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Os cinemas contemporâneos e o audiovisual 
(1968 - atualidade)
O fim dos anos 70 e início dos anos 80 é um processo de transformação no 
audiovisual em diversos aspectos.
As salas de cinema não eram mais o único espaço de entretenimento 
popular. Desde a chegada da televisão, esta vem tomando cada vez mais 
espaço. O crescimento das cidades, da violência, das desigualdades, 
o fechamento das salas de cinema de bairro, a facilidade da fruição 
audiovisual privada que a televisão proporciona, e o aparecimento do 
vídeo, são características deste momento.
Você hoje pode achar normal e natural termos acesso ao audiovisual. A 
abundância das telas em nossa vida e em nosso cotidiano é muito presente. 
Quando as videolocadoras e o VHS surgem neste período, há uma grande 
modificação na exibição audiovisual. Por exemplo, para ver um filme antigo, 
que não fosse lançamento, você não precisaria esperar, por exemplo, uma 
retrospectiva em uma sala de cinema. Você poderia alugar um vídeo, 
assistir em sua casa quantas vezes quisesse, e depois devolvê-lo. Temos, 
então, com o VHS e as videolocadoras, o princípio da consolidação da 
exibição audiovisual privada (e não mais coletiva da sala de cinema), 
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que depois se desenvolverá nos formatos do DVD, do Blue-Ray e, com a internet, do download, do 
streaming e dos serviços de vídeo-sob-demanda.
Historicamente, é também um período que convencionamos chamar de “pós-modernismo”. Todas 
as linguagens artísticas: artes visuais, literatura, cinema e audiovisual, artes cênicas, passam, de 
uma forma ou de outra, por um certo esgotamento das inovações técnicas e conceituais que foram 
inumeramente propostas pelos vários artistas modernos, durante todo o século XX. No audiovisual, 
não é diferente. Vimos, ao fim da Unidude 02, como o cinema moderno foi reincorporado pela 
indústria hollywoodiana, tendo como consequência o filme “blockbuster”. 
As próprias questões políticas, tão fundamentais para todos os cinemas modernos, se debatiam, 
neste período, com a falta de perspectivas e visões totalizadoras da realidade. Por exemplo, se o 
capitalismo e sua essencial desigualdade não eram o caminho, também não eram as experiências 
socialistas que se transformaram em ditaduras de Estado. Por isto dizemos que este período 
denominado de “pós-moderno” é a crise das “metanarrativas”, pois não era possível enxergar em 
nenhum destes dois grandes sistemas econômicos as soluções para os problemas do mundo. 
Não à toa, é um período marcado pelo niilismo. Na música e nas periferias das grandes cidades 
do mundo, o punk é uma resposta crua dos jovens dos Estados do Ocidente que não possuíam 
perspectivas. O neoliberalismo de Margaret Tatcher no Reino Unido, e de Ronald Regan, nos Estados 
Unidos torna-se a ideologia hegemônica dos Estados. 
Lembre-se de que quando falamos da França, na unidade 03, após a Segunda Guerra Mundial? Uma 
das principais questões naquele momento é como o Estado pode salvaguardar os cidadãos com 
direitos sociais e trabalhistas. A ideologia neoliberal busca suprimir esta função como a do Estado 
também. É um aprofundamento do capitalismo, no sentido do Estado não intervir nas relações 
econômicas e, consequentemente, sociais. Os próprios mercados se autorregulariam e a partir 
da concorrência, haveria melhores serviços e condições de sobrevivência. Este sistema, ainda 
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vigente, mesmo que com transformações, é o pano de fundo de um tipo de arte que não busca 
necessariamente um embate político, como vimos no cinema moderno. Outras questões tornam-se 
importantes, como a própria relação com a linguagem e o retorno ao elo com o espectador, que 
antes confrontado pelo cinema moderno, agora se reidentifica com o audiovisual de exibição global. 
Este é baseado em uma junção das técnicas da gramática clássica com as inovações modernistas, 
mas colocadas em outra chave de interpretação. 
Os filmes passam a referenciar mais outros filmes. O acúmulo das imagens do século XX, o acesso 
que os vídeos proporcionaram, as novas câmeras de vídeo tornam o audiovisual mais intertextual. A 
originalidade deixa de ser um valor. O importante é como se organizam todos estes referenciais das 
imagens do mundo. Abrem-se conceitos como o simulacro, o pastiche, a paródia, a nostalgia. 
Por outro lado, o vídeo torna-se um meio de experimentação ousado, fora do 
formato de filme de longa-metragem da sala de cinema. As televisões 
abrem espaço para novas narrativas audiovisuais, com as séries 
e as minisséries. 
As diferenças nacionais 
diminuem. Os fluxos 
imigratórios aumentam. 
Cinemas e audiovisuais de 
todo o mundo ganham um 
pouco mais de destaque. 
Temos, nos anos 90, por 
exemplo, o crescimento do 
cinema do Oriente Médio, 
com o Irã apresentando vários 
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cineastas ganhando prêmios em diversos festivais do mundo. Ao mesmo tempo, temos o cinema 
de Hollywood com os “blockbusters” atingindo cada vez mais mercados de forma agressiva. Os 
Estados nacionais buscam, desta forma, proteger seus produtos culturais, criam políticas públicas 
e mecanismos de financiamento para salvaguardar suas identidades nacionais.
O audiovisual passa a ser debatido como patrimônio cultural da humanidade. O debate sobre a 
preservação dos filmes antigos ganha mais importância, com as cinematecas e as pesquisas sobre 
como preservar desde as películas antigas até os formatos digitais de nossa era. Como cuidamos 
das imagens do mundo?
Como se organiza o mundo do trabalho no audiovisual? Quais as diferenças entre produções de 
sistemas mais hierarquizadas e as produções independentes? Qual a relação entre trabalho, política 
pública e mercado?
O audiovisual mudou profundamente desde o cinema moderno até a nossa era. Observaremos um 
pouco mais estes diversos aspectos, mas antes, comentaremos, brevemente, sobre a 
questão do documentário que ficou um pouco à margem até aqui. Com 
a facilidade tecnológica, a possibilidade de produzirmos 
imagens a todo momento, com nossos celulares e câmeras 
ágeis, o debate sobre como se orienta a relação entre imagem 
e realidade torna-se mais premente. E os documentários 
sempre tiveram neste embate, entre imagem e real, sua 
questão audiovisual primordial. Como se manipula e se 
apresenta o real? Qual nível de relação há entre a imagem 
que produzimos mecanicamente e a própria realidade?

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