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1 
/;.////L,/ 
TUTORIA EDUCACIONAL: ATENDIMENTO PRESENCIAL 
E ONLINE 
 
 
 
 
 
2 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-
sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior. 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua for-
mação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
TUTORIA EDUCACIONAL: ATENDIMENTO PRESENCIAL E ONLINE ........... 1 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 
TUTORIA: O QUE É, COMO FUNCIONA, OBJETIVOS E BENEFÍCIOS .......... 5 
Qual o objetivo da tutoria? .............................................................................. 7 
Quais são as funções do tutor ........................................................................ 8 
Como funciona a tutoria ................................................................................ 10 
Qual a diferença entre tutoria e mentoria...................................................... 13 
Quais são as vantagens da tutoria para o estudante .................................... 15 
PRINCÍPIOS DA TUTORIA .............................................................................. 16 
ESTRATÉGIAS DE TUTORIA .......................................................................... 19 
REFERÊNCIA .................................................................................................. 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/b_bic/OneDrive/Área%20de%20Trabalho/facuminas/MODELO%20NOVO%20-%20APOSTILA%20(Recuperação%20Automática).docx%23_Toc73992479
 
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
 
 
Tutoria é a metodologia de formação em serviço, realizada no cotidiano 
da escola por um profissional mais experiente, que reconhece, valoriza e parte 
dos conhecimentos e da vivência do tutorado para desencadear o processo de 
aprendizagem, buscando agregar novos conhecimentos, de caráter prático e 
modelar. Nesse sentido, tutor e tutorado constroem uma relação de parceria e 
corresponsabilidade, com foco no desenvolvimento da prática do tutorado, de 
forma customizada, sempre com o objetivo de melhorar os resultados de apren-
dizagem dos alunos. 
A tutoria promove uma união entre reforços para a aprendizagem e cui-
dado com o estudante, que recebe atenção e orientações customizadas de 
acordo com seus pontos fortes e fracos. 
Uma de suas maiores contribuições é o desenvolvimento, por parte do 
estudante, da autonomia de que precisa para aprender mais, não só durante a 
jornada escolar, mas por toda a sua vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
TUTORIA: O QUE É, COMO FUNCIONA, OBJETIVOS 
E BENEFÍCIOS 
 
 
 
Tutoria é um processo que fornece suporte de forma humanizada e per-
sonalizada para o estudante, por meio do apoio de um profissional ou estudante 
experiente. Essa pessoa, que exerce a função de tutor, dedica-se a melhorar a 
experiência e a qualidade do aprendizado. Assim, o estudante se sente acolhido 
e motivado a manter uma rotina de estudos, mesmo estando fisicamente distante 
de professores e colegas de turma. 
 “A tutoria acadêmica no contexto histórico da educação“, o modelo atual 
de tutoria é fruto de uma evolução do papel do tutor. 
Na Antiguidade, a civilização grega apostava nele como um tipo de orien-
tador para os aprendizes, que recebiam instruções sobre uma ocupação da 
época. 
 
 
 
6 
Destacam os autores Lorena Geib, Mônica Krahl, Denise Poletto e Caro-
lina Silva: 
“O nascimento das Polis, espaços onde se debatem os problemas de in-
teresse comum, deu aos gregos ‘um grau de consciência de si mesmos, que não 
ocorrera antes em lugar algum’, e forma uma concepção de cultura e do lugar 
do indivíduo na sociedade, oportunizando o desenvolvimento individual do 
aprendiz. O ensino era ministrado pelos tutores, escolhidos pelos critérios da 
estima mútua, afetividade e amizade. Os tutores eram responsáveis pela educa-
ção sobre honra, justiça, patriotismo, espírito de sacrifício, autodomínio e hones-
tidade.” 
Podemos observar, no trecho acima, que a tutoria sempre teve como ca-
racterísticas a proximidade entre tutor e tutorado, exigindo que fosse estabele-
cida uma relação de confiança entre eles. 
Esse critério persiste atualmente, pois, para aumentar o aproveitamento 
nos estudos, a criança, adolescente ou adulto precisa confiar nos conhecimen-
tos e na vivência daquele que lhes orienta. 
Contudo, nos dias de hoje, a escolha do tutor precisa ter como base 
sua qualificação técnica, garantindo que ele tenha condições de ajudar a escla-
recer dúvidas sobre os conteúdos que o estudante deve assimilar. 
 
https://fia.com.br/blog/andragogia/
 
 
 
7 
Qual o objetivo da tutoria? 
 
A tutoria tem como objetivo principal melhorar o aproveitamento do estu-
dante em relação às disciplinas abordadas. 
Para tanto, ele emprega técnicas de customização do ensino que partem 
do nível de conhecimento e das dificuldades do estudante. 
Ao contrário do professor, o tutor não assume o compromisso de cumprir 
uma grade horária, transmitindo certa quantidade de informações em um tempo 
específico. 
Por ser focada em um único tutorado ou em pequenos grupos, a tutoria é 
guiada pelo ritmo dos estudantes, permitindo que atinjam determinado patamar 
antes de passarem para as próximas fases do processo de aprendizagem. 
Ou seja, o tutor não vai apresentar, por exemplo, a regra de três sem que 
o tutorado tenha dominado a multiplicação operação necessária para utilizar a 
ferramenta. 
Não significa que a tutoria seja realizada de modo disperso, sem seguir 
qualquer programação ou estrutura. 
Os tutores mais bem preparados têm conhecimento sobre diferentes me-
todologias, que utilizam conforme suas descobertas após uma avaliação inicial 
do estudante. 
https://fia.com.br/blog/formacao-de-professores/
https://fia.com.br/blog/metodologias-ativas-de-aprendizagem/
 
 
 
8 
Dessa forma, é possível adaptar qualquer tipo de instrução a temas e téc-
nicas que atraem o interesse do tutorado, permitindo que ele crie suas próprias 
conexões entre conhecido e desconhecido. 
O resultado é uma construção de saberes embasada, a qual é estimulada 
na medida em que o estudante desenvolve autonomia para continuar apren-
dendo por si mesmo. 
Assim, uma tutoria bem-sucedida pode não apenas reforçar o aprendi-
zado, como também aguçar a curiosidade de crianças, adolescentes e adultos 
para que sigam buscando por novos saberes. 
 
Quais são as funções do tutor 
 
 
 
 
As funções desse profissional dependem de seu perfil e ambiente de ava-
liação. 
Um tutor alocado para auxiliar um professor na educação básica terá o 
papel de acompanhar e facilitar o aproveitamento da classe, dedicando tempo, 
principalmente, às crianças com atrasos de aprendizagem. 
 
 
 
9 
Já um tutor atuante em cursos de educação a distância tem um papel 
mais central, pois conecta o estudante ao conteúdo, professores e à instituiçãode ensino, substituindo o educador no contato pessoal com o estudante. 
“O tutor é aquele que de maneira síncrona ou assíncrona, presencial ou a 
distância, garante uma qualidade na comunicação para o emprego do referido 
material dirigindo, acompanhando e avaliando a aprendizagem dos alunos du-
rante todo o processo.” 
Embora priorize a educação a distância, o texto apresenta características 
comuns aos tutores, que comentamos a seguir. 
 
Parceiro do estudante 
Por construir uma relação de confiança e proximidade, o tutor exerce a 
função de um parceiro, alguém com quem o tutorado pode contar para dar su-
porte sobre questões relativas à aprendizagem. 
Ele vai respeitar o ritmo e as particularidades de cada estudante para po-
tencializar seu aproveitamento. 
Mediador 
Seja qual for o local em que atua, o tutor é capaz de conectar o tutorado a 
conteúdos, disciplinas e estratégias que facilitam a aprendizagem. 
Na EaD, essa função recebe maior importância, pois o contato com o ori-
entador faz a ponte entre estudante e escola, faculdade ou universidade. 
 
Facilitador da aprendizagem discente 
O tutor considera as particularidades de cada caso para orientar os estu-
dantes rumo à autonomia e à conquista dos saberes por conta própria. 
 
Orientador pedagógico 
Em constante contato com o estudante, o tutor ajuda a esclarecer dúvi-
das sobre conteúdos apresentados em sala de aula, reforçando informações mal 
compreendidas. 
Fornece, ainda, materiais e ferramentas de apoio para estimular e motivar 
o tutorado em sua rotina de estudos. 
https://fia.com.br/blog/rotina-de-estudos/
 
 
 
10 
 
Como funciona a tutoria 
 
Essa é uma questão que também depende do ambiente e dos objeti-
vos para ser respondida. 
Uma tutoria em forma de aulas particulares não é feita da mesma forma 
que uma tutoria em grupos, na escola ou na universidade. 
Até porque, como explicamos anteriormente, a tutoria pede uma avaliação 
para entender os pontos fortes e fracos dos tutorados, a fim de adequar o modo 
de trabalho para garantir seu aperfeiçoamento. 
No entanto, existem alguns pontos em comum para os diferentes tipos de 
tutoria. 
Em geral, eles exigem pessoas capacitadas na área estudada para serem 
tutoras, além de conhecerem práticas pedagógicas que sirvam de apoio para 
facilitar o aprendizado. 
Todas as modalidades de tutoria se beneficiam de uma programação mí-
nima, ainda que tenham maior espaço para que o estudante se manifeste e opine 
sobre os assuntos em que mais precisa de orientação. 
 
 
 
11 
Apesar desse planejamento, os encontros devem ser adaptados ao ritmo 
do estudante ou ao ritmo médio do grupo, para que todos saiam da aula em um 
patamar de conhecimento semelhante quanto ao tema abordado. 
Normalmente, o processo dura ao menos algumas semanas, podendo se 
estender por meses e até anos, caso o tutor e tutorado enxerguem essa neces-
sidade. 
De acordo com o propósito, o orientador pode oferecer reforço em um ou 
mais dias da semana, acompanhar o estudante enquanto faz a lição de casa ou 
criar atividades customizadas. 
A seguir, veja detalhes sobre o processo de tutoria em diferentes contex-
tos. 
 
Tutoria no acompanhamento escolar 
A grande quantidade de crianças e adolescentes em uma sala de 
aula afeta o tempo que o professor pode dedicar para que todos acompanhem 
o programa definido para sua disciplina. 
Mesmo que se esforce, fica complicado para que esse profissional ob-
serve e identifique, sozinho, as dificuldades de todos. 
Pensando nisso, algumas escolas das redes particular e pública oferecem 
vagas para tutores, que podem trabalhar em diversos formatos. 
Aqueles que se interessam por estudantes em condição especial, como 
distúrbios de aprendizagem e deficiências, podem ficar ao lado deles durante as 
aulas, auxiliando em seu desenvolvimento. 
Outros atuam no reforço escolar em horários diferentes das aulas, adicio-
nando um tempo para esclarecer dúvidas e auxiliar nas respostas a exercícios. 
Fora das instituições, também há empresas especializadas e professores 
que trabalham com tutoria presencial, on-line ou mista, dando apoio a estudan-
tes diante de dificuldades pontuais ou referentes a uma disciplina em sua totali-
dade. 
Eles fornecem orientação individual ou em grupo, para que o estudante 
se sinta acolhido e tenha melhor rendimento ao lado de seus colegas. 
https://fia.com.br/blog/inovacao-na-sala-de-aula/
https://fia.com.br/blog/inovacao-na-sala-de-aula/
 
 
 
12 
Porém, é interessante que esses grupos tenham poucos tutorados, caso 
contrário, o problema escolar da falta de tempo, para que todos elevem seu de-
sempenho, pode se repetir. 
 
Tutoria na faculdade 
Ingressar em um curso superior nem sempre é fácil. 
De uma hora para outra, o universitário precisa se acostumar a uma nova 
rotina, conviver com novos colegas, professores e funcionários, além de conhe-
cer as regras da instituição de ensino. 
A situação fica ainda mais difícil quando é preciso mudar de cidade, es-
tado ou país para participar do curso, uma vez que terá de se habituar a uma 
nova cultura e responsabilidades encontrar e manter uma casa, controlar os gas-
tos, obter renda extra, etc. 
Tudo isso somado à necessidade de priorizar sua graduação. 
Considerando essas questões, faculdades criaram programas de tutoria 
para dar suporte aos estudantes, especialmente àqueles que enfrentam muitas 
mudanças simultâneas. 
Um exemplo é o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) ofe-
recido pela Fundação Instituto de Administração (FIA) a estudantes do pós-MBA. 
A iniciativa consiste em encontros periódicos, nos quais são selecionados 
tutores entre acadêmicos experientes no meio empresarial ou executivos com 
ampla vivência no aconselhamento profissional. 
O programa é construído de forma alinhada ao plano de carreira do estu-
dante. 
Também há instituições de ensino superior que disponibilizam grupos de 
tutoria com objetivos claramente definidos, como conseguir um bom desempe-
nho em um teste ou ampliar os debates referentes a um tema de interesse. 
 
Tutoria na EAD 
Na educação a distância, o tutor é, geralmente, um professor que tem o 
papel de mediar as relações entre o estudante, os conteúdos debatidos e a ins-
tituição de ensino. 
https://fia.com.br/blog/gestao-do-tempo/
https://fia.com.br/pos-mba/plano-educacional/
https://fia.com.br/blog/plano-de-carreira/
https://fia.com.br/blog/o-que-e-ies/
 
 
 
13 
Conforme citamos nos tópicos anteriores, a tutoria EaD tem essa função 
mais central, invertendo a dinâmica que ocorre na tutoria em sala de aula. 
Durante o ensino presencial, o acompanhamento de um orientador com-
plementa e dá suporte ao trabalho do professor. 
Já na EaD, o tutor é que acaba sendo o principal representante da escola 
ou faculdade, acolhendo o estudante e dando informações sobre como ele pode 
aproveitar melhor as aulas. 
Se necessário, o orientador pode contatar o docente que gravou uma vi-
deoaula, por exemplo, para que tire dúvidas de um tutorado. 
Atua, ainda, fazendo recomendações aos próprios professores responsá-
veis pelos conteúdos e atividades do curso, com dicas valiosas sobre os princi-
pais temas e dificuldades dos estudantes. 
Portanto, é útil que o tutor mantenha uma relação próxima, na medida do 
possível, de seus tutorados na EaD, a fim de direcioná-los para que obtenham 
organização e autonomia – dois quesitos essenciais para quem adere a esse 
formado de ensino. 
 
Qual a diferença entre tutoria e mentoria 
 
 
 
 
14 
 
Muita gente faz confusão entre os dois conceitos, e não é à toa. 
Afinal, ambos descrevem processos de orientação em que mestre e dis-
cípulo desenvolvem uma relação próxima. 
Porém, existem diferenças a considerar. 
A primeira está no contexto em que se dão essas dinâmicas. 
Enquanto a tutoria está relacionada a um aumento no rendimento escolar 
e desempenho no aprendizado, a mentoria pode seraplicada a diferentes cam-
pos da vida, especialmente na área profissional. 
Por isso, é natural ter um tutor enquanto se realiza um curso, e um mentor 
para orientar quanto à carreira, quando a pessoa já está mais madura. 
A tutoria também está ligada fortemente à educação. Já a mentoria se 
baseia nas experiências de um profissional sênior ou que tenha alcançado um 
patamar almejado pelo mentoreado. 
Então, podemos dizer que a tutoria tem um foco mais restrito, sendo vol-
tada a sanar dúvidas e dificuldades para que o estudante avance no processo 
de aprendizagem. 
Já a mentoria pode servir para superar desafios em qualquer segmento 
da vida, seja na carreira ou para projetos pessoais nos quais o mentorado é um 
novato. 
Ele recorre a alguém que considera um referencial para que o ajude a 
tomar decisões assertivas, seja avaliando ou compartilhando dados sobre sua 
própria experiência – tanto os acertos quanto os erros. 
O que acontece é que, muitas vezes, o tutor passa a ser visto como um 
modelo pelo tutorado, o que permite que ele seja, no futuro, seu mentor. 
O aprendizado por tutoria é eficiente? 
Em um primeiro momento, a tutoria pode parecer um detalhe, mas pes-
quisas mostram a eficácia dessa técnica, principalmente quando os encontros 
ocorrem mais de uma vez por semana. 
Um estudo feito pela Universidade de Harvard analisou 200 experimentos 
que têm como propósito desencadear melhorias na educação, como a expansão 
da educação infantil. 
https://www.nber.org/papers/w22130
 
 
 
15 
Entre eles, teve destaque a promoção de aulas particulares frequentes 
com instruções comprovadas em pesquisa, que elevaram as taxas de aprendi-
zagem de estudantes que, tradicionalmente, tinham baixo desempenho. 
Para se ter uma ideia, a estratégia foi 20 vezes mais eficaz que o ensino 
de baixa dosagem em matemática, e 15 vezes mais eficaz em leitura. 
Informações como essas têm motivado autoridades norte-americanas 
a apostar em programas de tutoria para diminuir o impacto do fechamento das 
escolas por vários meses, a fim de conter a pandemia causada pelo coronavírus. 
Conforme cita esta reportagem, o ex-governador do estado do Tennes-
see, Bill Haslam, disse que arcaria com as despesas para que mil jovens univer-
sitários oferecessem tutoria para crianças de até seis anos, a fim de acelerar seu 
aprendizado. 
 
Quais são as vantagens da tutoria para o estudante 
 
 
O estudante que participa de tutoria pode se beneficiar de várias vanta-
gens. 
Listamos, abaixo, algumas delas: 
https://fia.com.br/blog/coronavirus/
https://revistaeducacao.com.br/2020/05/26/tutoria-atraso-de-aprendizagem/
 
 
 
16 
o Acesso a um formato de ensino mais humanizado, que leva seu desen-
volvimento em consideração. 
o Ritmo adaptado a seu processo de aprendizagem. 
o Metodologias e programação personalizadas. 
o Ambiente mais leve e com menos pressão para acompanhar os conteú-
dos. 
o Maior espaço para manifestar dúvidas, sem se preocupar com o julga-
mento de colegas. 
o Adequação dos temas tratados aos seus objetivos e necessidades pes-
soais. 
o Ganho de tempo para assimilar um ou mais conteúdos. 
o Flexibilidade no agendamento das aulas, com maior disponibilidade de 
horários, em especial para quem opta pelas aulas particulares. 
o Possibilidade de negociar o investimento financeiro para os encontros, 
além de escolher entre as modalidades presencial, semipresencial e a 
distância. 
o Espaço aberto para a manifestação de ideias e adequações no processo 
de ensino. 
 
 
PRINCÍPIOS DA TUTORIA 
 
A rotina de trabalho do tutor se pauta em alguns princípios, apoiados pelo 
que as pesquisas sobre aprendizagem de adultos apontam: 
 
 
 
 
17 
Aprendizagem na prática 
Adultos aprendem mais intensamente a partir da experiência e da reflexão 
sobre sua prática. O aprendizado vem à medida que saímos da zona de conforto 
do que já sabemos e dominamos, desde que com suporte para lidar com a frus-
tração e os erros inerentes ao processo de aprendizado. Na tutoria, a aprendi-
zagem se dá no cotidiano da escola e da sala de aula, no fazer. Assim, um pro-
fissional que recebeu orientações técnicas da Secretaria de Educação, e/ou par-
ticipou de uma palestra, oficina ou curso, consegue se apropriar melhor desses 
conteúdos ao aplicá-los no seu cotidiano, ao vivenciar erros e acertos, ter espaço 
para refletir sobre o que não deu certo, tentar de novo, fazer ajustes, adaptações. 
O tutor pode fazer toda a diferença, como um par avançando ao lado do tutorado, 
para observar, modelar, refletir sobre a prática inclusive para estimulá-lo a não 
desistir em frente a desafios de um novo aprendizado e reconhecer os avanços, 
que muitas vezes podem passar despercebidos pelo tutorado. 
 
 Parceria 
 A construção de parceria se baseia no relacionamento de confiança, ho-
nestidade e respeito profissional entre tutor e tutorado, a partir de ações e apren-
dizados conjuntos. Ser parceiro não é ser condescendente ou passivo em rela-
ção ao que o tutorado traz ou faz. O tutor, sendo um formador, é parceiro na 
medida em que não abre mão da responsabilidade de questionar e dar feedback, 
de introduzir conceitos e estratégias novos para o tutorado, de estimular seu de-
senvolvimento. Esse processo é uma via de mão dupla, pois requer que tanto 
tutor quanto tutorado tenham disposição para rever suas práticas e transformá-
las. 
 
Customização 
Parte do aprendizado na tutoria deve-se ao seu diferencial de formação 
customizada. O tutor precisa olhar atentamente cada tutorado em suas especifi-
cidades para construir com ele um diagnóstico e um plano de formação de tuto-
ria. Para isso, identifica desafios e estratégias a partir do que emerge nas con-
versas com o tutorado e nas observações da sua prática. Em vez de ter uma 
 
 
 
18 
“receita pronta” para todos, o tutor treina o seu olhar para reconhecer os pontos 
fortes, as áreas de desenvolvimento e o estilo de aprendizagem de seu tutorado. 
 
Protocolos e combinados 
Para manter e preservar a parceria na tutoria, é fundamental que o tutor 
garanta alguns combinados e protocolos básicos com seu tutorado. A integri-
dade da parceria vai exigir um compromisso de tempo, energia e esforço de am-
bas as partes. Embora os combinados precisem ser acertados no início da rela-
ção, é fundamental que sejam trabalhados, relembrados e reforçados ao longo 
do trabalho conjunto. A tutoria, embora se apoie num alto nível de customização 
e, portanto, de flexibilidade, também exige combinados, estruturas, protocolos 
básicos – inclusive para que a customização e a flexibilidade sejam produtivas e 
tenham foco no desenvolvimento da prática do tutorado. Esses combinados e 
protocolos oferecem a estrutura básica para que a relação de tutoria seja um 
ambiente seguro para tutor e tutorado discutirem dilemas, receios, problemas, 
tomarem decisões, darem e receberem feedback. 
 
Intencionalidade e transparência 
Toda ação de tutoria precisa ter intencionalidade. À medida que o tutor 
consegue a cada sessão alinhar com o tutorado expectativas, responsabilida-
des/papéis das partes e combinados, o tutorado consegue visualizar e se cor-
responsabilizar por seu desenvolvimento. 
 
Foco na aprendizagem dos alunos 
A tutoria trabalha para aprimorar os conhecimentos, a reflexão e a prática 
do tutorado (professor ou gestor pedagógico), sempre com propósito final de 
melhoria da aprendizagem dos alunos. O tutor parte do princípio de que todo 
aluno tem o direito de aprender, independentemente da condição socioeconô-
mica de sua família e/ou comunidade. Seu tutorado e os demais adultos da es-
cola têm, portanto, a responsabilidade de promover a garantia desse direito, com 
qualidade e equidade. Não há espaço no trabalho de tutoria para uma postura 
de baixas expectativas para os alunos tampouco para os adultos tutorados 
 
 
 
19 
ESTRATÉGIAS DE TUTORIAObservação Características 
A observação da prática profissional funda o processo de formação pela 
tutoria e, nesse sentido, tem algumas características essenciais para que contri-
bua de fato com o desenvolvimento do tutorado. É importante que o tutor garanta 
alguns passos antes, durante e depois da observação: 
 
• Estabelecimento de pré-combinados com o tutorado sobre o que vai 
ser observado e por quê/para quê; 
• Uso de um roteiro semiestruturado para focar seu olhar no que é prio-
ritário; 
• Garantia de tempo adequado para um feedback, se não imediata-
mente após a sessão, no máximo um ou dois dias depois; 
• Comunicação clara, direta, para os presentes na ação observada de-
pendendo do tutorado, podem ser alunos e/ou profissionais sobre qual 
o papel do tutor enquanto observador. 
 
 Propósitos 
 
 
 
20 
Observar o tutorado nas suas práticas diárias é peça-chave para realizar 
um diagnóstico mais apurado sobre quais são as áreas prioritárias a serem tra-
balhadas. 
Observar o tutorado em diferentes contextos pode nos dar informações 
preciosas sobre: 
• Áreas de desenvolvimento: Que práticas ele já domina bem? Quais 
são as áreas prioritárias de desenvolvimento que precisam de mais 
atenção para que outras deslanchem depois? 
• Seu estilo de liderança (sobretudo no caso de gestores pedagógicos): 
Na relação com seus pares, o tutorado busca criar um ambiente de 
colaboração e partilha, ou apenas indica como se deve fazer? Quando 
há relação hierárquica, delibera para a execução ou busca conjunta-
mente elaborar soluções, criando um senso de equipe no grupo? 
 
No caso de professores, é possível observar como ele compartilha seus 
conhecimentos com os colegas, o tipo de interação que estabelece com seus 
pares nos momentos de formação coletiva, seu interesse pelo trabalho desen-
volvido por colegas iniciantes, dentre outros. A sala de aula e a forma como se 
relaciona com seus alunos também trazem indicadores da sua postura de lide-
rança: a forma como envolve os alunos na aula através do espaço dado para 
participação e fala, se encara as dúvidas com olhar investigativo sobre o pro-
cesso de aprendizagem, se busca resolver problemas de maneira conjunta, e 
não apenas indicando a resposta correta. 
Para os gestores pedagógicos, observar a forma como realiza a gestão 
da sua equipe. Identifica a diversidade da equipe como um potencial de troca e 
aprendizagem, de forma que os profissionais se complementem no fazer cotidi-
ano e aprendam uns com os outros? Centraliza as decisões da escola ou con-
segue delegar? A colaboração entre professores permeia as ações de formação 
coletiva? 
 A observação dessas evidências colabora com a construção de um perfil 
de liderança do tutorado. 
 
 
 
 
21 
Feedback 
Características Presença diária no trabalho de tutoria, trata-se de uma 
conversa pautada pela observação e coleta de evidências observadas por tutor 
e/ou tutorado que vai subsidiar um processo de reflexão e encaminhamentos 
para aprimoramento da prática. Feedback é uma via de mão dupla. Na relação 
de tutoria, o tutor também precisa solicitar feedback, que o ajuda a perceber o 
que naquele momento está funcionando ou não no trabalho com o tutorado. 
 
• Objetivo: foca nas evidências observadas no trabalho do tutorado, nos 
seus esforços para a melhoria da aprendizagem dos alunos da escola. 
Não é para compartilhar experiências pessoais ou profissionais pas-
sadas, ou opiniões gerais, mas sim focar no que mobiliza ou dificulta 
o trabalho em questão. As observações têm como base a prática, com 
o objetivo bastante claro de melhoria do desempenho do tutorado. 
• Significativo: resulta em um aprendizado que pode ser posto em prá-
tica não termina com uma mera constatação. Tira o tutorado da zo-
nade conforto de forma estratégica, transparente, com encaminha-
mentos e apoio para a experimentação do novo. Todo feedback gera 
combinados e encaminhamentos para uma nova etapa do processo 
formativo. 
• Estratégico: prioriza e seleciona a partir do foco, contexto e abertura 
do tutorado para receber e usar a informação. Nesse sentido, é impor-
tante lembrar que o feedback precisa fazer um recorte não é eficaz 
quando detalha muitas áreas de uma vez só. 
• Equilibrado: inclui pontos de avanço, assim como pontos de atenção. 
O tutorado vai estar muito mais aberto se perceber que o tutor reco-
nhece também suas potencialidades e o ajuda a identificar pequenos 
avanços. 
• Compartilhado: durante uma sessão de feedback, é muito importante 
a verificação do entendimento do que está sendo apontado. Peça ao 
tutorado que retome o que foi debatido e os encaminhamentos dados. 
Por tirar o tutorado de sua zona de conforto, pode haver uma tendência 
 
 
 
22 
para recorrer a discursos que tendem a ser circulares e generalizantes, 
e que muitas vezes geram um sentimento de apatia com a situação. 
Falas do tipo “os alunos não se interessam pelas aulas” e “a profissão 
do professor é solitária, não há espaço para trocas” devem ser enfren-
tadas com outros exemplos que identifiquem um aluno que quis parti-
cipar, trouxe dúvidas, mas acabou passando despercebido, ou um co-
lega que no intervalo compartilhou uma experiência positiva, mas não 
obteve crédito com seus colegas. 
 
 
 
Caminhadas pedagógicas pela escola 
Características: Essa técnica é um tipo de observação mais usada na tu-
toria de gestores pedagógicos, para se obter um panorama geral do cotidiano da 
escola auxilia na leitura do contexto. Ao caminhar com o tutorado pela escola, o 
tutor observa a capacidade do tutorado de analisar dinâmicas de ensino e apren-
dizagem, mesmo se passarem rapidamente pelas salas de aula. O tutor fica 
atento também a como são as relações do tutorado com outros membros da 
equipe, alunos e pais; como ele vê a organização geral da escola, a infraestru-
tura física e como ela se relaciona com o uso dos diferentes espaços e rotinas; 
no que ele presta atenção, e o que é importante, mas lhe passa despercebido. 
Para um diretor ou coordenador pedagógico que não circula na escola, 
com pouco hábito de interagir com alunos e professores, e sem prática de ob-
servar salas de aula, as caminhadas pedagógicas podem ser um passo estraté-
gico a ser realizado com o tutor. Assim como outras práticas de tutoria, precisa 
ter uma intencionalidade, um planejamento mínimo e um tempo depois da ativi-
dade para feedback com o tutorado. Uma caminhada conjunta pela escola é efi-
caz quando tutor e tutorado definem um propósito que é transparente para am-
bos. Esse processo dá ao tutorado um olhar mais ampliado sobre as rotinas de 
sua escola. 
 
 Propósitos 
 
 
 
23 
A caminhada pedagógica não é para avaliar o professor, tampouco os 
alunos. Trata-se de uma ferramenta de aprendizagem para o gestor pedagógico, 
para que ele fique mais próximo do que está acontecendo em termos de ensino 
e aprendizagem na sala de aula. Ajuda o gestor tutorado a ampliar sua compre-
ensão sobre os pontos positivos e desafios de sua escola é um ponto de partida 
importante para aprofundar conversas com professores e alunos, além de ofere-
cer pistas para questões que precisam ser aprofundadas em reuniões de equipe 
e/u observações mais longas de aulas. 
 
 
 
Role play/dramatização 
Características: O role play é uma técnica muito útil, aplicada mais fre-
quentemente na tutoria pedagógica, pois o trabalho do gestor pedagógico en-
volve muitas interações com adultos, conversas difíceis e posicionamentos de 
liderança junto com a equipe. 
Ao simularem uma situação, tutor e tutorado exploram diferentes possibi-
lidades de abordagem e comportamento, de rever desde decisões e atitudes a 
aspectos como linguagem corporal, tom de voz, escolha de palavras. Na tutoria, 
o role play: 
•Tem um objetivo claro; 
•Foca em um dilema central; 
• É curto, a fim de permitir reflexão e tempo para ser refeito váriasvezes, 
testando diferentes abordagens para a mesma situação ou simplesmente prati-
cando por vezes seguidas uma mesma habilidade específica. 
Dependendo da situação, o tutor pode convidar o tutorado a entrar num 
role play, com ele, tutor, num papel que já é o seu na escola, ou no lugar de outra 
pessoa. Praticar uma situação no seu papel ajuda o tutorado a experimentar 
possíveis abordagens dentro dos limites de sua função atual. Entrar no papel do 
outro oferece uma oportunidade ao tutorado de ter mais empatia com o que mo-
biliza, motiva o outro sempre com o propósito de refletir depois sobre como essa 
compreensão pode ajudá-lo a pensar nas estratégias que colocará em prática. 
 
 
 
24 
 
 Propósitos 
A técnica de role play contribui para: 
• Ajudar o tutorado a se colocar no lugar do outro, para entender melhor 
um ponto de vista diferente do seu. Por exemplo: um diretor reclama para o tutor 
que a sua nova coordenadora pedagógica não tem visão nem iniciativa, porque 
não traz os problemas para discutir com ele quando se reúnem. Ao fazer um role 
play com seu tutor, observa-se que o diretor tem o hábito de interromper o inter-
locutor frequentemente para chegar logo a uma conclusão. Isso abre espaço 
para se levantar a hipótese de que a forma de se comunicar com sua coordena-
dora pode ter efeito nas reações dela quando se reúnem. 
Com a ajuda do tutor, o diretor pode experimentar outras formas de inte-
ragir; 
• Preparar e praticar com o tutorado algumas conversas difíceis. Ajuda o 
tutorado a se acostumar com o desconforto inevitável em algumas interações 
necessárias. 
Para muitos gestores, dar feedback que inclua pontos negativos é uma 
área muito difícil sentem-se inseguros sobre como começar essas conversas, 
como falar de forma que ninguém se ofenda, mas que ao mesmo tempo se saia 
das zonas de conforto, que dificultam mudanças na prática e nos resultados na 
aprendizagem dos alunos. Por exemplo: um coordenador pedagógico que pre-
cisa conversar individualmente com um professor que não tem planejado suas 
aulas e já disse em reunião que não precisa de acompanhamento. 
O coordenador se sente inseguro para ter essa conversa porque o pro-
fessor tem mais anos de experiência docente que o coordenador e possui for-
mação em matemática, enquanto o coordenador tem formação em educação 
física. 
O role play permite que o tutorado tente diferentes abordagens e perceba 
que, embora não tenha formação em matemática, consegue trazer questões im-
portantes de didática na conversa, a partir dos resultados de aprendizagem dos 
alunos, que não estão satisfatórios. 
 
 
 
 
25 
 
Ação modelar 
Características: 3Ao modelar uma prática específica, o tutor demonstra 
de forma explícita (e em alguns casos, implícita) comportamentos e estratégias 
que o tutorado não incorporou ainda em sua prática e que, em muitos casos, 
ainda não consegue visualizar. Exemplos de prática modelar podem incluir: 
 
•Aulas ou atividades específicas dentro de uma aula; 
• Condução de parte de uma reunião coletiva e/ou individual para modelar 
determinada habilidade, como, por exemplo, utilizar uma prática dialógica, 
de fazer perguntas que estimulem a reflexão conjunta; 
•Demonstrar estratégias de comunicação -conversas, interações; 
•Role plays; 
 • Mostrar exemplos de materiais escritos pelo tutor e discutir sobre a 
forma e a utilidade do mesmo. 
 
 
 Propósitos 
Há situações em que modelar uma estratégia pode acelerar o processo 
de aprendizagem do tutorado. Ao vermos como alguém coloca algo em prática, 
temos uma ideia melhor sobre por onde podemos começar, como fazer. Além 
disso, mostra ao tutorado que o tutor também é um profissional que domina a 
prática, além da teoria. Pode ser um divisor de águas no caso de tutorados mais 
resistentes a serem observados. Vale ressaltar que o comportamento geral do 
tutor, nas suas diferentes rotinas, tem em si um caráter modelar e um potencial 
formativo, mesmo que não seja explicitado. 
 
 
Comunicação: escuta ativa e questionamento 
A essência da tutoria passa pela qualidade das conversas entre tutorado 
e tutor. O tutor usa estratégias de comunicação que o ajudam a levantar dados 
 
 
 
26 
e informações para a leitura do contexto e a construção do diagnóstico do tuto-
rado. 
Ao mesmo tempo, o diálogo na tutoria não é só para colher informações 
senão o tutor não se diferenciaria de um pesquisador que vai para a escola e 
realiza entrevistas, questionários... A forma como se conduz o diálogo é chave 
no propósito de estimular o tutorado a refletir, a construir o significado de uma 
situação, identificando problemas, dilemas, aprendizados. Nesse sentido, ter 
uma escuta ativa, atenta e saber fazer perguntas que mobilizem o tutorado são 
habilidades fundamentais. Desenvolvê-las ajuda o tutor a se utilizar cada vez 
menos do recurso de contar e explicar detalhadamente suas próprias experiên-
cias e opiniões. O desafio é dialogar com o tutorado de forma a estimulá-lo a 
refletir não sobre a experiência do tutor, mas sim a pensar e buscar soluções 
para o seu próprio contexto. 
 
 Escuta ativa 
Atenção, abertura, colocar-se na posição do outro. Saber escutar requer 
um envolvimento ativo, contínuo, a fim de buscar informações, ampliar a com-
preensão sobre o tutorado, checar a compreensão, identificar áreas de desen-
volvimento e próximos passos para a relação de tutoria. Saber escutar exige 
paciência, abertura, evitando ao máximo pré-julgamentos, de modo a aprofundar 
a compreensão de determinada percepção ou comportamento do tutorado. 
O que dificulta, às vezes, uma boa escuta? 
Há fatores internos e externos que podem dificultar uma boa escuta. Ao 
tomar consciência desses fatores, o tutor pode pensar como tentar reduzir seus 
efeitos. Nesse sentido, a escuta é uma habilidade em constante aprimoramento. 
Alguns fatores internos: 
•Diferenças de opiniões e expectativas; 
•Estilos de aprendizagem; 
• Falta de atenção – falta de foco e/ou pressa para chegar aos próximos 
passos antes do outro terminar de falar; 
• Tendência de ignorar algo que foi dito às vezes nas entrelinhas para 
privilegiar o que o tutor percebe como urgente ou mais importante; 
 
 
 
27 
• Preocupação com a forma em detrimento do conteúdo – preocupado 
com a forma de suas perguntas, o tutor corre o risco de perder oportunidades de 
se envolver com o que o tutorado está trazendo, de enxergar aberturas para 
entradas de tutoria, de propor formas de apoiá-lo. 
 
Alguns fatores externos: 
•Duração da sessão de tutoria (muito curta, muito extensa); 
•Interrupções; 
•Ambiente físico – ruídos, nível de conforto básico para conversar; 
• Disponibilidade de tempo. 
 
 Propósitos 
Assim, combinadas com uma escuta ativa, perguntas têm o potencial de 
abrir caminho para o tutor: 
• Diagnosticar os pontos fortes e de atenção do tutorado, de forma a iden-
tificar as áreas prioritárias para seu desenvolvimento naquele momento; 
• Avaliar os avanços do tutorado; 
• Apoiar o tutorado na compreensão de fatos e das consequências deles 
para a escola; 
• Estimular o posicionamento do tutor como alguém que também está 
sempre aprendendo, focando o trabalho no tutorado e no seu contexto especí-
fico; 
 • Promover um novo olhar do tutorado, um novo jeito de pensar sobre a 
mesma situação; 
•Estimular a prática de questionar, refletir; 
• Testar hipóteses, ao conseguir ter evidências que podem confirmar ou 
não o que imaginava; 
• De forma explícita ou implícita, ajudar o tutorado a focar na reflexão e na 
busca de soluções. 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Cada estratégia usada precisa sempre estar a serviço do desenvolvi-
mento do tutorado, encaixando-se com o que emerge no diálogo tutor-tutorado 
e no que foi demarcado como prioridade em seu plano de formação. Nesse pro-
cesso, o tutor considera o contexto em que o tutorado atua, para envolver o tu-torado em um processo de reflexão focada na sua prática e nas suas habilida-
des. O propósito é estimular mudanças de paradigma ou de comportamento ne-
cessárias para que o tutorado se desenvolva. Nesse sentido, o tutor é um forma-
dor que: 
•Desenvolve novos hábitos de reflexão e prática; 
•Estimula o questionamento e a análise crítica do tutorado; 
• Examina como os pressupostos que o tutorado tem de si, dos outros e 
do ambiente influenciam suas crenças e seu comportamento na escola; 
• Desenvolve a capacidade do tutorado de solucionar problemas; 
 
 
 
29 
• Estimula a autonomia do tutorado, no sentido de buscar sua própria for-
mação, seu autodesenvolvimento para além da tutoria. 
 
Embora tenha o papel de apoiar o tutorado a refletir e desenvolver solu-
ções, o tutor encontrará momentos em que precisa ser mais diretivo. Vai depen-
der da situação, das necessidades de aprendizagem do tutorado e do contexto 
da escola e da rede. Utilizada como eixo estruturante de reformas em diferentes 
sistemas educacionais no mundo, a tutoria possibilita o desenvolvimento de li-
deranças pedagógicas dentro de uma rede de forma sistêmica, na medida em 
que tutores são selecionados entre professores e gestores que se destacam por 
seu desempenho e potencial formador. Tutorados reconhecem, em seus forma-
dores, profissionais que conhecem o dia a dia da escola e o contexto da sua 
rede. Nesse sentido, a tutoria contribui para que o sucesso individual de um pro-
fissional ou de uma escola possa se multiplicar, colaborando no fortalecimento 
da capacidade técnica interna da rede. Os princípios norteadores da tutoria se 
baseiam nos conhecimentos acumulados sobre formação de adultos, sempre 
com o propósito de colaborar na melhoria dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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