de inibir o centro da saciedade,
estimulando o apetite, como o diazepam em gatos.
Medicamentos protetores de mucosa
O termo “protetor de mucosa” é utilizado de forma geral para distinguir
os medicamentos que têm o efeito de recobrir a mucosa. Contudo,
existe uma diferenciação. Observe!
Medicamentos
protetores de mucosa
Atuam nos intestinos.
Medicamentos
demulcentes
Atuam na porção pré-
diafragmática do trato
digestório e no
estômago.
Além desses, os adsorventes são utilizadoscom a mesma finalidade.
Eles se ligam a substâncias irritativas ou tóxicas, impedindo sua ação
sobre a mucosa.
Entre os protetores de mucosa e demulcentes estão a sacarose, a
lactose, o mel, a gelatina, a albumina, o ágar e alguns fitoterápicos
(Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolia). Já entre os adsorventes mais
utilizados está o carvão ativado.
Medicamentos antiespumantes
São aqueles medicamentos que promovem uma ação física sobre os
líquidos digestivos, alterando sua tensão superficial.
A alteração da tensão superficial dos líquidos
digestivos impede a formação de bolhas gasosas no
trato gastrointestinal ou rompe as bolhas já formadas,
facilitando sua eliminação por eructações ou flatos.
Esses medicamentos também são conhecidos como antiflatulentos ou
antifiséticos, sendo os mais utilizados na medicina veterinária a
dimeticona e a simeticona. Eles são administrados por via oral,
praticamente não são absorvidos e são eliminados nas fezes.
Um outro antiespumante utilizado na clínica médico-veterinária em
casos de timpanismo espumoso de bovinos é o acetiltributil,

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administrado via ruminal.
Timpanismo espumoso de bovinos
Distúrbio digestório provocado por manejo alimentar incorreto. Nesse
quadro, ocorre um aumento da tensão superficial do líquido ruminal,
causando a formação e persistência de bolhas gasosas no rúmen. O
acúmulo de gases provoca a distensão e a contração intensa do rúmen,
resultando em um quadro clínico grave que pode levar o animal a óbito.
Outros medicamentos
Ainda temos os medicamentos antifermentativos (ou antizimóticos) que
são utilizados para evitar o excesso de fermentação da celulose em
ruminantes e equinos.
Em ruminantes, são administrados via ruminal o óleo ou essência de
terebintina associada ao óleo de linhaça.
Pró-cinéticos, eméticos,
antieméticos, constipantes e outros
Medicamentos pró-cinéticos
Entre os fármacos pró-cinéticos estão a metoclopramida e a
domperidona. Eles atuam como agonistas dos receptores de dopamina
D2 e como antagonistas dos receptores de serotonina 5-HT3 no SNC e
no trato gastrointestinal, aumentando a motilidade gastrointestinal e
relaxando o cárdia, o que acelera o esvaziamento gástrico. Sua
biotransformação ocorre no fígado pelo citocromo P450 e sua excreção
se dá principalmente pelos rins.
Medicamentos eméticos
Esses medicamentos podem ter ação irritativa ou central. Observe!
Eméticos de ação irritativa
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Irritam a mucosa gástrica e estimulam a êmese. São medicamentos
administrados por via oral.
Eméticos de ação central
Agem sobre receptores da zona deflagradora de quimiorreceptores
(ZDQ) e/ou do centro do vômito, localizado no tronco encefálico.
São eméticos de ação irritativa sulfato de cobre 1%, sulfato de zinco,
ipecacuanha e peróxido de hidrogênio a 3%.
Alguns exemplos de eméticos de ação central são a apomorfina e
xilazina. A apomorfina é agonista de receptores dopaminérgicos
presentes na zona deflagradora de quimiorreceptores (ZDQ), o que
estimula o centro do vômito. Já a xilazina é agonista dos receptores α2-
adrenérgicos presentes na ZDQ e no centro do vômito. Pode ser
administrada por via intramuscular ou subcutânea.
Os medicamentos eméticos são contraindicados para
roedores, coelhos, ruminantes e equinos, pois eles não
são capazes de vomitar.
Medicamentos antieméticos
Ao contrário dos medicamentos eméticos, que têm como objetivo
induzir o vômito, os antieméticos são utilizados para evitar ou reduzir a
ocorrência de êmese. A escopolamina é um exemplo de antiemético.
Comentário
A escopolamina atua como um antagonista competitivo dos receptores
muscarínicos de acetilcolina. Essa ação bloqueia os efeitos da
acetilcolina nos receptores muscarínicos, causando efeitos
anticolinérgicos, como o relaxamento muscular e a redução da
motilidade do trato gastrointestinal. A biotransformação desse
medicamento ocorre no fígado e a excreção ocorre pela urina.
A metoclopramida e a domperidona também possuem efeitos
antieméticos, pois são capazes de bloquear os receptores
dopaminérgicos da ZDQ.
A ondansetrona, a dolasetrona, a granisetrona, a tropisetrona e a
palonosetrona, por sua vez, são antagonistas dos receptores da
serotonina 5 -HT3 da ZDQ, tendo efeito mais específico.
Um outro antiemético comumente utilizado é o maropitanto, que atua
como antagonista de receptores de neurocinina -1 (NK1). Ele impede a
ligação da substância P, aos receptores NK1, proporcionando um efeito
antiemético.
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Medicamentos constipantes ou
antidiarreicos
Esses medicamentos atuam de duas formas.

Deprimindo a motilidade intestinal, como a escopolamina.

Diminuindo a irritação da mucosa intestinal, como protetores de
mucosa.
A loperamida é um opioide que apresenta ação antidiarreica devido à
sua interação com os receptores opioides presentes na mucosa
intestinal. Com isso, é inibida a liberação de acetilcolina e de
prostaglandinas, o que reduz a secreção intestinal e os movimentos
peristálticos, além de aumentar o tônus do esfíncter anal.
Esse medicamento é biotransformado e excretado pelo fígado, não
sendo capaz de atravessar a barreira hematoencefálica.
O elixir paregórico é um opioide que já foi bastante utilizado como
antidiarreico, mas teve seu uso reduzido por causa dos seus efeitos no
SNC.
Outros medicamentos
Quanto aos efeitos que produz, os medicamentos catárticos, purgantes
ou laxantes podem atuar de diferentes formas, veja a seguir.
 Emolientes
Lubri�cam e amolecem as fezes.
São exemplos de medicamentos emolientes os
óleos vegetais e minerais.
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Os medicamentos laxantes são aqueles que favorecem a eliminação
das fezes mantendo sua consistência normal, já os purgantes as tornam
amolecidas.
Agentes que atuam no sistema
digestório
Neste vídeo, entenda o mecanismo de ação, a biotransformação e a
excreção dos medicamentos que atuam no sistema digestório.
 Formadores massa
São substâncias não absorvidas que exercem efeito
osmótico na luz intestinal, amolecendo as fezes.
São exemplos de medicamentos formadores de
massa os farelos.
 Osmóticos
São substâncias lentamente absorvidas que
exercem efeito osmótico na luz intestinal,
amolecendo as fezes.
São exemplos de medicamentos osmóticos os sais
de magnésio e de sódio, lactulose, glicerina e
sorbitol.
 Irritantes
Têm ação irritante.
É exemplo de medicamento irritante o óleo de
rícino.

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Eupépticos, hepatoprotetores e
antiácidos
Medicamentos eupépticos
São medicamentos que favorecem a atividade digestiva, confira alguns
deles.
 Enzimas digestivas
Estimulam a digestão de lipídeos e proteínas
Entre os exemplos de enzimas digestivas, as mais
utilizadas são a pancreatina e a pancreolipase, que
auxiliam na digestão de lipídeos e proteínas por
conterem amilase, tripsina e lipase; e a pepsina, que
auxilia na digestão de proteínas.
 Coleréticos
Estimulam a secreção de bile.
São exemplos de medicamentos coleréticos os
ácidos e sais biliares, a boldina e a cinarina.
 Colicinéticos
Estimulam a contração da vesícula biliar e a
liberação da bile.
São exemplos de medicamentos colicinéticos os
extratos de mucosa duodenal, o sulfato de
é i bit l
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