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AULA 2 - DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA

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DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA GERAL.
2ª Aula: 
Tema de discussão: Definição de psicopatologia e ordenação dos fenômenos.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.
Definição de Psicopatologia e ordenação dos fenômenos
Conforme Dalgalarrondo (2008), a psicopatologia, como parte integrante da ciência, concentra-se no estudo e tratamento da natureza das doenças mentais, abordando suas causas, as alterações estruturais e funcionais associadas ao indivíduo psiquicamente enfermo, assim como suas formas de manifestação. 
Este campo de conhecimento é definido como uma área sistemática, elucidativa e desmistificante que compreende o conjunto de saberes relacionados ao adoecimento mental humano, pautando-se pela objetividade científica e afastando-se de julgamentos morais ou dogmas filosóficos, religiosos, biológicos e psicológicos.
A psicopatologia, embora se beneficie das contribuições das neurociências, mantém sua autonomia e multiplicidade. Karl Theodor Jaspers, um destacado filósofo e psiquiatra alemão, destaca a psicopatologia como uma ciência básica que colabora com a psiquiatria, auxiliando na aplicação prática e social.
Jaspers ressalta a importância de uma abordagem rigorosamente conceitual, sistemática e autocritica na psicopatologia, alertando para o risco de reduzir o indivíduo a conceitos psicopatológicos. Ele enfatiza que, ao reconhecer e caracterizar o que é típico e está de acordo com os princípios, a psicopatologia inevitavelmente perde aspectos essenciais do ser humano, especialmente nas dimensões existenciais, estéticas, éticas e metafísicas.
Dessa forma, a psicopatologia é definida como o estudo dos fenômenos psíquicos conscientes e patológicos que ocorrem nos seres humanos, utilizando conceitos operativos para agrupar as funções psíquicas em quadros nosológicos.
Segundo Campbell (1986) a psicopatologia como segmento da ciência que estuda/trata da natureza da doença mental – suas causas, as mudanças estruturais e funcionais relativas ao enfermo psíquico, e, suas formas de manifestação.
Semiologia Psicopatológica.
Se refere ao estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais. É baseada em uma observação cuidados. Ouvir, enxergar e buscar compreender. Se caracteriza pelo raciocínio clínico acurado sobre os dados clínicos. Os signos de maior interesse para Psicopatologia são os sinais comportamentais objetivos, verificáveis pela observação direta do paciente.
Por sua vez, a fenomenologia descreve com exatidão a experiência vivida em determinado momento, sem preocupação com causa, origem ou consequência. Circunscreve cuidadosamente os fatos, definindo-os com conceitos precisos. Para isso deve-se verificar os aspectos fundamentais dos sintomas: sua forma e conteúdo.
Forma e conteúdo dos sintomas
A Forma dos sintomas são estruturas básicas, relativamente semelhante nos diversos pacientes, como exemplo, a alucinação, delírio, ideia obsessiva, labilidade afetiva, entre outras, vem acompanhados de seus conteúdos, ou seja, aquilo que preenche a alteração estrutura, como conteúdo de culpa, religioso, de perseguição. O conteúdo geralmente é mais pessoal depende da história de vida do paciente, de seu universo cultural e da personalidade prévia ao adoecimento.
De modo geral o conteúdo dos sintomas está atrelado às questões centrais da existência humana, tais como sobrevivência e segurança, sexualidade, temores básicos (morte, doença, miséria, etc..). Esses temas representam uma espécie de substrato, que entra como um elemento fundamental da constituição da experiência psicopatológica. 
Temas existenciais prevalentes nos conteúdos de sintomas psicopatológicos
Temas existenciais que se destacam nos conteúdos dos sintomas psicopatológicos abordam os interesses fundamentais do ser humano, tais como sexo, alimentação, conforto físico, dinheiro, poder e prestígio. Esses temas refletem suas buscas e desejos primordiais, que envolvem a busca pela sobrevivência e prazer, assim como a procura por segurança e controle sobre o ambiente e os outros.
No âmbito dos temores manifestados nos sintomas psicopatológicos, observam-se preocupações essenciais do ser humano, incluindo o medo da morte, doenças graves, dor física ou moral, miséria e a falta de sentido existencial. As formas comuns de enfrentar esses temores envolvem recursos como a religião e o mundo mítico, a busca de continuidade através das novas gerações, o recurso a vias mágicas, a utilização da medicina e da psicologia, bem como a construção de relações pessoais significativas.
O diagnóstico.
Atualmente se discute muito sobre o valor do diagnostico, inclusive, posições polarizadas, alguns afirmam que o diagnóstico em psiquiatria não tem valor algum, serve apenas para rotular as pessoas diferentes, legitimando o poder médico e controle social sobre o indivíduo questionador e desadaptado. Por outro lado, alguns autores afirmam que o valor diagnostico em psiquiatria são absolutamente semelhantes aos de outras especialidades médicas.
Alguns estudiosos clássicos e contemporâneos que consideram imprescindível os aspectos pessoais e singulares de cada paciente, e, que sem um psicodiagnóstico aprofundado não se pode compreender o sofrimento do paciente, nem escolher a terapêutica mais apropriada ao mesmo.
Um dos maiores autores da Psicopatologia, Carl Jaspers compreende que o domínio dos conceitos de psicopatologia permite o conhecimento do fenômeno, criando assim, um canal de comunicação. Ele afirma que em todos os indivíduos oculta-se algo que não se pode conhecer, pois a ciência requer pensamento conceitual e sistemático, pensamento que segundo ele, cristaliza e aprisiona o pensamento.
A entrevista.
É crucial que o profissional esteja apto a acolher o paciente em seu sofrimento, ouvindo-o verdadeiramente, compreendendo suas dificuldades e idiossincrasias. Além de paciência e respeito, é necessário que o profissional tenha habilidade para estabelecer limites com pacientes invasivos ou agressivos, protegendo-se e mantendo a integridade do contexto da entrevista.
A condução adequada de uma entrevista varia de acordo com diversos fatores:
1. As características do paciente, incluindo sua personalidade, estado emocional, capacidades cognitivas, entre outros. Em alguns casos, o profissional deve ouvir mais, enquanto em outros pode ser necessário falar mais para aliviar a tensão do paciente.
2. O contexto institucional da entrevista, que pode ocorrer em diferentes ambientes, como pronto-socorro, enfermaria, ambulatório, centro de saúde, consultório, entre outros.
3. Os objetivos da entrevista, que podem incluir diagnóstico clínico, estabelecimento de vínculo terapêutico, psicoterapia, tratamento farmacológico, orientação familiar, conjugal, pesquisa, finalidades forenses, trabalhistas, etc.
4. Além disso, a personalidade do entrevistador desempenha um papel significativo, variando entre profissionais mais reservados e introvertidos e aqueles mais espontâneos e extrovertidos.
Evitar posturas inadequadas é essencial, o entrevistador deve evitar comportamentos/atitudes como:
1. Rigidez e estereotipação, buscando uma atitude flexível e adaptada à individualidade do paciente.
2. Neutralidade excessiva, que pode transmitir distância e desprezo.
3. Reações emocionais exageradas, sendo recomendada uma abordagem receptiva e calorosa, porém discreta.
4. Comentários valorativos ou julgamentos sobre o relato do paciente devem ser evitados.
5. Evitar reações intensas de pena ou compaixão, optando por uma acolhida empática e discreta diante do sofrimento do paciente.
6. Responder com hostilidade às investidas de pacientes agressivos, mantendo serenidade e firmeza. É crucial estabelecer limites e não aceitar agressões verbais ou físicas.
7. Evitar entrevistas excessivamente longas, direcionando a conversa para pontos mais significativos e interrompendo quando necessário.
8. Minimizar o registro de anotações durante a entrevista, considerando o impacto que isso pode ter na percepção do paciente sobre a importânciada interação em relação às anotações.
A avaliação.
A entrevista psicopatológica implica na realização de dois principais aspectos da avaliação:
1.A anamnese, ou seja, o histórico dos sinais e sintomas que o paciente apresenta ao longo de sua vida, seus antecedentes pessoais, familiares, assim como sua família e meio social.
2. O exame psíquico, também chamado de exame do estado mental.
Sinais e sintomas.
Se refere a manifestações patológicas possíveis de serem detectadas durante o exame psíquico, que correspondem a transtornos ou doenças.
Sinal: é a manifestação ou indicador objetivo de um processo ou estado patológico. O sinal é observado pelo clínico, são também quantificáveis, como exemplo, taquicardia, contração muscular; paralisia catatônica. 
Sintoma: é toda manifestação subjetiva de um estado patológico, que é percebido e descrito pela pessoa, isto é, as vivencias subjetivas relatadas pelos indivíduos, suas queixas e narrativas, aquilo que o sujeito experimenta e, de alguma forma comunica a alguém. São menos observáveis e quantificáveis, mais complexos e menos constantes. 
Síndrome: trata-se de um conjunto de sinais e sintomas observados de forma recorrente na prática clínica. (É um construto descritivo). Portanto, as síndromes são agrupamentos relativamente estáveis de determinados sinais e sintomas. 
Transtorno: Presença de comportamentos ou padrões de conduta, ou grupo de sintomas bem delimitados e identificáveis na exploração clínica, que na maioria dos casos é acompanhada de mal-estar e agravos no pragmatismo da pessoa.
Doença: delimitar uma verdadeira entidade nosológica. Implica em alterações patológicas no corpo (no caso, no cérebro). 
Manual e Classificação Internacional.
DSM - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Quinta edição) Associação Norte-Americana de Psiquiatria.
CID - Classificação Internacional de Doenças - (Décima edição) Organização Mundial de Saúde.
Exame psíquico: consiste em verificar, estudar, investigar as funções psíquicas, o seu padrão e alterações no decurso da entrevista anamnese. Ao final da entrevista deve-se complementar com a investigação dos pontos que não foram elucidados adequadamente, incompletos ou duvidosos. 
Funções psíquicas no exame do estado mental.
Funções mais afetadas nos transtornos psico-orgânicos: Nivel de consciência, atenção (também nos quadros afetivos), orientação, memória, inteligência, linguagem (também nas psicoses)
Funções mais afetadas nos transtornos de humor e personalidade: afetividade, vontade, psicomotricidade e personalidade.
Funções mais afetadas nos transtornos psicóticos: sensopercepção, pensamento, juízo de realidade, vivências do eu e alterações do self. 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais, 2008. Porto Alegre: Artes Médicas. Cap. 2, 8, 9.

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