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DOENÇASDOENÇAS PARASITÁRIASPARASITÁRIAS SARAH REIS E SARAH ORMONDE apostila de estudosapostila de estudos Doenças abordadas 1. Babesiose 2. Febre maculosa (riquetsiose) 3. Erliquiose 4. Complexo Tristeza Parasitária 5. Mal de Chagas (tripanossomíase) 6. Filaríase (filariose por W. bancrofti) 7. Oncocercose (filariose por Onchocerca spp.) 8. Malária (humana e aviária) 9. Leishmanioses (LTA, LV, LD) 2023.1 Agente etiológico B A B E S I O S EB A B E S I O S E Protozoários do gênero Babesia os quais pertencem a ordem Piroplasmorida e a família Babesidae. As principais espécies causadoras de babesiose em cães são Babesia canis com patogenicidade moderada, Babesia rossi com alta patogenicidade e Babesia vogeli com baixa patogenicidade. Heteroxenos Parasitam hemácias Causam hemólise Vetor O principal é o carrapato Rhipicephalus sanguineus conhecido como “carrapato vermelho do cão”. Ciclo Biológico A transmissão se dá através da saliva dos carrapatos infectados pelo repasto sanguíneo nos cães. Os protozoários penetram as hemácias, se dividem por fissão binária e causam rompimento das células. Com isso, os parasitas são liberados e vão parasitar novas células. A transmissão entre carrapatos é transovariana e transestadial. 1 Ciclo heteroxeno Hábito nidícola Hematófagos obrigatórios B A B E S I O S EB A B E S I O S E 2 Sinais e sintomas Pode causar quadros subclínicos, mas pode aparecer em forma aguda, hiperaguda e crônica. Os sinais mais comuns são anemia hemolítica regenerativa intravascular ou extravascular, hipertermia, perda de apetite, apatia, vômito, diarreia, hemoglobinúria, bilirrubinúria, proteinúria, icterícia, petéquias e hepatoesplenomegalia. Nos hemograma e bioquímica sérica é observável trombocitopenia, anemia regenerativa normocítica normocrômica, policromasia, anisocitose, leucocitose, hiperbilirrubinemia e azotemia. Diagnósticos Diagnóstico direto: esfregaço sanguíneo; imunofluorescência indireta; ELISA; PCR Diagnóstico indireto: avaliação clínica e laboratorial Tratamento Suporte clínico; uso de imidocarb associado à atropina para evitar efeitos colinérgicos indesejados; uso de aceturato de diminazeno em dose única em filhotes (cuidado com efeito neurotóxico); uso de doxiciclina para controle da doença. B A B E S I O S EB A B E S I O S E 3 É uma doença grave e com evolução rápida, causando óbito se não tratada adequadamente. É também uma zoonose transmitida aos humanos por carrapatos, sendo mais importantes outras espécies de Babesia. Controle e profilaxia Controle do vetor através da limpeza do ambiente e uso de carrapaticidas; uso de ectoparasiticidas. Importância em saúde pública ou saúde animal https://home.unicruz.edu.br/wp-content/uploads/2021/11/Boletim- T%C3%A9cnico-Babesiose-Canina-vers%C3%A3o-final-1.pdf Bibliografia https://www.msdvetmanual.com/circulatory-system/blood- parasites/babesiosis-in-animals https://home.unicruz.edu.br/wp-content/uploads/2021/11/Boletim-T%C3%A9cnico-Babesiose-Canina-vers%C3%A3o-final-1.pdf https://www.msdvetmanual.com/circulatory-system/blood-parasites/babesiosis-in-animals Agente etiológico FEBRE MACULOSAFEBRE MACULOSA Bactérias do gênero Rickettsia, sendo a mais importante nas Américas a R. rickettsii Gram-negativas Intracelulares obrigatórias Parasitam endoteliócitos Pequenos cocobacilos (0,1-0,3 µm) Vetor Principal é o Amblyomma cajennense (conhecido como carrapato estrela) Pouca especificidade parasitária Hematófagos obrigatórios Exige 3 hospedeiros para completar ciclo biológico Ciclo Biológico Habitam glândulas salivares e ovários de artrópodes hospedeiros. São transmitidas quando ocorre a picada do carrapato infectado na fase ninfal que, ao final de sua alimentação, elimina grande quantidade de secreções digestivas. Pode ocorrer também através de lesões na pele ocasionadas pelo esmagamento do carrapato ao tentar retirá-lo. Entre os carrapatos, a infecção ocorre através da via transovariana, transestadial, pela cópula e alimentação em um animal que esteja em período de bacteremia. 4 Sinais e sintomas Febre, mialgia e cefaleia nos primeiros dias. Depois, aparece exantema, edemas generalizados, anormalidades vasculares e pode levar à sepse com comprometimento pulmonar, insuficiência respiratória aguda, problemas renais, lesões neurológicas e óbito. Diagnósticos Diagnóstico direto: reação de imunofluorescência indireta (RIFI); PCR; imunohistoquímica. Diagnóstico indireto: sorologia para detecção de anticorpos; hemograma e bioquímico sérico apresentam anemia, discreta leucocitose com DNNE, azotemia, hiponatremia e hipocloremia. Diagnóstico diferencial: leptospirose, sarampo, febre tifóide, dengue, febre amarela, meningococcemia, febre purpúrica brasileira, doença de Lyme , sepsis e enterovirose. 5 Tratamento Uso de antibióticos (com doxiciclina, tetraciclina ou cloranfenicol) e medicamentos de suporte. FEBRE MACULOSAFEBRE MACULOSA É uma zoonose de notificação compulsória para que sejam detectados e tratados precocemente os casos suspeitos visando a redução da letalidade e ocorrência de novos casos. Controle e profilaxia Ações educativas para a população, ensinando que devem evitar áreas infestadas por carrapatos; controle do vetor com uso de ectoparasiticidas nos animais e rodízio de pastos da vegetação; uso de carrapaticidas no ambiente. 6 Importância em saúde pública ou saúde animal https://crmvsp.gov.br/wp- content/uploads/2021/02/FEBRE_MACULOSA_SERIE_ZOONOSES.pdf Bibliografia FEBRE MACULOSAFEBRE MACULOSA http://www.adivaldofonseca.vet.br/Aulas%20teoricas/Rickettsiose&Borr eliose.pdf https://crmvsp.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/FEBRE_MACULOSA_SERIE_ZOONOSES.pdf https://crmvsp.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/FEBRE_MACULOSA_SERIE_ZOONOSES.pdf O carrapato Rhipicephalus sanguineus (conhecido como carrapato vermelho do cão) é o vetor de maior importância e parasito natural de cães que eventualmente pode parasitar outros hospedeiros. Agente etiológico Bactérias do gênero Erlichia, sendo E. canis a mais importante pelo quadro clínico severo que provoca. 7 Vetor ERLIQUIOSEERLIQUIOSE Gram-negativas Intracelulares obrigatórias Parasitam leucócitos (polimorfonucleares e monócitos) e plaquetas. Ciclo heteroxeno Hábito nidícola Hematófagos obrigatórios A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio, por intermédio do carrapato. Acontece penetração e multiplicação do agente nos órgãos do sistema mononuclear fagocítico, causando destruição das células. No carrapato, a E. canis se multiplica nos hemócitos e nas células da glândula salivar, propiciando, portanto, a transmissão transestadial. Ciclo biológico Sinais e sintomas Fase aguda: febre, anorexia, perda de peso, astenia, petéquias hemorrágicas, epistaxe, hematúria, edema de membros, vômitos, sinais pulmonares e insuficiência hepato-renal. Além disso, em exames laboratoriais há trombocitopenia, leucopenia, hiperbilirrubinemia, aumento das enzimas ALT e FA. Fase subclínica: normalmente não há sintomas, mas é possível observar, em alguns casos, perda de apetite, mucosas hipocoradas, sinais de cegueira e glomerulonefrite. Fase crônica: hipoplasia medular levando à uma anemia aplástica, monocitose, linfocitose e leucopenia. 8 ERLIQUIOSEERLIQUIOSE Diagnósticos Diagnóstico direto: observação em esfregaços sanguíneos; imunofluorescência indireta; PCR; teste de Immunocomb Diagnóstico indireto: a trombocitopenia não permite que se confirme o diagnóstico, mas em áreas endêmicas, é a primeira suspeita, ainda mais encontrando hipoalbuminemia e hiperglobulinemia associado à trombocitopenia. Tratamento Uso de antibióticos que, nesse caso, a doxiciclina é o antibiótico de eleição no tratamento da erliquiose em todas as suas fases. 9 ERLIQUIOSEERLIQUIOSE Controle e profilaxia Controle do vetor com uso de ectoparasiticidas nos animais e limpeza do ambiente; uso de carrapaticidas no ambiente. Importância em saúde pública ou saúde animal É uma doença com sintomatologiaclínica severa, causando óbito de animais não tratados. Além disso, seu vetor também pode transmitir babesiose. Em humanos, causa apenas irritação de pele e alergias. https://www.santelaboratorio.com.br/erliquiose-canina/ Bibliografia https://www2.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/CB/CB_00422.pdf https://www.msdvetmanual.com/generalized-conditions/rickettsial-diseases/ehrlichiosis,- anaplasmosis,-and-related-infections-in-animals?query=ehrlichiosis https://www.msdvetmanual.com/generalized-conditions/rickettsial-diseases/ehrlichiosis,-anaplasmosis,-and-related-infections-in-animals?query=ehrlichiosis https://www.santelaboratorio.com.br/erliquiose-canina/ https://www2.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/CB/CB_00422.pdf https://www.msdvetmanual.com/generalized-conditions/rickettsial-diseases/ehrlichiosis,-anaplasmosis,-and-related-infections-in-animals?query=ehrlichiosis 10 COMPLEXO TRISTEZACOMPLEXO TRISTEZA PARASITÁRIAPARASITÁRIA Carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus, também conhecidos como carrapato do boi. Agente etiológico Associação dos protozoários Babesia bigemina e Babesia bovis à Anaplasma marginale. Ainda podem estar associados com Erlichia bovis. Vetor Arredondadas Coloração basofílica Parasitam eritrócitos Ciclo monoxeno Bovino como hospedeiro preferencial Escudo castanho-avermelhado O R. B. microplus, durante o repasto sanguíneo, inocula no hospedeiro os esporozoítos, que penetram os eritrócitos, se diferenciam em trofozoítos e multiplicam-se dando origem aos merozoítos, rompendo os eritrócitos e invadindo novas células. Os carrapatos se contaminam através da ingestão de células sanguíneas contaminadas com os trofozoítos. Ciclo biológico 11 COMPLEXO TRISTEZACOMPLEXO TRISTEZA PARASITÁRIAPARASITÁRIA Sinais e sintomas Anemia hemolítica regenerativa intravascular ou extravascular; diarreia, icterícia, hepatopatia, bilirrubinemia, hemoglobinemia, fezes hipercólicas, bile espessa e grumosa, esplenomegalia, hemoglobinúria, febre, cefaléia, incoordenação motora, sialorréia, encefalites e nefropatias. Diagnósticos Diagnóstico direto: esfregaços sanguíneos corados por Giemsa + hemograma + bioquímico + proteínas séricas e plasmáticas; urinálise Diagnóstico indireto: avaliação clínica; ELISA; imunofluorescência indireta Tratamento A B. bovis é mais resistente a babesicidas, então, neste caso, dependerá do diagnóstico específico quanto ao agente. É feito uso de diamidinas (B. bigemina) e derivados do imidocarb (B. bigemina e B. bovis). Uso de tetraciclinas para A. marginale. 12 COMPLEXO TRISTEZACOMPLEXO TRISTEZA PARASITÁRIAPARASITÁRIA Controle e profilaxia Controle do vetor por sistema de rotação de pastagens, uso de carrapaticidas e uso de imunógenos para o B. microplus; controle dos agentes da doença como vacinação. Importância em saúde pública ou saúde animal Leva a grandes perdas econômicas com os animais de produção pela alta morbidade e mortalidade, além do alto custo do tratamento. https://www.cfmv.gov.br/wp-content/uploads/2019/12/edicao81- suplemento-cientifico.pdf Bibliografia http://www.adivaldofonseca.vet.br/artigos%20publicados/tristeza%20p arasitaria%20bovina%201-16.pdf https://www.cfmv.gov.br/wp-content/uploads/2019/12/edicao81-suplemento-cientifico.pdf https://www.cfmv.gov.br/wp-content/uploads/2019/12/edicao81-suplemento-cientifico.pdf 13 MAL DE CHAGASMAL DE CHAGAS Barbeiros de três gêneros principais: Triatoma, Panstrongylus e Rhodnius. Agente etiológico Protozoário Trypanosoma cruzi Vetor Flagelo único + única mitocôndria Digenético e polifilético Tripomastigosta e amastigota em vertebrados O barbeiro pica o indivíduo e libera as formas tripomastigotas metacíclicas junto com suas fezes e urina; o indivíduo coça e possibilita a entrada do parasita na solução de continuidade. O parasita invade as células hospedeiras, se multiplica e rompe as células, infectando outras células. O barbeiro se contamina ao ingerir o parasita no sangue de indivíduos contaminados. Ciclo biológico Tripomastigosta metacíclicos e epimastigotas em vetores Triatoma : tubérculo antenífero lateral; marrom com dorso clareado Pastrongylus: tubérculo antenífero dorsal; maior; mais escuro Rhodnius: tubérculo antenífero rostral; menor; mais claro 14 MAL DE CHAGASMAL DE CHAGAS Sinais e sintomas Fase aguda: miocardite, ICC, febre, mal estar, cefaléia, astenia, hiporexia, edema, hipertrofia de linfonodos, hepatoesplenomegalia, meningoencefalite e pode apresentar sinal de porta de entrada aparente. Forma indeterminada: infecção assintomática Fases crônicas: cardíaca (bloqueio completo de ramo direito, síndrome de insuficiência cardíaca progressiva, insuficiência cardíaca fulminante, arritmias graves e morte súbita, tosse, tonturas, desmaios, sopro sistólico e cardiomegalia), digestiva (megaesôfago, megacólon, disfagia, regurgitação, dor retroesternal, odinofagia, soluço, sialorréia, caquexia, hipertrofia das parótidas, constipação intestinal e distensão abdominal), mista (forma cardíaca + digestiva), nervosa (sintomas neurológicos), congênita (hepatoesplenomegalia, icterícia, equimoses, crises epileptiformes por hipoglicemia) Diagnóstico direto: presença do parasita no sangue, por cultura ou por imunodiagnóstico. Diagnóstico indireto: sorologia; imunofluorescência indireta; ELISA. Diagnósticos 15 MAL DE CHAGASMAL DE CHAGAS Uso de benzonidazol ou nifurtimox; tratamento de suporte dependendo dos sintomas (cardiotônicos, diuréticos, antiarrítmicos, vasodilatadores, colocação de marcapasso, dietas, laxativos, lavagens ou cirurgias). Tratamento Controle e profilaxia Controle de vetores com inseticidas com poder residual intra e peridomiciliar; construção e melhoria das habitações, como emassar as paredes para não permitir que os barbeiros façam ninho nas paredes de pau a pique; eliminação dos animais domésticos infectados, uso de cortinados nas casas infestadas pelos vetores. Importância em saúde pública ou saúde animal Acomete principalmente zona rural e pessoas sem condições de saneamento básico. Impacto econômico por conta dos danos causados pela doença serem permanentes. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4ed.pdf Bibliografia https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4ed.pdf 16 FILARÍASEFILARÍASE O mosquito culicídeo Culex quinquefasciatus. Agente etiológico Nematódeo Wuchereria bancrofti que possui 3 formas evolutivas: verme adulto, microfilárias e formas larvais (L1, L2 e L3). Vetor Heteroxeno A fêmea pica e elimina a larva L3, que se desenvolve até a fase adulta nos vasos e nódulos linfáticos; a fêmea libera as microfilárias que vão para a corrente sanguínea. A transmissão entre mosquitos é pela ingestão da microfilária. Ciclo biológico Desenvolvimento completo (ovo, larva, pupa e adulto) Fêmea > machoFormas L3 é infectante Fêmea eliminam a microfilária Macho adulto tem antenas plumosas Fêmea adulta tem probóscide e asas escuras revestidas de escamas Manifestações alérgicas, linfadenite, linfangite, febre, mal estar, varicocele, hidrocele, linfoscroto, linfedema, elefantíase e hematoquilúria. Sinais e sintomas 17 FILARÍASEFILARÍASE Uso de dietilcarbamazina, exceto em casos que possuam infecção concomitante com O. volvulus ou Loa loa, pois pode ocasionar reação adversa exacerbada, sendo a alternativa de tratamento o uso da Ivermectina associada com o Albendazol. Diagnósticos Diagnóstico direto: pesquisa de microfilárias no sangue periférico, líquido ascítico e outros Diagnóstico indireto: ELISA ou imunocromatografia; ultrassonografia; exames laboratoriais Tratamento Controle e profilaxia Tratamento dos doentes, controle do vetor com uso de inseticidas, e conscientização da população. Importância em saúde pública ou saúde animal É uma das maiores causas de incapacidades físicas permanentes ou de longo prazo, sendo cerca de 112 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4ed.pdf Bibliografia https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4ed.pdf18 ONCOCERCOSEONCOCERCOSE Mosquitos holometábolos pequenos do gênero Simulium conhecidos como borrachudos. Agente etiológico Nematódeos do gênero Onchocerca. Vetor Cor geralmente frisado a negro ou tons castanhos amarelos Fêmeas hematófagos e diópticas com microfacetas Machos holópticos com macrofacetas e microfacetas Heteroxeno Fêmea > machoFormas L3 é infectante Hospedeiro definitivo é o homem Hematófagos Adultos em oncocercomas A fêmea pica e elimina a larva L3, que se desenvolve até a fase adulta no subcutâneo; a fêmea libera as microfilárias na pele, formando oncocercomas (nódulos), vasos linfáticos superficiais, sangue periférico, urina e escarro. A transmissão entre mosquitos é pela ingestão da microfilária que evolui até L3 no intestino e migra para probóscide, pronta para contaminar um novo indivíduo. Ciclo biológico 19 ONCOCERCOSEONCOCERCOSE Diagnóstico direto: identificação do verme adulto ou microfilárias através de biópsia de nódulo ou pele; punção por agulha e aspiração do nódulo Diagnóstico indireto: exame oftalmoscópicos do humor aquoso; urinálise; intradermorreação, imunofluorescência indireta; ELISA; PCR Sinais e sintomas Pode ser assintomática ou causar lesões oculares e cutâneas, oncocercose no tecido conjuntivo e subcutâneo adjacente (centro produtor de microfilária), cegueira, linfedema, hipertrofia ganglionar e reação inflamatória infecciosa. Diagnósticos Cirúrgico, com a retirada dos nódulos. Ivermectina em dose única com periodicidade semestral ou anual, de acordo com posologia, durante um período de 10 anos. Tratamento 20 ONCOCERCOSEONCOCERCOSE Controle e profilaxia Diagnosticar e tratar as infecções, visando impedir as sequelas da doença e reduzir o número de indivíduos infectados; controle do vetor com inseticidas biodegradáveis e uso de repelentes. Importância em saúde pública ou saúde animal Terceira causa de cegueira no Brasil; ocorre principalmente em áreas de povos indígenas. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4e d.pdf Bibliografia https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia _filariose_linfatica.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_filariose_linfatica.pdf 21 MALÁRIAMALÁRIA Fêmeas dos mosquitos Dipteros do gênero Anopheles, sendo destaque o Anopheles darlingi, conhecido como mosquito prego. Agente etiológico Protozoários do gênero Plasmodium, sendo destaque as espécies Plasmodium malariae, P. vivax e P. falciparum que infectam humanos e Plasmodium de subgêneros Haemamoeba, Giovannolaia, P. Huffia e P. Novyella infectam aves. Vetor Gametócito é a forma infectante para o vetor Esporozoíto é a forma infectante para o vertebrado P. vivax originam hipnozoítos no fígado Trofozoítos são pequenos, ameboides, arredondados a ovais Grande vacúolo desloca o núcleo do parasito formando anel de sinete Hábitos alimentares crepusculares e noturnos Fêmeas possuem palpos maxilares tão longos quanto a probóscide Machos e fêmeas alimentam-se de néctares para obter energia Após o acasalamento, as fêmeas procuram uma refeição de sangue para desenvolver os seus ovos 22 MALÁRIAMALÁRIA Ciclo Biológico Através da picada da fêmea infectada, os esporozoítos são inoculados no homem. Os mosquitos se contaminam com a ingestão dos gametócitos ao se alimentarem de indivíduos infectados e, uma vez dentro do mosquito, o parasita multiplica-se e desloca-se desde o estômago até às glândulas salivares. Sinais e sintomas Em humanos, acessos maláricos com 3 fases: fase 1 (sensação de frio, calafrios, febre, tremores, náuseas, vômitos, palidez e pele fria), fase 2 (febre aumenta, calor intenso, delírios, náuseas e vômitos) e fase 3 (queda da temperatura, sudorese, sensação de alívio, prostração e sono); outros sintomas são cefaléia, mialgias, anemia grave, ruptura de baço, icterícia, oligúria, hemorragia, falta de ar, cianose, aumento de frequência cardíaca e crises epileptiformes. Em aves, geralmente é assintomática devido à baixa parasitemia, mas podem ocorrer casos agudos com febre, inapetência, anemia, anemia, hemoglobinúria, leucocitose, linfocitose, aumento de AST, congestão e aumento dos órgãos, além de sintomas digestivos, sintomas neurológicos, prostração e morte. 23 MALÁRIAMALÁRIA Diagnósticos Diagnóstico direto: identificação do parasita por esfregaço sanguíneo; testes imunocromatográficos Diagnóstico indireto: PCR Tratamento Em humanos, uso de cloroquina, primaquina e derivados de artemisinina; uso de quinina associada à clindamicina. Em aves, uso de primaquina (formas parasitárias teciduais) com cloroquina e quinina (formas parasitárias sanguíneas). Controle e profilaxia Controle do vetor através do uso de inseticidas e mosquiteiros; educação comunitária. Importância em saúde pública ou saúde animal A doença não pode ser negligenciada, pois tem alta letalidade e não há vacinação. HEMOSPORIDEOS AVIARIOS Bibliografia https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2012/2012-manual- entomologia-malaria-port.pdf SANARMED https://sseditora.com.br/wp-content/uploads/3-HEMOSPORIDEOS-AVIARIOS-%E2%80%93-Plasmodium-sp.-Haemoproteus-sp.-e-Leucocytozoon-sp..pdf https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2012/2012-manual-entomologia-malaria-port.pdf https://sseditora.com.br/wp-content/uploads/3-HEMOSPORIDEOS-AVIARIOS-%E2%80%93-Plasmodium-sp.-Haemoproteus-sp.-e-Leucocytozoon-sp..pdf 24 LEISHMANIOSESLEISHMANIOSES Agente etiológico Protozoários do gênero Leishmania, sendo separada por complexos: complexo “Leishmania braziliensis”, complexo “Leishmania mexicana” e complexo ‘Leishmania donovani". No Brasil, as mais importantes são L. (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) guyanensis e L. (V.) braziliensis. Digenéticos / heteroxenos Promastigota é flagelada e extracelular Amastigota é intracelular e sem movimentos Mosquito fêmea de flebotomíneos gênero Lutzomyia e Phlebotomus, principalmente a espécie Lutzomyia longipalpis, conhecida como mosquito palha. Vetor Penugem e asas mais levantadas Ovopositam em lugares úmidos O mosquito contaminado transmite a forma promastigota metacíclica que pode invadir as células de forma ativa ou ser fagocitada por macrófagos e neutrófilos, se diferenciando em amastigotas e multiplicando para contaminar outras células. Os mosquitos se contaminam ingerindo a forma amastigota. Ciclo biológico 25 LEISHMANIOSESLEISHMANIOSES Sinais e sintomas Podem ocorrer casos assintomáticos com reação de Montenegro positiva; formas subclínicas que evoluem para cura espontânea; lesões ulcerativas mais ou menos extensas no local da inoculação. Leishmaniose Cutânea Localizada (LCL): pode ou não ter comprometimento do sistema linfático formando complexo cutâneo ganglionar; lesões indolores nodulares com bases granulares Leishmaniose Cutâneo Difusa (LCD) e Leishmaniose Mucocutânea (LMC) são formas metastáticas. A difusa começa a partir de um nódulo eritematoso que se dispersa, dando origem a lesões múltiplas não ulcerativas pelo corpo inteiro; hipertrofia e hiperplasia do sistema mononuclear fagocitário. Na cutânea há pápulas que evoluem para úlceras indolores com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, podendo ser únicas ou múltiplas. Também pode aparecer como placa verrucosa, papulosa, nodular, localizada ou difusa; ocorre hiperplasia e hipertrofia histiocitária, aumento no número e tamanho dos macrófagos, edema e infiltração celular, grande número de linfócitos e hiperplasia do epitélio que recobre a zona inflamada. 26 LEISHMANIOSESLEISHMANIOSES Sinais e sintomas A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Pode ocorrer perfuração do septo nasal e/ou do palato, disfagia, disfonia, insuficiência respiratória por edema de glote, pneumonia por aspiração e morte; ocorre propagação hematogênica; nódulos com focos circunscritos; segmento anterior da mucosa nasal com raros parasitos e tendência à ulceração.A Leishmaniose Visceral é dividida em 3 períodos Período inicial: febre, palidez cutâneo mucosa, hepatoesplenomegalia, anemia e hiperglobulinemia. Período de estado: febre irregular, emagrecimento progressivo, palidez cutâneo mucosa e hepatoesplenomegalia; quadro clínico arrastado, com mais de dois meses de evolução e muitas vezes com comprometimento do estado geral. Período final: febre, desnutrição, edema de membros inferiores, hemorragias, icterícia e ascite. No geral, ocorre hipertrofia e hiperplasia de macrófagos viscerais; hepatoesplenomegalia; alterações da medula óssea; hipertrofia de linfonodos; comprometimento de órgãos do sistema mononuclear fagocitário. 27 LEISHMANIOSESLEISHMANIOSES Diagnósticos Diagnóstico direto: exame parasitológico; exame histopatológico Diagnóstico indireto: avaliação clínica; sorologia; avaliação laboratorial Tratamento Visceral: antimoniais pentavalentes; quando não há melhora clínica, a droga de escolha é a anfotericina B, é a usada em cão; outro medicamento é a pentamidina, porém sua eficácia é variável Cutânea: antimoniais pentavalentes; pentamidina. Mucosa: antimoniais pentavalentes; pentamidina; anfotericina B Controle e profilaxia Controle do vetor através de inseticidas de largo espectro e baixo poder de toxicidade, como os piretróides e uso de mosquiteiros e telas nas janelas e portas; eutanásia em cães em situações que apresente lesão cutânea com confirmação diagnóstica; medidas educativas sobre medidas de proteção individual, como o uso de roupas apropriadas, repelentes, etc. 28 LEISHMANIOSESLEISHMANIOSES Importância em saúde pública ou saúde animal É uma zoonose, de notificação compulsória , considerada inicialmente de transmissão silvestre, com características de ambientes rurais e atualmente em expansão para as áreas periurbanas e urbanas, sendo um crescente problema de saúde pública no país. Bibliografia https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4e d.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_bolso_4ed.pdf