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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 2 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO .............................................. 5 2.1 Divisão somática do sistema nervoso. (TORTORA, 2016) .......... 6 2.2 Divisão autônoma do sistema nervoso (TORTORA, 2016) ......... 6 2.3 Sistema nervoso central – SNC .................................................. 8 2.4 Sistema nervoso periférico – SNP ............................................... 9 2.5 Neurônios .................................................................................. 11 2.6 Nervos cranianos ...................................................................... 14 3 FISIOLOGIA DO SNA ...................................................................... 16 3.1 Tônus autônomo (TORTORA, 2016) ......................................... 17 3.2 Respostas simpáticas (TORTORA,2016) .................................. 17 3.3 Respostas parassimpáticas (TORTORA,2016) ......................... 18 4 EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS ................................................. 19 4.1 Acidente vascular encefálico/cerebral (AVE/AVC) .................... 20 4.2 Epilepsia .................................................................................... 25 4.3 Doença de Alzheimer DA (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) ..... 31 4.4 Aneurisma ................................................................................. 34 4.5 Traumatismo crânio encefálico .................................................. 37 5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM NEUROLOGIA ................. 40 5.1 Assistência de enfermagem em AVE hemorrágico (BRUNNER & SUDDARTH,2015) ........................................................................................ 41 5.2 Assistência de Enfermagem no Acidente vascular encefálico isquêmico (BRUNNER & SUDDARTH,2015) ............................................... 46 5.3 Assistência de Enfermagem em Aneurisma intracraniano (BRUNNER & SUDDARTH,2015) ................................................................ 53 3 5.4 Traumatismo cranioencefalico (BRUNNER & SUDDARTH,2015) 58 5.5 Elevação da PIC – Pressão Intracraniana (BRUNNER & SUDDARTH,2015) ........................................................................................ 63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 71 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO Fonte: mundoeducacao.uol.com.br O sistema nervoso permite que o corpo reaja a modificações contínuas dos ambientes interno e externo. Também controla e integra as várias atividades do corpo, como a circulação e a respiração. (MOORE, 2014) Ele é o sistema maestro de controle e de comunicação do organismo. Todo pensamento, ação e emoção refletem a sua atividade. Suas células se comunicam por sinais elétricos e químicos, os quais são rápidos e específicos, em geral provocando respostas quase que imediatas. (MARIEB, 2008) O sistema nervoso possui três funções que se sobrepõem: (MARIEB, 2008) Utiliza seus milhões de receptores sensoriais para monitorar as mudanças que ocorrem dentro e fora do corpo. A informação coletada é denominada entrada sensorial. Processa e interpreta as entradas sensoriais e decide o que deve ser feito naquele momento - um processo chamado integração. Promove uma resposta chamada saída motora pela ativação de órgãos efetores. Por exemplo, quando você está dirigindo e vê uma luz vermelha à sua frente (entrada sensorial), seu sistema nervoso 6 integra esta informação (luz vermelha significa "parar") e seus pés vão para o freio (saída motora). O sistema nervoso é dividido estruturalmente em sistema nervoso central (SNC), que é formado pelo encéfalo e medula espinal, e pelo sistema nervoso periférico (SNP), que é formado pelo restante do sistema nervoso que não pertence ao SNC. Funcionalmente, ele é dividido em divisão somática do sistema nervoso - DSSN e divisão autônoma do sistema nervoso - DASN. (MOORE, 2014) 2.1 Divisão somática do sistema nervoso. (TORTORA, 2016) A divisão somática do sistema nervoso é formada por neurônios sensitivos e neurônios motores. Os neurônios sensitivos transmitem aferências de receptores para os sentidos somáticos (sensibilidades táteis, térmicas, dolorosas e proprioceptivas e para sentidos especiais (visão, audição, gustação, olfato e equilíbrio. Todos esses sentidos são, de modo geral, percebidos conscientemente. Por outro lado, os neurônios motores somáticos inervam os músculos esqueléticos – os efetores da divisão somática do sistema nervoso – e geram movimentos reflexos e voluntários. Quando um neurônio motor somático estimula um músculo, ele se contrai; o efeito é sempre de excitação. Se os neurônios motores somáticos interrompem a estimulação muscular, o resultado é um músculo paralisado e sem tônus. Embora o processo de respiração não seja consciente em sua maior parte, os músculos responsáveis pelos movimentos ventilatórios também são músculos esqueléticos controlados por neurônios motores somáticos. Se os neurônios motores respiratórios ficam inativos, a respiração para. Alguns músculos esqueléticos, como os existentes na orelha interna, são controlados por reflexos e não podem ser contraídos voluntariamente. 2.2 Divisão autônoma do sistema nervoso (TORTORA, 2016) A principal aferência para o SNA é fornecida pelos neurônios sensitivos autônomos (viscerais). Eles estão associados principalmente com 7 interoceptores, receptores sensitivos localizados nos vasos sanguíneos, órgãos viscerais, músculos, e sistema nervoso que monitoram as condições do ambiente interno. Exemplos de interoceptores são os quimiorreceptores que monitoram os níveis sanguíneos de CO2 e os mecanorreceptores que detectam o grau de estiramento da parede de órgãos ou vasos sanguíneos. Ao contrário dos estímulos desencadeados pelo perfume de uma flor, por uma linda pintura ou por uma deliciosa refeição, estes sinais sensitivos não são percebidos, na maioria das vezes, de modo consciente, embora a ativação intensa destes receptores possa gerar sensações conscientes. Dois exemplos disso são as sensações dolorosas secundárias a lesões em órgãos viscerais e a angina de peito (dor torácica) causada pela diminuição do fluxo sanguíneo para o coração. Outras aferências que exercem influência no SNA incluem algumas sensações monitoradas por alguns neurônios sensitivos somáticos e especiais. Por exemplo, a dor pode causar mudanças drásticas em algumas atividades autônomas. Os neurônios motores autônomos regulamas funções viscerais por meio do aumento (excitação) ou da diminuição (inibição) das atividades executadas pelos tecidos efetores – músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas. Mudanças no diâmetro das pupilas, dilatação ou constrição de vasos sanguíneos e ajustes da frequência e da força dos batimentos cardíacos são exemplos de respostas motoras autônomas. Ao contrário do músculo esquelético, os tecidos inervados pelo SNA geralmente continuam funcionando mesmo que haja um dano a sua rede nervosa. Por exemplo, o coração continua a bater quando ele é removido de uma pessoa para ser transplantado; o músculo liso da parede do sistema digestório mantém contrações rítmicas independentes; e algumas glândulas produzem secreções na ausência de controle do SNA. 8 2.3 Sistema nervoso central – SNC Fonte: todamateria.com.br O sistema nervoso central (SNC) consiste no encéfalo e na medula espinal, que ocupam a cavidade dorsal do corpo. Ele é o centro de integração e comando do sistema nervoso. O SNC interpreta as entradas sensoriais e ordena as respostas motoras, baseado em experiências passadas, nos reflexos e nas condições do momento. (MARIEB, 2008) O encéfalo está contido dentro da caixa craniana e possui inúmeras camadas, que circundam cavidades preenchidas por líquido cerebrospinal. A medula está inserida no canal vertebral, ao longo da coluna. O núcleo é um conjunto de corpos de células nervosas no SNC. Um feixe de fibras nervosas (axônios) no SNC que une núcleos vizinhos ou distantes do córtex cerebral é um trato. O encéfalo e a medula espinal são formados por substância cinzenta e substância branca. Os corpos dos neurônios situam-se na parte interna e constituem a substância cinzenta; os sistemas de tratos de fibras interconectantes formam a substância branca. (MOORE, 2014) Três camadas membranosas — pia-máter, aracnoide-máter e dura-máter — formam, juntas, as meninges. As meninges e o líquido cerebrospinal (LCS) circundam e protegem o SNC. O encéfalo e a medula espinal são revestidos em sua superfície externa pela meninge mais interna, um revestimento delicado e transparente, a pia-máter. O LCS está localizado entre a pia-máter e a aracnoide- 9 máter. Externamente à pia-máter e à aracnoide-máter está a dura-máter espessa e rígida. A dura-máter do encéfalo está relacionada com a face interna do osso do neurocrânio adjacente; a dura-máter da medula espinal é separada do osso adjacente da coluna vertebral por um espaço extradural cheio de gordura. (MOORE, 2014) 2.4 Sistema nervoso periférico – SNP Fonte: LAZZARETTI,2019 O sistema nervoso periférico (SNP) parte do sistema nervoso fora do SNC e é formado principalmente por nervos (feixes de axônios) que emergem do encéfalo e da medula espinal. Nervos espinais transportam impulsos para a medula espinal e desta para a periferia; nervos cranianos carregam impulsos 10 para o encéfalo e deste para a periferia. Esses nervos atuam como linhas de comunicação que unem todas as partes do corpo ao SNC. (MARIEB, 2008) A divisão sensorial do SNP é responsável pelas sensações, que se tratam de estímulos feitos sobre receptores sensoriais, distribuídos na periferia do corpo. Elas são transmitidas por neurônios aferentes até o SNC, no qual se conscientizam em forma de percepção, que faz a atribuição de significado a elas e determina como você responde aos estímulos. (SILVA, 2019) A forma como o encéfalo recebe informações é chamada de sentido, que se divide em gerais e especiais. Os sentidos gerais são mais abrangentes, porque ocorrem devido aos receptores espalhados por boa parte do corpo e se classificam em somáticos, os quais incluem tato, pressão, temperatura, dor e propriocepção, fornecendo basicamente informações sensoriais do corpo e ambiente; e viscerais, que trazem informações sobre os órgãos internos, principalmente sensações de dor e pressão. (SILVA, 2019) O sistema nervoso periférico é organizado em nervos que unem a parte central às estruturas periféricas. Uma fibra nervosa é formada por um axônio, seu neurolema, e circunda o tecido conjuntivo endoneural. O neurolema é formado pelas membranas celulares das células de Schwann que circundam imediatamente o axônio, separando-o de outros axônios. No sistema nervoso periférico o neurolema pode assumir duas formas, criando duas classes de fibras nervosas: (MOORE, 2014) I. O neurolema das fibras nervosas mielínicas é formado pelas células de Schwann específicas de um axônio, organizadas em uma série contínua de células de revestimento que formam a mielina II. O neurolema das fibras nervosas amielínicas é composto de células de Schwann que não formam uma série aparente; há vários axônios incorporados separadamente ao citoplasma de cada célula. Essas células de Schwann não produzem mielina. A maioria das fibras nos nervos cutâneos (nervos responsáveis pela sensibilidade cutânea) é amielínica. Um nervo consiste em: (MOORE, 2014) Um feixe de fibras nervosas fora do SNC (ou um “feixe de fibras reunidas”, ou fascículos, no caso de um nervo maior) 11 Revestimento de tecido conjuntivo que circunda e une as fibras nervosas e os fascículos e Vasos sanguíneos (vasa nervorum) que nutrem as fibras nervosas e seus revestimentos. Fonte: todamateria.com.br 2.5 Neurônios Os bilhões de neurônios, também chamados de células nervosas, são as unidades estruturais do sistema nervoso. São células altamente especializadas que conduzem mensagens na forma de impulsos nervosos de uma parte do corpo para outra. Além desta habilidade de conduzir impulsos nervosos, os neurônios possuem algumas outras características especiais (MARIEB, 2008) Eles têm extrema longevidade. Com boa nutrição, podem funcionar otimamente por um longo período (acima de 100 anos). Eles não possuem capacidade de divisão mitótica. Quando os neurônios assumem seus papéis como elo de comunicação do sistema nervoso, eles perdem sua capacidade de divisão celular. Paga-se um alto preço por essa característica neuronal, uma vez que eles não podem ser substituídos quando destruídos. Há exceções a esta regra. Por exemplo, o epitélio olfatório e algumas regiões hipocampais possuem células-tronco com capacidade de 12 se diferenciarem em novos neurônios ao longo da vida. (O hipocampo é uma região encefálica envolvida com a memória.) Eles apresentam uma taxa metabólica excepcionalmente alta e necessitam de um contínuo e abundante suprimento de oxigênio e glicose. Os neurônios não podem sobreviver por mais de poucos minutos sem oxigênio. Um neurônio é formado por um corpo celular com prolongamentos denominados dendritos e um axônio, que conduzem os impulsos que entram e saem do corpo celular, respectivamente. A mielina, camadas de lipídios e substâncias proteicas formam uma bainha de mielina ao redor de alguns axônios, propiciando grande aumento da velocidade de condução do impulso. A maioria dos neurônios do sistema nervoso (e do sistema nervoso periférico, em especial) pertence a dois tipos: (MOORE, 2014) Neurônios motores multipolares: têm dois ou mais dendritos e um axônio, que pode ter um ou mais ramos colaterais. São o tipo mais comum de neurônio no sistema nervoso (SNC e SNP). Todos os neurônios motores que controlam o músculo esquelético e aqueles que formam a DASN são neurônios multipolares Neurônios sensitivos pseudounipolares: têm um prolongamento curto, aparentemente único (mas, na verdade, duplo) que se estende a partir do corpo celular. Esse processo comum divide-se em um prolongamento periférico, que conduz impulsos do órgão receptor (tato, dor ou sensores térmicos na pele, por exemplo) em direção ao corpo celular, e um prolongamento central que vai do corpo celular até o SNC. Os corpos celulares dos neurônios pseudounipolares estão situados fora do SNC nosgânglios sensitivos e, portanto, fazem parte do SNP. 13 Fonte: MOORE, 2014 Cada parte do SNA tem dois neurônios motores. O primeiro neurônio em qualquer via motora autônoma é chamado de neurônio pré-ganglionar. Seu corpo celular está localizado no encéfalo ou na medula espinal; seu axônio sai do SNC como parte de um nervo craniano ou espinal. O axônio de um neurônio pré-ganglionar é uma fibra B mielinizada de diâmetro pequeno que geralmente se estende até um gânglio autônomo, onde faz sinapse com um neurônio pós- ganglionar, o segundo neurônio em uma via motora autônoma. Note que o neurônio pós-ganglionar se encontra totalmente fora do SNC. Seu corpo celular e seus dendritos estão dentro de um gânglio autônomo, onde fazem sinapses com um ou mais neurônios pré-ganglionares. (TORTORA, 2016) O axônio de um neurônio pós-ganglionar é uma fibra tipo C não mielinizada de diâmetro pequeno que termina em um efetor visceral. Desse modo, os neurônios pré-ganglionares transmitem impulsos nervosos do SNC para os gânglios autônomos, e os neurônios pós-ganglionares enviam impulsos dos gânglios autônomos para os efetores viscerais. (TORTORA, 2016) 14 Fonte: TORTORA, 2016 2.6 Nervos cranianos O encéfalo e a medula espinal fazem parte do SNC e o SNP inclui todo o tecido nervoso fora do SNC, isto é, os nervos cranianos e seus ramos, os nervos espinais e seus ramos e os gânglios nervosos, que são aglomerados de corpos neuronais. Os nervos cranianos e os nervos espinais têm conexões com o SNC, levando impulsos nervosos sensitivos da periferia da cabeça e do corpo, incluindo sensações internas e externas para áreas ou regiões específicas encefálicas. Quando se tratam de informações do corpo, estas são levadas por nervos espinais por meio da medula espinal até o encéfalo. Esses mesmos 15 nervos cranianos e espinais também conduzem impulsos nervosos que partem de áreas motoras encefálicas para a contração da musculatura lisa e esquelética da cabeça e do corpo. (AUGUSTA, 2018) Quanto aos nervos cranianos, existem nervos somente sensitivos, nervos somente motores e nervos mistos, que podem conduzir informações sensoriais e também propagar os impulsos nervosos de comandos motores. Já todos os nervos espinais são essencialmente sensitivos e motores ao mesmo tempo. Quando se trata de nervos relacionados aos sentidos especiais, que são a visão, o olfato, a audição e a gustação, dizemos que suas funções são sensitivas especiais. (AUGUSTA, 2018) 16 Fonte: neurologiahu.ufsc.br 3 FISIOLOGIA DO SNA Fonte: br.pinterest.com 17 O sistema nervoso autônomo atua como regulador das funções neurovegetativas, cujo controle é involuntário, como, por exemplo, os sistemas cardiovascular, respiratório, renal, endócrino e digestório. Esse sistema apresenta um importante papel em manter a homeostase a cada momento diante de diferentes situações e desafios ambientais, podendo ser separado em simpático e parassimpático. (ANTUNES, 2018) 3.1 Tônus autônomo (TORTORA, 2016) Como ressaltado previamente, a maior parte dos órgãos do corpo recebe inervação de ambas as partes do SNA, que geralmente provocam efeitos antagônicos. O equilíbrio entre a atividade das partes simpática e parassimpática, conhecido como tônus autônomo, é regulado pelo hipotálamo. De modo geral, quando o hipotálamo aumenta os tônus simpático, ele diminui o parassimpático e vice-versa. As duas partes podem afetar os órgãos de maneiras distintas porque seus neurônios pós-ganglionares liberam neurotransmissores diferentes e seus órgãos efetores apresentam diferentes receptores adrenérgicos e colinérgicos. Algumas poucas estruturas recebem inervação apenas simpática – glândulas sudoríferas, músculos eretores dos pelos ligados a folículos pilosos na pele, os rins, o baço, a maioria dos vasos sanguíneos e as medulas das glândulas suprarrenais. Nestas estruturas, não há respostas antagônica da parte parassimpática. Mesmo assim, enquanto um aumento do tônus simpático produz um determinado efeito, a diminuição desse tônus produz o efeito oposto. 3.2 Respostas simpáticas (TORTORA,2016) Durante estresses físicos ou emocionais, a parte simpática domina a parassimpática. Um tônus simpático elevado favorece funções corporais que permitem a realização de atividades físicas vigorosas e a produção rápida de ATP. Ao mesmo tempo, a parte simpática diminui a atividade das funções corporais relacionadas com o armazenamento de energia. Além do exercício físico, várias emoções – como o medo, a vergonha ou a raiva – estimulam a parte simpática. A visualização das mudanças corporais que acontecem durante 18 as “situações E”, como exercício, emergência, excitação e embaraço, ajudará você a lembrar da maioria das respostas simpáticas. A ativação da parte simpática e a liberação de hormônios pelas medulas das glândulas suprarrenais promovem uma série de respostas fisiológicas conhecidas como resposta de luta ou fuga, que inclui os seguintes efeitos: Dilatação das pupilas Aumento da frequência cardíaca, da força de contração do músculo cardíaco e da pressão arterial As vias respiratórias se dilatam, permitindo um movimento mais rápido do ar para dentro e para fora dos pulmões Constrição dos vasos sanguíneos que irrigam os rins e o sistema digestório, diminuindo o fluxo sanguíneo para estes tecidos. Isto resulta em diminuição da produção de urina e das atividades digestórias, que não são importantes durante a prática de exercícios físicos Dilatação de vasos sanguíneos que irrigam órgãos acionados durante um exercício ou uma fuga – músculos esqueléticos, músculo cardíaco, fígado e tecido adiposo – possibilitando maior fluxo sanguíneo para estes tecidos Estimulação da glicogenólise (decomposição do glicogênio em glicose) no fígado e da lipólise (decomposição de triglicerídios em ácidos graxos e glicerol) nas células do tecido adiposo Liberação de glicose pelo fígado, aumentando seus níveis sanguíneos Inibição dos processos que não são essenciais durante o enfrentamento de uma situação estressora. Por exemplo, os movimentos da musculatura do sistema digestório e a produção de secreções digestórias diminuem ou até param. 3.3 Respostas parassimpáticas (TORTORA,2016) Ao contrário da resposta de luta ou fuga da parte simpática, a parte parassimpática estimula as respostas de repouso e digestão. As respostas parassimpáticas permitem que as funções corporais conservem e restaurem energia durante períodos de descanso ou recuperação. Nos intervalos entre 19 períodos de exercício, os impulsos parassimpáticos que estimulam as glândulas digestivas e os músculos lisos do sistema digestório superam os impulsos simpáticos. Ao mesmo tempo, as respostas parassimpáticas diminuem a funções corporais relacionadas com a atividade física. Cinco atividades estimuladas principalmente pela parte parassimpática são a salivação, o lacrimejamento, a micção, a digestão e a defecação. Além destas atividades, existem três respostas conhecidas como as “três diminuições”: da frequência cardíaca, do diâmetro das vias respiratórias (broncoconstrição) e do diâmetro das pupilas (meiose). 4 EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS Fonte: irp-cdn.multiscreensite.com A clínica dos pacientes com lesão cerebral centra-se na neurologia e na neuropsicologia. Porém, não se deve reduzir seu atendimento somente aos aspectos relacionados à lesão, pois além dos aspectos das perdas cerebrais, motoras e cognitivas, ela também abrange uma experiência subjetiva transformadora e até traumática. Tais aspectos apresentam-se profundamente interligados. (WINOGRAD et al 2008) 20 Alteração súbita ou sub-aguda (de algumas horas a poucos dias) de nível de consciência como sonolência forte e confusão mental também podem estar associadas a condiçõesgraves e precisam de avaliação hospitalar. 4.1 Acidente vascular encefálico/cerebral (AVE/AVC) Fonte: rsaude.com.br Junto com o Infarto Agudo do Miocárdio é a doença que mais mata no Brasil e que mais causa incapacidade no mundo. Popularmente é chamada de “derrame cerebral”. É como um infarto que ocorre no cérebro quando o suprimento de sangue é interrompido ou drasticamente reduzido. Ou, então, quando um vaso sanguíneo se rompe, causando uma hemorragia cerebral. O AVC decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico: (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: responsável por 80% dos casos de AVC. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais); 55929 Realce 21 Fonte: enfermagemflorence.com.br Acidente vascular hemorrágico: o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõe a meninge). Como consequência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC é mais grave e tem altos índices de mortalidade. Fonte: drauziovarella.uol.com.br 22 1) Sintomas e sinais de alerta (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: Dor de cabeça muito forte, de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômitos; Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo; Paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar); Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz; Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos. Outros sintomas do acidente vascular isquêmico são: tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação. Os ataques isquêmicos podem manifestar-se também com alterações na memória e na capacidade de planejar as atividades diárias, bem como a negligência. Neste caso, o paciente ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e auditiva para o lado normal, em detrimento do afetado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) Aos sintomas do acidente vascular hemorrágico intracerebral podem-se acrescer náuseas, vômito, confusão mental e, até mesmo, perda de consciência. O acidente vascular hemorrágico, por sua vez, comumente é acompanhado por sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e na frequência respiratória e, eventualmente, convulsões. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) 2) Fatores de risco: Hipertensão; Diabetes; Tabagismo; Consumo frequente de álcool e drogas; Estresse; Colesterol elevado; Doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias; Sedentarismo; 23 Doenças do sangue. Existem fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral e que são inerentes à vida humana, como o envelhecimento. Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC. Características genéticas, como pertencer a raça negra, e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC. Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) 3) Diagnóstico e tratamento No caso de AVEs, é de extrema importância que os primeiros sinais e sintomas que surgem após o início da obstrução ou hemorragia sejam reconhecidos e não sejam ignorados. Qualquer pessoa que apresentar o conjunto de sintomas característicos deve ser encaminhada imediatamente a um hospital, ou o sistema de atendimento médico de urgência pode ser acionado, para atendimento médico urgente. A rapidez no atendimento de um paciente que esteja sofrendo de AVE é crucial para reduzir a extensão dos danos e salvar a vida dessa pessoa (BRASIL, 2020; HAUSER; JOSEPHSON, 2015 apud RAHMEIER, 2020). Os primeiros sinais podem ser declínios cognitivos, que são mais graves em casos de AVE hemorrágico. Além dos sinais apresentados a seguir, podem ocorrer náusea, vômito e grande aumento da pressão arterial (BRASIL, 2020; REISNER, 2016 apud RAHMEIER, 2020). Fraqueza, falta de sensibilidade ou formigamento no rosto e membros, geralmente unilateral. Confusão mental. Fala e compreensão alteradas. Alteração da visão em um ou ambos os olhos. Alteração do equilíbrio, da caminhada e da coordenação motora. Vertigem e tontura. Dor de cabeça intensa e súbita, sem causa aparente (presente na maioria dos eventos hemorrágicos). 24 Assim que o paciente é atendido, deve-se proceder alguns testes e exames, para que seja possível estabelecer um diagnóstico seguro. Isso porque outras condições também são capazes de manifestar quadros semelhantes a um AVE, como convulsões de causas desconhecidas, estados de confusão mental, síncope, hiperglicemia, enxaqueca e tumores cerebrais (CHAVES et al., 2008; HAUSER; JOSEPHSON, 2015 apud RAHMEIER, 2020). Exame físico: assim que o paciente é atendido, o exame físico é feito por meio da mensuração da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, além do exame oftalmoscópico da retina (para observação da presença de êmbolos) e do exame do pescoço (avaliar presença ou ausência de pulso nas carótidas). Avaliação da função cardíaca: por meio dos exames de eletrocardiograma e ecocardiograma, é possível detectar a presença de anomalias que possam indicar algum problema que tenha ocasionado uma embolização (GREENBERG; AMINOFF; SIMON, 2014; HAUSER; JOSEPHSON, 2015 apud RAHMEIER, 2020). Avaliação do histórico do paciente: é muito útil para se descobrir se há alguma doença ou dano preexistente ao AVE que possa ter desencadeado esse evento, como hipertensão crônica, aterosclerose, acidente com traumatismo craniano, abuso de drogas ou uso de fármacos, doença cardíaca, arritmia, problemas de coagulação, entre outros (GREENBERG; AMINOFF; SIMON, 2014 apud RAHMEIER, 2020). Exames de imagem: a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são métodos que tornam capaz a diferenciação de um AVE isquêmico de um hemorrágico. Com os achados nesses exames, é possível determinar se há a presença de isquemia ou extravasamento de sangue, além da localização cerebral e da extensão da lesão (CHAVES et al., 2008; GREENBERG; AMINOFF; SIMON, 2014; HAUSER; JOSEPHSON, 2015 apud RAHMEIER, 2020). Exames vasculares de imagem: a avaliação angiográfica permite observar quais vasos estão sendo comprometidos e, a partir disso, realizar a desobstrução ou o reparo. Alguns dos sinais manifestados pelo paciente podem orientar os médicos sobre qual tipo de artéria deve ser investigada. Por exemplo, pacientes com manifestações de afasia só podem ter um AVE que afete a 25 circulação arterial anterior, assim como o nistagmo (movimento anormal dos olhos atribuído a lesões no tronco cerebral) só pode estar associado a lesões nas artérias da circulação posterior. Dentre os exames disponíveis, temos a angiografia de subtração digital (com contraste, para avaliar estenose da artéria carótida), ultrassonografia com doppler e angiorressonância magnética (GREENBERG; AMINOFF; SIMON, 2014; HAUSER; JOSEPHSON,2015 apud RAHMEIER, 2020). Exames de sangue: exames de rotina podem fornecer pistas que revelem a origem do AVE, como: hemograma completo com contagem de plaquetas, avaliação de marcadores inflamatórios (velocidade de hemossedimentação, proteína C reativa), teste de VDRL (venereal disease research laboratory, para excluir ou confirmar a presença de sífilis), determinação dos níveis de colesterol, triglicerídeos e mensuração da glicemia. Esse último é muito importante, pois um quadro hipoglicêmico ou hiperglicêmico pode mimetizar um quadro de AVE (GREENBERG; AMINOFF; SIMON, 2014; HAUSER; JOSEPHSON, 2015 apud RAHMEIER, 2020). 4.2 Epilepsia Fonte: hcor.com.br A epilepsia é uma doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas. 26 Esta condição tem consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais e prejudica diretamente a qualidade de vida do indivíduo afetado. De forma prática, as epilepsias podem ser classificadas segundo dois grandes eixos: topográfico e etiológico. No eixo topográfico, as epilepsias são separadas em generalizadas e focais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). As generalizadas manifestam-se por crises epilépticas cujo início envolve ambos os hemisférios simultaneamente. Em geral, são geneticamente determinadas e acompanhadas de alteração da consciência; quando presentes, as manifestações motoras são sempre bilaterais. Crises de ausência, crises mioclônicas e crises tônico-clônicas generalizadas (TCG) são seus principais exemplos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Nas epilepsias focais, as crises epilépticas iniciam de forma localizada numa área específica do cérebro, e suas manifestações clínicas dependem do local de início e da velocidade de propagação da descarga epileptogênica. As crises dividem-se em focais simples (sem comprometimento da consciência) e focais complexas (com comprometimento ao menos parcial da consciência durante o episódio). Por fim, uma crise focal, seja simples ou complexa, quando propagada para todo o córtex cerebral, pode terminar numa crise TCG, sendo então denominada crise focal secundariamente generalizada (ELGER e SCHMIDT, 2008 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). No eixo etiológico, as epilepsias são divididas em idiopáticas (sem lesão estrutural subjacente), sintomáticas (com lesão) ou criptogênicas (presumivelmente sintomáticas, mas sem uma lesão aos exames de imagem disponíveis no momento). As causas lesionais mais frequentes das epilepsias focais sintomáticas são esclerose temporal mesial, neoplasias cerebrais primárias, anomalias vasculares e malformações do desenvolvimento corticocerebral. 27 28 Para o estabelecimento de um diagnóstico preciso, além da identificação do tipo de crise e do tipo de epilepsia, deve-se considerar o que chamamos de síndrome epilética. Essa síndrome refere-se ao conjunto de fatores que podem ser associados à manifestação da crise epilética e às alterações de exames de imagem e de ondas cerebrais. Entre esses fatores associados, destacam-se a idade de início das crises, as co-morbidades associadas (distúrbios psiquiátricos e déficit intelectual), o turno de manifestação da crise (diurno ou noturno), entre outros (SHEFFER et al., 2017 apud RAHMEIER, 2020) Durante as crises com manifestações motoras, o portador pode se ferir gravemente, devido às quedas e aos movimentos bruscos, e desenvolver lesões traumáticas internas e externas. Portanto, a associação do diagnóstico da crise, do tipo de epilepsia e da síndrome epilética é importante para estabelecer a etiologia, o prognóstico e o tratamento desses pacientes, para que o quadro epilético possa ser estabilizado, evitando novas crises (MIZIARA; MIZIARA; MUÑOZ, 2011; SHEFFER et al., 2017 apud RAHMEIER, 2020). Para estabelecer esse diagnóstico, exames de neuroimagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, podem ser úteis na avaliação da presença de anomalias estruturais. Já os exames neurofisiológicos, como o eletroencefalograma (EEG) — que faz o mapeamento das ondas cerebrais e dos potenciais elétricos das sinapses nervosas —, são muito úteis e indispensáveis para avaliar as regiões que estão sendo afetadas em uma crise (SHEFFER et al., 2017 apud RAHMEIER, 2020). 1. Fatores etiológicos e tratamento A determinação da etiologia das crises epiléticas permite ao médico e ao paciente esclarecer o motivo pelo qual uma crise se inicia. Isso é um achado de extrema importância, pois o paciente pode receber um tratamento direcionado e adequado ao seu caso. 29 30 Fonte: RAHMEIER, 2020 Se essas crises epiléticas ocorreram com certa frequência nos últimos cinco anos, a epilepsia é considerada ativa, logo, quando não há manifestações nos últimos cinco anos, considera-se a epilepsia em remissão ou inativa (MIZIARA; MIZIARA; MUÑOZ, 2011 apud RAHMEIER, 2020). As crises podem ser estabilizadas ou entrar em remissão quando é aplicado o tratamento adequado para cada tipo de epilepsia, que deve ser feito à base de substâncias antiepiléticas que sejam capazes de inibir as descargas anormais repetitivas corticais. A escolha do tratamento avalia, além do tipo de crise epilética, a idade, o sexo, a gravidade das crises, o risco de recorrência, a facilidade de administração e a tolerância à medicação. (RAHMEIER, 2020) 31 Entre os principais fármacos utilizados, estão (BRASIL, 2018 apud RAHMEIER, 2020): Fenitoína: da classe das hidantoínas, atua bloqueando os canais de sódio dependentes de voltagem, controlando crises epiléticas de início focal principalmente; Fenobarbital: da classe dos barbitúricos, age sobre os canais de cloro dos receptores GABA-A, prolongando a sua abertura e hiperpolarizando a membrana pós-sináptica, bastante utilizada também em crises focais, crises generalizadas; Topiramato: é uma sulfonamida utilizada em vários tipos de crises epiléticas, atua sobre os canais de cálcio, potencializa a ação inibitória GABAérgica, age como antagonista a receptores glutamatérgicos, além de influenciar a condutância do cálcio; Carbamazepina: é um iminodibenzil que atua sobre os canais de sódio e possui uma leve ação anticolinérgica; Gabapentina: é um gabapentinoide, estruturalmente semelhante ao GABA, que se liga à proteína alfa2-gama dos canais de cálcio, utilizada como terapia adjuvante em casos de crises focais; Lamotrigina: atua inibindo os canais de sódio e os potenciais pós- - sinápticos, podendo ser utilizada sozinha ou em terapia adjuvante, especialmente, com o ácido-valproico; Ácido valproico: é utilizado largamente para vários tipos de crise, atuando sobre canais iônicos, alterando a frequência das descargas dos canais de sódio e ativando a condutividade do potássio. 4.3 Doença de Alzheimer - DA (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neuro-degenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. A doença instala- se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. 32 Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato. A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neuro- degenerativa em pessoas deidade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população. 1) Estágio (fases) da doença de Alzheimer A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e inexorável, ou seja, não há o que possa ser feito para barrar o avanço da doença. A partir do diagnóstico, a sobrevida média das pessoas acometidas por Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios: Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia. Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva. Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes. 2) Sintomas do Alzheimer O primeiro sintoma, e o mais característico, do Mal de Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo. 33 Entre os principais sinais e sintomas do Alzheimer estão: Falta de memória para acontecimentos recentes; Repetição da mesma pergunta várias vezes; Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos; Incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas; Dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos; Dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais; Irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento. 3) Principais fatores de risco da Doença de Alzheimer A identificação de fatores de risco e da Doença de Alzheimer em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica, principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Alguns fatores de risco para o Alzheimer são: A idade e a história familiar: a demência é mais provável se a pessoa tem algum familiar que já sofreu do problema; Baixo nível de escolaridade: pessoas com maior nível de escolaridade geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos cerebrais. 4) Tratamento para o Alzheimer O tratamento do alzheimer é medicamentoso e os pacientes têm à disposição a oferta de medicamentos capazes de minimizar os distúrbios da doença, que devem ser prescritos pela equipe médica. O objetivo do tratamento medicamentoso é, também, propiciar a estabilização do comprometimento 34 cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária (ou modificar as manifestações da doença), com um mínimo de efeitos adversos. O Ministério da Saúde, criou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) desta condição clínica, onde está disponível o medicamento Rivastigmina adesivo transdérmico para o tratamento de demência para Doença de Alzheimer. Além do adesivo, preconiza o uso de medicamentos como: Donepezila. Galantamina. Rivastigmina. Memantina. A rivastigmina já era oferecida por via oral, porém tinha o inconveniente de causar alguns desconfortos gastrointestinais no paciente, como náusea, vômito e diarreia. Para tentar diminuir esses efeitos indesejáveis, foi incorporada essa nova apresentação, que será indicada pelo médico que acompanha o paciente. Além disso, os pacientes com Alzheimer, podem tomar mais medicamentos ou menos que a quantidade prescrita, devido ao esquecimento. 4.4 Aneurisma Fonte: aneurismacerebral-cirurgia.com.br 35 Aneurisma é a dilatação anormal de uma artéria. Um aneurisma pode se romper e causar uma hemorragia ou permanecer sem estourar durante toda a vida. Os aneurismas podem ocorrer em qualquer artéria do corpo, como as do cérebro, do coração, do rim ou do abdômen. Os do tipo cerebral e da aorta torácica e abdominal apresentam altas taxas de mortalidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019) O processo de enfraquecimento que causa o aneurisma por via de regra não nasce com a pessoa. Na grande maioria dos casos ele se desenvolve ao transcorrer da vida, podendo estar relacionado a fatores genéticos. Dos pacientes acometidos por aneurismas cerebrais, 20 a 30% apresentam múltiplos aneurismas. (HAUBERT,2018) A maioria dos aneurismas múltiplos são pequenos e não causam sintomas, enquanto aneurismas de colo largo geralmente apresentam sintomas como cefaleia, dor facial e alterações de visão. Se ocorrer o rompimento do aneurisma, isso causará alterações cerebrais importantes que incluem a hemorragia subaracnóidea (HSA), hemorragia intracerebral e hemorragia intraventricular. Rompimentos de aneurismas cerebrais são conhecidos como acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico, sendo que a hemorragia causada pela ruptura de um aneurisma causa problemas encefálicos por meio da compressão das estruturas cranianas causadas pelo aumento excessivo da pressão intracraniana (PIC) (HAUBERT,2018) 1) Etiologia dos aneurismas (HAUBERT,2018) Dentre os fatores de risco mais associados à ocorrência dessa patologia, apresenta-se a idade mais avançada, a hereditariedade, o tabagismo, a hipertensão arterial (principalmente se não controlada), a história ou presença de doença renal policística, o abuso de álcool, a dependência de cocaína e a doença aterosclerótica. Pessoas com histórico familiar de aneurisma cerebral, principalmente familiares de primeiro grau, apresentam maior predisposição. Está bem estabelecida atualmente a relação entre o tabagismo e a ruptura de aneurismas cerebrais, causando geralmente uma associação fatal. Os aneurismas recebem classificação conforme seu tamanho sua forma e sua etiologia, sendo chamados de aneurismas saculares ou em baga quando formam bolsas de paredes finas que fazem protrusão na bifurcação das artérias 36 do círculo arterial ou de seus ramos principais. A ocorrência de aneurismas se dá graças à fraqueza local e à degeneração da camada média do vaso sanguíneo, fazendo com que a camada íntima sofra um abaulamento na parede vascular. Os aneurismas saculares geralmente estão localizados nas principais artérias cerebrais, sendo que 85 a 95% se encontram no sistema carotídeo, com localização mais comum correspondendo à artéria comunicante anterior, à artéria comunicante posterior e à artéria cerebral média. Ainda existe o aneurisma tipo fusiforme, que possui dilatações alongadas das grandes artérias, tendo mais ocorrência no sistema vertebrobasilar, mas também estando envolvidos nas artérias carótida interna, cerebral média e cerebral anterior, mais presentes em portadores de arteriosclerose e hipertensão arterial. Fonte: infoescola.com 2) Sintomas (HAUBERT,2018) Na maioria dos casos, os aneurismas cerebrais não apresentam sintomas, sendo que a ocorrência sintomatológica é mais comum em razão de sua ruptura e consequente hemorragia cerebral, apresentando: Cefaleia súbita e intensa, geralmente referida como a pior cefaleia já sentida pelo paciente; 37 Rigidez de pescoço; Vômitos; Desmaios; Coma; Morte Em menor incidência pode ocorrer paralisia focal, de um lado do corpo, convulsões, alteração da visão e ptose palpebral. Boa parte dos pacientes pode ter um mal-estar súbito com coma imediatamente após o rompimento do aneurisma. 4.5 Traumatismo crânio encefálico Fonte: visualcentermadhu.com O TCEé qualquer lesão decorrente de um trauma externo, que tenha como consequência alterações anatômicas do crânio, como fratura ou laceração do couro cabeludo, bem como o comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos, resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou permanentes, de natureza cognitiva ou funcional (MENON et al., 2010 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). As causas de TCE estão relacionadas dentro do grupo de patologias ocorridas por causas externas (MASCARENHAS et al., 2010 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015), sendo as principais: 38 50%: acidentes automobilísticos. Neste grupo, a principal faixa etária é de adolescentes e adultos jovens. Dos 15 aos 24 anos, os acidentes de trânsito são responsáveis por mais mortes que todas as outras causas juntas. 30%: quedas. Neste grupo há um grande número de idosos. Entretanto, no Brasil são muito frequentes as quedas de lajes, que são ignoradas pelas estatísticas internacionais. 20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de fogo e armas brancas. 1) Fisiopatologia Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas pelo TCE. Há mecanismos que começam a agir tão logo o TCE ocorre, bem como outros que vão se estender por dias, semanas ou meses após o evento. Há ainda fatores sistêmicos que podem agravar o quadro neurológico, levando a um pior prognóstico. Assim, pode-se dividir as lesões cerebrais em primárias e secundárias (GOODMAN, 1999 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). As lesões primárias são aquelas que ocorrem como resultado imediato e direto do trauma. Exemplo: em um ferimento por arma branca que penetra o crânio, a lesão primária é aquela que vem em decorrência do trauma direto ao parênquima cerebral. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). A gravidade, extensão e tipo de lesão primária que resultam do TCE dependem dos mecanismos físicos e do tipo de impacto (direto ou mecanismo de inércia) que ocorreram no trauma. Se há uma parada abrupta da cabeça após o impacto, será gerada uma força de contato, o que produzirá lesões focais como contusões e fraturas do crânio. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). Quando há uma desaceleração/aceleração da cabeça, resultando em uma diferença de movimento entre crânio e encéfalo, gera-se uma força inercial. Esta força pode ser translacional, causando principalmente lesões focais, como contusões e hematomas intraparenquimatosos, ou rotacional, levando aos quadros de concussão e lesão axonal difusa. Pode ainda ser translacional e rotacional, que é uma forma bastante frequente de mecanismo de lesão (BROCK; CERQUEIRA DIAS, 2008 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). 39 As lesões secundárias são aquelas que se iniciam após o momento da agressão. Podem decorrer da interação de fatores intra e extracerebrais, levando à morte de células que não foram afetadas no momento exato do acidente, mas que sofrem consequências posteriores 2) Classificação do TCE Para a classificação de gravidade do TCE utiliza-se a Escala de Coma de Glasgow – ECG (TEASDALE; JENNETT, 1974 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). Esta é uma escala mundialmente aceita, já que constitui um método fácil para avaliar não só a gravidade do TCE, mas também da deterioração do quadro neurológico à medida que se deve repetir a aplicação da escala ao longo do atendimento clínico. Permite, portanto, a construção de um parâmetro mensurável sobre a evolução do quadro clínico do paciente. Além disso, esta escala uniformiza o atendimento, dando aos profissionais uma maneira simples e rápida de comunicação ao citar a “nota” dada ao paciente após cada avaliação. Escala de coma de Glasgow Fonte: ufjf.br 40 3) Hipertensão intracraniana O aumento da PIC em casos de TCE é conhecido como um mecanismo de lesão secundário. Esse fato ocorre em decorrência do aumento do cérebro por edema cerebral e/ou por acúmulo de líquido. A PIC considerada normal varia de 5 a 15 mmHg e valores acima do normal dificultam a correta circulação sanguínea cerebral, causando com isso morte celular cerebral por anoxia. Após a ocorrência de uma lesão primária, inicia-se uma cascata neurotóxica que apresenta alterações intracelulares e extracelulares. (HAUBERT, 2018) As alterações intracelulares abrangem o desequilíbrio de cálcio, a disfunção mitocondrial, a produção de radicais livres de oxigênio e a consequente apoptose das células envolvidas nesse processo, enquanto que as alterações extracelulares estão relacionadas com alterações de membrana vascular e acidose extracelular. Ambos os processos se tornam responsáveis pelo descontrole da autorregulação cerebral e pelo desenvolvimento do edema cerebral pós-traumático que causa a hipertensão craniana (HIC). A HIC está relacionada com os eventos moleculares já citados, podendo surgir dias após o acontecimento do TCE, dependendo da evolução da lesão ocasionada pelo trauma. (HAUBERT, 2018) 5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM NEUROLOGIA Fonte: ortopediagordillo.com 41 O conhecimento do enfermeiro acerca das disfunções neurológicas auxilia na identificação de diagnósticos de enfermagem mais acurados, na determinação dos resultados esperados, no planejamento das intervenções prescritas e na reavaliação dos resultados obtidos, possibilitando o melhor direcionamento da assistência de enfermagem prestada. Os cuidados de enfermagem com pacientes neurocríticos são fundamentais em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e em outras locais onde o atendimento é realizado. A monitorização neurológica é uma avaliação e acompanhamento de dados fornecidos por aparelhagem técnica das alterações do sistema nervoso e é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o local destinado para este tipo de monitorização. Estas unidades possuem espaço físico específico, recursos humanos especializados e instrumentais tecnológicos avançados que permitem o melhor controle de pacientes com alterações neurológicas. (CACIANO, 2017) 5.1 Assistência de enfermagem em AVE hemorrágico (BRUNNER & SUDDARTH,2015) 1) Manifestações clínicas Cefaleia intensa de ocorrência súbita (no cliente consciente) Vômitos Alterações súbitas iniciais no nível de consciência Possivelmente, convulsões focais (devido ao comprometimento frequente do tronco encefálico) Déficits neurológicos, incluindo motores, sensoriais, de nervos cranianos, cognitivos e outras funções semelhantes ao AVE isquêmico Cefaleia súbita e intensa, perda da consciência por um período variável de tempo; dor e rigidez de nuca e coluna vertebral, característica de ruptura de aneurisma intracraniano ou MAV Possivelmente, distúrbios visuais (perda visual, diplopia, ptose) se houver comprometimento do nervo oculomotor É também possível a ocorrência de tinido, tontura ou hemiparesia 42 Podem ser observados outros déficits neurológicos semelhantes aos que ocorrem no AVE isquêmico Sangramento grave, que pode resultar em coma e morte. 2) Avaliação e achados diagnósticos História da saúde e exame físico e neurológico completo TC ou RM Angiografia cerebral (para confirmar o diagnóstico de aneurisma intracraniano ou MAV) Punção lombar (realizada apenas se a TC for negativa e não houver evidências de elevação da PIC) Rastreamento toxicológico para clientes com menos de 40 anos de idade 3) Manejo clínico As metas do tratamento clínico para o AVE hemorrágico consistem em possibilitar a recuperação do cérebro do agravo inicial (sangramento), prevenir ou minimizar o risco de novo sangramento, evitar e tratar as complicações. O manejo consiste em repouso no leito com sedação para que não haja agitação e estresse, tratamento do vasospasmo e tratamento clínico ou cirúrgico para evitar a ocorrência de novo sangramento. Se o sangramento for causado por anticoagulação com varfarina, a razão normalizada internacional (INR)pode ser corrigida com plasma fresco congelado e vitamina K. A reversão do efeito anticoagulante dos fármacos anticoagulantes mais recentes é mais complexa. São instituídas medidas profiláticas para evitar a ocorrência de tromboembolismo venoso, incluindo dispositivos de compressão sequencial (ou meias elásticas compressivas). 4) Tratamento farmacológico As convulsões são tratadas com anticonvulsivantes, como fenitoína A hiperglicemia também deve ser tratada São administrados agentes analgésicos para cefaleia e cervicalgia 43 São administrados agentes anti-hipertensivos para controlar a hipertensão arterial. 5) Processo de enfermagem - O paciente que se recupera de um AVC hemorrágico Avaliação Alteração do nível de consciência ou da responsividade, capacidade de falar e orientação Reação pupilar lenta à luz e posição ocular Déficits motores e sensitivos Déficits de nervos cranianos (movimentos extraoculares, queda da face, ptose) Dificuldades da fala e distúrbio visual Cefaleia e rigidez de nuca ou outros déficits neurológicos Avaliação continuada para qualquer comprometimento no desempenho das atividades diárias do cliente Diagnóstico Diagnósticos de enfermagem Perfusão tissular (cerebral) ineficaz, relacionada com sangramento ou vasospasmo Ansiedade relacionada com a doença ou com restrições clinicamente impostas (precauções contra o aneurisma). Problemas colaborativos/complicações potenciais Vasospasmo Convulsões Hidrocefalia Novo sangramento Hiponatremia. Planejamento e metas As principais metas para o cliente (e para sua família) podem incluir melhora da perfusão tissular cerebral, alívio da ansiedade e ausência de complicações. Intervenções de enfermagem 1) Otimização da perfusão tissular cerebral Monitorar a ocorrência de alterações na deterioração neurológica; registrando os resultados por meio de fluxograma neurológico 44 Verificar a cada hora a pressão arterial, o pulso, o nível de consciência (indicador da perfusão cerebral), as respostas pupilares e a função motora Monitorar o estado respiratório, visto que a redução do oxigênio em áreas do encéfalo com autorregulação prejudicada aumenta a probabilidade de infarto cerebral Implementar precauções para o aneurisma, que consistem em fornecer um ambiente tranquilo; planejar os cuidados para prevenir elevações da PIC e minimizar o risco de sangramento subsequente, proporcionando alívio da dor e minimizando a ansiedade Elevar a cabeceira do leito a 15 a 30° para promover a drenagem venosa e diminuir a PIC Evitar todo tipo de esforço ou manobra de Valsalva; qualquer atividade que exija esforço está contraindicada A diminuição da intensidade da luz é útil, visto que a fotofobia (intolerância à luz) é comum; os estímulos externos são mantidos em nível mínimo, incluindo não assistir à televisão, não ouvir rádio e evitar qualquer leitura Evitar bebidas cafeinadas Emolientes fecais e laxantes suaves são prescritos para evitar a constipação intestinal; não é permitido o uso de enemas Realizar todos os cuidados pessoais, incluindo alimentação e higiene pessoal do cliente; evitar qualquer esforço que possa elevar a pressão arterial. 2) Alívio da ansiedade Manter a estimulação sensorial em nível mínimo; reorientar frequentemente o cliente para ajudar a manter a orientação Manter o cliente bem informado sobre o plano de cuidado; proporcionar tranquilização apropriada para ajudar a reduzir o medo e a ansiedade Incluir a família na discussão e tomada de decisões dos cuidados e apoiar os familiares. 3) Monitoramento e manejo das complicações potenciais 45 Vasospasmo: avaliar se há sinais de vasospasmo, incluindo cefaleias intensificadas, diminuição do nível de responsividade (confusão mental, desorientação, letargia) ou evidências de afasia ou paralisia parcial. Administrar, se prescrito, o bloqueador dos canais cálcio nimodipino para a prevenção do vasospasmo; expansores do volume também podem ser prescritos Convulsões: caso ocorra uma convulsão, as metas primárias são manutenção das vias respiratórias desobstruídas e prevenção de lesão. A terapia medicamentosa é iniciada nessa ocasião Hidrocefalia: pode ocorrer nas primeiras 24 h (aguda) após hemorragia subaracnóidea ou alguns dias (subaguda) ou várias semanas (tardia) depois. Os sintomas variam de acordo com o momento de início e podem ser inespecíficos. A hidrocefalia aguda caracteriza-se por instalação abrupta de torpor ou coma, e o tratamento consiste em colocação de dreno de ventriculostomia para diminuir a PIC; os sinais/sintomas de hidrocefalia subaguda e tardia incluem início gradual de sonolência, alterações comportamentais e marcha atáxica. Coloca-se uma derivação (shunt) ventriculoperitoneal (VP) para tratar a hidrocefalia crônica Novo sangramento: a hipertensão arterial constitui o fator de risco mais grave e modificável. O novo sangramento do aneurisma ocorre mais frequentemente durante as primeiras 2 semanas após a hemorragia inicial; é considerado como uma complicação importante e sua ocorrência é confirmada por TC. Os sinais/ sintomas de novo sangramento consistem em cefaleia intensa súbita, náuseas, vômitos, nível diminuído de consciência e déficit neurológico Hiponatremia: ocorre em 50% dos clientes com hemorragia subaracnóidea e precisa ser identificada precocemente. Em seguida, o cliente é avaliado para a síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH) ou síndrome cerebral perdedora de sal. O tratamento mais frequente consiste na administração por via intravenosa de solução de cloreto de sódio hipertônica a 3%. 46 Reavaliação Resultados esperados do cliente Demonstra estado neurológico estável e padrões respiratórios normais Relata redução do nível de ansiedade Não apresenta complicações. 5.2 Assistência de Enfermagem no Acidente vascular encefálico isquêmico (BRUNNER & SUDDARTH,2015) 1) Manifestações clínicas Os sinais e sintomas gerais incluem dormência ou fraqueza da face, dos braços ou das pernas (sobretudo em um lado do corpo); confusão mental ou alteração do estado mental; dificuldade em falar ou compreender a fala; distúrbios visuais; perda de equilíbrio ou de coordenação; tonturas; dificuldade na marcha; ou cefaleia intensa e súbita. Perda motora Distúrbio do controle motor voluntário em um lado do corpo, refletindo, possivelmente, lesão dos neurônios motores superiores do lado oposto do cérebro Hemiplegia, hemiparesia Paralisia flácida e perda ou diminuição dos reflexos tendinosos profundos (manifestação clínica inicial), seguidas de reaparecimento (depois de 48 h) dos reflexos profundos e tônus muscular anormalmente aumentado (espasticidade). Perda da comunicação Disartria (dificuldade de falar) Disfasia (comprometimento da fala) ou afasia (perda da fala) Apraxia (incapacidade de realizar uma ação previamente aprendida). 47 Distúrbios de percepção e perda sensorial Disfunções perceptivas visuais (hemianopsia homônima [perda da metade do campo visual]) Distúrbios nas relações visuoespaciais (percepção da relação de dois ou mais objetos em áreas espaciais), frequentemente observados em clientes com lesão do hemisfério direito Perdas sensoriais: comprometimento leve do tato ou comprometimento mais grave, com perda da propriocepção; dificuldade na interpretação de estímulos visuais, táteis e auditivos; agnosia (perda da capacidade de reconhecer objetos anteriormente familiares percebidos por um dos sentidos). Comprometimento cognitivo e efeitos psicológicos Lesão do lobo frontal: pode haver comprometimento da capacidade de aprendizagem, memória ou outras funções intelectuais corticaissuperiores. Essa disfunção pode ser refletida em tempo de atenção limitado, dificuldades na compreensão, esquecimento e falta de motivação Depressão, outros problemas psicológicos: é possível observar a ocorrência de labilidade emocional, hostilidade, frustração, ressentimento e falta de cooperação. 2) Avaliação e achados diagnósticos História clínica; exame físico e neurológico completo; avaliação da desobstrução das vias respiratórias, incluindo reflexo do vômito ou da tosse TC sem contraste ECG de 12 derivações e US das artérias carótidas ATC ou ARM Estudos de fluxo com Doppler transcraniano Ecocardiografia transtorácica ou transesofágica TC contrastada (xenônio) TC com emissão de fóton único (SPECT). 48 3) Manejo clínico O diagnóstico e o tratamento imediatos são essenciais para preservar a função cerebral. Os clientes que sofreram ataque isquêmico transitório (AIT) ou AVE devem receber manejo clínico para prevenção secundária. As condições subjacentes modificáveis ou passíveis de tratamento devem ser consideradas e tratadas (p. ex., a fibrilação atrial é tratada com varfarina com dose ajustada para anticoagulação). As intervenções iniciais para o tratamento do AVE isquêmico incluem agentes trombolíticos, que são usados para a lise do coágulo sanguíneo que bloqueia o fluxo sanguíneo para o cérebro, e agentes anticoagulantes. 4) Terapia farmacológica Administra-se t-PA recombinante, a não ser que haja contraindicação; monitorar a ocorrência de sangramento Inicia-se a terapia anticoagulante (heparina IV ou heparina de baixo peso molecular) O manejo da pressão intracraniana (PIC) elevada envolve o uso de diuréticos osmóticos, manutenção da PaCO2 em 30 a 35 mmHg, e posicionamento do cliente para evitar hipoxia (elevação da cabeceira do leito para promover a drenagem venosa e reduzir a PIC elevada). 5) Manejo cirúrgico É possível realizar hemicraniectomia para a PIC elevada decorrente de edema cerebral em um AVE muito grande A intubação com tubo endotraqueal é realizada para estabelecer acesso respiratório, se necessário Deve-se instituir monitoramento hemodinâmico contínuo. (As metas para a pressão arterial continuam controvertidas para um cliente que não recebeu terapia trombolítica; o tratamento anti-hipertensivo pode ser suspenso, a não ser que a PA sistólica ultrapasse 220 mmHg ou que a PA diastólica exceda 120 mmHg) Efetua-se uma avaliação neurológica para determinar se o AVE está evoluindo e se outras complicações agudas estão se desenvolvendo 49 O principal procedimento cirúrgico para clientes selecionados com AIT e AVE leve é a endarterectomia carotídea (EAC); a colocação de stent na artéria carótida, associada ou não a angioplastia, constitui um procedimento menos invasivo que é utilizado para clientes selecionados com estenose grave. 6) Manejo das complicações No caso de diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, instituir cuidados pulmonares, manutenção de acesso respiratório desobstruído e administração de oxigênio suplementar, quando necessário Monitorar a ocorrência de infecções urinárias, arritmias cardíacas e complicações da imobilidade Controlar a ocorrência de hiperglicemia e tratar se a glicemia estiver acima de 140 mg/dℓ. 7) Processo de enfermagem - O cliente que se recupera de um AVE isquêmico. Avaliação Durante a fase aguda: 1 a 3 dias Fase pós-aguda Pesar o cliente (para determinar as doses dos medicamentos) e manter um fluxograma neurológico para refletir os seguintes parâmetros de avaliação de enfermagem: Alteração do nível de consciência ou responsividade, capacidade de falar e orientação Existência ou não de movimentos voluntários ou involuntários dos membros: tônus muscular, postura corporal e posição da cabeça Avaliar as seguintes funções: Estado mental (memória, capacidade de atenção, percepção, orientação, afeto, fala e linguagem) Sensibilidade e percepção (em geral, a percepção do cliente de dor e temperatura está diminuída) Controle motor (movimento dos membros superiores e inferiores), capacidade de deglutição, estado de nutrição e de hidratação, integridade da pele, tolerância à 50 Abertura dos olhos, tamanho comparativo das pupilas e reações pupilares à luz e posição ocular Coloração da face e dos membros; temperatura e umidade da pele Qualidade e frequências do pulso e da respiração; valores da gasometria arterial, temperatura corporal e pressão arterial Volumes de líquidos ingeridos ou administrados e volume de urina excretada a cada 24 h Sinais de sangramento Manutenção da pressão arterial nos limites normais. atividade e funções intestinal e vesical Manter foco contínuo em qualquer comprometimento funcional nas atividades diárias do cliente. Diagnósticos de enfermagem Mobilidade física prejudicada, relacionada com hemiparesia, perda do equilíbrio e da coordenação, espasticidade e lesão cerebral Dor aguda, relacionada com hemiplegia e desuso Déficit de autocuidado (tomar banho, realizar higiene pessoal, usar o banheiro, vestir-se, arrumar-se e alimentar-se), relacionado com as sequelas do AVE Percepção sensorial perturbada (cinestésica, tátil ou visual) relacionada com alteração da recepção, transmissão ou integração sensorial Deglutição prejudicada Eliminação urinária prejudicada, relacionada com bexiga flácida, instabilidade do detrusor, confusão mental ou dificuldade na comunicação Processo do pensamento perturbado e comprometimento da comunicação verbal relacionados com lesão cerebral Risco de integridade da pele prejudicada, relacionado com hemiparesia ou hemiplegia e mobilidade diminuída 51 Processos familiares interrompidos, relacionados com doença que onera a família (p. ex., queimaduras extensas, traumatismo que resulta em tetraplegia) e a carga imposta aos cuidadores Disfunção sexual, relacionada com os déficits neurológicos ou o medo de fracasso. Planejamento e metas As principais metas para o cliente (e a sua família) incluem melhora da mobilidade; prevenção da dor no ombro; realização do autocuidado; minimização da privação sensorial e perceptiva; prevenção da aspiração; continência intestinal e vesical; melhora da interpretação ambiental; obtenção de comunicação efetiva; manutenção da integridade da pele; restauração do funcionamento familiar; melhora da função sexual e ausência de complicações. As metas são afetadas pelo conhecimento de como estava o cliente antes do AVE. Intervenções de enfermagem Melhora da mobilidade e prevenção de deformidades Articulares Posicionar o cliente corretamente para evitar contraturas; usar medidas para aliviar compressão, ajudar na manutenção do bom alinhamento corporal e evitar neuropatias compressivas Aplicar uma tala à noite para evitar flexão do membro afetado Evitar a adução do ombro afetado com um travesseiro colocado na axila Elevar o braço afetado para evitar que ocorram edema e fibrose Posicionar os dedos das mãos de modo que fiquem pouco flexionados; posicionar a mão em supinação leve. Se for observada espasticidade do membro superior, não utilizar um rolo de mão; é possível usar uma tala dorsal para o punho Mudar a posição do cliente a cada 2 horas; posicioná-lo em decúbito ventral por 15 a 30 min, várias vezes ao dia; utilizar travesseiros entre os membros inferiores para mudanças de posição lateral, a fim de manter o alinhamento adequado. Estabelecimento de um programa de exercícios Efetuar movimentos de amplitude total 4 a 5 vezes/dia para manter a mobilidade articular, ajudar o cliente a readquirir o controle motor, prevenir 52 contraturas no membro paralisado, evitar deterioração adicional do sistema neuromuscular e melhorara circulação. Se houver retesamento em qualquer área, efetuar exercícios de amplitude de movimento com mais frequência Os exercícios são úteis para evitar estase venosa, que pode predispor o cliente a trombose e embolia pulmonar Observar o cliente à procura de sinais de embolia pulmonar ou sobrecarga cardíaca durante o exercício (p. ex., dispneia, dor torácica, cianose e aumento progressivo da frequência de pulso) Supervisionar e apoiar o cliente durante os exercícios; planejar períodos curtos e frequentes de exercícios; incentivar o cliente a exercitar o lado não afetado a vários intervalos durante o dia Exercícios de fortalecimento dos músculos quadríceps femoral e glúteos são iniciados precocemente para melhorar a força muscular necessária para caminhar. Preparo para a deambulação Iniciar um programa de reabilitação ativa quando a consciência retornar (e não houver mais evidências de sangramento) Ensinar o cliente a manter o equilíbrio em posição sentada e, em seguida, a equilibrar-se quando estiver em pé (utilizar uma mesa inclinável, se necessário) O cliente começa a caminhar tão logo alcance equilíbrio em pé; usar barras paralelas e dispor de uma cadeira de rodas para o caso de tontura Manter períodos de treinamento curtos e frequentes para a deambulação. Reavaliação - Resultados esperados do cliente Melhora da mobilidade Ausência de dor no ombro Realização de autocuidado; cuidados de higiene; utilização de equipamento auxiliar Demonstração das técnicas para compensar o desconforto dos déficits sensoriais, como girar a cabeça para ver pessoas ou objetos Capacidade de deglutição segura 53 Estabilidade da eliminação intestinal e vesical Participação de um programa de melhora cognitiva Melhor comunicação Pele intacta, sem lesões Desenvolvimento de abordagens alternativas para a expressão sexual. 5.3 Assistência de Enfermagem em Aneurisma intracraniano (BRUNNER & SUDDARTH,2015) 1) Manifestações clínicas Os déficits neurológicos assemelham-se aos observados no AVE isquêmico Vômitos, alteração súbita e precoce do nível de consciência e, possivelmente, convulsões focais são observados mais frequentemente na hemorragia intracerebral aguda (em comparação com o AVE isquêmico), devido ao comprometimento frequente do tronco encefálico A ruptura do aneurisma causa cefaleia súbita e inusitadamente intensa; com frequência, perda da consciência por um período variável de tempo; dor e rigidez na nuca e na coluna vertebral; e distúrbios visuais (perda visual, diplopia, ptose). Além disso, podem ocorrer tinido, tontura e hemiparesia. Se o aneurisma extravasar sangue e houver formação de um coágulo, o cliente pode exibir pouco déficit neurológico ou apresentar sangramento grave, resultando em dano cerebral, seguido rapidamente de coma e morte. 2) Avaliação e achados diagnósticos A TC ou RM, a angiografia cerebral e a punção lombar (se a pressão intracraniana não estiver elevada) são procedimentos diagnósticos utilizados para confirmar um aneurisma. Uma consideração é o rastreamento toxicológico (drogas psicoativas ilícitas) em clientes com menos de 40 anos de idade. 54 3) Manejo clínico As metas do tratamento consistem em possibilitar a recuperação do cérebro da agressão inicial (sangramento), evitar ou minimizar o risco de novo sangramento e prevenir e tratar outras complicações. O manejo pode consistir em repouso no leito com sedação, para evitar agitação e estresse, manejo do vasospasmo e tratamento clínico ou cirúrgico para evitar novo sangramento. Se o sangramento for causado por anticoagulação com varfarina, a razão normalizada internacional (INR) pode ser corrigida com plasma fresco congelado e vitamina K. A reversão do efeito dos anticoagulantes mais recentes é mais complicada. As convulsões, quando ocorrem, são tratadas com agentes anticonvulsivantes, como a fenitoína; a hiperglicemia deve ser corrigida com a meta de normoglicemia. São implementadas medidas para prevenir tromboembolia venosa. Os agentes analgésicos são administrados para a cefaleia e a cervicalgia; a febre é tratada com paracetamol, bolus de soro fisiológico gelado e manta de resfriamento. O controle adequado da hipertensão diminui o risco de sangramento intracerebral adicional. 4) Manejo cirúrgico O tratamento cirúrgico do cliente com aneurisma não roto é uma opção para evitar o sangramento em um aneurisma ou a ocorrência de maior sangramento em um aneurisma que já se rompeu. É possível excluir um aneurisma da circulação cerebral por meio de ligadura ou clipe através de seu colo; ou ele pode ser reforçado, envolvendo-o para proporcionar suporte. A hemorragia intracerebral primária não é tratada cirurgicamente. No entanto, se o cliente demonstrar sinais de agravamento no exame neurológico, elevação da pressão intracraniana ou sinais de compressão do tronco encefálico, recomenda-se a evacuação cirúrgica por meio de craniotomia. 55 Processo de enfermagem - O cliente com aneurisma intracraniano Avaliação Realizar avaliação neurológica completa: nível de consciência, reação pupilar (alentecida), função motora e sensorial, déficits de nervos cranianos (movimentos extraoculares, queda da face, ptose), dificuldades da fala, distúrbio visual, cefaleia, rigidez de nuca ou outros déficits neurológicos. Documentar e relatar os achados da avaliação neurológica e reavaliar e notificar quaisquer alterações na condição do cliente; relatar imediatamente a ocorrência de alterações Detectar alterações sutis, sobretudo alteração no nível de consciência (os sinais mais precoces de deterioração incluem sonolência leve e fala discretamente arrastada). Diagnósticos de enfermagem Perfusão tissular (cerebral) ineficaz, relacionada com sangramento ou vasospasmo Alteração da percepção sensorial, relacionada com as restrições impostas pelas precauções do aneurisma Ansiedade relacionada com a doença e/ou restrições impostas pela condição clínica (precauções do aneurisma). Problemas colaborativos/complicações potenciais Vasospasmo Convulsões Hidrocefalia Novo sangramento Hiponatremia. Intervenções de enfermagem 56 Melhora da perfusão tissular cerebral Monitorar rigorosamente a deterioração neurológica e manter um fluxograma neurológico Verificar a cada hora a pressão arterial, o pulso, o nível de consciência, as respostas pupilares e a função motora; monitorar o estado respiratório e relatar imediatamente quaisquer alterações Implementar as precauções do aneurisma (repouso absoluto no leito em um ambiente tranquilo e não estressante; restringir as visitas, exceto a família) Elevar a cabeceira do leito em 15 a 30° ou conforme solicitado Evitar qualquer atividade que aumente subitamente a pressão arterial ou que cause obstrução do retorno venoso (p. ex., manobra de Valsalva, esforço para defecar), instruir o cliente a expirar durante a micção ou defecação para diminuir o esforço, eliminar o consumo de cafeína, administrar todo o cuidado pessoal e minimizar os estímulos externos Colocar meias compressivas ou dispositivos de compressão sequencial no cliente. Observar as pernas do cliente, à procura de sinais e sintomas de trombose venosa profunda, tais como hipersensibilidade, hiperemia, tumefação, calor e edema. Alívio da privação sensorial Manter a estimulação sensorial em nível mínimo; o cliente não deve assistir à televisão nem ler A atenuação da luz é útil, visto que fotofobia é comum Explicar as restrições para ajudar a diminuir a sensação de isolamento do cliente. Alívio da ansiedade Informar ao cliente o plano de cuidados Fornecer apoio e tranquilização apropriada ao cliente e à família. Monitoramento e manejo das complicações