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Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) Autor: Paulo Portinho 25 de Fevereiro de 2024 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 197 Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3 1 – CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MERCADO .................................................................. 4 Os 4 Mercados ...................................................................................................................... 4 2 – TÍTULOS PÚBLICOS ........................................................................................................ 14 Visão Geral. ..................................................................................................................... 14 Títulos e Características. ............................................................................................... 17 Operações Compromissadas ..................................................................................... 29 Tesouro Direto ................................................................................................................. 31 3 – TÍTULOS DE EMISSÃO BANCÁRIA ............................................................................... 37 Letras Hipotecárias ............................................................................................................. 37 Letra Financeira .................................................................................................................. 38 Caderneta de Poupança ...................................................................................................... 41 4 – TIPOS DE DEPÓSITOS .................................................................................................... 43 2 – AÇÕES.............................................................................................................................. 46 Classificações ................................................................................................................. 47 6 – DEBÊNTURES .................................................................................................................. 54 Valor das debêntures .......................................................................................................... 57 Regras esquemáticas sobre debêntures .............................................................................. 58 Regras societárias sobre debêntures ................................................................................... 60 Debêntures Incentivadas ............................................................................................. 61 7 – FUNDOS DE INVESTIMENTO ........................................................................................... 68 Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 197 Classes de Fundos de Investimento ........................................................................... 79 Fundos Estruturados e de Participação ..................................................................... 90 ETF – EXCHANGE TRADED FUNDS............................................................................... 103 8 – SECURITIZAÇÃO ............................................................................................................ 108 Crédito Estruturado...................................................................................................... 108 Securitização ................................................................................................................ 109 Letra de Crédito Imobiliário - LCI .............................................................................. 114 Letra de Crédito do Agronegócio - LCA ................................................................. 118 Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI ........................................................... 120 Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA .............................................. 123 Sobre a tributação de CRI e CRA (e FII) .................................................................. 126 Lista de Questões ................................................................................................................ 129 Questões comentadas com gabarito ............................................................................ 150 ANEXO – PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS ........................................................ 186 Tesouro prefixado (LTN) .............................................................................................. 186 Tesouro prefixado com juros semestrais (NTN-F) .................................................... 188 Tesouro SELIC Pós-fixado LFT ...................................................................................... 191 Tesouro IPCA+ com juros semestrais NTN-B ............................................................. 193 Debêntures e títulos privados de dívida .................................................................. 197 Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 197 INTRODUÇÃO Sobre essa aula 08 de Finanças para o BACEN pós-edital, abordaremos: 1 Características de operações e instrumentos do mercado financeiro e de capitais. 1.1 Títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. 1.2 Títulos de dívida privada. 1.3 Securitização. 1.4 Operações compromissadas. 1.5 Depósito a prazo e depósito interfinanceiro ou interbancário. 1.6 Ações. 1.7 Fundos de investimento. 2.2 Propriedades dos mercados e dos agentes financeiros. A estratégia adotada para essa aula será a seguinte: Apresentar os instrumentos financeiras de forma detalhada, porém sem sua precificação. Quando for importante, vamos apresentar a precificação em anexo. Não aprofundaremos os instrumentos regulados pela CVM (a norma de Fundos de Investimento tem 350 páginas, e foge ao escopo de um concurso que não seja específico para CVM). Mãos à obra! Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 197 1 – CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MERCADO Os 4 Mercados Naturalmente há muito mais necessidades financeiras do que simplesmente intermediar interessados em emprestar e captar recursos, portanto o mercado foi se sofisticando e, a grosso modo, divide-se em 4 principais mercados. Fonte: CVM – Programa TOP Mercado monetário As transferências de recursos a curtíssimo prazo, em geral com prazo de um dia, como aquelas realizadas entre as próprias instituições financeiras ou entre elas e o Banco Central, são realizadas no chamado mercado monetário. Trata-se de um mercado utilizado basicamente para controle da Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 197 liquidez da economia, no qual o Banco Central intervém para condução da Política Monetária. Resumidamente, se o volume de dinheiro estiver maior do que o desejado pela política governamental, o Banco Central intervém vendendo títulos e retirando moeda do mercado,reduzindo, assim, liquidez da economia. Ao contrário, caso observe que a quantidade de recursos está inferior à desejada, o Banco Central intervém comprando títulos e injetando moeda no mercado, restaurando a liquidez desejada. Mercado de câmbio É o mercado em que são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por moeda nacional. Participam desse mercado todos os agentes econômicos que realizam transações com o exterior, ou seja, têm recebimentos ou pagamentos a realizar em moeda estrangeira. Esse mercado é regulado e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil, que dele também participa para execução de sua Política Cambial. Mercado de crédito É o segmento do mercado financeiro em que as instituições financeiras captam recursos dos agentes superavitários e os emprestam às famílias ou empresas, sendo remuneradas pela diferença entre seu custo de captação e o que cobram dos tomadores. Essa diferença é conhecida como spread. Assim, as instituições financeiras nesse mercado têm como atividade principal a intermediação financeira propriamente dita. Em geral, são operações de curto e médio prazo, destinadas ao consumo ou capital de giro das empresas. As operações são usualmente formalizadas por contratos, como, por exemplo, cheque especial, conta garantida e crédito direto ao consumidor, e as instituições financeiras assumem o risco Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 197 de crédito da operação. São exemplos de instituições participantes desse mercado os bancos comerciais e as sociedades de crédito, financiamento e investimento, conhecidas como financeiras. O Banco Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. Mercado de Capitais O mercado monetário e o mercado de câmbio são muito bem delimitados e dificilmente geram alguma confusão. O mesmo já não se pode dizer da relação entre o mercado de crédito e o mercado de capitais. Mesmo quando uma empresa contrata um empréstimo de longo prazo, normalmente isso é considerado parte do mercado de crédito. Mas por que não mercado de capitais? Como dito, no mercado de crédito, as instituições financeiras captam recursos dos poupadores e os emprestam aos tomadores, assumindo os riscos da operação. São remuneradas por uma diferença, conhecida como spread, entre as taxas de captação e de aplicação desses recursos. Já no mercado de capitais, os agentes superavitários emprestam seus recursos diretamente aos agentes deficitários. Porém, as operações ocorrem sempre com a intermediação de uma instituição financeira autorizada, que atua como prestador de serviços, estruturando as operações, assessorando na formação de preços, oferecendo liquidez, captando clientes, distribuindo os valores mobiliários no mercado, entre outros. E são remuneradas pelos vários serviços prestados. Ou seja, quando a empresa pega o empréstimo diretamente no banco, é mercado de crédito, mas quando ela toma dinheiro diretamente do Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 197 superavitário, como quando emite ações ou debêntures, está acessando o mercado de capitais. Obs. Muitas vezes o banco compra os títulos de outras empresas, que ele mesmo lança e distribui, para encarteirar (colocar em carteira própria de investimentos), mesmo nesse caso estamos tratando do mercado de capitais. No mercado de capitais, os investidores, ao emprestarem seus recursos diretamente para as empresas, adquirem títulos, que representam as condições estabelecidas no negócio, chamados de valores mobiliários. Podem ser títulos de dívida, em que se estabelece uma relação de crédito entre as partes tomadora e poupadora, como é o caso das debêntures, ou podem ser títulos patrimoniais, ou de capital, em que os investidores se tornam sócios do negócio, com todos os direitos e deveres inerentes, como é o caso das ações. Os investidores podem adquirir esses valores mobiliários diretamente, ou indiretamente por meio de estruturas de investimento coletivo, como os fundos ou clubes de investimento. Outros mercados. Além dos pilares do mercado financeiro, ainda temos outros dois mercados bem importantes para o seu funcionamento e que merecem destaque. São eles mercado de derivativos e o de dívidas. Nem todos separam esses mercados dos anteriores, uma vez que ambos são considerados, pela lei, valores mobiliários. Porém, daremos destaque a ambos a partir de agora. Mercado de derivativos É o mercado é composto por ativos que derivam de outros ativos. Em outras palavras, são valores mobiliários precificados a partir das expectativas sobre Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 197 um valor futuro de outro ativo que tem seu preço determinado pelo mercado. Mercado a termo – é a compra ou a venda de uma determinada quantidade de um ativo financeiro, a um preço predefinido, para liquidação em prazo futuro determinado, resultando em um contrato entre as partes. O comprador ou vendedor do contrato a termo se compromete a comprar ou vender certa quantidade deste bem (que pode ser mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, na própria data de realização do negócio (assinatura do contrato a termo), para liquidação em data futura. Os contratos a termo devem ser liquidados integralmente no vencimento e podem ser negociados em bolsa e no mercado de balcão. Mercado futuro – O mercado futuro pode ser entendido como uma evolução do mercado a termo. Assim como no mercado a termo, os participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um ativo por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A principal diferença entre TERMO e FUTURO é a forma de liquidação dos contratos. No mercado a termo os desembolsos ocorrem apenas na liquidação do contrato. Já no mercado futuro os compromissos são ajustados diariamente (ajuste diário). As alterações dos preços dos contratos são verificadas diariamente para apuração das perdas ou ganhos, realizando-se a liquidação das diferenças do dia. Além disso, os contratos futuros são negociados somente em bolsas, por serem contratos padronizados. Há contratos padronizados no mercado a Termo, mas podemos ter contratos não padronizados negociados em mercado de balcão. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 197 Diferentemente do termo, o contrato futuro caracteriza-se por: padronização, elevada liquidez, negociação transparente (em pregão de bolsa), possibilidade de encerramento da posição com qualquer (outro) participante em qualquer momento, graças ao ajuste diário do valor dos contratos (o que não ocorre no TERMO) e proteção através da utilização do mecanismo das margens de garantia exigidas pela bolsa para evitar desequilíbrios entre o valor do contrato e as disponibilidades do contratante. Ressalte-se que as corretoras também exigem depósitos de garantias para a operação a termo com contrato padronizado. São desvantagens operacionais do mercado futuro: custo elevado, pois exige movimentação financeira expressiva devido aos ajustes diários, custos operacionais mais elevadosdo que os contratos a termo e a necessidade de depósito de garantias (custo de oportunidade). IMPORTANTE! A grande maioria dos materiais sobre mercado a termo está desatualizada, ou induzindo o investidor a erro. E isso se refletiu em questões no passado, com uma mesma banca considerando correto que o mercado a termo não aceita liquidação antecipada (o que é um erro, aceita e é comum) em uma prova, e em outra mudando esse entendimento. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 197 O print acima foi retirado do site de uma corretora brasileira, em 18/01/2024, mostrando com clareza a opção de liquidação antecipada. Mercado de opções – Neste mercado se negociam direitos, essencialmente. Seria o direito de comprar ou de vender um bem por um preço fixo numa data futura. Quem compra o direito deve pagar um prêmio ao vendedor. Este prêmio, naturalmente não é o preço do bem, mas apenas o valor do direito em si. Às vezes o direito não é muito interessante, como comprar uma ação por R$ 30,00 daqui a um mês, sendo que ela está negociada hoje a R$ 25,00. Talvez alguém pague R$ 0,05 por esse direito. Se a ação disparar para, por hipótese, R$ 32,00 ele comprou um direito que valerá, na data de exercício, R$ 2,00. O objeto de negociação costuma ser um bem (ativo financeiro ou mercadoria), que precisa ter ampla negociação em pregão, com formação de preço transparente. O comprador da opção é chamado de titular e sempre terá o direito do exercício, mas não obrigação de exercer esse direito. O vendedor da opção é o lançador que terá a obrigação de entregar o ativo, caso seja exercido (caso o titular exerça seu direito). Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 197 Algumas definições: Preço de exercício: É o preço que o titular paga (ou recebe) pelo bem em caso de exercício da opção. Se for o titular de uma opção de compra, será o preço pelo qual vai comprar se exercer, se for o titular de uma opção de venda, será o preço pelo qual vai vender se exercer. Prêmio da opção: É o valor pago pelo titular (e recebido pelo lançador) para adquirir o direito de comprar ou vender o ativo pelo preço de exercício em data futura. É possível transferir a um terceiro seu compromisso, bastando realizar uma operação inversa. Se comprou o direito de comprar uma ação por R$ X e não quiser esperar, pode vender o direito de comprar essa ação por R$ X e não terá mais direitos relacionados àquela opção. No mercado futuro também é possível. Isso dispensa a necessidade de as contrapartes originais permanecerem atreladas até a data de vencimento da obrigação. O risco do titular é perder o que pagou (o prêmio) se a opção “virar pó”. Já para o lançador o risco pode, virtualmente, não ter limites (apesar de ser impossível um ativo não valer nada ou subir ao infinito). Mercado de SWAP - No mercado de SWAP, negocia-se a troca de rentabilidade (risco) entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros). O contrato de swap é um acordo, entre duas partes, que estabelece a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre os dois bens incluídos no contrato. Por exemplo: SWAP DI x Dólar, troca risco cambial por risco de taxa prefixada. Alguém não quer ficar exposto à variação do dólar, faz um contrato para Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 197 pagar Taxa DI. Mas adiante, com exemplos, veremos como montar uma operação dessas. Outro exemplo: SWAP Ouro x Pré. Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à taxa prefixada negociada entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro. Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu taxa prefixada. A liquidação do SWAP ocorre integralmente no vencimento, de forma que é muito semelhante à operação a termo. Mercado de dívidas e de obrigações As obrigações são títulos de dívida emitidos por instituições privadas ou públicas. Nesse mercado, o investidor que adquire esses papéis está emprestando dinheiro para que as entidades emissoras possam financiar projetos ou quitar dívidas, sem recorrer a financiamentos ou empréstimos bancários. Como retorno, além de ter o valor aplicado reembolsado ao final, quem investe em obrigações é remunerado por meio de juros ou correção da inflação ou algum índice, segundo as características da obrigação adquirida. De forma geral, temos 2 grandes grupos de títulos nesse mercado. Debêntures: papéis emitidos por sociedades anônimas de capital fechado ou aberto, com o intuito de capitalizar empresa, seja para quitar dívidas, seja para investir em novos projetos; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 197 Títulos do tesouro: papéis emitidos pelo Governo com o intuito de financiar os gastos públicos, investimentos e a dívida pública. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 197 2 – TÍTULOS PÚBLICOS Visão Geral. Títulos públicos são instrumentos eminentemente de renda fixa (juros contratados), emitidos por entes do poder executivo (hoje apenas governo federal) com objetivo de financiar os gastos e as necessidades de recursos dos governos. Os títulos podem ser atrelados a índices diversos. De inflação, relacionados à taxa SELIC, de câmbio etc. Normalmente pagando uma taxa de juros além da variação desses indicadores. Na aula anterior mostramos o cálculo de um título atrelado à inflação. O investidor pessoa física pode comprar títulos da dívida pública federal de três maneiras: 1. Tesouro Direto. É um programa que facilita o acesso do pequeno investidor ao mercado de títulos, permitindo compras e vendas de valores baixos via internet. Mais detalhes ver no link https://www.tesourodireto.com.br/. 2. Através de Instituições Financeiras: nesse caso, o investidor precisa se cadastrar junto a um banco comercial ou de investimento ou a uma corretora ou distribuidora de títulos e valores mobiliários regularmente habilitados no sistema eletrônico disponibilizado pelo Banco Central e solicitar a aquisição dos títulos. Geralmente, essa forma de aplicação só está disponível para pessoas com muitos recursos à disposição para investir. 3. Fundos de Investimento e de previdência privada: aqui o investidor participa comprando cotas de fundos que apliquem seus recursos, ou parte deles, em títulos públicos federais. Esse tipo de aplicação é acessível para investidores de várias faixas de renda, mas estes não têm total autonomia nas decisões sobre alocação de seus recursos, Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 197 uma vez que a administração das carteiras fica a cargo dos gestoresdos fundos. Se for pessoa jurídica, poderá acessar os títulos da seguinte forma: 1. Pessoa Jurídica Financeira: As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que sejam titulares de conta de custódia no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) e de conta Reservas Bancárias ou Conta de Liquidação no Sistema de Transferência de Reservas (STR), ambos administrados pelo Banco Central, podem adquirir títulos públicos federais no mercado primário, participando diretamente das ofertas públicas. No mercado secundário, podem adquirir títulos mediante negociação direta com outra instituição financeira, que, de igual forma, seja participante dos referidos Sistemas. 2. Pessoa Jurídica Não Financeira: Empresas, Entidades Fechadas de Previdência Complementar ("Fundos de Pensão"), Sociedades Seguradoras, Operadoras de Planos de Saúde e demais instituições não classificadas no item anterior somente podem adquirir títulos públicos federais, no mercado primário e no mercado secundário, por meio de uma instituição financeira ou instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, desde que atendidos os requisitos acima. Aqui convém diferenciar e ilustrar alguns termos. Mercado primário é o mercado onde o trânsito financeiro se dá entre o emissor original e o tomador original. É o momento em que o Tesouro se capitaliza, pois o dinheiro vai diretamente para seu caixa. Mercado secundário é o mercado onde o trânsito financeiro se dá entre vendedores e compradores não originais (que não deram origem à operação), tendo por base títulos que já estão no mercado. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 197 Importante destacar que, mesmo que o Tesouro recompre títulos e recoloque no mercado, isso não representa atuação no mercado primário, pois o título já estaria em negociação no mercado. Em resumo, o tesouro não se capitaliza diretamente dessa forma. Sistema SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública mobiliária federal interna. É onde se processam e se registram as emissões, os resgates, pagamentos de juros etc. Uma central depositária que faz liquidação e custódia de títulos funciona como um grande registro eletrônico de todos os títulos e seus movimentos. É o que garantirá que quem comprou o título vai recebê-lo no prazo correto e quem vendeu vai receber o dinheiro, também no prazo correto. A liquidação é a operação que concretiza a negociação. A central garante os direitos das partes envolvidas. A custódia é, tão somente, o registro dos títulos e das operações em nome dos titulares. Os títulos não são mais físicos, são escriturais (emitidos na forma eletrônica apenas), por isso todo o processamento tem que se dar pelo Sistema SELIC. Essa é uma explicação simplificada, mas recomendo fortemente a leitura detalhada fornecida pelo site do BACEN. Ver neste link. https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sistemaselic Agente de custódia é a instituição que cuida da administração das contas de custódia dos investidores junto à B3 (caso do tesouro direto), sendo responsáveis pelas informações cadastrais dos investidores, pela guarda dos títulos públicos na B3, pela intermediação financeira entre os investidores e o Tesouro Nacional e pelo recolhimento de taxas e impostos. As corretoras de valores, bancos comerciais, múltiplos ou de investimento e Distribuidoras de Valores. As contas de custódia na B3 não são as mesmas do sistema SELIC. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 197 Títulos e Características. O documento mais atual com as características dos títulos públicos, no site do BACEN, apresenta a seguinte distribuição: Letras do Tesouro Nacional (LTN) Legislação básica: Decreto nº 11.301, de 21.12.2022. Finalidade: poderão ser emitidas para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita, observados os limites fixados pelo Poder Legislativo. Características: a) prazo: definido pelo Ministro da Fazenda, quando da emissão do título; b) modalidade: nominativa; c) valor nominal: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); d) rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal; e) resgate: pelo valor nominal, na data do vencimento; f) custódia: Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) Letras Financeiras do Tesouro (LFT) Legislação básica: Decreto nº 11.301, de 21.12.2022. Finalidade: destinam-se ao cumprimento dos contratos de assunção, pela União, das dívidas de responsabilidade dos estados e do Distrito Federal, nos termos da Lei nº 9.496, de 11.9.1997, bem como das operações relativas à redução da presença do setor público estadual na atividade financeira bancária, nos termos da Medida Provisória nº 2.192-68, de 28.6.2001. As LFT poderão ser emitidas em duas séries distintas: Letras Financeiras do Tesouro Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 197 Série A (LFT-A) e Letras Financeiras do Tesouro Série B (LFT-B). As LFT-B também poderão ser emitidas para o cumprimento dos contratos de assunção, pela União, das dívidas de responsabilidade dos municípios, nos termos da Medida Provisória nº 2.185-33, de 28.6.2001. Características: a) prazo: definido pelo Ministro da Fazenda, quando da emissão do título; b) modalidade: nominativa; c) valor nominal: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); d) rendimento: taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic, divulgada pelo Banco Central do Brasil, calculada sobre o valor nominal; e) resgate: pelo valor nominal, acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do título; Os títulos a seguir não estão no decreto 11.301, mas ainda permanecem sendo citados no site do BACEN. Letras Financeiras do Tesouro Série A (LFT-A) Características: a) prazo: até quinze anos; b) forma de colocação: direta, em favor do interessado; c) valor nominal na data-base: R$1.000,00 (mil reais); d) rendimento: definido pela taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Selic, para títulos públicos federais, divulgada pelo Banco Central, acrescida de 0,0245% a.m.; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 197 e) resgate do principal: em até 180 parcelas mensais e consecutivas, vencendo a primeira no mês seguinte ao da emissão, sendo cada uma delas de valor correspondente ao resultado obtido pela divisão do saldo remanescente, atualizado e capitalizado, na data do vencimento de cada uma das parcelas pelo número de parcelas vincendas, inclusive a que estiver sendo paga; f) custódia: Selic. Letras Financeiras do Tesouro Série B (LFT-B) Características: a) prazo: até quinze anos; b) forma de colocação: direta, em favor do interessado; c) valor nominal na data-base: R$1.000,00 (mil reais); d) rendimento: definido pela taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Selic, para títulos públicosfederais, divulgada pelo Banco Central; e) resgate do principal: pelo valor nominal, acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do título; f) custódia: Selic. Notas do Tesouro Nacional (NTN) Legislação básica: Decreto nº 11.301, de 21.12.2022. As NTN poderão ser emitidas nas seguintes séries: I - NTN Série B - NTN-B; II - NTN Série B, Subsérie 1 - NTN-B1; III - NTN Série C - NTN-C; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 197 IV - NTN Série D - NTN-D; V - NTN Série F - NTN-F; e VI - NTN Série I - NTN-I. Apresentaremos apenas os detalhes sobre os títulos cobertos pelo decreto mais recente. Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) Características: a) prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título; b) taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado; c) modalidade: nominativa; d) valor nominal na data-base: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); e) atualização do valor nominal: pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês anterior, divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde a data-base do título; f) pagamento de juros: semestralmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título; g) resgate do principal: em parcela única, na data do vencimento; h) custódia: Selic. Notas do Tesouro Nacional Série B1 (NTN-B1) Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 197 Características: a) prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título; b) data do primeiro resgate do principal - data de conversão: definida pelo Ministro de Estado da Economia, quando da emissão do título; c) modalidade: nominativa; d) valor nominal na data-base: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); e) atualização do valor nominal: pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês anterior, divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde a data-base do título; f) resgate do principal: em parcela única, na data do vencimento; g) custódia: Selic. Notas do Tesouro Nacional Série C (NTN-C) Características: a) prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título; b) taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado; c) modalidade: nominativa; d) valor nominal na data-base: múltiplo de R$1.000,00 (mil reias); e) atualização do valor nominal: pela variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) do mês anterior, divulgado pela Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 197 Fundação Getulio Vargas (FGV), desde a data-base do título; f) pagamento de juros: semestralmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título; g) resgate do principal: em parcela única, na data do vencimento; h) custódia: Selic. Notas do Tesouro Nacional Série D (NTN-D) Características: a) prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título; b) taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado; c) modalidade: nominativa; d) valor nominal na data-base: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); e) atualização do valor nominal: pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos da América no mercado de câmbio de taxas livres, divulgada pelo Banco Central do Brasil, sendo consideradas as taxas médias do dia útil imediatamente anterior à data-base e à data de vencimento do título; f) pagamento de juros: semestralmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título; g) resgate do principal: em parcela única, na data do vencimento; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 23 h) custódia: Selic; Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) Características: a) prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título; b) taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal; c) modalidade: nominativa; d) valor nominal na data-base: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); e) rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal; f) pagamento de juros: semestralmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título; g) resgate: pelo valor nominal, na data do seu vencimento; h) custódia: Selic. Notas do Tesouro Nacional Série I (NTN-I) Serão utilizadas exclusivamente para o pagamento de equalização das taxas de juros dos financiamentos à exportação de bens e serviços nacionais amparados pelo Programa de Financiamento às Exportações - Proex, quando previsto na Lei Orçamentária Anual. Características: a) prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título; b) taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Economia, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 24 c) modalidade: nominativa; d) valor nominal na data base: múltiplo de R$1.000,00 (mil reais); e) pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos da América no mercado de câmbio de taxas livres, divulgada pelo Banco Central do Brasil, sendo consideradas as taxas médias do dia útil imediatamente anterior à data-base e à data do vencimento do título; f) resgate do principal e pagamento dos juros: até a data de vencimento da correspondente parcela de juros do financiamento à exportação; Colocaremos em Anexo a forma de cálculo dos principais títulos. Outros títulos Os títulos descritos anteriormente são os mais comuns para a gestão da dívida pública e financiamento do Tesouro via leilões (processo competitivo de formação de taxas) em ofertas públicas ou em colocação direta. Há outros títulos de emissão direta, para atender finalidades específicas definidas em lei. Alguns exemplos de razões para emissões diretas: pagamento de equalização de taxa de juros do Programa de Financiamento às Exportações (PROEX); securitização de dívidas, decorrente de acordos de renegociação de dívidas da própria União ou das entidades cujas obrigações foram ou venham a ser assumidas pela União e cujos principais credoressão os sistemas bancários oficial e privado, fornecedores, empresas prestadoras de serviços e empreiteiras; financiamento estudantil para garantir o recebimento de dívidas previdenciárias/tributárias das Instituições de Ensino (Fies); emissões para fins de reforma agrária (TDA) etc. Os principais títulos definidos no Decreto nº 11.301, de 21.12.2022 são: Certificados Financeiros do Tesouro – CFT Títulos destinados a atender operações com finalidades específicas, definidas em lei. Os CFT podem ser emitidos em sete séries distintas. I - forma de colocação: direta em favor de interessado específico; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 25 II - modalidade: nominativa; III - valor nominal na data-base: múltiplo de R$ 1.000,00 (mil reais); IV - prazo: definido pelo Ministro de Estado da Economia, quando da emissão do certificado; e V - taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Economia, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado. o O CFT-A terá por característica específica a atualização mensal do valor nominal pela variação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna - IGP-DI do mês anterior, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, desde a data-base do certificado. o O CFT-B terá por característica específica a atualização mensal do valor nominal por índice calculado com base na Taxa Referencial - TR, divulgada pelo Banco Central do Brasil, a partir da data-base do certificado. o O CFT-C terá por característica específica o rendimento definido pela taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Selic, divulgada pelo Banco Central do Brasil, desde a data-base do certificado. o O CFT-D terá por característica específica a atualização do valor nominal pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos da América no mercado de câmbio de taxas livres, divulgada pelo Banco Central do Brasil, sendo consideradas as taxas médias do último dia imediatamente anterior à data-base e à data do vencimento do certificado. o O CFT-E terá por característica específica a atualização mensal do valor nominal pela variação do IGP-M do mês anterior, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, a partir da data-base do certificado. o O CFT-F terá por característica específica o rendimento definido pelo deságio sobre o valor nominal. o O CFT-G terá por característica específica a atualização do valor nominal pela variação do IPCA, divulgado pelo IBGE, a partir da data-base do certificado. Os CFTs poderão ser emitidos ainda nas seguintes subséries: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 26 CFT-1 o I - pagamento de juros: na data de resgate do certificado; e o II - pagamento de principal: em parcela única, na data do seu vencimento. CFT-2 o I - pagamento de juros: anualmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber, sendo que o primeiro cupom de juros, que será pago após período a ser definido em ato do Ministro de Estado da Economia, contemplará a taxa integral definida para doze meses, independentemente da data de emissão do título; e o II - pagamento de principal: em parcela única, na data do seu vencimento. CFT-3 o I - pagamento de juros: semestralmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber, sendo que o primeiro cupom de juros, que será pago após período a ser definido em ato do Ministro de Estado da Economia, contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título; e o II - pagamento de principal: em parcela única, na data do seu vencimento. CFT-4 o I - pagamento de juros: mensalmente, com ajuste do prazo no primeiro período de fluência, quando couber, sendo que o primeiro cupom de juros, que será pago após período a ser definido em ato do Ministro de Estado da Economia, contemplará a taxa integral definida para um mês, independentemente da data de emissão do título; e o II - pagamento de principal: em parcela única, na data do seu vencimento. CFT-5 o I - pagamento de juros: periodicamente, nas datas de aniversário do certificado, juntamente com os pagamentos de principal, a partir do primeiro pagamento; e o II - pagamento de principal: periodicamente, nas datas de aniversário do certificado, conforme sistema francês de amortização - Tabela Price. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 27 Títulos da Dívida Agrária – TDA Títulos emitidos para o pagamento de indenizações de imóveis rurais àqueles que, para fins de reforma agrária, sofrem ação desapropriatória ou firmam acordos de compra e venda com a União. A legislação básica do TDA são as Leis nº 8.177/91 e nº 4.504/64, os Decretos nº 578/92 e nº 433/92 e a Medida Provisória nº 2.183-56/01 e o Decreto 11.301. I - data de emissão: primeiro dia de cada mês; II - prazo: cinco, dez, quinze, dezoito ou vinte anos, na forma prevista na Lei nº 8.629, de 1993; III - forma de colocação: direta em favor do proprietário do imóvel rural; IV - quantidade de séries: o os títulos serão emitidos em séries autônomas com datas de resgate anuais e sucessivas; o a quantidade de séries a serem emitidas corresponderá ao prazo subtraído um inteiro; e o cada série autônoma será composta pelo quociente inteiro da divisão da quantidade total pelo número de séries, com exceção da última série que será a diferença entre a quantidade total e a soma das quantidades das outras séries; V - taxa de juros: um, dois, três e seis por cento ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado, na forma prevista na Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991; VI - atualização: no primeiro dia de cada mês, por índice calculado com base na TR referente ao mês anterior; VII - modalidade: nominativa; VIII - pagamento de juros: anualmente até o resgate do principal ou até o vencimento da última série; e IX - resgate do principal: as séries autônomas terão datas de resgate anual, sendo que a primeira será resgatável a partir do segundo ano de sua emissão e assim sucessivamente, na forma prevista na Lei nº 8.177, de 1991. CVS Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 28 Títulos emitidos como forma de pagamento pela novação de dívidas de responsabilidade do Fundo de Compensações de Variações Salariais – FCVS. Tais dívidas referem-se ao saldo devedor remanescente quando do encerramento de contratos de financiamento habitacional, com cobertura do FCVS. A legislação básica do CVS é a Lei n° 10.150, de 21 de dezembro de 2000, o Decreto n° 4.378, de 16 de setembro de 2002 e a Portaria MF nº 346, de 07.10.2005 e o Decreto 11.301. I - prazo: trinta anos, contados a partir de 1º de janeiro de 1997; II - atualização do valor nominal: pela TR ou pelo índice que a suceder na atualização dos saldos dos depósitos de poupança; III - taxa de juros: o juros à taxa efetiva de três inteiros e doze centésimos por cento ao ano para as operações realizadas com recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; e o juros de seis inteiros e dezessete centésimos por cento ao ano, correspondente à taxa efetiva de juros aplicada aos depósitos de poupança, para as demais operações; IV - modalidade: nominativa; V - valor nominal na data de emissão: múltiplo de R$ 1.000,00 (mil reais); VI - pagamento de juros: capitalizados mês a mês e exigíveis mensalmente a partir de 1º de janeiro de 2005; e VII - resgate do principal: carência de doze anoscom a devida atualização, sendo que a amortização se dará de 1º de janeiro de 2009 a 1º de janeiro de 2027, com pagamentos no primeiro dia de cada mês. Há ainda outros títulos em circulação, porém com emissão anterior ao Decreto 11.301. Não vamos tratá-los nesta aula, mas indicamos o seguinte link para o aluno consultar (a maioria desses títulos está extinta): https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/selic/CaracteristicaTitulos.pdf A seguir um quadro resumo dos títulos (fonte STN): Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 29 Operações Compromissadas Tomaremos por base a Resolução nº 3.339/2006 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que define essas operações. Em resumo, seriam operações em que em que o vendedor assume o compromisso de recomprar os títulos que alienou em data futura predefinida e com o pagamento de remuneração preestabelecida. Na mesma operação o comprador, por sua vez, assume o compromisso de revender o título ao vendedor na data acordada e com o pagamento do preço fixado. Diferencia-se das opções por ser um compromisso assumido por ambas as partes: a compra com compromisso de revenda e a venda com compromisso de recompra. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 30 As operações compromissadas devem ter pelo menos uma das partes contratantes um banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento, sociedade corretora de títulos e valores mobiliários, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou a Caixa Econômica Federal, habilitado para a realização dessas operações. Elas são feitas por alguns motivos: Quando o banco tem um ativo do qual não quer se desfazer, seja porque recebe uma taxa de juros mais alta ou porque o banco tem conhecimento profundo sobre o devedor (e avalia melhor que o mercado), ele pode fazer uma operação compromissada, para captar dinheiro no momento imediato e recuperar o ativo depois, com preço predefinido. Nesse caso, ele só vai pagar o diferencial de juros entre o título “bom” que quer manter e o CDI (ou outro indexador), que teria que pagar pelo dinheiro tomado. O banco pode usar sua carteira de títulos públicos para levantar dinheiro, o que seria mais “barato” do que emitir um CDB, por exemplo, pois o risco dos títulos públicos é menor do que o do banco. Títulos disponíveis nas operações compromissadas Nas operações compromissadas, os ativos financeiros disponíveis para lastro são títulos de renda fixa que, de acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), podem ser, entre outros: Debêntures CDB – Certificado de Depósito Bancário LCI – Letras de Crédito Imobiliário LCA – Letras de Crédito do Agronegócio CRI – Certificados de Recebíveis Imobiliários CRA – Certificados de Recebíveis do Agronegócio LH – Letra Hipotecária Títulos públicos Até 2016, todas as compromissadas eram isentas de IOF, inclusive as emitidas por instituições integrantes do mesmo grupo econômico. Os bancos utilizavam muito essas Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 31 operações para fechamento de caixa de curtíssimo prazo ao invés de resgatar um ativo de renda fixa diretamente, uma vez que a isenção levava a um custo menor. À época, o lastro mais comum eram títulos públicos (por exemplo, LFTs – título pós fixado atrelado à Selic), que não são isentos de IOF. Ou seja, o banco captava recursos via compromissadas, usando como garantia uma LFT, recomprando-a no dia seguinte. Com a Resolução 3.389 do CMN, de 2016, as operações compromissadas de emissores do mesmo grupo econômico e inferiores a 30 dias, passaram a ser tributadas pelo IOF. Tesouro Direto Apesar de os títulos negociados no Tesouro Direto serem os mesmos discutidos na parte anterior, a nomenclatura é diferente. Vamos apresentá-los com essas nomenclaturas a seguir: Tesouro prefixado (LTN) É um título de pagamento único (zero coupon) de taxa de juro prefixada, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade), na data de vencimento do título. No Tesouro direto é chamado de Tesouro Prefixado. Figura abaixo do site do Tesouro: Tesouro SELIC (LFT) São títulos pós-fixados cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 32 registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da compra. No Tesouro Direto são chamados de Tesouro Selic (LFT). Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título (ou quando vendê-lo, ao valor de mercado). Figura abaixo do site do Tesouro: Tesouro IPCA+ (NTN-B) São títulos com rentabilidade vinculada à variação da inflação (IPCA), acrescida dos juros definidos no momento da compra. Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, aumentando seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA. As opções no Tesouro Direto são: Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B): O Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título. Figura abaixo do site do Tesouro: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 33 Já no Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B), o rendimento da aplicação é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio do pagamento de juros semestrais (cupons de juros), e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. Figura abaixo do site do Tesouro: O investidor em títulos do IPCA procura as seguintes características: (i) rentabilidade real, ou seja, o investidor está protegido das variações do IPCA ao longo da duração do investimento; (ii) prazos maiores de investimento (em 2023 havia opções até 2050); (iii) poupança de médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa própria e outros. Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) É um título prefixado sem indexador algum, em que o investidor sabe exatamente o valor que irá receber se ficar com o título até a data de seu vencimento. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 34 No Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) o rendimento da aplicação é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio do pagamento de juros semestrais (cupons de juros), e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. O fluxo de cupons semestrais de juros aumenta a liquidez, possibilitando reinvestimentos. Figura do site do Tesouro. Tesouro Renda + (NTN-B1) O Tesouro RendA + (NTN-B1) é um título pós-fixado cuja rentabilidade é composta por dois fatores: uma taxa anual pactuada no momento da compra; e a variação do Índice Nacional de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA). Além disso, possui a particularidade de não pagar seu principal em uma única parcela na data de vencimento. Nesse caso, o principal é pago em 240 (duzentos e quarenta) parcelas (amortizações) mensais que se iniciam na “data de conversão” e terminam de ser pagas (240 meses depois) na data de vencimento. A rentabilidade é dada pela taxa anual de juros mais a variação do indexador até o vencimento. É um título focado em previdência, pois há um período de acumulação e, depois, o investidor recebe o que investiu em 240 parcelas mensais, incluindo juros e amortização. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 35 Tesouro Educa + (NTN) O Tesouro Educa+ é o nome do novo título do Tesouro Direto, disponível desde o dia 1º de agosto de 2023. O título tem uma estrutura que permite ao investidor obter uma simplificação no planejamento do financiamento de seus estudos. O Tesouro Educa+ é atrelado ao IPCA, e o objetivo é que o investidor poderá manter o poder de compra ao longo do tempo, além de garantir retorno real (se ficar com o título até a data de vencimento). A ideia é que o investidor (ou quem vai financiar a educação dos filhos) faça aportes regulares por um período, para após esse período receber amortizações mensais por 60 meses e custear, por exemplo, uma faculdade para o filho. Período de acumulação: Ao escolher um título pela data de conversão, o investidor fará a compra das quantidades, acumulando assim seus rendimentos ao longo dos anos para recebimento de fluxos mensais no futuro. Data de conversão é a data a partir da qual o título passará a pagar rendimentos mensais. Ou seja, é a data de início dos estudos estimada pelo investidor. Período de conversão: É o período pós-data de conversão, em que ocorrerão os pagamentos mensais. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 36 Regras: A amortização não será bullet (tudo ao mesmo tempo), será um fluxo de 60 parcelas iniciadas a partir do dia 15 de janeiro do ano escolhido. É possível vender o título a qualquer momento (dependendo de condições de mercado e de carência mínima de 60 dias). Os investidores que levarem o título até o vencimento não terão taxa de custódia cobrada nos pagamentos mensais futuros (limitados a 4 salários mínimos por mês). . Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 37 3 – TÍTULOS DE EMISSÃO BANCÁRIA Letras Hipotecárias São títulos de renda fixa emitida pelas instituições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários. São emitidas com lastro de créditos garantidos por hipoteca de primeiro grau de bens imóveis. A maior emissora desses títulos hoje é a Caixa Econômica Federal. As instituições financeiras se utilizam das letras hipotecárias para captar dinheiro e financiar certas linhas de crédito imobiliário. O prazo mínimo de aplicação é de 180 dias e o prazo máximo, apesar de não ser estipulado, em geral, não ultrapassa 24 meses. A rentabilidade deste tipo de aplicação está vinculada ao valor nominal do financiamento imobiliário, ajustado pela inflação, TR ou variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), e pode ser pré-fixada, flutuante e pós-fixada. Quanto aos riscos, a letra hipotecária representa um título de renda fixa com risco do emissor (Caixa, por exemplo). Já se os mutuários que tenham recebido os créditos hipotecários não honrarem seus compromissos com a instituição emissora (bancos), esta deverá efetuar os pagamentos ao investidor. A circular (nº 1.393, de 7/12/1988, leitura recomendada) que determina que a garantia da operação seja a caução (garantia) de créditos hipotecários de que sejam titulares, garantidos por primeira hipoteca. A circular determina, também, que as instituições financeiras que tenham emitido este instrumento devem manter controles paralelos de modo a identificar quais os créditos que servem de garantia para cada letra. A Caixa Econômica Federal é o maior emissor e o risco dela não performar é pequeno. Além disso, as LHs têm garantia real, isto é, o próprio imóvel financiado com seus recursos. As aplicações em letras hipotecárias também são garantidas pelo fundo garantidor de crédito – FGC. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 38 Quanto à tributação, sobre as LHs não incidirá IOF, pois o prazo mínimo de aplicação é de 6 meses. Também é isenta de imposto de renda. Não é um instrumento facilmente acessível a pequenos investidores. Letra Financeira As Letras Financeiras (LF) constituem-se como um dos principais títulos emitidos por instituições financeiras com a finalidade de captação de recursos. Ou seja, a emissão de LF é uma das principais operações passivas realizadas por instituição financeira. As instituições financeiras que podem emitir LF, com as seguintes condições, quando existentes, são: bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento observado o limite correspondente ao valor do Patrimônio de Referência, Nível I, da instituição, e realização de estudo de viabilidade, que deve conter, no mínimo, análise econômica e financeira acerca da utilização da LF diante de outras fontes de recursos da instituição, considerando o montante, o prazo, as taxas, os indexadores, a composição do passivo e as demais condições da emissão, bem como demanda potencial por títulos de longo prazo e a destinação planejada para os recursos captados (estudos devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos, na sede da instituição emissora) bancos de investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias, sociedades de crédito imobiliário, cooperativas de crédito apenas para fins de composição do Patrimônio de Referência, e Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 39 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A lista de emissores é extensa, o que reforça a importância das LF como instrumento de captação das instituições financeiras, sobretudo se considerarmos, pelo prazo mínimo de vencimento das LF (como visto adiante), a possibilidade da instituição emissora em alongar o prazo do seu passivo, o que possibilita um melhor gerenciamento (casamento) entre os ativo e passivo da instituição financeira. As principais características das LF são (baseados na RCMN 5.007 de 2022): Art. 3º A Letra Financeira deve ser emitida com valor nominal unitário igual ou superior a: I - R$300.000,00 (trezentos mil reais), se contiver cláusula de subordinação, nos termos do art. 40 da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010; e II - R$50.000,00 (cinquenta mil reais), se não contiver cláusula de subordinação. A existência de cláusula de subordinação indica que, em um eventual inadimplemento deste crédito pela instituição emissora, o credor do título não possui garantias para a satisfação do crédito, ou seja, ele está em último na fica de credores (acima apenas dos acionistas). Art. 4º A remuneração da Letra Financeira pode ser baseada em taxa de juros fixa ou flutuante, combinadas ou não, bem como em outras taxas, desde que de conhecimento público e regularmente calculadas. Admite-se a emissão de Letra Financeira com previsão de: I - pagamento periódico de rendimentos, desde que em intervalos não inferiores a 180 (cento e oitenta) dias; e II - atualizaçãode seu valor nominal com base em índice de preços. O valor de resgate da Letra Financeira pode ser inferior ao valor de sua emissão, conforme seus critérios de remuneração. O valor nominal de Letra Financeira não pode ser atualizado com base em variação cambial, com exceção do caso de ser emitida com cláusula de subordinação. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 40 Art. 5º O prazo de vencimento mínimo da Letra Financeira é de 24 meses, vedado o resgate, total ou parcial, antes do prazo pactuado (exceto se se a instituição emissora efetuar o resgate antecipado para fins de imediata troca do título por outra Letra Financeira de sua emissão).. Algumas outras regras para o caso de resgate antecipado: É vedada a troca de Letra Financeira com cláusula de subordinação por Letra Financeira sem cláusula de subordinação; e a troca de Letra Financeira emitida há menos de doze meses. Na troca de Letra Financeira, o resgate antecipado deve ser realizado por meio de mercado de balcão organizado. A Letra Financeira colocada em substituição ao título resgatado deve observar as seguintes características: I - valor nominal unitário igual ou superior ao valor de mercado do título resgatado deduzido das obrigações tributárias decorrentes da operação; e II - prazo de vencimento superior ao prazo remanescente do título resgatado, observado o prazo mínimo de 24 meses. Já o resgate antecipado de Letra Financeira com cláusula de subordinação não está sujeito à autorização do Banco Central do Brasil prevista nos arts. 17, inciso IX, e 20, inciso V, da Resolução nº 4.192, de 1º de março de 2013, desde que a Letra Financeira colocada em substituição ao título resgatado: I - apresente taxa de juros igual ou inferior ao da Letra Financeira resgatada; e II - mantenha as demais características da Letra Financeira resgatada, conforme as regras anteriormente descritas. Art. 9º A Letra Financeira com vencimento igual ou superior a 36 meses pode ser emitida com cláusula de opção de recompra pela instituição emissora ou de revenda para a instituição emissora, combinada ou não com cláusula de modificação de sua remuneração caso não exercida a opção. A primeira data de exercício das opções de recompra e de revenda deve observar o prazo mínimo de 36 meses. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 41 O intervalo entre as datas de exercício das opções deve ser de, no mínimo, 180 dias. O exercício da opção de recompra pela instituição emissora da Letra Financeira objeto de oferta pública deve observar critérios equitativos, na forma da regulamentação em vigor. Art. 10. A Letra Financeira pode ser recomprada pela instituição emissora, a qualquer tempo, desde que por meio de bolsas ou de mercado de balcão organizado, para permanência em tesouraria e venda posterior, até o limite de: I - 5% (cinco por cento) do valor contábil das Letras Financeiras por ela emitidas sem cláusula de subordinação; e II - 3% (três por cento) do valor contábil das Letras Financeiras por ela emitidas com cláusula de subordinação. As ofertas públicas de distribuição de Letras Financeiras foram regulamentadas pela Resolução número 8 editada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 14 de outubro de 2020. A CVM também autoriza que ofertas públicas de Letras Financeiras sejam feitas automaticamente, desde que os emissores tenham registrado previamente, junto à Comissão, um Programa de Distribuição Contínua – PDC. O PDC permite que sejam realizadas diversas distribuições públicas de um mesmo tipo de Letra Financeira, possibilitando aos emissores aumentar o volume de títulos emitidos, dependendo das condições de mercado. IMPORTANTE! Veja que sempre coloco que o instrumento não é “facilmente” acessível a investidores pequenos. Alguns deles são exclusivos para investidores qualificados ou profissionais. Porém há gestores que oferecem, via fundos de fundos, acesso a outros fundos e outros instrumentos que não estariam disponíveis ao pequeno investidor. Portanto não dá para falar que NÃO é acessível, pois uma operação estruturada pode dar acesso ao pequeno investidor. Caderneta de Poupança A poupança é uma aplicação de renda fixa simples e acessível. É simples porque basta abrir conta poupança em qualquer banco, e a rentabilidade da poupança é a mesma Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 42 em qualquer instituição. Portanto, a escolha do banco não vai influenciar no retorno do investimento. Um dos pontos mais favoráveis da poupança é o fato de ser isenta de custos. Na verdade, a cobrança de tarifas de abertura ou de manutenção, taxas de administração ou de performance, é proibida. Além disso os rendimentos da caderneta não pagam Imposto de Renda. Em termos de liquidez, apesar de poder retirar o dinheiro a qualquer momento, porém os juros só são creditados no "aniversário" da caderneta de poupança, uma vez por mês. Se retirar antes, os juros dos dias que passaram serão perdidos. Uma aplicação realizada no dia 10 de um determinado mês só fará jus à remuneração exatamente no dia 10 do mês seguinte. Se resgatar o dinheiro no dia 9, perde-se todo o retorno do período. A poupança conta com a proteção do FGC – o Fundo Garantidor de Créditos, mantido pelas instituições financeiras. Quanto ao destino dos recursos aplicados, a poupança tem um papel social. 65% dos recursos aplicados na caderneta precisam ser obrigatoriamente destinados ao mercado imobiliário. Ou seja, a maior parte do dinheiro que você guarda na poupança só pode ser usado pelos bancos para conceder financiamentos a quem quer comprar um imóvel próprio, o que costuma permitir taxas menores aos mutuários Com relação ao rendimento, a regra de rendimento da poupança foi a mesma durante tanto tempo que muita gente ainda não sabe que ela mudou em 2012. Ela já oferecia juros de 6% ao ano quando foi criada, no século 19, pelo imperador Dom Pedro II. Por isso, ainda há quem acredite que a remuneração é sempre de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial. Hoje é uma função da SELIC, basicamente, funciona assim: Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da TR; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 43 Se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR. Essa regra vale para os depósitos feitos a partir do dia 4 de maio de 2012, quando as novas regras passaram a valer. Quem mantém poupanças anteriores a essa data continua recebendo rendimentos como antigamente: 0,5% ao mês mais a variação da TR. Quando a SELIC chegou a 2% ao ano, a Poupança era um investimento de renda fixa fantástico (para quem estava na regra anterior). 4 – TIPOS DE DEPÓSITOS Depósitos à vista ou depósitos em conta corrente são formas de captação bancária junto ao público em geral, pessoas físicas ou jurídicas. A característica principal dos depósitos à vista é não haver remuneração e nem prazo para saque ou uso, sua movimentação é livre. Esses depósitos permitem aos bancos lastrear operações de créditos de curto prazo, mas uma parte deve ser recolhida ao BACEN como depósito compulsório, servindo também como instrumento de política monetária A movimentação das contas onde ficam os depósitos à vista (que são recursos de livre movimentação pelos seus titulares) se dá por meio de depósitos, cheques, ordens de pagamento, transferências eletrônicas disponíveis(TED) etc.. Cada tipo de depósito nos bancos deve ter uma parcela direcionada ao BACEN, de forma a permitir que possa fazer política monetária. Os detalhes sobre uso da moeda, multiplicador bancário etc., são matérias próprias do curso de economia. É por isso que muitos bancos transferem o dinheiro da conta corrente, às vezes sem avisar ao titular, para um fundo de rentabilidade péssima. O objetivo não é “remunerar” o dinheiro parado, mas escapar dos percentuais maiores de recolhimento do compulsório. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 44 Depósitos a prazo, ao contrário dos depósitos à vista, têm por característica remuneração e prazo para resgate. Mesmo que seja por apenas um dia, se houver promessa de remuneração é tratado como depósito a prazo. Perceba que não se está falando aqui de investimento em fundos DI, com resgate diário. Estamos falando de CDBs, RDBs etc. O depósito a prazo gera um recibo (RDB) ou certificado (CDB) que confirma seu aporte e as condições. O RDB - Recibo de Depósito Bancário é um ativo de renda fixa destinado às aplicações de pessoas físicas e jurídicas. Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta com rentabilidade fixada no ato de sua emissão, pré ou pós-fixada. Assim, no final do prazo contratado, o investidor recebe o valor aplicado (principal), acrescido da remuneração prevista. O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento e de investimento, e por sociedades de crédito, financiamento e investimento. Por ser um título nominativo, intransferível, não é admitida negociação em mercado secundário. Mas pode ser resgatado junto à instituição emissora antes do prazo contratado, desde que decorrido o prazo mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo não são auferidos rendimentos. O CDB - Certificado de Depósito Bancário é um dos instrumentos financeiros mais tradicionais do mercado brasileiro e o título de Renda Fixa mais adquirido pelo investidor pessoa física. Instituído pela Lei Nº 4.728, de 14 de julho de 1965, o ativo é também uma importante fonte de captação de recursos para as instituições financeiras. Para os investidores, os principais atrativos do CDB estão na possibilidade de contratação do ativo com liquidez diária e o fato do instrumento ser elegível à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito. O risco de quem adquire um CDB está diretamente associado à solidez de seu emissor, uma instituição financeira. As características do CDB são determinadas no momento de sua contratação. Na ocasião, prazo e forma de rendimento são previamente definidos. Sua remuneração, que Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 45 pode ser prefixada ou pós-fixada, é baseada em diversos indexadores. O mais utilizado é a Taxa-DI. As aplicações em CDBs acima de R$ 5 mil devem ser registradas em uma câmara de ativos e contar com a identificação do nome do investidor (CETIP, por exemplo). DPGE - Depósito a Prazo com Garantia Especial é um título de renda fixa representativo de depósito a prazo criado para auxiliar instituições financeiras – bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento, de investimento, além de sociedades de crédito, financiamento e investimentos e caixas econômicas – de porte pequeno e médio a captar recursos. Assim, confere ao seu detentor um direito de crédito contra o emissor. Criado em abril de 2009, quando o Conselho Monetário Nacional - CMN emitiu a Resolução no. 3692 (leitura recomendada), é destinado a investidores pessoa física e jurídica. Em 2012, o CMN, por intermédio da Resolução no. 4415 (leitura recomendada), criou uma nova modalidade do ativo, conhecida como DPGE II. Esta versão tem como diferencial ser elegível ao Fundo Garantidor de Crédito. Além disso, os prazos devem se ajustar aos empréstimos que os bancos usarão como lastro (isso é diferente do RDB e do CDB, em que o banco tem liberdade para usar a captação). As demais características são iguais às da primeira modalidade de DPGE. Como há lastro, foi possível incluir no FGC. Os DPGEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixadas. O prazo de resgate é determinado no momento da contratação, mas não pode ser inferior a 6 meses nem superior a 36. Uma característica importante é a não poder resgatar antecipadamente, nem parcialmente. DI - Depósitos interfinaceiros (interbancários), são instrumentos financeiros destinados à transferência de recursos entre instituições financeiras. São negociados exclusivamente entre instituições financeiras, o Depósito Interfinanceiro (DI) é um título privado de Renda Fixa que auxilia no fechamento de caixa dos bancos, como instrumento de captação de recursos ou de aplicação de recursos excedentes. O DI não pode ser vendido a outros investidores e não há incidência de impostos sobre a rentabilidade. Os títulos têm elevada liquidez e embutem um baixíssimo risco, normalmente associado à solidez dos bancos que participam do mercado. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 46 Importante notar que muitos fundos ou CDBs prometem taxas atreladas ao DI para os investidores, mas isso NÃO é um depósito interfinanceiro, é apenas a referência de rentabilidade do instrumento utilizado. As negociações entre os bancos geram a Taxa DI, referência para a maior parte dos títulos de renda fixa ofertados ao investidor. A Taxa DI calculada no sistema da B3/CETIP é o principal benchmark do mercado do mercado de renda fixa. Conhecida com Taxa DI, ela é obtida ao se calcular a média ponderada das taxas das transações prefixadas, extragrupo (apenas entre conglomerados financeiros DIFERENTES) e com prazo de um dia efetuadas na B3 entre instituições financeiras. Como a taxa para o prazo de um dia é muito pequena, convencionou-se divulgá-la de forma anualizada. Essas transações são fechadas por meio eletrônico e registradas na B3. Esse ponto é importante, e veremos melhor quando tratarmos de derivativos e swaps. A Taxa DI sempre é calculada em termos diários, porém é mostrada em termos anualizados. Para anualizar, basta utilizar as técnicas vistas em aulas de matemática financeira, lembrando que o padrão para o mercado brasileiro é de taxas diárias em dias úteis, de forma que, ao capitalizar, deve-se elevar por 252 e não por 360 dias. 2 – AÇÕES A ação é valor mobiliário emitido pela companhia que confere ao seu titular o direito de participação societária na companhia, ou seja, a posição de acionista. Como já analisamos em aula anterior, a Lei 6.404/76 (Lei das S.A.) dispõe que: Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. As ações, que representam a menor fração do capital social da companhia, são subscritas pelos seus sócios, que podem negociá-las quando lhes convier, geralmente sem depender da aprovação dos demais sócios. Esta é uma das características que torna a sociedade, Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 47 anônima: a não vinculação entre seus sócios, que podem entrar ou sair do capital social quando lhes convier. É também essa característica que permite a capitalização das companhias, pois, é possível que a companhia emita novas ações (ou mesmo negocie ações anteriormente emitidas no mercado de capitais) para exclusivamente vende-las no mercado e, assim, se capitalizar. O número de ações em que se divide o capital social (e as características destes valores mobiliários)deve ser previsto no estatuto da companhia. Dentre as características, a mais importante diz respeito à classificação das ações, que pode ser por espécie e classe. Classificações Classificação em relação à espécie Em relação à espécie, as ações podem ser classificadas em: Ordinárias Proporciona ao seu titular o exercício do direito de voto. Ou seja, os acionistas ordinaristas podem votar nas assembleias gerais de acionistas da companhia. O número de ações ordinárias deve representar, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas. Preferenciais Proporciona ao seu titular preferências no exercício de direitos econômicos pertencentes aos acionistas. O preço a pagar por essa preferência no direito econômico é a supressão de parte dos direitos políticos, ou seja, os acionistas preferencialistas não possuem direito de voto nas deliberações em assembleias de acionistas, ou possuem restrições ao exercício deste direito. O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 48 De Fruição Resultam da amortização das ações comuns ou preferenciais. Segundo o artigo 44, parágrafo 5º, da Lei das S/A, estabelece que as ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas no estatuto da sociedade ou pela assembleia geral que poderá deliberar sobre a amortização. Essa espécie não nos interessa, pois não são negociadas no mercado de valores mobiliários. Classificação em relação à classe Em relação à classe, as ações ordinárias e preferenciais podem ser classificadas de acordo com os seguintes critérios: Ordinárias As ações ordinárias de COMPANHIA FECHADA poderão ser de classes diversas, em função de: o Conversibilidade em ações preferenciais; o Exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou o Direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos. Preferenciais As classes das ações preferenciais indicam as preferências que possuem, de acordo com os seguintes critérios: ATUALIZAÇÃO No passado recente, a lei não permitia que ações ordinárias de Companhias Abertas fossem divididas em classes. A Lei 14.195 incluiu uma exceção a essa regra. Artigo 16-A Na companhia aberta, é vedada a manutenção de mais de uma classe de ações ordinárias, ressalvada a adoção do voto plural. Artigo 110-A Na companhia aberta é admitida a criação de uma ou mais classes de ações ordinárias com atribuição de voto plural, não superior a 10 (dez) votos por ação ordinária, desde que a criação da classe ocorra previamente à negociação de quaisquer ações ou valores mobiliários conversíveis em ações em mercados organizados. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 49 Em resumo, hoje é possível haver mais de uma classe de ações ordinárias na Companhia Aberta, porém apenas para atribuição de voto plural (a única diferença) e apenas se esses valores mobiliários nunca tiverem sido negociados em mercados organizados Para emissão: o Prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; o Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou o Na acumulação das preferências e vantagens acima citadas. Para negociação no mercado de valores mobiliários: o Direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, de acordo com o seguinte critério: a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou o Direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou o Direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, com tag along de 80%, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 50 A classificação em relação à classe, para a ação ordinária, é bastante intuitiva. Por exemplo, podemos imaginar uma ação ordinária classe “A”, que confere ao seu titular a possibilidade de converter a referida ação em preferencial. Desta forma, o acionista ordinarista classe “A” pode ser tornar acionista preferencialista. Simples, não é?! Apenas note que esta possibilidade se aplica apenas à COMPANHIA FECHADA. A companhia aberta não possui esta prerrogativa. Na Companhia aberta, só se pode ter diferentes classes da ações ordinárias para garantir direito de voto múltiplo. Já a classificação em classe da ação preferencial é bem mais complexa. Em primeiro lugar, precisamos saber que as classes das ações preferências são definidas em função da preferência ou vantagem que proporcionam. Segundo, essas preferências/vantagens devem ser concedidas dependendo se a ação preferencial é negociada no mercado de valores mobiliários. Se ela não for negociada, deve possibilitar ao menos uma das preferências: (i) prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou acumulação das preferências e vantagens citadas. No entanto, se a ação preferencial for negociada no mercado de valores mobiliários, além de oferecer preferências de acordo com o critério acima, deve, adicionalmente, oferecer pelo menos uma das vantagens a seguir: (i) direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% do lucro líquido do exercício de acordo com os seguintes critérios: prioridade no recebimento desses dividendos mencionados correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação e direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido acima. (ii) direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 51 (iii) direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, com tag along de 80%, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. Para não restar dúvidas, seguem explicações sobre cada preferência: Prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo Esta é a preferência básica das ações preferenciais. Isto é, refere-se à prioridade no recebimento da vantagem econômica mais básica: o dividendo. Assim, os acionistas preferencialistas devem receber antes dos demais os dividendos fixos ou mínimos, cujas condições estão estabelecidas no estatuto da companhia; Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele O reembolso do capital pode ocorrer em algumas situações. A mais comum é no caso de liquidação da companhia. Assim, se a companhia for liquidada (processo de falência, por exemplo), o acervo dos ativos líquidos que restaram na companhia será utilizado para reembolsar prioritariamente os acionistas preferencialistas. Se o acervo for esgotado nesse reembolso, os acionistas ordinaristas nãorecebem nada, por exemplo. Direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% do lucro líquido do exercício A regra é autoexplicativa e indica a possibilidade de participação em dividendo de, pelo menos, 25% do lucro liquido do exercício. No entanto, existe uma condição de preferência ao exercício deste direito pelos acionistas preferencialistas: a prioridade de participar desta distribuição em, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação. Um exemplo pode elucidar. Imagine que o lucro líquido por ação tenha sido de R$ 100,00 e 25% dele será distribuído (R$ 25,00). O valor do patrimônio líquido por ação é de R$ 1.000,00. Desta forma, os preferencialistas possuem prioridade no recebimento de, no mínimo, 3% desse PL/ação (R$ 30,00). Como o total a ser distribuído é de R$ 25,00 e os preferencialistas possuem prioridade até a distribuição de R$ 30,00, isso significa que eles recebem todo este dividendo na hipótese desta cláusula de preferência vigorar. A partir de R$ 30,00, eles devem manter paridade de recebimento com os ordinaristas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 52 Direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% maior do que o atribuído a cada ação ordinária Cláusula de preferência também autoexplicativa. Prevê que os preferencialistas recebam 10% a mais de dividendos do que os ordinaristas. Direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, com tag along de 80%, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias Cláusula de preferência muito interessante e que merece maior detalhes explicativos. A oferta pública de alienação de controle corresponde à venda do controle acionário da companhia do então acionista controlador a outro acionista, que exercerá supervenientemente o poder de controle. Evidente que estas ações objeto da alienação são ações ordinárias, pois conferem poder de voto (um dos instrumentos para o exercício do poder de controle). No entanto, se existente esta cláusula de preferência, o acionista adquirente do controle é obrigado a oferecer aos acionistas preferencialistas um valor de, no mínimo, 80% do valor oferecido às ações que conferem o poder de controle. Este é o tag along, conhecido instrumento de proteção dos acionistas minoritários que desejam se retirar da sociedade no caso de alteração de controle. E, para finalizar, cabe citar que as ações (ordinárias e preferenciais) são atualmente nominativas. Os títulos nominativos são aqueles emitidos mediante inscrição do nome do seu proprietário no Livro de Registro de propriedade mantido pela companhia ou por agente emissor de certificados por ela contratado. Ou seja, é nominal o título cuja propriedade se comprova mediante inscrição do nome do seu proprietário no registro específico. E, adicionalmente, as ações podem ser físicas ou escriturais. São escriturais os títulos “eletrônicos”, mantidos em contas de depósito na instituição financeira designada pela companhia, sem a necessidade de emissão de certificado físico. A transferência desses Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 53 títulos ocorre de maneira eletrônica. E, são físicas as ações em que há a emissão de certificado físico em nome do proprietário. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 54 6 – DEBÊNTURES As debêntures são títulos de dívida emitidos por sociedades por ações e que conferem aos seus titulares direitos de crédito contra a companhia emissora. Esta é a precisa definição legal. Vamos traduzir. As debêntures, ao contrário das ações, são títulos de dívida emitidos pela companhia. Ou seja, no geral elas não conferem participação no capital social da empresa, mas sim o direito ao pagamento de uma remuneração. Desta forma, é também um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É também uma forma de melhor gerenciar suas dívidas, pois geralmente possuem um prazo de vencimento mais alongado do que os financiamentos bancários tradicionais. O investidor que adquire debêntures (chamado de debenturista), ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela companhia, tem o direito de receber uma remuneração, conforme condições pré-estabelecidas entre ele e a empresa emissora. Desta forma, a debênture é um título de crédito privado de renda fixa em que os debenturistas são credores da empresa e esperam receber juros periódicos e o pagamento do principal – valor pago pela debênture - no vencimento do título, conforme estipulado em um contrato específico chamado “Escritura de Emissão”. As condições da emissão das debêntures são deliberadas pela assembleia geral de acionistas. Lembra quando diferenciamos acionistas ordinaristas dos preferencialistas? Pois bem, os acionistas que possuem ações ordinárias são, em regra, os responsáveis por deliberar a emissão de debêntures da companhia na assembleia geral. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 55 As debêntures são emitidas em séries, sendo que cada uma delas confere aos seus titulares os mesmos direitos e valor nominal. A emissão da debênture poderá ser efetuada com ou sem garantias. A garantia, como o próprio nome sugere, é uma maneira de garantir o pagamento ao titular da debênture, no caso de a empresa ser liquidada, ou ocorrer qualquer evento que impossibilite cumprir com as condições pactuadas na emissão da debênture. De acordo com a espécie de garantia, ou até a ausência dela, as debêntures podem ser classificadas como: Garantia Real: Envolve o comprometimento de bens ou direitos que não poderão ser negociados sem a aprovação dos debenturistas, para que a garantia não fique comprometida. Assim, algum ativo específico e indicado na Escritura de Emissão garante eventual risco de crédito. Garantia Flutuante: A companhia garante o pagamento aos debenturistas com qualquer ativo que possui, mas isso não impede a negociação dos bens que compõe esse ativo. Ou seja, a garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. Sem garantia: As Quirografárias (debênture sem privilégio) e as Subordinadas. Em ambos os casos, o debenturista não terá nenhuma garantia ou preferência no caso de liquidação da companhia. Ressalte-se ainda que, em caso de liquidação da companhia, no pagamento de suas obrigações com os credores, as Quirografárias precedem às Subordinadas. Saiba, adicionalmente, que a debênture pode conter garantias cumulativas, ou seja, combinar as diferentes formas de garantia possíveis. Apesar de a lei ser omissa, e a maioria dos materiais educacionais divulgados pelas instituições de mercado não indicarem claramente, as debêntures podem ter garantia adicional fidejussória, onde uma terceira pessoa, normalmente um aval de sócio ou controlador, entra na operação para garantir as obrigações que estão sendo contraídas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 56 Segue exemplo de debênture emitida pela Portobello (companhia aberta negociada em bolsa) de 2021: Por fim, a possibilidade de as debêntures serem convertidas em ações origina a seguinte classificação: Simples: Não podem ser convertidas em ações da companhia emissora; Conversíveis: Possuem cláusula permitindoque sejam convertidas em ações ao término de prazo determinado ou a qualquer tempo, conforme estabelecido na escritura de emissão. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão, que especificará: o as bases da conversão, seja em número de ações em que poderá ser convertida cada debênture, seja como relação entre o valor nominal da debênture e o preço de emissão das ações; o a espécie e a classe das ações em que poderá ser convertida; o o prazo ou época para o exercício do direito à conversão; o as demais condições a que a conversão acaso fique sujeita. Desta forma, mesmo que as debêntures sejam comumente classificadas como títulos de crédito, elas podem, eventualmente, conceder direito de propriedade, que consiste na conversão da debênture em ação da companhia. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 57 Valor das debêntures O valor nominal das debêntures é atualizado ao longo da existência do título, de acordo com as características previamente estabelecidas na escritura de emissão. Os negócios realizados com debêntures no mercado secundário podem ser diferentes do seu preço na curva, em função das condições de mercado e liquidez, o que dá origem aos preços de negociação. Além disso, por determinação do Banco Central, os investidores institucionais são obrigados a marcar suas carteiras a mercado (as corretoras hoje em dia mostram as duas opções, marcação na curva e a mercado). Nesse site (www.debentures.com.br) há vários exemplos de debêntures. Os títulos de dívida privada nos EUA costumam ser promessas de pagamento de juros fixos periódicos (normalmente semestrais), com devolução do principal ao final. Aqui no Brasil é mais comum títulos atrelados a índices de preços (inflação) ou de juros (SELIC ou DI). O apreçamento desses títulos não é o propósito dessa aula, mas de aulas específicas em que discutimos os tipos de fluxos dos títulos de renda fixa, taxas de retorno etc. As debêntures podem ter cláusulas com exigências sobre determinadas condições financeiras da empresa. Podem exigir múltiplos máximos de endividamento, ratings mínimos entre outros itens que assegurariam a saúde da empresa tomadora do empréstimo. Essas cláusulas são conhecidas como covenants, e normalmente a punição para a empresa é a antecipação do vencimento da dívida. Há dois tipos de covenants: • Positivos: indicam as boas práticas a serem seguidas; • Negativos: relacionam fatores a serem evitados enquanto o financiamento estiver vigente. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 58 No Brasil, em passado recente, muitas empresas descumprirem esses covenants, como Usiminas e Oi, por exemplo. Como as dívidas costumam ser bem relevantes, os detentores dos papéis, reunidos em Assembleia Geral de Debenturistas, podem optar por dar um waiver (autorização) para a Companhia descumprir os covenants. Normalmente repactuam as taxas de juros para dar esse waiver. É muito rara a antecipação da dívida. No início de 2023, discutia-se essa antecipação de dívidas das Lojas Americanas. A Petrobras, por exemplo, quando não publicou o balanço no quarto trimestre de 2014, ficou sob risco de antecipação de até US$ 90 bilhões de dívidas. O covenant (que não chegou a ser descumprido) era exigência de apresentação dos balanços auditados. Regras esquemáticas sobre debêntures Forma: Nominativas: quando forem representadas por certificados emitidos em nome do titular e registrados em livro próprio mantido pela empresa. A transferência de titularidade é efetuada por endosso em preto, substituindo-se posteriormente o certificado. Atualmente, todas as debêntures são nominativas, ou seja, estão em nome de seus titulares, visto que as debêntures ao portador foram oficialmente extintas pela Lei n.º 9.457/1997. Escriturais: quando não possuírem certificados representativos, sendo mantidas em nome do titular em conta de depósito em instituição financeira depositária designada pela empresa. Essa é a forma mais utilizada. Classe/tipo: Conversíveis em ações: quando, além de serem resgatáveis em moeda nacional, puderem ser convertidas em ações da empresa, nas condições estabelecidas pela escritura de emissão. Não conversíveis ou simples. Permutáveis: quando puderem ser transformadas em ações de emissão de outra empresa ou ainda em outros tipos de bens, tais como títulos de crédito. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 59 Espécie / Garantia: Garantia real: quando são garantidas por bens (imóveis ou móveis). Garantia flutuante: quando possuem um privilégio geral sobre o ativo da empresa, o que não impede, entretanto, a negociação dos bens que compõem esse ativo. Quirografárias (sem preferência): Os debenturistas, em caso de falência, equiparam-se aos demais credores quirografários. Subordinadas: quando não possuem garantia, o que significa que, em caso de liquidação da empresa, os debenturistas têm preferência apenas sobre os acionistas. Vencimento: Definido: quando tiverem o vencimento definido na escritura de emissão. Indeterminado (debênture perpétua): quando não tiverem vencimento determinado. Nesse caso, o vencimento é condicionado apenas a eventos especiais expressos na escritura da emissão ou nos casos de inadimplência do pagamento de juros e dissolução da empresa. A empresa também pode prever casos de resgate parcial ou total das debêntures, situações em que podem ser pagos prêmios. Emissões e séries: Uma empresa pode efetuar várias emissões de debêntures, de acordo com suas necessidades. Cada emissão pode ainda ser dividida em séries, de forma a adequar o montante de recursos às necessidades da empresa ou à demanda do mercado. As debêntures de uma mesma série deverão ter igual valor nominal e conferir a seus titulares os mesmos direitos. As séries de uma emissão podem ter ou não a mesma data de vencimento. Amortização e resgate antecipado: Uma empresa pode reservar-se o direito de realizar amortizações ou resgates antecipados (parciais ou totais) de debêntures de uma mesma série em circulação, desde que previsto na escritura de emissão. As amortizações compreendem a redução do valor nominal de todas as debêntures em circulação, ao passo que o resgate abrange a retirada (e posterior cancelamento) de unidades de debêntures em circulação, de forma parcial ou total. Tanto as amortizações como os resgates podem ser programados ou extraordinários. Repactuação: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 60 A escritura de emissão pode conter cláusula de repactuação, que significa renegociar as condições acertadas com os debenturistas, de forma a adequar as características dos títulos às condições de mercado. Caso os investidores não aceitem as novas condições propostas pela empresa, esta terá de adquirir as debêntures. As debêntures, uma vez adquiridas, podem ser canceladas ou permanecer em tesouraria (fora de circulação). Neste caso, a empresa poderá posteriormente recolocá-las no mercado para outros investidores. Aquisição facultativa pela empresa: A empresa pode adquirir facultativamente debêntures de sua própria emissão em circulação no mercado secundário, desde que: (i) por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras; ou (ii) por valor superior ao nominal, desde que observe as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Debêntures incentivadas: A Lei n.º 12.431, de 24 de junho de 2011, dispõe sobre a incidência do imposto sobre a renda nas operações de debêntures incentivadas de infraestrutura. As debêntures incentivadas são aquelas emitidas por sociedade por ações, relacionadas à captação de recursos com vistas a implementar projetos de investimento na área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como prioritários na forma regulamentada pelo Poder Executivo Federal. Regras societárias sobre debêntures A legislação indica que a deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da assembleia-geral, que deverá fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto: I - o valor da emissão ou os critérios de determinação do seu limite, e a sua divisão em séries, se for o caso; II - o número e o valor nominal das debêntures; III - as garantias reais ou a garantia flutuante, se houver; IV - as condições da correção monetária, se houver; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 61 V - a conversibilidade ou não em ações e as condições a serem observadas na conversão; VI - a época e as condições de vencimento, amortização ou resgate; VII - a época e as condições do pagamento dos juros, da participação nos lucros e do prêmio de reembolso, se houver; VIII - o modo de subscrição ou colocação e o tipo das debêntures; e IX - o desmembramento, do seu valor nominal, dos juros e dos demais direitos conferidos aos titulares. A lei 14.711, sancionada no final de 2023, mantém o caput do artigo 59 da LSA, porém abre a possibilidade de o conselho de administração ou a diretoria poderem deliberar sobre a emissão de debêntures não conversíveis em ações, exceto se houver disposição estatutária em contrário. O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a, dentro dos limites do capital autorizado, deliberar sobre a emissão de debêntures conversíveis em ações, especificando o limite do aumento de capital decorrente da conversão das debêntures, em valor do capital social ou em número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas. Perceba que essa autorização está ligada a ações CONVERSÍVEIS. A emissão, para ser feita, precisa do arquivamento, no registro do comércio, do ato societário que deliberar sobre a emissão. O agente fiduciário e o debenturista poderão promover os registros requeridos e sanar as lacunas e as irregularidades existentes no arquivamento ou nos registros promovidos pelos administradores da companhia, hipótese em que o oficial do registro notificará a administração da companhia para que lhe forneça as indicações e os documentos necessários. Debêntures Incentivadas Esse tipo de investimento surgiu por meio da Lei 12.431 de 2011, como uma iniciativa de ampliar as alternativas de financiamento da economia para estimular projetos de Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 62 infraestrutura, como a construção de estradas e melhoria de portos, tão fundamentais para o desenvolvimento do país. Para estimular a compra desse título, o governo isentou o investidor da cobrança de imposto de renda, por isso recebe o nome de “incentivada”. As debêntures incentivadas permitem às empresas captar recursos no mercado para financiar projetos de infraestrutura. Os projetos de investimento são submetidos ao MDR (atual ministério da integração e do Desenvolvimento Regional - MIDR), de forma individual para cada uma das secretarias envolvidas, que aprovam a emissão das debêntures com os incentivos da lei. Regras gerais das Debêntures Incentivadas Na lei 12.431, O governo reduziu a ZERO a alíquota do imposto incidente sobre os rendimentos produzidos por 2 veículos: 1. Títulos ou valores mobiliários, objeto de distribuição pública, de emissão de pessoas jurídicas de direito privado não classificadas como instituições financeiras; e 2. Fundos de investimento em direitos creditórios constituídos sob a forma de condomínio fechado, cujo originador ou cedente da carteira de direitos creditórios não seja instituição financeira. Regras para os títulos ou valores mobiliários (item 1): Os títulos ou valores mobiliários deverão ser remunerados por taxa de juros pré-fixada, vinculada a índice de preço ou à Taxa Referencial - TR, vedada a pactuação total ou parcial de taxa de juros pós-fixada, e ainda, cumulativamente, apresentar: I - prazo médio ponderado superior a 4 anos; II - vedação à recompra do título ou valor mobiliário pelo emissor ou parte a ele relacionada nos 2 primeiros anos após a sua emissão e à liquidação antecipada por meio de resgate ou pré- pagamento, salvo na forma a ser regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional; III - inexistência de compromisso de revenda assumido pelo comprador; IV - prazo de pagamento periódico de rendimentos, se existente, com intervalos de, no mínimo, 180 dias; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 63 V - comprovação de que o título ou valor mobiliário esteja registrado em sistema de registro devidamente autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM, nas suas respectivas áreas de competência; e VI - procedimento simplificado que demonstre o compromisso de alocar os recursos captados no pagamento futuro ou no reembolso de gastos, despesas ou dívidas relacionados aos projetos de investimento, inclusive os voltados à pesquisa, desenvolvimento e inovação. Regras para os FIDCs (item 2 acima): A rentabilidade esperada das cotas de emissão dos fundos de investimento em direitos creditórios deverá ser referenciada em taxa de juros pré-fixada, vinculada a índice de preço ou à TR, observados, cumulativamente, os seguintes requisito: I - o fundo deve possuir prazo de duração mínimo de 6 anos; II - vedação ao pagamento total ou parcial do principal das cotas nos 2 primeiros anos a partir da data de encerramento da oferta pública de distribuição de cotas constitutivas do patrimônio inicial do fundo, exceto nas hipóteses de liquidação antecipada do fundo, previstas em seu regulamento; III - vedação à aquisição de cotas pelo originador ou cedente ou por partes a eles relacionadas, exceto quando se tratar de cotas cuja classe subordine-se às demais para efeito de amortização e resgate; IV - prazo de amortização parcial de cotas, inclusive as provenientes de rendimentos incorporados, caso existente, com intervalos de, no mínimo, 180 dias; V - comprovação de que as cotas estejam admitidas a negociação em mercado organizado de valores mobiliários ou registrados em sistema de registro devidamente autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM, nas suas respectivas áreas de competência; VI - procedimento simplificado que demonstre o objetivo de alocar os recursos obtidos com a operação em projetos de investimento, inclusive os voltados à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação; e VII - presença obrigatória no contrato de cessão, no regulamento e no prospecto, se houver, na forma a ser regulamentada pela CVM: a) do objetivo do projeto ou projetos beneficiados; b) do prazo estimado para início e encerramento ou, para os projetos em andamento, a descrição da fase em que se encontram e a estimativa do seu encerramento; c) do volume estimado dos recursos financeiros necessários para a realização do projeto ou projetos não iniciados ou para a conclusão dos já iniciados; e d) do percentual que se estima captar com a venda dos direitos creditórios, frente às necessidades de recursos financeiros dos projetos beneficiados; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista- Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 64 VIII - percentual mínimo de 85% de patrimônio líquido representado por direitos creditórios, e a parcela restante por títulos públicos federais, operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais ou cotas de fundos de investimento que invistam em títulos públicos federais. Regras para debêntures emitidas por SPEs e outros: No caso de debêntures emitidas por sociedade de propósito específico, constituída sob a forma de sociedade por ações, dos certificados de recebíveis imobiliários e de cotas de emissão de fundo de investimento em direitos creditórios, constituídos sob a forma de condomínio fechado, relacionados à captação de recursos com vistas em implementar projetos de investimento na área de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como prioritários na forma regulamentada pelo Poder Executivo federal, os rendimentos auferidos por pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no País sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda, exclusivamente na fonte, às seguintes alíquotas: I - 0% (zero por cento), quando auferidos por pessoa física; e II - 15% (quinze por cento), quando auferidos por pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado, pessoa jurídica isenta ou optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. As instituições autorizadas pela CVM ao exercício da administração de carteira, poderão constituir fundo de investimento que estabeleça em seu regulamento que a aplicação de seus recursos nos ativos acima listados não poderá ser inferior a 85% do valor de referência do fundo. Os cotistas desses fundos acima descritos, ou de fundos que invistam, no mínimo, 95% de seu patrimônio em cotas nesses fundos, terão sua alíquota reduzida a ZERO, se: (a) os rendimentos forem pagos, creditados, entregues ou remetidos a beneficiário residente ou domiciliado no exterior, que realizar operações financeiras no País de acordo com as normas e condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, exceto em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento); e b) auferidos por pessoa física. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 65 Ou será de 15% para pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado e por pessoa jurídica isenta ou optante pelo Simples Nacional. Exemplos de setores da economia que podem ser beneficiados: Energia: projetos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, como usinas hidrelétricas, parques eólicos, usinas solares, entre outros. Transporte: infraestrutura de transporte, como rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e sistemas de mobilidade urbana. Saneamento: projetos relacionados ao tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, gestão de resíduos sólidos, entre outros. Telecomunicações: investimentos em infraestrutura de telecomunicações, como ampliação de redes de fibra óptica, instalação de antenas, melhoria da conectividade, entre outros. Logística: projetos de armazenagem, centros de distribuição, terminais logísticos, entre outros, que visam aprimorar a cadeia de suprimentos e a eficiência logística. Educação: financiamento de projetos voltados para a educação, como construção e reforma de escolas, universidades e centros de pesquisa. Saúde: investimentos em infraestrutura hospitalar, clínicas, laboratórios, centros de diagnóstico, entre outros, com o objetivo de melhorar a qualidade e o acesso aos serviços de saúde. Agricultura: projetos relacionados à agropecuária, como investimentos em irrigação, armazenamento, modernização de maquinários agrícolas, entre outros. Rentabilidade das debêntures incentivadas Normalmente oferecem aos investidores uma taxa de juros prefixada, definida no momento da emissão, acrescida da variação do índice de inflação IPCA (podendo ser CDI). Os pagamentos dos juros e do valor nominal são realizados diretamente na conta do investidor em sua corretora, de acordo com a periodicidade definida na emissão da debênture. Prazo das debêntures incentivadas Os prazos de vencimento das debêntures incentivadas podem variar significativamente, dependendo da empresa emissora e do projeto de infraestrutura a ser financiado. Algumas emissões podem ter prazos de vencimento de apenas alguns anos, respeitando Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 66 os prazos mínimos, enquanto outras podem chegar a décadas. Normalmente está atrelado ao prazo do próprio projeto. Riscos das debêntures É basicamente os riscos normais das debêntures. Não têm garantia do FGC, mas podem ter as garantias normais das debêntures. Risco de crédito: há o risco de a empresa emissora não honrar seus pagamentos de juros e/ou principal. É importante avaliar a solidez financeira da empresa, sua capacidade de gerar receitas e sua posição no mercado antes de investir. Risco de mercado: as debêntures podem ser negociadas no mercado secundário antes do vencimento. O preço desses títulos pode ser influenciado por diversos fatores, como mudanças nas taxas de juros e percepção de risco do mercado. Risco de liquidez: algumas debêntures podem apresentar baixa liquidez, o que dificulta a venda do título antes do vencimento. Investidores que precisam de liquidez imediata devem considerar esse aspecto. Debêntures de infra-estrutura Em 2024 foi sancionada a Lei 14.801/24, que criou as debêntures de infraestrutura, um novo título de dívida com incentivos tributários. As debêntures incentivadas, são isentas de imposto de renda para as pessoas físicas, seja no investimento direto, seja na aplicação via fundos que mantenham pelo menos 85% da carteira nesse tipo de papel. Nas debêntures incentivadas, os rendimentos são isentos de imposto de renda para o investidor pessoa física. Devido à isenção, as debêntures incentivadas também permitem que o emissor pague juros menores do que precisaria pagar se a aplicação fosse tributada, mas ainda assim o retorno para o investidor costuma ser maior do que o retorno líquido de debêntures não incentivadas equivalentes em prazo e nível de risco. Isso é um benefício indireto para a empresa que emite os papéis, na forma de um custo menor da dívida. Em outras palavras, o incentivo tributário é dividido entre emissor e investidor. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 67 Já as novas debêntures de infraestrutura não terão isenção de imposto de renda para nenhuma classe de investidor; elas serão tributadas na fonte como qualquer outra aplicação de renda fixa não isenta, pela tabela regressiva do IR. O incentivo tributário das debêntures de infraestrutura é voltado para a empresa emissora. Ela poderá deduzir o valor dos juros pagos ou incorridos na apuração do lucro líquido; e deduzir 30% dos juros pagos pelas debêntures em cada período das bases de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do imposto de renda. Como não há isenção para o investidor, os rendimentos pagos por essas novas debêntures deverão ser mais altos em comparação aos juros das incentivadas. O foco dessa debênture, não é o investidor pessoa física, mas o investidor institucional que hoje não considera atraentes os juros pagos pelas debêntures incentivadas, e também por que não consegue aproveitar a isenção de imposto de renda. O mercado,em janeiro de 2024, ainda se encontrava embrionário e em fase de início de curva de aprendizado, ao contrário do mercado de debêntures incentivada, que captou mais de 65 bilhões de reais em 2023. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 68 7 – FUNDOS DE INVESTIMENTO Conceitos Básicos Os fundos de investimento figuram como um dos principais participantes do mercado de capitais (de agora em diante, sempre que o termo “fundo de investimento” for utilizado, trata-se de fundo de investimento regulamentado pela RCVM 175/23). São definidos como: Art. 4º O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio de natureza especial, destinado à aplicação em ativos financeiros, bens e direitos, de acordo com a regra específica aplicável à categoria do fundo. A definição é muito interessante, pois destoa dos demais participantes do mercado vistos em outras aulas. Por comunhão de recursos devemos entender como a união de recursos de diversos investidores. Segundo a teoria de finanças, “o todo é maior do que a soma das partes”. Isto é, a aplicação de uma comunhão de recursos apresenta mais resultado do que se estes recursos fossem aplicados individualmente pelos investidores. Esta é a lógica na formação de um fundo de investimento. Com mais recursos o investidor consegue melhores custos de transação, acesso a mercados exclusivos para investidores qualificados e profissionais, mais governança, possibilidade de contratar gestor profissional entre outras vantagens que ter mais recursos para investir podem trazer. Os fundos de investimento são constituídos sob a forma de condomínio (aberto e fechado) e seu patrimônio é dividido em cotas. Segundo a RCVM 175: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 69 Art. 5º O regulamento do fundo de investimento pode prever a existência de diferentes classes de cotas, com direitos e obrigações distintos, devendo o administrador constituir um patrimônio segregado para cada classe de cotas. § 1º Todas as classes devem pertencer à mesma categoria do fundo, não sendo permitida a constituição de classes de cotas que alterem o tratamento tributário aplicável em relação ao fundo ou às demais classes existentes. § 2º Cada patrimônio segregado responde somente por obrigações referentes à respectiva classe de cotas. § 3º O fundo que não contar com diferentes classes de cotas deve efetuar emissões de cotas em classe única, preservada a possibilidade de serem constituídas subclasses. § 4º É vedada a afetação ou a vinculação, a qualquer título, de parcela do patrimônio de uma classe de cotas a qualquer subclasse. § 5º As subclasses de cotas podem ser diferenciadas exclusivamente por: I – público-alvo; II – prazos e condições de aplicação, amortização e resgate; e III – taxas de administração, gestão, máxima de distribuição, ingresso e saída. § 6º As subclasses de classes restritas podem ser diferenciadas no regulamento por outros direitos econômicos e direitos políticos. § 7º Denominam-se: I – aberta: a classe cujo regulamento admite que as cotas sejam resgatadas; e II – fechada: a classe cujo regulamento não admite o resgate de cotas. A divisão em cotas é muito similar à divisão em ações de uma companhia aberta. Assim como um os acionistas de uma companhia possuem sua participação na companhia expressa na quantidade de ações que detêm, a participação dos cotistas de um fundo é representada pela quantidade de cotas que estes possuem, sendo que estas refletem o patrimônio do fundo. Ora, muito simples: se os fundos investem os recursos em ativos financeiros, as cotas (representação do capital do fundo e da participação do cotista) devem refletir o valor deste patrimônio. É por isto que o valor das cotas varia no decorrer do tempo, acompanhando o valor dos ativos financeiros presentes na carteira do fundo. É por isso que a RCVM 175 estabelece que cabe ao administrador do fundo (figura que veremos adiante) o cálculo diário do valor da cota e do patrimônio de fundo aberto, salvo para fundos que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas (o cálculo da cota deve ser Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 70 realizado em periodicidade compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamente previsto em seu regulamento). Continuando, os fundos podem ser constituídos de duas formas, de acordo com a regra de saída dos investidores: Condomínio aberto Permite o resgate das cotas a qualquer tempo. O resgate é o ato no qual o fundo paga aos cotistas o valor das cotas por ele resgatadas (assim como na “entrada” o investidor adquire as cotas, na “saída” o fundo adquire (resgate) as cotas que ele possui. Via de regra, não é permitida a transferência de cota de fundo aberto (afinal, se o investidor deseja desinvestir do fundo, ele recorre ao resgate). Não obstante, como toda regra possui sua(s) exceção(ões), admite-se a transferência de cota de fundo aberto nos seguintes casos: o decisão judicial ou arbitral; o operações de cessão fiduciária; o execução de garantia; o sucessão universal; o dissolução de sociedade conjugal ou união estável por via judicial ou escritura pública que disponha sobre a partilha de bens; e o transferência de administração ou portabilidade de planos de previdência. Condomínio fechado Permite o resgate das cotas ao término do prazo de duração do fundo. Mas, e quando o investidor deseja “sair” do fundo antes do seu término? Ora, negociando as cotas no mercado de valores mobiliários. As cotas de muitos fundos fechados são negociadas no mercado secundário. A RCVM 175 prevê que as cotas de fundo fechado podem ser transferidas, mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou por meio de negociação em mercado organizado em que as cotas do fundo sejam admitidas à negociação. Uma outra forma de “enxergar”, é que quando entramos em um fundo aberto, se criam novas cotas automaticamente, para acomodar essa variação no patrimônio do fundo. Assim como, quando saímos, o patrimônio do fundo diminui (via de regra). Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 71 Em fundos fechados, nossa negociação não é com o fundo em si (exceto em ofertas), mas com terceiros que negociam essas cotas no mercado organizado. Continuando, os recursos do fundo devem ser aplicados em ativos financeiros. E este ponto é fundamental, pois a forma de aplicação é o que difere um fundo de investimento de um fundo de investimento estruturado (que veremos em tópico posterior), cujos recursos são aplicados, direta e/ou indiretamente, em atividades econômicas, como participações em empresas, investimentos imobiliários etc. Pois bem, os ativos financeiros passíveis de aplicação por fundo de investimento são os seguintes: títulos da dívida pública; contratos derivativos; desde que a emissão ou negociação tenha sido objeto de registro ou de autorização pela CVM, ações, debêntures, bônus de subscrição, cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramentos, certificados de depósito de valores mobiliários, cédulas de debêntures, cotas de fundos de investimento, notas promissórias, e quaisquer outros valores mobiliários; títulos ou contratos de investimento coletivo, registrados na CVM e ofertados publicamente, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros; certificadosou recibos de depósitos emitidos no exterior com lastro em valores mobiliários de emissão de companhia aberta brasileira; o ouro, ativo financeiro, desde que negociado em padrão internacionalmente aceito; quaisquer títulos, contratos e modalidades operacionais de obrigação ou coobrigação de instituição financeira; e warrants, contratos mercantis de compra e venda de produtos, mercadorias ou serviços para entrega ou prestação futura, títulos ou certificados representativos desses Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 72 contratos e quaisquer outros créditos, títulos, contratos e modalidades operacionais desde que expressamente previstos no regulamento. Adiante veremos como esses diversos ativos estão relacionados com as classes dos fundos de investimento. Sobre classes e subclasses de cotas A RCVM 175 estabeleceu uma mudança na estruturação dos fundos de investimento. O que funcionava antes dela era a estrutura Master-Feeder, que significa abrir um fundo gigante e fazer vários fundos menores com regras próprias que compravam cotas desses fundos. A estrutura era muito utilizada por gestores e consistia em criar um fundo principal – chamado de fundo Master – em que ocorrerá a gestão dos ativos e toda a parte ativa do fundo. Esse fundo Master geralmente não recebia aportes de pequenos investidores, mas somente de outros fundos de investimento – os Feeders – que, por sua vez, seriam os veículos acessados pelos investidores finais. Aqueles grandes fundos de renda fixa dos bancos tinham Feeders específicos para cada tipo de investidor. E a diferenciação era, normalmente, nos custos. Quem queria entrar com 100 reais, tinha uma taxa de administração maior, por exemplo, 1,5%. Quem tinha condições de entrar com 1 milhão, tinha uma taxa menor, por exemplo, 0,2%. Mas todos compravam cotas desse fundo Master. Geralmente os fundos Master não cobravam essa taxa de administração, mas somente os Feeders, dessa forma, o investidor não sofria dupla cobrança de taxas. Para o gestor, essa estrutura possibilitava ganho de escala, uma vez que ele consegue oferecer fundos com diferentes condições de investimento para diferentes perfis de clientes, mas com uma mesma estrutura de gestão ativa (no Master). O gestor até poderia criar 2 fundos separados, mas isso traria mais custos e estruturas de gestão separadas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 73 Assim como os feeders, há os fundos espelhos que também são Fundos de Investimento em Cotas (FICs) cuja estratégia se baseia em investir em cotas de um fundo de investimento específico, com o objetivo de replicar o seu desempenho. A diferença está no fato de que os fundos espelhos não são veículos criados pelo gestor do fundo principal, mas sim por distribuidores específicos. Com a Resolução CVM 175, os fundos de investimento foram estruturados de uma maneira diferente. A sua estrutura passou a ser dividida em três níveis: O fundo de investimento terá um CNPJ exclusivo, ao qual estarão vinculados o regulamento, os prestadores de serviços (como gestores e administradores) e a classificação tributária. As classes também terão CNPJs próprios e patrimônios segregados dentro do fundo de investimento. É nesse nível que o gestor realizará a alocação dos recursos. As classes devem pertencer à mesma categoria e ter a mesma classificação tributária. Cada classe deverá ter um anexo que irá complementar o regulamento do fundo. Por último, as subclasses não terão um CNPJ próprio, mas serão identificadas por meio de um código da CVM. Por meio delas, serão definidas as seguintes condições: público-alvo (investidor geral, qualificado ou profissional), prazos de aplicação, resgate e amortização, taxa de administração, gestão e distribuição. Essas informações estarão presentes em apêndices que complementarão os anexos e o regulamento do fundo. Essa atualização visa dar mais dinamismo e reduzir os custos do mercado de fundos de investimento. Documentos e Informações do Fundo Para terminar o tópico inicial, precisamos comentar os documentos e informações que devem ser divulgados pelo fundo. São os seguintes: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 74 Regulamento atualizado; Lâmina de informações essenciais atualizada, Demonstração de desempenho (Suplemento C da RCVM 175) Política de voto O formulário de informações complementares não é mais necessário. Lâmina de Informações Básicas atualizada (Suplemento B da RCVM 175) Documento obrigatório para fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores qualificados. A Lâmina pode ser formatada livremente pelo administrador do fundo, desde que divulgadas, no mínimo, as seguintes informações: Público-Alvo Objetivos Do Fundo ou da Classe de Cotas Política De Investimentos Na política de investimentos deve deixar claro qual o percentual máximo do Patrimônio Líquido pode ser aplicado em: ativos no exterior, crédito privado, aplicação concentrada em um só fundo e limite de alavancagem. Além de informar se pode ter derivativos na carteira. Condições De Investimento Nas condições de investimentos deve deixar claro: valor mínimo para permanência, prazo de carência, modo de conversão das cotas, prazo de pagamento dos resgates e da cotização, e as taxas envolvidas. Composição Da Carteira (nome do ativo e % do patrimônio líquido) Risco (o administrador classifica seus fundos numa escala de 1 a 5 de acordo com o risco, e deve informa a classificação do fundo em questão). Histórico De Rentabilidade (dos últimos 5 anos) Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 75 Exemplo comparativo (comparar com outros fundos do mesmo tipo) Simulação De Despesas (para deixar claro o impacto na rentabilidade do fundo) Política De Distribuição (trata de emissão de novas cotas, custos etc.) Serviço De Atendimento Ao Cotista (contatos para acessar o administrador) Supervisão E Fiscalização Regulamento O fundo é regido pelo regulamento, que deve, obrigatoriamente, dispor sobre: A qualificação do administrador do fundo, com informação sobre o seu registro perante a CVM; Quando for o caso, referência à qualificação do gestor da carteira do fundo, com informação sobre o seu registro perante a CVM; Qualificação do custodiante, com informação sobre o seu registro perante a CVM; Espécie do fundo, se aberto ou fechado; Prazo de duração, se determinado ou indeterminado; Política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo, em conformidade com o disposto nos Anexos Normativos da RCVM 175; Taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio líquido (base 252 dias); Taxa de performance, de ingresso e de saída; Taxa máxima de custódia, expressa em percentual anual do patrimônio líquido do fundo; Demais despesas do fundo; Condições para a aplicação e o resgate de cotas; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 76 Condições para recebimento de aplicações e pedidos de resgates nos feriados estaduais e municipais; Distribuição de resultados compreendendo os prazos e condições de pagamento; Público alvo; Intervalo para a atualização do valor da cota, quando for o caso; Exercício social do fundo; Identificação dos fatores de risco do fundo; e A forma de comunicação que será utilizada pelo administrador.Demonstração de Desempenho A demonstração de desempenho deve: I – ser preparada para todos os fundos abertos em operação há, no mínimo, 1 (um) ano na data base a que se refere a demonstração de desempenho; e II – ser produzida conforme o modelo constante do Suplemento C da RCVM 175. Entre outros pontos, deve-se demonstrar a rentabilidade mensal (líquida de despesas, mas não de impostos), a variação em termos do índice de referência (se houver). As mesmas informações devem ser prestadas em termos anuais, abrangendo um período de 5 anos. Deve-se apresentar um detalhamento do total de despesas (fixas e variáveis), em percentual do patrimônio líquido. Seguem os modelos do Suplemento C: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 77 Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 78 4.EXEMPLO COMPARATIVO: utilize a informação do exemplo abaixo para comparar os custos e os benefícios de investir nesta classe de cotas com os de investir em outras classes. Rentabilidade: Se você tivesse aplicado R$ 1.000,00 (mil reais) [no fundo] ou [na classe de cotas] no primeiro dia útil de [ano a que se refere a demonstração] e não houvesse realizado outras aplicações, nem solicitado resgates durante o ano, no primeiro dia útil de [ano a que se refere a demonstração +1], você poderia resgatar R$[●], já deduzidos impostos no valor de R$[●]. [adicionar, quando houver:] A taxa de ingresso teria custado R$[●], a taxa de saída teria custado R$[●], o ajuste sobre performance individual teria custado R$[●]. Despesas: As despesas [do fundo] ou [da classe de cotas], incluindo a taxa de administração, as taxas de gestão e performance (se houver), a taxa de custódia e as despesas operacionais e de serviços teriam custado R$[●]. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 79 5. SIMULAÇÃO DE DESPESAS: utilize a informação a seguir para comparar o efeito das despesas em períodos mais longos de investimento entre diversos fundos ou classes de cotas: Assumindo que a última taxa total de despesas divulgada se mantenha constante e que [o fundo] ou [a classe de cotas] tenha rentabilidade bruta hipotética de 10% ao ano nos próximos 3 e 5 anos, o retorno após as despesas terem sido descontadas, considerando a mesma aplicação inicial de R$ 1.000,00 (mil reais), é apresentado na tabela abaixo: Classes de Fundos de Investimento A respeito das classes de fundos de investimento, a RCVM 175 alterou bastante a forma de expor a taxonomia dos fundos, optando por colocar as características específicas das classes em anexos ou suplementos. Vamos adotar esse modelo na aula. Anexo Informativo I – Fundos de Investimento Financeiro. Este Anexo Normativo I à Resolução nº 175 dispõe sobre as regras específicas para os fundos de investimento financeiro – FIF, que, em função da sua política de investimento, podem ser dos seguintes tipos: I – Fundos de Investimento em Ações; II – Fundos de Investimento Cambial; III – Fundos de Investimento Multimercado; e IV – Fundos de Investimento em Renda Fixa. Entende-se por ativos financeiros, por natureza ou equiparação: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 80 títulos públicos federais; contratos derivativos; créditos de descarbonização – CBIO e créditos de carbono, desde que registrados em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pela CVM ou pelo Banco Central do Brasil ou negociados em mercado administrado por entidade administradora de mercado organizado autorizado pela CVM; criptoativos, desde que negociados em entidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM, ou, em caso de operações no exterior, por supervisor local, que possua competência legal para supervisionar e fiscalizar as operações realizadas, inclusive no que tange a coibir práticas abusivas no mercado, assim como a lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa; desde que o ativo tenha sido objeto de oferta pública registrada na CVM ou o registro da oferta tenha sido dispensado, ações, debêntures, notas comerciais, notas promissórias, títulos de securitização, bônus e recibos de subscrição, cupons, certificados de depósito de valores mobiliários, Brazilian Depositary Receipts – BDR, cotas de fundos de investimento e contratos de investimento coletivo; ouro, ativo financeiro, desde que negociado em padrão internacionalmente aceito; quaisquer títulos, contratos e modalidades operacionais de obrigação ou coobrigação de instituição financeira; e warrants, contratos mercantis de compra e venda de produtos, mercadorias ou serviços para entrega ou prestação futura, títulos ou certificados representativos desses contratos e quaisquer outros créditos, títulos, contratos e modalidades operacionais, desde que expressamente previstos no regulamento; Entende-se por ativos financeiros no exterior, ativos financeiros negociados no exterior que tenham a mesma natureza econômica dos ativos financeiros no Brasil. Outras regras: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 81 Da denominação do fundo e de suas classes de cotas, caso existentes, deve constar a expressão "Fundo de Investimento", acrescida da referência ao seu tipo, que deve observar o estabelecido na Seção VII do Capítulo VIII do Anexo Normativo I (ver adiante). § 1º Caso o fundo possua somente classes de investimento em cotas, sua denominação pode utilizar a expressão “Fundo de Investimento em Cotas”. § 2º Deve constar da denominação da classe de investimento em cotas a expressão “Classe de Investimento em Cotas”. § 3º A classe que dispuser, em seu regulamento, que tem o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente, está obrigada a: o I – incluir a expressão “Longo Prazo” em sua denominação; e o II – atender às condições previstas na referida regulamentação, de forma a obter o referido tratamento fiscal. As classes de cotas dos FIF podem ser abertas ou fechadas. Art. 5º Para fins de obtenção do registro de funcionamento de classe aberta que seja destinada ao público em geral, em acréscimo aos documentos e informações requeridos no art. 10 da parte geral da Resolução, o administrador deve encaminhar versão atualizada da lâmina prevista no Suplemento B. Fundos de Renda Fixa. A classe tipificada como “Renda Fixa” deve ter como principal fator de risco de sua carteira a variação de taxa de juros, índice de preços ou ambos. Na classe tipificada como "Renda Fixa" é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de: I – classe ou subclasse de cotas exclusivamente destinada a investidores qualificados; II – classe que dispuser, em regulamento, que tem o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente; ou Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 82 III – classe tipificada como “Renda Fixa - Dívida Externa”. Para fins de liquidação do resgate no mesmo dia do pedido, na conversão de cotas da classe de cotas aberta tipificada como “Renda Fixa”, o regulamento pode estabelecer que o valor da cota do dia deve ser calculado a partir do patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por 1 (um) dia(exceto para classe que possua o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente; ou classe de cotas tipificada como “Renda Fixa - Dívida Externa") A classe de cotas tipificada como “Renda Fixa” deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome ao tipo. Renda fixa - Curto Prazo A classe de cotas tipificada como "Renda Fixa” que atenda às condições abaixo deve acrescentar à sua denominação o sufixo “Curto Prazo”: I – aplique seus recursos exclusivamente em: o títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou indexados à taxa de juros ou títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer de 375 dias, e prazo médio da carteira de ativos inferior a 60 dias; o títulos privados com prazo de que trata a alínea “a” e que sejam considerados de baixo risco de crédito pelo gestor; o ETF que apliquem nos títulos de que tratam as alíneas “a” e “b” e atendam ao inciso II; e o operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais; e II – utilize derivativos somente para proteção da carteira (hedge). Renda fixa - Referenciada Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 83 A classe de cotas tipificada como "Renda Fixa” cuja política de investimento assegure que ao menos 95% do seu patrimônio líquido esteja investido em ativos que acompanham, direta ou indiretamente, determinado índice de referência deve: I – incluir, à sua denominação, o sufixo “Referenciada”, seguido da denominação de tal índice; II – ter 80%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por: o títulos da dívida pública federal; o ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor; ou o ETF que invistam preponderantemente nos ativos das alíneas anteriores e atendam ao inciso III; e III – restringir a respectiva atuação nos mercados de derivativos à realização de operações com o objetivo de proteger posições detidas à vista (hedge), até o limite destas. Renda Fixa Simples A classe de cotas tipificada como “Renda Fixa” que atenda às condições abaixo pode acrescentar à sua denominação o sufixo “Simples”: I – tenha 95%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por: o títulos da dívida pública federal; o títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dívida pública federal; e o operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública federal ou em títulos de responsabilidade, emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, desde que, na hipótese de lastro em títulos de responsabilidade de pessoas de direito privado, a instituição financeira contraparte da classe na operação possua classificação Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 84 de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àquelas atribuídas aos títulos da dívida pública federal; II – realize operações com derivativos exclusivamente para os efeitos de proteção da carteira (hedge); III – se constitua sob a forma de condomínio aberto; e IV – preveja, em seu regulamento, que todos os documentos e informações relacionados à classe sejam disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos. Ressaltando que é vedado ao fundo de Renda Fixa Simples: I – a cobrança de taxa de performance; II – a realização de investimentos no exterior; III – a concentração em créditos privados; IV – a transformação em classe fechada; e V – qualquer transformação ou mudança de tipo. Fundo de Renda Fixa Dívida Externa A classe de cotas tipificada como “Renda Fixa” que tenha 80%, no mínimo, do patrimônio líquido representado por títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deve incluir, à sua denominação, o sufixo “Dívida Externa”. Os títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União devem ser mantidos, no exterior, em conta de custódia, no Sistema Euroclear ou Clearstream Banking S.A. Os títulos referidos acima devem ser custodiados em entidades habilitadas a prestar esse serviço pelo supervisor local. Fundos de Ações. A classe de cotas do fundo tipificado como “Ações” deve ter como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à negociação em mercado organizado. Para caracterizar como fundos de ações: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 85 I – 67%, no mínimo, de seu patrimônio líquido deve ser composto pelo conjunto dos seguintes ativos financeiros: o ações e certificados de depósito de ações admitidos à negociação em mercado organizado; o bônus e recibos de subscrição admitidos à negociação em mercado organizado; o cotas de classes tipificadas como “Ações”; o ETF de ações; o BDR-Ações; e o BDR-ETF de ações; e II – os recursos excedentes da carteira podem ser aplicados em quaisquer outras modalidades de ativos financeiros destinados à gestão de liquidez. O investimento nos ativos financeiros listados acima, não está sujeito a limites de concentração por emissor, desde que o regulamento preveja tal possibilidade e no termo de adesão conste alerta de que a classe de cotas pode estar exposta ao risco de concentração em ativos financeiros de poucos emissores. Fundo de Ações – Mercado de Acesso A classe de cotas cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 67% do patrimônio líquido seja investido em ações de companhias listadas em segmento voltado ao mercado de acesso, instituído em mercado organizado, que assegure, por meio de vínculo contratual, práticas diferenciadas de governança corporativa: I – deve usar, em seu nome, a designação “Ações - Mercado de Acesso”; e II – quando constituída sob a forma de regime fechado, pode investir até 33% (trinta e três por cento) do seu patrimônio líquido em ações, debêntures, bônus de subscrição, cotas de FIP ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias fechadas. Além disso, a classe que utilize investe em mercado de acesso deve: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 86 I – participar do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão; e II – investir somente em companhias fechadas que adotem algumas práticas de governança como: proibição de emissão de partes beneficiárias e inexistência desses títulos em circulação; estabelecimento de um mandato unificado de até 2 anos para todo o Conselho de Administração; disponibilização de acordos de acionistas e programas de aquisição de ações ou de outros títulos ou valores mobiliários de emissão da companhia e divulgação de informações sobre contratos com partes relacionadas na forma exigida na regulamentação da CVM para os emissores registrados na categoria A; adesão à câmara de arbitragem para resolução de conflitos societários; no caso de abertura de seu capital, obrigar-se a aderir a segmento especial de bolsa de valores ou mercado de balcão organizado que assegure, no mínimo, práticas de governança corporativa previstas nos incisos anteriores; auditoria anual de suas demonstrações contábeis por auditores independentes registradosna CVM; e tratamento igualitário no caso de alienação de controle, por meio de opção de venda da totalidade das ações emitidas pela companhia ao adquirente do controle pelo mesmo preço pago ao controlador. Outros tipos de fundos. Fundos Cambiais A classe tipificada como “Cambial” deve ter como principal fator de risco de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou do cupom cambial. Nas classes Cambiais, no mínimo 80% da carteira deve ser composta por ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome ao tipo. Fundos Multimercado Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 87 A classe tipificada como "Multimercado" deve ter política de investimento que envolva vários fatores de risco, sem compromisso de concentração em nenhum fator em específico. Os investimentos feitos pela classe “Multimercado” não estão sujeitos aos limites de concentração por emissor dispostos no em vários artigos da RCVM 175, desde que assim esteja expressamente previsto no regulamento e o termo de adesão contenha alerta de que a carteira pode estar exposta ao risco de concentração em ativos de poucos emissores. FI-Infra O Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) é uma comunhão de recursos destinados à aplicação em ativos relacionados à captação de recursos para investimento em infraestrutura. Cabe ao administrador, uma instituição financeira específica, constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos investidores através da venda de cotas. Todo FI-Infra possui um regulamento que, dentre outras disposições, determina a política de investimento do fundo. A política pode ser específica e estabelecer, por exemplo, que o FI-Infra invista apenas em debêntures incentivadas. Os FI-Infra são os fundos de investimento previstos no art. 3º da Lei nº 12.431, de 2011. Os FI-Infra são fundos do tipo “Renda Fixa” e podem ser constituídos sob a forma de condomínio fechado ou aberto. A denominação do FI-Infra e de suas classes de cotas deve conter a expressão “Investimento em Infraestrutura”, devendo, ainda, identificar o direcionamento de parcela preponderante de seus recursos para segmento econômico específico, se for o caso. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 88 Segundo a referida Lei de criação dos FI-Infra , os títulos ou valores mobiliários investidos deverão ser remunerados por taxa de juros pré-fixada, vinculada à índice de preço ou à Taxa Referencial - TR, vedada a pactuação total ou parcial de taxa de juros pós-fixada, e ainda, cumulativamente, apresentar: I - prazo médio ponderado superior a 4 (quatro) anos; II - vedação à recompra do título ou valor mobiliário pelo emissor ou parte a ele relacionada nos 2 (dois) primeiros anos após a sua emissão e à liquidação antecipada por meio de resgate ou pré-pagamento, salvo na forma a ser regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional; III - inexistência de compromisso de revenda assumido pelo comprador; IV - prazo de pagamento periódico de rendimentos, se existente, com intervalos de, no mínimo, 180 (cento e oitenta) dias; V - comprovação de que o título ou valor mobiliário esteja registrado em sistema de registro devidamente autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM, nas suas respectivas áreas de competência; e VI - procedimento simplificado que demonstre o compromisso de alocar os recursos captados no pagamento futuro ou no reembolso de gastos, despesas ou dívidas relacionados aos projetos de investimento, inclusive os voltados à pesquisa, desenvolvimento e inovação. Fundos com concentração em crédito privado A classe tipificada como “Renda Fixa”, “Multimercado” ou “Cambial” que realizar aplicações em quaisquer ativos ou modalidades operacionais de responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, exceto no caso de ativos financeiros listados como ativos autorizados a constar na carteira de fundos de ações, ou de emissores públicos, que, em seu conjunto, excedam o percentual de 50% de seu patrimônio líquido, deve incluir à sua denominação o sufixo “Crédito Privado” e incluir no termo de adesão e ciência de risco o alerta de que pode ocorrer concentração da carteira de ativos em créditos privados. Fundos de Aposentadoria Programada Individual - FAPI Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 89 Pode ser constituído FIF representativo de Fundo de Aposentadoria Programada Individual – FAPI. Caso o FAPI conte com diferentes classes de cotas, todas as classes devem possuir como finalidade o atendimento à referida lei. A denominação da classe de cotas do FAPI deve conter a expressão “Fundo de Aposentadoria Programada Individual”. Fundos de Investimento em Cotas de Outros Fundos de Investimento Financeiro As classes de investimento em cotas devem adquirir classes do mesmo tipo que a sua, exceto no caso de classes tipificadas como “Multimercado”, que podem investir em cotas de FIF de qualquer tipo. O regulamento da classe de cotas e, se aplicável, sua lâmina deve especificar o percentual máximo do patrimônio líquido que pode ser aplicado em uma única classe, observados os limites de concentração por emissor e modalidade de ativo financeiro. Na hipótese de aplicação em classe que possa exceder o limite de concentração em créditos privados de que trata o art. 70 do Anexo Normativo I (50%), a política de investimento da classe investidora deve detalhar os mecanismos que serão adotados para mitigar o risco de extrapolação do referido limite. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 90 Fundos Estruturados e de Participação Os fundos de investimento estruturados são regidos por regras próprias (hoje nos anexos normativos da RCVM 175), além de diferirem dos fundos de investimento anteriormente apresentados na composição da carteira de investimentos. O gestor destes fundos possui maior grau de liberdade na definição da carteira, além de poder investir diretamente em atividades econômicas, e não só em ativos financeiros. Fundo de Investimento Imobiliário (FII) ANEXO NORMATIVO III – FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO O FII, constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma comunhão de recursos captados por meio do sistema de distribuição de valores mobiliários e destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários. Por se tratar de fundo fechado, não é permitido o resgate das cotas, mas elas são negociadas em mercados organizados de valores mobiliários. As aplicações do fundo podem ser realizadas nos seguintes ativos (nos termos da RCVM 175, todos são considerados como empreendimentos imobiliários): quaisquer direitos reais sobre bens imóveis; ações, debêntures, bônus de subscrição, seus cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramentos, certificados de depósito de valores mobiliários, cédulas de debêntures, cotas de fundos de investimento, notas promissórias, e quaisquer outros valores mobiliários, desde que se trate de emissores registrados na CVM e cujas atividades preponderantes sejam permitidas aos FII; ações ou cotas de sociedades cujo único propósito se enquadre entre as atividades permitidas aos FII; cotas de fundos de investimento em participações (FIP) que tenham como política de investimento, exclusivamente, atividades permitidas aos FII ou de fundos de investimento Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital)www.estrategiaconcursos.com.br 91 em ações que sejam setoriais e que invistam exclusivamente em construção civil ou no mercado imobiliário; certificados de potencial adicional de construção (CEPAC) emitidos com base na Instrução CVM nº 401, de 29 de dezembro de 2003; cotas de outros FII; certificados de recebíveis imobiliários e cotas de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) que tenham como política de investimento, exclusivamente, atividades permitidas aos FII e desde que estes certificados e cotas tenham sido objeto de oferta pública registrada na CVM ou cujo registro tenha sido dispensado nos termos da regulamentação em vigor; letras hipotecárias; letras de crédito imobiliário; e letras imobiliárias garantidas. É possível notar a amplitude do conceito de “empreendimento imobiliário” para fins de investimento de FII. Isto é, o FII não investe apenas em imóveis em si, mas também em ativos financeiros lastreados no mercado imobiliário, além de poder adquirir cotas de outro FII. Por fim, é importante notar que o FII não possui limites de concentração em relação à aplicação de seus recursos (percentuais de aplicação são definidos pelo gestor). A forma de negociação dos FIIs é semelhante à forma de negociação das ações, em mercados regulados. Em termos de "mercado", existem 6 principais tipos de FII (isso não é definido em norma) Fundos de renda - Fundos de Renda são aqueles em que os gestores compram ou constroem imóveis para alugar. O foco, geralmente, é em empresas de médio e grande porte: shopping; lajes corporativas (imóveis de alto padrão); galpões industriais para centros e distribuição de grandes varejistas, indústrias ou empresas de logística; agências bancárias; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 92 escolas e universidades; hospitais, hotéis e flats; imóveis residenciais para pessoas físicas. A renda líquida dos aluguéis, que pode ser fixa ou atrelada à receita do locatário, é distribuída entre os investidores (cotistas). Fundos de trade (compra e venda) - Os Fundos de Compra e Venda têm um risco maior, já que envolve várias transações. O objetivo é comprar imóveis quando os preços estão mais baixos e com sinais de valorização no futuro para depois vendê-los por valores maiores. Fundos de desenvolvimento - Os Fundos de Desenvolvimento têm potencial de ganhos mais elevados, porém riscos maiores. Consistem na compra de terrenos para construir empreendimentos e vendê-los ou alugá-los mais tarde. São semelhantes às empresas de construção civil. Fundos de recebíveis, ou fundos de papel - Esse investimento tem mais características de renda fixa do que de fundos imobiliários. Sua principal renda vem por meio dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Fundos de fundos - São similares aos Fundos de Ações, quando o investimento é feito em ações de empresas diferentes. Nesse caso, o gestor compra diversos fundos para montar sua carteira com o objetivo de gerar renda ou até maximizar o lucro. É interessante para quem está começando. Fundos de tijolo. Também são confundidos com os fundos de renda. Os Fundos de Tijolo representam os imóveis físicos já prontos, isto é, efetivamente construídos. Essa aplicação tem como objetivo adquirir as propriedades para alugar, considerando o potencial de valorização ao longo do tempo. Vantagens de investir em FII: Permite ao investidor aplicar em ativos relacionados ao mercado imobiliário sem, de fato, precisar comprar um imóvel. Não há a necessidade de desembolsar todo o valor normalmente exigido para investimento em um imóvel. Diversificação em diferentes tipos de ativos do mercado imobiliário (ex.: shopping centers, hotéis, residências etc.). As receitas geradas pelos imóveis ou ativos detidos pelo fundo são periodicamente distribuídas para os cotistas. Aumento nos preços dos imóveis do fundo gera aumento do patrimônio do fundo e, consequentemente, valorização do valor das suas cotas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 93 Todo o conjunto de tarefas ligadas à administração de um imóvel fica a cargo dos profissionais responsáveis pelo fundo: busca dos imóveis, trâmites de compra e venda, procura de inquilinos, manutenção, impostos etc. As pessoas físicas estão isentas de imposto de renda distribuídos pelo FII (regra de dezembro de 2023, em análise na reforma tributária), desde: I - As cotas do Fundo de Investimento Imobiliário sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado; II - O Fundo de Investimento Imobiliário possua, no mínimo, 50 cotistas; e III - não será concedido ao cotista pessoa física titular de quotas que representem 10% (dez por cento) ou mais da totalidade das quotas emitidas pelo Fundo de Investimento Imobiliário ou cujas quotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de rendimentos auferidos pelo fundo. Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) ANEXO NORMATIVO II – FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS Considera-se como direitos creditórios os direitos e títulos representativos de crédito, originários de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, além dos warrants, contratos e títulos especificados na RCVM 175. Ou seja, são direitos creditórios os créditos gerados nas atividades econômicas em geral. O FIDC, constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado, é caracterizado como uma comunhão de recursos que destina parcela preponderante do respectivo patrimônio liquido para a aplicação em direitos creditórios. Por parcela preponderante, a Resolução quer dizer, no mínimo, 50% do patrimônio líquido. Este é o percentual mínimo de aplicação em direitos creditórios que o FIDC deve respeitar. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 94 Ressalte-se que se for um Fundo que investe em cotas de FDICS, seu patrimônio deve ser composto por pelo menos 67% dessas cotas. O remanescente de seu patrimônio líquido pode ser aplicado em o que a norma define como ativos financeiros de liquidez: a) títulos públicos federais; b) ativos financeiros de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras; c) operações compromissadas lastreadas nos ativos referidos nas alíneas “a” e “b”; e d) cotas de classes que invistam exclusivamente nos ativos referidos nas alíneas “a” a “c”;). Importante citar que a resolução 175 permitiu o investimento de investidores de varejo no FIDC, antes destinado apenas a investidores qualificados. Porém, o investidor de varejo não pode comprar cota subordinada, apenas cota Sênior. O FDIC é um fundo bastante “livre” em termos de ativos, porém há uma outra divisão, indicando FDICs que podem comprar crédito vencido e não pago. Existem diferentes tipos de FIDC, como aberto ou fechado, com duração definida ou indeterminada: No FIDC aberto, os investidores podem sacar seu dinheiro a qualquer momento, seguindo as regras de liquidez do fundo. Geralmente, esse tipo de FIDC não possui prazo de duração determinado. No FIDC fechado, as cotas só podem ser resgatadas no final do prazo de duração do fundo, de acordo com o regulamento. Nessa modalidade, o fundo costuma ter um prazo de duração definido. É essencial que o investidor analise com cautela os riscos do FIDC antes de investir, especialmente por não haver a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A estrutura do FIDC é compostapor quatro figuras principais, que trabalham em conjunto para garantir o sucesso do investimento. São elas: Cedente: empresa titular dos Direitos Creditórios que serão investidos no fundo. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 95 Estruturadores: instituição responsável pelo andamento de todo o processo do FIDC, desde a seleção dos direitos creditórios até a distribuição das cotas. Custodiante: instituição financeira que gerencia os valores a receber e é responsável pela custódia do Fundo. Administrador: responsável direto pelo FIDC, que tem como função a gestão do fundo, distribuição de cotas, realização de assembleias, entre outras atividades. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) possuem diferentes tipos de cotas, que se diferenciam de acordo com as suas características de rentabilidade e liquidez. Conheça os principais tipos de cotas de FIDC: Cotas sênior: são as cotas que possuem prioridade no recebimento dos pagamentos devidos pelos devedores, em relação às demais cotas. São consideradas as mais seguras e, por isso, possuem menor rentabilidade. Cotas subordinadas: são as cotas que possuem menor prioridade no recebimento dos pagamentos e, por isso, possuem maior risco. Entretanto, possuem maior rentabilidade do que as cotas sênior. Cotas mezanino: são cotas híbridas, que combinam características das cotas sênior e subordinadas. Possuem um nível intermediário de prioridade no recebimento dos pagamentos e, consequentemente, um nível intermediário de rentabilidade e risco. Cotas de performance: são cotas que possuem rentabilidade variável, dependendo do desempenho da carteira do fundo. Quando a carteira apresenta bons resultados, a rentabilidade das cotas de performance é maior do que as demais cotas. FIDC “Padronizados” Esse é o FDIC normal, apenas regido pela RCVM 175. Pode comprar títulos creditórios aceitos de menor risco, como duplicatas, cheques, NP, contratos e outros títulos elencados em seus regulamentos. Pode também operar com direitos creditórios de empresas em Recuperação Judicial. A RCVM 175 acabou com o FIDC não padronizado, que podia investir, além títulos aceitos em um Fundo padronizado, podia aceitar recebíveis de créditos de mais complexidade de liquidação, como: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 96 Precatórios Direitos creditórios vencidos e não pagos que resultem de ações judiciais em curso ou que constituam seu objeto de litígio Valores de existência futura e incerta Pode operar títulos de direitos creditórios de cedentes e sacados em Recuperação Judicial Não existe mais essa nomenclatura para os fundos, mas a norma permite a constituição de cotas específicas para a aquisição de créditos considerados não padronizados. A norma define assim os direitos creditórios normais e não padronizados: Direitos creditórios (padrão): direitos e títulos representativos de crédito; valores mobiliários representativos de crédito; certificados de recebíveis e outros valores mobiliários representativos de operações de securitização, que não sejam lastreados em direitos creditórios não- padronizados; e por equiparação, cotas de FIDC; Direitos creditórios não-padronizados: direitos creditórios que possuam ao menos uma das seguintes características: estejam vencidos e pendentes de pagamento quando da cessão; decorrentes de receitas públicas originárias ou derivadas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de suas autarquias e fundações; resultem de ações judiciais ou procedimentos arbitrais em curso, constituam seu objeto de litígio, tenham sido judicialmente penhorados ou dados em garantia; a constituição ou validade jurídica da cessão para a classe de cotas seja considerada um fator preponderante de risco; o devedor ou coobrigado seja sociedade empresária em recuperação judicial ou extrajudicial; sejam cedidos por sociedade empresária em recuperação judicial ou extrajudicial; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 97 sejam de existência futura e montante desconhecido, desde que emergentes de relações já constituídas; derivativos de crédito, quando não utilizados para proteção ou mitigação de risco de direitos creditórios; Fundo de Investimento em Participações (FIP) O Fundo de Investimento em Participações (FIP), constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma comunhão de recursos destinados à aquisição de ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas, participando do processo decisório da companhia investida, bem como títulos e valores mobiliários representativos de participação em sociedades limitadas, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão, notadamente através da indicação de membros do Conselho de Administração. A definição de FIP é muito interessante, pois não basta apenas a composição da carteira, mas também a necessidade de efetiva influência na definição da política estratégica e da gestão, notadamente através da indicação de membros do Conselho de Administração da empresa investida. Ou seja, o FIP adquire valores mobiliários que, direta ou indiretamente, conferem participação societária para que o fundo possa influenciar na administração da sociedade investida. No mínimo, 90% do patrimônio líquido do fundo deve estar investido nos títulos citados anteriormente. O FIP pode investir até 33% de seu capital subscrito em ativos no exterior, desde que tais ativos possuam a mesma natureza econômica dos ativos anteriormente citados. (RCVM 175) Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 98 Importante citar que o FIP é destinado apenas a investidores qualificados. Os FIP devem ser classificados nas seguintes categorias quanto a ̀ composição de suas carteiras: Capital Semente O FIP – Capital Semente investe em companhias ou sociedades limitadas com receita bruta anual de até R$ 20.000.000,00 apurada no exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha apresentado receita superior a esse limite nos últimos 3 (três) exercícios sociais. As sociedades investidas referidas no caput não podem ser controladas, direta ou indiretamente, por sociedade ou grupo de sociedades, de fato ou de direito, que apresente superior a R$ 100.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 150.000.000,00 no encerramento do exercício social imediatamente anterior ao primeiro aporte da classe. Empresas Emergentes O FIP – Empresas Emergentes investe em companhias ou sociedades limitadas com receita bruta anual de até R$ 400.000.000,00 apurada no exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha apresentado receita superior a esse limite nos últimos 3 (três) exercícios sociais. As companhias referidas não podem ser controladas, direta ou indiretamente, por sociedade ou grupo de sociedades, de fato ou de direito, que apresente ativo total superior a R$ 320.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 400.000.000,00, no encerramento do exercício social imediatamente anterior ao primeiro aporte do FIP. Infraestrutura (FIP-IE) e Produção Econômica Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I); Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br99 O FIP-IE e o FIP-PD&I devem manter seu patrimônio líquido investido em ações, bônus de subscrição, debêntures, conversíveis ou não em ações, ou outros títulos de emissão de sociedades anônimas, de capital aberto ou fechado que desenvolvam, respectivamente, novos projetos de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação no território nacional, nos setores de: I – energia; II – transporte; III – água e saneamento básico; IV – irrigação; e V – outras áreas tidas como prioritárias pelo Poder Executivo Federal. Multiestratégia O FIP – Multiestratégia e ́ aquele que não se classifica nas demais categorias por admitir o investimento em diferentes tipos e portes de sociedades investidas. Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAGRO) IMPORTANTE: Em dezembro de 2023, o FIAGRO era regido pela Resolução CVM 39/2021, porém espera-se que, após audiência pública, se torne o Anexo VI da RCVM 175. Considerando esse ponto, vamos trazer as regras atuais, o aluno deve ficar atento para atualizações do material. O que diz a RCVM 39: A Lei nº 14.130/21 instituiu o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais – FIAGRO, condomínio de natureza especial destinado à aplicação nos seguintes ativos (da lei): I - imóveis rurais; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 100 II - participação em sociedades que explorem atividades integrantes da cadeia produtiva agroindustrial; III - ativos financeiros, títulos de crédito ou valores mobiliários emitidos por pessoas físicas e jurídicas que integrem a cadeia produtiva agroindustrial, na forma de regulamento; IV - direitos creditórios do agronegócio e títulos de securitização emitidos com lastro em direitos creditórios do agronegócio, inclusive certificados de recebíveis do agronegócio e cotas de fundos de investimento em direitos creditórios e de fundos de investimento em direitos creditórios não padronizados que apliquem mais de 50% (cinquenta por cento) de seu patrimônio nos referidos direitos creditórios; V - direitos creditórios imobiliários relativos a imóveis rurais e títulos de securitização emitidos com lastro nesses direitos creditórios, inclusive certificados de recebíveis do agronegócio e cotas de fundos de investimento em direitos creditórios e de fundos de investimento em direitos creditórios não padronizados que apliquem mais de 50% (cinquenta por cento) de seu patrimônio nos referidos direitos creditórios; VI - cotas de fundos de investimento que apliquem mais de 50% (cinquenta por cento) de seu patrimônio nos ativos referidos nos incisos I, II, III, IV e V acima. A regulamentação dos fundos de investimento constituídos sob a forma de condomínio de natureza especial compete à CVM. A edição de uma norma específica para disciplinar a constituição e o funcionamento do FIAGRO em toda a extensão prevista em lei demandará estudos prévios e realização de audiência pública, o que não se estima ocorrer antes de 2022, tendo em vista que a agenda regulatória desta Autarquia para o exercício de 2021 não contempla a matéria; Acima, é a justificativa da CVM para a implantação do regime transitório. Já existem diferentes categorias de fundos, regulados pela CVM, que permitem o investimento em direitos creditórios, imóveis, valores mobiliários e a aquisição de participação em sociedades; A norma adota um regime transitório, adotado em caráter experimental, para viabilizar o imediato registro dos FIAGRO com segurança jurídica e previsibilidade, ainda que o Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 101 funcionamento do fundo tenha que lidar com as limitações inerentes à adoção das regras de outras categorias de fundos; A norma autorizou, em caráter experimental, o registro de FIAGRO na CVM, nos termos e condições previstos na própria norma. O funcionamento do FIAGRO depende de prévio registro na CVM, cujo pedido deve ser efetuado pelo seu administrador em somente uma dentre as seguintes categorias de fundos: I – fundo de investimento em direitos creditórios, devendo constar de sua denominação a expressão “FIAGRO-Direitos Creditórios”; II – fundo de investimento imobiliário, devendo constar de sua denominação a expressão “FIAGRO- Imobiliário”; ou III – fundo de investimento em participações, devendo constar de sua denominação a expressão “FIAGRO-Participações”. Não se admitiu o registro de FIAGRO-Direitos Creditórios na categoria de fundo de investimento em direitos creditórios não-padronizados. Em acréscimo aos ativos elegíveis às carteiras dos fundos de investimento imobiliário, conforme previstos em norma específica, o FIAGRO-Imobiliário pode investir em Certificados de Recebíveis do Agronegócio – CRA e Letras de Crédito do Agronegócio - LCA. Pessoas físicas estão isentas de imposto de renda distribuídos pelo Fiagro, desde que (ao aluno, recomenda-se acompanhar reforma tributária): As cotas do Fiagro sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado. O fundo escolhido possua, no mínimo, 50 cotistas. Não será concedido ao cotista pessoa física titular de quotas que representem 10% (dez por cento) ou mais da totalidade das quotas emitidas pelo Fiagro ou cujas quotas lhe Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 102 derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de rendimentos auferidos pelo fundo. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 103 ETF – EXCHANGE TRADED FUNDS Os ETFs – Exchange Traded Funds são regidos pelo Anexo Normativo V da Resolução CVM 175 de 2023, que dispõe sobre a específicas para os fundos de investimento em índice de mercado – fundos de índice. Os fundos de índice, ou ETFs (Exchange Traded Funds), são fundos de investimento constituídos com o objetivo de investir em uma carteira de ações que busca replicar a carteira e a rentabilidade de um determinado índice de referência (índice subjacente), como o ibovespa, ou qualquer índice de ações ou de renda fixa reconhecido pela CVM. O reconhecimento do índice de referência pela CVM considera, no mínimo, os seguintes critérios: I – não são aceitos índices cuja metodologia completa de seu cálculo não seja disponibilizada de forma gratuita e por meio da rede mundial de computadores, incluindo sua composição, os pesos de cada ativo financeiro, os critérios de rebalanceamento e sua frequência, e demais parâmetros necessários à sua replicação; II – não são admitidos índices cuja metodologia de cálculo não inclua regras predeterminadas e critérios objetivos; III – a frequência de rebalanceamento do índice não pode impedir que os investidores possam replicá-lo; IV – o índice não pode estar sujeito a ajustes retroativos; V – o índice escolhido deve representar um objetivo de investimento claro e único, sem condicionantes; VI – não são aceitos índices cujo provedor seja parte relacionada ao administrador ou ao gestor; VII – não são aceitos índices cujo provedor receba pagamentos de potenciais emissores para sua inclusão como componentes; VIII – o desempenho do índice deve ser público, ter ampla divulgação e fácil acesso por meio da rede mundial de computadores; e IX – não são aceitos índices que representem múltiplos de outros índices, o inverso destes índices, ou ainda múltiplos do seu inverso. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças)Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 104 E, ainda, a composição, os pesos de cada ativo financeiro e outros parâmetros que permitam a replicação do índice podem ser divulgados retrospectivamente após cada rebalanceamento do índice, tendo como prazo limite a data do rebalanceamento subsequente. Assim, ao adquirir cotas de um ETF referenciado em um índice de ações ou índice de renda fixa, o investidor passa a deter indiretamente todas as ações ou títulos da carteira deste índice, e na mesma proporção que cada uma delas representa do índice, sem precisar comprar separadamente os papéis de cada empresa ou os títulos. Quando a carteira do índice subjacente é rebalanceada, em função das recomposições periódicas, o administrador do ETF ajustará a composição da carteira do fundo, para refletir a nova composição. Além disso, o administrador também ajusta a composição da carteira do ETF de maneira a refletir ajustes feitos na composição da carteira teórica do índice devido à distribuição de proventos. É vedada a constituição de classes de cotas: I – alavancadas; II – inversas, que visem refletir um desempenho oposto àquele do índice de referência; ou III – sintéticas, que visem refletir o desempenho do índice de referência por meio de contratos derivativos, exceto por meio de posições em mercados futuros previstas na norma. De forma a refletir a variação e rentabilidade do índice de referência, a classe de cotas deve manter 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, de seu patrimônio aplicado em: I – ativos financeiros que compõem o índice de referência; II – posição líquida em contratos futuros; e III – cotas de outros fundos de índice que visem refletir as variações e rentabilidade do índice de referência da classe investidora. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 105 O excesso deve ser aplicado em renda fixa, derivativos para hedge ou outros ativos financeiros com liquidez, que não fazem parte da composição do índice. Vantagens de um ETF Os ETFs estão entre os fundos mais investidos do mundo, com movimentação de US$ 53 trilhões em 2022, justamente pela facilidade de investimento que traz as seguintes vantagens: 1) Diversificação, rapidez e eficiência, reduzindo riscos Os ETFs podem ser comprados e vendidos da mesma forma que qualquer ação listada para negociação em bolsa. Ao adquirir cotas de um ETF, o investidor investirá indiretamente em várias das principias companhias abertas do Brasil, mas negociando um único ativo, e sem a necessidade de rebalancear as ações, para replicar o índice desejado, trabalho que é feito pelo administrador. Ao incorporar ETFs em uma estratégia de investimento, os investidores podem se beneficiar da diversificação instantânea. Os ETFs oferecem maior diversidade do que simplesmente comprar ações ou títulos de renda fixa individuais, porque agrupam ativos diferentes, de acordo com a constituição do índice. Ou seja, não há necessidade de comprar ações ou títulos separadamente. Os investidores podem reduzir o risco em seus portfólios e aumentar seus retornos potenciais, criando uma carteira diversificada com vários tipos e temas de ETFs. É importante ressaltar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Os ETFs dão acesso a mercados em todo o mundo, variando de países específicos a uma classe de ativos como títulos globais, criptomoedas e até commodities, como o ouro. Investir em mercados de difícil acesso, como mercados emergentes, torna-se muito mais simples ao investir em ETFs. 2) Simplicidade Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 106 Cotas podem ser compradas e vendidas através de qualquer corretora, durante o pregão da bolsa. Outra vantagem dos ETFs está na liquidez, que oferece a flexibilidade de transformar um investimento em dinheiro rapidamente, ao valor justo. Os ETFs atuam de maneira semelhante às ações, que podem ser compradas ou vendidas a qualquer momento durante o horário de mercado. Uma dúvida comum dos investidores é: “Os ETFs são mais voláteis porque são negociados ao longo do dia?” A resposta é simples: não, as mudanças de preço não tornam o investimento mais volátil, apenas mais visível. Como os ETFs têm a mesma flexibilidade de negociação que as ações, os investidores de curto prazo podem usá-los para entrar e sair rapidamente de uma posição. Mas os ETFs também são uma maneira econômica de criar um portfólio a longo prazo. 3) Minimização de custos Os ETFs possuem uma baixa taxa de administração ao se comparar com os fundos de investimentos (fundos de ações; de renda fixa; e multimercado), e permitem que os investidores acessem o mercado de ações, de renda fixa, de criptomoedas, de títulos globais, de commodities, etc, de forma diversificada, sem incorrer em altas despesas operacionais, com baixo investimento inicial, e sem a responsabilidade de realizar ajustes na carteira para reproduzir individualmente a performance do índice subjacente. O impacto dessas economias de custo pode ser significativo, principalmente ao longo do tempo ou quando os retornos do mercado são baixos. 4) Transparência Divulgação diária da composição de carteira e precificação disponível publicamente. 5) Versatilidade ETFs permitem realizar várias estratégias de investimentos, tais como: Direcional ou Hedge (proteção); Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 107 Day trade ou Buy and hold; Renda extra através de aluguel de ETF. ETFs listados Esse mercado cresceu tanto no Brasil, que é difícil acompanhar o lançamento de ETFs. Em junho de 2023, havia 83 ETFs de renda variável e 9 ETFs de renda fixa na B3. Os ETFs de renda fixa costumam buscar acompanhar índices de renda fixa, como o IMA da ANBIMA. O Índice de Mercado ANBIMA, conhecido como IMA, é referência para os investimentos em renda fixa. É uma das formas de os investidores acompanharem o desempenho das aplicações e também avaliarem, de forma comparativa, as opções de produtos disponíveis no mercado. O IMA é formado por uma carteira de títulos públicos semelhante à que compõe a dívida pública interna brasileira. Isso significa que o indicador apresenta os mesmos papéis, na mesma proporção, da dívida. Ele é chamado de IMA-Geral. Para retratar essa variedade de títulos existentes, são calculados diferentes indicadores. Eles reúnem ativos de características semelhantes e são chamados de subíndices. Já os ETFs de renda variável são muito variados. Desde índices comuns, brasileiros e estrangeiros, até “setores defensivos”, “criptomoedas top 20”, “Small Caps”. Essa é uma modalidade de investimento que tem aumentado bastante em relevância no país. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 108 8 – SECURITIZAÇÃO Os instrumentos financeiros tratados anteriormente, em sua maioria, funcionam como forma direta de capitalização para as empresas. Mas a maioria deles tem negociação entre a empresa e uma instituição financeira, apesar de alguns permitirem a compra direta por pessoas físicas e fundos. O mais comum, entretanto, é “empacotar” esses instrumentos, normalmente promessas de recebimento de juros e principal, em novos ativos e vender ao mercado em geral, tanto no varejo quanto institucional. Crédito Estruturado Ao contrário das formas tradicionais de dívidas, tratadas em parte no capítulo anterior, operações estruturadas de crédito permitem mitigação de riscos através de: Garantias reais (alienaçãofiduciária, hipoteca, direitos sobre recebíveis – over collateral ou não, aplicações financeiras em geral, ações ou cotas, fianças, seguros de crédito) ou fidejussórias (aval de sócios, de terceiros): Reduz o risco, pois eleva a expectativa de recebimento em caso de default. Procedimentos operacionais que direcionem ou garantam o fluxo de recursos ao credor. Ex: apontamento de conta para pagamento dos recebíveis, escrow accounts / contas vinculadas, covenants, registro em cartório, formatação jurídica da dívida (Ex: CCB). São contas que, às vezes, nem passam pelo cedente do crédito (que tomou o empréstimo). Proteção aos índices de Basiléia do credor. Ex: cessão definitiva de dívida, vinculação à Res. CMN 2921. Receitas extras para o estruturador (instituição financeira): fees de estruturação e distribuição e possibilidade de captação de recursos com lastro na dívida (ex: LCI, LCA e DPGE). Securitização de ativos. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 109 Perceba que securitização é uma forma de crédito estruturado, um pouco mais sofisticada. Mas nem todo crédito estruturado é uma securitização. Na prática quando uma instituição financeira consegue organizar um conjunto de recebíveis, empacotá-los com outros direitos (e também deveres) e oferecer ao público em geral, trata-se de crédito estruturado. Antes de prosseguir, uma explicação para o que seria over collateral. Collateral, falando em termos simples, seria a separação de algum ativo em garantia de uma dívida, que poderá ser “chamado” para honrar o pagamento da mesma. Over collateral, é quando a instituição ofecere MAIS garantias do que o valor da dívida. Isso é comum em FIDCs, pois permite que o gestor do fundo troque créditos ruins por créditos bons, pois tem mais direitos do que o valor da dívida. Securitização Vem da expressão em inglês “securities”, o que nos leva a entender securitização como o processo de transformar um conjunto de instrumentos financeiros em uma security (valor mobiliário) com características próprias, contrato próprio. Processo pelo qual um emissor segrega um portfólio de ativos e emite um novo instrumento de dívida ou valor mobiliário por meio de um veículo independente com prioridades distintas de recebimento em relação ao portfólio original. São exemplos de securitização: Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) emitidos por securitizadoras Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos por securitizadoras Certificados de Cédula de Crédito Bancário (CCCB) emitidos por instituições financeiras IF Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 110 É importante notar que alguns sites definem securitização pelo lado do passivo, ou seja, do devedor. Mas é uma visão inadequada para a realidade brasileira, pois o que se transfere REALMENTE é o direito de recebimento. Apesar de ser uma dívida de alguém, normalmente quem empacota é quem tem direito de receber e não de pagar. Antes de prosseguir definindo as características dos principais veículos de securitização, vale mostrar o modelo norte-americano que deu origem a alguns dos instrumentos securitizados que temos por aqui. Vejam o filme “A Grande Aposta”, pois há ótima discussão sobre CDOs e CDSs, instrumentos que trataremos nessa aula. CDO – Collateralized Debt Obligation Esse instrumento foi bastante criticado durante a crise do subprime nos EUA, pois permitiu uma expansão muito rápida dessas hipotecas de alto risco. Antes da “invenção” do CDO, as hipotecas de alto risco acabavam ficando na carteira dos emissores, pois não havia demanda para tamanho risco. Grandes compradores como os fundos de pensão não poderiam investir nesses títulos e hedge funds achavam que o risco não compensaria o retorno. Imagine um banco que empresta dinheiro para interessados em comprar imóveis. Concede, por exemplo, R$ 1 bilhão em créditos imobiliários, garantidos pelos imóveis. Esses R$ 1 bilhão gerarão um fluxo anual de, digamos, R$ 100 milhões por ano. Antes dos CDOs, para passarem esses créditos adiante, os bancos criavam uma SPE (sociedade de propósito específico) que recebia os direitos de todos esses créditos. Essa SPE teria, então, o direito de receber o dinheiro dos mutuários e ainda levava as garantias dos imóveis. O que fazia essa SPE? Emitia cotas, por hipótese, 1 milhão de cotas e fazia um IPO (initial private offer) ou uma emissão privada, para captar o dinheiro e Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 111 repassar ao banco, como contrapartida da cessão dos créditos (compra de carteira de créditos). Antes de ir a mercado o banco (ou a SPE) contratava uma agência classificadora de risco (rating agency, como Moody´s, S&P, Fitch etc.) para indicar qual seria o risco daquele pacote de recebíveis (normalmente diversificado). Imaginemos que o risco ficasse em BB (nem ruim, nem bom). Para esse risco de crédito as pessoas aceitariam, por exemplo, receber 9% ao ano. Uma conta simples mostra que, a 9% ao ano, o valor presente do fluxo (consideraremos perpétuo apenas para fins de ilustração) seria de R$ 1,1 bilhão (R$ 100.000.000/0,09). A SPE vende então as cotas e capta R$ 1,1 bi e paga ao banco esse valor. O banco já tem um ganho de 10% (de R$ 1 bi para R$ 1,1 bi) e os cotistas da SPE ficaram com o risco dos mutuários. O banco, com esse dinheiro, pode emprestar novamente a outros mutários. Uma cota dessa SPE é um ativo securitizado. É uma MBS (mortgage backed security). Se na SPE houvesse outros ativos, como crédito estudantil, crédito privado de longo prazo etc., suas cotas (ativos) seriam classificadas como ABS (asset backed security). Isso é interessante, mas não atendia a públicos que precisavam de mais segurança (fundos de pensão) e também àqueles com maior apetite para risco (hedge funds). O CDO veio para transformar essa SPE num veículo que pudesse atender a diversos públicos, diversos apetites por risco e retorno. Imagine que a mesma SPE, porém, em vez de oferecer MBSs sem distinção entre eles (todos com o mesmo risco, pagando 9% ao ano no máximo), conferisse às cotas algum grau de prioridade no recebimento dos pagamentos dos mutuários. Pensemos o seguinte. 40% das cotas estariam em uma tranche (divisão) Sênior, que teria prioridade de recebimento em relação às outras. 40% das cotas estariam numa tranche intermediária, chamada mezanino, e receberia após o pagamento das cotas senior. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 112 Por fim há uma tranche subordinada (20% das cotas), que é a primeira a arcar com qualquer default ou crédito não performado. A SPE tem todo o direito de fazer isso. Ela não é obrigada a vender cotas com direitos iguais. Se temos uma estrutura como essa e aqueles R$ 100.000.000 que vêm todo ano têm uma estimativa média de apenas 3% de inadimplemento, quando é que as tranches superiores vão parar de receber seus valores? Praticamente nunca. Por isso elas eram classificadas pelas agências de risco como AAA, ou risco baixíssimo. Como são AAA podem pagar, por hipótese, 6% ao ano e podem ser vendidas para fundos de pensão, pois são de risco baixo e são aceitas pelas regras desses veículos. As tranches intermediárias também são quase inatingíveis, pois o default só começaria a atingi-las se a inadimplência chegar a níveis absurdamente altos. As agênciaspoderiam classificá-las como AA ou A. Por serem de baixo risco, poderiam se contentar com, por exemplo, 8% ao ano. Então temos 40% das cotas vendidas para tranches senior, 40% para tranches mezanino 20% para tranches subordinadas, junior ou equity. Lembre-se que a SPE vendeu os títulos por R$ 1,1 bi (10% a mais do que o crédito original, que foi o ganho do banco). Vamos assumir que as cotas senior pagaram R$ 440.000.000 pelo direito, as cotas mezanino R$ 440.000.000 e as cotas equity R$ 220.000.000, totalizando R$ 1,1 bilhão. Cada cota tem um valor igual, porém direitos diferentes. Dos R$ 100.000.000 por mês, quanto deveria ser destinado para cada tranche? • R$ 440 milhões x 6% = R$ 26,4 milhões • R$ 440 milhões x 8% = R$ 35,2 milhões Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 113 • Para as cotas júnior ou equity, o que sobra = R$ 38,4 milhões menos a inadimplência. • Como eles (equity) pagaram R$ 220 milhões, a rentabilidade da cota júnior, se todos pagarem, seria de 17,45% (38,4 / 220). Nos EUA imaginava-se que, mesmo em empréstimos imobiliários de alto risco, a inadimplência jamais passaria de 8%. Se ocorresse essa inadimplência, no caso, sobraria para as cotas junior R$ 30,4 milhões, uma rentabilidade de 13,81%. Perceba algo interessante nesse instrumento financeiro. Não é o risco específico dos ativos ou dos empréstimos que “cria” as tranches AAA, mas a diferenciação de direitos sobre o crédito DENTRO do próprio veículo financeiro (SPE). Por isso havia nos EUA CDO´s com tranches AAA mesmo que TODOS os seus recebíveis fossem de baixa qualidade. Como a inadimplência, mesmo quando muito alta, não passaria de 8% a 10%, as tranches superiores SEMPRE receberiam seus direitos. Naturalmente os bancos não contavam que a inadimplência, principalmente para hipotecas subprime, de alto risco, bateria todos os recordes e destruiria o valor desses ativos garantidos nas dívidas. Aqui no Brasil os CRAs, CRIs e os FDICs costumam ter estrutura semelhante a essa. Só que, como são muitas vezes ativos garantidos em recebíveis de uma empresa do agronegócio ou incorporadora imobiliária, os próprios originadores do crédito integralizam as cotas júnior, como forma de compromisso com a operação. Assumem o primeiro risco de default. Após a crise do subprime os CDOs passaram a ser vistos como veículos para fraude, mas, como deve ter ficado claro, são apenas uma engenhosa forma de atender diferentes públicos com um mesmo ativo, de risco homogêneo. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 114 Apesar de parecer estranho empacotar um monte de hipotecas com risco CCC, péssimos pagadores, e conseguir extrair desse veículo (SPE) cotas com classificação AAA, não há nada de errado, impossível ou fraudulento nisso. Ainda que a inadimplência pudesse chegar a 50%, as tranches mais elevadas continuariam a receber sua remuneração contratada. Ainda que possa ter havido fraudes no mercado americano, a estrutura de um CDO não é, em si, fraudulenta. É bem engenhosa e continua servindo muito bem ao mercado de crédito, inclusive no Brasil (onde há diferenças da estrutura, mas o conceito é o mesmo). Antes de falar propriamente dos instrumentos securitizados, precisamos introduzir os conceitos de LCI e LCA, que são instrumentos de captação bancária, com destinação dos recursos para a área imobiliária e do agronegócio. Letra de Crédito Imobiliário - LCI A LCI é um instrumento de Renda Fixa bastante procurado pelo investidor pessoa física e dos que mais cresceram nos últimos anos, por conta de sua isenção de Imposto de Renda para esse público. Representa uma fonte de recursos para o setor imobiliário, pois possui como lastro créditos imobiliários. São emitidas por instituições financeiras – bancos comerciais, múltiplos e de investimento, além de sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e companhias hipotecárias – e regulamentadas pela a Lei no 10.931/2004 e a Circular do Banco Central no. 3.614/12, podem ser remuneradas por taxa pré ou pós-fixada. Em termos de risco, ao tomar uma LCI o investidor assume o risco primário do emissor (instituição financeira). Conta ainda com a segurança adicional de que está vinculado à carteira da de crédito imobiliário da instituição financeira. É elegível à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A LCI não pode ser resgatada a qualquer momento, mas é possível negociá-la no mercado secundário. Em fevereiro de 2024, o prazo mínimo de vencimento desse ativo Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 115 variava de acordo com o indexador que possui. São 36 meses quando o título for atualizado mensalmente por índice de preços ou 12 meses nos demais casos. Se não utilizar índice de preços, é de 90 dias (o prazo de 90 dias foi revogado pela Resolução CMN 5119 de 2 de fevereiro de 2024, agora é 12 meses nos demais casos). Esses prazos devem ser contados a partir da data que um terceiro, pessoa física ou jurídica, adquirir o título da instituição emissora. Nesses períodos, a instituição emissora não poderá recomprar ou resgatar a LCI. De acordo com essa norma, as operações de crédito imobiliários vinculadas à LCI devem ser utilizadas como lastro pelo seu valor líquido, deduzido da obrigação com que tiver relacionada. Na B3, o registro da LCI é feito pela instituição financeira emissora, responsável por informar as condições da emissão e fazer a gestão dos créditos que lastreiam a operação. Entre os tipos de lastro estão: financiamentos habitacionais garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de bens imóveis, sejam eles contratados ou não pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH); empréstimos garantidos por hipoteca ou alienação imobiliária de bens imóveis residenciais; e outros empréstimos ou financiamentos garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de bens imóveis. Aqui vale pontuar a diferença entre hipoteca e alienação fiduciária. Na hipoteca o imóvel é dado como garantia. Se o tomador não quitar o empréstimo, o imóvel pode ser tomado para honrar a dívida. Na alienação fiduciária, o imóvel fica com gravame com o nome do financiador até a quitação da dívida. A alienação fiduciária é a garantia de pagamento em segurança, e se dá pela transferência da posse de um bem do devedor ao credor. Assim, durante o prazo para pagamento, a coisa é usada pelo devedor, que preserva a posse direta, usando-a como se fosse sua. Porém, juridicamente, a propriedade é do credor. Uma coisa bem interessante é debater COMO as LCIs conseguem ter taxas tão altas. Alguns bancos oferecem 103% do CDI, para prazos mais longos. Isso, sem Imposto de Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 116 renda, é uma maravilha para o investidor. Em bancos grandes esse percentual cai bastante, entre 85% e 95% do CDI, a depender do valor e do prazo. Mas quem já pegou financiamento imobiliário sabe que às vezes se paga, mesmo fora do Sistema Financeiro de Habitação (que tem funding subsidiado), 80% a 85% do CDI como taxa de empréstimo. Mesmo comprando na planta, o mutuário paga uma atualização mínima pelo INCC. Como é possível que a instituição financeira capte a 95% do CDI e empreste para quem vai repassar esse crédito a 85% do CDI (construtora ou incorporadora)? Normalmente as taxas não se referem a empréstimos FINAIS, em que financiamos o tomador final (mutuário da casa própria). É um sistema de funding (recursos para financiamento) do sistema das incorporadoras, construtorasetc. A diferença dos juros é ajustada dentro da própria margem da construtora. Vejamos. Imagine que uma rede de supermercados contratou uma construtora para fazer uma nova sede. A Construtora orça o prédio em R$ 100.000.000, e faz um contrato de alienação fiduciária em que o supermercado pagará, por hipótese, 9% ao ano (cerca de 75%-80% do CDI). Como a construtora precisará de R$ 40 milhões para construir o imóvel, ela pode captar dinheiro junto a um banco dando como garantia esses recebíveis imobiliários (o contrato de alienação fiduciária). Ela vai pagar ao banco, por exemplo, 16% ao ano, sobre R$ 40 milhões (R$ 6,4 milhões) e receberá R$ 9 milhões. Durante os 3 anos de construção, funcionaria assim. Ao final, a construtora repassaria (em outras condições) o contrato inteiro para uma instutuição financeira. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 117 Imagine que o saldo devedor do comprador e da construtora, ao final da construção, sejam os mesmos (R$ 100 mi e R$ 40 mi). Isso porque, por hipótese, só pagaram os juros e não amortizaram o principal (esqueçamos ajustes de TR por simplificação). O contrato de 9% ao ano continuaria dando 9% de juros + amortização. A construtora não é banco, não quer esse contrato de 30 anos. Ela pode vender esse contrato, por hipótese, por R$ 50 milhões, quitar seu saldo devedor de R$ 40 milhões e ficar com o lucro de R$ 10 milhões. Além do lucro da diferença entre os juros que pagou e que recebeu. O contrato paga, por ano, R$ 9 milhões. O banco comprou esse direito por R$ 50 milhões. Isso significa juros da ordem de 18% ao ano. Perceba como há espaço para que todos ganhem nesse mercado. É claro que, na prática, as coisas são mais amarradas e não há tanta margem financeira assim. Mas é só para ilustrar como os instrumentos de venda e cessão de créditos podem aliar taxas de captação e empréstimo tão díspares. Onde entra a LCI nisso? O banco não usa dinheiro próprio para emprestar à construtora, emite as LCIs com ótima rentabilidade, capta junto a investidores e repassa os recursos “carimbados” ao setor imobiliário. Atualização, Resolução CMN 5.119 de 2 de fevereiro de 2024. Para fins de emissão de LCI, considera crédito imobiliário: I - financiamentos para a aquisição de imóveis residenciais ou não residenciais; II - financiamentos para a construção de imóveis residenciais ou não residenciais; III - financiamentos a pessoas jurídicas para a produção de imóveis residenciais ou não residenciais; IV - financiamentos para reforma ou ampliação de imóveis residenciais ou não residenciais; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 118 V - financiamentos para aquisição de material para a construção, ampliação ou reforma de imóveis residenciais ou não residenciais; e VI - empréstimos a pessoas naturais com garantia hipotecária ou com cláusula de alienação fiduciária de bens imóveis residenciais. IMPORTANTE. A mudança nas regras de LCI e LCA foram introduzidas exatamente um dia útil antes dessa atualização. As letras emitidas até 1º de fevereiro de 2024, permanecem válidas e com as regras anteriores (de prazo e de lastro). Letra de Crédito do Agronegócio - LCA É um título vinculado a crédito do Agronegócio. A LCA é um título emitido por uma instituição financeira. É utilizado para captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio. Criados pela Lei nº 11.076, esses papéis têm como um de seus atrativos o fato de que os investidores pessoas físicas têm seus rendimentos isentos de Imposto de Renda. Outro diferencial é o fato de as LCAs emitidas a partir de 23 de maio de 2013 terem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite estabelecido pelo Fundo para recursos numa mesma instituição. Em fevereiro de 2024, o prazo mínimo de vencimento desse ativo variava de acordo com o indexador que possui. São 12 meses quando o título for atualizado mensalmente por índice de preços ou 9 meses nos demais casos. Se não utilizar índice de preços, é de 90 dias (o prazo de 90 dias foi revogado pela Resolução CMN 5119 de 2 de fevereiro de 2024, agora é 9 meses nos demais casos). O risco primário da LCA é da instituição financeira. Na inadimplência do banco, o lastro está penhorado por lei ao investidor final que pode requisitar sua propriedade ao juiz quando o banco não pagar o ativo. Na B3, para registrar a LCA, a instituição financeira emissora deve fazer o devido registro do lastro, sendo a responsabilidade pela gestão e suficiência dos lastros do emissor do título. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 119 Um dos diferenciais das LCAs registradas na B3 é a gama de lastros (garantias) que podem ser atrelados a elas. Como lastro, entende-se os direitos creditórios vinculados a produtores rurais, suas cooperativas, e terceiros, inclusive empréstimos e financiamentos relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados nesse setor. Entre os exemplos de instrumentos que servem como lastro dessas operações: Cédula de Produto Rural (CPR), notas promissórias rurais, CRH – Cédula Rural Hipotecária, CRPH – Cédula Rural Pignoratícia Hipotecária, o CCB de origem do agronegócio, a NCE – Nota de Crédito à Exportação, a CCE – Cédula de Crédito à Exportação, o CDA/WA – Certificado de Depósito Agropecuário, o Warrant Agropecuário e a NCR – Nota de Crédito Rural. O Contrato Mercantil também pode ser usado como lastro. Sobre as vedações acima, ver nota a seguir. Outra funcionalidade é o Lastro Revolvente, que possibilita gestão de lastros de ciclo curto que sejam integrantes de uma cesta de garantias. Ou seja, aqueles com vencimento inferior ou igual à data de vencimento do título, cuja produção se esgota antes do prazo das respectivas LCAs. Por meio dele é possível gerenciar alguns lastros de forma mais otimizada, renovando-os conforme o comportamento da produção, e alongando o papel. Atualização, Resolução CMN 5.119 de 2 de fevereiro de 2024. Ficam vedadas as emissões de LCA com lastro nos seguintes direitos creditórios: I - adiantamentos sobre operação de câmbio; II - créditos à exportação, inclusive certificados, cédulas ou notas deles representativos; III - certificados de recebíveis, inclusive certificados de recebíveis do agronegócio; e IV - debêntures.; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 120 IMPORTANTE. A mudança nas regras de LCI e LCA foram introduzidas exatamente um dia útil antes dessa atualização. As letras emitidas até 1º de fevereiro de 2024, permanecem válidas e com as regras anteriores (de prazo e de lastro). Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Importante distinguir aqui Letra, de Certificado. Letra, normalmente, é instrumento de captação de instituições financeiras, são emitidas por elas e o risco do crédito é o risco da própria IF emissora. Certificados são instrumentos de repasse de direitos creditórios, ou seja, representam esses direitos. O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é um título que gera um direito de crédito ao investidor. Ou seja, o mesmo terá direito a receber uma remuneração (geralmente juros) do emissor e, periodicamente, ou quando do vencimento do título, receberá de volta o valor investido (principal). Não há investimento mínimo, porém a maior parte dos CRIs possui valor unitário de R$300.000,00. Do ponto de vista do emissor, o CRI é um instrumento de captação de recursos destinadosa financiar transações do mercado imobiliário e é lastreado em créditos imobiliários, tais como: financiamentos residenciais, comerciais ou para construções, contratos de aluguéis de longo prazo etc. Somente instituições específicas, denominadas securitizadoras, podem emitir o CRI. As companhias securitizadoras de créditos imobiliários são instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações, que têm por finalidade a aquisição e securitização desses créditos e a emissão e colocação, no mercado financeiro, de CRIs, podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com as suas atividades. Os CRIs podem ter por remuneração por taxa de juro prefixada; ou uma das seguintes remunerações, ajustada para mais ou para menos, por taxa fixa: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 121 • Taxa Referencial (TR) ou Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), observado o prazo mínimo de um mês para vencimento ou repactuação; ou • Taxas flutuantes que sejam regularmente calculadas e de conhecimento público e que sejam baseadas em operações contratadas a taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior ao período de reajuste estipulado contratualmente. Alternativamente, é permitida a emissão de CRIs com cláusula de correção monetária com base nos coeficientes fixados para correção de títulos públicos federais ou índice de preços, ajustada para mais ou para menos por taxa fixa. É admitida a estipulação de cláusula de reajuste, com periodicidade mensal, por índices de preços setoriais ou gerais ou pelo índice de remuneração básica dos depósitos de poupança, se emitidos com prazo de vencimento mínimo de 36 meses. O processo pelo qual os recebíveis imobiliários são vinculados ao CRI é conhecido como securitização e, para a sua realização, é necessário seguir uma série de procedimentos formais, incluindo a constituição do denominado Termo de Securitização, com os seguintes elementos: • identificação do devedor; • valor nominal de cada crédito que lastreie a emissão; • identificação dos títulos emitidos; e • indicação de outras garantias dos títulos, quando houver. É comum que seja instituído o regime fiduciário, ou seja, os recebíveis: (i) são separados do patrimônio da securitizadora e destinados exclusivamente à liquidação dos CRIs, bem como ao pagamento dos respectivos custos de administração e de obrigações fiscais; (ii) estão isentos de qualquer ação ou execução pelos credores da securitizadora; e (iii) só responderão pelas obrigações inerentes aos CRIs. Desta forma, a securitizadora não pode utilizar tais recebíveis para outras finalidades que não as acima destacadas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 122 O investidor busca as seguintes vantagens do CRI: • Sendo renda fixa, o investidor tem a previsão do fluxo de caixa das remunerações e amortizações do título. • Há a proteção do regime fiduciário, que garante segregação do risco do emissor, ou seja, caso a securitizadora tenha dificuldades financeiras, o fluxo de pagamento para os investidores não será afetado, uma vez que os recebíveis estão segregados do patrimônio da emissora. • E, para pessoa física, os rendimentos do CRI são isentos de Imposto de Renda. o A desvantagem é não contar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), porém tem sua própria estrutura de garantias. Sobre o acesso do CRI ao investidor Não Qualificado, temos as seguintes regras da RCVM 60: Art. 4º A emissão de CRI destinada ao público em geral somente é admitida para CRI lastreados em créditos sobre os quais tenha sido instituído o regime fiduciário previsto no art. 9º da Lei nº 9.514, de 1997, originados: I – de imóveis com “habite-se”, ou documento equivalente, concedido pelo órgão administrativo competente; ou II – da aquisição ou da promessa de aquisição de unidades imobiliárias vinculadas a incorporações objeto de financiamento, desde que integrantes de patrimônio de afetação. Caso os créditos sejam considerados imobiliários pela sua destinação, a SSE poderá dispensar o cumprimento dos requisitos acima, desde que a operação de securitização conte com as seguintes características: I – o lastro dos CRI seja constituído por créditos imobiliários que são devidos independentemente de qualquer evento futuro; II – o emissor dos ativos que constituem o lastro dos CRI seja companhia aberta atuante no setor imobiliário, nos termos de seu estatuto social; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 123 III – seja instituído regime fiduciário sobre os créditos imobiliários que constituem o lastro dos CRI; IV – o agente fiduciário fique responsável por verificar a destinação dos recursos captados a imóveis, de modo a configurar o vínculo previsto no inciso I do art. 8º da Lei 9.514, de 1997; e V – nos documentos da oferta pública de distribuição de CRI esteja previsto que os recursos captados serão efetivamente destinados a imóveis até a liquidação dos CRI. Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA São títulos emitidos exclusivamente por companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio. Os CRAs têm como principal característica a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. Não é um título muito indicado para quem tem pressa, normalmente voltado para médio e longo prazos. As pessoas jurídicas que investirem no papel, por sua vez, estão sujeitas às mesmas regras de tributação definidas para títulos de renda fixa, com alíquota regressiva e recolhimento direto na fonte. Criados em 2004, pela Lei 11.076, os CRAs não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito. Os certificados são lastreados em direitos creditórios originários de negócios realizados entre produtores rurais, ou suas cooperativas, e terceiros. Os riscos, portanto, estão associados às atividades ligadas ao agronegócio. As garantias existentes em uma emissão de CRA podem estar vinculadas, portanto, à propriedade rural, à safra ou mesmo serem pulverizadas, quando emissores diferentes servem de lastro para um mesmo CRA. O título é nominativo e de livre negociação. Sobre o acesso do CRA ao investidor Não Qualificado, temos as seguintes regras da RCVM 60: Art. 7º Os CRA ofertados a investidores que não sejam considerados qualificados devem cumulativamente: I – contar com retenção substancial de riscos e benefícios do cedente ou de terceiros, conforme definição disposta nas normas contábeis emitidas pela CVM para as companhias abertas, salvo se o Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 124 CRA estiver vinculado à dívida de responsabilidade de um único devedor ou devedores sob controle comum; II – ser constituídos por créditos considerados como performados no momento da cessão ou subscrição pela companhia securitizadora; III – possuir devedores ou coobrigados com exposição máxima de 20% (vinte por cento) do valor da emissão, salvo se o devedor ou coobrigado for: a) companhia aberta; ou b) instituição financeira ou equiparada; e IV – ser constituídos por direitos creditórios cedidos por um único cedente ou cedentes sob controle comum. § 1º A retenção de riscos referida no inciso I pode ocorrer, dentre outros, por meio da emissão, para o cedente ou terceiros, de certificados de classe subordinada ou, ainda, da assunção de coobrigação ou contratação de seguro. § 2º Por créditos performados referidos no inciso II entende-se aqueles em que o produto objeto da compra ou venda já tenha sido entregue ou em quea prestação de serviço já tenha ocorrido. § 3º Equiparam-se aos créditos performados os títulos de dívidas vinculados à emissão, desde que os pagamentos devidos não estejam condicionados a qualquer evento futuro. § 4º Para efeito do disposto no inciso III, equiparam-se ao devedor ou coobrigado o seu acionista controlador, as sociedades por eles direta ou indiretamente controladas, suas coligadas e sociedades sob controle comum. § 5º Somente os certificados que atendam ao disposto neste artigo na data de registro da oferta podem ser adquiridos em mercados regulamentados de valores mobiliários por investidores considerados não qualificados. § 6º Nos casos em que houver o cumprimento da obrigação de retenção de risco por meio de coobrigação do cedente, nos termos do inciso I, não se aplica o limite de exposição por coobrigado de 20% (vinte por cento) do valor da emissão. A Oferta Pública a investidores não qualificados era vedada, mas a CVM colocou condições em que o risco cai demais, como usar apenas créditos performados. Um exemplo de CRA seria o seguinte: Um grande trader de commodities agrícolas (Louis Dreyfus - LD, por exemplo) tem um grande número de produtores associados. Em vez de financiar diretamente esses produtores ele faz um contrato de compra de produtos agrícolas para a próxima safra. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 125 Uma promessa, por exemplo, de compra de R$ 100 milhões em sacas de soja (pode ser em quantidade também). O produtor que recebe a promessa de compra e pagamento pode ceder esse crédito para a companhia securitizadora que vai vendê-los ao mercado via CRAs. A captação, como é uma promessa de receber da LD R$ 100 milhões em 1 ano (por exemplo), gera R$ 80 milhões em valor presente para os CRAs, que são colocados em 2 tranches (80% Senior e 20% subordinadas). As cotas subordinadas são totalmente integralizadas pelo próprio produtor, dessa forma ele recebe R$ 64 milhões em dinheiro para financiar sua produção. Imagine que, por hipótese, os custos do plantio até a entrega do produto à LD tenham sido de R$ 62 milhões. O produtor ficaria com a diferença de R$ 2 milhões do que recebe, mais os R$ 20 milhões dos CRAs que subscreveu na cota subordinada (20% da captação, agora em valor futuro, pago pela LD). Se houver uma quebra de safra, e a LD pagar apenas R$ 90 milhões (não é default, são menos recebíveis mesmo, pois haverá menos entregas físicas do produto), as cotas subordinadas suportariam essa quebra no fluxo de caixa, mas ainda assim o produtor conseguirá bancar sua produção e ter algum lucro. O mundo real é mais complexo e tem contratos mais detalhados (além de que a formação de preço dos CRA´s é feita pelo mercado), mas o modelo é basicamente esse. Atualização sobre CRI e CRA – Resolução CMN 5.118 – 01/02/2024 A Resolução acima indica que os CRIs e CRAs não podem conter como lastro: I - títulos de dívida cujo emissor, devedor, codevedor ou garantidor seja: a) companhia aberta ou parte relacionada a companhia aberta, exceto se o setor principal de atividade da companhia aberta for o setor imobiliário, no caso dos CRIs, ou o agronegócio, no caso dos CRAs; ou Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 126 b) instituição financeira ou entidade autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, ou suas partes relacionadas; II - direitos creditórios: a) oriundos de operações entre partes relacionadas; ou b) decorrentes de operações financeiras cujos recursos sejam utilizados para reembolso de despesas. Também ficam vedadas operações de cessão, endosso e ofertadas a subscrição em que as instituições e as companhias referidas no inciso I retenham quaisquer riscos e benefícios. As regras valem apenas para novas emissões a partir da edição da norma, e a CVM deverá adotar, nos termos de suas competências legais, as medidas necessárias à regulamentação do disposto na Resolução. Ainda não havia, em 06/02/2024, regulamentação própria sobre o tema por parte da CVM. Sobre a tributação de CRI e CRA (e FII) Existe uma diferença entre a tributação dos certificados e dos fundos de investimento imobiliário. Para pessoas físicas, e sob determinadas condições, os Fundos de Investimento imobiliário tem rendimentos isentos (aluguéis, rendas de recebíveis etc.), porém deve-se pagar imposto de renda no ganho de capital sobre a venda das cotas no mercado secundário (20% sobre o lucro, sem a isenção de R$ 20.000 por mês). Isso deriva da interpretação direta do seguinte dispositivo da lei 11.033/2004. Art. 3º Ficam isentos do imposto de renda: III - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, os rendimentos distribuídos pelos Fundos de Investimento Imobiliário e pelos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) cujas cotas sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado. Está claro que a isenção é apenas para os RENDIMENTOS distribuídos. Já para CRI e CRA, a lei é mais abrangente: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 127 II - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida por letras hipotecárias, certificados de recebíveis imobiliários e letras de crédito imobiliário. IV - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida por [...] Letra de Crédito do Agronegócio – LCA e Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA. Em que pese o mercado secundário de CRI e CRA ter liquidez apenas recentemente, a interpretação é que, para pessoas físicas, a negociação no mercado secundário também não haveria tributação, pois “remuneração” é mais amplo o que “rendimento distribuído”. Portanto, não há tributação sobre a remuneração recebida de CRI e CRA, mesmo que seja vendido no mercado secundário. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 128 Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 129 LISTA DE QUESTÕES As questões aqui colocadas não estão associadas diretamente à banca dos concursos, foram escolhidas para cobrirem os principais modelos e as principais formas de trabalhar os temas. Seguem os enunciados sem resolução. No capítulo seguinte os resultados com os comentários. 1. Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba - SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Pindamonhangaba - SP - Tesoureiro Assinale a alternativa que contém corretamente os tipos de investimentos em títulos públicos. A) Tesouro Selic, Tesouro direto e Tesouro indireto. B) Selic, IPGM e IPCA. C) Tesouro Selic, Tesouro Pré-fixado e Tesouro IPCA+. D) CDB pré-fixado, CDB pós-fixado e Fundo imobiliário. E) Fundo de renda fixa, fundo imobiliário e tesouro nacional. 2. Ano: 2023 Banca: CESGRANRIO Órgão: BANRISUL Prova: CESGRANRIO - 2023 - BANRISUL - Escriturário A Letra do Tesouro Nacional (LTN) é um título público federal, emitido com determinado valor nominal ou de face, que será pago ao seu detentor quando ocorrer o seu vencimento. A LTN, portanto, Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 130 A) mantém a remuneração real de seu comprador, se ocorrer uma inflação maior do que a inflação esperada na ocasião da emissão do título. B) figura comumente no passivo dos bancos comerciais. C)aumenta de valor, no mercado secundário de títulos, se houver uma queda na taxa de juros básica da economia. D) é um título de longo prazo, em geral superior a 20 anos. E) é inegociável no mercado secundário de títulos. 3. Ano: 2023 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial - Prova C A principal razão que justifica a existência de um mercado primário de títulos públicos, administrado pelo Tesouro Nacional, é mobilizar recursos financeiros para o(a) A) combate à inflação B) financiamento das empresas C) financiamento dos déficits do governo D) equilíbrio do Balanço de Pagamentos do país E) estabilidade do mercado de trabalho 4. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos De acordo com os instrumentos de renda fixa, julgue o item. Os títulos públicos federais que pagam cupom semestralmente são: tesouro pré-fixado (LTN), tesouro selic (LFT) e tesouro IPCA (NTN-B principal). Certo Errado Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 131 5. Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFIN de Fortaleza - CE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - SEFIN de Fortaleza - CE - Analista Fazendário Municipal - Área de Conhecimento: Ciências Econômicas/Finanças Acerca das operações e dos instrumentos do mercado financeiro e de capitais, da estrutura a termo de taxa de juros (ETTJ) e da renda fixa, julgue o item que se segue. Títulos públicos federais prefixados, como a LTN e a NTN-F, proporcionam rentabilidade garantida ao investidor, sem volatilidade de preço, ainda que vendidos antes do seu prazo de vencimento. Certo Errado 6. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: FUNPRESP-EXE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - FUNPRESP-EXE - Analista de Previdência Complementar - Área de Atuação: Investimentos Suponha uma aplicação em uma LTN (Tesouro Prefixado), que é um título que paga ao investidor o valor de face (VF) na data de vencimento, e que não haja pagamentos intermediários de cupom. Na data da aplicação, restam 600 dias úteis até o vencimento da LTN, cujo valor de face é de R$ 1.000,00. Considerando essas condições, julgue o item que se segue. Se o investidor da LTN, que adquiriu o título por R$ 800,00, decidir vendê-la antes da data de vencimento e se o preço de venda for de R$ 900,00, então, restando 300 dias úteis até o vencimento na data de venda, a rentabilidade acumulada no período da aplicação (R) será dada pela seguinte expressão: Certo Errado Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 132 7. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde O CDB é um tradicional produto de captação de instituições financeiras. Ele pode ser pós- fixado ou prefixado. Sobre esse instrumento, assinale a afirmativa correta. A) Um CDB que rende 4% ao ano mais inflação não tem risco porque ele preserva o poder de compra do investidor. B) Os bancos são instituições que só emitem CDBs pós-fixados, indexados à taxa DI ou à inflação. C) Um CDB que rende 12% ao ano é um instrumento prefixado e tem risco porque a inflação pode subir. D) Um CDB que rende 4% ao ano mais inflação é um título prefixado porque o investidor já sabe quanto ganhará em termos de poder de compra. E) Um CDB que rende 102% da taxa DI é um instrumento prefixado porque a taxa DI tem correlação alta com a taxa Selic, a taxa básica da economia. 8. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde Assinale a afirmativa correta sobre um investimento em um CDB que paga uma taxa prefixada mais inflação e é sujeito a imposto de renda. A) O investidor torce para que haja muita inflação, pois assim receberá mais e poderá consumir mais. B) O investidor torce para a taxa de juros real subir, pois assim seu CDB valerá mais. C) O investidor torce para a taxa SELIC subir, pois assim seu CDB valerá mais. D) O investidor torce para que a inflação seja baixa, uma vez que seu poder de consumo será maior se isso ocorrer. E) O investidor torce para a taxa de juros nominal de mais longo prazo subir, pois assim seu CDB valerá mais. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 133 9. CS-UFG - 2018 - Câmara de Goiânia - GO - Assessor Técnico Legislativo - Economista Qual item financeiro pode ser considerado como renda variável? A) Caderneta de poupança. B) Títulos públicos pré e pós-fixados. C) Certificado de depósito bancário (CDB). D) Contratos futuros de opções. 10. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde Sobre LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e CDB (Certificado de Depósito Bancário), analise os itens a seguir: I. LCA e LCI são títulos de renda fixa emitidos pelo governo para financiar projetos no agronegócio e no setor imobiliário. II. LCA, LCI e CDB têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas. III. CDI serve de referência para o mercado financeiro, e CDB é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras. Está correto o que se afirma em A) I apenas. / B) I e II apenas. / C) II apenas. / D) I e III apenas. / E) III apenas. 11. ESAF - Analista de Finanças e Controle (CGU)/Auditoria e Fiscalização/Controle Interno/2008 No que tange à definição e classificação dos títulos de renda fixa, não se pode afirmar que: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 134 a) os títulos de renda fixa são aqueles cujos rendimentos e prazos de resgate são estabelecidos por ocasião da emissão do papel ou título, podendo os rendimentos ser prefixados, pós-fixados ou flutuantes. b) os títulos de renda fixa estão divididos em títulos públicos de renda fixa e os títulos privados de renda fixa, que são os emitidos por instituições financeiras e não financeiras. c) a remuneração dos títulos que apresentam rendimento pós-fixado somente é conhecida na data do resgate do papel. d) a modalidade flutuante assemelha-se com a pós-fixada e diferencia-se, basicamente, pela fixação de taxas contratadas. e) as principais funções do mercado secundário de títulos de renda fixa, no qual ocorre a transferência de titularidade dos papéis e ocasiona aumento ou diminuição de recursos pelos emissores, são dar liquidez ao mercado primário de títulos públicos e privados e permitir que a autoridade monetária realize política monetária. 12. FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2006 Um investidor que acredita numa rápida elevação da taxa básica de juros, visando maximizar seus ganhos, deve optar pela aquisição de a) Notas do Tesouro Nacional - Série-D. b) Notas do Tesouro Nacional - Série-C. c) Letras do Tesouro Nacional. d) Notas do Tesouro Nacional - Série-H. e) Letras Financeiras do Tesouro. 13. FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4/2006 Um investidor que acredita na queda das taxas de juros, visando maximizar seus ganhos, deve optar pela aquisição de Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 135 a) Letras Financeiras do Tesouro. b) Notas do Tesouro Nacional série-D. c) Notas do Tesouro Nacionalsérie-C. d) Notas do Tesouro Nacional série-H. e) Letras do Tesouro Nacional. 14. CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2009 Um título de renda fixa, emitido pelo governo federal há três meses, pode ser revendido pelo seu dono no: a) mercado primário do título. b) mercado secundário de títulos. c) mercado de derivativos. d) mercado de ações preferenciais. e) dia seguinte ao seu vencimento. 15. FCC - Analista da Comissão de Valores Mobiliários/Normas Contábeis e de Auditoria/2003 O Governo emite títulos federais por meio do a) Ministério da Fazenda. b) Banco Central. c) Banco do Brasil. d) Caixa Econômica Federal. e) Tesouro Nacional. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 136 16. ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Tecnologia da Informação/Gestão em Infraestrutura de Tecnologia da Informação/2013/ ATUALIZADA O Tesouro Direto é um programa desenvolvido pelo Tesouro Nacional, em parceria com a B3. Este é um programa de: a) Venda de títulos públicos a pessoas jurídicas. b) Compra e venda de títulos públicos a pessoas jurídicas. c) Compra de títulos públicos a pessoas físicas e jurídicas. d) Venda de títulos públicos a pessoas físicas. e) Compra e venda de títulos públicos a pessoas físicas diretamente pelo tesouro nacional. 17. FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003 Com relação aos valores mobiliários, excluem-se do regime da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, a) os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal. b) as notas comerciais. c) as cédulas de debêntures. d) os contratos derivativos. e) as debêntures emitidas por instituições financeiras. 18. FCC - Juiz Estadual (TJ PE)/2015/ - ATUALIZADO Analise as seguintes proposições acerca da sociedade anônima: I. As ações ordinárias de companhia aberta não poderão ser de uma ou mais classes. II. O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 137 III. O estatuto social não pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista nas deliberações da assembleia geral. IV. Nas companhias abertas, é permitido ao acionista participar e votar a distância em assembleia-geral. V. Nem mesmo a assembleia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista inadimplente com suas obrigações sociais, o que somente poderá ser determinado por decisão judicial. Está correto o que se afirma APENAS em a) III e V. b) IV e V. c) I e II. d) I e III. e) II e IV. 19. FCC - Procurador de Contas (TCE-CE)/2006/ Com relação às ações preferenciais de sociedade anônima aberta às quais não se atribui direito de voto integral, é correto afirmar que a) não podem ser divididas em classes. b) lhes é vedado adquirir o direito integral de voto. c) concederão a seus titulares o direito de serem incluídas em oferta pública de alienação de controle acionário. d) deverão oferecer ao menos uma preferência adicional, em relação às ações preferenciais de companhia fechada. e) o estatuto não lhes poderá oferecer o direito de eleição em separado de membros dos órgãos de administração. 20. ESAF - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual (SEFAZ PI)/2001/ No que diz respeito às ações preferenciais, a) o direito de voto mostra-se absolutamente incompatível. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 138 b) há limites para a sua emissão, em relação ao capital social, conforme o objeto social. c) atribuem direito de voto no caso em que os dividendos correspondentes não tenham atingido a meta de 10% acima daqueles pagos às ações ordinárias. d) dão o direito de eleger a maioria dos membros do conselho fiscal em assembleia especial. e) podem sempre ser convertidas em ordinárias, na medida de manifestação do titular. 21. FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003 Quanto à caracterização dos valores mobiliários, pode-se dizer que as debêntures correspondem a títulos de a) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem juros corrigidos por específicos índices de preços. b) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, sem que seja prevista a devolução compulsória de principal de rendimentos. c) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, que deverão ser pagos com juros e atualização monetária. d) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem participações nos lucros corrigidos por específicos índices de preços. e) propriedade sobre as sociedades anônimas, com prazo mínimo de 360 dias para sociedades anônimas de capital aberto, remunerados a taxas prefixadas. 22. FCC - Analista da Comissão de Valores Mobiliários/Mercado de Capitais/2003 O prazo de vencimento das debêntures pode ser a) de até 12 meses. b) indeterminado. c) de até 24 meses. d) de até 36 meses. e) de até 48 meses. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 139 23. CESGRANRIO - Técnico Bancário (BAMAN)/2013/ A emissão de debêntures permite à empresa captar recursos sem recorrer ao crédito bancário. As debêntures a) são títulos de dívida do emissor com prazo de vencimento até 90 dias. b) são emitidas exclusivamente pelas empresas de capital aberto. c) permitem à empresa emissora obter recursos sem aumentar a pulverização da propriedade de seu capital. d) permitem sempre a opção de serem resgatadas em ações da própria empresa emissora. e) são títulos de dívida do emissor sem garantias. 24. FGV - Técnico de Fomento C (BADESC)/Advogado/2010/ As alternativas a seguir apresentam espécies de debêntures, em função das garantias oferecidas pela sociedade emissora, à exceção de uma. Assinale-a. a) as com garantia real. b) as com garantia flutuante. c) as com garantia pessoal. d) quirografárias. e) subquirografárias. 25. FGV - Juiz Estadual (TJ PA)/2009/ Em regra, em uma sociedade anônima, a deliberação sobre a emissão de debêntures é da competência: a) exclusiva da Diretoria Especial de Debêntures. b) originária do Conselho Fiscal. c) privativa da Assembleia Geral. d) concorrente com o Conselho Fiscal. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 140 e) delegada à Assembleia de Debenturistas. 26. FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003 As debêntures quirografárias são a) com garantia real, equivalendo aos demais créditos ordinários a favor da emissora. b) com garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários contra a emissora. c) sem garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários a favor da emissora. d) com garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários a favor da emissora. e) sem garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários contra a emissora. 27. CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal - Área 1 Tendo em vista que estudos do Banco Central do Brasil, com base em dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), revelaram que, em 2017, as 277 empresas brasileiras que obtiveram recursos no mercado de capitais tiveram custos menores que aquelas que se financiaram por meio dos canais tradicionais de crédito bancário, julgue o próximo item, relativo aos instrumentos de captação de recursos disponíveis no mercado de crédito e nomercado de capitais para as empresas brasileiras. Uma companhia de capital aberto pode captar recursos por meio de debêntures — títulos de longo prazo, conversíveis ou não em ações, que podem oferecer aos seus investidores as seguintes remunerações: juros, participação nos lucros e prêmios de reembolso. • Certo • Errado 28. IF-RS - 2018 - IF-RS - Administração/Finanças Analise as afirmativas, identificando com “V” as VERDADEIRAS e com “F” as FALSAS, assinalando a seguir a alternativa CORRETA, na sequência de cima para baixo: ( ) As classificações de risco de dívidas (rating) são uma avaliação da qualidade de crédito da empresa emitente, o que indica garantia de que não ocorrerá inadimplência na operação de crédito. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 141 ( ) Debênture é um título mobiliário representativo de dívida de médio e longo prazo de uma empresa e que assegura a seus detentores direito de crédito contra o emissor. ( ) Debênture quirografária não fornece qualquer tipo de privilégio sobre os ativos da emissora; os debenturistas concorrem em igualdade de condições com os demais credores quirografários em caso de falência da companhia. ( ) Debênture subordinada, na hipótese de liquidação da companhia, oferecem preferência de pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas. ( ) Um exemplo de cláusula protetora (covenant) negativa é a empresa ter de manter seu capital de giro igual ou acima de um nível mínimo especificado. A) F – V – V – V – F. B) V – F – V – V – V. C) V – F – F – V – V. D) F – V – V – F – F. E) F – V – F – F – V. 29. FEPESE - 2018 - CELESC - Economista Títulos de renda fixa oferecidos por sociedades de crédito, investimento e financiamento, em que o emitente é o devedor e o beneficiário é a pessoa física ou jurídica que investe o recurso financeiro. Essa definição aplica-se à seguinte modalidade de aplicação do mercado financeiro nacional: A) Debêntures. B) Letra de Câmbio. C) Letra do Tesouro Nacional. D) Certificado de Depósito Bancário. E) Certificado de Depósito Interbancário. 30. CS-UFG - 2018 - Câmara de Goiânia - GO - Assessor Técnico Legislativo - Economista Qual item financeiro pode ser considerado como renda variável? Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 142 A) Caderneta de poupança. B) Títulos públicos pré e pós-fixados. C) Certificado de depósito bancário (CDB). D) Contratos futuros de opções. 31. FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4/2006 Títulos de dívida, de médio e de longo prazo, ofertados publicamente por empresas não financeiras de capital aberto, são A) os bônus de subscrição. B) as notas promissórias. C) as letras hipotecárias. D) as cédulas de crédito. E) as debêntures. 32. Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção O art. 3º, da Lei nº 9.514/1997, estabeleceu as condições para o funcionamento das companhias securitizadoras de crédito imobiliário e como ferramenta de sua atuação criou o Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI em seu art. 6º. Quanto às características do Certificado de Recebíveis Imobiliários, assinale a correta. A) É título de crédito ao portador. B) Constitui ordem de pagamento à vista. C) Constitui Promessa de Pagamento em dinheiro. D) É título de crédito de circulação vedada, em virtude de suas especificidades. 33. Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ- DFT - Juiz de Direito Substituto Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 143 O certificado de recebíveis imobiliários (CRI) A) pode ser emitido sem indicação de valor nominal. B) é título de crédito ao portador. C) não pode ser garantido por aval. D) pode ser emitido por pessoa física. E) é nominativo e emitido de forma escritural. 34. Ano: 2021 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente Comercial - Prova B Existem títulos de dívida de longo prazo emitidos por sociedades de ações e destinados, geralmente, ao financiamento de projetos de investimento ou para alongamento do perfil de endividamento das empresas. Tais títulos são A) as ações B) as debêntures C) os dividendos D) os Depositary Receipts (DR) E) os Brazilian Depositary Receipts (BDR) 35. Ano: 2022 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: BANESE Provas: INSTITUTO AOCP - 2022 - BANESE - Técnico Bancário III - Área de Informática – Desenvolvimento Você foi escalado para desenvolver e implementar um projeto relacionado à tecnologia da informação (TI), que tem por objetivo colaborar com a avaliação dos principais papéis negociados no mercado de capitais, a respeito dos quais é correto afirmar que A) as ações podem ser classificadas em três espécies: ordinárias, preferenciais e de fruição ou gozo. B) as opções sobre ações representam um direito de compra de ações ao preço de mercado, válido por tempo determinado. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 144 C) os DRs (Depositary Receipts) apresentam duas categorias quando negociados nas bolsas de valores norte-americanas. D) os Brazilian Depositary Receipts (BDR) são uma forma de captar recursos no mercado internacional, mediante o lançamento de recibos de depósitos (DR). E) as debêntures representam a menor parcela (fração) do capital social de uma sociedade anônima, destinadas ao financiamento de projetos de investimentos. 36. Ano: 2006 Banca: FJPF Órgão: CONAB Prova: FJPF - 2006 - CONAB - Técnico em Planejamento Finalmente, os produtores conseguirão entrar na comercialização. A aprovação da Medida Provisória MP 221 pelo Senado Federal que trata da regulamentação dos novos títulos agropecuários fará com que os agricultores tenham mais liberdade para vender sua produção e no momento que for mais conveniente. Sobre os novos títulos de comercialização, criados pela MP 221, cada um com sua peculiaridade, correlacione as colunas: 1. CDA – Certificado de Depósito Agropecuário 2. WA – Warrant Agropecuário 3. CDCA – Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio 4. LCA – Letras de Credito do Agronegócio 5. CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio ( ) Título de crédito que confere ao proprietário o penhor sobre a mercadoria. ( ) Documento que poderá ser emitido apenas por companhias securitizadas de direitos creditórios. ( ) Papel que pode ser emitido por cooperativas e pessoas jurídicas que exerçam atividades de armazenamento, comercialização, beneficiamento ou industrialização de insumos e máquinas utilizados na agropecuária. ( ) Título de crédito que representa a promessa de entrega de mercadoria armazenada. ( ) Título emitido exclusivamente por bancos e cooperativas de crédito. Assinale a correlação correta: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 145 A) 3-5-2-1-4; B) 5-2-3-4-1; C) 2-5-3-1-4; D) 1- 5-4-2-3; E) 4-2-5-3-1. 37. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde Sobre LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e CDB (Certificado de Depósito Bancário), analise os itens a seguir: I. LCA e LCI são títulos de renda fixa emitidos pelo governo para financiar projetos no agronegócioe no setor imobiliário. II. LCA, LCI e CDB têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas. III. CDI serve de referência para o mercado financeiro, e CDB é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras. Está correto o que se afirma em A) I apenas. / B) I e II apenas. / C) II apenas. / D) I e III apenas. / E) III apenas. 38. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3 - Política Econômica e Monetária/2013/ ATUALIZADA Com relação às operações de captação e operações ativas praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. Caso seja atualizada mensalmente por índices de preços, a letra de crédito imobiliário (LCI) tem prazo mínimo de vencimento de 36 meses; caso não seja atualizada por índice de preços, esse prazo passa para 60 dias. Certo Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 146 Errado 39. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos Acerca dos fundos de investimento, julgue o item. Os benefícios de um fundo de investimento em Direitos Creditórios são: (i) para o cedente, diminuição dos riscos de crédito e “liberação de espaço no balanço”; (ii) para as empresas, mais liquidez no mercado de crédito; e (iii) para os investidores, uma alternativa que tende a oferecer uma rentabilidade maior do que a renda fixa tradicional. Certo Errado 40. Ano: 2023 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Balneário Camboriú - SC Prova: FEPESE - 2023 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Financeiro A aplicação de recursos em cotas de fundos de investimento é uma das opções disponíveis no mercado financeiro. Uma das características dos fundos de investimento é a: A) Isenção de imposto de renda nos aportes mensais de valores inferiores a um salário mínimo. B) Inexistência da cobrança de taxa de administração sobre o valor aplicado e de taxa de performance sobre a rentabilidade obtida. C) Garantia de rentabilidade das cotas em valor igual ou superior à da taxa básica de juros da economia. D) Possibilidade de aportes no mercado financeiro com pouco capital e gestão profissional da carteira de investimentos. E) Flexibilidade para que o cotista escolha os ativos que fazem parte da carteira de investimentos do fundo. 41. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 147 Acerca dos fundos de investimento, julgue o item. A responsabilidade do gestor de fundos de investimento é comprar e vender ativos do fundo, além de ser responsável legal pelo funcionamento do fundo, pela comunicação com o cotista e pelo controle da prestação de serviço de terceiros. Certo Errado 42. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos Acerca dos fundos de investimento, julgue o item. Os fundos podem cobrar taxa de administração e taxa de performance. A primeira trata- se da taxa cobrada pelo retorno apresentado pela carteira do fundo de investimento que supere o benchmark utilizado. Por sua vez, a segunda é a taxa cobrada pela remuneração dos serviços prestados pela administração do fundo e da gestão de carteira. Certo Errado 43. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: POLITEC - RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - POLITEC - RO - Perito Criminal - Área 1 (Ciência Contábeis/Ciências Econômicas/Adm de Empresas/Adm Pública) Tendo em vista as principais características dos fundos de investimentos, assinale a opção correta. A) Os fundos de renda fixa possuem essa denominação em virtude da promessa de rendimento fixo todos os meses. B) Os fundos de ações não podem ser aplicados em títulos públicos federais. C) Os fundos cambiais devem aplicar, no mínimo, 50% de seus recursos em ativos sujeitos à variação cambial. D) Os fundos de curto prazo podem admitir papéis com vencimento superior a dois anos, desde que limitado ao percentual de 20%. E) Os fundos de longo prazo devem ter prazo médio da carteira superior a um ano. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148 44. FCC - Escriturário (BB)/"Sem Área"/2006/3 É correto afirmar: a) Os fundos de investimento devem contabilizar mensalmente todos os ativos integrantes de suas carteiras pelos seus preços médios ao longo do mês. b) Fundos abertos são aqueles com prazo determinado de duração, cujos valores investidos não podem ser resgatados. c) O recolhimento do Imposto de Renda, nos fundos de investimento, ocorre sempre no momento do resgate. d) O valor diário da cota de um fundo é obtido dividindo o seu patrimônio líquido pelo número de cotas emitidas, ambos calculados no mesmo momento de tempo. e) Sobre os rendimentos obtidos nos fundos de investimento há incidência de IR à alíquota de 25%. 45. (CESGRANRIO - Técnico Bancário (BAMAN)/2015) Os fundos de investimento que, por determinação de norma da CVM, devem ter como principal fator de risco de sua carteira a variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços, ou ambos, sem limitação de prazos dos títulos que a compõem, são classificados como a) de renda fixa b) de dívida externa c) de curto prazo d) de ações e) cambiais 46. CESPE - Tecnólogo (FUB)/Negócios Imobiliários/2015/ Julgue o item seguinte, a respeito dos fundos de investimentos imobiliários e da execução hipotecária. Os fundos de investimentos imobiliários são uma comunhão de recursos captados por um prazo determinado, destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários, que podem ser constituídos sob a forma de condomínio fechado ou aberto, admitindo-se o resgate das quotas a qualquer tempo. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 149 Certo Errado 47. FGV - Analista de Desenvolvimento Econômico (CODEMIG)/Analista de Participações/2015 Como analista de participações, você é convidado a avaliar a possibilidade de entrada no capital de uma empresa nacional. Antes mesmo de analisar o balanço, sua primeira iniciativa é analisar a estrutura acionária dessa empresa de capital aberto para entender que tipos de sócios estão representados na estrutura de comando. Afinal, a visão de cada um desses sócios é o que determinará a estratégia da empresa. Ao realizar sua análise você se depara com vários sócios com interesses díspares e entre eles está a BlackRock Inc. A BlackRock é um dos maiores fundos de private equity do mundo. Esse tipo de fundo foi regulamentado no Brasil através da instrução CVM 391/03 (atual RCVM 175), e é denominado pela legislação: a) Fundo de investimentos em participações; b) Fundo de pensão nacional; c) Fundo de pensão internacional; d) Fundo soberano; e) Angel capital. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 150 QUESTÕES COMENTADAS COM GABARITO As respostas estão associadas ao número das questões do capítulo anterior, com comentários logo a seguir. 1. Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba - SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Pindamonhangaba - SP - Tesoureiro Assinale a alternativa que contém corretamente os tipos de investimentos em títulos públicos. A) Tesouro Selic, Tesouro direto e Tesouro indireto. B) Selic, IPGM e IPCA. C) Tesouro Selic, TesouroPré-fixado e Tesouro IPCA+. D) CDB pré-fixado, CDB pós-fixado e Fundo imobiliário. E) Fundo de renda fixa, fundo imobiliário e tesouro nacional. Gabarito C. A C tem a nomenclatura correta dos títulos no tesouro direto. A opção A está errada, pois tesouro direto não é nome de título e tesouro indireto não existe. 2. Ano: 2023 Banca: CESGRANRIO Órgão: BANRISUL Prova: CESGRANRIO - 2023 - BANRISUL - Escriturário Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 151 A Letra do Tesouro Nacional (LTN) é um título público federal, emitido com determinado valor nominal ou de face, que será pago ao seu detentor quando ocorrer o seu vencimento. A LTN, portanto, A) mantém a remuneração real de seu comprador, se ocorrer uma inflação maior do que a inflação esperada na ocasião da emissão do título. B) figura comumente no passivo dos bancos comerciais. C) aumenta de valor, no mercado secundário de títulos, se houver uma queda na taxa de juros básica da economia. D) é um título de longo prazo, em geral superior a 20 anos. E) é inegociável no mercado secundário de títulos. Gabarito C Item A está errado, pois a LTN é um título prefixado e não é indexado à inflação. Item B está errado, pois quem emite é o tesouro nacional, portanto é um passivo do tesouro. Item D está errado, pois o prazo é definido pelo ministro. Item E está errado, pois é amplamente negociado no mercado secundário, inclusive no Tesouro Direto. Item C está correto, pois como é um título prefixado, quando há oscilações para baixo nas taxas de juros, o valor dos títulos negociados no mercado secundário tende a subir. 3. Ano: 2023 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial - Prova C A principal razão que justifica a existência de um mercado primário de títulos públicos, administrado pelo Tesouro Nacional, é mobilizar recursos financeiros para o(a) A) combate à inflação B) financiamento das empresas Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 152 C) financiamento dos déficits do governo D) equilíbrio do Balanço de Pagamentos do país E) estabilidade do mercado de trabalho Gabarito C. Como vimos, o Tesouro é quem emite e se estamos falando de mercado primário, ele está captando recursos novos. Não faz sentido captar para combater a inflação, equilibrar balanço de pagamentos (que é moeda estrangeira) ou mercado de trabalho. E não faz sentido financiar empresas, pois não são elas que emitem. 4. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos De acordo com os instrumentos de renda fixa, julgue o item. Os títulos públicos federais que pagam cupom semestralmente são: tesouro pré-fixado (LTN), tesouro selic (LFT) e tesouro IPCA (NTN-B principal). Certo Errado Gabarito Errado Os que pagam cupom semestral são o IPCA+ NTN-B (não é o principal) e tesouro prefixado com cupom semestral NTN F. 5. Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFIN de Fortaleza - CE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - SEFIN de Fortaleza - CE - Analista Fazendário Municipal - Área de Conhecimento: Ciências Econômicas/Finanças Acerca das operações e dos instrumentos do mercado financeiro e de capitais, da estrutura a termo de taxa de juros (ETTJ) e da renda fixa, julgue o item que se segue. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 153 Títulos públicos federais prefixados, como a LTN e a NTN-F, proporcionam rentabilidade garantida ao investidor, sem volatilidade de preço, ainda que vendidos antes do seu prazo de vencimento. Certo Errado Gabarito Errado. Só haverá garantia da rentabilidade se mantiver o título até o final, se vender antes no mercado secundário, vai depender do valor que estiver sendo negociado. 6. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: FUNPRESP-EXE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - FUNPRESP-EXE - Analista de Previdência Complementar - Área de Atuação: Investimentos Suponha uma aplicação em uma LTN (Tesouro Prefixado), que é um título que paga ao investidor o valor de face (VF) na data de vencimento, e que não haja pagamentos intermediários de cupom. Na data da aplicação, restam 600 dias úteis até o vencimento da LTN, cujo valor de face é de R$ 1.000,00. Considerando essas condições, julgue o item que se segue. Se o investidor da LTN, que adquiriu o título por R$ 800,00, decidir vendê-la antes da data de vencimento e se o preço de venda for de R$ 900,00, então, restando 300 dias úteis até o vencimento na data de venda, a rentabilidade acumulada no período da aplicação (R) será dada pela seguinte expressão: Certo Errado Gabarito Errado. Essa questão, apesar de ser quantitativa, é bem simples, pois ele está pedindo a rentabilidade acumulada no período, e não está pedindo por ano. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 154 Rentabilidade acumulada é apenas o que foi ganho no período. Se comprou por 800 e vendeu por 900, ganhou 100, representando um retorno de 𝑅 = 100 800 = 12,5% 𝑜𝑢 𝑅 = 900 800 − 1 = 12,5% 7. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde O CDB é um tradicional produto de captação de instituições financeiras. Ele pode ser pós- fixado ou prefixado. Sobre esse instrumento, assinale a afirmativa correta. A) Um CDB que rende 4% ao ano mais inflação não tem risco porque ele preserva o poder de compra do investidor. B) Os bancos são instituições que só emitem CDBs pós-fixados, indexados à taxa DI ou à inflação. C) Um CDB que rende 12% ao ano é um instrumento prefixado e tem risco porque a inflação pode subir. D) Um CDB que rende 4% ao ano mais inflação é um título prefixado porque o investidor já sabe quanto ganhará em termos de poder de compra. E) Um CDB que rende 102% da taxa DI é um instrumento prefixado porque a taxa DI tem correlação alta com a taxa Selic, a taxa básica da economia. Gabarito C Item A está errado, pois o risco continua sendo o da instituição financeira. Item B errado, os CDBs podem ser prefixados. Item C. Certo. É prefixado e pode ter rendimento real NEGATIVO, pois a inflação pode ser maior que o rendimento. Item D. Errado. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 155 Seguindo nomenclatura do site Como Investir da ANBIMA, esse tipo de investimento tem remuneração híbrida, parte prefixada (4% de juros) parte pós-fixada, variação da inflação. Portanto é impreciso falar que é prefixada, mas não é incomum. Item E. Errado. É pós fixado, pois o DI tem cotação diária, se ele subir, sobe o retorno. 8. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde Assinale a afirmativa correta sobre um investimento em um CDB que paga uma taxa prefixada mais inflação e é sujeito a imposto de renda. A) O investidor torce para que haja muita inflação, pois assim receberá mais e poderá consumir mais. B) O investidor torce para a taxa de juros real subir, pois assim seu CDB valerá mais. C) O investidor torce para a taxa SELIC subir, pois assim seu CDB valerá mais. D) O investidor torce para que a inflação seja baixa, uma vez que seu poder de consumo será maior se isso ocorrer. E) O investidor torce para a taxa de juros nominal de mais longo prazo subir, pois assimseu CDB valerá mais. Gabarito D A não está correto, pois o IR incide sobre os rendimentos da parte da inflação do título. B errado, se a taxa subir, o título cai de valor. C errado, pelo mesmo motivo do anterior. D faz sentido, pois se a inflação for baixa a rentabilidade real dele melhora. Veja. Inflação 10% + 4% Pacote de consumo vai de 1.000 para 1.100, ele recebe, aplicando 1.000: 1.000 x (1,1) x (1,04) = 1.144. Considerando uma taxa de IR de 20% sobre a rentabilidade (144), temos IR = 28,80. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 156 Rentabilidade líquida = 1.115,20. Quanto tenho de ganho REAL? 1.115,20/1.100 -1 = 1,38% Agora com inflação ZERO + 4% Pacote de consumo permanece em 1.000, ele recebe, aplicando 1.000: 1.000 x (1,0) x (1,04) = 1.040. Considerando uma taxa de IR de 20% sobre a rentabilidade (40), temos IR = 8. Rentabilidade líquida = 1.032. Quanto tenho de ganho REAL? 1.115,20/1.100 -1 = 3,2% E está errado, pois torcer para os juros subirem o valor do CDB tende a cair 9. CS-UFG - 2018 - Câmara de Goiânia - GO - Assessor Técnico Legislativo - Economista Qual item financeiro pode ser considerado como renda variável? A) Caderneta de poupança. B) Títulos públicos pré e pós-fixados. C) Certificado de depósito bancário (CDB). D) Contratos futuros de opções. A, B e C são títulos de renda fixa, com juros definidos na hora da compra, ainda que tenham um indexador. Os contratos futuros de opções estão ligados a ações que é mercado de renda variável. Opção D. 10. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde Sobre LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e CDB (Certificado de Depósito Bancário), analise os itens a seguir: I. LCA e LCI são títulos de renda fixa emitidos pelo governo para financiar projetos no agronegócio e no setor imobiliário. II. LCA, LCI e CDB têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 157 III. CDI serve de referência para o mercado financeiro, e CDB é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras. Está correto o que se afirma em A) I apenas. / B) I e II apenas. / C) II apenas. / D) I e III apenas. / E) III apenas. A I está errada, LCI e LCA são emitidas por instituições financeiras. A II está errada, pois apenas LCI e LCA são isentas, mas o CDB não. A III está certa. Gabarito E 11. ESAF - Analista de Finanças e Controle (CGU)/Auditoria e Fiscalização/Controle Interno/2008 No que tange à definição e classificação dos títulos de renda fixa, não se pode afirmar que: f) os títulos de renda fixa são aqueles cujos rendimentos e prazos de resgate são estabelecidos por ocasião da emissão do papel ou título, podendo os rendimentos ser prefixados, pós-fixados ou flutuantes. g) os títulos de renda fixa estão divididos em títulos públicos de renda fixa e os títulos privados de renda fixa, que são os emitidos por instituições financeiras e não financeiras. h) a remuneração dos títulos que apresentam rendimento pós-fixado somente é conhecida na data do resgate do papel. i) a modalidade flutuante assemelha-se com a pós-fixada e diferencia-se, basicamente, pela fixação de taxas contratadas. j) as principais funções do mercado secundário de títulos de renda fixa, no qual ocorre a transferência de titularidade dos papéis e ocasiona aumento ou diminuição de recursos pelos emissores, são dar liquidez ao mercado primário de títulos públicos e privados e permitir que a autoridade monetária realize política monetária. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 158 Gabarito E A letra e tem um erro “perdido” no meio da afirmativa. O mercado secundário NÃO é onde ocorre a transferência de títulos que provoca aumento ou diminuição dos recursos do emissor. Esse é o mercado primário, que é onde o emissor troca a promessa de dívida por dinheiro. 12. FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2006 Um investidor que acredita numa rápida elevação da taxa básica de juros, visando maximizar seus ganhos, deve optar pela aquisição de a) Notas do Tesouro Nacional - Série-D. f) Notas do Tesouro Nacional - Série-C. g) Letras do Tesouro Nacional. h) Notas do Tesouro Nacional - Série-H. i) Letras Financeiras do Tesouro. Gabarito E O investidor que acredita em elevação da taxa de juros deve aplicar em renda fixa pós- fixada, assim como o que acredita em queda da taxa de juros deve aplicar em renda fixa pré-fixada. A elevação da taxa de juros significará que os títulos no futuro terão taxas MAIORES do que as de hoje. Se o investidor comprar um título pré-fixado (taxa de juros contratada) e surgirem títulos com taxas mais atraentes, o que acontecerá com os títulos comprados? Cairão de preço, para ajustarem-se à nova taxa de juros. Já para títulos pós-fixados, que tem a taxa de juros calculada A PARTIR da nova taxa vigente, de forma que remunerarão MAIS, por conta da nova taxa, maior que a anterior. A LFT é o único dos títulos apresentados que tem taxa pós-fixada (SELIC), portanto é a resposta correta. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 159 13. FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4/2006 Um investidor que acredita na queda das taxas de juros, visando maximizar seus ganhos, deve optar pela aquisição de a) Letras Financeiras do Tesouro. f) Notas do Tesouro Nacional série-D. g) Notas do Tesouro Nacional série-C. h) Notas do Tesouro Nacional série-H. i) Letras do Tesouro Nacional. Gabarito E A LFT não é, pois é pós-fixado, e as taxas irão cair, de forma que receberemos MENOS juros. As NTN-D são títulos com fator de remuneração pós-fixada resultante da variação cambial (dólar) As NTN-C são títulos com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M, somada a uma taxa prefixada. As NTN-H são títulos com fator de remuneração vinculado à variação da Taxa Referencial (TR). As LTNs são títulos prefixados PUROS, com rentabilidade definida no momento da compra e devolução do valor de face (R$ 1.000) ao final Aqui não é tão evidente a resposta, pois temos que nos lembrar de aulas anteriores. Há quatro títulos prefixados, de forma que todos eles poderiam ganhar com a queda nas taxas de juros. Só que as LTNs tem maior sensibilidade à taxa de juros (com mesma maturidade), pois não tem vínculo com nenhum índice ou fator de correção. Ela deve oscilar MAIS do que as Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 160 NTNs. Como vai oscilar MAIS e a previsão é de queda nas taxas de juros (aumento do PU do título), ele deve ganhar MAIS do que os outros títulos. 14. CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2009 Um título de renda fixa, emitido pelo governo federal há três meses, pode ser revendido pelo seu dono no: f) mercado primário do título. g) mercado secundário de títulos. h) mercado de derivativos. i) mercado de ações preferenciais. j) dia seguinte ao seu vencimento. Gabarito B 15. FCC - Analista da Comissão de Valores Mobiliários/Normas Contábeis e de Auditoria/2003 O Governo emite títulos federais por meio do a) Ministério da Fazenda. f) Banco Central. g) Banco do Brasil. h) Caixa Econômica Federal. i) Tesouro Nacional.Gabarito E. 16. ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Tecnologia da Informação/Gestão em Infraestrutura de Tecnologia da Informação/2013/ ATUALIZADA Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 161 O Tesouro Direto é um programa desenvolvido pelo Tesouro Nacional, em parceria com a B3. Este é um programa de: a) Venda de títulos públicos a pessoas jurídicas. b) Compra e venda de títulos públicos a pessoas jurídicas. c) Compra de títulos públicos a pessoas físicas e jurídicas. d) Venda de títulos públicos a pessoas físicas. e) Compra e venda de títulos públicos a pessoas físicas diretamente pelo tesouro nacional. Gabarito D 17. FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003 Com relação aos valores mobiliários, excluem-se do regime da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, a) os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal. b) as notas comerciais. c) as cédulas de debêntures. d) os contratos derivativos. e) as debêntures emitidas por instituições financeiras. Questão direta. Conforme definido, em sentido amplo, pela Lei 6.385/76, são valores mobiliários: I. as ações, debêntures e bônus de subscrição; II. os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos a estes valores mobiliários; III. os certificados de depósito de valores mobiliários; IV. as cédulas de debêntures; Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 162 V. as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; VI. as notas comerciais; VII. os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; VIII. outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e IX. quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Mas, existem exceções a estas regras numeradas. E as exceções são nomeadas pela própria Lei. Segundo a Lei 6.385,76, não são valores mobiliários, mesmo que se enquadrem nas definições apresentadas: Os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; Os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures. GABARITO: LETRA A 18. FCC - Juiz Estadual (TJ PE)/2015/ - ATUALIZADO Analise as seguintes proposições acerca da sociedade anônima: I. As ações ordinárias de companhia aberta não poderão ser de uma ou mais classes. II. O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas. III. O estatuto social não pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista nas deliberações da assembleia geral. IV. Nas companhias abertas, é permitido ao acionista participar e votar a distância em assembleia-geral. V. Nem mesmo a assembleia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista inadimplente com suas obrigações sociais, o que somente poderá ser determinado por decisão judicial. Está correto o que se afirma APENAS em Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 163 a) III e V. b) IV e V. c) I e II. d) I e III. e) II e IV. Itens comentados: I. Errado. Essa questão estaria certa até 2021, desde então a Lei 6404 permite que as ações ordinárias de Cias Abertas sejam divididas em classes para fins de atribuição de VOTO PLURAL (artigo 110-A), desde que isso seja feito antes de qualquer negociação dos valores mobiliários em mercados organizados. II. Certo. O limite para emissão de ações preferenciais é de 50% do capital social. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. §2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas. III. Errado. Este item é complementar ao nosso estudo. Como sabemos, as ações ordinárias possuem direito de voto (1 ação vale 1 voto). No entanto, pode ser prevista limitação ao número de votos de cada acionista. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembleia geral. § 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista. IV. Certo. O voto a distância é uma dos direitos dos acionistas das companhias abertas. Ou seja, eles não precisam comparecer fisicamente à Assembleia para exercer o direito de voto. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 121. A assembleia geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. Parágrafo único. Nas companhias abertas, o acionista poderá participar e votar a distância em assembleia geral, nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 164 V. Errado. O acionista inadimplente (aquele que não cumpre com seus deveres, como integralizar o valor referente à aquisição da ação) pode ter seus direitos suspensos pela assembleia geral. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 120. A assembléia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista que deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação. GABARITO: LETRA E 19. FCC - Procurador de Contas (TCE-CE)/2006/ Com relação às ações preferenciais de sociedade anônima aberta às quais não se atribui direito de voto integral, é correto afirmar que a) não podem ser divididas em classes. b) lhes é vedado adquirir o direito integral de voto. c) concederão a seus titulares o direito de serem incluídas em oferta pública de alienação de controle acionário. d) deverão oferecer ao menos uma preferência adicional, em relação às ações preferenciais de companhia fechada. e) o estatuto não lhes poderá oferecer o direito de eleição em separado de membros dos órgãos de administração. Comentando as alternativas: a) Errado. É possível a divisão das ações preferenciais em classes. b) Errado. Se a companhia não distribuir dividendos por 3 exercícios consecutivos, os acionistas preferencialistas adquirem o direito integral a voto. Guarde esta possibilidade, pois ela é importante! c) Errado. Para serem negociadas no mercado de valores mobiliários, as ações preferenciais podem contar a cláusula do tag along de 80%. No entanto, existem outras preferências que podem ser concedidas, o que não torna esta obrigatória. d) Correto. Como vimos, para que sejam emitidas, as ações preferenciais precisam oferecer ao menos uma das seguintes preferências: Prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou Na acumulação das preferências e vantagens acima citadas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 165 e) Incorreto. Esta disposição é possível. GABARITO: LETRA D 20. ESAF - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual (SEFAZ PI)/2001/ No que diz respeito às ações preferenciais,a) o direito de voto mostra-se absolutamente incompatível. b) há limites para a sua emissão, em relação ao capital social, conforme o objeto social. c) atribuem direito de voto no caso em que os dividendos correspondentes não tenham atingido a meta de 10% acima daqueles pagos às ações ordinárias. d) dão o direito de eleger a maioria dos membros do conselho fiscal em assembleia especial. e) podem sempre ser convertidas em ordinárias, na medida de manifestação do titular. Comentando as alternativas: a) Errado. O direito a voto nas ações preferenciais é possível. O que ocorre é que ele é limitado, mas pode se tornar integral no caso de não distribuição de dividendos por 3 exercícios consecutivos. b) Correto. O limite é de 50% do capital social. c) Incorreto. O direito a voto torna-se se integral no caso de não distribuição de dividendos por 3 exercícios consecutivos. d) Incorreto. Não há este direito. e) Incorreto. Não há este direito. GABARITO: LETRA B 21. FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003 Quanto à caracterização dos valores mobiliários, pode-se dizer que as debêntures correspondem a títulos de a) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem juros corrigidos por específicos índices de preços. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 166 b) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, sem que seja prevista a devolução compulsória de principal de rendimentos. c) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, que deverão ser pagos com juros e atualização monetária. d) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem participações nos lucros corrigidos por específicos índices de preços. e) propriedade sobre as sociedades anônimas, com prazo mínimo de 360 dias para sociedades anônimas de capital aberto, remunerados a taxas prefixadas. Comentando as alternativas e salientando os erros: a) Errado. As debêntures correspondem a títulos de CRÉDITO sobre as sociedades anônimas, que rendem juros corrigidos por específicos índices de preços. b) Errado. As debêntures correspondem a títulos de dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, em que seja prevista a devolução compulsória de principal de rendimentos. c) Certo. d) Errado. As debêntures correspondem a títulos de CRÉDITO e) Errado. As debêntures correspondem a títulos de CRÉDITO GABARITO: LETRA C 22. FCC - Analista da Comissão de Valores Mobiliários/Mercado de Capitais/2003 O prazo de vencimento das debêntures pode ser a) de até 12 meses. b) indeterminado. c) de até 24 meses. d) de até 36 meses. e) de até 48 meses. Questão direta. O prazo de vencimento de uma debênture pode ser indeterminado. Isto é, não há previsão legal estabelecendo o limite máximo de vencimento de uma debênture. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 167 No caso de ser indeterminado, a debênture assume a forma de perpetuidade. GABARITO: LETRA B 23. CESGRANRIO - Técnico Bancário (BAMAN)/2013/ A emissão de debêntures permite à empresa captar recursos sem recorrer ao crédito bancário. As debêntures a) são títulos de dívida do emissor com prazo de vencimento até 90 dias. b) são emitidas exclusivamente pelas empresas de capital aberto. c) permitem à empresa emissora obter recursos sem aumentar a pulverização da propriedade de seu capital. d) permitem sempre a opção de serem resgatadas em ações da própria empresa emissora. e) são títulos de dívida do emissor sem garantias. Comentando as alternativas: a) São títulos de dívida do emissor com prazo de vencimento que pode ser indeterminado. b) Podem ser emitidas por sociedades de capital fechado e aberto e por instituições financeiras que não captem depósitos do público, desde que autorizadas pelo Bacen. c) Correto. Como conferem, em geral, direito de crédito, permitem à empresa emissora obter recursos sem admitir novos acionistas no quadro social e aumentar a pulverização da propriedade de seu capital. d) Essa permissão existe apenas nas debêntures conversíveis. e) Podem conferir garantias. GABARITO: LETRA C 24. FGV - Técnico de Fomento C (BADESC)/Advogado/2010/ As alternativas a seguir apresentam espécies de debêntures, em função das garantias oferecidas pela sociedade emissora, à exceção de uma. Assinale-a. a) as com garantia real. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 168 b) as com garantia flutuante. c) as com garantia pessoal. d) quirografárias. e) subquirografárias. O gabarito é C, pois ele está falando deESPÉCIES de debêntures. Mas as debêntures podem ter garantia adicional pessoal ou fidejussória. Esse é um exemplo de debênture com garantia fidejussória, anterior à data da questão. Entendo que o gabarito não está correto. 25. FGV - Juiz Estadual (TJ PA)/2009/ Em regra, em uma sociedade anônima, a deliberação sobre a emissão de debêntures é da competência: a) exclusiva da Diretoria Especial de Debêntures. b) originária do Conselho Fiscal. c) privativa da Assembleia Geral. d) concorrente com o Conselho Fiscal. e) delegada à Assembleia de Debenturistas. Questão direta. A competência privativa para deliberação a respeito da emissão de debêntures é da assembleia geral. Entretanto, na companhia aberta, o conselho de administração poderá deliberar sobre a emissão de debêntures não conversíveis em ações, desde que previsto em estatuto esta possibilidade. Além disso, o estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a deliberar sobre emissão de debêntures conversíveis em ações, desde que dentro do limite de capital autorizado e respeitadas as condições estabelecidas em Lei. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 169 GABARITO: LETRA C 26. FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003 As debêntures quirografárias são a) com garantia real, equivalendo aos demais créditos ordinários a favor da emissora. b) com garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários contra a emissora. c) sem garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários a favor da emissora. d) com garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários a favor da emissora. e) sem garantia, equivalendo aos demais créditos ordinários contra a emissora. Sobre garantias das debêntures, a Lei 6.404/76 dispõe que: Lei 6404 - Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia. As debêntures quirografárias são aquelas que não gozam de preferências (sem garantia), ou seja, equivalem aos demais créditos ordinários contra a emissora. GABARITO: LETRA E 27. CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal - Área 1 Tendo em vista que estudos do Banco Central do Brasil, com base em dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), revelaram que, em 2017, as 277 empresas brasileiras que obtiveram recursos no mercado de capitais tiveram custos menores que aquelas que se financiaram por meio dos canais tradicionais de crédito bancário, julgue o próximo item, relativo aos instrumentos de captação de recursos disponíveis no mercado de crédito e no mercado de capitais para as empresas brasileiras. Uma companhia de capital aberto pode captar recursos por meio de debêntures — títulos de longo prazo, conversíveis ou não em ações, que podem oferecer aos seus investidores as seguintes remunerações:juros, participação nos lucros e prêmios de reembolso. • Certo • Errado Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 170 Como vimos no material, são três as formas de remuneração (juros, participação nos lucros e prêmios de reembolso). Certo. 28. IF-RS - 2018 - IF-RS - Administração/Finanças Analise as afirmativas, identificando com “V” as VERDADEIRAS e com “F” as FALSAS, assinalando a seguir a alternativa CORRETA, na sequência de cima para baixo: ( ) As classificações de risco de dívidas (rating) são uma avaliação da qualidade de crédito da empresa emitente, o que indica garantia de que não ocorrerá inadimplência na operação de crédito. ( ) Debênture é um título mobiliário representativo de dívida de médio e longo prazo de uma empresa e que assegura a seus detentores direito de crédito contra o emissor. ( ) Debênture quirografária não fornece qualquer tipo de privilégio sobre os ativos da emissora; os debenturistas concorrem em igualdade de condições com os demais credores quirografários em caso de falência da companhia. ( ) Debênture subordinada, na hipótese de liquidação da companhia, oferecem preferência de pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas. ( ) Um exemplo de cláusula protetora (covenant) negativa é a empresa ter de manter seu capital de giro igual ou acima de um nível mínimo especificado. A) F – V – V – V – F. B) V – F – V – V – V. C) V – F – F – V – V. D) F – V – V – F – F. E) F – V – F – F – V. A primeira é falsa, pois a classificação do risco não GARANTE que não ocorrerá inadimplência na operação de crédito, apenas indica se o risco é alto ou baixo. A segunda é verdadeira, a própria definição de debênture. A debênture quirografária não tem qualquer prioridade de crédito sobre outros credores quirografários. A debênture subordinada é a que tem a pior prioridade de pagamento, em caso de falência. Só tem mais direito do que os acionistas. A quinta está errada, pois seria um covenant POSITIVO, ou seja, uma boa prática a ser seguida e não um negativo, que seria algo a se evitar. Opção A. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 171 29. FEPESE - 2018 - CELESC - Economista Títulos de renda fixa oferecidos por sociedades de crédito, investimento e financiamento, em que o emitente é o devedor e o beneficiário é a pessoa física ou jurídica que investe o recurso financeiro. Essa definição aplica-se à seguinte modalidade de aplicação do mercado financeiro nacional: A) Debêntures. B) Letra de Câmbio. C) Letra do Tesouro Nacional. D) Certificado de Depósito Bancário. E) Certificado de Depósito Interbancário. Essa, ainda que não lembrássemos da definição de letra de câmbio, seria a única opção, pois quem emite debêntures são as companhias, não as sociedades de crédito. Letra do Tesouro é emitida pelo Tesouro, o CDB é uma relação bancária, e CDI é interbancária. Opção B. 30. CS-UFG - 2018 - Câmara de Goiânia - GO - Assessor Técnico Legislativo - Economista Qual item financeiro pode ser considerado como renda variável? A) Caderneta de poupança. B) Títulos públicos pré e pós-fixados. C) Certificado de depósito bancário (CDB). D) Contratos futuros de opções. A, B e C são títulos de renda fixa, com juros definidos na hora da compra, ainda que tenham um indexador. Os contratos futuros de opções estão ligados a ações que é mercado de renda variável. Opção D. 31. FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4/2006 Títulos de dívida, de médio e de longo prazo, ofertados publicamente por empresas não financeiras de capital aberto, são Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 172 A) os bônus de subscrição. B) as notas promissórias. C) as letras hipotecárias. D) as cédulas de crédito. E) as debêntures. Os bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações, que conferem aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Não são sequer, portanto, títulos de dívidas, e sim integrantes potenciais do capital social da empresa. Os outros itens foram discutidos na apostila e nada tem a ver com título de dívida de longo prazo de empresas não financeiras. A resposta direta é debêntures. 32. Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção O art. 3º, da Lei nº 9.514/1997, estabeleceu as condições para o funcionamento das companhias securitizadoras de crédito imobiliário e como ferramenta de sua atuação criou o Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI em seu art. 6º. Quanto às características do Certificado de Recebíveis Imobiliários, assinale a correta. A) É título de crédito ao portador. B) Constitui ordem de pagamento à vista. C) Constitui Promessa de Pagamento em dinheiro. D) É título de crédito de circulação vedada, em virtude de suas especificidades. Letra A - INCORRETA - Lei 9.514/97, art. 6° - O Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI é título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de pagamento em dinheiro. Letra B - INCORRETA - O CRI terá as seguintes características: inciso VII - data de pagamento ou, se emitido para pagamento parcelado, discriminação dos valores e das datas de pagamento das diversas parcelas. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 173 Letra C - CORRETA - art. 6° - O Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI é título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de pagamento em dinheiro. Letra D - INCORRETA - O Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI é título de crédito nominativo, de livre negociação. 33. Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ- DFT - Juiz de Direito Substituto O certificado de recebíveis imobiliários (CRI) A) pode ser emitido sem indicação de valor nominal. B) é título de crédito ao portador. C) não pode ser garantido por aval. D) pode ser emitido por pessoa física. E) é nominativo e emitido de forma escritural. Gabarito: E a) Lei 14.430/2022, art. 22. Os Certificados de Recebíveis integrantes de cada emissão da companhia securitizadora serão formalizados por meio de termo de securitização, do qual constarão as seguintes informações: IV – valor nominal; b) Lei 9.514/97, art. 6. O Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI é título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de pagamento em dinheiro. c) Lei 14..430/2022, art. 21, § 1º O Certificado de Recebíveis pode ser garantido por aval, hipótese em que é vedado o seu cancelamento ou a sua concessão parcial. d) Lei 9.514/97, art. 3. As companhias securitizadoras de créditos imobiliários, instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações, terão por finalidade a aquisição e securitização desses créditos e a emissão e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários, podendo emitir outros títulos de c´redito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com as suas atividades. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 174 e) Lei 14.430/2022, art. 20. Art. 20. Os Certificados de Recebíveis são títulos decrédito nominativos, emitidos de forma escritural, de emissão exclusiva de companhia securitizadora, de livre negociação, constituem promessa de pagamento em dinheiro, preservada a possibilidade de dação em pagamento, e são títulos executivos extrajudiciais. 34. Ano: 2021 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente Comercial - Prova B Existem títulos de dívida de longo prazo emitidos por sociedades de ações e destinados, geralmente, ao financiamento de projetos de investimento ou para alongamento do perfil de endividamento das empresas. Tais títulos são A) as ações B) as debêntures C) os dividendos D) os Depositary Receipts (DR) E) os Brazilian Depositary Receipts (BDR) Gabarito B Debêntures são Títulos de Dívida de Longo Prazo, emitidos por Empresas S/A Abertas ou Fechadas. Não são garantidos pelo FGC. 35. Ano: 2022 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: BANESE Provas: INSTITUTO AOCP - 2022 - BANESE - Técnico Bancário III - Área de Informática – Desenvolvimento Você foi escalado para desenvolver e implementar um projeto relacionado à tecnologia da informação (TI), que tem por objetivo colaborar com a avaliação dos principais papéis negociados no mercado de capitais, a respeito dos quais é correto afirmar que A) as ações podem ser classificadas em três espécies: ordinárias, preferenciais e de fruição ou gozo. B) as opções sobre ações representam um direito de compra de ações ao preço de mercado, válido por tempo determinado. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 175 C) os DRs (Depositary Receipts) apresentam duas categorias quando negociados nas bolsas de valores norte-americanas. D) os Brazilian Depositary Receipts (BDR) são uma forma de captar recursos no mercado internacional, mediante o lançamento de recibos de depósitos (DR). E) as debêntures representam a menor parcela (fração) do capital social de uma sociedade anônima, destinadas ao financiamento de projetos de investimentos. Item B está errado, pois o direito é de comprar pelo preço de exercício. Item C tem um problema, pois são mesmo dois tipos: patrocinado e não patrocinado. Talvez o erro esteja na definição de categoria.; Item D está errado, normalmente são empresas estrangeiras que vêm captar no Brasil. Se fosse empresa brasileira captando no exterior seria ADR (nos EUA por exemplo). Item E está confundindo ação com debênture. O item A está correto, são os 3 tipos. Mas não são tratados como espécies na lei. Questão ruim, mas por eliminação, gabarito A. 36. Ano: 2006 Banca: FJPF Órgão: CONAB Prova: FJPF - 2006 - CONAB - Técnico em Planejamento Finalmente, os produtores conseguirão entrar na comercialização. A aprovação da Medida Provisória MP 221 pelo Senado Federal que trata da regulamentação dos novos títulos agropecuários fará com que os agricultores tenham mais liberdade para vender sua produção e no momento que for mais conveniente. Sobre os novos títulos de comercialização, criados pela MP 221, cada um com sua peculiaridade, correlacione as colunas: 1. CDA – Certificado de Depósito Agropecuário 2. WA – Warrant Agropecuário 3. CDCA – Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio 4. LCA – Letras de Credito do Agronegócio 5. CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 176 ( ) Título de crédito que confere ao proprietário o penhor sobre a mercadoria. ( ) Documento que poderá ser emitido apenas por companhias securitizadas de direitos creditórios. ( ) Papel que pode ser emitido por cooperativas e pessoas jurídicas que exerçam atividades de armazenamento, comercialização, beneficiamento ou industrialização de insumos e máquinas utilizados na agropecuária. ( ) Título de crédito que representa a promessa de entrega de mercadoria armazenada. ( ) Título emitido exclusivamente por bancos e cooperativas de crédito. Assinale a correlação correta: A) 3-5-2-1-4; B) 5-2-3-4-1; C) 2-5-3-1-4; D) 1- 5-4-2-3; E) 4-2-5-3-1. Gabarito C 2. WA – Warrant Agropecuário - Título de crédito que confere ao proprietário o penhor sobre a mercadoria. Lei 11.076/04. Art. 1º § 2º O WA é título de crédito representativo de promessa de pagamento em dinheiro que confere direito de penhor sobre o CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. 5. CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio - Documento que poderá ser emitido apenas por companhias securitizadas de direitos creditórios. Mesma lei. Art. 36. O Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA é título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial. Art. 20. Os Certificados de Recebíveis são títulos de crédito nominativos, emitidos de forma escritural, de emissão exclusiva de companhia securitizadora, de livre negociação, constituem promessa de pagamento em dinheiro, preservada a possibilidade de dação em pagamento, e são títulos executivos extrajudiciais. 3. CDCA – Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - Papel que pode ser emitido por cooperativas e pessoas jurídicas que exerçam atividades de armazenamento, Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 177 comercialização, beneficiamento ou industrialização de insumos e máquinas utilizados na agropecuária. Mesma lei. Art. 24. O Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA é título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial. § 1º O CDCA é de emissão exclusiva de cooperativas agropecuárias e de outras pessoas jurídicas que exerçam a atividade de comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos, insumos, máquinas e implementos agrícolas, pecuários, florestais, aquícolas e extrativos. 1. CDA – Certificado de Depósito Agropecuário - Título de crédito que representa a promessa de entrega de mercadoria armazenada. Art. 1º, § 1º O CDA é título de crédito representativo de promessa de entrega de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, depositados em conformidade com a Lei nº 9.973 de 29 de maio de 2000. 4. LCA – Letras de Credito do Agronegócio - Título emitido exclusivamente por bancos e cooperativas de crédito. Art. 26. A Letra de Crédito do Agronegócio – LCA é título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial. Parágrafo único. A LCA é de emissão exclusiva de instituições financeiras públicas ou privadas. 37. Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área VII - Tarde Sobre LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e CDB (Certificado de Depósito Bancário), analise os itens a seguir: I. LCA e LCI são títulos de renda fixa emitidos pelo governo para financiar projetos no agronegócio e no setor imobiliário. II. LCA, LCI e CDB têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas. III. CDI serve de referência para o mercado financeiro, e CDB é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras. Está correto o que se afirma em A) I apenas. / B) I e II apenas. / C) II apenas. / D) I e III apenas. / E) III apenas. A I está errada, LCI e LCA são emitidas por instituições financeiras. A II está errada, pois apenas LCI e LCA são isentas, mas o CDB não. Paulo Portinho Aula 07BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 178 A III está certa. Gabarito E 38. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3 - Política Econômica e Monetária/2013/ ATUALIZADA Com relação às operações de captação e operações ativas praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. Caso seja atualizada mensalmente por índices de preços, a letra de crédito imobiliário (LCI) tem prazo mínimo de vencimento de 36 meses; caso não seja atualizada por índice de preços, esse prazo passa para 60 dias. Certo Errado Gabarito Errado. Segundo a última atualização, o prazo de 90 dias foi revogado pela Resolução CMN 5119 de 2 de fevereiro de 2024, agora é 12 meses nos demais casos. 39. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos Acerca dos fundos de investimento, julgue o item. Os benefícios de um fundo de investimento em Direitos Creditórios são: (i) para o cedente, diminuição dos riscos de crédito e “liberação de espaço no balanço”; (ii) para as empresas, mais liquidez no mercado de crédito; e (iii) para os investidores, uma alternativa que tende a oferecer uma rentabilidade maior do que a renda fixa tradicional. Certo Errado Gabarito Certo. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 179 Para quem cede os direitos creditórios (cedente), como entra dinheiro e saí recebíveis, diminui o risco de crédito, pois aumenta a liquidez imediata. Além de abrir espaço para fazer novos créditos de vendas. Para as empresas, amplia a possibilidade de crédito, não dependendo apenas do sistema bancário. Para os investidores, por ter um pouco mais de risco, costuma ter um retorno melhor. 40. Ano: 2023 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Balneário Camboriú - SC Prova: FEPESE - 2023 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Financeiro A aplicação de recursos em cotas de fundos de investimento é uma das opções disponíveis no mercado financeiro. Uma das características dos fundos de investimento é a: A) Isenção de imposto de renda nos aportes mensais de valores inferiores a um salário mínimo. B) Inexistência da cobrança de taxa de administração sobre o valor aplicado e de taxa de performance sobre a rentabilidade obtida. C) Garantia de rentabilidade das cotas em valor igual ou superior à da taxa básica de juros da economia. D) Possibilidade de aportes no mercado financeiro com pouco capital e gestão profissional da carteira de investimentos. E) Flexibilidade para que o cotista escolha os ativos que fazem parte da carteira de investimentos do fundo. Gabarito D Item A está errado, pois a isenção para investimento em fundos depende da lei tributária e não do valor aportado. Fundos imobiliários, por exemplo, têm isenção na distribuição de rendimentos. Mas isso nada tem a ver com o valor aportado. Item B. Sem taxa de administração não há como pagar as obrigações básicas do fundo, como auditoria independente. Está errado. Item C. Não há garantias de rentabilidade. Item E. Quem seleciona os ativos é o gestor, não o cotista. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 180 Item D. Sim, é possível entrar com bem pouco, dependendo do fundo e da regra da classe ou da subclasse. E é gestão profissional. 41. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos Acerca dos fundos de investimento, julgue o item. A responsabilidade do gestor de fundos de investimento é comprar e vender ativos do fundo, além de ser responsável legal pelo funcionamento do fundo, pela comunicação com o cotista e pelo controle da prestação de serviço de terceiros. Certo Errado Gabarito Errado. A primeira parte está certa, de comprar e vender ativos, porém o resto não é o gestor que faz, mas o administrador. 42. Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: IPREV-DF Prova: Quadrix - 2023 - IPREV-DF - Analista Previdenciário - Especialista em Investimentos Acerca dos fundos de investimento, julgue o item. Os fundos podem cobrar taxa de administração e taxa de performance. A primeira trata- se da taxa cobrada pelo retorno apresentado pela carteira do fundo de investimento que supere o benchmark utilizado. Por sua vez, a segunda é a taxa cobrada pela remuneração dos serviços prestados pela administração do fundo e da gestão de carteira. Certo Errado Gabarito Errado. Taxa de administração: taxa cobrada do fundo para remunerar o administrador e os prestadores dos serviços por ele contratados e que não constituam encargos do fundo; Taxa de performance: taxa cobrada do fundo em função do resultado da classe ou do cotista, normalmente por conseguir ter retorno maior do que um benchmark. Está trocado. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 181 43. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: POLITEC - RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - POLITEC - RO - Perito Criminal - Área 1 (Ciência Contábeis/Ciências Econômicas/Adm de Empresas/Adm Pública) Tendo em vista as principais características dos fundos de investimentos, assinale a opção correta. A) Os fundos de renda fixa possuem essa denominação em virtude da promessa de rendimento fixo todos os meses. B) Os fundos de ações não podem ser aplicados em títulos públicos federais. C) Os fundos cambiais devem aplicar, no mínimo, 50% de seus recursos em ativos sujeitos à variação cambial. D) Os fundos de curto prazo podem admitir papéis com vencimento superior a dois anos, desde que limitado ao percentual de 20%. E) Os fundos de longo prazo devem ter prazo médio da carteira superior a um ano. Gabarito E. Item A, errado. É pela categoria de ativos, que são de renda fixa. Não há promessa de rendimentos. Item B, errado. Na verdade, para gestão de liquidez, no que for acima do percentual mínimo, pode investir em títulos públicos. Item C, errado. A classe tipificada como “Cambial” deve ter como principal fator de risco de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou do cupom cambial, e deve ter, no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira composta por ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome ao tipo. Item D, errado. Fundos de curto prazo, devem aplicar seus recursos exclusivamente em: a) títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou indexados à taxa de juros ou títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira de ativos inferior a 60 (sessenta) dias; b) títulos privados com prazo de que trata a alínea “a” e que sejam considerados de baixo risco de crédito pelo gestor; c) ETF que apliquem nos títulos de que tratam as alíneas “a” e “b” e atendam ao inciso II; e d) operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais; Porém, há uma questão tributária quanto a fundos de curto e longo prazo, e a definição é: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 182 Os fundos de renda fixa de curto prazo possuem na sua carteira de investimentos títulos com prazo médio de realização igual ou inferior a 365 dias Os fundos de renda fixa de longo prazo possuem em suas carteiras títulos com prazo médio de realização igual ou superior a 365 dias. E a RCVM 175 apenas exige que a classe que dispuser, em seu regulamento, que tem o compromisso de obtero tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente, está obrigada a incluir a expressão “Longo Prazo” em sua denominação. Item E, portanto, está correto. 44. FCC - Escriturário (BB)/"Sem Área"/2006/3 É correto afirmar: a) Os fundos de investimento devem contabilizar mensalmente todos os ativos integrantes de suas carteiras pelos seus preços médios ao longo do mês. b) Fundos abertos são aqueles com prazo determinado de duração, cujos valores investidos não podem ser resgatados. c) O recolhimento do Imposto de Renda, nos fundos de investimento, ocorre sempre no momento do resgate. d) O valor diário da cota de um fundo é obtido dividindo o seu patrimônio líquido pelo número de cotas emitidas, ambos calculados no mesmo momento de tempo. e) Sobre os rendimentos obtidos nos fundos de investimento há incidência de IR à alíquota de 25%. Gabarito D. Comentando os itens: a) O valor dos ativos deve ser contabilizado diariamente pelo valor de mercado que apresentam, salvo para fundos que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas (o cálculo da cota deve ser realizado em periodicidade compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamente previsto em seu regulamento). b) Fundo aberto é aquele que permite o resgate das cotas a qualquer tempo. c) Sobre a tributação dos rendimentos de fundos de investimento, é preciso fazer alguns comentários. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 183 A cobrança do imposto de renda sobre a rentabilidade do fundo não ocorre apenas no momento do regate, como afirma a questão. O pagamento do imposto de renda é feito semestralmente pela sistemática conhecida como “come cotas”. Ela é representada pela cobrança de uma alíquota de 15% sobre a rendimento das cotas e pagas em cotas. Ou seja, as cotas do investidor são debitadas no valor do imposto devido (15% sobre a rentabilidade do período). No momento do resgate o valor residual do imposto devido, se houver, é debitado do investidor da forma tradicional (na fonte). d) É exatamente esta a sistemática de cálculo do valor da cota. Diariamente é calculado o valor do patrimônio do fundo que, quando dividido pelo número de cotas existentes, resultará no valor da cota. e) Sobre a alíquota de IR é necessário alguns comentários. Os fundos de ações possuem alíquota de IR de 15%. As demais modalidades de fundos de investimento possuem tributação em função do período de permanência no fundo (exceto FIDC e FIP em condições especiais). 45. (CESGRANRIO - Técnico Bancário (BAMAN)/2015) Os fundos de investimento que, por determinação de norma da CVM, devem ter como principal fator de risco de sua carteira a variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços, ou ambos, sem limitação de prazos dos títulos que a compõem, são classificados como a) de renda fixa b) de dívida externa c) de curto prazo d) de ações e) cambiais O comando da questão apresenta conceito relacionado à carteira do fundo de investimento de renda fixa. GABARITO: LETRA A 46. CESPE - Tecnólogo (FUB)/Negócios Imobiliários/2015/ Julgue o item seguinte, a respeito dos fundos de investimentos imobiliários e da execução hipotecária. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 184 Os fundos de investimentos imobiliários são uma comunhão de recursos captados por um prazo determinado, destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários, que podem ser constituídos sob a forma de condomínio fechado ou aberto, admitindo-se o resgate das quotas a qualquer tempo. Certo Errado Gabarito ERRADO Questão com diversos erros. Primeiro, os FIIs podem ter prazo de duração determinado ou indeterminado. Segundo, eles podem somente ser constituídos sob a forma de condomínio fechado. Terceiro, por ser fundo fechado, o resgate de cotas não pode ser realizado a qualquer tempo, mas apenas nas hipóteses previstas e citadas em tópico anterior. 47. FGV - Analista de Desenvolvimento Econômico (CODEMIG)/Analista de Participações/2015 Como analista de participações, você é convidado a avaliar a possibilidade de entrada no capital de uma empresa nacional. Antes mesmo de analisar o balanço, sua primeira iniciativa é analisar a estrutura acionária dessa empresa de capital aberto para entender que tipos de sócios estão representados na estrutura de comando. Afinal, a visão de cada um desses sócios é o que determinará a estratégia da empresa. Ao realizar sua análise você se depara com vários sócios com interesses díspares e entre eles está a BlackRock Inc. A BlackRock é um dos maiores fundos de private equity do mundo. Esse tipo de fundo foi regulamentado no Brasil através da instrução CVM 391/03 (atual RCVM 175), e é denominado pela legislação: a) Fundo de investimentos em participações; b) Fundo de pensão nacional; c) Fundo de pensão internacional; d) Fundo soberano; e) Angel capital. Os fundos de private equity, conforme exemplo citado pelo comando da questão, são no Brasil conhecidos como Fundos de Investimento em Participações. Ou seja, são os FIPs. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 185 GABARITO: LETRA A Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 186 ANEXO – PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS Tesouro prefixado (LTN) É o típico zero-coupon bond, ou seja, paga um valor fixo prometido no futuro (R$ 1.000 no caso da LTN, chamado de valor nominal VN). Seu valor para compra hoje, seria o Valor Nominal (VN), descontado à taxa de juros exigida. OBS! As datas dos títulos são antigas, mas não há mudança alguma nas fórmulas de cálculo. E as nomenclaturas estão atualizadas. Considere o seguinte: A LTN com vencimento em 01/01/2019 valia R$ 711,38 em 11/04/2016. É importante notar que, no mercado brasileiro, e para esse tipo de título, costumamos usar o ano com dias úteis (252). Um site que ajuda bastante é o: http://www.dias-uteis.com/, porém é improvável que seja cobrado na prova um cálculo perfeito de dias úteis para períodos longos. Utilizando o site (e sem fazer ajustes específicos), vemos que seriam 689 dias úteis até o vencimento, onde receberíamos R$ 1.000. Qual seria a taxa de juros desse título? Por 689 dias receberíamos: (1 + 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) = 1.000 711,38 = 1,405718 A rentabilidade esperada de quem mantiver o título pelos 689 dias úteis é de 40,57%. O retorno equivalente em anos seria: (1 + 𝑖𝑎𝑛𝑜) = (1,405718) 252 689 = 1,132644 Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 187 O resultado anual seria de 13,26%. OBS. perceba que para essa aula não estamos mais "revisando" matemática financeira, estamos indo direto aos cálculos. Já consideramos que o aluno treinou bastante nas aulas sobre precificação de fluxos de caixa. Essa taxa é a YTM (yield to maturity), aquela que o investidor receberá se mantiver o título até o vencimento (maturidade) em anos. E se o investidor quiser vender antes? Qual o retorno? Imagine que o investidor comprou esse título pois estava prevendo (apostando) uma queda na taxa de juros significativa nos próximos meses. Essa queda faria os preços subirem e o investidor ganhar com a especulação. Em 11/04/2016 o título foi comprado pelo investidor por R$ 711,38, referente a uma YTM de 13,26%. Agora imagine que em 11/05/2016, por hipótese, o YTM do título (sempre desconsiderando custos de transação nos exemplos) esteja em 12,54%, forte quedaem relação aos 13,26% de um mês antes. Qual deveria ser o novo preço do título? Seriam 668 dias úteis até o vencimento (terá um mês a menos até o vencimento). 𝑉𝑃 = 1.000 (1 + 0,1254) 668 252 = 𝑅$ 731,13 O investidor teria recebido R$ 19,75 (R$ 731,13 – R$ 711,38) em 21 dias úteis (689 – 668 dias úteis). Qual o ganho percentual anual do investidor? Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 188 (1 + 𝑖𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙) = (1 + 19,75 711,38 ) 252 21 = 1,3890 Perceba que uma mudança de 0,72% na taxa anual, em prazo tão curto, fez o retorno anual do título sair dos esperados 13,26%, para 38,90%. É claro que o retorno é para esse horizonte de tempo curto (21 dias úteis). E se o investidor ERRASSE sua previsão e a taxa subisse, por hipótese, para 13,88%? 𝑉𝑃 = 1.000 (1 + 0,1388) 668 252 = 𝑅$ 708,55 (1 + 𝑖𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙) = (1 − 2,83 711,38 ) 252 21 = 0,9533 O retorno seria de -4,67% ao ano. Veja que trabalhar com renda fixa não é nada simples e, mesmo que se tenha a garantia dos juros e do principal, qualquer mudança nos prazos de resgate ou nas curvas de taxas de juros pode levar a grandes lucros ou grandes prejuízos. Tesouro prefixado com juros semestrais (NTN-F) É um título que paga os mesmos R$ 1.000 no vencimento, porém tem cupons semestrais, à taxa de 10% ao ano, até o vencimento. Normalmente paga no dia 01/01 e no dia 01/07 de cada ano. Aqui cabe um parêntese importante. Esse tipo de título nos EUA, com definição de taxa de juros anual e pagamento em períodos menores (semestre, trimestre, mês, etc.) tem seu cupom calculado a base de juros simples. No caso dos 10% ao ano, pagos semestralmente, seria tão somente 5% ao ano. Mas a regra da NTN-F não é de juros simples (se fosse daria um fluxo maior), é por juros compostos, ou seja, a taxa ao semestre seria: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 189 𝑖 = (1 + 10%) 1 2⁄ − 1 = 4,8809% Esse título é melhor entendido a partir de uma planilha dos seus retornos. Sempre é recomendado que o aluno refaça todos os cálculos que estamos mostrando aqui. Vamos trabalhar com uma NTN-F com vencimento em 01/01/2027. A fórmula de seu valor, já vista em aulas anteriores, é a seguinte (valor presente de obrigações com cupons constantes): 𝑉𝑃 = 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 (1 + 𝑖)1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 (1 + 𝑖)2 + … + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 (1 + 𝑖)𝑡 + 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐹𝑎𝑐𝑒 (1 + 𝑖)𝑡 Os juros (YTM) desse título no dia 11/04/2016 eram de 13,63%. Qual o valor do título? Não tem jeito, temos que calcular o fluxo de caixa e trazê-lo a valor presente. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 190 Data Fluxo Dias úteis VP (13,63%) 11/4/2016 VP = ? 828,84 1/7/2016 48,81 54 47,49 1/1/2017 48,81 183 44,48 1/7/2017 48,81 309 41,73 1/1/2018 48,81 435 39,15 1/7/2018 48,81 562 36,71 1/1/2019 48,81 689 34,42 1/7/2019 48,81 815 32,29 1/1/2020 48,81 942 30,27 1/7/2020 48,81 1069 28,39 1/1/2021 48,81 1198 26,59 1/7/2021 48,81 1322 24,97 1/1/2022 48,81 1451 23,39 1/7/2022 48,81 1577 21,94 1/1/2023 48,81 1705 20,56 1/7/2023 48,81 1830 19,30 1/1/2024 48,81 1958 18,09 1/7/2024 48,81 2085 16,96 1/1/2025 48,81 2211 15,91 1/7/2025 48,81 2337 14,92 1/1/2026 48,81 2466 13,98 1/7/2026 48,81 2591 13,12 1/1/2027 1.048,81 2719 264,21 Obs. Os dias úteis são estimados por fórmulas do excel, talvez haja diferenças pequenas com os feriados reais previstos até 2027, mas isso não interfere no que estamos estudando. O valor presente dos fluxos futuros seria de R$ 828,48. Perceba que, mesmo o título sendo bem mais longo que a LTN do exemplo anterior, vencendo apenas em 2027, ele custa mais caro, pois paga cupons regulares a cada semestre. Imaginemos agora que os juros tivessem caído os mesmos 0,72% da LTN 2019. Iríamos para 12,91%. O valor do título (substituindo a taxa na planilha de excel) seria de R$ 862,60. Perceba que o ganho é maior do que os R$ 19,75 da LTN, mas não podemos comparar os títulos, pois o fluxo é bem maior do que os R$ 1.000,00 da LTN. Isso é visto com mais atenção em aulas de duration e convexidade para comparar esses títulos. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 191 Para calcular os ganhos de curto prazo, são os mesmos cálculos da LTN, pois o que importa, de fato, é por quanto compramos e por quanto vendemos, e o prazo em que auferimos esse lucro ou prejuízo. Tesouro SELIC Pós-fixado LFT É um título que deve apresentar menos oscilação, pois o valor futuro NÃO está fixado. Você paga pelo título hoje e deve levar a variação da taxa SELIC até o vencimento, ou até a venda do título. É, portanto, difícil antecipar o valor futuro e a rentabilidade do título, pois dependerá da política de juros do COPOM/BACEN. Para termos base de preço, o Tesouro Nacional estabeleceu que uma unidade do Tesouro Selic (LFT), equivalia a R$ 1.000,00 em 1° de julho de 2000, (chamada de data‐base), e deverá ser atualizada pela variação da taxa SELIC diária até o dia em que a precificação do título é feita. Ao valor encontrado na tabela, definido como Valor Nominal Atualizado (VNA), existe a possibilidade de haver ágio ou deságio de acordo com condições de mercado. Sobre o ágio e deságio na LFT / Tesouro SELIC O Tesouro Selic possui dois componentes que afetam a sua rentabilidade. O primeiro é a taxa de juros Selic, que diariamente incrementa o valor do título. Já o segundo é uma taxa fixa, chamada no mercado de ágio ou deságio, que é acrescentada à taxa de juros Selic. Por exemplo, se a taxa fixa é +0,02, a rentabilidade do investidor será a Taxa Selic + 0,02 ao ano, se o investidor carregar o título até o vencimento. As alterações nessa taxa fixa causam variações nos preços do Tesouro Selic, influenciando sua rentabilidade total em caso de resgate antecipado. Ou seja, o Tesouro Selic está sujeito à marcação a mercado, a atualização do valor pelo seu preço de mercado dada às forças de oferta e demanda pelo título. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 192 Vale relembrar que, na marcação a mercado, o preço e a taxa do título possuem relação inversa, ou seja, quando a taxa fixa aumenta o preço de mercado do título cai. Assim, quando essa taxa é positiva, o Tesouro Selic está sendo negociado com deságio em relação ao preço quando a taxa fixa é zero. Em outras palavras, o preço de mercado do título para venda antecipada está inferior ao valor do título quando consideramos que este é remunerado apenas pela taxa Selic. Já se a taxa é negativa, tem-se um título que está sendo negociado com ágio, portanto, a taxa negativa valoriza os papéis. Esse ágio e deságio existe, pois as taxas dos títulos são definidas com base nas taxas transacionadas no mercado secundário de títulos públicos, onde as instituições financeirascompram e vendem títulos todos os dias. Em alguns momentos a volatilidade deste mercado, altera a taxa fixa do Tesouro Selic e dos demais títulos do Programa Tesouro Direto. Para exemplificar, peguemos a SELIC diária para o dia 11/04/2016, que era de 0,052531% (https://www.bcb.gov.br/htms/SELIC/SELICdiarios.asp?frame=1), o VNA desse mesmo dia, em R$ 7.673,84, e um ágio de -0,2%. O cálculo do VNA do dia seguinte será a aplicação da SELIC prevista de 1 dia, ajustado pelo ágio ou deságio. Qual a taxa? (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑎𝑙) = (1 + 0,00052531) 1 1 = 1,00052531 O Valor Nominal Projetado seria: 𝑉𝑁𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = 7.673,84 × 1,00052531 = 7.677,8711 Para o cálculo do ágio é necessário calcular um multiplicador para aplicar ao VN Projetado. Como se segue: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 193 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑡𝑎çã𝑜) = 100 (1 + 𝑇𝐴𝑋𝐴) 𝐷𝑖𝑎𝑠 ú𝑡𝑒𝑖𝑠 𝑎𝑡é 𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑠𝑖𝑣𝑒) 252 O título analisado vence em 01/03/2021, de forma que faltariam 1.237 dias úteis para seu vencimento (a partir do dia seguinte, 12/04/2016). Perceba que esse ágio/deságio afeta o valor presente do título, mas desconta até o momento do vencimento. 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑡𝑎çã𝑜) = 100 (1 − 0,002) 1.237 252 = 100,9876% O valor (Preço) efetivamente negociado deverá ser: 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = 7.677,8711 × 100,9876% = 7.753,70 Tesouro IPCA+ com juros semestrais NTN-B É um título de cálculo bem complicado. Tem juros prefixados, tem taxa interna de retorno, tem fator de correção (cotação) etc. A estrutura de pagamento se dá como no diagrama abaixo, encontrado no site do Tesouro Nacional. Perceba que há pagamento de cupom (6% ao ano), porém não é sobre R$ 1.000, mas sobre um valor atualizado pelo IPCA. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 194 Para cálculo do VNA (Valor Nominal Atualizado) utiliza o valor de R$ 1.000 na data-base 15/07/2000. Seu ajuste, porém, não é diário como o da SELIC (o que facilita bastante o cálculo), mas é mensal, atualizado pela variação mensal do IPCA 15, divulgada entre os dias 10 e 15 de cada mês. Dessa forma, como nem sempre se compra o título exatamente no dia da correção, haverá um VNA projetado, para incorporar a correção pela inflação dos dias que se passaram deste a última correção. Imagine um título que seria comprado no dia 25/02/2016 (passado). O cálculo do VNA, segundo modelo divulgado pelo TN, seria: 𝑉𝑁𝐴 = 1.000 × 𝑁ú𝑚. Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝐼𝑃𝐶𝐴 15 𝑑𝑒 𝑓𝑒𝑣. 2016 𝑁ú𝑚. Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝐼𝑃𝐶𝐴 15 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑙. 2000 Estes valores nós retiramos dos sites de mercado (ANBIMA) ou do IBGE (se algo for pedido na prova, provavelmente os dados serão fornecidos). Temos: Núm.Índice IPCA 15 de fev.2016 = 4.591,18 Núm.Índice IPCA 15 de jul.2000 = 1.614,62 𝑉𝑁𝐴 = 1.000 × 4.591,18 1.614,62 = 2.843,50 Há, porém, 10 dias corridos entre o IPCA calculado para o dia 15 de fevereiro e a compra do título. O cálculo do VNA ajustado leva em consideração a projeção disponível (prévias) do IPCA de março de 2016. Consideremos, por hipótese, que seja de 0,88%. Temos: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 195 𝑉𝑁𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗. = 𝑉𝑁𝐴 × (1 + 𝐼𝑃𝐶𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗.) # 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎 𝑑𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑛𝑒𝑔𝑜𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝑒 𝑜 𝑑𝑖𝑎 15 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 # 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜 𝑑𝑖𝑎 15 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑜 𝑑𝑖𝑎 15 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 Entre o dia 25/02/2016 e o dia 15/02/2016 temos 10 dias corridos e 29 dias corridos entre 15/03/2016 e 15/02/2016. Teríamos: 𝑉𝑁𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗. = 2.843,50 × (1 + 0,88%) 10 29 = 𝑅$ 2.852,11 Não havia, quando fizemos esse exercício, precificação disponível nos sites para títulos curtos de IPCA com cupom, mas, para facilitar os cálculos, vamos considerar que esse título para o qual calculamos o VNA vença em 15/05/2019. É claro que esse não será o valor do título, pois há considerações sobre as taxas efetivas de juros pagas por esse título no mercado. Do site da receita temos a fórmula para cálculo da “cotação” ou do fator de correção pela taxa de juros do título: Onde a taxa anual do cupom é 6% e a TIR é a taxa efetiva prometida ao título (acima da inflação), caso levado ao vencimento. Imagine que essa taxa estivesse em 7,5% (essa é aquela taxa a mais do que o IPCA, por exemplo, IPCA + 7,5%, não é o YTM do título). Vejamos o cálculo: Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 196 Data (1+cupom)0,5 -1 Dias úteis VP (7,5%) 25/02/16 VP = ? 0,97460 15/05/16 0,029563 53 0,02912 15/11/16 0,029563 182 0,02806 15/05/17 0,029563 308 0,02706 15/11/17 0,029563 435 0,02609 15/05/18 0,029563 561 0,02517 15/11/18 0,029563 689 0,02426 15/05/19 1,029563 815 0,81484 Esses 2,9563% nada mais são do que a taxa equivalente semestral de 6% ao ano (em juros compostos). O fator de correção estaria em 0,97460, levando o preço do título a: 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = 2.852,11 × 0,97460 = 2.779,66 Caso a taxa de juros estivesse em 4,5% (expectativa de queda dos juros no futuro), teríamos: Data (1+cupom)0,5 -1 Dias úteis VP (4,5%) 25/02/16 VP = ? 1,05931 15/05/16 0,029563 53 0,02929 15/11/16 0,029563 182 0,02864 15/05/17 0,029563 308 0,02801 15/11/17 0,029563 435 0,02740 15/05/18 0,029563 561 0,02680 15/11/18 0,029563 689 0,02621 15/05/19 1,029563 815 0,89295 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = 2.852,11 × 1,05931 = 3.021,27 Perceba que, sempre trabalhamos com a mesma estrutura de pagamento de cupons. Isso é como se estivéssemos calculando o VP para um título de R$ 1,00. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 197 Debêntures e títulos privados de dívida O formato mais comum de debêntures distribuídas no exterior é do tipo renda fixa típica, com promessa de pagamento de juros contratuais fixos e devolução do principal após a maturidade. Aqui no Brasil é mais comum, dadas as variações de curva de juros, variações nos índices de inflação que as empresas captem com títulos de dívida atrelados ao CDI, Selic ou IPCA. A fórmula de cálculo, quando não é idêntica, é muito semelhante ao que encontramos para títulos públicos, de forma que não será necessário apresentá-las. Paulo Portinho Aula 07 BACEN (Analista - Área 2 - Economia e Finanças) Finanças - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br