Prévia do material em texto
1 /;.////L,/ TUTORIA EDUCACIONAL: ATENDIMENTO PRESENCIAL E ONLINE 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua for- mação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário TUTORIA EDUCACIONAL: ATENDIMENTO PRESENCIAL E ONLINE ........... 1 NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 TUTORIA: O QUE É, COMO FUNCIONA, OBJETIVOS E BENEFÍCIOS .......... 5 Qual o objetivo da tutoria? .............................................................................. 7 Quais são as funções do tutor ........................................................................ 8 Como funciona a tutoria ................................................................................ 10 Qual a diferença entre tutoria e mentoria...................................................... 13 Quais são as vantagens da tutoria para o estudante .................................... 15 PRINCÍPIOS DA TUTORIA .............................................................................. 16 ESTRATÉGIAS DE TUTORIA .......................................................................... 19 REFERÊNCIA .................................................................................................. 30 file:///C:/Users/b_bic/OneDrive/Área%20de%20Trabalho/facuminas/MODELO%20NOVO%20-%20APOSTILA%20(Recuperação%20Automática).docx%23_Toc73992479 4 INTRODUÇÃO Tutoria é a metodologia de formação em serviço, realizada no cotidiano da escola por um profissional mais experiente, que reconhece, valoriza e parte dos conhecimentos e da vivência do tutorado para desencadear o processo de aprendizagem, buscando agregar novos conhecimentos, de caráter prático e modelar. Nesse sentido, tutor e tutorado constroem uma relação de parceria e corresponsabilidade, com foco no desenvolvimento da prática do tutorado, de forma customizada, sempre com o objetivo de melhorar os resultados de apren- dizagem dos alunos. A tutoria promove uma união entre reforços para a aprendizagem e cui- dado com o estudante, que recebe atenção e orientações customizadas de acordo com seus pontos fortes e fracos. Uma de suas maiores contribuições é o desenvolvimento, por parte do estudante, da autonomia de que precisa para aprender mais, não só durante a jornada escolar, mas por toda a sua vida. 5 TUTORIA: O QUE É, COMO FUNCIONA, OBJETIVOS E BENEFÍCIOS Tutoria é um processo que fornece suporte de forma humanizada e per- sonalizada para o estudante, por meio do apoio de um profissional ou estudante experiente. Essa pessoa, que exerce a função de tutor, dedica-se a melhorar a experiência e a qualidade do aprendizado. Assim, o estudante se sente acolhido e motivado a manter uma rotina de estudos, mesmo estando fisicamente distante de professores e colegas de turma. “A tutoria acadêmica no contexto histórico da educação“, o modelo atual de tutoria é fruto de uma evolução do papel do tutor. Na Antiguidade, a civilização grega apostava nele como um tipo de orien- tador para os aprendizes, que recebiam instruções sobre uma ocupação da época. 6 Destacam os autores Lorena Geib, Mônica Krahl, Denise Poletto e Caro- lina Silva: “O nascimento das Polis, espaços onde se debatem os problemas de in- teresse comum, deu aos gregos ‘um grau de consciência de si mesmos, que não ocorrera antes em lugar algum’, e forma uma concepção de cultura e do lugar do indivíduo na sociedade, oportunizando o desenvolvimento individual do aprendiz. O ensino era ministrado pelos tutores, escolhidos pelos critérios da estima mútua, afetividade e amizade. Os tutores eram responsáveis pela educa- ção sobre honra, justiça, patriotismo, espírito de sacrifício, autodomínio e hones- tidade.” Podemos observar, no trecho acima, que a tutoria sempre teve como ca- racterísticas a proximidade entre tutor e tutorado, exigindo que fosse estabele- cida uma relação de confiança entre eles. Esse critério persiste atualmente, pois, para aumentar o aproveitamento nos estudos, a criança, adolescente ou adulto precisa confiar nos conhecimen- tos e na vivência daquele que lhes orienta. Contudo, nos dias de hoje, a escolha do tutor precisa ter como base sua qualificação técnica, garantindo que ele tenha condições de ajudar a escla- recer dúvidas sobre os conteúdos que o estudante deve assimilar. https://fia.com.br/blog/andragogia/ 7 Qual o objetivo da tutoria? A tutoria tem como objetivo principal melhorar o aproveitamento do estu- dante em relação às disciplinas abordadas. Para tanto, ele emprega técnicas de customização do ensino que partem do nível de conhecimento e das dificuldades do estudante. Ao contrário do professor, o tutor não assume o compromisso de cumprir uma grade horária, transmitindo certa quantidade de informações em um tempo específico. Por ser focada em um único tutorado ou em pequenos grupos, a tutoria é guiada pelo ritmo dos estudantes, permitindo que atinjam determinado patamar antes de passarem para as próximas fases do processo de aprendizagem. Ou seja, o tutor não vai apresentar, por exemplo, a regra de três sem que o tutorado tenha dominado a multiplicação operação necessária para utilizar a ferramenta. Não significa que a tutoria seja realizada de modo disperso, sem seguir qualquer programação ou estrutura. Os tutores mais bem preparados têm conhecimento sobre diferentes me- todologias, que utilizam conforme suas descobertas após uma avaliação inicial do estudante. https://fia.com.br/blog/formacao-de-professores/ https://fia.com.br/blog/metodologias-ativas-de-aprendizagem/ 8 Dessa forma, é possível adaptar qualquer tipo de instrução a temas e téc- nicas que atraem o interesse do tutorado, permitindo que ele crie suas próprias conexões entre conhecido e desconhecido. O resultado é uma construção de saberes embasada, a qual é estimulada na medida em que o estudante desenvolve autonomia para continuar apren- dendo por si mesmo. Assim, uma tutoria bem-sucedida pode não apenas reforçar o aprendi- zado, como também aguçar a curiosidade de crianças, adolescentes e adultos para que sigam buscando por novos saberes. Quais são as funções do tutor As funções desse profissional dependem de seu perfil e ambiente de ava- liação. Um tutor alocado para auxiliar um professor na educação básica terá o papel de acompanhar e facilitar o aproveitamento da classe, dedicando tempo, principalmente, às crianças com atrasos de aprendizagem. 9 Já um tutor atuante em cursos de educação a distância tem um papel mais central, pois conecta o estudante ao conteúdo, professores e à instituiçãode ensino, substituindo o educador no contato pessoal com o estudante. “O tutor é aquele que de maneira síncrona ou assíncrona, presencial ou a distância, garante uma qualidade na comunicação para o emprego do referido material dirigindo, acompanhando e avaliando a aprendizagem dos alunos du- rante todo o processo.” Embora priorize a educação a distância, o texto apresenta características comuns aos tutores, que comentamos a seguir. Parceiro do estudante Por construir uma relação de confiança e proximidade, o tutor exerce a função de um parceiro, alguém com quem o tutorado pode contar para dar su- porte sobre questões relativas à aprendizagem. Ele vai respeitar o ritmo e as particularidades de cada estudante para po- tencializar seu aproveitamento. Mediador Seja qual for o local em que atua, o tutor é capaz de conectar o tutorado a conteúdos, disciplinas e estratégias que facilitam a aprendizagem. Na EaD, essa função recebe maior importância, pois o contato com o ori- entador faz a ponte entre estudante e escola, faculdade ou universidade. Facilitador da aprendizagem discente O tutor considera as particularidades de cada caso para orientar os estu- dantes rumo à autonomia e à conquista dos saberes por conta própria. Orientador pedagógico Em constante contato com o estudante, o tutor ajuda a esclarecer dúvi- das sobre conteúdos apresentados em sala de aula, reforçando informações mal compreendidas. Fornece, ainda, materiais e ferramentas de apoio para estimular e motivar o tutorado em sua rotina de estudos. https://fia.com.br/blog/rotina-de-estudos/ 10 Como funciona a tutoria Essa é uma questão que também depende do ambiente e dos objeti- vos para ser respondida. Uma tutoria em forma de aulas particulares não é feita da mesma forma que uma tutoria em grupos, na escola ou na universidade. Até porque, como explicamos anteriormente, a tutoria pede uma avaliação para entender os pontos fortes e fracos dos tutorados, a fim de adequar o modo de trabalho para garantir seu aperfeiçoamento. No entanto, existem alguns pontos em comum para os diferentes tipos de tutoria. Em geral, eles exigem pessoas capacitadas na área estudada para serem tutoras, além de conhecerem práticas pedagógicas que sirvam de apoio para facilitar o aprendizado. Todas as modalidades de tutoria se beneficiam de uma programação mí- nima, ainda que tenham maior espaço para que o estudante se manifeste e opine sobre os assuntos em que mais precisa de orientação. 11 Apesar desse planejamento, os encontros devem ser adaptados ao ritmo do estudante ou ao ritmo médio do grupo, para que todos saiam da aula em um patamar de conhecimento semelhante quanto ao tema abordado. Normalmente, o processo dura ao menos algumas semanas, podendo se estender por meses e até anos, caso o tutor e tutorado enxerguem essa neces- sidade. De acordo com o propósito, o orientador pode oferecer reforço em um ou mais dias da semana, acompanhar o estudante enquanto faz a lição de casa ou criar atividades customizadas. A seguir, veja detalhes sobre o processo de tutoria em diferentes contex- tos. Tutoria no acompanhamento escolar A grande quantidade de crianças e adolescentes em uma sala de aula afeta o tempo que o professor pode dedicar para que todos acompanhem o programa definido para sua disciplina. Mesmo que se esforce, fica complicado para que esse profissional ob- serve e identifique, sozinho, as dificuldades de todos. Pensando nisso, algumas escolas das redes particular e pública oferecem vagas para tutores, que podem trabalhar em diversos formatos. Aqueles que se interessam por estudantes em condição especial, como distúrbios de aprendizagem e deficiências, podem ficar ao lado deles durante as aulas, auxiliando em seu desenvolvimento. Outros atuam no reforço escolar em horários diferentes das aulas, adicio- nando um tempo para esclarecer dúvidas e auxiliar nas respostas a exercícios. Fora das instituições, também há empresas especializadas e professores que trabalham com tutoria presencial, on-line ou mista, dando apoio a estudan- tes diante de dificuldades pontuais ou referentes a uma disciplina em sua totali- dade. Eles fornecem orientação individual ou em grupo, para que o estudante se sinta acolhido e tenha melhor rendimento ao lado de seus colegas. https://fia.com.br/blog/inovacao-na-sala-de-aula/ https://fia.com.br/blog/inovacao-na-sala-de-aula/ 12 Porém, é interessante que esses grupos tenham poucos tutorados, caso contrário, o problema escolar da falta de tempo, para que todos elevem seu de- sempenho, pode se repetir. Tutoria na faculdade Ingressar em um curso superior nem sempre é fácil. De uma hora para outra, o universitário precisa se acostumar a uma nova rotina, conviver com novos colegas, professores e funcionários, além de conhe- cer as regras da instituição de ensino. A situação fica ainda mais difícil quando é preciso mudar de cidade, es- tado ou país para participar do curso, uma vez que terá de se habituar a uma nova cultura e responsabilidades encontrar e manter uma casa, controlar os gas- tos, obter renda extra, etc. Tudo isso somado à necessidade de priorizar sua graduação. Considerando essas questões, faculdades criaram programas de tutoria para dar suporte aos estudantes, especialmente àqueles que enfrentam muitas mudanças simultâneas. Um exemplo é o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) ofe- recido pela Fundação Instituto de Administração (FIA) a estudantes do pós-MBA. A iniciativa consiste em encontros periódicos, nos quais são selecionados tutores entre acadêmicos experientes no meio empresarial ou executivos com ampla vivência no aconselhamento profissional. O programa é construído de forma alinhada ao plano de carreira do estu- dante. Também há instituições de ensino superior que disponibilizam grupos de tutoria com objetivos claramente definidos, como conseguir um bom desempe- nho em um teste ou ampliar os debates referentes a um tema de interesse. Tutoria na EAD Na educação a distância, o tutor é, geralmente, um professor que tem o papel de mediar as relações entre o estudante, os conteúdos debatidos e a ins- tituição de ensino. https://fia.com.br/blog/gestao-do-tempo/ https://fia.com.br/pos-mba/plano-educacional/ https://fia.com.br/blog/plano-de-carreira/ https://fia.com.br/blog/o-que-e-ies/ 13 Conforme citamos nos tópicos anteriores, a tutoria EaD tem essa função mais central, invertendo a dinâmica que ocorre na tutoria em sala de aula. Durante o ensino presencial, o acompanhamento de um orientador com- plementa e dá suporte ao trabalho do professor. Já na EaD, o tutor é que acaba sendo o principal representante da escola ou faculdade, acolhendo o estudante e dando informações sobre como ele pode aproveitar melhor as aulas. Se necessário, o orientador pode contatar o docente que gravou uma vi- deoaula, por exemplo, para que tire dúvidas de um tutorado. Atua, ainda, fazendo recomendações aos próprios professores responsá- veis pelos conteúdos e atividades do curso, com dicas valiosas sobre os princi- pais temas e dificuldades dos estudantes. Portanto, é útil que o tutor mantenha uma relação próxima, na medida do possível, de seus tutorados na EaD, a fim de direcioná-los para que obtenham organização e autonomia – dois quesitos essenciais para quem adere a esse formado de ensino. Qual a diferença entre tutoria e mentoria 14 Muita gente faz confusão entre os dois conceitos, e não é à toa. Afinal, ambos descrevem processos de orientação em que mestre e dis- cípulo desenvolvem uma relação próxima. Porém, existem diferenças a considerar. A primeira está no contexto em que se dão essas dinâmicas. Enquanto a tutoria está relacionada a um aumento no rendimento escolar e desempenho no aprendizado, a mentoria pode seraplicada a diferentes cam- pos da vida, especialmente na área profissional. Por isso, é natural ter um tutor enquanto se realiza um curso, e um mentor para orientar quanto à carreira, quando a pessoa já está mais madura. A tutoria também está ligada fortemente à educação. Já a mentoria se baseia nas experiências de um profissional sênior ou que tenha alcançado um patamar almejado pelo mentoreado. Então, podemos dizer que a tutoria tem um foco mais restrito, sendo vol- tada a sanar dúvidas e dificuldades para que o estudante avance no processo de aprendizagem. Já a mentoria pode servir para superar desafios em qualquer segmento da vida, seja na carreira ou para projetos pessoais nos quais o mentorado é um novato. Ele recorre a alguém que considera um referencial para que o ajude a tomar decisões assertivas, seja avaliando ou compartilhando dados sobre sua própria experiência – tanto os acertos quanto os erros. O que acontece é que, muitas vezes, o tutor passa a ser visto como um modelo pelo tutorado, o que permite que ele seja, no futuro, seu mentor. O aprendizado por tutoria é eficiente? Em um primeiro momento, a tutoria pode parecer um detalhe, mas pes- quisas mostram a eficácia dessa técnica, principalmente quando os encontros ocorrem mais de uma vez por semana. Um estudo feito pela Universidade de Harvard analisou 200 experimentos que têm como propósito desencadear melhorias na educação, como a expansão da educação infantil. https://www.nber.org/papers/w22130 15 Entre eles, teve destaque a promoção de aulas particulares frequentes com instruções comprovadas em pesquisa, que elevaram as taxas de aprendi- zagem de estudantes que, tradicionalmente, tinham baixo desempenho. Para se ter uma ideia, a estratégia foi 20 vezes mais eficaz que o ensino de baixa dosagem em matemática, e 15 vezes mais eficaz em leitura. Informações como essas têm motivado autoridades norte-americanas a apostar em programas de tutoria para diminuir o impacto do fechamento das escolas por vários meses, a fim de conter a pandemia causada pelo coronavírus. Conforme cita esta reportagem, o ex-governador do estado do Tennes- see, Bill Haslam, disse que arcaria com as despesas para que mil jovens univer- sitários oferecessem tutoria para crianças de até seis anos, a fim de acelerar seu aprendizado. Quais são as vantagens da tutoria para o estudante O estudante que participa de tutoria pode se beneficiar de várias vanta- gens. Listamos, abaixo, algumas delas: https://fia.com.br/blog/coronavirus/ https://revistaeducacao.com.br/2020/05/26/tutoria-atraso-de-aprendizagem/ 16 o Acesso a um formato de ensino mais humanizado, que leva seu desen- volvimento em consideração. o Ritmo adaptado a seu processo de aprendizagem. o Metodologias e programação personalizadas. o Ambiente mais leve e com menos pressão para acompanhar os conteú- dos. o Maior espaço para manifestar dúvidas, sem se preocupar com o julga- mento de colegas. o Adequação dos temas tratados aos seus objetivos e necessidades pes- soais. o Ganho de tempo para assimilar um ou mais conteúdos. o Flexibilidade no agendamento das aulas, com maior disponibilidade de horários, em especial para quem opta pelas aulas particulares. o Possibilidade de negociar o investimento financeiro para os encontros, além de escolher entre as modalidades presencial, semipresencial e a distância. o Espaço aberto para a manifestação de ideias e adequações no processo de ensino. PRINCÍPIOS DA TUTORIA A rotina de trabalho do tutor se pauta em alguns princípios, apoiados pelo que as pesquisas sobre aprendizagem de adultos apontam: 17 Aprendizagem na prática Adultos aprendem mais intensamente a partir da experiência e da reflexão sobre sua prática. O aprendizado vem à medida que saímos da zona de conforto do que já sabemos e dominamos, desde que com suporte para lidar com a frus- tração e os erros inerentes ao processo de aprendizado. Na tutoria, a aprendi- zagem se dá no cotidiano da escola e da sala de aula, no fazer. Assim, um pro- fissional que recebeu orientações técnicas da Secretaria de Educação, e/ou par- ticipou de uma palestra, oficina ou curso, consegue se apropriar melhor desses conteúdos ao aplicá-los no seu cotidiano, ao vivenciar erros e acertos, ter espaço para refletir sobre o que não deu certo, tentar de novo, fazer ajustes, adaptações. O tutor pode fazer toda a diferença, como um par avançando ao lado do tutorado, para observar, modelar, refletir sobre a prática inclusive para estimulá-lo a não desistir em frente a desafios de um novo aprendizado e reconhecer os avanços, que muitas vezes podem passar despercebidos pelo tutorado. Parceria A construção de parceria se baseia no relacionamento de confiança, ho- nestidade e respeito profissional entre tutor e tutorado, a partir de ações e apren- dizados conjuntos. Ser parceiro não é ser condescendente ou passivo em rela- ção ao que o tutorado traz ou faz. O tutor, sendo um formador, é parceiro na medida em que não abre mão da responsabilidade de questionar e dar feedback, de introduzir conceitos e estratégias novos para o tutorado, de estimular seu de- senvolvimento. Esse processo é uma via de mão dupla, pois requer que tanto tutor quanto tutorado tenham disposição para rever suas práticas e transformá- las. Customização Parte do aprendizado na tutoria deve-se ao seu diferencial de formação customizada. O tutor precisa olhar atentamente cada tutorado em suas especifi- cidades para construir com ele um diagnóstico e um plano de formação de tuto- ria. Para isso, identifica desafios e estratégias a partir do que emerge nas con- versas com o tutorado e nas observações da sua prática. Em vez de ter uma 18 “receita pronta” para todos, o tutor treina o seu olhar para reconhecer os pontos fortes, as áreas de desenvolvimento e o estilo de aprendizagem de seu tutorado. Protocolos e combinados Para manter e preservar a parceria na tutoria, é fundamental que o tutor garanta alguns combinados e protocolos básicos com seu tutorado. A integri- dade da parceria vai exigir um compromisso de tempo, energia e esforço de am- bas as partes. Embora os combinados precisem ser acertados no início da rela- ção, é fundamental que sejam trabalhados, relembrados e reforçados ao longo do trabalho conjunto. A tutoria, embora se apoie num alto nível de customização e, portanto, de flexibilidade, também exige combinados, estruturas, protocolos básicos – inclusive para que a customização e a flexibilidade sejam produtivas e tenham foco no desenvolvimento da prática do tutorado. Esses combinados e protocolos oferecem a estrutura básica para que a relação de tutoria seja um ambiente seguro para tutor e tutorado discutirem dilemas, receios, problemas, tomarem decisões, darem e receberem feedback. Intencionalidade e transparência Toda ação de tutoria precisa ter intencionalidade. À medida que o tutor consegue a cada sessão alinhar com o tutorado expectativas, responsabilida- des/papéis das partes e combinados, o tutorado consegue visualizar e se cor- responsabilizar por seu desenvolvimento. Foco na aprendizagem dos alunos A tutoria trabalha para aprimorar os conhecimentos, a reflexão e a prática do tutorado (professor ou gestor pedagógico), sempre com propósito final de melhoria da aprendizagem dos alunos. O tutor parte do princípio de que todo aluno tem o direito de aprender, independentemente da condição socioeconô- mica de sua família e/ou comunidade. Seu tutorado e os demais adultos da es- cola têm, portanto, a responsabilidade de promover a garantia desse direito, com qualidade e equidade. Não há espaço no trabalho de tutoria para uma postura de baixas expectativas para os alunos tampouco para os adultos tutorados 19 ESTRATÉGIAS DE TUTORIAObservação Características A observação da prática profissional funda o processo de formação pela tutoria e, nesse sentido, tem algumas características essenciais para que contri- bua de fato com o desenvolvimento do tutorado. É importante que o tutor garanta alguns passos antes, durante e depois da observação: • Estabelecimento de pré-combinados com o tutorado sobre o que vai ser observado e por quê/para quê; • Uso de um roteiro semiestruturado para focar seu olhar no que é prio- ritário; • Garantia de tempo adequado para um feedback, se não imediata- mente após a sessão, no máximo um ou dois dias depois; • Comunicação clara, direta, para os presentes na ação observada de- pendendo do tutorado, podem ser alunos e/ou profissionais sobre qual o papel do tutor enquanto observador. Propósitos 20 Observar o tutorado nas suas práticas diárias é peça-chave para realizar um diagnóstico mais apurado sobre quais são as áreas prioritárias a serem tra- balhadas. Observar o tutorado em diferentes contextos pode nos dar informações preciosas sobre: • Áreas de desenvolvimento: Que práticas ele já domina bem? Quais são as áreas prioritárias de desenvolvimento que precisam de mais atenção para que outras deslanchem depois? • Seu estilo de liderança (sobretudo no caso de gestores pedagógicos): Na relação com seus pares, o tutorado busca criar um ambiente de colaboração e partilha, ou apenas indica como se deve fazer? Quando há relação hierárquica, delibera para a execução ou busca conjunta- mente elaborar soluções, criando um senso de equipe no grupo? No caso de professores, é possível observar como ele compartilha seus conhecimentos com os colegas, o tipo de interação que estabelece com seus pares nos momentos de formação coletiva, seu interesse pelo trabalho desen- volvido por colegas iniciantes, dentre outros. A sala de aula e a forma como se relaciona com seus alunos também trazem indicadores da sua postura de lide- rança: a forma como envolve os alunos na aula através do espaço dado para participação e fala, se encara as dúvidas com olhar investigativo sobre o pro- cesso de aprendizagem, se busca resolver problemas de maneira conjunta, e não apenas indicando a resposta correta. Para os gestores pedagógicos, observar a forma como realiza a gestão da sua equipe. Identifica a diversidade da equipe como um potencial de troca e aprendizagem, de forma que os profissionais se complementem no fazer cotidi- ano e aprendam uns com os outros? Centraliza as decisões da escola ou con- segue delegar? A colaboração entre professores permeia as ações de formação coletiva? A observação dessas evidências colabora com a construção de um perfil de liderança do tutorado. 21 Feedback Características Presença diária no trabalho de tutoria, trata-se de uma conversa pautada pela observação e coleta de evidências observadas por tutor e/ou tutorado que vai subsidiar um processo de reflexão e encaminhamentos para aprimoramento da prática. Feedback é uma via de mão dupla. Na relação de tutoria, o tutor também precisa solicitar feedback, que o ajuda a perceber o que naquele momento está funcionando ou não no trabalho com o tutorado. • Objetivo: foca nas evidências observadas no trabalho do tutorado, nos seus esforços para a melhoria da aprendizagem dos alunos da escola. Não é para compartilhar experiências pessoais ou profissionais pas- sadas, ou opiniões gerais, mas sim focar no que mobiliza ou dificulta o trabalho em questão. As observações têm como base a prática, com o objetivo bastante claro de melhoria do desempenho do tutorado. • Significativo: resulta em um aprendizado que pode ser posto em prá- tica não termina com uma mera constatação. Tira o tutorado da zo- nade conforto de forma estratégica, transparente, com encaminha- mentos e apoio para a experimentação do novo. Todo feedback gera combinados e encaminhamentos para uma nova etapa do processo formativo. • Estratégico: prioriza e seleciona a partir do foco, contexto e abertura do tutorado para receber e usar a informação. Nesse sentido, é impor- tante lembrar que o feedback precisa fazer um recorte não é eficaz quando detalha muitas áreas de uma vez só. • Equilibrado: inclui pontos de avanço, assim como pontos de atenção. O tutorado vai estar muito mais aberto se perceber que o tutor reco- nhece também suas potencialidades e o ajuda a identificar pequenos avanços. • Compartilhado: durante uma sessão de feedback, é muito importante a verificação do entendimento do que está sendo apontado. Peça ao tutorado que retome o que foi debatido e os encaminhamentos dados. Por tirar o tutorado de sua zona de conforto, pode haver uma tendência 22 para recorrer a discursos que tendem a ser circulares e generalizantes, e que muitas vezes geram um sentimento de apatia com a situação. Falas do tipo “os alunos não se interessam pelas aulas” e “a profissão do professor é solitária, não há espaço para trocas” devem ser enfren- tadas com outros exemplos que identifiquem um aluno que quis parti- cipar, trouxe dúvidas, mas acabou passando despercebido, ou um co- lega que no intervalo compartilhou uma experiência positiva, mas não obteve crédito com seus colegas. Caminhadas pedagógicas pela escola Características: Essa técnica é um tipo de observação mais usada na tu- toria de gestores pedagógicos, para se obter um panorama geral do cotidiano da escola auxilia na leitura do contexto. Ao caminhar com o tutorado pela escola, o tutor observa a capacidade do tutorado de analisar dinâmicas de ensino e apren- dizagem, mesmo se passarem rapidamente pelas salas de aula. O tutor fica atento também a como são as relações do tutorado com outros membros da equipe, alunos e pais; como ele vê a organização geral da escola, a infraestru- tura física e como ela se relaciona com o uso dos diferentes espaços e rotinas; no que ele presta atenção, e o que é importante, mas lhe passa despercebido. Para um diretor ou coordenador pedagógico que não circula na escola, com pouco hábito de interagir com alunos e professores, e sem prática de ob- servar salas de aula, as caminhadas pedagógicas podem ser um passo estraté- gico a ser realizado com o tutor. Assim como outras práticas de tutoria, precisa ter uma intencionalidade, um planejamento mínimo e um tempo depois da ativi- dade para feedback com o tutorado. Uma caminhada conjunta pela escola é efi- caz quando tutor e tutorado definem um propósito que é transparente para am- bos. Esse processo dá ao tutorado um olhar mais ampliado sobre as rotinas de sua escola. Propósitos 23 A caminhada pedagógica não é para avaliar o professor, tampouco os alunos. Trata-se de uma ferramenta de aprendizagem para o gestor pedagógico, para que ele fique mais próximo do que está acontecendo em termos de ensino e aprendizagem na sala de aula. Ajuda o gestor tutorado a ampliar sua compre- ensão sobre os pontos positivos e desafios de sua escola é um ponto de partida importante para aprofundar conversas com professores e alunos, além de ofere- cer pistas para questões que precisam ser aprofundadas em reuniões de equipe e/u observações mais longas de aulas. Role play/dramatização Características: O role play é uma técnica muito útil, aplicada mais fre- quentemente na tutoria pedagógica, pois o trabalho do gestor pedagógico en- volve muitas interações com adultos, conversas difíceis e posicionamentos de liderança junto com a equipe. Ao simularem uma situação, tutor e tutorado exploram diferentes possibi- lidades de abordagem e comportamento, de rever desde decisões e atitudes a aspectos como linguagem corporal, tom de voz, escolha de palavras. Na tutoria, o role play: •Tem um objetivo claro; •Foca em um dilema central; • É curto, a fim de permitir reflexão e tempo para ser refeito váriasvezes, testando diferentes abordagens para a mesma situação ou simplesmente prati- cando por vezes seguidas uma mesma habilidade específica. Dependendo da situação, o tutor pode convidar o tutorado a entrar num role play, com ele, tutor, num papel que já é o seu na escola, ou no lugar de outra pessoa. Praticar uma situação no seu papel ajuda o tutorado a experimentar possíveis abordagens dentro dos limites de sua função atual. Entrar no papel do outro oferece uma oportunidade ao tutorado de ter mais empatia com o que mo- biliza, motiva o outro sempre com o propósito de refletir depois sobre como essa compreensão pode ajudá-lo a pensar nas estratégias que colocará em prática. 24 Propósitos A técnica de role play contribui para: • Ajudar o tutorado a se colocar no lugar do outro, para entender melhor um ponto de vista diferente do seu. Por exemplo: um diretor reclama para o tutor que a sua nova coordenadora pedagógica não tem visão nem iniciativa, porque não traz os problemas para discutir com ele quando se reúnem. Ao fazer um role play com seu tutor, observa-se que o diretor tem o hábito de interromper o inter- locutor frequentemente para chegar logo a uma conclusão. Isso abre espaço para se levantar a hipótese de que a forma de se comunicar com sua coordena- dora pode ter efeito nas reações dela quando se reúnem. Com a ajuda do tutor, o diretor pode experimentar outras formas de inte- ragir; • Preparar e praticar com o tutorado algumas conversas difíceis. Ajuda o tutorado a se acostumar com o desconforto inevitável em algumas interações necessárias. Para muitos gestores, dar feedback que inclua pontos negativos é uma área muito difícil sentem-se inseguros sobre como começar essas conversas, como falar de forma que ninguém se ofenda, mas que ao mesmo tempo se saia das zonas de conforto, que dificultam mudanças na prática e nos resultados na aprendizagem dos alunos. Por exemplo: um coordenador pedagógico que pre- cisa conversar individualmente com um professor que não tem planejado suas aulas e já disse em reunião que não precisa de acompanhamento. O coordenador se sente inseguro para ter essa conversa porque o pro- fessor tem mais anos de experiência docente que o coordenador e possui for- mação em matemática, enquanto o coordenador tem formação em educação física. O role play permite que o tutorado tente diferentes abordagens e perceba que, embora não tenha formação em matemática, consegue trazer questões im- portantes de didática na conversa, a partir dos resultados de aprendizagem dos alunos, que não estão satisfatórios. 25 Ação modelar Características: 3Ao modelar uma prática específica, o tutor demonstra de forma explícita (e em alguns casos, implícita) comportamentos e estratégias que o tutorado não incorporou ainda em sua prática e que, em muitos casos, ainda não consegue visualizar. Exemplos de prática modelar podem incluir: •Aulas ou atividades específicas dentro de uma aula; • Condução de parte de uma reunião coletiva e/ou individual para modelar determinada habilidade, como, por exemplo, utilizar uma prática dialógica, de fazer perguntas que estimulem a reflexão conjunta; •Demonstrar estratégias de comunicação -conversas, interações; •Role plays; • Mostrar exemplos de materiais escritos pelo tutor e discutir sobre a forma e a utilidade do mesmo. Propósitos Há situações em que modelar uma estratégia pode acelerar o processo de aprendizagem do tutorado. Ao vermos como alguém coloca algo em prática, temos uma ideia melhor sobre por onde podemos começar, como fazer. Além disso, mostra ao tutorado que o tutor também é um profissional que domina a prática, além da teoria. Pode ser um divisor de águas no caso de tutorados mais resistentes a serem observados. Vale ressaltar que o comportamento geral do tutor, nas suas diferentes rotinas, tem em si um caráter modelar e um potencial formativo, mesmo que não seja explicitado. Comunicação: escuta ativa e questionamento A essência da tutoria passa pela qualidade das conversas entre tutorado e tutor. O tutor usa estratégias de comunicação que o ajudam a levantar dados 26 e informações para a leitura do contexto e a construção do diagnóstico do tuto- rado. Ao mesmo tempo, o diálogo na tutoria não é só para colher informações senão o tutor não se diferenciaria de um pesquisador que vai para a escola e realiza entrevistas, questionários... A forma como se conduz o diálogo é chave no propósito de estimular o tutorado a refletir, a construir o significado de uma situação, identificando problemas, dilemas, aprendizados. Nesse sentido, ter uma escuta ativa, atenta e saber fazer perguntas que mobilizem o tutorado são habilidades fundamentais. Desenvolvê-las ajuda o tutor a se utilizar cada vez menos do recurso de contar e explicar detalhadamente suas próprias experiên- cias e opiniões. O desafio é dialogar com o tutorado de forma a estimulá-lo a refletir não sobre a experiência do tutor, mas sim a pensar e buscar soluções para o seu próprio contexto. Escuta ativa Atenção, abertura, colocar-se na posição do outro. Saber escutar requer um envolvimento ativo, contínuo, a fim de buscar informações, ampliar a com- preensão sobre o tutorado, checar a compreensão, identificar áreas de desen- volvimento e próximos passos para a relação de tutoria. Saber escutar exige paciência, abertura, evitando ao máximo pré-julgamentos, de modo a aprofundar a compreensão de determinada percepção ou comportamento do tutorado. O que dificulta, às vezes, uma boa escuta? Há fatores internos e externos que podem dificultar uma boa escuta. Ao tomar consciência desses fatores, o tutor pode pensar como tentar reduzir seus efeitos. Nesse sentido, a escuta é uma habilidade em constante aprimoramento. Alguns fatores internos: •Diferenças de opiniões e expectativas; •Estilos de aprendizagem; • Falta de atenção – falta de foco e/ou pressa para chegar aos próximos passos antes do outro terminar de falar; • Tendência de ignorar algo que foi dito às vezes nas entrelinhas para privilegiar o que o tutor percebe como urgente ou mais importante; 27 • Preocupação com a forma em detrimento do conteúdo – preocupado com a forma de suas perguntas, o tutor corre o risco de perder oportunidades de se envolver com o que o tutorado está trazendo, de enxergar aberturas para entradas de tutoria, de propor formas de apoiá-lo. Alguns fatores externos: •Duração da sessão de tutoria (muito curta, muito extensa); •Interrupções; •Ambiente físico – ruídos, nível de conforto básico para conversar; • Disponibilidade de tempo. Propósitos Assim, combinadas com uma escuta ativa, perguntas têm o potencial de abrir caminho para o tutor: • Diagnosticar os pontos fortes e de atenção do tutorado, de forma a iden- tificar as áreas prioritárias para seu desenvolvimento naquele momento; • Avaliar os avanços do tutorado; • Apoiar o tutorado na compreensão de fatos e das consequências deles para a escola; • Estimular o posicionamento do tutor como alguém que também está sempre aprendendo, focando o trabalho no tutorado e no seu contexto especí- fico; • Promover um novo olhar do tutorado, um novo jeito de pensar sobre a mesma situação; •Estimular a prática de questionar, refletir; • Testar hipóteses, ao conseguir ter evidências que podem confirmar ou não o que imaginava; • De forma explícita ou implícita, ajudar o tutorado a focar na reflexão e na busca de soluções. 28 Cada estratégia usada precisa sempre estar a serviço do desenvolvi- mento do tutorado, encaixando-se com o que emerge no diálogo tutor-tutorado e no que foi demarcado como prioridade em seu plano de formação. Nesse pro- cesso, o tutor considera o contexto em que o tutorado atua, para envolver o tu-torado em um processo de reflexão focada na sua prática e nas suas habilida- des. O propósito é estimular mudanças de paradigma ou de comportamento ne- cessárias para que o tutorado se desenvolva. Nesse sentido, o tutor é um forma- dor que: •Desenvolve novos hábitos de reflexão e prática; •Estimula o questionamento e a análise crítica do tutorado; • Examina como os pressupostos que o tutorado tem de si, dos outros e do ambiente influenciam suas crenças e seu comportamento na escola; • Desenvolve a capacidade do tutorado de solucionar problemas; 29 • Estimula a autonomia do tutorado, no sentido de buscar sua própria for- mação, seu autodesenvolvimento para além da tutoria. Embora tenha o papel de apoiar o tutorado a refletir e desenvolver solu- ções, o tutor encontrará momentos em que precisa ser mais diretivo. Vai depen- der da situação, das necessidades de aprendizagem do tutorado e do contexto da escola e da rede. Utilizada como eixo estruturante de reformas em diferentes sistemas educacionais no mundo, a tutoria possibilita o desenvolvimento de li- deranças pedagógicas dentro de uma rede de forma sistêmica, na medida em que tutores são selecionados entre professores e gestores que se destacam por seu desempenho e potencial formador. Tutorados reconhecem, em seus forma- dores, profissionais que conhecem o dia a dia da escola e o contexto da sua rede. Nesse sentido, a tutoria contribui para que o sucesso individual de um pro- fissional ou de uma escola possa se multiplicar, colaborando no fortalecimento da capacidade técnica interna da rede. Os princípios norteadores da tutoria se baseiam nos conhecimentos acumulados sobre formação de adultos, sempre com o propósito de colaborar na melhoria dos resultados. 30 REFERÊNCIA APARICI, R. Mitos de la educación a distancia y de las nuevas tecnologías. In: MARTÍN RODRÍGUEZ, E. et. al. La educación a distancia en tiempos de cam- bio: nuevas generaciones vejos conflitos. Madrid: De la Torre, 1999. p. 177- 192. ARREDONDO, S. C.; GONZÁLES, J. A T. Acción tutorial en los Centros Edu- cativos: Formación y Práctica. Madrid: Faster, 1998 FERREIRA, M.M.S.; REZENDE. R.S.R. O trabalho de tutoria assumido pelo Programa de Educação a Distância da Universidade de Uberaba: um relato de- vexperiência. 2003. Disponível em: www.abed.org?semi- nãrios2003/testo19.htm. GARCIA ARETIO, Lorenzo. Educación a distancia hoy. Madrid: IUED, 1996. NEDER, M. L. C. A formação do professor a distância: diversidade como base conceitual. Belo Horizonte, 1999. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, 1999. PRETTI, Orestes. Educação a distância: construindo significados. Cuiabá: NEAD/ IE, UFMT, 2000. RODRIGUES, E. M. La Investigación sobre educación a distancia el ámbitoibe- roamericano: sus características, avances y retos. Revista iberoamericana deE- ducación Superior a Distancia, v.1, oct. 1997. SÁ, I. M. A. A educação a distância: processo contínuo de inclusão social. For- taleza: CEC, 1998 Coll, C., & Solé, I. (1989). Aprendizaje significativo y ayuda pedagógica. Cua- dernos dePsicología, 168, 16-20. 31 Curto, L. M., Morillo, M., & Teixidó, M. M. (2000). Escrever e ler: Como as crian- çasaprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e ler (vol 1). Por- toAlegre: Artmed. Damiani, M. F. (2008). Trabalhando com textos no Ensino Superior. Revista Portuguesade Educação, 21(2), 139-159. Delors, J. (1999). Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez.Demo, P. (2000). Conhecer & aprender: Sabedoria dos limites e desafios. Porto Ale- gre:Artes Médicas. Duran, D., & Vidal, V. (2007). Tutoria: Aprendizagem entre iguais. Porto Alegre: Artmed.Ferreira, A. B. H. (2000). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portu- guesa. Rio de Janeiro:Ed. Nova Fronteira. Gordea y Alba, H. R. (1988). Una propuesta de educación personalizada. Cua- dernos dePedagogía, 158, 26-27. Grinspun, M. P. (Org). (2001). A orientação educacional: Conflito de paradig- mas ealternativas para a escola. São Paulo: Cortez. Manacorda, M. A. (1989). História da Educação: Da antiguidade aos nossos dias. SãoPaulo: Cortez. Moraes, M. C. (2004). Pensamento eco-sistêmico: Educação, aprendizagem ecidadania no século XXI. Petrópolis, RJ: Vozes. Morin, E. (2000). A cabeça bem feita: Repensar a reforma e reformar o pensa- mento. Riode Janeiro: Bertrand do Brasil. Morin, E. (2001). Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.Pan- sardi, M. V., Da Silva, S. R., & Egg, R. F. R. (2008). Programa de educação tu- toriale ética na formação do acadêmico de Direito: A habilitação para a media- ção deconflitos. In Atas do XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF — "Tutoria e media- ção em 32 educação: Novos desafios à investigação educacional". Lisboa: Universidadede Lisboa. Pereira, V. S. (1959). Direito de família (2ª ed.). Rio de Janeiro: Freitas Bastos. Piaget, J. (1976). Para onde vai a educação? Rio de Janeiro: José Olympio. Roncelii, V., & Gagno, R. R. (2008). Tutoria. O XVI Colóquio – Tutoria e media- ção emeducação: Novos desafios à investigação. In Atas do XVI ColóquioA- FIRSE/AIPELF — "Tutoria e mediação em educação: Novos desafios àinvesti- gação educacional". Lisboa: Universidade de Lisboa. Rosário, P., Veiga Simão, A. M., Chaketa, E., & Grácio, L. (2008). Auto-regular oaprender que espreita nas salas de aula. In M. H. M. B. Abrahão (Org.), Sousa Santos, B. (2000). A crítica da razão indolente: Contra o desperdício daexperiência (vol. 1). São Paulo: Cortez. Tavares, J. (2003). Formação e inovação no Ensino Superior. Porto: Porto Edi- tora.Tavares, J., & Alarcão, I. (2001). Paradigmas de formação e investigação no EnsinoSuperior para o terceiro milénio. In I. Alarcão (Org.), Escola reflexiva e novaracionalidade (pp. 94-114). Porto Alegre: Artmed. Veiga Simão, A. M. (2004). O conhecimento estratégico e a auto-regulação daaprendizagem. Implicações em contexto escolar. In A. Lopes da Silva, A. M. Duarte, I. Sá & A. M. Veiga Simão, Aprendizagem auto-regulada pelo estu- dante:Perspectivas psicológicas e educacionais (pp. 77-87). Porto: Porto Edi- tora. Veiga Simão, A. M. (2005). Reforçar o valor regulador, formativo e formador da- avaliação das aprendizagens. Revista de Estudos Curriculares, 3(2), 265-289. Veiga Simão, A. M., & Flores, M. A. (2008). Experiências de tutoria: Problemas edesafios. In Atas do XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF — "Tutoria e mediação 33 emeducação: Novos desafios à investigação educacional". Lisboa: Universida- dede Lisboa. Veiga Simão, A. M., Flores, M. A., Fernandes, S., & Figueira, C. (2008, set/dez). Tutoriano Ensino Superior: Concepções e práticas. Sísifo - Revista de Ciências daEducação, 7, 75-88. Vygotsky, L. S. (1995). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.