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Fisioterapia Interdisciplinar Maria Luiza Vieira Carvalho Fisioterapeuta Doutoranda em Ciência da Reabilitação UFMG Terapeuta Bowen Kinesiologista Paciente do sexo feminino, 45 anos, advogada, vem à consulta ambulatorial relatando, há dois dias, dor de intensidade moderada, dor do tipo queimação, localizada na região lombar com irradiação para o membro inferior direito, piora na quando acorda. Iniciou quando foi dobrar o corpo para amarrar o tênis. Não possui histórico familiar de entesopatias. Queixa-se também de dificuldade de subir escadas. Ao exame físico, o paciente tem dificuldade de caminhar na ponta do pé direito, diminuição de sensibilidade na face lateral do pé do lado direito. Caso Clínico 1 O que poderia ser? Hérnia de disco? Alteração facetária? Bico de papagaio? Alteração vascular? Disfunção da SI? Ciático? Hérnia de disco Característica da dores: - Dor piora quando acorda - Dificuldade para levantar da cama - Dificuldade para ir ao banheiro - Dificuldade para dirigir - Dor em flexão - Alivia em extensão - Dor quando espirra Princípio da centralização da dor Espondilite anquilosante - espondiloartropatias Características: Dor matinal, mais de 3 meses, Melhora com atividade física Piora com repouso dor axial inflamatória, associada à artrite, predominante em grandes articulações de membros inferiores, e entesopatias periféricas, radiológicos (sacroiliíte) e laboratoriais (soronegatividade para o fator reumatóide Doenças reumáticas inflamatórias, é característica a exacerbação matinal dos sintomas; a fisiopatogenia da dor é influenciada pelo ritmo circadiano da secreção do cortisol e pelo sistema nervoso autônomo. Sampaio-Barros e cols, 2007 Para a confirmação diagnóstica da EA, os critérios mais utilizados são os de Nova York modificados, que combinam critérios clínicos e radiográficos. Os critérios clínicos são: 1) Dor lombar de mais de três meses de duração que melhora com o exercício e não é aliviada pelo repouso; 2) Limitação da coluna lombar nos planos frontal e sagital; 3) Expansibilidade torácica diminuída (corrigida para idade e sexo). 4) Os critérios radiográficos são: 1) Sacroiliíte bilateral, grau 2, 3 ou 4; 2) Sacroiliíte unilateral, grau 3 ou 4. Para o diagnóstico de EA é necessária a presença de um critério clínico e um critério radiográfico. Grau I (sacroileíte suspeita, sem anomalias específicas, existindo apenas uma reabsorção subcondral). Grau II (sacroileíte mínima, aspecto mal definido das margens articulares, com pseudo- alargamento da interlinha). Grau III (sacroileíte moderada, com esclerose ou erosões das margens articulares, com diminuição da interlinha). Grau IV (sacroileíte severa, com anquilose completa das articulações sacroilíacas e desaparecimento da interlinha articular. Dor Facetária O sintoma típico é a dor lombar crônica que pode ser uni ou bilateral, pode irradiar para os MMII sem um padrão radicular, geralmente não ultrapassando os joelhos. Alívio: flexão do tronco Piora: com a extensão do tronco, movimentos rotatórios e atividades físicas Silva et al, 2011 Dor Sacro Ilíaca Dor desde a lombar ate os pés. Muito variada: pode acometer articulação do quadril, virilha. Comum em pessoas que permanecem muito tempo assentadas. Piora: extensão Alivia: flexão Dor quando anda, agacha, senta e levanta, relação com ciclo menstrual. Dor ao palpar a articulação. Alivia com contração isométrica, em alguns casos. Testes de alongamento e encurtamento Dor Sacro Ilíaca Escoliose Dor insidiosa Piora de pé ou postura mantidas por tempo prolongado Dor local a palpação Muitas vezes bem localizada Pode vir a Giba associada Dores vasculares Dor: pode ir das nadegas ate o pé Tipo: queimação ou aperto Quando: caminha Alívio: repouso Não modifica nos movimentos de extensão ou flexão do corpo. Sistema Arterial Tipos de doenças arteriais: • Tromboangeíte Obliterante Vasculite segmentar que afeta arterias distais, veias e nervos das extremidades. • Fenômeno de Raynaud isquemias digitais episódicas induzidas pelo frio. • Isquemia Aguda dos Membros redução súbita do fluxo sanguíneo por oclusão arterial. • Ateroembolia oclusão de arterias por fragmentos embolizados provenientes das placas ateromatosas. Fisio não atua Doença Arterial Obstrutiva Periférica Doença Arterial Obstrutiva Processo que ocasiona estenose arterial e redução do fluxo sanguíneo periférico. HIATT (1996) DEFINIÇÃO ATEROSCLEROSE (90% casos) ESTENOSE PROGRESSIVA REDUÇÃO FLUXO SANGUÍNEO DISTAL SÍNDROME ISQUÊMICA CRÔNICA PROCESSO DA INSUFICIÊNCIA Os fatores de risco para aterosclerose: -modificáveis (tabagismo, sedentarismo, obesidade, estresse, hiperlipidemia, hipertensão arterial) - não modificáveis (diabetes mellitus, hipertensão familiar, trombofilias, sexo, idade e hereditariedade) FATORES DE RISCO PREVALÊNCIA Maior em idades mais avançadas: afeta mais de 20% da população idosa. MMII mais afetados do que MMSS. Vaso mais comumente afetado: artéria femoral superficial. SCHMIEDER ET AL (2001); CIMMINIELLO (2002) CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE: Sintomatologia Dor, peso, cãibra, sensação de cansaço que ocorre no membro afetado durante o exercício e que alivia ao repouso. Atividade > Demanda de O2 Baixa oferta Ativação de receptores sensoriais Dor Musculatura mais acometida: tríceps sural Sintomatologia Dor Lewis e Londris, 1931 A dor é causada por agentes químicos estáveis que se acumulam durante o exercício. Substância Fator P (pain factor) Disfunção endotelial Isquemia Inflamação sistêmica Liberação de radicais livres Atrofia e denervação de fibras musculares Alteração do metabolismo muscular da FM e RM capacidade funcional Sintomatologia Stewart et al., 2002 SINAIS E SINTOMAS Obstrução aorto-ilíaca dor na coxa e região glútea. Obstrução fêmuro-poplítea dor na região posterior da perna Obstrução a. tibial ou fibular: dor no tornozelo ou pé As artérias mais acometidas são: bifurcação aorto-ilíaca e fêmoro-poplítea. SCHMIEDER ET AL (2001); CIMMINIELLO (2002) DOR EM REPOUSO Contra-indicação para prática de exercício físico Redução da temperatura local Cianose ou palidez do membro Pele descamativa, alopécia e unhas quebradiças Úlceras (contra-indicação para exercício) CIMMINIELLO (2002) ALTERAÇÕES TRÓFICAS - Estágio 1: assintomático - Estágio 2: claudicação intermitente Estágio 2a: claudicação em caminhadas > 200m Estágio 2b: claudicação em caminhadas < 200m - Estágio 3: dor em repouso ou noturna - Estágio 4: necrose / gangrena CLASSIFICAÇÃO DE FONTAINE Dores vasculares Dor: em toda perna Tipo: queimação, sensação de peso Piora: ao final do dia Alívio: elevação das pernas Não modifica nos movimentos de extensão ou flexão do corpo. Sistema Venoso Sistema Venoso Sistema Venoso Superficial Sistema Venoso Profundo Sistema Venoso Profundo Sistema Venoso Sistema Venoso Superficial Safena Magna Safena Parva DEFINIÇÃO Anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por incompetência valvular, associada ou não a trombose. Insuficiência Venosa Crônica (França et al,2003) Pode afetar sistema venoso superficial, profundo ou ambos. SINAIS E SINTOMAS Doença é caracterizada por hipertensão venosa Insuficiência Venosa Crônica Insuficiência valvular refluxo pressão hidrostática Trombose refluxo pressão hidrostáticaDisfunção da bomba muscular pressão hidrostática Aumento da pressão hidrostática hipertensão venosa favorece a dilatação venosa e extravasamento de líquido FRANÇA ET AL (2003) Bomba muscular: relacionada a musculatura de panturrilha Funcionamento normal: contração: esvaziamento veias profundas. relaxamento: sangue das veias superficiais é aspirado para sistema profundo através das perfurantes.Funcionamento anormal: Hipertensão venosa, pressão venosa elevada durante deambulação quando deveria diminuir. Sinais e sintomas: dor e sensação de peso em MMII associadas a posições estáticas e ao fim do dia, teleangectasias, veias varicosas (varizes), edema, hiperpigmentação, lipodermatoesclerose (atrofia branca), úlceras (extravasamento de fibrinogênio com formação de fibrina que interfere na difusão de oxigênio ou reação inflamatória) Insuficiência Venosa Crônica FRANÇA ET AL (2003) Insuficiência Venosa Crônica Fatores de riscoobesidade ida de sexo estilo de vida trabalho dieta uso de hormônios gravidez história familiar Insuficiência Venosa Crônica Objetivo de uniformizar uniformizar a literatura médica dos pacientes com IVC classificação clínica, etiológica, anatômica e fisiopatológica (CEAP) Gravidade clínica Incapacidade para o trabalho de pessoas pessoas com doenças vasculares TRATAMENTO CONSERVADOR FISIOTERAPIA MEDICAMENTOS VENOTÔNICOS (diosmina,rutosídeos) CIRÚRGICO ESCLEROTERAPIA LASER SAFENECTOMIA Insuficiência Venosa Crônica Resposta do caso clínico Paciente do sexo feminino, 45 anos, advogada, vem à consulta ambulatorial relatando, há dois dias, dor de intensidade moderada, dor do tipo queimação, localizada na região lombar com irradiação para o membro inferior direito, piora na quando acorda. Iniciou quando foi dobrar o corpo para amarrar o tênis. Não possui histórico familiar de entesopatias. Queixa-se também de dificuldade de subir escadas. Ao exame físico, o paciente tem dificuldade de caminhar na ponta do pé direito, diminuição de sensibilidade na face lateral do pé do lado direito. Lendo novamente - Caso Clínico 1 1- Idade 15 a 40anos problemas discais 20 a 90 anos disfunção na sacro ilíaca 18 a 45 anos espondilite anquilosante Acima de 45 anos Osteoartrite Acima de 50 anos Câncer 2 – Profissão: advogado Permanece muito tempo assentado. 1- Sexo: feminino - Perguntar do ciclo menstrual - Espondilite anquilosante é mais comum em homens 2 – Profissão: advogado Permanece muito tempo assentado. 3- Mecanismo da lesão Iniciou quando foi dobrar o corpo para amarrar o tênis 4 – Característica da dor (aguda, crônica, profunda, superficial, referida, irradiada, quando anda, sentado). Há dois dias Intensidade moderada, Tipo queimação Localização: na região lombar com irradiação para o membro inferior direito, piora na quando acorda.