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Leitura e Produção de Texto E-book 4 Mariana Batista Neste E-book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 FICHAMENTO �����������������������������������������������4 Resumo ������������������������������������������������������������������ 12 Resenha Acadêmica ��������������������������������������������� 19 Relatórios de Estágio �������������������������������������������� 34 Artigo Acadêmico ������������������������������������������������� 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������41 SÍNTESE ������������������������������������������������������ 44 2 E-book 1 Produção de Textos Acadêmicos: O que é? Como se faz? E-book 4 INTRODUÇÃO Olá, estudante� Chegamos ao último módulo de nossa disciplina� Nele estudaremos, dentro do tipo de texto dissertativo, cinco gêneros textuais que você utilizará durante a sua trajetória acadêmica� São eles: fichamento, resumo, resenha acadêmi- ca, relatórios de estágio e artigos científicos� Em cada um deles analisaremos o seu conceito, como se faz e um exemplo� Para tanto, utilizaremos como referenciais teóricos: Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6028, ABNT 2003), Fontana e Paviani (2010), Marconi e Lakatos (2003), Köche, Boff e Pavani (2017)� Conforme estudamos nos módulos anteriores, a comunicação e a interação humana estão pre- sentes em todos os âmbitos sociais, por meio da oralidade e pela escrita e leitura� Na vida acadê- mica não poderia ser diferente, nossa escrita se dá pela escolha de gêneros textuais e discursivos que melhor combinam com o meio que frequenta- mos, os chamados gêneros acadêmicos� Vamos estudá-los? 3 FICHAMENTO Segundo Francelin (s.d), o fichamento é um método de estudo e de pesquisa pessoal e tem como função organizar os principais pontos do material consul- tado. Além desse papel, fichar um texto auxilia na fixação das ideias e no processo de escrita. Não há limite para se fazer fichamentos, mas isso depende de coerência. Não se pode fi- char tudo sobre um assunto e, geralmente, não usamos todo o material que levantamos e fichamos, mas teremos uma fonte de infor- mação organizada para consultas posteriores. (FRANCELIN, s.d, p. 122) O fichamento é uma das etapas mais importantes de nossos estudos acadêmicos, pois não se trata de um ato mecânico e isolado como muitos pensam� Ele é o primeiro passo que damos para a realização de uma pesquisa e nos ajuda a entender o assunto de forma crítica e reflexiva, e que dará sustentação para as nossas ideias� “Assim, não são apenas trechos que ‘copiamos’, mas ideias que vamos dispondo de forma ordenada para organizar nosso raciocínio, per- mitindo sua recuperação�” (FRANCELIN, s�d, p� 129) Conforme dissemos anteriormente, fichar um texto é um método pessoal, por isso pode ser realizado de várias maneiras: as anotações podem ser registradas em blocos, cadernos, fichas pautadas, digitados no 4 Microsoft Word e no LibreOffice e, até mesmo, em programas de computador específicos para essa finalidade, como Mendeley, e guardados em arquivos e pastas� Além do computador, observamos que usualmente os registros são feitos em fichas pautadas que são facilmente encontradas em papelarias e podem ter os seguintes tamanhos: pequeno (7,5 cm X 12,5 cm), médio (10,5 X 15,5 cm) e grande (12,5 X 20,5)� Figura 1: Ficha Pautada Fonte: Acervo Pessoal Quanto à formatação das fichas, não há uma regra específica. No entanto, para a realização de um bom fichamento compreendemos que ele deve conter a referência completa da obra lida; estar coerente e coeso na construção textual; as citações direta ou indireta devem seguir as regras de normatização; ter objetividade; incluir todas as informações principais sobre o tema; quando possível, utilizar as próprias 5 palavras e não somente cópia de trechos e fazer uma síntese geral no início ou no final (FRANCELIN, s.d). Figura 2: Exemplo de Estrutura de Fichamento Fonte: Elaborado pela autora, 2019. Quanto ao conteúdo a ser escrito no corpo das fichas, Marconi e Lakatos (2003) afirmam que varia de acor- do com a sua finalidade e que existem cinco tipos básicos de fichamento: bibliográfico, de citações, de resumo, textual ou de conteúdo, de esboço e de comentário ou analítico� Conheça cada um deles: Os fichamentos bibliográficos trazem a descrição dos pontos principais de uma obra ou parte dela e podem referir-se aos seguintes pontos: o campo do saber abordado; os problemas tratados; as con- clusões alcançadas; as contribuições que a obra apresenta diante do assunto tratado; a abordagem e os procedimentos utilizados pelo autor; a fonte de dados; o uso de ilustrações, etc� 6 Figura 3: Exemplo de Fichamento Bibliográfico Fonte: todamateria Os fichamentos de citações consistem na reprodu- ção fiel de frases ou sentenças consideradas impor- tantes para o estudo em questão� Para tanto, toda citação deve ser feita entre aspas; deve constar o número da página de onde foi extraída; deve ser fiel ao que está escrito, isto é, se há erros de grafia, eles devem ser incluídos; quando se suprime uma ou duas palavras deve ser indicado o local da omissão, quan- do necessário, devemos complementar a sentença com palavras ou frases entre colchetes; quando o pensamento for de outro autor, deve ser assinalado� 7 Figura 4: Exemplo de Fichamento de Citação Fonte: Marconi e Lakatos, 2003 Os fichamentos de resumo, textual ou de conteúdo são aqueles que apresentam uma síntese bem clara e concisa dos principais pontos da obra ou ideias do autor� Apresentam as seguintes características: a) não é um sumário ou índice das partes compo- nentes da obra, mas exposição abreviada das ideias do autor; b) não é transcrição, como na ficha de citações, mas é elaborada pelo leitor, com suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação do autor; 8 c) não é longa: apresentam-se mais informações do que a ficha bibliográfica, que, por sua vez, é menos extensa do que a do esboço; d) não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra: lendo a obra, o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao final, redige um resumo, contendo a essência do texto� (MARCONI; LAKATOS, 2003, pp� 58-59) Figura 5: Exemplo de Fichamento de Resumo ou de Conteúdo Fonte: Marconi e Lakatos, 2003. Os fichamentos de esboço, por sua vez, são mais detalhados e mais extensos do que os de resumo 9 ou de conteúdo� A síntese é realizada quase página por página e, em virtude desse fato, devemos fazer a indicação das páginas� Figura 6: Exemplo de Fichamento de Esboço (frente) Fonte: Marconi e Lakatos, 2003. 10 Figura 7: Exemplo de Fichamento de Esboço (verso) Fonte: Marconi e Lakatos, 2003. Por fim, os fichamentos de comentário ou analíticos consistem “na explicitação ou interpretação crítica pessoal das ideias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte dele�” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p� 59)� 11 Figura 8: Exemplo de Fichamento de Comentário ou Analítico Fonte: Marconi e Lakatos, 2003. Resumo Assim como o fichamento, o resumo também é um instrumento que você utilizará com grande frequência para a realização de uma boa escrita acadêmica� É definido por Marconi e Lakatos (2003) como uma apresentação concisa e usualmente seletiva de um texto, onde devem ser destacados os principais pon- tos do texto lido� 12 O resumo é uma forma de reunir e apresen- tar, de maneira concisa, coerente e frequen- temente seletiva, as informações básicas de um texto preexistente. Em outras palavras, é a condensação de um texto, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância. (FLÔRES; OLÍMPIO; CANCELIER, 1994, p. 138) Tem como propósitos registrar e divulgaras infor- mações básicas contidas em livros, artigos, mono- grafias, dissertações, teses etc., auxiliando os es- tudantes em seus estudos teóricos e na busca de informações prévias sobre determinado texto� Para que possamos resumir um texto, Marconi e Lakatos (2003) sugerem que: a) em uma primeira leitura devemos fazer um esbo- ço do texto, tentando identificar qual é o plano geral da obra e o seu desenvolvimento� b) em um segundo momento devemos ler nova- mente o trabalho com o propósito de verificar a ideia central e o objetivo que nortearam o autor� c) em uma terceira leitura verificar quais as partes principais em que se estrutura o texto, compreenden- do as ideias e exemplos que servem como explica- ção, demonstração e discussão da ideia principal� d) por fim, a última leitura deve ser feita com a in- tenção de compreender o sentido de cada parte im- portante, verificar qual a relação entre as partes (se 13 é de complementação, oposição, consequência etc�) e anotar as palavras-chave� Ao término dessa etapa podemos passar para a ela- boração do resumo que, segundo a Norma Brasileira de Referência – NBR 6028 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2003), pode ser do tipo indicativo ou descritivo; informativo ou analítico; crítico� a) O resumo indicativo ou descritivo tem como ob- jetivo fazer referência às partes mais importantes do texto, não se trata de uma simples enumeração do sumário, mas de uma descrição da natureza, forma e propósito da obra lida� Geralmente não dispensa a consulta da obra original, pois apenas expõe a essên- cia do texto e, a partir da leitura dessas informações básicas, é possível ao leitor verificar se determinada obra atende ou não os seus objetivos de estudo� ROCCO, Maria Thereza Fraga� Crise na linguagem: re- dação do vestibular� São Paulo: Mestre Jou, 1981� Estudo realizado sobre redações de vestibulando da FUVEST� Examina os textos com base nas novas ten- dências dos estudos da linguagem, que buscam eri- gir uma gramática do texto, uma teoria do texto� São objetos de seu estudo a coesão, o clichê, a frase e o discurso indefinido. Parte de conjecturas e indagações apresenta os critérios para análise, o candidato, o texto e farta exemplificação. Exemplo de resumo Descritivo ou Indicativo Fonte: http://zefrancisco.blogspot.com/2009/10/resumo-e- -resenha.html 14 b) O resumo informativo ou analítico tem como finalidade informar o conteúdo e as principais ideias do autor, com destaque para os objetivos e o tema, os métodos e técnicas, os resultados e conclusões� É mais amplo do que o resumo indicativo ou descritivo e, quando bem escrito, dispensa a leitura da obra original; trata-se de uma apresentação condensada do texto, nele não deve haver comentários pessoais, críticas e julgamentos de valor� Este tipo de resumo é realizado pelo próprio au- tor do texto principal e é utilizado em trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações de mestrado, teses de doutorado e artigos acadêmicos; são apresentados os aspectos mais relevantes e os demais elementos são apenas indicados possibili- tando ao leitor a compreensão exata do que será encontrado no texto principal� Para elaborar um bom resumo para o seu trabalho de conclusão de curso atente-se ao PODCAST – Como elaborar um bom resumo para TCC? Podcast 1 15 Desenvolvimento de um instrumento para men- surar a satisfação do usuário de sistemas de in- formações - Volume: 38 - Número: 3 - Data: julho/ agosto/setembro, 2003� Autor: José Dutra de Oliveira Neto e Edson Luiz Riccio Neste trabalho, objetiva-se desenvolver um instru- mento para mensurar, empiricamente, a satisfação do usuário de Sistemas de Informações� Para tan- to, foi desenvolvido um instrumento para medir a satisfação do usuário em relação a aplicativos específicos elegíveis pelo próprio pesquisado pelo método survey. Uma amostra de 143 respostas de participantes do MBA da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da Universidade de São Paulo (USP) foi utilizada e o resultado aponta um instrumento (de 5 pontos na escala tipo Likert), cujo coeficiente de consistência interna, medido por meio do coefi- ciente alfa de Cronbach foi de 0�84 e cuja validação empírica foi feita pela análise fatorial, e depois con- firmada pela análise multidimensional em um con- junto variado de aplicativos. Foram identificados quatro componentes da satisfação do usuário: pra- ticabilidade, disponibilidade, precisão e adequação da informação� Essa pesquisa sugeriu, também, que a satisfação do usuário, quando decomposta em quatro componentes, pode ser base para uma ferramenta de diagnóstico na implementação de 16 sistema de informação, aumentando suas chances de sucesso� Palavra-chave: satisfação do usuário, sistemas de informações� Exemplo de resumo informativo ou analítico Fonte: http://www.tecsi.fea.usp.br/disciplinas/mba/mba-ti- -turma9/estrutura/conteudo.asp c) O resumo crítico é quando há o julgamento sobre o texto lido; trata-se da crítica dos aspectos me- todológicos, do conteúdo, do desenvolvimento; da maneira de como as ideias foram apresentadas� FERRARO-JUNIOR, L� A� (org�)� Encontros e Caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília, MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005, p� 263-272� Texto: Profissional Educador Ambiental: a utopia construída Autoras: Maria Henriqueta Andrade Raymundo e Vivian Gladys de Oliveira Assunto tratado: As diversas situações desafiado- ras encontradas e vivenciadas pelo profissional da educação o leva, na maioria das vezes, a muitas frustrações e desilusões, diante de tantas proble- máticas existentes na sociedade que o convida à formação de seus indivíduos� A relação com o meio em que vive e as peculiaridades das no- 17 vas sociedades projetam a necessidade de uma formação para o educador, além das habilidades específicas de cada área do conhecimento, a in- tencionalidade de uma formação interdisciplinar, uma vez, que tudo deve conduzi-lo a uma utopia de formação ambiental emergencial, já que tudo converge para questões ambientais� Na sua pró- pria formação de educador ambiental, o profissio- nal precisa estabelecer ponte de conexão de sua formação profissional com sua prática pessoal, a fim de demonstrar com propriedade de perten- cimento, como as questões encontradas podem e devem ser solucionadas� Não se pode ensinar o que não se transformou em experiência� A edu- cação ambiental é um bem maior do que troca de informações, de repasse de conhecimento, é algo que em seu idealismo, ofereça formação integral do ser humano. O desafio principal nesse caso, é que o profissional educador ambiental promova a integração dos diversos tipos de saberes� Sem deixar que o cotidiano o interpele e atrapalhe o desenvolvimento de um trabalho com princípios e características emancipatórias� Conclusão: Desta forma, é preciso sempre dispor- -se de uma autorreflexão sobre cada situação vi- venciada pelo profissional da educação ambien- tal, de maneira que seja possível estar conectado com as mudanças existenciais da atualidade, sejam em cabedais de conhecimento, sejam em atuações diretas nos desafios propostos� 18 Análise Crítica: Base literária muito instigadora, este texto nos leva a uma belíssima reflexão sobre a atuação profissional educador ambiental, bem como sobre uma introspecção real sobre o próprio despertar para a necessidade de se viver educação ambiental em todos os aspectos da sociedade atual� Que cada ação direcionada a degradação do meio ambiente deve ser considerada reflexo de uma ação não pensada pelo indivíduo� As autoras conseguiram nos trazer muito próximos de um ideal que muitasvezes se torna inalcançável pela maresias das demandas socioeconômicas que sobrepõem os interesses coletivos� Palavras-chave: utopia, prática pessoal, experi- ência, formação, idealismo, educação ambiental Exemplo de Resumo Crítico Fonte: https://projetoacademico.com.br/resumo-critico/ (adaptado) Resenha Acadêmica A Resenha é um dos tipos de trabalhos mais requisi- tados pelos professores de um curso de graduação e de pós-graduação; trata-se de uma descrição deta- lhada que abrange certo número de fatos� Há vários tipos de Resenhas e uma das mais conhecidas é a Resenha Acadêmica, esta, por sua vez, se divide em Resenha Acadêmica Descritiva, Resenha Acadêmica Crítica e Resenha Temática. 19 a) Na Resenha Acadêmica Descritiva não há expo- sição da opinião do resenhista, trata-se apenas da descrição de uma obra e é composta pelos seguintes itens: identificação da obra, apresentação da obra, descrição da estrutura, descrição do conteúdo, reco- mendação da obra, identificação do autor, assinatura e identificação do resenhista. Resenha Acadêmica Descritiva Cassia Maria Buchalla Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) O livro Artigos Científicos: como redigir, publicar e avaliar, de autoria do Prof� Mauricio Gomes Pereira, foi lançado recentemente pela Editora Guanabara Koogan� Com o objetivo de orientar os potenciais autores sobre como vencer as muitas barreiras na elabo- ração e publicação de artigos científicos, o livro aborda cada uma das etapas desse processo em 24 capítulos� Os três primeiros capítulos tratam dos aspectos da preparação do trabalho� O primeiro capítulo, Pesquisa e Comunicação Científica, versa sobre a necessidade de divulgação dos resultados das 20 pesquisas como forma de finalização da mesma. Aborda, de modo geral, a evolução da comunica- ção cientifica nas ciências da saúde, menciona os periódicos de acesso livre e a situação atual de elevada competição para publicar� No segundo capítulo, Canais de Comunicação Científica, o autor descreve os tipos de periódicos, os tipos de artigos, as formas de publicação e as normas que as regem� Do terceiro ao décimo quinto capítulo é apresenta- da cada parte da estrutura de um trabalho cienti- fico, começando pelo planejamento, abordando a estrutura, redação e revisão do texto, a introdução, o método, os resultados, a discussão, as referên- cias bibliográficas, o título, a autoria, o resumo, as palavras-chave, a escolha do periódico e um capítulo com temas para a complementação do artigo (capítulo 15)� Somam-se a esse conjunto de capítulos, que orien- tam a elaboração de cada seção do artigo científi- co, outros três capítulos que exploram a Estatística (capítulo 18), a Preparação de Tabelas (capítulo 19) e a Preparação de Figuras (capítulo 20)� O le i to r i rá encont ra r também cap í tu - l o s s o b r e a S u b m i s s ã o d o A r t i g o p a r a a P u b l i ca çã o , s o b r e a Ava l i a çã o d e a r t i - go Científico e sobre Ét ica (capítulo 21)� 21 Os três últimos capítulos do livro versam sobre te- mas auxiliares, enfocando a motivação para divul- gar os resultados de uma pesquisa e os recursos para publicá-los� O capítulo 22 , Vale a pena publicar Artigo Científico?, lista os motivos pelos quais esta prática é cada vez mais importante e competiti- va assim como os auxílios disponíveis para uma escrita de qualidade� O capitulo seguinte, Como ter Artigo aprovado para Publicação, aponta as parti- cularidades dos textos recusados, como falta de relevância do tema, pouca originalidade, os erros mais comuns de redação, entre outros aspectos que devem ser evitados para que um trabalho seja aprovado para publicação� O livro termina com Síntese das Sugestões sobre Redação Científica, onde são agregadas as infor- mações que resumem os demais capítulos do livro� Os capítulos são estruturados em itens, apresenta- dos com texto curto e com um ou mais exemplos, quando pertinente� A estrutura do texto obedece à lógica de apresentação de cada tópico, do ge- ral ao especifico, havendo dois itens comuns a todos os capítulos, o item Sugestões e outro com Comentário final� Os temas são apresentados com uma linguagem clara e direta� Além disso, vários recursos utiliza- dos pelo autor facilitam a leitura, como a inclusão de exemplos e o resumo do conteúdo de cada ca- 22 pítulo, apresentado em tabela, fazendo referência à seção onde cada tema aparece� O leitor pode esperar instruções sobre cada etapa do processo de elaboração de um texto científico para publicação, com a exposição de cada detalhe envolvido e dicas sobre o que deve ser considerado para se obter um resultado apropriado� Além disso, aspectos importantes relacionados ao encaminhamento e à publicação do artigo são abordados na obra� Entre esses, como preparar uma carta ao editor, como lidar com o processo de revisão, e como proceder para avaliar um artigo científico. A inclusão de um capítulo sobre estatística, as- sim como sobre a preparação de tabelas e figuras reflete a abrangência da obra. Nota-se, em toda a obra, uma abordagem além do que seria esperado para os temas propostos� O autor não se limita a identificar o conteúdo bá- sico de cada item de um artigo cientifico e a ex- plorar formas de preparar cada parte do trabalho, oferecendo ao leitor a chance de rever cada tópico da preparação do estudo� Por exemplo, o capítulo de Método aborda detalhes de cada um dos seus itens como tipos de estudo, características da amostra, classificação das variáveis, erros a se- rem evitados, entre outros� No capítulo Resultados, somado à sequência de apresentação dos dados, 23 o autor também descreve as formas estatísticas para apresentar o efeito encontrado no estudo� No capítulo sobre Complementação do Artigo o lei- tor encontrará instruções sobre as revisões para o aprimoramento do artigo, os erros e os vícios de linguagem a serem evitados, normas para o uso de siglas e de citação de números no texto, tempos verbais a serem usados em cada parte do artigo, entre outros aspectos necessários a uma redação correta� A abrangência do conteúdo torna inevitável algu- mas repetições, até porque alguns temas apresen- tados se sobrepõem� Ainda que o foco seja a redação de artigo cien- tifico, é evidente a quantidade de informação teórica sobre pesquisa epidemiológica disponi- bilizada� O livro não se limita a propor normas de redação, como uma receita do que deve con- ter a introdução, a parte de métodos ou as de- mais partes do artigo, mas inclui um conteúdo teórico sobre temas relacionados a cada tópico� Desta forma, o livro pode ser útil para aqueles que querem um roteiro ou orientação para apri- morar seus manuscritos científicos e que têm dúvidas específicas, mas também para os ini- ciantes, que se beneficiarão ao ler um texto mais extenso, com um teor maior de informação sobre cada aspecto envolvido na produção cientifica. 24 O autor, Dr� Mauricio Gomes Pereira, é médico com especialização em pediatria e em saúde pública e professor titular da Universidade de Brasília� Tem vários livros publicados, entre eles Epidemiologia: teoria e prática, e vasta experiência na área de meto- dologia científica e de epidemiologia. O livro Artigos Científicos: como redigir, publicar e avaliar torna maior sua contribuição para o ensino e a pesquisa no Brasil� Exemplo de Resenha Acadêmica Descritiva Fonte: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000200021 b) A Resenha Acadêmica Crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra, tem como propósito in- formar o leitor sobre o assunto tratado no texto e relatar as contribuiçõesque o mesmo traz� “Consiste na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro [texto, artigo, etc�] feitos pelo resenhista�” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p� 264)� Esse tipo de resenha apresenta um modelo de es- trutura que se divide em: referência bibliográfica; credenciais do autor; resumo detalhado das ideias principais, conclusão do autor, quadro de referências do autor, apreciação do resenhista, indicação da obra� Resenha Acadêmica Crítica NAFISI, Azar� Lendo Lolita em Teerã: memórias de uma resis- tência literária� Rio de Janeiro: Edições BestBolso, 2009 (420p�)� 25 A república contra as mulheres Antonio Ozaí da Silva* Há livros que compensam a leitura� A obra Lendo Lolita em Teerã, escrito por Azar Nafisi, é um deles. É um livro autobiográfico. A autora, nascida no Irã, mas que vivia no estrangeiro desde osm13 anos, retornou à Teerã em 1979� Então, a derrubada da monarquia autocrática do Xá Reza Pahleva gerara expectativas de mudanças políticas� Os desdobra- mentos da Revolução Iraniana não confirmaram as esperanças e o que se seguiu foi o domínio da teocracia liderada pelo Aiatolá Khomeini� Apesar do regime ditatorial, Nafisi permaneceu no Irã por 18 anos� Professora de Literatura, lecionou na Universidade de Teerã de 1979 a 1981, quando foi expulsa por não obedecer aos ditames da po- lítica teocrática� Tempos depois, voltou a lecionar na Universidade Livre Islâmica e na Universidade Allameh Tabatai� Lendo Lolita em Teerã nos permite conhecer os aspectos políticos, culturais, sociais e o cotidiano da República Islâmica do Irã, pelo olhar privilegiado de uma mulher intelectual que viveu e sobreviveu àqueles anos conturbados� Não por acaso, o sub- título do livro é “memórias de uma resistência lite- rária”� Quando se viu impossibilitada de exercer a docência, Azar Nafisi formou um grupo de alunas que, na clandestinidade, liam e estudavam autores 26 como Vladimir Nabokov, F. Scott Fitzgerald, Henry James e Jane Austen� Ela relata esta experiência, entremeada pelos acontecimentos políticos que transformaram o dia-a-dia dos iranianos� Com Azar Nafisi aprendemos sobre literatura, mas sobretudo sobre a vida real de homens e mulheres submetidos à opressão política� A dominação de gênero é legitimada pela religião e o poder político� A República Islâmica visa especialmente à submis- são das mulheres, embora também reprima todo e quem ouse desafiar o poder das autoridades. Nenhuma obra é imparcial e isenta de valores� Nafisi não oculta seu ponto de vista, sua escrita é comprometida� Não obstante, demonstra integri- dade intelectual e permite aos leitores, como na literatura que analisa, apreender a complexidade da conjuntura e dos indivíduos concretos envolvidos no palco da história. Também o leitor dificilmente sairá ileso, pois trata-se de uma obra que pressu- põe posicionamento� Lendo Lolita em Teerã também tem caráter peda- gógico, afinal trata-se da história de vida de uma professora e apresenta os ingredientes que envol- vem a práxis docente num ambiente de restrições das liberdades mais elementares necessárias ao exercício da docência� Embora seja outra cultu- ra, diferente da nossa, há aspectos pedagógicos comuns que contribuem para a reflexão sobre o ato educativo, o ensinar e aprender� Basta obser- 27 var com carinho como transcorrem as relações entre a autora e seus alunos – em especial, as alunas – e com os seus colegas no campus� As questões pedagógicas são necessariamente po- líticas, politizadas e politizantes� Por exemplo, quando os alunos exigem a mudança do currículo, que autores como Ésquilo, Shakespeare e Racine fossem substituídos por Brecht, Gorki e Marx e Engels� Para eles, a teoria revolucionária era mais importante� Depois, todos seriam submetidos ao rígido controle político dos aiatolás e o campus moldado à imagem e semelhança dos intérpretes da lei islâmica� Ironicamente, eles desprezavam as liberdades individuais, ditas burguesas; foram tragicamente perseguidos e tiveram a liberdade suprimida� Vários foram assassinados� Lendo Lolita em Teerã é uma obra que permite conhecer melhor a realidade cultural, social e po- lítica da República Islâmica do Irã� Vale a pena ler! A propósito, também sugiro que assista ao filme Persépolis� *ANTONIO OZAÍ DA SILVA é Professor do Departamento de Ciências Sociais, Universidade Estadual de Maringá� Email: aosilva@uem�br Publicado originalmente no blog� Exemplo de Resenha Crítica Fonte: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ EspacoAcademico/article/view/15445/8351 28 c) A Resenha Temática é aquela em que o resenhis- ta escreve sobre vários textos com um assunto/tema em comum e possui os seguintes itens: apresentação do tema, resumo dos textos lidos, conclusão sobre o tema tratado, referências bibliográficas e identifi- cação do resenhista� Resenha temática Polêmicas da educação infantil Maria Izete de Oliveira O interesse em abordar esse tema origina-se da preocupação com a qualidade de ensino e os ru- mos que a está tomando a educação infantil� Os ensinamentos da psicologia educacional nos es- clarecem que a personalidade de uma pessoa se forma, quase que por completo, até os sete anos de idade e suas características vão depender, em grande parte, do ambiente no qual a criança se in- sere, ou seja, a família, o contexto social e a escola� Enfocando essa discussão no campo da educa- ção escolar percebe-se que o professor é o profis- sional que atua mais diretamente com a criança em um período consideravelmente longo e que, por isso, exerce grande poder de influência sobre a sua autoestima e, consequentemente, sobre a sua personalidade. Essa influência é ainda maior quando se trata de crianças na faixa etária de zero 29 a seis anos, as quais se encontram vulneráveis a qualquer influência de um adulto mais próximo. Assim sendo, se o educador exerce influência so- bre a personalidade de seus alunos, temos que considerar, também, que essa influência pode culminar em resultados positivos ou negativos dependendo da atuação dele� Se, de um lado, com uma postura democrática e libertadora, o educador pode contribuir significativamente para a formação de um cidadão consciente, crítico, independente e competente em suas ações, por outro, com uma postura autoritária e repressiva, que não desperta a autoestima do educando, pode deixar sequelas para o resto da vida de uma criança� O mais interessante é que o educador nem sempre se dá conta do quão importante é o seu papel, a sua atuação para a vida dos alunos e, não tendo essa clareza, desempenha sua função, ano após ano, de forma alienada e acrítica� Um dos motivos dessa sua postura em relação à profissão, certa- mente, é a má qualidade dos cursos de formação de professor, ou seja, a falta de formação especí- fica para a educação infantil compromete a qua- lidade dos cursos� Para aprofundar essa reflexão, tomo como referên- cia a LDB 9394/96, a Resolução CEB N° 1 de 7 de abril de 1999 que Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, Documento do INEPE – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 30 Educacionais – que apresenta os números da edu- cação no Brasil, e o artigo de Corrêa (2003) no qual a autora tece algumas considerações sobre a qualidade da educação infantil� [���] É necessário que os profissionais concebam a educação infantil não como a preparação para a primeira série, numa visão da criança como um adulto em miniatura, mas como a preparação da pessoa humana, numa visão da criança como sujeito social, na perspectiva de uma formação integral� Pergunta-se, então, em que medida as pré-escolas se constituem “espaço de vivência infantil”, mais precisamente,em que medida a organização do trabalho pedagógico respeita as especificidades das crianças? Esse desconhecimento sobre a verdadeira fun- ção da educação infantil ocorre pelo fato de que o atendimento às crianças nessa faixa etária estava, até pouco tempo, subordinado a órgãos de assis- tência social, acarretando-lhes uma conotação de caráter mais voltado para cuidados e nutrição, sem grandes preocupações educativas� Somente em 1993, o Ministério da Educação e do Desporto, elabora um documento sobre Política Nacional de Educação Infantil, que traça as diretrizes gerais, os objetivos e as ações prioritárias dessa política� A partir daí, a educação infantil passa a fazer parte do Sistema Educacional considerada como a pri- 31 meira etapa da Educação Básica, destinando-se ao atendimento da criança de zero a seis anos de idade� Só então as creches e pré-escolas passam a ter um caráter educativo� Essa vicissitude ocorrida no processo histórico da educação da criança de zero a seis anos de idade, indubitavelmente, interfere, ainda hoje, na qualida- de do atendimento prestado pelas instituições de educação infantil a essas crianças� [���] Logo, é importante que o professor reconheça essas características em seus alunos e procure trabalhar de forma a respeitar e considerar suas individualidades, percebendo que a criança é um ser em desenvolvimento, cheia de potencialidades e identidade própria e que, por conseguinte, ao pla- nejar suas aulas, não queira cobrar atitudes para as quais seus alunos ainda não estão preparados como, por exemplo, permanecerem sentados por longos períodos, permanecerem em silêncio ab- soluto em sala etc� Ainda há muito que se discutir sobre o contexto no qual se encontra a educação infantil, contudo, meu objetivo nesse momento foi apresentar alguns as- pectos que influenciaram e continuam influenciando a qualidade do atendimento prestado a essas crian- ças e que, como profissional da área, inquietam-me. 32 Referências: BRASIL� Ministério da Educação� Números da edu- cação no Brasil� Brasília: INEP, 2001� BRASIL, Lei nº 9394, de 20�12�96, Diretrizes e Bases da Educação Nacional� In: BRITO, Ana Rosa Peixoto de� LDB: da “consolidação” possível à lei “procla- mada”� Belém: Graphitte, 1997� BRASIL� Conselho Nacional de Educação� Câmara de Educação Básica� Resolução CEB n� 1 de 7 de abril de 1999� Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil� CORRÊA, Bianca Cristina� Considerações sobre qualidade na educação infantil� Cadernos de Pesquisa, São Paulo: Fundação Carlos Chagas, n� I, p� 85-112, jul� 2003� Maria Izete de Oliveira é Doutora em Psicologia da Educação pela PUC/SP� Professora da Faculdade de Educação da UNEMAT, Campus de Cáceres� Coordenadora da Revista FAED/UNEMAT� e- -mail:proec@unemat�br Exemplo de Resenha Temática Fonte: http://www.serie-estudos.ucdb.br/index.php/serie-estudos/ article/view/501/397 (adaptado) 33 Relatórios de Estágio Em um momento de sua vida acadêmica você pre- cisará entrar em contato com algumas atividades práticas, sendo uma delas o estágio, que, segundo Fontana (2010), é uma atividade integrante da forma- ção profissional de diversas áreas do conhecimento e um dos requisitos obrigatórios para a obtenção do título de graduação� Devido a esta exigência, os relatórios de estágio acabam fazendo parte da ro- tina acadêmica dos estudantes e também um dos gêneros dos discursos mais utilizados durante a vida universitária� Em geral, o relatório de estágio tem como propósito principal relatar o levantamento de dados sobre determinada área profissional através de observação e registro de informa- ções, acrescido das atividades de prática pro- fissional supervisionada, durante o período de formação, na área em questão. [...]. Alguns exemplos de campo de estágio bastante co- muns são: o setor de uma empresa ou de ins- tituição pública ou privada, uma escola, uma loja, um hospital, um escritório, uma galeria de artes, uma agência de publicidade etc. (FONTANA e PAVIANI, 2010, p. 135) Segundo Fontana e Paviani (2010), o relatório de estágio tem uma estrutura física composta pelas seguintes partes: 34 a) elementos pré-textuais: capa, folha de rosto, er- rata (quando necessário), listas e sumários� b) elementos textuais: introdução, desenvolvimento e conclusão� c) elementos pós-textuais: referências, obras con- sultadas, apêndices e anexos; os dois últimos são opcionais� Saiba Mais Para conhecer um modelo de relatório de estágio acesse o link: http://www.zumbidospalmares.edu. br/pdf/modelo-relatorio-estagio-supervisionado. pdf� Acesso em: 01 abr� 2019� Um relatório deve ter as seguintes qualidades: ex- tensão adequada, linguagem e exatidão� Segundo Köche, Boff e Pavani (2017), a extensão varia de acordo com os objetivos do relatório; no que se refere à linguagem, esta deve ser clara, objetiva, sistemática, exata e correta, e, quando falamos em exatidão, queremos dizer que o relatório produzido deve conter informações exatas, sem ambiguidades, para não se criar dúvidas na hora da leitura� Fique Atento Além dos relatórios de estágio, existem relató- rios técnico-científicos, de viagens, de participa- 35 ções em eventos, de visitas técnicas, administra- tivos e para fins especiais e progressivos. Em algum momento do curso de graduação você poderá escrever um relatório técnico científico ou de participação de eventos. Conheça a definição de cada um: O relatório técnico-científico relata os resulta- dos ou progressos alcançados em pesquisa, descrevendo a situação de uma questão técnica ou científica. Já o relatório de participação de eventos tem o objetivo de apresentar as infor- mações relativas à participação de um evento, tais como data, duração, objetivos e atividades desenvolvidas� Artigo Acadêmico Segundo Köche, Boff e Pavani (2017), artigo acadê- mico, também conhecido como artigo científico, é um gênero textual dissertativo que possibilita a sociali- zação do conhecimento� Apresenta os resultados de estudos e pesquisas de determinada questão teórica ou prática� Trata-se de um gênero muito importante em cursos de graduação e de pós-graduação� É um meio rápido e sucinto de divulgar e tor- nar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida in- vestigada, o referencial teórico utilizado (as 36 teorias que serviram de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resul- tados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão (KÖCHE, BOFF e PAVANI, 2017, p. 129) A linguagem utilizada na escrita do artigo deve ser concisa, correta e clara, apresentar coerência na exposição das ideias e na argumentação, coesão entre os elementos textuais e fidelidade às fontes utilizadas� Um artigo é composto por: identificação, resumo e palavras-chave, corpo do artigo, referências, anexos ou apêndices e data do artigo� a) Na identificação deve-se escrever: • O título do artigo de maneira clara e concisa; • O nome do autor ou autores abaixo do título e do lado direito da página; • A qualificação profissional e acadêmica do autor ou autores, em geral se coloca em forma de nota de rodapé as seguintes informações: titulação acadê- mica mais elevada do autor do artigo, instituição a que pertence, o que ele faz e o seu local de trabalho� b) Resumo e palavras-chave: o resumo é uma sín- tese do que foi pesquisado, da metodologia adotada e dos resultados alcançados� Na maioria das vezes antecede o corpo do artigo e na metade superior da 37 página, mas pode aparecer no final do artigo após as referências� Em seguida, são colocadas as palavras- -chave que consistemem expressões referentes aos temas do texto e que têm como objetivo orientar o leitor sobre as principais ideias que aparecerão no corpo do artigo� c) O corpo do artigo é composto pela situação-pro- blema, pela discussão e pela avaliação e conclusão� • A situação-problema tem como objetivo orientar o leitor apresentando o problema, os objetivos e outras informações que justifiquem a necessidade desse estudo� “Nessa parte do estudo, que corresponde à introdução, poderá haver ainda a referência à organi- zação do trabalho, ou seja, às partes que o compõem, ao método empregado e à sua fundamentação teó- rica�” (KÖCHE, BOFF e PAVANI, 2017, p� 131) • Na discussão são expostos e discutidos as in- formações e dados utilizados para compreender o problema; nessa parte o autor deve utilizar todas as formas possíveis de argumentação, entre elas a referência a obras e autores consultados, dando sus- tentação teórica para o que se está discutindo� Essa etapa corresponde ao desenvolvimento do artigo� • Na avaliação e conclusão o autor apresenta seus comentários finais, respondendo às questões do problema investigado e as conclusões alcançadas� Quando se trata de um artigo de pesquisa, nesta par- te também são apresentados os resultados obtidos� 38 d) Referências: de acordo com as normas da ABNT o autor deve listar todas as referências citadas no corpo do artigo� e) Anexos ou apêndices: nesta parte são anexados questionários, tabelas, quadros, imagens etc�, quando houver necessidade� f) Data do artigo: por fim, é colocada a data de sub- missão e de aprovação do artigo� Além desses aspectos, para se produzir um artigo é necessário seguir as seguintes etapas: • seleção da bibliografia sobre o assunto; • delimitação do problema; • elaboração da abordagem para a análise do assunto; • elaboração do esquema de trabalho; • elaboração do resumo dos tópicos e da análise pessoal; • organização das anotações na ordem apresentada no esquema; • escolha do tempo verbal mais indicado para ser usado no artigo (o presente é o mais adequado); • escrita da primeira versão do trabalho; • revisão da escrita; • submissão do artigo ao orientador ou a outra pes- soa para avaliar a produção; • escrita da versão final. • (KÖCHE, BOFF e PAVANI, 2017, p� 132) 39 Vale destacar que o artigo acadêmico ou científico pode ser dos seguintes tipos: de revisão, original e de divulgação� Para conhecer as características de cada um deles, atente-se ao PODCAST – Tipos de artigos acadêmicos� Podcast 2 Saiba Mais Conheça um exemplo de artigo acadêmico aces- sando o link: http://rbep.inep.gov.br/index.php/ rbep/article/view/3804/pdf� Acesso em: 01 abr� 2019� 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo conhecemos as principais característi- cas de cinco gêneros textuais dissertativos voltados para a produção acadêmica: fichamentos, resumos, resenhas, relatórios de estágio e artigos acadêmicos ou científicos. Os fichamentos têm a função de organizar os prin- cipais pontos de uma obra consultada e auxiliam na fixação das ideias e na produção textual. Podem ser bibliográficos, de citação, de resumo ou de conteúdo, de esboço, analítico e crítico� Os resumos têm a finalidade de registrar e divulgar as informações básicas contidas em livros, artigos, monografias, dissertações, teses etc. São dos tipos indicativo ou descritivo, informativo ou analítico e crítico� As resenhas são uma descrição detalhada que abrange certo número de fatos, há vários tipos de resenhas, entre elas as resenhas acadêmicas, que podem ser descritiva, crítica e temática� Os relatórios de estágio têm como objetivo principal relatar o levantamento de dados sobre determinada área profissional por meio da observação e do regis- tro de informações e de atividades práticas� 41 Por fim, os artigos acadêmicos têm como finalidade a socialização do conhecimento, apresentando os resultados de estudos e pesquisas de determinada questão teórica ou prática� Prezado(a) estudante, com estas considerações en- cerramos a disciplina Leitura e Produção de Texto. Espero que os temas abordados tenham contribuído de forma significativa para a sua vida acadêmica e que você aproveite todo o material disponibilizado para consultas, estudos e pesquisas� Despeço-me de você com a letra da música “Coração de Estudante”, de autoria de Milton Nascimento e Wagner Tiso: Coração de Estudante Quero falar de uma coisa Adivinha onde ela anda Deve estar dentro do peito Ou caminha pelo ar Pode estar aqui do lado Bem mais perto que pensamos A folha da juventude É o nome certo desse amor Já podaram seus momentos Desviaram seu destino Seu sorriso de menino Quantas vezes se escondeu 42 Mas renova-se a esperança Nova aurora a cada dia E há que se cuidar do broto Pra que a vida nos dê Flor, flor e fruto Coração de estudante Há que se cuidar da vida Há que se cuidar do mundo Tomar conta da amizade Alegria e muito sonho Espalhados no caminho Verdes, planta e sentimento Folhas, coração Juventude e fé (Milton Nascimento e Wagner Tiso) 43 Síntese Artigo Acadêmico ou Científico: tem como finalidades a socialização do conhecimento, a apresentação dos resultados de estudos e de pesquisas de determinada questão teórica ou prática. É composto por: • Data do artigo. • Anexos ou apêndices; • Referências; • Corpo do artigo; • Resumo e palavras-chave; • Identificação; Relatório de Estágio: tem como objetivo principal relatar o levantamento de dados sobre determinada área profissional através de observação e do registro de informações. Resenha Acadêmica: uma descrição detalhada que abrange certo número de fatos. Divide-se em: • Resenha Temática. • Resenha Acadêmica Crítica; • Resenha Acadêmica Descritiva; Resumo: tem como propósitos registrar e divulgar as informações básicas contidas em livros, artigos, monografias, dissertações, teses etc. O resumo pode ser de três tipos: • Crítico. • Informativo ou analítico; • Indicativo ou descritivo; Fichamento: tem como função organizar os principais pontos do material consultado, auxiliando na fixação das ideias e na produção textual. Há cinco tipos de fichamento: • De comentário ou analítico. • De esboço; • De resumo, textual ou de conteúdo; • De citações; • Bibliográfico; Neste módulo foram estudados cinco gêneros textuais voltados para a produção da escrita acadêmica. São eles: fichamento, resumo, resenha acadêmica, relatório de estágio e artigo científico. Referências Bibliográficas & Consultadas Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)� NBR 6028: Informação e documentação: resumo: apresentação� Rio de Janeiro, dez� 2003� 2p� FLÔRES, Lúcia Locatelli; OLIMPIO, Lúcia Maria Nassib; CANCELIER, Natália Lobor� Redação: o texto técnico- -científico e o texto literário. Florianópolis: EdUFSC, 1994� FONTANA, Niura Maria� Relatos de estágio: novas visões, novos gêneros? In: In: AZEVEDO, Tânia Maris de; PAVIANI, Neires Maria Soldatelli� Universo acadê- mico em gêneros discursivos� Caxias do Sul: Educs, 2010, pp� 117-134� FRANCELIN, Marivalde Moacir� Fichamento como método de documentação e estudo� In: Tópicos de fundamentos e formação em biblioteconomia e ci- ência da informação� Disponível em: http://www3. eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/ producao-academica/002749741.pdf� Acesso em: 29 mar� 2019� KÖCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cinara Ferreira� Prática textual: atividades de leitura e escrita� 11� ed� e 1� reimpressão� Petrópolis: Vozes, 2017� MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica.5� ed� São Paulo: Editora Atlas, 2003 PAVIANI, Neires Maria Soldatelli; FONTANA, Niura Maria� Os múltiplos desdobramentos genéricos do relatório de estágio� In: AZEVEDO, Tânia Maris de; PAVIANI, Neires Maria Soldatelli� Universo acadêmico em gêneros discursivos� Caxias do Sul: Educs, 2010, pp� 135-150� ALMEIDA, Rita de Cássia Santos� Práticas de Leitura e Produção de Texto� 1ª reimpressão� Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2016� [Biblioteca Virtual]� Acesso em: 15 jul� 2019� Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)� NBR 6028: Informação e documentação: resumo: apresentação� Rio de Janeiro, dez� 2003� 2p� FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão� Para entender o texto: leitura e redação� 17� ed� São Paulo: Editora Ática, 2010� [Biblioteca Virtual]� Acesso em: 15 jul� 2019� FLÔRES, Lúcia Locatelli; OLIMPIO, Lúcia Maria Nassib; CANCELIER, Natália Lobor� Redação: o texto técnico- -científico e o texto literário. Florianópolis: EdUFSC, 1994� FONTANA, Niura Maria� Relatos de estágio: novas visões, novos gêneros? In: In: AZEVEDO, Tânia Maris de; PAVIANI, Neires Maria Soldatelli� Universo acadê- mico em gêneros discursivos� Caxias do Sul: Educs, 2010, pp� 117-134� FRANCELIN, Marivalde Moacir� Fichamento como método de documentação e estudo� In: Tópicos de fundamentos e formação em biblioteconomia e ci- ência da informação� Disponível em: http://www3. eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/ producao-academica/002749741.pdf� Acesso em: 29 mar� 2019� KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria� Ler e Escrever: estratégias de produção textual� 2� ed� São Paulo: Editora Contexto, 2010� [Biblioteca Virtual]� Acesso em: 15 jul� 2019� KÖCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cinara Ferreira� Prática textual: atividades de leitura e escrita� 11� ed� e 1� reimpressão� Petrópolis: Vozes, 2017� KÖCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odette Maria Benetti; MARINELLO, Adiane Fogali� Leitura e Produção Textual: Gêneros textuais do argumentar e expor� 6� ed� Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2017� [Biblioteca Virtual]� Acesso em: 15 jul� 2019� MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria� Fundamentos de metodologia científica� 5� ed� São Paulo: Editora Atlas, 2003 MARCUSCHI, Luiz Antonio� Produção textual, análise de gêneros e compreensão� São Paulo: Parábola Editorial, 2008� MEDEIROS, João Bosco� Redação científica: a práti- ca de fichamentos, resumos, resenhas� 11ª ed� São Paulo: Atlas, 2012� PAVIANI, Neires Maria Soldatelli; FONTANA, Niura Maria� Os múltiplos desdobramentos genéricos do relatório de estágio� In: AZEVEDO, Tânia Maris de; PAVIANI, Neires Maria Soldatelli� Universo acadêmico em gêneros discursivos� Caxias do Sul: Educs, 2010, pp� 135-150� PIGNATARI, Nínive� Como escrever textos disser- tativos� São Paulo: Ática, 2010� [Biblioteca Virtual]� Acesso em: 15 jul� 2019� SANTAELLA, Lucia� Redação e Leitura: Guia para o ensino� São Paulo: Cengage Learning, 2014� [ Minha Biblioteca]� Acesso em: 15 jul� 2019� _GoBack Introdução Fichamento Resumo Resenha Acadêmica Relatórios de Estágio Artigo Acadêmico Considerações finais Síntese