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Sofistas socrates platão aristoteles

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Os sofistas
Pensadores gregos que floresceram na segunda metade do séc. V A.C.
	*Dois aspectos:
	1) Incluem disciplinas humanistas nos seus ensinamentos.
	2)São os primeiros profissionais do ensino	
Circunstâncias do aparecimento do movimento sofista:
	
	*Filosófica: desenvolvimento das teorias físicas anteriores
	(confusão/abandono da filosofia da natureza/relativismo/ceticismo
	
	*Político-social: sistema democrático de Atenas.
	(Democracia/nova liderança política/assembleia/orador/
Instituições políticas e jurídicas
Principal característica das doutrinas dos sofistas: Tanto as instituições políticas como as normas e ideias morais vigentes são convencionais.
Respostas gregas sobre o conjunto de normas políticas e institucionais estabelecidas que uma comunidade deve acatar:
A)Pensamento mítico-religioso: as leis e instituições procedem dos deuses
B)Pré-socráticos: vincula-se à ordem do Universo. A ordem do Estado é parte de uma ordem mais ampla, captada pela razão(Kosmos)
C)Sofistas: As leis são resultados de um acordo ou decisão humana (convencional)
Normas morais
Os sofistas defendiam o caráter convencional não só das Instituições políticas, mas também das normas morais:
*O bom e o mau, o justo e o injusto não são fixos, universalmente válidos e imutáveis
Para chegar a tal conclusão os sofistas contavam com um duplo argumento:
	a)A falta de unanimidade acerca do seja o bom, o justo
	b)Comparação entre as leis e normas morais vigentes e a natureza humana.
	-Para os sofistas, verdade, moral, justiça e todos os demais preceitos sociais não passavam de invenções humanas, não seriam coisas verdadeiras, mas apenas juízos sobre as coisas.
Os sofistas desencadeiam uma grande crise no mundo Grego.
A frase de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas” traduz o significado de um projeto cultural, que inovava e, inovando , sacudia a consciência grega, obrigando-a a perguntar-se pelos fundamentos das suas instituições e de sua própria vida.
O Homem medida de tudo significava que não eram os deuses que davam, agora, as cartas; que as instituições não eram eternas; que as leis não continham sanções divinas; que os céus estavam vazios; e que ao homem cabia pensar e determinar os moldes da própria convivência.
A sofistica expressava um humanismo; e colocava para os pensadores a necessidade de descer fundo na análise da realidade humana, À diferença do que acontecera antes, quando os pensadores estiveram bem mais preocupados com a physis e seus primeiros princípios.
Sócrates
Vive no mesmo ambiente filosófico e cultural que os sofistas. Compartilha com eles o interesse pelo homem, pelas questões políticas e morais. Mas há três diferenças fundamentais:
A)Não recebe pelo seu ensino
B)Adota um método totalmente oposto ( diálogo)
	-Os sofistas preferiam pronunciar longos discursos e comentar textos de autoras 	antigos.
C)Traz aos temas político-morais soluções radicalmente novas.
	(Atitude anti-relativista e teoria intelectualista)
Atitude anti-relativista
Sócrates não concordava com o relativismo sofistico.
Se cada um entende por justo e por bom uma coisa diferente, se para cada um as palavras “bom” e “mau”, “justo” e “injusto” significam coisas diferentes, a comunicação e a possibilidade de entendimento entre os homens torna-se impossível.
	-Como decidir em uma assembleia se uma lei é justa ou não, quando cada um entende uma coisa diferente?
A tarefa mais urgente é a de restaurar o valor da linguagem como veículo de significações objetivas e válidas para toda a comunidade humana.
Torna-se necessário procurar definir com rigor os conceitos morais (justiça, bom etc...)
Intelectualismo moral
É necessário definir com precisão os conceitos para restabelecer a comunicação e tornar possível o diálogo sobre temas morais e políticos.
Somente sabendo o que é a justiça se pode ser justo, somente sabendo o que é o bom se pode agir bem
Isso chama-se: intelectualismo moral, que pode ser definido como a doutrina que identifica a virtude com o saber.
A descoberta do conceito traduz, em plano teórico, uma vivência sócio-política. O conceito é a superação das imagens parciais que a pluralidade das sensações oferece, na unidade das notas essenciais que a razão possibilita.
O homem é descoberto como racionalidade, e essa é afirmada como universalidade. Sócrates, com a descoberta do conceito, vai poder afirmar que o homem transcende as individualidades e, portanto, a relatividade dos pontos de vista; e pode concordar, na determinação do bem, como norma ética universal.
Método dialógico e conceito universal se co-implicam, na reflexão socrática. A tarefa que ele se impôs foi, não aquela dos sofistas, que pretendiam ensinar a verdade à juventude.
Sócrates queria, apenas, ser parteiro, ou seja, aquele que, discretamente, ajuda o parto da verdade.
Gerar a verdade é obra de cada cidadão que leva a sério o compromisso consigo mesmo e com a sua cidade. Sócrates acreditava na pólis.
Platão (428 – 347)
O conceito socrático é o ponto de partida de Platão. Sócrates se contentara em evidenciar a existência de um conhecimento universal e necessário que perdura, apesar do fluir das sensações.
Questão irresolvida: a questão da origem da universalidade e necessidade do conceito.
De onde provém aos conceitos a força de transcender ao fluir das sensações? Essa é a pergunta que Platão se faz.
Ao mundo subjetivo do conceito corresponde o mundo objetivo das ideias.
Segundo Platão, existe um mundo de realidades ideais. Esse mundo é o mundo da inteligibilidade plena, o mundo das justificativas cabais de todo o processo racional, o mundo real, por excelência.
O mundo concreto da empiria recebe do mundo ideal sua possibilidade de ser inteligível. Só é possível, ao cognocente humano, referir-se à cor vermelha de determinada rosa, porque ele já está munido dos conceitos de cor, de vermelho e de rosa, tirados do contato imediato com o mundo ideal.
É por isso que Platão se esmera em convencer que o conhecer é, um última instância, reconhecer: é recordação de algo já previamente sabido.
Aristóteles (385-322)
Platão concluíra que, para pensar o empírico, coerentemente ou logicamente, deveria pensar o ser ideal, suporte e origem do ser empírico.
Aristóteles rejeita essa tese.
Ele reconhece também a possibilidade de o homem atingir a profundidade e a radicalidade estruturais do ser, para além da imediaticidade da sensação.
Acusa Platão de ter duplicado, inútil e prejudicialmente, a realidade.
Para Aristóteles não existe o mundo das ideias. O que existe é o mundo do concreto, dos indivíduos. É preciso renunciar a pensar as ideias, e passar a pensar as coisas concretas, que a experiência nos oferece.
A filosofia de Aristóteles impõem-se a tarefa de pensar o concreto, para descobrir uma maneira consequente e necessária de concebê-lo, descobrindo sua estrutura profunda e radical, para além dos dados da empiria.
O ser : teoria do movimento
O que existe é o indivíduo: este corpo, aqui e agora, diverso daquele outro corpo. Como pensa-lo? Como se dá a mudança?
Para Aristóteles a explicação do ser ( e a mudança) está nele mesmo e não no mundo das ideias. Para explicar isso, ele recorre a três pares de conceitos:
A)Todo ser individual deve ser pensado como composto de substância e acidente.
	-A substância é algo que permanece em todas as mudanças do indivíduo. Os acidentes são aquilo que se modifica, ao longo da permanência da substância. Substância e acidente são condições necessárias e suficientes para que se possa pensar a permanência e a mudança dos seres.
Ato e potência: O acidente recebe toda a sua atualidade da substância, que é ato de ser. O acidente não existe em si, mas em outro, no qual deriva. O cheiro só existe na substância cheirosa. Todo ser indivíduo é síntese de ato e potência, isto é, síntese do que ele é e do que ele pode vir a ser.
Com esse binômio Aristóteles atinge o cerne da sua interpretação do indivíduo físico, chamado por ele de móvel, pois se muda. Mover-se não é passardo nada ao ser e vice-versa, o que seria absurdo. Nem passar do ser ao ser, que também é absurdo, como afirmou Parmênides. Mover-se é passar do ser potencial ao ser em ato.
Forma e matéria: ser do ponto de vista estático e na sua manifestação de unidade e pluralidade.
A unidade do ser é atribuída à forma. Sua pluralidade é atribuída à matéria. Todos os indivíduos da mesma espécie tem a mesma forma substancial ( a mesma maneira de ser), realizando-se na diversidade, que a matéria possibilita e, portanto, na diversidade de formas físicas.
Essa doutrina de Aristóteles foi chama de hilemorfirmo por causa das duas palavras gregas: hylé = matéria e Morphé= forma.
Com esses três binômios, Aristóteles pensa superar o monismo radical de Parmênides, o pluralismo absoluto e cético dos heraclitenses e o idealismo platônico.

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