Buscar

Jogos, Brincadeiras e Aprendizagem

Prévia do material em texto

JOGOS, 
BRINCADEIRAS, 
CULTURA E ARTE
E-book 2
Agda Malheiro Ferraz De Carvalho
Neste E-book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
A MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ������4
Recursos Pedagógicos ��������������������������������������������9
Espaços e ambientes ������������������������������������������� 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������29
SÍNTESE �������������������������������������������������������30
Professor Mediador 
Da Aprendizagem
2
E-book 
2
INTRODUÇÃO
Ser professor e professora é ser um promotor da 
aprendizagem, aquele ou aquela que planeja, base-
ando-se na tríade: objetivo-atividade-avaliação, e que 
sabe que, quanto mais significativa for a ação para o 
estudante, mais ele aprende e se desenvolve�
Este tópico tratará especificamente da abordagem 
dos educadores, no que se refere à mediação como 
parceiros mais experientes (professores) na manipu-
lação e pensamento sobre jogos e brincadeiras� Você, 
então, poderá entender e olhar mais atentamente 
para os recursos pedagógicos e os locais em que 
eles podem ser usados�
Não esqueça! Uma das principais funções dos peda-
gogos é sistematizar o ensino� Por isso, aprofunde 
seus conhecimentos durante a leitura e estude para 
compreender essa sistematização�
Figura 1: O bom professor medeia a relação da criança com o mundo. 
Fonte: Unsplash.
3
https://unsplash.com/photos/GelAjCYjqCo
A MEDIAÇÃO DA 
APRENDIZAGEM
De acordo com Vygotsky,
a relação entre brincadeira e desenvolvimento 
deve ser comparada com a relação entre a 
instrução e o desenvolvimento. Por trás da 
brincadeira estão as alterações das necessi-
dades e as alterações de caráter mais geral da 
consciência. A brincadeira é fonte de desen-
volvimento e cria a zona de desenvolvimen-
to proximal. A ação num campo imaginário, 
numa situação imaginária, a criação de uma 
intenção voluntária, a formação de um plano 
de vida, de motivos volitivos – tudo isso surge 
na brincadeira, colocando-a num nível superior 
de desenvolvimento, elevando-a para a crista 
da onda e fazendo dela a onda decúmana do 
desenvolvimento na idade pré-escolar, que 
se eleva das águas mais profundas, porém, 
relativamente calmas. Em última instância, 
a criança é movida por meio da atividade de 
brincar. Somente nesse sentido a brincadeira 
pode ser denominada de atividade guia, ou 
seja, a que determina o desenvolvimento da 
criança. (VYGOTSKY, 2008, p. 35)
4
Ensino-aprendizagem� Escrito assim, com hífen� 
Porque um não existe sem o outro, só há ensino se 
houver aprendizagem e só há aprendizagem se hou-
ver ensino� Papel de professor e papel de aluno são 
bem claros neste contexto: um precisa do outro para 
existir� Sendo assim, as atividades de cunho lúdico 
podem ser uma boa ferramenta para que o processo 
de ensino-aprendizagem ocorra de forma satisfatória�
Reflita 
Talita está cursando o 5º semestre de Pedagogia 
e dedica-se a cumprir a carga horária destinada 
ao estágio� Ela já havia feito o estágio no Ensino 
Fundamental – anos iniciais, e o tinha considera-
do tranquilo, sendo que, nesta modalidade, a pro-
fessora regente da sala direcionava diariamente 
o que ela deveria fazer, enquanto estagiária: suas 
atividades consistiam em corrigir provas, enca-
par cadernos e carimbar bilhetes�
A maior curiosidade de Talita estava prestes a ser 
desvendada: como é a Educação Infantil? Quan-
do criança, a estudante não passou por essa 
etapa, tendo sua primeira vivência como aluna 
ingressando no 1º ano do Ensino Fundamental�
Ao iniciar o estágio em Educação Infantil, a estu-
dante Talita encontrou um cenário muito diferen-
te, tanto no formato físico da sala de aula, quanto 
na postura e atuação da professora, o que a fez, 
a princípio, ficar apreensiva e se questionando 
sobre como seriam os dias ali� Logo que chegou, 
5
a professora de Educação Infantil a acolheu calo-
rosamente com um abraço e disse: “vamos brin-
car?” Talita rapidamente respondeu: “vamos!”� 
Conforme os dias passavam, a estagiária e a pro-
fessora formaram uma parceria em que comen-
tavam suas experiências quanto às observações 
das crianças em atividades livres e dirigidas� O 
estágio terminou e Talita teve de fazer um relató-
rio sobre a experiência com crianças pequenas� 
Nesse registro escrito, fez questão de colocar 
pontos que identificou na rotina da sala. Seguem 
alguns deles:
as crianças sentavam em grupo;
existiam muitos momentos em que as crianças 
podiam escolher o que fazer;
havia diversas conversas na sala, com diálogos 
das crianças;
as criações dos alunos ficavam expostas na sala.
Talita refletiu, durante a escrita, pois ela queria 
saber o que diferenciava tanto aquelas turmas de 
modalidades diferentes� Seria a faixa etária dos 
alunos? Seria o tipo de conhecimento que deve-
riam adquirir? Conversou com colegas do curso 
de Pedagogia e também com os professores� E 
chegou a uma conclusão: a professora! As pro-
fessoras tinham atitudes e abordagens diferen-
tes� A estudante/estagiária avaliou que a profes-
sora, como gestora da sala, é a responsável por 
manter um bom clima, por compreender e auxi-
6
liar nas necessidades das crianças e de promo-
ver um ambiente em que o conhecimento possa, 
de fato, ser apropriado pelos estudantes�
O primeiro passo dado por um professor, ao rece-
ber uma nova turma, é conhecer seus alunos� Quem 
são, quantos são, quantos anos têm, onde vivem, do 
que gostam, do que não gostam, quais os interesses 
desses alunos��� São muitas perguntas que precisam 
de respostas para, apoiados em teorias e diretrizes 
da Educação, criar um planejamento, com objetivos 
de aprendizagem� Tendo isso feito, a vez agora é 
de pensar em como colocar em ação esse planeja-
mento, lançando mão de quais intervenções e com 
quais recursos físicos� Muita coisa, não? Mas tudo 
isso é necessário, tendo em vista o motivo que move 
a Educação: a aprendizagem dos alunos e alunas�
Aliado a esses fundamentos, há um princípio maior e 
indispensável para o sucesso do processo de ensino-
-aprendizagem, que é como o professor entende sua 
função para garantir a qualidade social na Educação� 
Para isso, sua atuação deve estar pautada na media-
ção da aprendizagem�
São professoras e professores que, diariamente, em 
todo o mundo, realizam a mediação da aprendizagem 
porque se colocam no lugar de estabelecer um elo 
intermediário entre os alunos e o conhecimento uni-
versalmente produzido� É o professor que decide por 
quais meios o aluno vai acessar esse conhecimento 
e quais materiais e espaços físicos podem também 
atuar como mediadores�
7
Há um ditado popular que diz “não é preciso reinven-
tar a roda” (pois ela já foi inventada, não é mesmo?)� 
É exatamente esse papel que o professor mediador 
faz� Ele apresenta e cria meios para que esse conhe-
cimento seja, também, do aluno�
A constituição do humano não seria possível 
sem a mediação, pois o homem não nasce 
homem: ele se torna homem pela mediação 
dos grupos sociais em que está inserido. 
Sentir, agir e pensar no mundo perpassam 
as relações estabelecidas no e pelo mundo, 
pois o sujeito é ele mesmo uma unidade de 
contrários, expressão tanto do social como 
do individual, apropriadas nas e pelas inte-
rações estabelecidas em sua sociedade. A 
sociedade, portanto, medeia conhecimentos. 
(CARVALHO, 2016)
Compreendendo o que é mediação, pode-se compre-
ender que as relações que constituem as pessoas 
não são diretas, ou seja, essas relações são media-
das� É a mediação que “organiza” a aprendizagem�
Fique Atento 
Para aprimorar seu conhecimento, fica a suges-
tão do artigo de Dermeval Saviani com o título “O 
conceito dialético de mediação na pedagogia his-
tórico-crítica em intermediação com a psicologia 
histórico-cultural”� Saviani é Professor Emérito da 
8
Unicamp (universidade Estadual de Campinas) e 
Pesquisador Emérito do CNPq (Conselho Nacio-
nal de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co)� O link para o artigo é: https://portalseer.ufba.
br/index.php/revistagerminal/article/view/12463�Recursos Pedagógicos
A interação realizada entre pessoas e entre pessoas 
e objetos tem função essencial para que quem está 
aprendendo se aproprie de um conhecimento� Nesta 
parte do estudo, vamos abordar quais são os objetos 
– aqui denominados recursos pedagógicos – que o 
professor pode utilizar em suas aulas�
Uma das formas de classificar os materiais utilizados 
para brincar, jogar e produzir arte na escola é classi-
ficá-los em materiais estruturados ou não estrutura-
dos� Também podemos substituir a palavra materiais 
pela palavra brinquedos (afinal, tudo pode tornar-se 
brinquedo nas mãos e mentes das crianças)�
Estruturado diz respeito ao que já possui uma forma, 
ou seja, foi desenhado e fabricado (industrializado, 
muitas vezes) para ser brinquedo� São as bonecas, 
carrinhos, etc� que foram estruturados para serem 
brinquedos� Ao olharmos para eles, sabemos que 
são brinquedos! Com os brinquedos estruturados, a 
criança pode imitar relações estabelecidas no meio 
social�
9
https://portalseer.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/12463
https://portalseer.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/12463
Em relação aos não-estruturados, o valor da brinca-
deira é estabelecido por quem brinca� Quem esta-
belece que aquele objeto é um brinquedo é o “brin-
cante”� O recurso não está no objeto em si, mas no 
sentido que a criança ou o adulto estabelece para 
esse material� Oferecer, aqui, exemplos de materiais 
não-estruturados seria uma tarefa que não acaba-
ria, mas alguns exemplos ajudam a elucidar: panela, 
chapéu, caneta, caixa de papelão, sementes, botão 
de roupas, colher de pau e teclado de computador� 
Eles são estimuladores do pensar, já que quem brinca 
precisa planejar uma função para ele�
Saiba Mais
Assista a esses dois vídeos para ampliar sua no-
ção sobre a utilização de brinquedos nas escolas 
com bebês, crianças bem pequenas e pequenas 
(conforme nomenclatura declarada na Base Cur-
ricular Nacional de Educação Infantil)� É impor-
tante projetar que, quando a criança aprende a 
brincar na Educação Infantil ela possui mais re-
cursos para brincar, jogar e aprender, no Ensino 
Fundamental, pois ela vai, gradativamente, con-
solidar as funções psicológicas superiores� Aten-
te-se também em observar o espaço e as inter-
venções propostas pelas educadoras em ambos 
os vídeos�
https://www.youtube.com/watch?v=cTQq9C5kMIQ
https://www.youtube.com/watch?v=_CYOxMEQCbw
10
https://www.youtube.com/watch?v=cTQq9C5kMIQ
https://www.youtube.com/watch?v=_CYOxMEQCbw
Para organizar os recursos para que os educado-
res possam conhecer/explorar/oferecer os brin-
quedos (estruturados) aos alunos, há o Sistema de 
Classificação ESAR. Ele foi criado na década de 1980 
do século passado, pela canadense Denise Garon, 
com o intuito de colaborar na organização de brin-
quedos e jogos, embasada na Teoria de Jogos de 
Jean Piaget�
Saiba Mais:
Para se aprofundar na Teoria Piagetiana de Jo-
gos, leia o livro “A formação do símbolo na crian-
ça”, de Jean Piaget� A editora é LTC�
Segundo Piaget, há categorias evolutivas no jogo, 
daí as letras para a sigla ESAR:
E = Exercício: compreendem ações motrizes e sen-
soriais; dentro dessa categoria encontram-se sub-
categorias: brinquedos para despertar o sensorial 
(dão sensação imediata); brinquedos de motricidade 
(implicam no movimento do corpo); brinquedos de 
manipulação (eles produzem atividades repetitivas)�
S = Símbolo: compreendem a possibilidade de in-
ventar ou reproduzir um enredo; também possuem 
subcategorias: brinquedos de papéis (para estar 
no lugar de um personagem); brinquedos de faz de 
conta (assessórios que colocam o jogador no lugar 
da cena); brinquedos de representação (ajudam a 
representar um objeto)�
11
A = acoplagem: quando conectados, forma um novo 
brinquedo, com as subcategorias jogos de constru-
ção (peças que se sobrepõem ou se entrelaçam for-
mando objetos em três dimensões); jogos de encade-
amento (peças que se sobrepõem ou se entrelaçam 
formando objetos em duas dimensões); jogos de 
experimentação (quando os elementos isolados são 
colocados juntos possibilitam a experimentação de 
fenômenos químicos); jogos de fabricação (são para 
produção artística, de artesanato ou para culinária)�
R = regras: quem participa está submetido às regras 
pré-estabelecidas; são subdivididos em jogos de as-
sociação, de azar, de questões, de expressão, de per-
cursos, de combinação, de esporte e de estratégia�
Imagens dos brinquedos e jogos da Classificação 
ESAR:
Figura 2: Brinquedo para despertar o sensorial: Chocalho. Fonte: 
DHGate.
12
https://pt.dhgate.com/product/baby-rattle-baby-toys-wooden-kids-child-sand/416476844.html
Figura 3: Brinquedo de motricidade: triciclo. Fonte: Stockvault.
Figura 4: Brinquedo de manipulação: pinos para encaixe. Fonte: 
Freepik.
13
https://www.stockvault.net/photo/100067/tricycle
https://www.freepik.com/free-photo/girl-kindergarten-with-plaything_1267740.htm
Figura 5: Brinquedo de papéis: fantasia. Fonte: rawpixel.com / Freepik.
Figura 6: Brinquedo de faz de conta: ferramentas. Fonte: Shutterstock.
Figura 7: Brinquedo de representação: massa de modelar. Fonte: 
jannoon028 / Freepik.
14
https://www.freepik.com/free-photo/little-kids-halloween-party_3215395.htm
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cute-little-boy-yellow-hard-hat-610017413?src=6ydQpQmjR_eiCepZbK13OA-1-27
https://www.freepik.com/free-photo/plasticine-global-business-growth-bar-graph_1007805.htm
Figura 8: Jogo de construção: peças de encaixe. Fonte: Stockvault.
Figura 9: Jogo de encadeamento: quebra-cabeça. Fonte: rawpixel.
com / Freepik.
15
https://www.stockvault.net/photo/131051/lego-toys
https://www.freepik.com/free-photo/paper-craft-art-jigsaw-puzzle-piece_3743492.htm
https://www.freepik.com/free-photo/paper-craft-art-jigsaw-puzzle-piece_3743492.htm
Figura 10: Jogos de experimentação: tubos de ensaio com líquidos 
coloridos. Fonte: Depositphotos.
Figura 11: Jogos de fabricação: colar feito com miçangas. Fonte: 
Freepik.
Figura 12: Jogo de associação: dominó. Fonte: Unsplash.
16
https://br.depositphotos.com/206434426/stock-video-child-girl-and-adult-woman.html
https://www.freepik.com/free-photo/close-up-hand-making-necklace-with-beads-flower-cotton-ball-wooden-textured-backdrop_3100510.htm
https://unsplash.com/photos/bHZ2_D4bTfg
Figura 13: Jogo de azar: baralho. Fonte: Unsplash.
Figura 14: Jogo de questões: caça-palavras. Fonte: Shutterstock.
17
https://unsplash.com/photos/43LcbfI-tok
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/closeup-crossword-puzzle-coffee-cup-red-304735175?src=SPkFl-0D7QX24v8vP6R0fg-2-87
Figura 15: Jogo de expressões: mímica. Fonte: Shutterstock.
Figura 16: Jogo de percurso: ludo. Fonte: Shutterstock.
18
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/little-hispanic-kid-mimic-monster-isolated-1176346024?src=DVFTeySibhIIz7LXv6U5bQ-1-8
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/young-boy-plays-ludo-game-his-453151174?src=LX9NeemN3Edp3nDURKmnCw-1-37
Figura 17: Jogo de combinação: tetris. Fonte: Shutterstock.
Figura 18: Jogo de esporte: xadrez. Fonte: Unsplash.
Figura 19: Jogo de estratégia: jenga. Fonte: Freepik.
19
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/concept-logical-thinking-geometric-shapes-on-380772673?src=Q6kAy7uxBlq1UVcVyO_6Zg-1-20
https://unsplash.com/photos/IsphRwNKkjc
https://www.freepik.com/free-photo/focused-girl-building-jenga-tower_2177710.htm
Com todos esses recursos pedagógicos disponíveis, 
não é possível apenas brincar por brincar� Permanece, 
nas intenções do professor, uma intencionalidade de 
aprendizagem ao disponibilizar brinquedos e jogos� 
Há cinco relações a serem estabelecidas, quando jo-
gos e brinquedos estão sendo utilizados pelos alunos:
1. relação criança-criança;
2. relação criança-professor(a);
3. relação criança-conteúdo de ensino-aprendizagem;
4. relação criança-experiência;
5. relação criança-recurso pedagógico�
Outro fator importante e indispensável é projetar a 
frequência de uso de cada materiale essa é uma 
medida difícil, porém possível de ser realizada� Ao 
mensurar o número de vezes que os materiais serão 
disponibilizados e manuseados, o professor necessi-
ta compreender que o mesmo material pode e deve 
ser utilizado diversas vezes, pois a repetição e a imi-
tação produzem bons modelos nas crianças� Quanto 
mais utilizam, mais se apropriam, mais formas de 
serem criativos são geradas�
Ao mesmo tempo, a criança não pode “enjoar” do 
recurso� E, ainda, ao mesmo tempo, há muitos outros 
materiais a serem utilizados, com infinitas proba-
bilidades de criação e desenvolvimento cognitivo� 
Os exemplos de brinquedos estruturados e não es-
truturados e a Classificação ESAR – que você aca-
bou de conhecer –, além dos conceitos envolvidos, 
20
possibilitam que, futuramente, como profissional da 
Pedagogia, você tenha muitos recursos e saberes 
para colocar em prática�
Saiba Mais
Assista ao filme Tarja Branca, com direção de 
Cacau Rhoden, que possibilita que você conhe-
ça formas da expressão lúdica no Brasil� Trata-
-se de um verdadeiro manifesto sobre cultura 
e brincar� Está disponível em: https://vimeo.
com/185171112�
Sobre a mediação da aprendizagem: ela se dá muito 
pela linguagem, outra forma de manifestação do 
pensamento� Então, um bom professor mediador fala 
muito com as crianças e, a medida que fala, também 
as escuta muito� O diálogo é uma intervenção, além 
de ajudar a coletar informações sobre as crianças e 
o desenvolvimento das ações lúdicas�
Espaços e ambientes
A interação entre os diversos atores que participam 
do mundo escolar não se dá apenas na sala de aula� 
Há tantos lugares, dentro da escola, em que isso 
pode acontecer que trataremos desse tema aqui�
Primeiramente, é preciso diferenciar o que é brinca-
deira livre e o que é brincadeira dirigida� A brincadeira 
livre é proposta pelas próprias crianças, o professor a 
21
https://vimeo.com/185171112
https://vimeo.com/185171112
observa� E a brincadeira dirigida tem a mediação e a 
intervenção dos professores� Mas onde elas podem 
acontecer? Leia esta lista de alguns “lugares” que a 
escola contém:
• Sala de aula;
• Pátio;
• Refeitório;
• Quadra;
• Parque;
• Ateliê;
• Laboratórios (informática, química, biologia etc�);
• Secretaria;
• Sala dos professores;
• Sala da equipe gestora;
• Brinquedoteca;
• Biblioteca;
• Jardim (ou horta)�
Agora, faça um resgate de memória sobre sua vida 
como estudante� Qual, dentre esses “lugares”, você 
mais gostava? Em quais você podia brincar? Com 
que brincava e com quem?
É sabido que nem todas as escolas brasileiras – visto 
que estamos em um país em que a desigualdade 
social e a falta de políticas públicas e investimento 
na Educação estão presentes – têm realmente uma 
diversidade de ambientes como os citados acima� 
22
Ter recursos como bons “lugares” na escola, infeliz-
mente, não é para todos os estudantes e professo-
res� Porém, é preciso possibilitar que os “lugares” 
disponíveis sejam amplamente utilizados� Porque 
o espaço é educador e educativo. Pode-se afirmar 
que ele atua como um terceiro educador, pois os 
professores educam, as crianças se educam e esses 
“lugares” também�
Agora já é possível deixar de denominar “lugares” 
para dar-lhes o nome que realmente devem ter: são 
espaços ou são ambientes?
A resposta a essa pergunta depende da forma como 
são organizados� O espaço deixa de ser apenas um 
lugar físico para tornar-se um ambiente quando há 
intencionalidade pedagógica, quando está organiza-
do para ser acolhedor, com mobiliário adequado para 
todos, com acessibilidade arquitetônica, com uma es-
tética que favoreça a aprendizagem� Assim, quando o 
espaço se torna ambiente, está propício para ser um 
terceiro educador, está mediando a aprendizagem�
Observe e compare as duas fotos abaixo:
23
Figura 20: Sala de aula de Ensino Fundamental. Fonte: Unsplash.
Figura 21: Sala de aula de Ensino Fundamental. Fonte: Unsplash.
Na primeira imagem, uma sala vazia; na segunda 
imagem, uma sala cheia, mas não apenas “cheia de 
gente”, é uma sala em que “o conhecimento circula”, 
ou seja, há pistas visuais para consulta dos alunos 
(mapas, alfabetário, lista, etc�), há proximidade entre 
24
https://unsplash.com/photos/jrRe6er0pY0
https://unsplash.com/photos/zFSo6bnZJTw
as carteiras, o que deixa os alunos trocarem informa-
ções entre si, materiais ao alcance de todos e uma 
professora – que podemos inferir que está mediando 
o conhecimento�
Assim como a sala de aula, os diversos ambientes são 
socializadores� A atividade oferecida, sempre supervi-
sionada ou com intervenções, não precisa ser sempre 
a mesma e pode mudar ao longo do ano letivo� 
Durante um dia, os profissionais de educação podem 
se organizar, conversar e elaborar “cantos” ou “ilhas” 
com propósito pedagógico que garanta os direitos 
de aprendizagem� A ideia é criar momentos em que 
o lúdico seja privilegiado, com fantasias, materiais 
não estruturados, bolas, jogos de encaixe... Enfim, 
sempre vai depender da intencionalidade do profes-
sor, aliado ao interesse das crianças�
Saiba Mais
 O fotógrafo James Mollison criou um projeto fo-
tográfico muito interessante. Ele fotografou, em 
diversos países do mundo, a “hora do recreio”� 
O artista conta que sofreu bullying enquanto 
criança, quando estava no pátio da escola� E real-
mente é importante observarmos os estudantes 
nestes momentos, pois as brincadeiras são for-
mativas, por vezes inclusivas, por vezes não, já 
que estamos tratando de relacionamentos inter-
pessoais� Nas fotos é interessante notar alguns 
critérios: qual o clima do lugar, qual país e cidade, 
se há desigualdade social, qual o espaço (interno 
25
ou externo), qual a vestimenta dos alunos, se há 
profissionais da educação presentes, se brincam 
ou não; se brincando, estão sozinhos ou em gru-
pos e muitos outros critérios que você mesmo 
pode identificar e perceber. Disponível em: http://
jamesmollison.com/books/playground.
A diferença entre a educação que ocorre em casa, 
com a família, e a educação que ocorre na escola 
está pautada na diferença, nesses dois locais, entre 
o que se ensina e como se ensina� Os materiais a 
que a criança tem acesso em casa são restritos em 
comparação aos materiais que tem acesso na escola, 
além da maneira como são utilizados e a mediação 
existente�
Figura 22: Brincando se aprende. Fonte: Shutterstock.
Assim, a escola deve ser um local rico em oportunida-
des� No que se refere ao uso do espaço transforma-
26
http://jamesmollison.com/books/playground/
http://jamesmollison.com/books/playground/
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/little-children-playing-hopscotch-outdoors-744829210?src=eRwBD26-KN21EVj_L3ahTg-1-10
do, tornando-se um verdadeiro ambiente educativo, 
as brinquedotecas atendem a diversas necessida-
des� Ela não pode ser apenas um depósito onde os 
brinquedos ficam guardados. A Classificação ESAR 
é extremamente útil ao se planejar e organizar uma 
brinquedoteca, ela é uma facilitadora nesse percurso�
Enquanto estudante de Pedagogia, você sabe que 
sua atuação não se limita às escolas� Há pedago-
gos e pedagogas atuando com recreação, e como 
brinquedistas em brinquedotecas� Aprofundar o 
conhecimento no que diz respeito aos jogos, brin-
cadeiras cultura e arte é um diferencial para esses 
profissionais.
As brinquedotecas podem estar não apenas nas es-
colas, elas podem estar em hospitais (sendo obri-
gatória em hospitais que possuem ala pediátrica 
de internação de médio e longo prazo), em centros 
comunitários, em universidades (afinal, ela é o la-
boratório do curso de Pedagogia, sendo um espa-
ço físico ou virtual), em clínicas de Psicologia e 
Psicopedagogia, ou ainda próximas de universidades�
Podcast 1 
Estando na brinquedoteca, a possibilidade de esco-
lher um brinquedo dá à criança autonomia, análise 
crítica e bem-estar� É interessante quando as brin-
quedotecas funcionam em um esquema similar ao 
esquema das bibliotecas, com empréstimo de livros 
e brinquedos e jogos catalogados�Os usuários da 
27
https://famonline.instructure.com/files/47654/download?download_frd=1
brinquedoteca poderiam utilizar os jogos em brinque-
dos no próprio local ou levar para casa� Além de, se 
estiver em uma escola, utilizar os diversos espaços 
e ambientes para ser “brincante”�
Ser usuário de uma brinquedoteca impulsiona a 
criança a ser solidária, a ter respeito, a ser colabo-
rativa, e no processo de socialização� É necessário 
– sempre – ao montar uma brinquedoteca, ter em 
mente a qual público ela se destina: identificar se 
são alunos, pacientes ou moradores do bairro é um 
bom começo� Ter jogos e brinquedos para todas as 
idades (crianças, jovens, adultos e bebês)�
Podcast 2 
Ao oferecer espaços criativos, com recursos pedagó-
gicos adequados e variados, com atividades desafia-
doras e interessantes, tendo noção e atuando como 
mediador da aprendizagem, o resultado esperado é 
que os estudantes tenham uma educação integral, 
que conduza ao desenvolvimento cognitivo, afetivo, 
social e motor�
28
https://famonline.instructure.com/files/47655/download?download_frd=1
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Figura 23: A imaginação presente na brincadeira. Fonte: Freepik.
Há muitos profissionais da educação (professores, 
coordenadores pedagógicos, diretores, auxiliares 
de sala, entre outros) que se queixam da falta de 
interesse dos alunos em relação à participação em 
sala e em querer aprender� Ora, é preciso que esses 
profissionais façam uma autoanálise e reflitam se 
suas aulas e intervenções estão sendo atrativas e 
significativas para os alunos.
Durante o estudo deste tópico você, estudante de 
Pedagogia, pôde aprender sobre o professor mediador 
da aprendizagem, quais recursos pedagógicos podem 
ser utilizados como instrumento facilitador nesse pro-
cesso de mediação e como os ambientes escolares 
podem possuir uma função de terceiro educador�
29
https://www.freepik.com/free-photo/kids-playing-with-toy-sabers_1891467.htm
SÍNTESE
• A Brinquedoteca é um ambiente que tem uma 
potência para o lúdico, pois, além de ter uma di-
versidade de objetos (brinquedos e jogos), per-
mite o uso da imaginação e da criatividade, 
além da troca entre pares.
• Um espaço físico torna-se um ambiente na 
medida que é transformado pelos trabalhadores 
da educação para ser um lugar de
aprendizagem;
• É essencial identificar as relações estabeleci-
das entre o “brincante” e os materiais, além da 
relação com o meio e as relações interpessoais;
• O sistema de classificação ESAR (exercício, 
símbolo, acoplagem e regras) permite organizar 
e diferenciar os tipos de brinquedos, podendo 
ser um fundamento para as escolhas e ações do 
educador;
• Brinquedos estruturados são aqueles
fabricados para serem brinquedos e têm uma 
função importante ao fornecer modelo para o 
brincar, já os brinquedos não estruturados são 
aqueles que, a princípio, não teriam a função 
social de ser brinquedo, mas a medida que são 
manipulados pelas crianças, podem ser
transformados e utilizados como brinquedos;
• O ser humano aprende por modelos e
imitações, a partir disso cria seus próprios
modelos e pode transcender
suas ações;
• Observar as crianças em momentos lúdicos 
permite conhecê-las e intervir para que
aprendam e se desenvolvam;
• Atividades coletivas podem criar zonas de 
desenvolvimento proximal e a criança e outros 
aprendentes se movem pelo e no brincar;
• Brinquedos são recursos pedagógicos e jogos 
e brincadeiras devem ser estratégias para o 
ensino e para a aprendizagem;
• Ser mediador é possibilitar que os
estudantes acessem o conhecimento
universalmente produzido e
façam uso dele;
E-book 2
• Um dos pilares da atuação dos professores é 
utilizar a tríade objetivo-atividade-avaliação, 
sabendo que esses três tópicos são codepen-
dentes (um não existe sem o outro);
PROFESSOR MEDIADOR DA APRENDIZAGEM
Objetivo Avaliação
Atividade
Referências 
Bibliográficas 
e Consultadas
CARVALHO, Agda Malheiro Ferraz� Atuação profis-
sional do agente de inclusão escolar: um estudo 
sobre os sentidos e significados constituídos por um 
deles� 127 f� Dissertação (Mestrado em Educação: 
Psicologia da Educação) – Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.
CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida� Jogos e brincadei-
ras na educação infantil. Campinas: Papirus, 2015.
FRIEDMANN, Adriana� O direito de brincar: a brin-
quedoteca. São Paulo: ABRINQ, 1998.
JOBIM e SOUZA, Solange� Infância e linguagem: 
Bakhtin, Vygotsky e Benjamin� Campinas: Papirus, 
1994� 
KOBAYASHI, Maria do Carmo Monteiro; KISHIMOTO, 
Tikuko Morchida; SANTOS, Silvana Aparecida� 
Implantação de sistema de organização e classi-
ficação de brinquedos e jogos: a experiência do la-
boratório de brinquedos e de materiais pedagógicos 
– Labrimp� Disponível em: https://repositorio.unesp.
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/139786/ISSN2175-7054-2009-7771-7783.pdf?sequence=1
br/bitstream/handle/11449/139786/ISSN2175-7054-
2009-7771-7783.pdf?sequence=1� Acesso em: 19 
jan. 2019.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida� O brincar e suas teo-
rias. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida� O jogo e a educação 
infantil. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira 
(Orgs�)� Infância e produção cultural� Campinas: 
Papirus, 1998.
MACEDO, Lino de� Jogos, psicologia e educação: 
teoria e pesquisas� São Paulo: Casa do Psicólogo, 
2009.
MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, 
Norimar Christe� Aprender com jogos e situações-
problema. Porto Alegre: Artmed, 2007.
NEGRINE, A� Brinquedoteca: teoria e prática� In: 
SANTOS, S� M� P� (Org�)� Brinquedoteca: o lúdico em 
diferentes contextos� Petrópolis: Vozes, 1997�
SAVIANI, Dermeval� O conceito dialético de mediação 
na pedagogia histórico-crítica em intermediação com 
a psicologia histórico-cultural� In: Debate Germinal: 
Marxismo e educação em debate� Salvador, v� 7, n� 
1, p. 26-43, 2015.
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/139786/ISSN2175-7054-2009-7771-7783.pdf?sequence=1
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/139786/ISSN2175-7054-2009-7771-7783.pdf?sequence=1
VYGOTSKY, Lev Semionovich� Imaginação e criação 
na infância: ensaio psicológico� São Paulo: Ática, 
2009. 
VYGOTSKY, Lev Semionovich� A brincadeira e o seu 
papel no desenvolvimento psíquico da criança� In: 
Revista Virtual de Gestão de Iniciativas Sociais, n. 8, 
p. 23-36, jun. 2008. Disponível em: http://www.ltds.
ufrj.br/gis/anteriores/rvgis11.pdf. Acesso em: 18 jan. 
2019.
CARVALHO, Agda Malheiro Ferraz� Atuação profis-
sional do agente de inclusão escolar: um estudo 
sobre os sentidos e significados constituídos por um 
deles� 127 f� Dissertação (Mestrado em Educação: 
Psicologia da Educação) – Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.
CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida� Jogos e brincadei-
ras na educação infantil. Campinas: Papirus, 2015. 
[Biblioteca Virtual]. Acesso em: 08 ago. 2019. 
FRIEDMANN, Adriana� O direito de brincar: a brin-
quedoteca. São Paulo: ABRINQ, 1998.
JOBIM e SOUZA, Solange� Infância e linguagem: 
Bakhtin, Vygotsky e Benjamin� Campinas: Papirus, 
1994. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 08 ago. 2019.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida� O brincar e suas te-
orias. São Paulo: Cengage Learning, 2008. [Minha 
Biblioteca]. Acesso em: 08 ago. 2019. 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida� O jogo e a educação 
infantil. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
KOBAYASHI, Maria do Carmo Monteiro; KISHIMOTO, 
Tikuko Morchida; SANTOS, Silvana Aparecida� 
Implantação de sistema de organização e classi-
ficação de brinquedos e jogos: a experiência do la-
boratório de brinquedos e de materiais pedagógicos 
– Labrimp� Disponível em: https://repositorio.unesp.
br/bitstream/handle/11449/139786/ISSN2175-7054-
2009-7771-7783.pdf?sequence=1� Acesso em: 19 
jan. 2019.
KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira 
(orgs�)� Infância e produção cultural� Campinas: 
Papirus, 1998. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 08 
ago. 2019.MACEDO, Lino de (organizador)� Jogos, psicologia 
e educação: teoria e pesquisas� São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2009. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 08 
ago. 2019.
MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, 
Norimar Christe� Aprender com jogos e situações-
-problema. Porto Alegre: Artmed, 2007.
NEGRINE, A� Brinquedoteca: teoria e prática� In: 
SANTOS, S� M� P� (Org�)� Brinquedoteca: o lúdico em 
diferentes contextos� Petrópolis: Vozes, 1997�
SAVIANI, Dermeval� O conceito dialético de mediação 
na pedagogia histórico-crítica em intermediação com 
a psicologia histórico-cultural� In: Debate Germinal: 
Marxismo e educação em debate� Salvador, v� 7, n� 
1, p. 26-43, 2015.
VIGOTSKI, Lev Semionovich� Imaginação e criação 
na infância: ensaio psicológico� São Paulo: Ática, 
2009. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 08 ago. 2019.
VYGOTSKY, Lev Semionovich� A brincadeira e o seu 
papel no desenvolvimento psíquico da criança� In: 
Revista Virtual de Gestão de Iniciativas Sociais, n. 8, 
p. 23-36, jun. 2008. Disponível em: http://www.ltds.
ufrj.br/gis/anteriores/rvgis11.pdf. Acesso em: 18 jan. 
2019.
	INTRODUÇÃO
	A MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
	Recursos Pedagógicos
	Espaços e ambientes
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	SÍNTESE
	bt_foward 15: 
	Page 1: 
	bt_foward 18: 
	bt_foward 17: 
	Page 31: 
	Page 32: 
	Page 33: 
	Page 34: 
	Page 35:

Mais conteúdos dessa disciplina