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SAÚDE DA MULHER ABORTAMENTO Docente: Enfª Thacyana Carvalho Cametá 2024 ASPECTOS CONCEITUAIS O Ministério da Saúde do Brasil define abortamento como a interrupção da gestação até a 20ª ou 22ª semana de idade gestacional (IG) ou com o produto da concepção pesando menos que 500 gramas. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o abortamento é entendido como a perda do concepto com até 22 semanas de IG ASPECTOS CONCEITUAIS O abortamento pode ser classificado em precoce ou tardio. PRECOCE 12 semanas de IG, é chamado de abortamento precoce: 80% dos abortamentos espontâneos; As anormalidades cromossômicas 50%; Insuficiência lútea, o uso de álcool, fumo e outras drogas, além da presença de doenças sistêmicas. TARDIO Ocorre no segundo trimestre de gestação; Causas maternas; Idade materna avançada e a paridade, a obesidade, as anomalias uterinas congênitas, as infecções maternas, a insuficiência istmo-cervical e os estados trombótico. ASPECTOS CONCEITUAIS Abortamento espontâneo A conduta a ser adotada pela unidade de saúde que atende à mulher nessa situação depende da classificação do tipo de abortamento espontâneo. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO O processo de enfermagem nos abortamentos deve incluir um levantamento adequado do histórico da mulher, priorizando a história obstétrica e da gestação atual. Acolhimento de enfermagem Acolher a mulher, desde sua chegada à unidade de saúde, responsabilizando-se por ela, ouvindo suas queixas; Orientar e preparar a paciente para consulta médica; Explicar a conduta de acordo com o tipo de aborto; Apoiar. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO Assistência de enfermagem Em caso de internamento, explicar os motivos a mulher; Orientar e preparar a mulher para a realização de aspiração manual intra-uterina (AMIU) ou curetagem uterina; Orientar e preparar a mulher para o uso de dilatadores (misoprostol) por via vaginal ou infusão endovenosa de ocitocina; Preparar a paciente para realização de exames de sangue, infusões parenterais, hemotransfusão, e para a antibioticoterapia de largo espectro; ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO Assistência de enfermagem Ambulatorial Deve-se informar à mulher que sua fecundidade poderá ser restabelecida antes do aparecimento de nova menstruação; Orientar abstinência sexual enquanto existir sangramento; Esclarecer, orientar e ofertar a mulher e ao seu companheiro métodos anticoncepcionais; Oferecer, estimular e intervir para o seguimento psicológico nos casos de alteração emocional/sexual e encaminhar ao serviço social se identificar problema econômico/social. ABORTAMENTO INSEGURO Em contraponto, muitas gestações são interrompidas por decisão pessoal da mulher, sendo induzidos por ela ou realizados em condições inseguras. 22 milhões de abortamentos inseguros são realizados no mundo anualmente (OMS, 2013). ABORTAMENTO INSEGURO No Brasil, o MS estima a ocorrência de mais de um milhão de abortamentos inseguros ao ano. Em função desse cenário, o abortamento é uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil e no mundo. Provocam em torno de 47 mil mortes de mulheres por ano no mundo ASPECTOS LEGAIS E ÉTICOS No Brasil, o Artigo 128 do Código Penal de 1940 prevê o abortamento legalizado nas seguintes situações: Gravidez resultante de estupro ou outra forma de violência sexual; Quando existe risco de morte da mulher/mãe. Malformação fetal com inviabilidade de vida extrauterina. ASPECTOS LEGAIS E ÉTICOS É importante destacar que o Artigo nº 28 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem prevê que é proibido aos membros da equipe de Enfermagem provocar o abortamento ou cooperar em prática destinada à interrupção de uma gestação, exceto nos casos previstos em Lei. Contudo, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo legal. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO Respeito aos princípios fundamentais da Bioética: Autonomia: decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida; Beneficência: maximizar o benefício e minimizar o dano; Não maleficência: a ação deve sempre causar o menor prejuízo à paciente, reduzindo os efeitos adversos ou indesejáveis de suas ações; Justiça: atuar com imparcialidade, evitando que aspectos sociais, culturais, religiosos, morais ou outros interfiram na relação com a mulher. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO Norma Técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento, no qual recomenda a inclusão dos seguintes elementos essenciais: Rede integrada com a comunidade e com os prestadores de serviço para a prevenção das gestações indesejadas e do abortamento inseguro; Acolhimento e orientação para responder às necessidades de saúde mental e física das mulheres; Atenção clínica adequada ao abortamento e suas complicações, segundo referenciais éticos, bioéticos e legais. • Oferecimento de serviços de planejamento reprodutivos às mulheres após o abortamento, inclusive para aquelas que desejam uma nova gestação. Integração com outros serviços de atenção integral à saúde e de inclusão social das mulheres. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO É fundamental reconhecer que a qualidade da atenção às mulheres em situação de abortamento envolve aspectos relativos à sua humanização image1.png image2.png image3.jpeg image4.png image5.png image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg