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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ALESSANDRA DE SOUZA FELIX AMANDA CRISTINE CASTRO SANTOS DAVI ARAÚJO ALVES MARIANA DE OLIVEIRA NZUZI TERESA ANDRE RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA EM LABORATÓRIO: MARCADORES CARDÍACOS São Paulo Março – 2024 RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA EM LABORATÓRIO: IDENTIFICAÇÃO Título: Marcadores Cardíacos Discentes: Alessandra de Souza Felix Pereira, Amanda Cristine, Davi Araújo, Mariana Oliveira e Nzuzi Teresa. Docente: Camila Accardo Disciplina: Laboratório Clínico II Período: Manhã – 21/03 Objetivo: Verificar os valores resultante dos marcadores cardíacos para lesões e apontar o estado do paciente classificando de acordo com os Valores referenciais. INTRODUÇÃO Os marcadores cardíacos são substâncias presentes no sangue que indicam a ocorrência de lesão ou disfunção no coração, pois são liberados na corrente sanguínea em resposta a danos nas células do músculo cardíaco. Estes biomarcadores são demonstrações dos filamentos cardíacos, que podem ser identificados pelas proteínas: Mioglobina e Troponina e pela enzima Creatinaquinase (CK) (ALENCAR, 2018). Os principais marcadores são a lactato-desidrogenase (LDH), a aspartato aminotransferase (AST), a creatinofosfoquinase (CPKtotal) e sua fração miocárdica (CKMB), as troponinas (TROs) e a mioglobina (MIO) (HILÁRIO; HILÁRIO, 2022). Eles entregam resultados imediatos, uma vez que são dosados por reações enzimáticas obtidas através do soro do paciente (SOUZA et al., 2016), porém possuem especificidade e sensibilidades diferentes e, também, diferentes tempos de liberação e permanência no sangue após um evento cardíaco. No caso do IAM, que é uma das doenças cardíacas mais decorrentes no mundo, a Troponina é considerada o marcador mais sensível e específico para diagnóstico. Portanto, esses marcadores têm um papel importante desde a suspeita de doenças cardíacas, até o diagnóstico e monitoramento destas, como infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca, uma vez que sua presença e níveis elevados podem indicar a gravidade do problema e orientar o tratamento adequado para um melhor prognóstico. Contudo, segundo a OMS, é necessário considerar todo o quadro do paciente, como sintomas físicos (dores/anginas, dormência), alterações no ECG e alterações nos biomarcadores para enfim fechar o diagnóstico. OBJETIVO Realizar os procedimentos, utilizando as técnicas para dosagem dos Marcadores de Lesão Miocárdica, compreender o funcionamento dos mesmos quando na corrente sanguínea e interpretar os resultados, de acordo com os valores de referência, gerando possíveis diagnósticos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar teste de Troponina Dosar a CPK total; Dosar a CKMB; Identificar se houve lesão miocárdica no paciente. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAL UTILIZADO Luvas, marcador (caneta); tubos de ensaio; pipetas 1000ul e 200ul; 1 banho-maria; 1 centrífuga; 1 espectrofotômetro com cubetas; Para Troponina Kit de teste rápido, 20 ul de amostra (soro) Para Reagente de Trabalho 1,6 ml do Reagente 1, 0,4 ml do Reagente 2 (para cada teste foi utilizado seus reagentes específicos contidos no kit de cada um) Para CPK Total 2ml do reagente de trabalho e 40 ul de amostra (soro) Para CKMB 2ml do reagente de trabalho e 50 ul de amostra (soro). 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para Troponina: Foi utilizado o soro já coletado pela instituição, onde foi pipetado 20 ul no pocinho do teste rápido e, após 5 minutos, verificado o resultado através da barra de controle e de teste. Para CPK Total: Foi utilizado o soro já coletado pela instituição e transferido 40 ul para um tubo de ensaio homogeneizando com 2ml do reagente de trabalho já preparado anteriormente. Após homogeneização, transfere-se para uma cubeta aquecida a 37°C e colocá-la no espectrofotômetro como ABS em 340nn, aguardando 2 minutos para registrar o ABS1, depois mais 2 minutos para registrar o ABS2. ABS1: 0,157 ABS2: 0,159 Para CKMB: Foi utilizado o soro já coletado pela instituição e transferido 50 ul para um tubo de ensaio homogeneizando com 2ml do reagente de trabalho já preparado anteriormente. Após homogeneização, incubar por 5 minutos a 37°C, logo após transferir para uma cubeta também aquecida a 37°C e colocá-la no espectrofotômetro como ABS em 340nn. Aguardando 30 segundos, registrar ABS1 e, após mais 5 minutos, registrar ABS2. ABS1: 0,169 ABS2: 0,175 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os procedimentos realizados para verificar os marcadores cardíacos foram feitos utilizando soro de amostras já coletadas pela faculdade. O teste rápido para Troponina deu negativo, aparecendo somente a barra de controle do teste, o que indica que o teste é eficaz e está dentro do controle de qualidade. A Troponina é o principal biomarcador cardíaco responsável por confirmar o infarto, e com o resultado negativo, nosso paciente não apresenta esse evento cardíaco. Realizando CPK Total, utilizando os devidos cálculos, foi possível observar os seguintes valores: ABS1: 0,157 Fator CPK Total: 268 ABS2: 0,159 A2 - A1 / 2 x 268 Então: 0,159 - 0,157 / 2 x 268 0,002 / 2 x 268 0,001 x 268 = 0,268 ul/L Entretanto, como o valor deu muito abaixo do normal, e, considerando que a qualidade do teste poderia ter sido comprometida ou contaminado, foi realizado o cálculo novamente, considerando um novo fator de correção para CPK Total ABS1: 0,157 Fator CPK Total: 4068 ABS2: 0,159 A2 - A1 / 2 x 4068 Então: 0,159 - 0,157 / 2 x 4068 0,002 / 2 x 4068 0,001 x 4068 = 4,068 ul/L De acordo com os valores de referência (VR), os resultados devem ser para mulheres: 26-155 ul/L e para homens: 26-189 ul/L. Sendo assim, seguindo o VR, paciente acima apresenta uma dosagem muito abaixo do esperado, o que pode ser resultado de uma contaminação do procedimento ou que o teste esteja fora do padrão. Dosagem abaixo do VR poderia indicar uma desnutrição, as vezes até severa, ou uma perda muscular dependendo do histórico e estilo de vida do paciente, porém nesses caso não consideramos essas possibilidades pois esse resultado extremamente baixo é inviável e incompatível com a vida, o que leva a possibilidade maior da ocorrência relatada acima. Já os resultados do CKMB, que foram obtidos através dos cálculos a seguir, estão dentro do VR, que é 0-24 ou até 6% do CPK Total. ABS1: 0,169 Fator CKMB: 1340 ABS2: 0,173 A2 - A1 x 1340 Então: 0,173 - 0,169 x 1340 0,004 x 1340 = 5,36 O biomarcador CKMB é um dos mais importantes na confirmação de Infarto Agudo do Miocárdio e no monitoramento de terapia trombolítica e miocardites. Com o resultado de 5,36%, esse paciente acima está dentro do VR e não apresenta sinais de IAM e nem lesões decorrentes de eventos cardíacos. Vale ressaltar que não foi possível realizar o cálculo de Relação CPK Total x CKMB, onde se calcula CKMB / CPK Total x 100, pois o resultado CPK Total obtido é inviável. CONCLUSÃO Para a aula prática de Marcadores de Lesões Cardíacas, foi utilizado amostra de um único paciente, a fim de obter os resultados e comparar com os demais grupos que também realizaram os exames. Vale salientar que em toda a técnica realizada para obtermos os resultados dos biomarcadores cardíacos, podem ter ocorrido erros humanos, como na manipulação dos reagentes e amostra ou até mesmo durante a pipetagem. De qualquer forma foi possível atingir os objetivos, sendo possível simular as técnicas, incluindo as normas de biossegurança, e entender o que são os marcadores de lesões cardíacas, como eles agem na corrente sanguínea e o que podem indicar através do seu nível no sangue, para um diagnóstico preciso e um melhor acompanhamento e tratamento do paciente. 2 7 REFERÊNCIAS CUNHA, A. L. D. T. et al. A UTILIZAÇÃO DOS MARCADORES CARDÍACOS PARA O DIAGNÓSTICO DO INFARTOAGUDO DO MIOCÁRDIO: Revisão de Literatura. Centro Universitário Una, Minas Gerais, v. 1, n. 1, p. 2-3, ago./2023. HILARIO, L. S. D. M. et al. Aspectos bioquímicos e laboratoriais dos marcadores do infarto agudo do miocárdio (IAM): Revisão Literária. PECIBES , Minas Gerais, v. 8, n. 2, p. 1-2, jun./2022. LABCEN. Marcadores Cardíacos. Disponível em: https://labcen.com.br/marcadores-cardiacos-ck-ck mb/#:~:text=A%20CK%2DMB%20participa%20em,no%20monitoramento%20de%20terapia%20trombol%C3%ADtica.. Acesso em: 29 mar. 2024.