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O Que É Linguística Aplicada
Apresentação
A linguística aplicada é um campo multidisciplinar que se concentra na aplicação prática de teorias e 
princípios linguísticos a questões e problemas do mundo real. Abrange diversas áreas, como 
educação em línguas, avaliação de línguas, política e planejamento linguístico, tradução e 
interpretação, sociolinguística e análise do discurso. Os linguistas dessa vertente trabalham para 
aprimorar o ensino e a aprendizagem de línguas, desenvolver testes de linguagem, abordar 
preocupações de políticas linguísticas, facilitar a tradução e a interpretação eficaz, estudar os 
aspectos sociais da linguagem e analisar a comunicação oral e escrita. Eles também contribuem para 
campos essenciais da atualidade, como bilinguismo e multilinguismo, examinando os benefícios 
cognitivos e os desafios da proficiência em várias línguas, além de promover a preservação de 
línguas ameaçadas em um mundo globalizado.
Os linguistas da linguística aplicada também fornecem conhecimento especializado no tratamento 
de patologias da fala e distúrbios de comunicação, auxiliando aqueles com condições como 
gagueira e afasia por meio de intervenções linguísticas e terapêuticas. Além disso, no campo da 
linguística forense, eles utilizam o conhecimento linguístico para ajudar em questões legais, como a 
análise da linguagem em documentos legais, a atribuição de autoria e o uso da linguagem como 
evidência em casos criminais. Esse campo multidisciplinar tem um papel relevante no 
aprimoramento da comunicação linguística, na educação, na política, entre outros campos.
Além dessas aplicações práticas, a linguística aplicada é crucial no avanço de nossa compreensão 
dos aspectos multifacetados da linguagem na sociedade e na cultura. De acordo com ela, a 
linguagem funciona como um componente dinâmico e integral da comunicação humana, 
influenciando e sendo influenciada por vários fatores sociais, culturais e cognitivos. Os linguistas 
dessa área investigam a variação linguística, a relação entre linguagem e identidade e as atitudes 
em relação à linguagem nas comunidades, analisando a complexa interação entre a linguagem e as 
comunidades que a utilizam. Eles observam as complexidades da comunicação oral e escrita, 
utilizando a análise do discurso para descobrir como a linguagem é empregada para transmitir 
significados, atingir objetivos comunicativos e refletir normas e valores sociais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender os limites da linguística aplicada, ou seja, o 
que esse campo de estudo trata em relação à língua ensinada e aprendida e sua área de atuação, 
principalmente no que diz respeito à aquisição de uma segunda língua. Além disso, vai explorar as 
diferentes formas de aplicação da linguística aplicada para posicionar-se criticamente aos estudos 
dessa área.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os limites da linguística aplicada.•
Assimilar a área de estudos da linguística aplicada.•
Desenvolver um pensamento crítico em relação à linguística aplicada.•
Infográfico
A linguística aplicada é conhecida também como uma área interdisciplinar, pois utiliza teorias de 
áreas como educação, psicologia, linguística, entre outras, para se dedicar a assuntos relacionados à 
aprendizagem e à prática de uma língua, principalmente de um segundo idioma.
Neste Infográfico, você vai conferir a relação entre a linguística aplicada e as demais áreas de 
conhecimento.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/fa31dfac-75cc-498a-9883-dfc37bc32183/23bee236-bb55-49a5-aea9-25b879d837bc.png
Conteúdo do livro
A linguística aplicada é uma área que fornece recursos para trabalhar a aprendizagem, 
principalmente uma segunda língua, e tem como foco teorias de outras áreas para tentar solucionar 
problemas práticos referentes à utilização da linguagem. No entanto, a definição e a avaliação 
crítica dessa disciplina continuam a apresentar desafios complexos, destacando a necessidade de 
um entendimento mais aprofundado e uma análise crítica dessa área de estudo.
No capítulo O que é linguística aplicada?, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
observar em quais âmbitos a linguística aplicada se insere e em quais ela não se insere. Além disso, 
vai saber quais são os diferentes campos em que a disciplina pode se desenvolver. Por fim, será 
capaz de realizar reflexões críticas sobre a área, possibilitando maior profundidade nos seus 
conhecimentos.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
O que é Linguística Aplicada?
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os limites da Linguística Aplicada.
  Assimilar a área de estudos da Linguística Aplicada.
  Desenvolver um pensamento crítico em relação à Linguística Aplicada.
Introdução
A Linguística Aplicada é considerada por muitos estudiosos como uma 
área de estudo que trata de questões ligadas à linguagem, como os 
problemas de linguagem, preocupando-se com suas práticas de uso, a 
prática social e a aprendizagem da língua, seja ela materna ou estrangeira.
Neste capítulo, você estudará os limites da Linguística Aplicada, ou 
seja, o que esse campo de estudo trata em relação à língua ensinada e 
aprendida, e sua área de atuação, principalmente em relação à aquisição 
de uma segunda língua.
A Linguística Aplicada
A Linguística Aplicada é um campo de estudo que se dedica aos estudos 
linguísticos. Os estudos linguísticos, ou o estudo da linguagem, já se tornaram 
essenciais para a vida humana, como afi rmam Rodrigues e Cerutti-Rizzatti 
(2011, p. 13) porque, segundo essas autoras, estudar a linguagem “[...] permite a 
simbolização do real, (...) a formação de conceitos (...) e a organização cognitiva 
das representações do mundo”. 
Dar nomes às coisas é uma necessidade do ser humano. Isso faz com que 
o ser humano dê sentido ao que fala e ao que comunica, interagindo com os 
demais seres humanos. É a linguagem que faz com que essa interação aconteça 
U N I D A D E 1 
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e seja social porque é por meio da linguagem que a vida humana tem sentido, 
permitindo que o ser humano tenha seu lugar na sociedade. 
O estudo da linguagem que se refere ao campo cognitivo nos permite apren-
der uma língua, um sistema que favorece as relações sociais. Em alguns casos, 
a língua precisa ser estudada, fugindo do conceito subjetivo ou objetivo para 
entendê-la como um objeto social. A sociedade vem dedicando-se ao estudo da 
linguagem há muito tempo, mas foi com a contribuição de Ferdinand Saussure 
que a linguística se tornou uma ciência, tendo como objeto de estudo a língua.
Saussure foi um importante linguista suíço, estudioso das línguas indo-europeias e 
considerado o pai da linguística moderna.
Os estudos que assim surgiram, após a linguística se consolidar como 
ciência, foram iniciados a partir da abstração da língua e do que se conhecia 
sobre ela e passaram para a aplicação da linguagem em contextos reais de uso. 
A Linguística Aplicada, então, surgiu dessa necessidade de contextualizar o 
uso e a aplicação da língua.
Segundo Davies e Elder (2004), a Linguística Aplicada é usada para so-
lucionar eventuais diversidades que envolvam a utilização da língua e, sobre 
isso, destaca-se como um problema para a Linguística Aplicada entender 
como as línguas podem ser melhor ensinadas, como os profissionais das 
línguas podem ser melhor assistidos, como um exame de proficiência pode 
ser aplicado adequadamente, como um programa bilíngue deve ser avaliado, 
como o nível de alfabetização deve ser determinado, como a discussão sobre 
a linguagem de um texto deve proceder, como a aquisição de uma língua deve 
acontecer, entre outros aspectos relacionados ao ensino dalíngua materna ou 
de uma segunda língua.
A Linguística Aplicada se refere ao ensino de línguas, incluindo os estudos 
ligados ao planejamento, à tradução, à interpretação, etc. Isso, de certa forma, 
torna o estudo da Linguística Aplicada bastante amplo, já que considera fatores 
sobre a Educação, a Sociologia, a Psicologia, áreas nas quais essa Linguística 
Aplicada também deve basear-se. 
Como Davies (2007) observa, definimos a Linguística Aplicada pelas suas 
ações e, entre algumas delas, encontramos:
O que é Linguística Aplicada?2
C01_Linguistica_Aplicada.indd 2 21/06/2018 17:29:58
  Linguística aplicada para a alfabetização; 
  Aprendizagem integrada de conteúdos e de línguas; 
  Análise do discurso; 
  Linguagem utilizada nos meios de comunicação; 
  Autonomia do estudante na aprendizagem de línguas; 
  Ensino da língua padrão; 
  Tradução e interpretação.
Outro campo em que os linguistas aplicados se envolvem é o das atividades 
relacionadas ao ensino da língua inglesa, por exemplo. Essas atividades são 
geralmente em relação à:
  Avaliação do programa de idiomas; 
  Aquisição da segunda língua;
  Utilização da gramática; 
  Linguagem ligada à identidade;
  Avaliação do inglês como língua globalizada.
Essas atividades são projetos em Linguística Aplicada que refletem certos 
problemas que pedem por explicações e soluções no que se refere ao ensino 
de inglês. No entanto, poderiam ser atividades estudadas, implementadas e 
ressignificadas para o ensino e aquisição de qualquer língua estrangeira. Os 
linguistas aplicados estão envolvidos em estudos referentes à maneira mais 
eficiente de se comunicar, incluindo o ensino e o aprendizado de idiomas. 
Considerando que o linguista aplicado tem um problema para resolver, ele 
utiliza uma metodologia (algumas metodologias relacionadas à aprendizagem 
da língua inglesa serão exemplificadas a seguir) para atuar em quatro áreas 
de importância para o ensino de idiomas:
  Aquisição de segunda língua;
  Teste de proficiência;
  Ensino de idiomas para fins específicos;
  Planejamento curricular;
No campo da Linguística Aplicada, além de estudos sobre as teorias da lin-
guística, também são estudadas as práticas que partem de experiências vividas 
sobre os problemas de linguagem, problemas que são detectados ao observarmos 
os falantes utilizando a linguagem. É essencial, no entanto, definir o que é con-
siderado problema no ramo da Linguística e da Linguística Aplicada. Segundo 
3O que é Linguística Aplicada?
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Davies (2007), é fundamental fornecer informações que ajudem a compreender 
melhor os fatores relacionados ao exame de proficiência, por exemplo, para testar 
problemas relacionados à aprendizagem do idioma pretendido.
Como já mencionamos, as áreas de atuação da Linguística Aplicada são 
amplas. No entanto, a motivação para aprender um idioma e as metodologias 
utilizadas para essa aprendizagem também são considerados campos de estudo 
da Linguística Aplicada, além do enfoque no ensino e aprendizagem da língua 
materna. Para alguns estudiosos, como Moita Lopes (2006), esse enfoque 
pode apresentar problemas linguísticos socialmente relevantes. Em relação ao 
ensino e à aprendizagem da língua materna, desenvolvidos quando a pessoa 
está inserida em uma sociedade e carrega valores históricos, sociais e culturais, 
praticar a língua materna torna os indivíduos mais confiante, especialmente em 
suas interações sociais, como falar e escrever. As bases teórico-metodológicas 
para aprender a língua materna também são fundamentais na Linguística 
Aplicada (RODRIGUES; CERUTTI-RIZZATTI, 2011).
Os critérios para distinguir o papel da Linguística Aplicada, e até mesmo em 
relação à Linguística (Geral), causam certa contradição entre alguns estudiosos 
(ROCHA; DAHER, 2015). Logo, para definir os limites da Linguística Apli-
cada, é válido observar o que vem sendo desenvolvido na área por estudiosos 
e, claro, por linguistas (Figura 1). 
Figura 1. A natureza teórica da Linguística Aplicada e suas subdivisões. 
Fonte: Almeida Filho (2008, documento on-line).
O que é Linguística Aplicada?4
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Os métodos de ensino de línguas estrangeiras foram criados para que os profissionais 
da área tivessem uma compreensão de algumas abordagens de ensino baseados 
em técnicas. Os métodos descritos ainda são atualmente praticados. A proposta é 
despertar seu interesse em investigá-los mais atentamente.
  The grammar-translation method (método da gramática-tradução): o foco 
está na aprendizagem gramatical, utilizando a tradução como forma de entender 
a língua. 
  The direct method (o método direto): o foco está no desenvolvimento da capa-
cidade oral, evitando a tradução para a língua materna.
  The reading method (o método da leitura): o foco está na leitura para capacitar 
os estudantes a desenvolverem a habilidade de ler e compreender.
  The audiolingual method (o método audiolingual): o foco está na prática oral 
intensiva, sendo a primeira habilidade a ser desenvolvida: ouvir, seguida de falar, 
depois ler e, por último, escrever.
  The structural-situational method (o método estrutural-situacional): o foco 
está em estruturas organizadas e diálogos a partir de situações, como em: o que 
dizer em um restaurante, em uma loja ou em um aeroporto? Como o diálogo 
ocorre nessas situações e quais são as estruturas que fazem parte dessas situações? 
  The cognitive method (o método cognitivo): o foco está na comunicação e na 
capacidade que o estudante tem de desenvolver para falar o idioma.
  The functional method (o método funcional): o foco está na necessidade da 
comunicação.
A área de estudo da Linguística Aplicada
Uma característica marcante da Linguística Aplicada é referente aos es-
tudos da demanda social, ou seja, o interesse por problemas a respeito do 
ensino de línguas, da tradução, da utilização de dicionários e das relações 
construídas pela utilização da linguagem. Como afi rmam Rocha e Daher 
(2015), reconhecer que há problemas sociais nas interações que envolvem 
a linguagem pede soluções cujas contribuições são encontradas na Lin-
guística Aplicada. 
É quase uma prioridade da Linguística Aplicada o ensino e a aprendi-
zagem de línguas, seja pela expansão ou pela diversificação de interesses: 
“O ensino e a aprendizagem de línguas já é um lugar certo de investi-
mento das pesquisas em linguística aplicada, um campo garantido de in-
tervenção no qual a atuação é quase exclusiva da Linguística Aplicada” 
(ROCHA; DAHER, 2015, p. 123).
5O que é Linguística Aplicada?
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Abordada dessa forma, a Linguística Aplicada é, muitas vezes, definida 
como “[...] o estudo da aprendizagem e do ensino de segunda língua ou língua 
estrangeira” (RICHARDS; SCHMIDT, 2010). No entanto, esse estudo tem 
contribuído para a interdisciplinaridade (COSTA, 2015), visto que a Linguís-
tica Aplicada tem como base para desenvolver sua pesquisa informações da 
Sociologia, da Psicologia, da Antropologia e da Linguística, utilizando-se, 
ainda, de projetos de plano de estudos, terapia da fala, planejamento de lingua-
gem, estilística etc. (RICHARDS; SCHMIDT, 2010). A Linguística Aplicada 
também se dedica à investigação aplicada e mediadora, centrada na resolução 
de problemas sobre o uso da linguagem (COSTA, 2001), respondendo, dessa 
forma, às necessidades sociais.
O linguista aplicado se preocupa com o que podemos chamar de situação 
da língua. A situação da língua, sob o ponto de vista da Linguística Aplicada, 
é uma avaliação feita sobre o papel da linguagem em um ambiente social 
(DAVIES, 2007), ou seja, a relevância que o uso de um idioma tem, não 
apenas em um lugar específico, e a análise análoga sobre a compreensão dos 
fatores que fazem parte daquele idioma. A análise na Linguística Aplicada 
não é isolada porque a língua está presente em todos lugares,afetando e sendo 
afetada por várias instituições como a educação, o direito, o comércio, a mídia, 
o turismo, o entretenimento, etc. Na Linguística Aplicada, a pergunta a ser 
feita sobre a linguagem tem que ser sobre os fatos sociais de determinada 
situação, por exemplo:
  A comunicação dentro e através dessas instituições; 
  O acesso a uma língua para diferentes tipos de pessoas;
  O papel do inglês como uma língua da elite;
  A situação do ensino de inglês em diferentes escolas; 
  O inglês como um instrumento simbólico e não instrumental; 
Essa última questão sobre a língua inglesa pode estar relacionada a dois 
problemas: 
1. Por que o inglês é amplamente ensinado em alguns lugares mesmo 
apresentando resultados insatisfatórios em relação à aprendizagem?
2. Como o ensino de inglês pode ser melhorado? 
Para responder a primeira pergunta, é preciso considerar os lugares em 
que a língua inglesa é ensinada e rejeitada. A segunda pergunta pode ser 
respondida por meio de coleta de dados, de evidências, do que precisa ser 
O que é Linguística Aplicada?6
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melhorado para se ensinar inglês. Para isso, é preciso considerar outros fatores: 
quem são os professores? Eles são proficientes? Que tipo de recurso didático 
é usado? O currículo é satisfatório? Essas perguntas são fundamentais porque 
a Linguística Aplicada toma para si a o compromisso de prover usos mais 
eficientes da linguagem para a sociedade (DAVIES, 2007).
Essa identificação de fatores permite que o teste, a observação e a avalia-
ção, considerando a linguagem na situação do gênero dentro de um contexto, 
sejam feitos. Na Linguística Aplicada, testa-se, observa-se e avalia-se. Como 
já foi enfatizado, a Linguística Aplicada está interessada no problema, mas 
qual é o problema da linguagem? Davies (2007) pondera que haveria alguns 
indivíduos linguisticamente, ou comunicativamente, incapacitados para tal. E 
por que isso é um problema? Porque é quase uma imposição da sociedade que 
as pessoas que não se comunicam bem, ou não são plenamente capacitadas 
para se comunicar, sejam injustamente prejudicadas. Considerando esse mote, 
na Linguística Aplicada, parte-se do problema para a prática, intervindo e 
treinando as pessoas que são apontadas como as que têm problemas de lin-
guagem e de comunicação para solucionar problemas recorrentes nos quais 
a língua é praticada e a comunicação acontece. Portanto, o objetivo é dar 
informações necessárias para ajudar quem precisa a compreender melhor as 
questões relacionadas à linguagem.
O problema da Linguística Aplicada começa desde o planejamento, que 
pode mostrar alguns problemas, passa pela consideração do público-alvo e vai 
até o tipo de avaliação mais adequada, além de ser relevante para essa área:
  Pesquisar quais são os estágios de aprendizagem na aquisição da se-
gunda língua;
  Aplicar o teste de proficiência linguística para avaliar os marcadores 
de aprendizagem da segunda língua; 
  Compreender o que o estudante precisa saber;
  Desenhar o que o professor precisa saber.
Esses quatro estágios mostram que a Linguística Aplicada amplia nosso 
conhecimento sobre o que estamos aprendendo e o contexto; logo, a aquisição da 
segunda língua, o teste de proficiência, as variedades linguísticas e o desenho 
do currículo precisam estar inseridos no contexto. É fundamental destacar 
que o desenho do currículo ou do programa não pode ser genérico, ou seja, 
muito amplo, porque se torna ineficiente. Assim, a linguagem, o aprendiz 
e a situação precisam estar reunidos em um contexto para fazer sentido na 
Linguística Aplicada. 
7O que é Linguística Aplicada?
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Se a Linguística Aplicada se preocupa com os erros, se os erros dos es-
tudantes são um problema de linguagem e se esse problema é uma falha que 
impede certo conhecimento na língua-alvo — a língua inglesa, por exemplo 
—, a análise contrastiva explica por que e como essa falha ocorre.
A linguagem faz parte de nosso cotidiano e acontece em todas as dife-
rentes esferas – na escola, no trabalho, em casa, de maneira formal, informal 
–, tornando-se essencial para nosso pensamento, pois também aprendemos 
usando a língua nesses lugares. É também nesses lugares que os problemas 
relacionados à linguagem aparecem (DAVIES, 2007).
A noção de usar a língua inglesa corretamente se desenvolve de acordo com 
o que é certo ou errado em relação ao idioma. Prescreve-se o que está certo, e 
isso é o que deve ser usado. Às vezes, esses erros são verdadeiros preconceitos 
contra um tipo de sotaque. Entretanto, para a Linguística Aplicada, o problema 
reflete valores sociais e políticos e, talvez, éticos.
O processo de aprendizagem de uma segunda língua começa com o domínio 
do vocabulário e das regras da língua-alvo. Após esse reconhecimento, exige-
-se da pessoa que está aprendendo uma segunda língua que se aproprie das 
convenções do idioma, no caso do inglês, e que as use de modo semelhante à 
maneira como o falante nativo a usa.
Contudo, a formação do profissional de língua inglesa deve estar de acordo 
com a necessidade nessa área, e esse profissional deve estar preparado, pois 
os estudantes de uma língua estrangeira reagem de maneira diferente a esse 
aprendizado. Ter a percepção de adequar os objetivos de sua aula e ser coerente 
com a realidade social do estudante é um compromisso que o profissional 
dessa área deve ter. Essas são ações permanentes que devem fazer parte do 
cotidiano do professor de língua estrangeira. A Linguística Aplicada pode 
ajudar no percurso desse caminho.
O estudo da Linguística Aplicada é muito amplo. Como se trata de uma área de pesquisa 
interdisciplinar, a variedade de material é extensa. Nesse sentido, sugerimos o artigo 
Inovação temática e epistemológica: propostas e desafios para a pesquisa em linguística 
aplicada do século XXI, da revista Saber, sobre língua e letras. Aproveite a leitura sobre 
as reflexões da Linguística Aplicada na atualidade.
Fonte: Tomaselli e Lucena (2017).
O que é Linguística Aplicada?8
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O pensamento crítico 
Como mencionado, é fundamental entender o social da Linguística Aplicada, 
que não pode ser confundida como uma área que contém um modelo já pronto. 
Se o tratamento da Linguística Aplicada deve ser diferenciado, esse tratamento 
se confere no plano social, e esse é o desafi o: construir essa concepção. Para 
isso, é necessário que se entenda a noção de social que a Linguística Aplicada 
contempla. Além disso, como a Linguística Aplicada é interdisciplinar, tam-
bém se faz necessário questionar as disciplinas que dialogam com essa área. 
Essas premissas nos levam a considerar o funcionamento da Linguís-
tica Aplicada. Trata-se de exercer a função de perceber as trocas verbais, ou 
seja, a linguagem como se apresenta dentro de um contexto social. Assim, 
aproximamo-nos de um pensamento mais crítico para a produção de algo novo.
Um texto pode ser analisado de formas diferentes por diferentes profissio-
nais. Um crítico literário olha para um texto histórico, por exemplo, de maneira 
diferente daquela de um gramático. O importante é não ficar na superficialidade 
da questão, mas ter um olhar abrangente, porque a Linguística Aplicada olha 
para fatores diversos, já mencionados na seção anterior, mas, ao mesmo tempo, 
fugindo da crítica da superficialidade. A crítica da superficialidade está em 
considerar tantas informações que a separação das prioridades seja afetada. 
Mesmo que na Linguística Aplicada se faça uma análise considerando-se vários 
fatores, há uma triagem porque, em alguns casos, nem todos os fatores são 
relevantes. Há fatores considerados de relevância direta para o investigado e, 
então, os dados são coletados. 
A análise dessa coleta de dados pode ser feita por diferentes especialistas 
dentro da Linguística Aplicada, porque ela considera a linguagem que está 
sendousada, como essa linguagem é aprendida, até conseguir alcançar o 
propósito de resolver um problema real. O público da Linguística Aplicada 
também é amplo: estudantes, professores, examinadores, tradutores, etc.
A crítica da Linguística Aplicada é baseada nas teorias de outras áreas 
relacionadas à linguagem, com a intenção de solucionar problemas ligados à 
utilização da linguagem, considerando, é claro, a posição que essa linguagem 
ocupa no mundo real. O que interessa é saber se os problemas são referentes 
aos estudantes, professores, examinadores, tradutores, etc. Os problemas 
relacionados à língua são referentes à aprendizagem, ao uso da língua, à 
tradução e à interpretação, ao planejamento, à avaliação, etc.
A importância da Linguística Aplicada se refere às respostas que essa área 
de estudo fornece à sociedade. Sendo essas necessidades em relação à lingua-
gem, o retorno acontece pela prestação de serviço fornecida e pela pesquisa 
9O que é Linguística Aplicada?
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realizada, pela assessoria ao professor, pelo fornecimento de material para a 
língua materna e língua estrangeira e pelo aprimoramento do instrumento de 
trabalho para o tradutor, por exemplo (LEFFA, 2001). 
A Linguística Aplicada também está presente na interação que acontece 
no momento em que duas ou mais pessoas utilizam a linguagem para tornar 
essa interação mais eficaz. Um aspecto dessa área é: evitar o que deve ser 
evitado e estimular o que deve ser estimulado, sempre prestando atenção ao 
social, ao que a sociedade precisa. 
Como vimos, não é só no ensino da língua materna ou da língua estrangeira 
que a Linguística Aplicada está envolvida, mas também em onde se utiliza a 
linguagem, como no ambiente de trabalho. O domínio da Linguística Aplicada 
é, portanto, bastante diverso, e se reafirma seu interesse pelas questões que 
estão ligadas ao social.
Acesse o link ou o código a seguir, em que você encontra 
um guia em inglês sobre Linguística Aplicada. Nesse guia, há 
vários links que servem como recurso para você aprofundar 
mais seu conhecimento sobre essa área. 
https://goo.gl/rN3y8U 
1. É possível afirmar que a Linguística 
Aplicada é um campo de estudo:
a) referente ao ensino 
da língua inglesa.
b) referente ao ensino da 
língua materna.
c) referente aos estudos linguísticos.
d) referente ao estudo 
da sociedade.
e) referente ao estudo 
da Sociologia.
2. Assinale a afirmação correta referente 
à área da Linguística Aplicada.
a) O planejamento e a tradução 
são assuntos do campo de 
interesse da Linguística Aplicada.
b) A ciências usam os mesmos 
procedimentos que a 
Linguística Aplicada utiliza 
para seus estudos.
c) Linguística Aplicada e 
ciências são parceiras 
O que é Linguística Aplicada?10
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somente nas pesquisas 
sobre o desenvolvimento 
da fala da criança.
d) A Linguística Aplicada ajuda 
a Antropologia a desenvolver 
suas teorias porque ambas 
são áreas de pesquisa que 
falam sobre as pessoas.
e) A Linguística Aplicada ajuda 
a Psicologia a desenvolver 
suas teorias porque ambas 
são áreas de pesquisa que 
falam sobre as pessoas.
3. Como você responderia à 
pergunta: Como o ensino de 
inglês pode ser melhorado no 
Brasil? Considere a área de estudo 
da Linguística Aplicada para 
selecionar a resposta correta.
a) A Linguística Aplicada entende 
que o planejamento das aulas 
é o problema a ser resolvido.
b) Os alunos que falam errado 
precisam ser corrigidos segundo 
estudos realizados na área 
da Linguística Aplicada.
c) A Linguística Aplicada aponta 
que a tradução não compete 
à sua área de estudo porque 
não envolve estudantes 
nas suas pesquisas.
d) Os professores que são formados 
geralmente conseguem 
desenvolver bons trabalhos de 
acordo com estudos realizados 
pela Linguística Aplicada.
e) A linguagem, o estudante e 
o contexto precisam fazer 
parte de um contexto dentro 
dos estudos realizados pela 
Linguística Aplicada.
4. Considere a seguinte pergunta: 
I may stay here?. Marque a 
alternativa correta referente à 
explicação para essa pergunta.
a) A Linguística Aplicada 
considera falha do professor de 
inglês esse tipo de produção 
feita pelo estudante. 
b) A Linguística Aplicada considera 
o contexto em que essa pergunta 
é feita e coleta mais dados.
c) A Linguística Aplicada 
considera falha do estudante 
de inglês não ter aprendido 
a perguntar corretamente.
d) A Linguística Aplicada 
considera que o planejamento 
de aula deveria ser sobre 
como responder a esse 
tipo de pergunta.
e) A Linguística Aplicada considera 
falha do programa não prever 
certos tópicos de difícil 
compreensão para os estudantes.
5. É correto afirmar que:
a) a Linguística Aplicada é 
orientada para solucionar 
problemas gramaticais.
b) a Linguística Aplicada é 
orientada para solucionar 
problemas fonéticos.
c) a Linguística Aplicada é 
orientada para solucionar 
problemas pragmáticos.
d) a Linguística Aplicada é 
orientada para solucionar 
problemas linguísticos.
e) a Linguística Aplicada é 
orientada para solucionar 
problemas antropológicos.
11O que é Linguística Aplicada?
C01_Linguistica_Aplicada.indd 11 21/06/2018 17:30:02
ALMEIDA FILHO, J. C. P. A Linguística Aplicada na Grande Área da Linguagem. 25 jul. 
2008. Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/
mec/19196/ALinguisticaAplicadaNaGrandeAreaDaLinguagem.htm?sequence=33>. 
Acesso em: 16 jun. 2018.
COSTA, G. S. Breve histórico da Linguística Aplicada. 2015. Disponível em: <http://www.
giseldacosta.com/wordpress/wp-content/uploads/2015/04/2184332-Breve-historico-
-da-linguistica-aplicada.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.
DAVIES, A. An introduction to Applied Linguistics: from Practice to Theory. Edinburgh: 
Edinburgh University Press, 2007.
DAVIES, A.; ELDER, C. The handbook of Applied Linguistics. Oxford: Blackwell Publishing, 
2004.
LEFFA, V. J. A linguística aplicada e seu compromisso com a sociedade. In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE LINGÜÍSTICA APLICA. 6., Belo Horizonte, 2001. Artigos... Belo Horizonte: 
UFMG, 2001. Disponível em: <http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/la_sociedade.
pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.
MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
RICHARDS, J. C.; SCHMIDT, R. Longman dictionary of language teaching and applied 
linguistics. 4. ed. London: Longman, 2010.
ROCHA, D.; DAHER, D. C. Afinal, como funciona a Linguística Aplicada e o que pode 
ela se tornar? D.E.L.T.A., v. 31, n. 1, p. 105-141, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/delta/v31n1/0102-4450-delta-31-01-00105.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.
RODRIGUES, R. H.; CERUTTI-RIZZATTI, M. Linguística aplicada: ensino de língua materna. 
Florianópolis: UFSC, 2011.
Leituras recomendadas
KUMARAVADIVELU, B. A Lingüística Aplicada na era da globalização. In: MOITA LO-
PES, L. P. (Org.). Por uma linguística indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 129-147.
SÁROSDY, J. et al. Applied linguistics I: for BA Students in English. Bölcsész Konzorcium, 
2006. Disponível em: <http://mek.oszk.hu/05300/05323/05323.pdf>. Acesso em: 16 
jun. 2018.
TOMASELLI, C. K.; LUCENA, M. I. P. Inovação temática e epistemológica: propostas e 
desafios para a pesquisa em linguística aplicada do século XXI. Línguas e Letras, v. 18, 
n. 41 2017. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/
article/view/17879>. Acesso em: 16 jun. 2018.
O que é Linguística Aplicada?12
C01_Linguistica_Aplicada.indd 12 21/06/2018 17:30:02
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Aprender um idioma envolve diversos fatores, como disposição, objetivo, idade, etc., e esses 
fatores influenciam a forma como se aprende a língua, seja ela materna ou estrangeira. À linguística 
aplicada interessam essas questões.
NestaDica do Professor, confira as diferenças entre aprender a língua materna e uma segunda 
língua e entenda o papel da linguística aplicada nesses processos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/ad4f6a923d624fc6b526d423a6626f6b
Na prática
A língua franca serve como meio de comunicação entre pessoas de diferentes línguas maternas, 
permitindo a compreensão mútua e a troca de informações. No contexto da linguística aplicada, ela 
representa um fenômeno linguístico fundamental na comunicação global e desempenha um papel 
importante na análise e no estudo das línguas francas, explorando como elas são adotadas em 
situações reais e como influenciam o ensino de línguas estrangeiras, a tradução, a comunicação 
intercultural e as políticas linguísticas.
Neste Na Prática, você vai acompanhar um caso que demonstra sua aplicação no contexto da 
tecnologia.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5957fdad-e607-4104-b713-2270cb7cac0b/d2ca1536-f999-4bc2-b42c-20a7d3c1424b.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Focus: Linguagem em debate: sobre o percurso histórico da 
linguística aplicada (LA)
Acompanhe, neste vídeo, um debate muito relevante e informativo sobre o percurso histórico da 
linguística aplicada.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Ressignificando a formação do professor de língua inglesa em 
comunidades de prática na Bahia: identidades em 
transformação, interfaces, multiletramentos e linguística 
aplicada
Confira, neste artigo, a relevância da linguística aplicada em contextos de ensino. Ao abordar a 
formação de professores de língua inglesa, as autoras refletem sobre as características sociais e a 
importância dos multiletramentos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
“Criança pequenininha aprende brincando”: compreensões e 
concretizações do lúdico por professores de Inglês para crianças
Veja, neste artigo, o percurso possível de ser pensado em relação ao ensino de línguas adicionais no 
contexto do ensino fundamental – anos iniciais. Observe como a autora traça um panorama 
linguístico por meio de dados do contexto público de ensino no Brasil.
https://www.youtube.com/embed/N1htwzvB4nM?si=2QaZmONmpDmPHwY8
https://ojs3.uefs.br/index.php/sitientibus/article/view/9118
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Estamos chegando ao limite da inteligência humana?
Neste site, você encontrará um estudo sobre o limite da inteligência humana.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://periodicos.unb.br/index.php/horizontesla/article/view/45772
https://super.abril.com.br/ciencia/estamos-chegando-ao-limite-da-inteligencia-humana/
Linguística ou Linguística Aplicada?
Apresentação
Seja bem-vindo!
A Linguística é uma ciência que estuda as línguas, e estudos específicos sobre a linguagem são 
feitos para que a entendamos pelos seus sons, estruturas e significado. No entanto, existem muitos 
estudos linguísticos com posicionamentos distintos em relação à linguagem. Já a Linguística 
Aplicada traz uma abordagem mais específica em relação às características da língua: estuda-se a 
própria língua, mas para que ela serve? Parece óbvio, mas qual a função de uma língua?
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará Linguística e Linguística Aplicada, diferenciando o 
que cada uma significa, o campo de atuação da Linguística Aplicada e aprenderá a identificar as 
áreas de estudo da Linguística Aplicada.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar a Linguística Geral da Linguística Aplicada.•
Caracterizar a Linguística Aplicada de acordo com seu campo de atuação.•
Identificar as áreas de estudo da Linguística Aplicada.•
Infográfico
A Linguística se encarrega de estudar os aspectos da linguagem, considerando, principalmente, a 
pragmática, o discurso materializado pelos sons, as palavras, as frases, os significados e os 
contextos.
No Infográfico a seguir, você verá os aspectos relevantes no estudo da linguagem.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Arquivo no final
Conteúdo do livro
Quando o estudo sobre a língua surgiu, um dos seus objetivos era mostrar a diferença entre uma 
abordagem mais atual da linguagem em relação à outra mais tradicional. Entretanto, um linguista se 
preocupa, principalmente, com a língua falada e com os problemas que ocorrem ao analisá-la em 
um determinado período de tempo. Atualmente, o objetivo da Linguística é construir teorias com 
base na estrutura da língua, enquanto a Linguística Aplicada se preocupa em aplicar suas 
descobertas sobre o uso da linguagem no dia a dia, utilizando métodos apropriados para o ensino 
de um idioma.
Leia mais no capítulo Linguística ou Linguística Aplicada?, da obra Linguística Aplicada ao ensino do 
inglês.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
Linguística ou 
Linguística Aplicada?
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar a Linguística Geral da Linguística Aplicada.
  Caracterizar a Linguística Aplicada de acordo com seu campo de 
atuação.
  Identificar as áreas de estudo da Linguística Aplicada.
Introdução
A Linguística é conhecida como o estudo científico da linguagem. Quando 
o estudo sobre a língua surgiu, um dos seus objetivos foi mostrar a dife-
rença entre uma abordagem mais atual da linguagem em relação a outra 
mais tradicional do uso da língua. Entretanto, um linguista se preocupa, 
principalmente, com a língua falada e com os problemas que ocorrem 
ao analisá-la em um determinado período de tempo. Atualmente, o 
objetivo da Linguística é construir teorias com base na estrutura da lín-
gua, enquanto a Linguística Aplicada se preocupa em como aplicar suas 
descobertas sobre o uso da linguagem no dia a dia, utilizando métodos 
apropriados para o ensino de um idioma.
Linguística Geral e Linguística Aplicada
A Linguística é uma ciência que tem como principal objeto de estudo a 
linguagem. No início do século passado, a abordagem feita em relação ao 
estudo da língua foi diferente se comparado aos estudos atuais (ORLANDI, 
2009). O desenvolvimento histórico da língua era o que interessava ao fi ló-
logo, profi ssional que estuda o registro das línguas e como elas apareciam 
em textos escritos para mostrar a literatura e a cultura da época. O linguista, 
profi ssional que também estuda a língua, já teve seu interesse focado na 
maneira como a língua é falada, analisando os problemas causados pelo 
uso dessa língua.
O estudo da linguística é divido em pelo menos dois grupos anteriormente 
estudados:
linguística sincrônica X linguística diacrônica
linguística teórica X linguística aplicada
A Linguística Sincrônica descreve uma língua em um determinado mo-
mento no tempo. A Linguística Diacrônica descreve uma língua no que se 
refere a seu desenvolvimento histórico, considerando, dessa forma, as mudanças 
que aconteceram em relação à estrutura da língua. 
A Linguística Teórica tem como objetivo construir uma teoria geral 
sobre o uso da linguagem. A Linguística Aplicada tem como um de seus 
objetivos aplicar os métodos de ensino de uma língua descobertos com o 
estudo científico da linguagem.
Ainda se fala dos estudos da Microlinguística e da Macrolinguística, 
sendo a Microlinguística um estudo mais direcionado da língua, ou seja, 
interessa saber como a língua é sem qualquer tipo de influência em relação à 
condição social, à idade, ou ao contexto daquele momento.A Macrolinguística 
é um estudo mais amplo da língua e abrange outras áreas como a Sociolin-
guística, a Psicolinguística, a Linguística Antropológica etc. 
Estudar línguas é algo que interessa a muitas pessoas, seja por meio da 
literatura, da história, da filosofia, entre outros interesses que nos levam a 
querer conhecer mais e entender melhor a língua que falamos. A Linguística 
nos ajudou e, ainda, ajuda a entendermos mais sobre como a língua que fa-
lamos funciona.
À Linguística, no entanto, não cabe explicar como uma regra gramatical 
funciona em um determinado idioma, pois esse campo não prescreve ou dita 
as regras de correção da linguagem, mas se interessa em explicar a linguagem 
verbal humana (ORLANDI, 2009), e “[...] tudo o que faz parte da linguagem 
interessa à Linguística”. Esse “tudo” é referente à linguagem verbal escrita 
e, principalmente, oral.
Em Orlandi (2009), há ainda outro entendimento sobre o que se considera 
como as funções constitutivas da natureza da linguagem. Essa função se 
refere a um esquema de comunicação onde há um emissor, que passa uma 
mensagem para o receptor, utilizando um canal para transmitir essa mensagem. 
Linguística ou Linguística Aplicada?2
Essa mensagem, por sua vez, é transmitida com códigos. Veja um esquema 
simplificado na Figura 1.
Figura 1. Comunicação entre emissor e receptor.
A partir desse esquema, classificamos as funções da linguagem como:
  Expressiva, centrada no emissor;
  Conativa, centrada no receptor;
  Referencial, centrada no objeto da comunicação;
  Fática, centrada no canal, o que liga o emissor e o receptor na mensagem;
  Poética, centrada na mensagem;
  Metalinguística, centrada no código (ORLANDI, 2009). 
Há, ainda, o esquema de Roman Jakobson, ilustrado na Figura 2.
Figura 2. Funções da linguagem segundo Roman Jakobson.
3Linguística ou Linguística Aplicada?
Roman Jakobson foi um linguista e teórico literário, pioneiro da análise estrutural da 
linguagem, que se tornou a tendência dominante na linguística durante a primeira 
metade do século XX.
Estudar a linguagem nos leva para muitos caminhos. O estudo sobre os 
métodos da linguística e a disciplina linguística, por exemplo, levam-nos para 
esses caminhos diferentes de análise da língua. O estudo em relação à lingua-
gem não seguirá um estudo categórico sobre uma teoria que se encaixa dentro 
de um modelo apenas porque há várias maneiras de se pensar a linguagem, 
que começa pela ciência fundada por Saussure, destacando-se, também, o 
estruturalismo e o gerativismo com o estudo focado na língua-sistema. Mais 
tarde, houve uma ruptura nessa maneira de refletir sobre a linguística, e outra 
linha passou a ser estudada, a gerativo-transformacional, além de outras áreas 
de estudo como a Sociolinguística, a Etnolinguística, etc. 
A Linguística se ocupa do estudo sobre o conhecimento da linguagem e 
das línguas humanas. Seleciona-se um determinado aspecto sobre uma língua, 
o português ou o inglês, por exemplo, o uso dessas línguas no espaço e no 
tempo, identificando as unidades de análise para estudar os sons, a fonologia, o 
léxico, a morfologia, as frases, a sintaxe, a semântica, o texto, etc. (MATEUS; 
VILLALVA, 2006).
A aquisição da linguagem também é objeto de estudo da Linguística, mais 
precisamente da Linguística Aplicada. Existem, também, outros estudos da 
linguagem, além dos estudos atribuídos à Linguística Aplicada – a Teoria da 
Enunciação e o gerativismo são exemplos nesse campo de estudo. A aquisição 
da linguagem se refere a dois aspectos: a aquisição da língua materna e a 
aquisição da segunda língua. 
A aquisição da língua é um processo desencadeado de forma involuntária em 
todas as crianças e que atua de forma muito semelhante, apesar das diferenças 
entre línguas aprendidas existirem. O processo de aquisição de linguagem pode 
ser visto face aos dados linguísticos a que a criança tem acesso. Este processo 
decorre num breve espaço de tempo e envolve uma grande complexidade de 
operações (MATEUS; VILLALVA, 2006).
O ensino de línguas é um dos domínios de aplicação da linguística, se-
gundo Mateus e Villalva (2006). Os autores falam de uma hierarquização de 
Linguística ou Linguística Aplicada?4
aprendizagem que se manifesta pela complexidade dos fenômenos linguísticos. 
Com esses dados, criam-se estratégias que sejam adequadas, ou seja, soluções 
para um problema referente à consolidação da competência linguística a se 
aprender. É nesSe ponto que se distingue o ensino da língua materna do de 
uma língua estrangeira.
A língua materna é a língua nativa, a que não se ensina a falar. O que 
se ensina, ou se estuda, é a forma consagrada de se utilizar aquela língua, 
com base nas regras gramaticais, por exemplo. A língua estrangeira exige 
que um falante não nativo dessa língua adquira as competências linguísticas 
que são diferentes da materna. De acordo com Mateus e Villalva (2006), na 
fase inicial da aquisição de uma segunda língua, a aprendizagem acontece 
por semelhança da língua materna. Há, também, distinção na aprendizagem 
quanto ao domínio da escrita e da fala. Essas duas competências envolvem 
diferentes atividades linguísticas. 
A formação de professores de idiomas e o campo da tradução também são 
assuntos de interesse da Linguística Aplicada. E, como podemos ver desde o 
início desta seção, a Linguística representa o início dos estudos linguísticos, 
referente à linguagem histórica e à linguagem propriamente dita. Seus estudos 
evoluíram e outras áreas foram surgindo, como a Linguística Aplicada, que 
é um campo de estudo considerado independente da Linguística Aplicada. 
Observe o esquema da Figura 3.
Figura 3. Linguística x Linguística Aplicada.
Fonte: Becker (2010, documento on-line).
5Linguística ou Linguística Aplicada?
Sobre os estudos linguísticos, é possível falar do estruturalismo, uma escola linguística 
que descreve a língua de forma normativa, ou seja, dita as regras que devem ser usadas; 
do funcionalismo, que privilegia a linguagem oral no seu modo de articulação, ou 
seja, como ela funciona para os falantes nativos; do gerativismo, que se refere ao 
comportamento do falante em relação à língua, às variações e às diferenças que 
ocorrem; do historiscimo, que se refere à linguagem histórica da visão sincrônica 
ou diacrônica; da Linguística Textual, que se refere ao estudo do texto e a todos os 
elementos que compõem esse texto, que deve ser coerente e coeso; a gramaticali-
dade, que se refere a tudo que está gramaticalmente adequado; e a aceitabilidade, 
que se refere a enunciados aceitáveis por um falante nativo da língua, sendo esse 
enunciado, muitas vezes, intuitivo.
O campo de atuação da Linguística Aplicada
Na seção anterior, vimos que a Linguística é uma área de estudo que tem 
como objeto de estudo a linguagem. Esse estudo sobre a língua não se limita 
ao estudo de uma língua específi ca ou ao estudo de uma família de línguas, 
como as línguas latinas, as eslavas, etc. Há um aspecto sobre a língua que 
a faz social, ou seja, para estudar a língua, precisamos ter um olhar atento 
às relações entre a(s) língua(s) e a(s) cultura(s). Não interessa à Linguística 
ser prescritiva ou normativa porque, para essa área, evitar as mudanças que 
ocorrem naturalmente nas línguas ou privilegiar a forma culta em detrimento 
da forma popular não caracteriza os estudos linguísticos, que têm interesse 
em sinalizar o que é usado, o que é falado.
Partindo de aproximadamente um século de estudos linguísticos e da 
consagração da linguística como uma ciência, outros campos relacionados 
ao estudo da língua começaram a surgir, como alguns já citados. A Linguís-
tica Aplicada é um exemplo de área que, há algumas décadas, é conside-
rada de investigação independente ou um campo de investigação autônomo 
(GRANETTO-MOREIRA, 2015) com contribuições de pesquisadores como 
Celani, Signorini e Cavalcanti e Moita Lopes (CELANI, 1992; SIGNORINI; 
CAVALCANTI, 1998; MOITA LOPES, 1990; 1994; 1996 apud GRANETTO-
-MOREIRA,2015).
Linguística ou Linguística Aplicada?6
Granetto-Moreira (2015) destaca a discussão da Linguística Aplicada, que 
começou a ser concebida como uma área que tem como objetivo problematizar 
e compreender questões relacionadas à linguagem e à necessidade de usá-la 
na sociedade em que vivemos atualmente. O problematizar da Linguística 
Aplicada não se refere a criar problemas, mas a compreender como eles são e 
como podem ser resolvidos. Essa problematização e compreensão é a respeito 
da aquisição da linguagem, do uso da língua materna e estrangeira. 
A Linguística Aplicada também é entendida como um modo de produzir 
conhecimento de natureza inter/transdisciplinar (GRANETTO-MOREIRA, 
2015). Então, cabe uma pergunta pertinente a respeito do que é interdisci-
plinaridade ou transdisciplinaridade relacionados à Linguística Aplicada. 
Segundo Morin (2000), a maneira como as línguas estão estruturadas as 
deixa em posição de isolamento dos demais objetos que fazem parte do seu 
meio. Além disso, as disciplinas parecem existir como matérias a serem 
trabalhadas na sua particularidade, denotando uma compreensão restritiva, 
sem considerar a influência dos fenômenos contemporâneos. Isso faz com 
que as disciplinas sejam descontextualizadas e estudadas a partir de seus 
próprios fragmentos (LEFFA, 2006). Essa compreensão sobre o entendi-
mento das disciplinas já está ultrapassada, e é urgente que a educação, nesse 
sentido, seja mais flexível.
Sendo a Linguística Aplicada crítica e transformadora no seu campo de 
pesquisa, tendo um olhar social e humano, ela parte da interdisciplinaridade 
porque essa característica trabalha a interação entre as disciplinas, que pode 
ser um ponto em comum. A transdisciplinaridade é posterior à interdiscipli-
naridade porque se preocupa com a solução do problema, ou seja, para um 
determinado objeto estudado é necessária uma solução compatível à realidade 
em que vivemos. As disciplinas devem observar e colaborar para melhorar o que 
está sendo estudado, de modo que a transdisciplinaridade busca a integração 
dessas disciplinas para explicar seu objeto de estudo. 
Trabalhar a Linguística Aplicada de maneira transdisciplinar é integrar 
o todo, buscando explicações para o que está sendo pesquisado, visto que a 
Linguística Aplicada entende as transformações sociais e permite um trabalho 
no qual uma mudança se faz necessária (GRANETTO-MOREIRA, 2015).
A aquisição da linguagem é um campo de estudo cujo interesse em ensinar 
e aprender uma segunda língua, é constante e, como já comentado, diferente 
da aquisição da língua materna. É também interesse da Linguística Aplicada a 
7Linguística ou Linguística Aplicada?
aquisição da linguagem porque essa área se interessa pelo estudo da aquisição 
da segunda língua, como essa língua é aprendida, como os professores estão 
desempenhando esse papel, etc. 
Estudar uma segunda língua envolve muitos aspectos e um deles é em 
relação à comparação que se faz com a língua nativa. A comparação acontece 
em relação à gramática, por exemplo, quanto às regras, se são semelhantes, 
ou muito diferentes, se estão sendo aprendidas, etc. Esse estudo se refere a 
uma reflexão que potencializa uma nova compreensão sobre a atuação da 
Linguística Aplicada porque o ensino de línguas vai além da questão de se 
ensinar e aprender somente aquela língua em questão. Há um universo de 
considerações a serem feitas e debates acerca da transdisciplinaridade nas 
investigações. 
Mesmo que haja ênfase em entender, explicar e solucionar problemas na 
Linguística Aplicada, esse estudo contextualiza um cenário, também, do 
ponto de vista social, priorizando a busca de soluções para problemas que essa 
vertente da Linguística tem interesse em solucionar. A solução desse problema 
não tem como foco sua teorização, mas levantar e aprimorar sua relevância 
social (RODRIGUES; CERUTTI-RIZZATTI, 2011).
Ainda para Rodrigues e Cerutti-Rizzatti (2011), para a 
[...] Linguística Aplicada não há embates quanto à ressignificação do objeto: 
o foco, agora, não se limita ao ensino de línguas; estende-se a problemas 
linguísticos social, cultural e historicamente relevantes, para os quais se 
busca soluções. De que modo essa nova abordagem promove o diálogo entre 
diferentes disciplinas de caráter aplicado? Trata-se de transdisciplinaridade 
(o que supõe simbiose, perda de oposições entre as disciplinas), de interdisci-
plinaridade (o que supõe interfaces entre as disciplinas) ou indisciplinaridade 
(o que supõe negação das disciplinas como tais)? 
A propósito, as autoras não sugerem nenhum tipo de resposta, mas querem 
enfatizar e registrar que essa discussão existe sob tais perspectivas. 
Linguística ou Linguística Aplicada?8
A Linguística Aplicada contribui para as reflexões sobre a formação docente. Veja, na 
Figura 4, algumas das características necessárias aos professores de Língua Estrangeira 
para Crianças (LEC).
Figura 4. Características necessárias ao profissional de Língua Estrangeira para Crianças (LEC).
Fonte: Santos e Benedetti (2009, p. 348). 
As áreas de estudo da Linguística Aplicada
A Linguística Aplicada é uma área em destaque porque se preocupa em in-
vestigar problemas relacionados à linguagem, como foi destacado na seção 
anterior, para que a situação dessa linguagem seja compreendida em cenários 
diferentes (ANJOS, 2017). Um desses cenários está relacionado ao ensino e 
aprendizagem da língua inglesa. Entretanto, a Linguística Aplicada também 
tem como foco de investigação a linguagem que, como diz Anjos (2017), 
está voltada para as questões práticas daqueles que vivem as práticas sociais, 
fazendo com que essa área de investigação crescesse em pesquisas relacionadas 
à linguagem com uma perspectiva interdisciplinar. 
9Linguística ou Linguística Aplicada?
Moita Lopes (1996) destaca que a Linguística Aplicada é uma ciência 
social com foco nos problemas da linguagem, e os usuários dessa linguagem 
apresentam tais problemas em um certo contexto social. Para Moita Lopes 
(1996), a Linguística Aplicada utiliza métodos de investigação de caráter 
interdisciplinar ou transdisciplinar de áreas como:
  Análise do discurso;
  Psicologia social;
  Psicolinguística;
  Linguística;
  Psicologia cognitiva;
  Sociologia;
  Etnografia;
  Psicanálise;
  Filosofia;
  Etnografia.
Em relação à aquisição da língua inglesa, a Linguística Aplicada, com sua 
investigação em contextos diversos de aprendizagem, possibilita compreender 
problemas relacionados à metodologia, à atitude, ao contexto ensino/apren-
dizagem, etc., explorando a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. 
O auxílio de outras áreas com práticas sociais sobre o ensino de idiomas, 
baseadas em suas teorias, pode ser utilizado pela Linguística Aplicada. A 
Linguística Aplicada apresenta uma trajetória com contribuições para o ensino 
aprendizagem de línguas, sejam elas nativas ou não, sendo consolidada por 
suas investigações. O material didático, a metodologia, a motivação e outros 
tipos de abordagem têm sido foco de investigação, revelando, também, sua 
preocupação com as questões sociais.
Essas questões sociais não são somente em relação ao ensino aprendizagem, 
mas abrangem um contexto maior em relação a lugares onde o conflito é 
predominante. Assim, a investigação da Linguística Aplicada busca propiciar 
melhores condições de ensino nesses lugares. 
O falante nativo retrata o conhecimento que ele tem de sua língua nativa 
de forma que todos os falantes nativos o compreendam. Isso acontece de 
forma natural porque os falantes nativos conhecem a natureza da gramática 
de sua língua. A capacidade de se expressar na segunda língua para alguém 
que já tem sua língua nativa não acontece de maneira natural, e essa pessoa, 
ao aprender, executa várias maneiras de se comunicar, com certa dificuldade 
em combinar as palavras, as frases, em pronunciar, etc.
Linguística ou Linguística Aplicada?10
A Linguística abrange seus estudos em áreas que dizem respeitoà fonética 
e fonologia, morfologia e sintaxe, semântica e pragmática. Esse estudo pode 
ser sincrônico ou diacrônico. Esses aspectos não são considerados aspectos 
sociais da língua, apesar de a língua ser usada em um contexto social. Logo, 
a Linguística Aplicada não se refere a tais estudos porque melhorar ou so-
lucionar problemas de ordem social em relação à linguagem é seu foco; por 
isso, questiona-se e reflete sobre tudo o que envolve a aprendizagem de uma 
língua, nativa ou estrangeira.
As práticas vividas, as experiências, assumem um papel de investigação 
fundamental na Linguística Aplicada porque direcionam a pesquisa ao que 
realmente existe.
Há muitos artigos sobre Linguística e Linguística Aplicada. 
Para você aprofundar mais o conhecimento sobre o as-
sunto, acesse o link ou código a seguir e leia mais sobre 
as dimensões da linguagem em livros didáticos de inglês 
para o Ensino Fundamental I.
https://goo.gl/jJnFQu 
1. Assinale a alternativa correta.
a) A Linguística e a Linguística 
Aplicada são áreas que estudam 
a história da língua inglesa.
b) A Linguística também estuda 
a linguagem a partir de uma 
visão sincrônica e a diacrônica.
c) A Linguística e a Linguística 
Aplicada são áreas que estudam 
a história da língua portuguesa.
d) A Linguística Aplicada também 
estuda a língua a partir de uma 
visão sincrônica e diacrônica.
e) A Linguística ajuda na 
formulação de teorias, regras 
e normas referentes à língua 
inglesa, escrevendo-a.
2. Considere a seguinte frase: 
Mary spokes with he. Assinale 
a alternativa correta.
a) Gramaticalmente, a frase 
é aceitável porque a 
mensagem é clara.
b) Linguisticamente, a frase 
está errada porque a 
linguagem não é clara.
11Linguística ou Linguística Aplicada?
c) Gramaticalmente, 
deve-se trocar with por to, 
ajustando a preposição.
d) Gramaticalmente, deve-se 
usar spoked porque o 
verbo está no passado.
e) Linguisticamente, a 
frase é aceitável porque 
apresenta uma variação.
3. Na área da comunicação, a 
linguística também estuda 
seus componentes, que são:
a) emissor – mensagem – 
código – canal – receptor.
b) mensagem – fala – 
escrita – canal – alvo.
c) emissor – fala – código 
– meio – receptor.
d) mensagem – língua – 
canal – alvo – resposta.  
e) emissor – língua – canal 
– alvo – resposta.
4. O que é interdisciplinaridade?
a) É um sinônimo de 
transdisciplinaridade.
b) É a interação entre 
os estudantes.
c) É a interação entre as disciplinas.
d) É a interação entre os professores.
e) É um sinônimo de 
multidisciplinaridade.
5. É correto afirmar que:
a) a Linguística é interdisciplinar 
e transdisciplinar.
b) a Linguística Aplicada é 
sincrônica e diacrônica.
c) a Linguística é 
historicamente teórica.
d) a Linguística Aplicada é 
interdisciplinar e transdisciplinar.
e) a Linguística é 
historicamente prática.
ANJOS, F. A. A linguística aplicada, o ensino e a aprendizagem da língua inglesa e 
o compromisso social. Tabuleiro de letras, v. 11, n. 02, 2017. Disponível em: <https://
www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/3898>. Acesso em: 
11 jun. 2018.
BECKER, A. Linguística aplicada: crenças, necessidades e expectativas. 2010. Disponível 
em: <https://pt.slideshare.net/adrianabecker74/lnguistica-aplicada-crenasnecessida-
deseexpectativas>. Acesso em: 16 jun. 2018.
GRANETTO-MOREIRA, J. C. Reflexões e implicações da pesquisa em linguística aplicada 
na perspectiva transdisciplinar. Travessias, v. 9, n. 1, 2015. Disponível em: <http://e-
-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/viewFile/11887/8792>. Acesso em: 
16 jun. 2018. 
JONES, T. et al. The speculative grammarian essential guide to linguistics. Washington: 
Speculative Grammarian Press, 2013. Disponível em: <http://specgram.com/SGEGL/
SGEGL.preview.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.
Linguística ou Linguística Aplicada?12
LEFFA, V. J. Pesquisa em linguística aplicada: temas e métodos. Pelotas: Educat, 2006
MATEUS, M. H. M.; VILLALVA, A. Linguística. Lisboa: Caminho, 2006. (Coleção O Essencial).
MOITA LOPES, L.P. Afinal, o que é linguística aplicada? In: MOITA LOPES, L.P. Oficina de 
Linguística Aplicada. Campinas: Mercado de Letras, 1996. p. 17-26.
MORIN. E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
ORLANDI, E. P. O que é linguística. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.
RODRIGUES, R. H.; CERUTTI-RIZZATTI, M E. Linguística aplicada: ensino de língua 
materna. Florianópolis: UFSC, 2011.
SANTOS, L. I. S.; BENEDETTI, A. M. Professor de língua estrangeira para crianças: co-
nhecimentos teórico-metodológicos desejados. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 
48, n. 2, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p
id=S0103-18132009000200010>. Acesso em: 11 jun. 2018.
SILVA, E. R. A pesquisa em política linguística: histórico, desenvolvimento e pressupos-
tos epistemológicos. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 52, n. 2, 2013. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132013000200007>. 
Acesso em: 11 jun. 2018.
Leituras recomendadas
DAVIES, A. An Introduction to applied linguistics: from practice to theory. 2. ed. Edin-
burgh: Edinburgh University Press, 2007.
RADFORD, A. et al. Linguistics: an introduction. 2. ed. Cambridge: Cambridge Uni-
versity Press, 2009. Disponível em: <http://faculty.georgetown.edu/irvinem/theory/
Radford-Linguistics-introduction-excerpts.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.
SHOHAMY, E. Language policy: hidden agendas and new approaches. London: Rou-
tledge, 2006.
13Linguística ou Linguística Aplicada?
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
A parte estrutural da linguagem é um dos aspectos relacionados à Linguística, incluindo-se em um 
contexto social e na relação entre as estruturas e as variedades que ocorrem em uma língua.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer mais sobre a parte estrutural da linguagem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Na prática
João está participando de uma atividade de inglês sobre a utilização de palavras em frases. Seu 
professor, então, provoca a turma para produzir frases com palavras distribuídas por ele.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Arquivo no final
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
A Linguística Aplicada, o ensino e aprendizagem da Língua 
Inglesa e o compromisso social
Este artigo aborda a influência da Linguística Aplicada no ensino/aprendizagem de inglês, 
destacando sua relevância na área de investigação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Línguas em perigo
Línguas nascem, crescem e também morrem, mas nunca tantas delas foram extintas como nas 
últimas décadas. veja no link a seguir
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
English in Brazil
Explore este site para assistir a vídeos e a dicas sobre a Língua Inglesa, principalmente sobre no que 
tange à pragmática.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/3898/2743
https://www.revistaplaneta.com.br/linguas-em-perigo/
http://www.englishinbrazil.com.br/tag/pragmatica
Linguística Aplicada: origem e 
definição
Apresentação
Seja bem-vindo!
A Linguística Aplicada abrange alguns campos de estudo e tem sua origem com os estudos 
relacionados aos aspectos de uso da língua e da aquisição da língua materna ou estrangeira. Pode-
se dizer que a Linguística Aplicada se preocupa com a pesquisa sobre a relação entre alíngua e 
outras áreas de comunicação, ou seja, todas as áreas em que a língua, seja ela materna ou 
estrangeira, tenha seu desenvolvimento, com foco na comunicabilidade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a origem e a definição da Linguística Aplicada, 
refletindo sobre suas bases e identificando seu contexto de desenvolvimento.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Desenvolver uma reflexão sobre as bases da Linguística Aplicada.•
Identificar o contexto do desenvolvimento da Linguística Aplicada.•
Definir a Linguística Aplicada.•
Infográfico
A Linguística Aplicada se apropria de pesquisas que retratam a situação de ensino/aprendizagem da 
Língua Inglesa, e de como esta é usada profissionalmente.
No Infográfico a seguir, você vai observar informações acerca de como está, aproximadamente, o 
domínio da Língua Inglesa pelos brasileiros.
Conteúdo do livro
Há muitas discussões em relação ao papel da Linguística Aplicada. Entre essas discussões, não se 
pode negar que se trata de uma área transdisciplinar, com um objeto de estudo bem-definido.
No capítulo Linguística Aplicada: origem e definição, da obra Linguística Aplicada ao ensino do inglês, 
você verá as reflexões sobre bases da Linguística Aplicada e seu contexto de desenvolvimento.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
Linguística Aplicada: 
origem e definição
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Desenvolver uma reflexão sobre as bases da Linguística Aplicada.
  Identificar o contexto do desenvolvimento da Linguística Aplicada.
  Definir a Linguística Aplicada.
Introdução
Há muitas discussões em relação ao papel da Linguística Aplicada. Entre 
essas discussões, não se pode negar que a Linguística Aplicada se trata 
de uma área transdisciplinar, com um objeto de estudo bem definido.
Neste capítulo, você vai desenvolver reflexões sobre as bases desse 
campo de estudo, sobre seu contexto de desenvolvimento e, por fim, 
conseguirá definir o que é Linguística Aplicada.
A Linguística Aplicada
A Linguística Aplicada é uma área de investigação que, por muito tempo, 
foi vista como uma tentativa de aplicação da Linguística Teórica à prática de 
ensino de línguas (CAVALCANTI, 1986). Entretanto, a trajetória da Linguística 
Aplicada mostra uma investigação acerca da elaboração e da utilização de 
técnicas de ensino de língua materna ou língua estrangeira.
A Linguística Aplicada é entendida, segundo Strevens (1980 apud CAVAL-
CANTI, 1986), como uma área que procura outras fontes porque é multidisci-
plinar “[....] devido à natureza de suas preocupações, sua teoria e metodologia, 
que não são monopolizadas por apenas uma área de investigação, nem mesmo 
pela linguística” (CAVALCANTI, 1986). A Linguística Aplicada tem interesse 
em investigar como a comunicação da língua, de maneira natural, acontece. 
As questões mais relevantes relacionadas à linguagem comunicacional servem 
de subsídio para a pesquisa da Linguística Aplicada.
Questões como a interação professor-estudante no ambiente de ensino, 
a abordagem do conteúdo e os recursos linguísticos são alguns exemplos 
de recortes de investigação que a Linguística Aplicada faz com o auxílio de 
resultados de outras áreas de investigação. Essa área foca em uma questão 
específica da linguagem, busca teorias relevantes em outras áreas de investi-
gação, analisa a prática e sugere novas abordagens.
A demanda de ensino/aprendizagem de línguas fez com que a pesquisa 
em Linguística Aplicada se originasse com foco não somente no ensino, mas 
na aprendizagem da língua materna e da língua estrangeira. Logo, a questão 
ensino/aprendizagem se tornou a área em que a Linguística Aplicada mais 
fez pesquisas. É fundamental enfatizar que as pesquisas feitas nesse campo 
de estudo não são para que técnicas emerjam e sejam usadas na sala de aula, 
mas para uma reflexão sobre a abordagem do ensino de línguas e os proble-
mas de uso de linguagem dentro e fora do ambiente escolar, uma vez que a 
Linguística Aplicada se interessa pela interação de conversas face a face, à 
distância e mediadas pelo texto, por exemplo (CAVALCANTI, 1986). Tudo 
isso faz parte do ensino de língua. 
A pesquisa relacionada à interação face a face é sobre a conversação e 
a comunicação social usadas em contextos de diversos ambientes, como na 
relação de amizade, no ambiente profissional, no ambiente escolar, etc.
A pesquisa relacionada à interação à distância pode ser mediada pelo 
texto, que pode ser escrito e lido ou gravado e falado. Aqui, o foco está na 
interpretação ou na produção do texto, podendo esse texto apresentar dife-
rentes características, como um poema, um texto de propaganda, um texto 
jornalístico, etc. Que tipo de interação se mantém em cada um desses textos? 
Em qual contexto a Linguística Aplicada deve analisar esse tipo de interação?
Não podemos esquecer que a abrangência da Linguística Aplicada é multi-
disciplinar no que se refere às questões relacionadas ao uso da linguagem, não 
se ocupando somente do ensino de línguas, mas do ensino/aprendizagem tanto 
da língua materna quanto da língua estrangeira, como já comentado nesta seção. 
A preocupação mais urgente em relação a essa breve definição da Linguística 
Aplicada também é sobre o fato da pesquisa ser voltada a esse ensino/aprendi-
zagem referente ao uso da linguagem na escola, no ambiente profissional ou em 
qualquer outro contexto social (CAVALCANTI, 1986) (Quadro 1).
Segundo Crystal (1983), qualquer domínio reconhecido de experiência de 
linguagem poderia gerar dados para a Linguística Aplicada estudar — por 
exemplo, contextos que envolvam a linguagem para expressar leis, religião, etc.
Linguística Aplicada: origem e definição2
A discussão entre teoria e prática e o desenvolvimento da aprendizagem 
conectando a influência do professor em sala de aula, o objetivo do trabalho 
a ser realizado e o conhecimento local e global do projeto de ensino de uma 
língua estrangeira são questões levantadas na Linguística Aplicada. Uma per-
gunta que pode ser feita é se a teoria deve ser aplicada à prática ou se a teoria 
deve ser adaptada em relação ao que se está trabalhando em língua inglesa.
O foco da Linguística não é a tradução ou apenas o ensino de língua, embora a 
Linguística estude a linguagem. Inevitavelmente, quando aprendemos uma língua 
estrangeira, o primeiro comportamento que nos ocorre é o de traduzir. Traduzir já foi 
considerado um método de ensino de inglês e, ainda hoje, é um recurso muito utilizado. 
Principalmente no ensino da gramática, a tradução parece fazer parte, como se fosse 
um elemento essencial para a aprendizagem da língua. Como método, o Grammar 
Translation Method buscava ensinar com foco na língua nativa, ou seja, a informação 
necessária para se formar uma frase ou entender um texto era feita com explicações 
na língua nativa do estudante. Entre as principais características de estudar a gramática 
da língua inglesa, usando a tradução, está:
  Descrever a gramática com detalhes;
  Ensinar a estrutura formal da língua;
  Aprender o significado literal da frase;
  Ignorar a prática da comunicação;
  Decorar o vocabulário com listas de palavras;
  Usar dicionários.
Com certeza, esse método de aprendizagem objetiva a tradução de textos e o 
estudante é capaz de reconhecer melhor seu idioma, já que toda explicação é realizada 
na língua materna.
As atividades mais praticadas são:
  Memorizar listas de palavras;
  Compreender as regras para construir frases;
  Traduzir frases e textos.
Fonte: Gilsemar e Neila (2015, documento on-line). 
Uma reflexão sobre a Linguística Aplicada
A Linguística Aplicada é uma área de refl exões constantes. Suas pesquisas 
mostram um tipo de envolvimento com o ensino/aprendizagem da linguagem 
materna e estrangeira principalmente em trabalhos relacionados ao ensino de 
um tipo de gramática.3Linguística Aplicada: origem e definição
A palavra linguagem refere-se a um tipo de linguagem a ser usada para se comunicar 
e poder aparecer de diferentes maneiras, como a linguagem oral, a linguagem escrita, a 
linguagem corporal, etc. A palavra língua é um sinônimo de idioma; então, “português” 
se refere à língua portuguesa; “inglês” se refere à língua inglesa, e assim por diante.
A gramática normativa é um exemplo de gramática que apresenta alguns 
problemas quanto à sua abordagem porque o desenvolvimento linguístico do 
sujeito — neste caso, o estudante — não é pleno. A razão desse ponto negativo 
em relação ao trabalho da gramática normativa é por causa do foco dessa gra-
mática: trabalhar regras gramaticais e conceitos de uma determinada língua sem 
mostrar aplicabilidade, ou seja, sua praticidade em termos de uso da língua se 
torna inexistente, já que tais regras e conceitos servem, na maioria das vezes, 
à linguagem escrita.
Esse é um tipo de reflexão linguística que acontecia e ainda acontece no 
ensino de línguas. O ensino de um idioma era centrado na sua forma culta e 
os estudantes, nesse contexto, assumiam um papel de receptores passivos. O 
conteúdo da língua inglesa, por exemplo, era trabalhado em relação ao que era 
certo ou errado, fazendo com que os estudantes participassem do processo ensino/
aprendizagem somente com manifestações relacionadas ao que é certo ou errado 
no inglês. Qualquer pergunta ou dúvida que fugisse ao contexto do que era certo 
ou errado na gramática da língua inglesa, principalmente relacionada à linguagem 
escrita, era desconsiderado porque não atendia à norma culta da língua.
Esse é um dado histórico acerca do ensino de uma língua estrangeira, se-
melhante ao trabalho realizado no ensino da língua materna. Trata-se de um 
comportamento ainda presente em algumas práticas docentes. Trabalhar uma 
língua significa desenvolver habilidades e competências linguísticas necessárias 
a quem está estudando esse idioma. O estudante de inglês ou português, ao 
aprender mais sobre a língua inglesa ou a língua portuguesa, precisa entender 
como essa língua funciona para se comunicar, tornando-se leitor de textos 
diversos e produtor de seus próprios textos. Esse é um cenário desejável, pois 
estudar uma língua é ter autonomia para usá-la adequadamente e eficientemente.
Qual é o papel da Linguística Aplicada nesse tipo de reflexão sobre o ensino/
aprendizado? Suassuna (2012 apud VIEIRA, DÖRR, 2014, p. 02) explica que 
[...] a análise linguística se constitui, desde sua concepção, como uma alter-
nativa à prática tradicional de conteúdos gramaticais isolados, uma vez que 
Linguística Aplicada: origem e definição4
se baseia em textos concretos e com ela se procura descrever as diferentes 
operações de construção textual, tanto num nível mais amplo (discursivo) 
quanto num nível menor. 
O autor se refere ao nível menor quando o objeto de estudo, por exemplo, 
é uma questão ortográfica, uma palavra escrita com dois “c” e dois “m”, em 
inglês, como em accommodation (acomodação). Se o estudante escrever 
*acomodation, está errado. Para a Linguística Aplicada, a língua é usada de 
maneira funcional, ou seja, o uso da língua está cumprindo seu papel de se 
comunicar, de produzir comunicação?
Essas observações não são para enfatizar o erro ou mostrar que o ensino/
aprendizagem de uma língua tem como prioridade a comunicação sem se 
importar com o que o estudante está absorvendo. A produção desse estudante, 
seus questionamentos, suas dúvidas deveriam servir como base para desenvol-
ver um trabalho direcionado à sua necessidade e realidade. O professor, dessa 
forma, percebe o que é necessário destacar em termos de língua e linguagem 
e contextualiza a língua que o estudante está aprendendo e que contribuirá 
para seu desenvolvimento e de suas habilidades linguísticas.
Refletir sobre as condições que interferem no ensino/aprendizagem da 
língua inglesa ou da língua portuguesa e compreendê-las é um dos papéis da 
Linguística Aplicada, que se aproxima de teorias e metodologias para tornar 
a língua uma produção social.
O desafio de criar situações em que a língua possa ser vivenciada em sala de 
aula, e fora dela, é instigante. Os docentes devem se perguntar se estão e como 
estão preparando seus estudantes para interagir em diversas situações, pois a 
língua não é usada apenas de uma maneira, mas se apresenta de várias formas, 
tornando a linguagem dinâmica. É preciso investigar se determinada situação 
está dentro de um contexto e se isso faz sentido para quem está aprendendo. 
Não adianta trabalhar uma questão gramatical em relação à aplicação de verb 
patterns (veja o box Fique Atento a seguir), em inglês, se os verbos utilizados 
não fizerem parte da vivência do estudante. Vejamos alguns exemplos:
Do you mind telling them the meeting is about to be next week?
Você se importa de dizer a eles que a reunião será na próxima semana?
Ou
We decided to put off the meeting to next Wednesday.
Decidimos adiar a reunião para a próxima quarta-feira.
5Linguística Aplicada: origem e definição
Verb patterns
É o estudo de verbos que têm seu sentido completado com outros verbos que terminam 
em –ing, como em I love dancing (Eu amo dançar). Nesse exemplo, dancing completa 
a ideia de love, logo, verbos usados depois do verbo love completam seu sentido 
terminando em –ing. Este estudo também se dá sobre verbos que têm seu sentido 
completado com outros verbos separados por to, como em I want to dance (Eu quero 
dançar). Nesse exemplo, to dance completa a ideia de want, logo, verbos usados depois 
do verbo want completam seu sentido separados por to.
As frases anteriores retratam um ensino focado na gramática, e o es-
tudante deve absorver a aprendizagem do uso correto dos verbos mind e 
decide. Pelos modelos de frases, os exemplos de contextualização, em quais 
situações elas seriam apropriadas? O estudo sobre verb patterns poderia ser 
introduzido dessa forma para todos os estudantes de todas as faixas etárias? 
Faria algum sentido trabalhar essas frases para estudantes que não trabalham 
e não vivenciam o mercado de trabalho?
A língua deve cumprir seu papel, fazendo os alunos interagirem nas situa-
ções nas quais eles estão inseridos. Não é um problema trabalhar verb patterns 
e ensinar os verbos mind e decide. Entretanto, a abordagem deve ser repensada. 
Como inseri-los no dia a dia de um estudante? Ler e escrever corretamente sem 
fazer sentido para quem está aprendendo não é uma aprendizagem efetiva. O 
estudo da gramática, a reflexão desta seção, traz questionamentos quanto à 
eficácia de focar o ensino/aprendizagem no ensino gramatical, esperando que 
esse ensino assegure ao estudante o domínio da linguagem escrita. Deve-se 
considerar que não nos comunicamos usando apenas a linguagem escrita.
Investigações, neste contexto, evidenciam que deixar o ensino/apren-
dizagem da gramática fora de um contexto dificulta a clareza de se estar 
trabalhando tais conceitos, regras e normas que não fazem sentido se não 
organizados coerentemente.
A reflexão desta seção foi a respeito de um dado levantado em relação 
ao ensino/aprendizagem de questões gramaticais, mais precisamente da 
gramática tradicional, que privilegia a língua culta e a linguagem escrita 
em detrimento da linguagem oral. Muitos outros aspectos, não somente 
gramaticais, mas relacionados à linguagem, fazem parte da reflexão da 
investigação da Linguística Aplicada.
Linguística Aplicada: origem e definição6
O contexto da Linguística Aplicada
O ensino da língua inglesa, segundo Celani (2016), é discutido atualmente no 
contexto da Linguística Aplicada. Trabalhar uma língua estrangeira é trabalhar 
contextos culturalmente e economicamente variados. Para os estudantes, im-
porta aprender a falar, a desenvolver uma comunicação efi ciente e clara. De que 
maneira? Estudar inglês, por exemplo, exige desenvolver habilidades próprias 
da língua inglesa que, em um primeiro momento, não estão relacionadosà 
Linguística Aplicada, pois exigem conteúdo, que, inevitavelmente, abrange 
aspectos que são necessários para se aprender a falar. Se falar é o objetivo 
de aprender um idioma, é necessário que o vocabulário seja trabalhado, que 
a estrutura da língua seja praticada, enfi m, que se destaquem esses aspectos 
inerentes ao aprendizado da língua inglesa.
A maior angústia em estudar um idioma para falar, para poder comunicar-se, 
está em estudar a fonologia desse idioma. A língua inglesa é uma língua que 
tem sons diferentes e distintos da língua portuguesa, sons esses que só existem 
em inglês e que devem ser ensinados, trabalhados, praticados e aprendidos. De 
que forma isso é trabalhado? O método e a metodologia do estudo das línguas 
proporcionarão diferentes maneiras de realizar esse trabalho. A Linguística 
Aplicada explora tudo o que não funcionou nessa aprendizagem, o problema 
que se criou, buscando suporte em outras áreas que tragam conceitos que 
sirvam de base para esse entendimento (CELANI, 2016). A Figura 1 apresenta 
uma breve trajetória da Linguística Aplicada.
Figura 1. Resumo da trajetória da Linguística Aplicada.
Fonte: Nazario (2015, documento on-line).
7Linguística Aplicada: origem e definição
As discussões, nesse âmbito, trazem à tona o papel dos professores. O 
que cabe a eles? Onde a teoria e a prática no ensino/aprendizagem em lín-
gua inglesa se encontram? Como os professores trabalham isso? É possível 
incorporar o saber local para alcançar objetivos específicos em relação à 
linguagem? Como fazer isso? Como a bagagem cultural de uma língua afeta 
uma cultura local, e como fica a linguagem nesse contexto?
Os docentes precisam estar envolvidos e dominar a língua e os tipos de 
linguagem e, mais do que isso, não deixar que suas aulas sejam apenas um 
repasse de sistemas linguísticos, mas devem trabalhar a língua para que se 
torne um meio de comunicação efetivo. Dessa reflexão sobre o contexto da 
Linguística Aplicada, cabe perguntar:
  Como tornar a aula de língua inglesa relevante para o estudante 
brasileiro?
  Por que alguns estudantes brasileiros não se interessam pela língua 
inglesa?
Outras indagações ainda surgem, como:
  O que se espera de uma aula de inglês?
  Que tipo de atividades devem ser desenvolvidas?
  A língua a ser trabalhada deve ser situacional?
A experiência ocupa um papel fundamental nesses questionamentos, 
mas não é a resposta para eles, visto que precisam de uma solução que 
una a experiência à teoria, devendo ser respondidos com base no trabalho 
realizado em sala de aula.
Sobre o significado de teoria, Celani (2016, documento on-line) diz:
As teorias deveriam servir para informar e aprimorar práticas e oportunidades. 
Mesmo porque há cismas profundas entre teorias na mesma área. Veja-se, 
por exemplo, a conceituação de aprendizagem na psicolinguística ou no 
behaviorismo e na perspectiva sociocultural.
Linguística Aplicada: origem e definição8
Psicolinguística: estuda as conexões existentes em uma língua, como o processo 
de aquisição da língua materna, por exemplo, e o processo psicológico relacionado 
a essa aprendizagem.
Behaviorismo: além de ser considerada uma teoria e um método da psicologia, 
também busca explicar os fenômenos linguísticos da comunicação e da significação 
da língua. 
O que é importante que você tenha claro, aqui, é que as teorias existem para 
serem transformadas em prática, na sala de aula, por exemplo. O que interessa 
para que haja aprendizagem é a transformação de uma determinada teoria em 
procedimentos de sala de aula que mantenham os estudantes interessados e 
percebendo a relevância do que acontece nesse ambiente de ensino. “As teorias 
são necessárias nos cursos de formação, inicial e contínua, mas deve haver 
sempre a transposição para a realidade da sala de aula. A boa formação, se 
parte da teoria” (CELANI, 2016, documento on-line).
A teoria por si só não resolve porque os problemas são variados, ou seja, nem 
toda teoria cobre um problema ocasional na sala de aula. A teoria deve ser um 
suporte, assim como a experiência sozinha não responde aos questionamentos 
e não deve ser desprezada. Refletir e contextualizar os critérios da Linguística 
Aplicada é fundamental e, sobre refletir, Schön (1987) diz que reflexão é parte 
fundamental de qualquer tipo de formação, inicial ou contínua. É preciso que 
os profissionais pensem e reflitam sobre por que certas atitudes são comuns 
em algumas salas de aula e não em outras.
Em relação aos estudantes brasileiros, o ensino/aprendizagem de inglês, espe-
cificamente, refere-se às políticas linguísticas que mostram certa desigualdade.
1. Considerando a frase Learning 
languages makes you communicate to 
the world, marque a alternativa correta.
a) A Linguística se preocupa 
com a comunicação.
b) A gramática ensina a se comunicar.
c) A Linguística se preocupa 
em ensinar.
d) A gramática se mostra 
essencial na comunicação.
e) A Linguística foca nos 
estudos gramaticais.
9Linguística Aplicada: origem e definição
2. Complete a seguinte frase: “O 
ensino da __________________ 
se preocupa em enfatizar os erros 
e os acertos do uso da língua.
a) língua inglesa.
b) gramática normativa.
c) gramática reflexiva.
d) gramática estruturalista.
e) Linguística Aplicada.
3. Assinale a alternativa correta.
a) A Linguística Aplicada se 
preocupa com o planejamento 
das aulas de inglês.
b) Os estudantes que falam errado 
precisam ser sempre corrigidos.
c) A Linguística Aplicada 
sugere que a tradução seja 
feita ao ensinar inglês.
d) Os estudantes que falam inglês 
precisam falar corretamente.
e) O contexto precisa fazer parte do 
ensino/aprendizagem.
4. O sistema linguístico envolve:
a) trabalhar a gramática tradicional 
de uma determinada língua. 
b) trabalhar a morfossintaxe, a 
semântica e a sociolinguística.
c) trabalhar os componentes 
linguísticos.
d) trabalhar o conteúdo (significado) 
e a forma (os sons das palavras).
e) trabalhar os morfemas e os 
fonemas de uma língua.
5. Marque a alternativa que 
contém a afirmativa correta.
a) Um texto tem que ser escrito 
para ser considerado um texto.
b) A língua falada é um exemplo 
de frases construídas.
c) Um texto pode ser 
escrito e falado.
d) A língua escrita só acontece 
nos estudos gramaticais.
e) Um texto escrito é um 
exemplo de texto literário.
CAVALCANTI, M. C. A propósito de Linguística Aplicada. Trabalhos em Linguística 
Aplicada, n. 7, p. 5-12,1986. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/
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CELANI, M. A. A. Um desafio na Linguística Aplicada contemporânea: a constru-
ção de saberes locais. Delta: Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Apli-
cada, v. 32, n. 2, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-44502016000200543&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 18 jun. 2018.
CRYSTAL, S. P. Introducing Applied Linguistics. Harmondsworth: Penguin, 1973.GILSEMAR; 
NEILA. Método de tradução e gramática. 2015. Disponível em: <http://slideplayer.com.
br/slide/3344577/>. Acesso em: 17 jun. 2018.
NAZARIO, C. LLE introdução à linguística aplicada. 2015. Disponível em: <http://slide-
player.com.br/slide/2569321/>. Acesso em: 18 jun. 2018.
Linguística Aplicada: origem e definição10
SCHÖN, D. Educating the Reflective Practitioner. San Francisco: Jossey-Bass, 1987.
STERVENS, P. Who are Applied Linguistics and what do they do? A British point of view, 
offered upon the Establishment of AAAL. In: KAPLAN, R. B. (Ed.). On the scope of Applied 
Linguistics. Rowley: Newbury House, 1980. p. 28-36.
VIEIRA, E.; DÖRR, J. L. C. Ensino de gramática: o trabalho de reflexão linguística nas 
salas de aula do ensino fundamental. In: ANPED SUL. 10., Florianópolis, out. 2014. 
Artigos... Florianópolis: UDESC, 2014. Disponível em: <http://xanpedsul.faed.udesc.
br/arq_pdf/781-0.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2018.
Leitura recomendada
ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo:Parábola, 2003.
11Linguística Aplicada: origem e definição
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Trabalhar uma língua estrangeira é aperfeiçoar contextos culturalmente e economicamente 
variados. O contexto para se aprender um idioma é essencial, pois ele ajuda a direcionar o foco do 
aluno. Para os estudantes da língua, importa aprender a falar e desenvolver uma comunicação clara 
e eficiente.
Nesta Dica do Professor, você vai entender um pouco mais sobre esse assunto.
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Na prática
A Linguística Aplicada considera algumas áreas do conhecimento para sua pesquisa e análise. A 
linguagem é o objeto de estudo da Linguística, sendo assim, entender como ela funciona e como 
pode se transformar, ajuda você a compreender alguns comportamentos.
É importante destacar que existem diferentes tipos de gramáticas utilizadas no ensino da língua, e o 
foco de cada uma é variado. Conheça, Na Prática, os três tipos de gramática e sua definição.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Episode 50: A Unified Family of English Speakers
Neste link, você terá acesso a um podcast. Nele, você ouvirá uma parte da história da Língua 
Inglesa. Não deixe de ler os comentários de quem ouviu e fez algumas observações interessantes.
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Linguística Aplicada ao ensino de língua estrangeira - Uma 
entrevista com Nina Spada
Neste artigo, você vai conferir uma entrevista com Nina Spada, professora do departamento de 
idiomas da Universidade de Toronto e autora de livros sobre linguagem, falando da Linguística 
Aplicada ao ensino da Língua Inglesa.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A Tradução e o ensino de inglês na contemporaneidade
Leia este artigo em que o autor procurou investigar como pesquisadores da área dos Estudos da 
Tradução têm tratado da tradução na contemporaneidade e como essa área pode auxiliar o 
ensino/aprendizagem de inglês.
http://historyofenglishpodcast.com/2014/10/09/episode-50-a-unified-family-of-english-speakers/
http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_2_entrevista_nina_spada.pdf
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://periodicos.unemat.br/index.php/ecos/article/view/46/30
A relevância da Linguística Aplicada
Apresentação
Seja bem-vindo! 
 
A Linguística Aplicada é uma área de grande relevância para os estudos linguísticos, pois é um 
campo de investigação que identifica e estuda problemas relacionados à linguagem. Esse ramo 
também se relaciona com outros campos de estudo, bem como apresenta seu percurso como 
ciência e ressalta sua importância com outras áreas do conhecimento, ao atuar em diferentes tipos 
de pesquisa.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a relação da Linguística Aplicada com outras 
áreas e seus aspectos mais relevantes. Além disso, você vai entender a importância desse ramo 
para os contextos do ensino.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar a Linguística Aplicada a outras áreas.•
Identificar os aspectos mais relevantes da Linguística Aplicada.•
Pontuar a relevância da Linguística Aplicada nos contextos do ensino.•
Infográfico
A Linguística Aplicada é um campo de estudo transdisciplinar que identifica, investiga e oferece 
soluções para problemas relativos à linguagem da vida real. Dessa forma, ao preocupar-se com o 
uso da linguagem, dialoga com uma grande quantidade de áreas do conhecimento.
Acompanhe, no Infográfico a seguir, quais são esses outros campos e de que forma ocorre esse 
diálogo. 
 
Confira.
Conteúdo do livro
Há outras áreas do conhecimento que dialogam com a Linguística Aplicada, visto que esta faz uma 
investigação dos problemas cultural e historicamente relevantes que envolvem a utilização da 
linguagem.
No capítulo A relevância da Linguística Aplicada, da obra Linguística aplicada ao ensino do inglês, 
você vai estudar esse campo em relação às outras áreas de conhecimento e aspectos importantes 
da Linguística Aplicada, como, por exemplo, o ensino de línguas maternas e estrangeiras. Você vai 
ver, também, questões a respeito do comportamento dos falantes nativos e de não nativos de um 
determinado idioma e, principalmente, a Linguística Aplicada relacionada ao ensino.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
A relevância da 
Linguística Aplicada
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Relacionar a Linguística Aplicada a outras áreas.
  Identificar os aspectos mais relevantes da Linguística Aplicada.
  Pontuar a relevância da Linguística Aplicada nos contextos de ensino.
Introdução
A Linguística Aplicada, campo de estudo que identifica e estuda proble-
mas relacionados à linguagem, também se relaciona com outras áreas. 
Neste capítulo, você verá o percurso da Linguística Aplicada como ciência 
e sua relação com outras áreas de conhecimento, observando sua atuação 
com diferentes tipos de pesquisa e sua aplicação ao ensino.
A Linguística Aplicada e as outras áreas
John Langshaw Austin (1911-1960) foi um fi lósofo britânico que estudou 
a linguagem. Principal defensor da fi losofi a da linguagem comum, fi cou 
conhecido por desenvolver a teoria dos atos de fala. Para Austin, usamos a 
linguagem para declararmos alguma coisa, como prometer fazer algo. Por 
causa dessa afi rmação, uma de suas obras mais conhecidas, How to do things 
with words (1962) (em português, “Quando dizer é fazer”), mostra sua teoria 
sobre os atos de fala e sugere que toda fala e todo enunciado é o fazer de algo 
com palavras e signos. A infl uência de J. L. Austin é signifi cativa sobre os 
rumos que a Linguística contemporânea tem apresentado em suas pesquisas, 
principalmente na área da Pragmática, com marcas relevantes do pensamento 
desse fi lósofo inglês (RAJAGOPALAN, 1996).
Austin não é o pioneiro nos estudos sobre pragmática e, como filósofo, 
distanciou-se dos estudos rotulados como o movimento pragmático. A questão 
pragmática, como afirma Rajagopalan (1996), surgiu na Linguística. No en-
tanto, há uma divisão separando a Linguística que se interessa pelo significado 
e a Filosofia que se interessa pela linguagem. A Pragmática foi abordada como 
uma subárea de investigação na qual a referência feita é explícita ao falante, 
ao usuário da língua (RAJAGOPALAN, 1996). A Linguística também se 
encarrega de estudar a semântica e a sintaxe: a semântica no significado das 
expressões e a sintaxe na relação que tais expressões têm entre si. Estudar a 
semântica e a sintaxe de uma língua não pode ser entendido como um estudo 
focado somente na utilização da língua, seja essa língua inglesa, portuguesa, 
etc., o falante é determinante ao designar o uso da língua.
Em seu artigo, Rajagopalan (1996) afirma que o centro de estudo da lingua-
gem pode ser a lógica. A Pragmática, enquanto área de estudo, é menos formal 
se comparada aos estudos semânticos de uma língua. A já mencionada obra 
de Austin, How to do things with words, influenciou os rumos da Linguística 
nos últimos tempos. “Atos de fala” é um termo associado aos estudos desse 
filósofo e um conceito utilizado também na área da Linguística e em outras 
áreas como a Psicologia, a Sociologia, a Teoria Literária, a Filosofia, o Direito, 
e até a Economia (RAJAGOPALAN, 1996).
Os estudos de Austin são associados ao estudo dirigido à Filosofia Linguís-
tica. A Filosofia Linguística direcionasua pesquisa a problemas da filosofia. 
Esses problemas podem ser resolvidos a partir de uma análise atenta das 
palavras, destacando o tipo de linguagem usada, como a linguagem corriqueira. 
Existe também a pesquisa realizada pela Filosofia da Linguística, que tem 
como foco a Filosofia da Linguagem, destacando a linguagem como o objeto 
de estudo filosófico (RAJAGOPALAN, 1996). É fundamental afirmar que 
os estudos linguísticos não se confundem com os estudos filosóficos, sendo 
esses, recém-mencionados, pesquisas que diferentes estudiosos se dedicaram 
a fazer, considerando seu objeto de estudo. Rajagopalan (1996, p. 112) traz, 
em seu artigo, que,
[...] no entender de Austin, a filosofia havia de se contentar com o estudo 
minucioso do comportamento de palavras que se encontram na linguagem 
ordinária, porque esta se constitui em um verdadeiro depósito de todo um 
pensar filosófico que o ser humano vem desenvolvendo desde os primórdios 
dos tempos, um depósito que abriga todas as distinções que, em algum mo-
mento histórico, serviu a propósitos específicos.
A Filosofia se mostra, por esse viés, envolvida com os estudos da linguagem 
humana, o que significa que é impossível pensar o mundo sem a interferência 
da linguagem — isso deu início à virada linguística.
A relevância da Linguística Aplicada2
A linguagem transparente é a conexão que se tem com um mundo real e sem 
distorções. Limitar a utilização da linguagem a redações escolares, a estilos 
de poetas e a distorções da própria linguagem não é o rumo que a Linguística 
deve tomar; é preciso atribuir essas manifestações a suas pesquisas porque 
“A linguagem, em outras palavras, não é mais um simples instrumento, mas 
um fenômeno poderoso em si, alheio à vontade humana e, frequentemente, às 
suas intenções (e pretensões) conscientes” (RAJAGOPALAN, 1996, p. 113). 
Há indícios de que os pensamentos de Austin tenham despertado interesses 
em áreas variadas do conhecimento, especulação que se considera nos estudos 
futuros da Linguística, mostrando, como aponta Rajagopalan (1996), que a 
linguagem que Austin sonhou poderá ser traduzida em sua realidade com 
esforços de filósofos, gramáticos, linguistas e demais estudiosos da linguagem.
A Linguística não pode abandonar sua pesquisa como uma ciência da 
linguagem, mesmo que tenha enfrentado questões muito amplas nesse sentido, 
dialogando com outras áreas do conhecimento. Noam Chomsky trouxe ques-
tões diversas, dialogando com campos como Psicologia, Biologia, Filosofia, 
Teoria da Informação, etc. A Linguística é considerada um modelo de ciências 
humanas e, em suas pesquisas, há uma análise metodológica e que influencia 
outras áreas, como a Antropologia, a Sociologia, a Psicologia, etc. Há, ainda, 
contribuições à Linguística nas áreas de Análise do Discurso, Letramento e 
Ensino que abordam a dimensão sociodiscursiva dos gêneros textuais pela 
Filosofia da Linguagem, trazendo diferentes filósofos para o cerne dessa 
discussão (BANDEIRA, 2016). Essa discussão traz como proposta uma nova 
perspectiva de aplicação de teorias usadas no ensino com um papel social 
de promover o gênero discursivo em sala de aula, com práticas de leitura e 
escrita. Os gêneros discursivos, segundo Bandeira (2016), fazem parte de 
nossa vida cotidiana e nos permitem comunicar e interagir com as demais 
pessoas, integrando nossas práticas sociais, regendo as relações humanas e 
modificando-as, ou seja, a sociedade se organiza com as práticas e as atividades 
comunicativas de acordo com determinadas regras sociais. A organização dos 
gêneros discursivos acontece de maneira indissociável, tendo tema, forma e 
estilo. Contudo, as transformações e a globalização que vêm acontecendo 
no mundo pedem outras formas de interação social ao produzir enunciados 
e textos, isto é, ao se comunicar, ao usar a linguagem. A interação social e 
a maneira como as pessoas se comunicam já passam por transformações 
influenciadas pela tecnologia digital, pela cultura em rede – traços revelados 
pela hipermodernidade e pelo multiletramento (BANDEIRA, 2016).
O termo “múltiplos letramentos”, segundo Bandeira (2016), é entendido 
diferentemente de um modelo de letramento que se refere à escrita como uma 
3A relevância da Linguística Aplicada
tecnologia independente de um contexto de produção e de uso, ou seja, a escrita 
está ligada a habilidades cognitivas e individuais, e não a uma prática social. 
Logo, os múltiplos letramentos são referentes a canais diversos de comunicação, 
acontecendo de forma visual, computacional, etc. O termo multiletramento é 
associado a canais de comunicação ligados à noção de letramento porque se 
entende que “[...] as práticas sociais da leitura e da escrita estão atreladas ao uso 
e ao significado, a partir dos contextos socioculturais em que os enunciados 
são produzidos, compreendendo-os como facetas indissociáveis da produção 
dos discursos” (BANDEIRA, 2016, p. 412).
Considera-se, então, que o letramento no Brasil merece uma abordagem 
teórica de gêneros discursivos que desafiem um ambiente escolar com acesso 
aos múltiplos letramentos, ao conhecimento e à informação.
Acesse o link a seguir e leia o artigo sobre atividades 
referentes a práticas linguísticas.
https://goo.gl/feccLI
Aspectos da Linguística Aplicada
Defi nir o papel da Linguística Aplicada é uma tarefa que exige muita atenção 
no que se refere ao ensino de línguas maternas e estrangeiras, ao compor-
tamento dos falantes nativos e não nativos de um determinado idioma, aos 
problemas ocasionados pelo ensino/aprendizagem de uma língua, à utilização 
de diferentes linguagens e à própria abordagem e aos questionamentos da 
Linguística Aplicada para tais assuntos.
Segundo Hooks (1994), os professores podem e devem transgredir os limites da 
sala de aula para que mudanças e intervenções necessárias no ensino de idiomas 
aconteçam e para que haja troca de experiências e conhecimento. A proposta 
de mudança ocasiona um ensino de língua estrangeira, por exemplo, que não 
busque apenas fins comunicativos, mas que considere os valores da língua que 
se está estudando porque os valores aprendidos dessa língua causam efeitos na 
A relevância da Linguística Aplicada4
sociedade. Atividades lúdicas e a transmissão de informação sobre o ensino de um 
idioma são exercícios que resumem a aprendizagem desse idioma. A proposta é 
repensar as formas de se ensinar uma língua estrangeira (PENNYCOOK, 1998).
Isso significa considerar a cultura ao se trabalhar línguas estrangeiras. 
Pennycook (1998) afirma que se o ensino de línguas seguir sem prestar atenção 
nos aspectos políticos e culturais da aprendizagem dessa língua estrangeira, o 
idioma estudado estará estagnado à acomodação, ou seja, a língua não se de-
senvolverá como uma língua comunicativa que mostra o poder de se comunicar. 
Os professores e pesquisadores, além disso, devem estar atentos às possíveis 
conexões entre o trabalho que desempenham ligados a questões sociais também.
As questões nesse campo, então, se direcionam a responder, por exemplo, como 
o ensino de uma língua estrangeira (aqui usaremos a língua inglesa) deve ser? 
Qual o papel da Linguística Aplicada nesse contexto de ensino/aprendizagem? 
Quais são as consequências desse ensino na e para a sociedade? O quão críticos 
os professores devem ser sobre ensinar inglês, por exemplo? Que tipo de reflexões 
devem fazer? Refletir sobre esse ensino é fundamental, uma vez que tais perguntas 
motivam a compartilhar o ensino em sala de aula, os objetivos de se ensinar um 
idioma, o comportamento que se reflete na sociedade e a habilidade de agir.
Vemos, então, um apelo ao ensino crítico de línguas feito com base em 
aspectos da Linguística Aplicada, que, em uma de suas frentes, estabelece uma 
relação entre os trabalhos realizados em sala de aula, as traduções feitas de um 
idioma para outro, a motivação para a realização de conversações, as interpre-
tações de texto e questões mais gerais da sociedade (PENNYCOOK, 2001).
Quandoum professor ensina inglês, por exemplo, além de ensinar voca-
bulário e praticar as estruturas desse idioma com os estudantes, é necessário 
fazê-los aprender a utilizar a língua-alvo para refletir. Essa reflexão deve ser 
treinada com temas que se refiram a questões sociais, políticas e econômicas, 
como sugere Ferreira (2006). Ainda, segundo a autora, essa é uma proposta de 
repensar o mundo de estudantes e professores como uma nova forma de agir 
de maneira transformadora que possibilite uma mudança social. Entretanto, 
trata-se de uma mudança cuidadosa que deve focar nas questões que precisam 
ser apresentadas como dificuldades, problemas inerentes à transformação 
do mundo, já que os estudantes se modificam no e com o mundo, expostos a 
tais problemas que são de âmbito social também. A problematização deve ser 
vista de maneira ampla, sem desconsiderar sua complexidade. No entanto, a 
problematização não pode ser apenas um reconhecimento da existência de 
um problema, mas um questionamento mais profundo.
A escola, e principalmente a sala de aula, é um espaço multicultural, com-
posto por diferentes experiências de vida, e deve exigir que o ato de educar, 
5A relevância da Linguística Aplicada
mesmo em uma língua estrangeira, ou segunda língua, aconteça para permitir 
uma melhor compreensão dessa diversidade cultural, com questionamentos e 
interações. Isso é valorizar as trocas no modo como ensinamos e aprendemos 
(HOOKS, 1994). Esse estudo reflete algumas características que dão suporte à 
Linguística Aplicada, para a qual um desafio é encontrar meios de compreender 
a relação entre os conceitos da sociedade com interesses relacionados a seu 
campo de estudo (veja mais sobre isso no Quadro 1 a seguir).
Fonte: Urzêda-Freitas (2012, p. 82).
Interesses Aspectos centrais
Sólida visão da Linguística Aplicada Interdisciplinaridade e autonomia
Visão praxiológica Pensamento, desejo e ação 
integrados como práxis
Campo de trabalho crítico Trabalho voltado para a 
transformação social
Cobertura de relações micro e macro Relação dos aspectos da Linguística 
Aplicada com domínios sociais, 
culturais e políticos mais amplos
Questionamento social crítico Questões de acesso, poder, disparidade, 
desejo, diferença e resistência
Diálogo com a Teoria Crítica Questões de desigualdade, 
justiça, direitos e compaixão
Problematização de 
práticas naturalizadas
Constante problematização 
de práticas naturalizadas
Autoquestionamento Constante questionamento de seus 
próprios interesses e domínios
Quadro 1. Interesses e aspectos centrais da Linguística Aplicada Crítica
Cabe ao professor traçar sua linha de interesse quanto às alternativas 
que esboçam o contexto ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira. 
Propor uma nova forma de pensar a produção de conhecimento é uma forma 
de problematizar o papel da Linguística Aplicada no seu campo de pesquisa 
em um cenário social de mudanças pragmáticas relevantes. Os professores 
também devem se preparar teoricamente, estudando os temas que devam ser 
A relevância da Linguística Aplicada6
trabalhados em sala de aula. Assuntos originários da internet, por apresenta-
rem muitas opções de discussões, não devem ser trabalhados aleatoriamente, 
mas condicionados a serem refletidos criticamente na língua que se está 
aprendendo; reconhece-se, assim, a necessidade de transformar o ensino, mais 
especificamente, o ensino de línguas estrangeiras.
As leituras são uma forma de trabalhar a reflexão crítica, fazendo com 
que cidadãos críticos sejam formados e se tornem, dessa forma, cidadãos 
autônomos. Trabalhar o ensino de inglês voltado à crítica não é a salvação. 
Trata-se de uma abordagem que apresenta pontos positivos e negativos, depen-
dendo da discussão proposta pelo professor, sendo o papel desse profissional 
expor os questionamentos que fazem os estudantes dialogarem e criticarem, 
ultrapassando as fronteiras necessárias para proporcionar cada vez mais co-
nhecimento. É também uma questão de promover um ensino como uma prática 
que liberta. Como implementar esse comportamento ao ensinarmos a Língua 
Inglesa aos estudantes que são cidadãos sendo treinados para o mercado de 
trabalho e, principalmente, para a vida em sociedade? Essa investigação é 
mais um desafio para a Linguística Aplicada.
A Linguística Aplicada já ganhou espaço no Brasil. Muitas são as tarefas com as quais 
a Linguística Aplicada está envolvida, mas a mais importante é divulgar sua área 
de investigação, principalmente no Brasil. As muitas pesquisas realizadas mostram 
questões relativas à aprendizagem de uma língua em sala de aula. É fundamental 
ressaltar que a Linguística Aplicada não pode ser vista como uma área que direciona 
seus estudos a apenas um aspecto, relacionado à sala de aula, pois há fronteiras que 
essa área atravessa, além das práticas de ensinar e aprender uma língua em sala de 
aula. Há propostas de estudo que abrangem a pesquisa voltada para:
1. Transculturalidade, linguagem e educação;
2. Português como L2/LE;
3. Formação de professores de línguas;
4. Teorias de gênero em práticas sociais; 
5. Ensino e aprendizagem de línguas.
Essas linhas de pesquisa contribuem para uma nova produção, fazendo com que a 
Linguística seja desafiada pela interdisciplinaridade de seu campo e pelos conceitos 
com que já trabalha e, acima de tudo, pela precondição de aprendizagem, ou seja, o 
reconhecimento, a explicitação e a implementação dos direitos dos aprendizes de línguas.
Fonte: Costa (2015).
7A relevância da Linguística Aplicada
A Linguística Aplicada e o ensino
A Linguística Aplicada vem sendo mais estudada e discutida pela relevância 
de suas pesquisas, que não se limitam a investigar um idioma apenas, mas se 
fazem presentes em estudos de meios comunicativos sobre todos os cidadãos 
e regiões do planeta. A Linguística Aplicada também vem mostrando a im-
portância que uma língua tem na sua cultura para se comunicar, seja com um 
público maior ou para direcionar seus estudos a conhecer e entender melhor 
seus costumes.
Analisando o surgimento da Linguística Aplicada como área de conheci-
mento explícito, objetivo e sistemático, sua origem está relacionada à evolução 
do ensino de línguas nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial 
(ALMEIDA FILHO, 2007). Naquela época, havia a necessidade de se co-
municar com aliados e inimigos, e os linguistas se dedicaram a esse estudo, 
fazendo com que, desde então, o campo de estudo crescesse, tornando-se de 
interesse para muitas universidades explorarem mais o campo da Linguística 
Aplicada (SÃO JOSÉ; AMORIM, 2011).
Tanto a Linguística quanto a Linguística Aplicada relacionam seus es-
tudos com a linguagem. A Linguística Aplicada, como dito anteriormente, 
revela-se pela importância que demonstra com estudos relacionados à língua 
estrangeira, ou o processo de comunicação dessa língua estrangeira, em um 
momento em que foi necessário descobrir uma melhor forma de estudar e de 
aprender a se comunicar em uma outra língua, principalmente na época da 
guerra, segundo afirmam São José e Amorim (2011), o que nos leva a explorar 
mais a abordagem comunicativa.
“A abordagem comunicativa desenvolveu-se nas duas últimas décadas 
do século XX e resultou de uma alteração ocorrida ao nível da concepção e 
formulação do conceito de ‘Língua – Teoria da língua’” (ROQUE, 2010 apud 
SÃO JOSÉ; AMORIM, 2011, p. 03). Então, a língua passa a ser entendida 
como um “[...] veículo de comunicação de significados e de interação social” 
(ROQUE, 2010 apud SÃO JOSÉ, AMORIM, 2011, p. 03) e não mais como uma 
estrutura, uma hierarquia organizada de elementos e unidades linguísticas. 
Esse é o processo de ensino/aprendizagem pelo qual a Linguística Aplicada 
começa a ser entendida, analisando a língua como um fator social e cultural, 
o tipo de material utilizado para se aprender uma língua estrangeira e os 
problemas que essa área de estudos enfrenta no Brasil.
A língua é entendida como um fator social e cultural, tendo a linguagem 
comoum produto social, já que seria impossível existir comunicação sem um 
interlocutor e um receptor. É comum encontrarmos pessoas que falem mais 
A relevância da Linguística Aplicada8
de um idioma no mundo globalizado em que vivemos, não é? Falar mais de 
um idioma ajuda o indivíduo a desenvolver e expandir seu nível cultural, 
influenciando-o pelo conhecimento e pela cultura de outros povos (SÃO 
JOSÉ; AMORIM, 2011). A responsabilidade de aprender um idioma é de 
responsabilidade do estudante, pois, quanto mais ele estuda, mais informação 
sobre dados culturais ele recebe sobre a língua estudada. Mesmo sem conhecer 
uma língua fluentemente, como a língua inglesa, as pessoas sabem que on, em 
inglês, significa que um aparelho está ligado e off significa que um aparelho 
está desligado. On e off são preposições da língua inglesa, podem assumir 
também a função de advérbios e, dessa forma, serem traduzidos de maneira 
diferente, conforme o contexto e o acompanhamento, sejam acompanhando 
substantivos ou verbos. No contexto aqui utilizado, a tradução em português 
para on é ligado e para off é desligado. Muitas pessoas já se acostumaram 
com os “importados” que compram e que contêm as palavras on e off. Esse 
é um exemplo da cultura inglesa presente no dia a dia das pessoas que falam 
outro idioma, como no caso do Brasil.
Um estudante adquire habilidades linguísticas e competências em relação à 
interação que estudar um idioma proporciona. Uma língua depende de vários 
indivíduos, pois não há interação com apenas um indivíduo. De acordo com 
o Parâmetro Curricular Nacional (PCN), “A aprendizagem de uma língua 
estrangeira, juntamente com a língua materna, é um direito de todo cidadão” 
(BRASIL, 1998, p. 19).
E o que pode ajudar ao professor de inglês, por exemplo, é sua experiência em 
ensinar esse idioma e ver qual a melhor metodologia a aplicar naquela turma 
naquele momento. Então, a Linguística Aplicada entra em cena para observar 
os meios em que esse ensino ocorre para ajudar estudantes e professores a 
terem bons resultados em seus trabalhos (SÃO JOSÉ E AMORIM, 2011, p. 05).
O livro didático é conhecido como um poderoso instrumento de auxílio 
no ensino de idiomas. A Linguística Aplicada investiga e tem um trabalho 
direcionado a essa produção, tornando esse material mais instrutivo, com 
práticas que habilitam quem está estudando a desenvolver a audição, a fala, a 
leitura e a escrita. A Linguística Aplicada se interessa pela produção de livros 
didáticos porque, por meio deles, é possível trabalhar conteúdos e realizar 
atividades com propostas diversas, com finalidades específicas de linguagem. 
São José e Amorim (2011, p. 06) dizem que “Muitos livros ensinam a falar 
outro idioma usando a técnica da reprodução dos sons do nativo da língua que 
se quer aprender, e isso tem sido eficaz em alguns casos”.
9A relevância da Linguística Aplicada
O estudante observa como uma língua estrangeira funciona e, depois, tenta 
repetir os sons, desenvolvendo sua audição e a fala. O processo é parecido com 
o de uma criança quando está aprendendo a falar. Como há sons particulares, 
próprios em cada língua, é muito provável que o estudante tenha problemas ao 
pronunciar certos fonemas diferentes de sua língua nativa. Isso pode ser uma 
armadilha, fazendo com que esse estudante troque os sons comuns à língua, 
aproximando-os de sons “parecidos na sua língua materna”.
A Linguística Aplicada enfrenta problemas relacionados a aspectos de 
competência linguística e comunicativa, por exemplo, à aquisição da primeira 
língua, da segunda, ao letramento, etc. Há uma imensa variação entre os 
problemas de linguagem e de comunicação nas sociedades que vão desde a 
variação linguística até a discriminação que se tem em relação a um determi-
nado idioma (MENEZES; SILVA; GOMES, 2009). A Linguística Aplicada 
tem que inovar sempre, “[...] buscando melhores meios de facilitar os meios de 
ensino/aprendizagem de uma língua” (SÃO JOSÉ E AMORIM, 2011, p. 08).
Felizmente, o trabalho realizado pela Linguística Aplicada, até agora, 
mostrou-se comprometido em investigar, discutir e solucionar diversos aspectos 
que envolvam o ensino/aprendizagem de um idioma. Atualmente, é possível 
estudar um idioma utilizando não apenas um livro didático, mas a internet, 
entre vários outros instrumentos que podem facilitar a aprendizagem, que já 
se tornou mais fácil e mais rápida se comparada a outros anos. Como trazem 
São José e Amorin (2011, p. 09), “[...] é possível aprender até mesmo sem a 
necessidade de um professor presente, pois há aulas de idiomas à distância, e 
tudo isso é possível graças aos avanços tecnológicos e ao avanço nas pesquisas 
em Linguística Aplicada, permitindo que estudantes estudem um idioma em 
seus próprios lares ou em outro ambiente que não seja a escola – e o melhor 
de tudo, eles também terão um ótimo resultado, basta dedicação e interesse”.
Mesmo que a Linguística Aplicada tenha emergido como uma área que se 
preocupa com o estudo de uma língua estrangeira, atualmente, essa Linguística 
abrange diversas áreas devido à sua pesquisa transdisciplinar. É fundamen-
tal a consciência crítica no processo de ensino/aprendizagem de inglês, por 
exemplo, com o objetivo de transformar (BRASIL, 1998), e é gratificante 
reconhecer que a Linguística Aplicada se faz essencial no que se refere ao 
ensino/aprendizagem de línguas maternas ou estrangeiras, garantindo melhores 
desempenhos nas aulas de língua (SÃO JOSÉ; AMORIM, 2011) e explicando 
como problemas de método no que se refere ao ensino/aprendizagem podem 
ser melhor resolvidos.
A relevância da Linguística Aplicada10
No site da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, há muitos artigos de estudos e 
pesquisas realizados na área da Linguística Aplicada. O link a seguir direciona a uma 
área da Linguística estudada a partir da semântica e da pragmática.
https://goo.gl/pPBVLt
1. A pragmática refere-se:
a) ao ensino da língua inglesa, 
considerando a gramática.
b) ao estudo da linguagem, 
considerando seu contexto.
c) ao ensino da língua portuguesa, 
considerando a gramática.
d) aos estudos linguísticos 
das línguas europeias.
e) aos estudos pragmáticos, 
considerando a linguística.
2. Na sala de aula, a Linguística 
Aplicada auxilia o/a 
professor/a a desenvolver:
a) os conhecimentos 
gramaticais de uma língua.
b) o pensamento crítico em 
relação à linguagem e a sua 
funcionalidade no mundo.
c) ações que modifiquem o 
contexto social dos alunos.
d) exercícios de lógica de 
viés linguístico.
e) as melhores alternativas de 
alfabetização infantil.
3. Quando aprendemos uma 
língua estrangeira:
a) os professores são responsáveis 
se um estudante não 
aprende o idioma.
b) a melhor idade para se 
aprender uma língua 
estrangeira é até os 22 anos.
c) o processo de ensino/
aprendizagem é diferente 
para cada indivíduo.
d) a melhor maneira de aprender 
uma língua estrangeira é 
morando no exterior.
e) o estudo de uma língua 
estrangeira não é aconselhável 
para crianças não alfabetizadas.
4. O desafio da Linguística Aplicada é:
a) Trabalhar a língua portuguesa 
no contexto social.  
b) Trabalhar as diferentes 
linguagens para o mundo 
do trabalho na sociedade.
c) Trabalhar a língua inglesa 
no contexto pragmático.
d) Trabalhar o planejamento 
das línguas estrangeiras.
e) Trabalhar a linguagem para 
a transformação social.
11A relevância da Linguística Aplicada
5. Marque a única alternativa correta.
a) A Linguística Aplicada produz 
o conhecimento necessário 
para se aprender inglês.
b) A Pragmática é um ramo da 
Linguística Aplicada que se 
interessa pelo planejamento 
de aulas de inglês.
c) A Linguística Aplicada produz 
o conhecimento necessário 
para se aprender português.
d) A Linguística Aplicada se 
ocupa da investigação de livros 
didáticos de língua estrangeira.
e) A Linguística Aplicada soluciona 
problemas pragmáticos, sociais, 
psicológicos e antropológicos.
ALMEIDA FILHO, J. C. Linguística aplicada: ensino de línguase comunicação. São 
Paulo: Pontes, 2007.
BANDEIRA, E. F. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. Entre-
palavras, Fortaleza, v. 6, n. 2, p. 408-413, 2016. Disponível em: <http://repositorio.
ufc.br/bitstream/riufc/24379/1/2016_art_efbandeira.pdf >. Acesso em: 22 jun. 2018.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
terceiro e quarto ciclo do ensino fundamental Língua Estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 
1998. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_estrangeira.
pdf>. Acesso em: 22 jun. 2018.
FERREIRA, A. J. Formação de professores: raça/etnia. Cascavel: Coluna do Saber, 2006.
HOOKS, B. Teaching to transgress: education as the practice of freedom. New York: 
Routledge, 1994. 
MENEZES, V.; SILVA, M. M.; GOMES, I. F. Sessenta anos de Lingüística Aplicada: de onde 
viemos e para onde vamos. In: PEREIRA, R. C.; ROCA, P. (Org.). Linguística Aplicada: um 
caminho com diferentes acessos. São Paulo: Contexto, 2009.
PENNYCOOK, A. A lingüística aplicada dos anos 90: em defesa de uma abordagem 
crítica. In: SIGNORINI, I; CAVALCANTI, M. C. (Org.). Linguística aplicada e transdiscipli-
naridade. Campinas: Mercado de Letras, 1998.
PENNYCOOK, A. Critical Applied Linguistics: a critical introduction. Mahwah: Lawrence 
Erlbaum Associates, 2001.
RAJAGOPALAN, K. O Austin do qual a Linguística não tomou conhecimento e a Lin-
guística com a qual Austin sonhou. Cadernos de Estudos Linguísticos, v. 30, p. 105-115, 
1996. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/118748/1/
ppec_8637045-6786-1-PB.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2018.
A relevância da Linguística Aplicada12
SÃO JOSÉ, E. S.; AMORIM, S. S. Linguística Aplicada: um breve relato sobre a sua im-
portância no processo de ensino-aprendizagem em língua estrangeira no Brasil. In: 
COLÓQUIO INTERNACIONAL “EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE”. 5. São Cristóvão, 
2011. Artigos... São Cristóvão: EDUCON, 2011. Disponível em: <http://paginapessoal.
utfpr.edu.br/silvanaayub/celem_2012/artigos/11_LA_Um%20breve%20relato%20
de%20sua%20importancia.pdf/at_download/file>. Acesso em: 22 jun. 2018.
URZÊDA-FREITAS, M. T. Educando para transgredir: reflexões sobre o ensino crí-
tico de línguas estrangeiras/inglês. Trabalhos em Linguística Aplicada, n. 51.1, p. 77-
98, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S0103-18132012000100005>. Acesso em: 22 jun. 2018.
Leituras recomendadas
AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Porto Alegre: Artmed, 1990.
COSTA, G. S. Breve histórico da linguística aplicada. 2015. Disponível em: <http://www.
giseldacosta.com/wordpress/wp-content/uploads/2015/04/2184332-Breve-historico-
-da-linguistica-aplicada.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2018.
MANINI, D. Eixo da reflexão, conhecimentos linguísticos, análise linguística ou... ensino 
de gramática: o que propõe os PCNS e o que trazem os LDPS. 2006. Disponível em: 
<http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/e00013.htm>. Acesso 
em: 22 jun. 2018.
13A relevância da Linguística Aplicada
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
O discurso está presente no dia a dia de nossa comunicação e, por isso, a Linguística Aplicada 
também se interessa pela sua investigação. Ele está presente das mais variadas formas e faz parte 
da nossa interação.
Assista ao vídeo da Dica do Professor para compreender o interesse da Línguistica Aplicada no 
discurso.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/572c52f0d25d52fab793ae1b9cffa9a8
Na prática
Ana está participando de uma atividade em sala de aula. Seu professor, então, passa um exercício 
em inglês para completar com adjetivos, usando o comparativo e o superlativo.
Na atividade, já há os adjetivos no final de cada frase, bastando apenas empregá-los de forma 
adequada, observando os adjetivos, que são curtos, longos e irregulares, para aplicá-los 
corretamente. 
 
Acompanhe, a seguir, Na Prática.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Arquivo abaixo
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Ensinar e aprender língua estrangeira/ adicional na escola: a 
relação entre perspectivas críticas e uma experiência prática 
localizada
O artigo recomendado apresenta uma reinterpretação de fundamentos globais de perspectivas 
críticas de ensinar e de aprender língua estrangeira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Como formadores e alunos da licenciatura em Letras 
compreendem a Linguística Aplicada?
Leia, a seguir, sobre como os formadores e os alunos da licenciatura em Letras compreendem a 
Linguística Aplicada e a problematização de alguns desdobramentos, a partir de compreensões para 
o ensino-aprendizagem de línguas e a formação de professores.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A LINGUÍSTICA APLICADA E SEU COMPROMISSO COM 
A SOCIEDADE
https://www.scielo.br/j/rbla/a/HsN6tN6TWK5sJgczwHMrJWL/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbla/a/VGjKytF7Ndt9xkDVggqSg6t/?format=pdf&lang=pt
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/la_sociedade.pdf
Aquisição de segunda língua
Apresentação
Seja bem vindo!
Aprender a falar um idioma é um processo pelo qual é possível passar com o auxílio e o 
monitoramento das pessoas com as quais se convive. No processo de aprendizagem da fala, o 
indivíduo, quando criança, não percebe quando e como isso aconteceu. Parece mágica: de repente, 
está falando.
Quando você aprende uma segunda língua, o processo de aquisição desse idioma é um pouco 
diferente do processo de aquisição da língua materna. Para aprender um segundo idioma, 
dependendo da idade do indivíduo e do motivo pelo qual ele quer aprender, questiona-se o quão 
longo esse processo pode ser.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a aquisição da linguagem e sua problematização, 
bem como as bases do pensamento sobre o aprendizado de um segundo idioma. Por fim, você vai 
aprender a identificar os elementos presentes no processo de aquisição de uma segunda língua.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Questionar a aquisição da linguagem.•
Definir as bases do pensamento sobre a aquisição de segunda língua.•
Identificar os elementos presentes no processo de aquisição de segunda língua.•
Infográfico
Há várias razões para aprender um idioma. O envolvimento com a língua pode ser divertido e, 
assimilado com tranquilidade, permite que você tenha um desempenho positivo, tornando-se um 
poliglota, por exemplo.
Veja mais sobre o assunto no Infográfico a seguir.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5218c047-22da-4c71-ae62-4eda2c45e6fc/7666e346-3ff4-4773-98e8-d92ca76205b4.jpg
 
Conteúdo do livro
Atualmente, aprender um segundo idioma é fundamental, pessoalmente e profissionalmente, ainda 
mais quando se leva em consideração a importância da Língua Inglesa no Mundo globalizado. 
Entretanto, para aprender uma segunda língua, é preciso se preparar para eventuais problemas que 
possam ocorrer e identificar os elementos presentes na aquisição desse idioma.
No capítulo Aquisição de segunda língua, do livro Linguística Aplicada ao ensino do Inglês, você vai 
estudar sobre a aquisição da linguagem e sua problematização. Também, vai conhecer as bases do 
pensamento sobre o aprendizado de um segundo idioma, além de aprender a identificar os 
elementos presentes nesseprocesso.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
Aquisição de 
segunda língua
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Questionar a aquisição da linguagem.
  Definir as bases do pensamento sobre a aquisição de segunda língua.
  Identificar os elementos que estão presentes no processo de aquisição 
de segunda língua.
Introdução
Aprender um idioma, atualmente, é fundamental por motivos profissionais 
e pessoais. Queremos aprender inglês, por exemplo, como segunda língua, 
por causa de sua importância no mundo globalizado em que vivemos. 
Entretanto, para aprender uma segunda língua, temos que nos preparar 
para eventuais problemas que possam ocorrer e identificar os elementos 
presentes na aquisição desse idioma.
Neste capítulo, portanto, faremos uma discussão sobre o conceito 
de aquisição da linguagem, conhecerá as bases teóricas que sustentam 
o pensamento sobre a aquisição de uma segunda língua e identificará 
elementos que fazem parte desse processo.
U N I D A D E 2
A aquisição do inglês como segunda língua
O estudo de aquisição de segunda língua deve considerar que o estudante cria 
um novo sistema de idiomas cuja exposição a uma segunda língua é limitada. 
Deve-se considerar também o que é aprendido de uma segunda língua e o que 
não é aprendido e que a maioria dos estudantes de segunda língua não atinge 
o mesmo grau de conhecimento e profi ciência do que em seu idioma nativo. 
Além disso, a segunda aquisição da linguagem preocupa-se com a natureza 
das hipóteses (conscientes ou inconscientes) que os aprendizes apresentam em 
relação às regras da segunda língua (GASS; SELINKER, 2008). 
Nesses estudos, destacam-se questões como:
  O que é necessário aprender em um segundo idioma?
  Há algo que não interessa aprender quando estamos aprendendo outra 
língua, além da língua nativa?
  O que é necessário para chegarmos ao mesmo grau de conhecimento 
e proficiência que temos na nossa língua nativa?
  Por que alguns estudantes conseguem alcançar proficiência no segundo 
idioma que aprendem, enquanto outros não?
  Aprender uma segunda língua se torna fácil se trabalhadas hipóteses 
para entender as regras da língua inglesa, por exemplo?
Quando aprendemos uma língua, estudamos as regras dessa língua, mas, 
antes de formalizar esse entendimento, temos esse conhecimento de nossa pró-
pria língua materna. A aquisição da segunda língua é um processo que consiste 
em aprender uma língua depois de já saber um idioma. Para aprender a língua 
inglesa como segunda língua, por exemplo, é necessária certa exposição, ou 
seja, aprender e vivenciar. A motivação para aprender um segundo idioma é 
diferente para cada estudante. Essa motivação leva a pessoa a querer aprender 
mais ou somente o necessário, como a gramática, por exemplo. Se um estudante 
tem interesse em aprender inglês porque quer estudar em uma universidade 
nos Estados Unidos, sua motivação e dedicação são direcionadas a fazer desse 
estudante uma pessoa mais proficiente na língua inglesa. Em vez disso, se um 
brasileiro precisa estudar uma segunda língua porque está cursando um mestrado, 
sua motivação e dedicação serão exclusivamente aplicadas para passar em um 
teste de proficiência com o qual possa obter o certificado de mestre. Esses são 
apenas dois exemplos que podem ilustrar a necessidade de alguém de estudar 
uma segunda língua para se tornar um proficiente ou para fazer apenas um 
exame de proficiência. Para se tornar proficiente, é necessário aprender a se 
Aquisição de segunda língua2
comunicar, conversar, perguntar, responder, saber as palavras que são usadas 
em ocasiões diferentes, combinando-as. Para fazer uma prova de proficiência, o 
entendimento da língua formal é fundamental porque, para esse tipo de exame, 
o conhecimento das regras e normas, além do conhecimento sobre a aplicação 
das regras gramaticais e sobre como usar esse idioma para se comunicar, serão 
exigidos. Há muitas outras motivações ou, talvez, nenhuma motivação, e o 
interesse de cada pessoa em estudar um segundo idioma é diferente.
É importante ressaltar que 
[...] qualquer aprendizagem humana emerge, consequentemente, de múltiplas 
funções (Figura 1), capacidades, faculdades ou habilidades cognitivas interli-
gadas, quer de recepção (componente sensorial – input), quer de integração 
(componentes perceptivos, conativos, mnésicos e representacionais), quer 
de planificação (componentes antecipatório e decisório), quer, finalmente, 
de execução ou de expressão de informação (componente motor – output) 
(FONSECA, 2014, documento on-line).
Figura 1. Tríade funcional da aprendizagem humana.
Fonte: Adaptada de Fonseca (2014, documento on-line).
Segundo Fonseca (2014), as predisposições ou tendências da cognição 
humana não se esgotam com o processamento da informação no processo de 
aprendizagem porque o ser humano não se assemelha a um computador que 
apenas armazena informação: o ser humano é sensível, tem personalidade e 
é sociável. Esse mesmo ser humano sente, registra e internaliza essa infor-
mação, expondo suas preferências e emoções e mostrando, assim, domínio 
3Aquisição de segunda língua
de sua consciência conativa e executiva por ser a única espécie conhecida a 
ter consciência de que tem consciência (FONSECA, 2014).
Um estudante que quer aprender um segundo idioma tem pleno poder de 
dominar sua aprendizagem, formulando hipóteses mais próximas da realidade 
ou até mesmo fictícias (ou irreais) para aprender esse idioma, ou seja, um 
evento que não aconteceu, mas que se imagina. As hipóteses já são ideias que 
o estudante pode imaginar estar fazendo para praticar a linguagem utilizada 
quando está na escola, no trabalho, no supermercado, etc. Nesses locais, 
acontecem inúmeras situações, e o estudante pode pensar como cada uma das 
situações seria em inglês e, a partir disso, praticar com perguntas, respostas, 
diálogos. As funções cognitivas da aprendizagem do ser humano são de origem 
social e interativa. As funções conativas da aprendizagem estão ligadas às 
emoções e à personalidade do indivíduo, por exemplo. As funções executivas 
da aprendizagem coordenam e integram a tríade funcional da aprendizagem 
humana, sendo definidas por atenção, percepção, controle, decisão, execução, 
entre outras (FONSECA, 2014). Veja, na Figura 2, um esquema de modelo de 
processamento de informação de aprendizagem.
Figura 2. Modelo de processamento de informação da aprendizagem.
Fonte: Adaptada de Fonseca (2014, documento on-line).
Cada língua tem sua particularidade e é necessário manter os estudantes 
atentos a isso. No começo, é difícil não traduzir literalmente o idioma que 
estamos estudando, e os estudantes se apegam ao fato de que traduzir traz mais 
Aquisição de segunda língua4
segurança e, assim fazendo, compreenderão o que realmente estão dizendo. 
Muitos estudantes aplicam as regaras da sua língua nativa na segunda língua 
que estão aprendendo e, quando se veem diante de novas regras, criam quase 
outra maneira de praticar o idioma, ou seja, aplicam suas próprias regras, 
adaptando-as.
São muitas as indagações ao aprendermos uma segunda língua, assim 
como são muitas as variações, que impactam outras áreas de estudo, como 
a Linguística, a Psicologia, a Sociologia, a Sociolinguística, a Análise do 
Discurso, a Educação, entre outras. Segundo Gass e Selinker (2008), existem 
inúmeras abordagens para se examinar dados de uma segunda língua. Cada 
abordagem traz seus próprios métodos de coleta de dados e suas próprias ferra-
mentas analíticas. Assim, pode-se partir de muitas perspectivas para explicar a 
aquisição da segunda língua, considerando, inclusive, a interdisciplinaridade.
Estudar o processo de aquisição de uma segunda língua envolve um estudo 
comportamental, incluindo, também, a mente humana. De acordo com Gass e 
Selinker (2008), as teorias da linguagem estão altamente relacionadas com o 
conhecimentoda linguagem humana, então pode-se supor que esse conheci-
mento não se limita ao conhecimento da primeira língua e que os princípios 
linguísticos refletem as possibilidades da criação da linguagem humana e os 
limites da variação da linguagem humana.
No Quadro 1, você pode observar um compilado de atividades comunica-
tivas e pré-comunicativas.
Tarefas (subcategoria de 
atividade comunicativa)
Atividades pré-
-comunicativas
Ponto de 
partida
  Resolução da atividade: 
debater, solucionar um 
problema, contar uma 
história, fazer cálculos, 
trocar informações, entre 
outros
  Produção de formas 
linguísticas aceitáveis
  Reprodução de situa-
ções comunicativas
Objetivo  Aplicar as oportunidades 
de uso e aquisição da 
língua-alvo, gerar compe-
tência comunicativa
  Preparar o aluno para 
encontros comunicati-
vos futuros, gerar com-
petência linguística
Quadro 1. Atividades comunicativas e atividades pré-comunicativas
(Continua)
5Aquisição de segunda língua
As bases de pensamento sobre a aquisição 
de segunda língua
Para treinar as pessoas a falarem um idioma, metodologias de ensino de línguas 
são desenvolvidas, focando na aprendizagem do idioma a ser estudado porque 
é fundamental entender como a aprendizagem acontece, ou não, quando estu-
damos inglês, português, espanhol, etc. (GASS; SELINKER, 2008). No que 
se refere às metodologias do ensino de línguas, há, por exemplo, exercícios de 
memorização para se observar as regras do idioma, nos quais se repete uma 
seção de exercícios várias vezes e se traduz. Segundo esse tipo de metodologia, 
os estudantes aprendem um idioma pela memorização e pela tradução em sala 
de aula. Esses estudantes memorizam as regras da língua inglesa, por exemplo, 
e traduzem frases do seu idioma para o inglês e do inglês para o seu idioma, 
como afi rmam Gass e Selinker (2008).
Fonte: Adaptado de González (2017, documento on-line).
Tarefas (subcategoria de 
atividade comunicativa)
Atividades pré-
comunicativas
Atenção do 
aprendente e 
do professor
  Construção de signifi-
cados, comunicação, 
resolução da atividade
  Estruturas linguísticas 
aceitáveis, funções 
comunicativas e/ou 
vocabulário
Verossimilhança  A atividade tem relação 
com as situações/ações 
da vida real
  Nem sempre a ativi-
dade tem relação com 
as situações encontra-
das na vida real
Competências  Atividade promissora de 
produção de competên-
cia comunicativa
  Nem sempre a ativi-
dade tem relação com 
as situações encontra-
das na vida real
Avaliação de 
desempenho
  Avalia-se a qualidade da 
linguagem construída 
para resolver a atividade 
e o resultado alcançado
  Avalia-se se os estu-
dantes seguiram os 
“trilhos” dados para 
resolver a atividade
Quadro 1. Atividades comunicativas e atividades pré-comunicativas
(Continuação)
Aquisição de segunda língua6
Nesse tipo de metodologia, as necessidades e as habilidades comunicativas 
não são desenvolvidas de maneira que o estudante consiga a fluência desejada 
plenamente, por isso, surgiram novas metodologias com ênfase na comunicação. 
Esse trabalho envolve dedicação tanto dos estudantes, que querem aprender 
uma segunda língua, quanto dos professores, que esperam essa dedicação por 
parte de seus estudantes; ou seja, os professores têm expectativas em relação 
à aprendizagem daqueles que se interessam em aprender um segundo idioma 
(GASS; SELINKER, 2008).
Falar das expectativas dos professores em relação ao trabalho realizado 
em sala de aula para fazer com que seus estudantes consigam se comunicar 
pode gerar algumas discussões, tais como:
  As regras gramaticais são relevantes em um contexto comunicativo?
  Os estudantes aprendem a usar as normas de uma língua em um contexto 
comunicativo?
  É perda de tempo trabalhar certos aspectos gramaticais?
  O comportamento linguístico esperado, por parte do estudante, é sempre 
o do acerto?
  Produzir a regras gramaticais significa aprendizagem garantida?
Todo professor precisa ser consciente de que essas são indagações que 
aparecerão em suas aulas e farão parte do seu trabalho. Que tipo de comu-
nicação transcultural haverá ao aprender inglês no contexto de um grupo 
em que os 15 estudantes são falantes do mesmo idioma? Suas aspirações e 
expectativas em relação a aprender inglês são diferentes, e isso não signi-
fica que não podem aprender inglês ou que não podem se tornar fluentes 
nessa língua.
Algumas abordagens, falas e certos comportamentos referentes ao uso 
do inglês precisam ser praticados pelo convívio com a língua. Segundo Gass 
e Selinker (2008, p. 4), 
nas interações com falantes de outra língua e de outra cultura, temos certas 
expectativas e, muitas vezes, produzimos reações estereotipadas. Por exemplo, 
podemos julgar outras pessoas com base em sua língua. Acontece que muitos 
estereótipos de pessoas de outras culturas (por exemplo, grosseria, falta de 
atenção) são baseados em padrões de fala não nativa. Esses julgamentos, em 
muitos casos, não são justificados, porque muitos padrões de fala usados pelos 
falantes não nativos refletem sua não natividade em vez de características 
de sua personalidade. 
7Aquisição de segunda língua
Se um estudante brasileiro disser em inglês para seu coordenador: You 
need to write a recommendation for me (GASS; SELINKER, 2008, p. 4) (em 
português, “Você precisa escrever uma recomendação para mim.”), a reação 
pode acontecer de formas diferentes. A frase pode ser entendida de maneira 
negativa, como uma ordem e, por outro lado, também pode ser compreendida 
como uma não fluência por parte do estudante, que seguiu as regras gramaticais 
para formar a frase sem considerá-las dentro do contexto desejado. O que 
esse estudante está querendo dizer é que ele precisa de uma carta de reco-
mendação e, também, que seu coordenador a escreva. Quem precisa da carta 
de recomendação é o estudante de inglês, que também precisa da ajuda e da 
disponibilidade de seu coordenador para fazê-la. Seu coordenador não precisa 
escrever a carta, mas é isso que a frase You need to write a recommendation 
for me transmite em um primeiro momento, ou seja, o coordenador precisa 
escrever a carta que o estudante de inglês teria que fazer. Essa frase causa 
um problema de comunicação que faz com que tenhamos que compreender a 
aquisição da segunda língua por falantes não nativos usando a língua inglesa, 
por exemplo, de maneira separada da comunicação transcultural (GASS; 
SELINKER, 2008).
A maneira como a comunicação é utilizada é uma questão a ser levantada 
e trabalhada com estudantes que estão aprendendo uma segunda língua. 
A fonologia é outro estudo e outra questão a ser avaliada. Dependendo de 
como pronunciamos certos fonemas, podemos fazer com que outras palavras 
surjam; consequentemente, outros significados serão entendidos, levando 
as pessoas a interpretar o contexto de maneira diferente, errada, ou a não 
compreender o que o emissor quis dizer ao receptor. Nesse caso, a questão 
transcultural foi ultrapassada, e Gass e Selinker (2008) abordam essa questão 
ao observarem que a percepção da fala não nativa ocorre com frequência 
por meio do filtro do nosso sistema fonológico nativo, mas essa percepção 
nem sempre é precisa. Ao perceber isso, alguns problemas de entendimento 
podem ser evitados.
O estudo sobre a aquisição de uma segunda língua é complexo porque 
tenta-se compreender tudo o que envolve a aprendizagem dessa segunda 
língua e, para estudar a aquisição, é necessário considerar a aprendizagem 
de outras áreas que serão abordadas no processo. Por exemplo, fala-se de 
ciências, de conhecimentos gerais, de esporte, de política e, até mesmo, de 
Aquisição de segunda língua8
áreas bem específicas de estudo, como a economia, a filosofia, a matemática, 
o direito, etc., dependendo do grau de envolvimento da aprendizagem do 
segundo idioma.
O estudo sobre a aquisição da linguagem também se refere ao estudo da 
aquisição da primeira língua, que se dá uma criança aprende a escutar, a falare, depois, a ler e a escrever. A primeira língua que aprendemos, geralmente, 
torna-se a língua nativa. A aquisição de uma segunda língua é o processo de 
aprender um segundo idioma depois que uma primeira língua, a língua nativa, 
foi aprendida, podendo ser aplicado, também, à aprendizagem de mais línguas, 
como uma terceira, uma quarta, etc. Aprender uma segunda língua onde se fala 
a primeira língua é diferente de aprender a segunda língua onde ela é falada – 
por exemplo, brasileiros aprendendo inglês no Brasil e brasileiros aprendendo 
inglês na Inglaterra. A primeira opção é praticada mais comumente em sala 
de aula, pois os brasileiros não são “bombardeados” com a língua inglesa no 
Brasil e, para aprender a falar esse idioma, é preciso estudar, seja em sala de 
aula ou sozinho. A segunda opção traz, pelo menos, duas realidades: brasileiros 
que foram para a Inglaterra por algum motivo e aprenderam a falar inglês com 
o contato e a interação com as pessoas, a língua e a cultura; e brasileiros que 
foram para a Inglaterra, matricularam-se em uma escola de inglês nesse país 
para aprender a falar o idioma e formalizá-lo, usando-o conforme algumas 
regras e normas da própria língua.
Todas essas bases de estudo da aquisição da primeira e, principalmente, 
da segunda língua mostram variedades de aprendizagem e de estudo que 
podem ser aplicadas, ou não, em sala de aula, com diferentes influências e 
metodologias, ou mesmo com nenhuma metodologia conhecida. É relevante 
considerar que a aprendizagem de um segundo idioma se desenvolve mais 
em um ambiente em que a língua é falada o tempo todo, o que leva a um 
comportamento diferente por parte dos estudantes.
Segundo Gass e Selinker (2008), é necessário compreender o que é im-
portante que um estudante aprenda quando está estudando uma segunda 
língua. Uma resposta imediata para essa questão pode ser aprender gramá-
tica. Entretanto, o que significa aprender gramática? Estudar gramática é 
estudar linguagem? Há, ainda, outros aspectos a serem considerados quando 
se está estudando uma segunda língua, como fonologia, sintaxe, morfologia, 
semântica e a pragmática da linguagem, aspectos que descrevem uma língua 
sistematicamente.
9Aquisição de segunda língua
Veja, no Quadro 2, algumas das teorias de aprendizagem.
Fonte: Adaptado de Oliveira (2011, documento on-line).
Proprie-
dades Behaviorismo
Cogniti-
vismo
Constru-
tivismo Conectivismo
Como ocor-
re a apren-
dizagem?
“Caixa negra”: 
enfoque no 
comportamento 
observável
Estruturado; 
compu-
tacional
Social; sentido 
construído 
por cada 
aprendente 
(pessoal)
Distribuído 
numa rede; 
social; tecno-
logicamente 
potenciado; re-
conhecimento 
e interpretação 
de padrões
Fatores de 
influência
Natureza da re-
compensa; pu-
nição; estímulos
Esquemas 
(schema) 
existentes; 
experiências 
prévias
Engajamento 
(engagement); 
participação; 
social; cultural
Diversidade 
da rede
Qual é o 
papel da 
memória?
A memória 
é o inculcar 
(hardwiring) de 
experiências re-
petidas – em que 
a recompensa 
e a punição são 
mais influentes
Codificação; 
armaze-
namento; 
recuperação 
(retrieval)
Conheci-
mento prévio 
misturado 
ao contexto 
atual
Padrões 
adaptativos, 
representativos 
do estado 
atual, existen-
tes nas redes
Como ocor-
re a trans-
ferência?
Estímulo; 
resposta
Duplicação 
dos cons-
tructos de 
conheci-
mento de 
quem sabe 
(“knower”)
Socialização Conexão 
(adição) com 
nós (nodes)
Tipos de 
aprendi-
zagem 
melhor 
explicados
Aprendiza-
gem baseada 
em tarefas
Raciocínio; 
objetivos 
claros; 
resolução de 
problemas
Social, 
vaga (“mal 
definida”)
Aprendizagem 
complexa; 
núcleo que 
muda rapida-
mente; diversas 
fontes de 
conhecimento
Quadro 2. Comparação entre algumas teorias de aprendizagem
Aquisição de segunda língua10
Elementos no processo de aquisição 
de segunda língua
Conhecer os sons de uma língua nos permite falar e entender esse idioma, ou 
seja, comunicarmo-nos. A fonologia é o estudo dos sons de uma língua. A 
língua inglesa tem sons distintos da língua portuguesa, e essa é uma caracte-
rística que acontece em todas as línguas. O som “th”, em inglês, apresenta duas 
maneiras diferentes de se pronunciar, como em birthday e mother (aniversário 
e mãe, em português), e essa pronúncia não existe em português, por exemplo. 
Quando isso acontece, a tendência é substituirmos um som que consideramos 
parecido no nosso idioma e, então, produzimos o som aproximado do que 
seria usado por um falante nativo (GASS; SELINKER, 2008). Segundo Gass 
e Selinker (2008), “[...] o conhecimento fonológico também envolve saber o 
que acontece com as palavras na fala rápida, em oposição a uma fala mais 
cuidadosamente articulada”. Os falantes nativos sabem quando combinar certos 
sons em seu idioma, e sabem o que não é possível pronunciar.
A sintaxe é estudada gramaticalmente, referindo-se à ordem das palavras 
em uma frase e às regras de um idioma que são prescritivas. As regras 
prescritivas se referem à língua que aprendemos na escola, são formais e 
não levam em consideração o que um falante nativo sabe da língua, são 
impostas. Os falantes nativos geralmente têm noção do que é possível dizer, 
combinar e ordenar em uma frase, não mudando uma ordem que causaria, 
no mínimo, estranhamento em seu uso. Isso significa que os falantes nativos 
compreendem como utilizar uma ordem aceita em seu idioma, assim como 
acontece com os sons, de modo que também sabem o que é possível pronun-
ciar, como já mencionado. Dependendo da forma como nos comunicamos, 
o diálogo pode não ser compreendido muito bem, como Gass e Selinker 
(2008) apontam, porque como falantes nativos, sabemos quais frases são 
aceitáveis em nossa língua. 
Em um idioma, estuda-se também morfologia, isto é, a formação das 
palavras. Muitas vezes, um falante nativo utiliza uma palavra sem saber que 
está usando um prefixo, um sufixo ou os dois juntos na mesma palavra. Ele 
sabe que a palavra disestablishment (em português, desestabelecimento) pode 
ser usada em uma frase, mas pode desconhecer que essa palavra é formada 
pelo prefixo “dis” e pelo sufixo “ment”, que, com a palavra establish, formam 
uma palavra com outro significado, deixando de ser um verbo establish(em 
português, estabelecer) para ser um substantivo, establishment (em português, 
estabelecimento), acrescido do prefixo “dis” (em português, “des”), que dá 
uma função negativa para a palavra (GASS; SELINKER, 2008). Os falantes 
11Aquisição de segunda língua
nativos sabem que essa formação existe e que é possível, tendo noção de 
como usá-la no seu idioma, mesmo que não tenham a noção formal de sua 
composição. A morfologia faz parte do estudo da segunda língua, podendo 
ser um desafio para o estudante.
Estudar semântica refere-se a estudar o significado. Independentemente 
de uma frase ser construída com base em todas as regras e normas da gra-
mática desse idioma, ela pode apresentar muitos significados. Esses signi-
ficados são relevantes dentro de um contexto, já que podem conter “erros” 
gramaticais não relevantes para a compreensão da mensagem. Para Gass 
e Selinker (2008), o conhecimento da semântica de uma língua implica o 
conhecimento das palavras; por exemplo, um falante nativo de inglês precisa 
distinguir entre os significados de “like”, que pode ser “gostar” ou “como”, 
em português”. Isso pode causar dificuldades para quem está aprendendo 
inglês como segunda língua. 
A pragmática é uma área da linguagem que é necessária para quem está 
estudando um segundo idioma, pois se dedica a discutir maneira como os 
falantes nativos utilizam a linguagem dentro de um contexto. Esse estudo 
observa como a interação acontece nos diálogos, nas perguntas e respostas, 
nas conversações. Dependendo da maneira como se interage ou como um 
estudante que está aprendendo um segundo idioma se dirige a outra pessoa, 
a pergunta feita ou a resposta dada podem ter um efeito diferente sobre o sig-
nificado da palavra, em alguns contextos gramaticais,por exemplo. Vejamos 
o seguinte exemplo:
Diálogo 1
Would you like some coffee? / Você gostaria de tomar um café?
No, I wouldn’t. / Não.
A pergunta está adequada, dentro de um contexto apropriado ao ofereci-
mento de café, mas a resposta está completamente fora dos padrões de uma 
Aquisição de segunda língua12
resposta dada por um falante nativo de inglês. Ao responder negativamente a 
essa pergunta, o mais adequado seria: 
Diálogo 2
Would you like some coffee? / Você gostaria de tomar um café?
No, thanks. I’ve just had one. / Não, obrigado. Acabei de tomar um.
Pragmaticamente falando, o diálogo 2 é o mais apropriado, enquanto o 
diálogo 1 pode ser proferido por alguém que está aprendendo inglês, não é 
falante do idioma, mas já internalizou que, em respostas curtas, usa-se não + 
verbo auxiliar correspondente à pergunta realizada.
Veja, a seguir, nos Quadros 3 e 4, dados de um estudo sobre o papel da teoria 
interacionista na aquisição de segunda língua na pesquisa CALL (Computer 
Assisted Language Learning).
Tarefas “CALL”
Perspectivas 
teóricas
Papel da teoria 
interacionista
Compreensão de áudio 
com ajuda (HSU, 1994)
Modificação de 
estímulo por meio 
da interação
Direciona o interesse em 
gravar solicitação de ajudas, 
correlacionando-as com com-
preensão posttest num grupo 
desenvolvido pretest-posttest
Aquisição incidental de 
vocabulário por meio 
do ouvir (KON, 2002)
Estímulo e interação 
durante o apren-
dizado incidental 
de vocabulário
Elabora tarefas, identi-
ficando fatores no estí-
mulo e na interação
Tarefas de comunica-
ção em sala de aula 
(PELLETERRI, 2000)
Negociação de 
forma e significado
Descreve tarefas de comuni-
cação de sala de aula e avalia 
a qualidade da interação
Quadro 3. O papel da teoria interacionista na aquisição de segunda língua na pesquisa 
CALL (Computer Assisted Language Learning)
(Continua)
13Aquisição de segunda língua
Fonte: Adaptado de Chapelle (2001).
Benefícios Limitações
Tem a tradição da pesquisa em sala de 
aula de L2 que serve como ponto de 
partida
Tem a tradição baseada em interação 
face a face
Tem fundações sobre bases cognitivas 
que são transportáveis da pesquisa de 
sala de aula para CALL
Não fornece as fundações para que se 
tenha complete olhar sobre o contexto 
do uso em CALL
Faz hipóteses específicas sobre os 
processos cognitivos nos quais vocabu-
lário e sintaxe são adquiridos a partir da 
interação com fontes externas
Tem focado menos em aquisição do 
que em pragmática, que é de grande 
interesse para CALL
Tem provado ser produtiva numa 
perspectiva avaliativa para o desenvol-
vimento de tarefas de CALL e questões 
de pesquisa
Tem limitado o foco pragmático, lidando 
primariamente com funções linguísticas 
associadas a erros de compreensão
Quadro 4. Teoria interacionista na aquisição de segunda língua: benefícios e limitações
Fonte: Adaptado de Chapelle (2001).
Tarefas “CALL”
Perspectivas 
teóricas
Papel da teoria 
interacionista
Tarefas de comunicação 
pela internet utilizando 
conversa com voz (BLAKE, 
2000; SAURO, 2001)
Negociação de 
significado
Elabora tarefas de comu-
nicação para a internet e 
as avalia a partir da obten-
ção de dados empíricos 
quando os aprendizes 
completarem suas tarefas
Tarefas de comunicação pela 
internet utilizando conversa 
com voz (KOTTER, 2003)
Negociação de 
significado
Analisa características 
da negociação na lin-
guagem do aprendiz
Quadro 3. O papel da teoria interacionista na aquisição de segunda língua na pesquisa 
CALL (Computer Assisted Language Learning)
(Continuação)
Aquisição de segunda língua14
Acesse o link abaixo ou código ao lado e leia o artigo 
sobre como o sujeito vê a aquisição da segunda língua.
https://goo.gl/X3my59 
1. Que motivações levam alguém a 
aprender uma segunda língua?
a) O mundo inteiro fala inglês.
b) A intenção é a de se colocar 
melhor profissionalmente.
c) A motivação é viajar para outros 
países.
d) A intenção é a de aprender inglês.
e) As motivações são diferentes 
para cada pessoa.
2. Aprendemos melhor uma segunda 
língua quando há:
a) estudo e descrição das atividades.
b) memorização e repetição 
dos verbos.
c) dependência da leitura de um livro.
d) interação e adaptabilidade.
e) comunicação e interpretação 
dos diálogos.
3. Assinale a alternativa correta, consi-
derando que um estudante brasileiro 
que está aprendendo inglês como 
segunda língua diz a seguinte frase: I 
want English to study.
a) O estudante está cometendo 
um erro de pronúncia.
b) Estudantes brasileiros nunca 
aprenderão as regras em inglês.
c) O estudante está cometendo 
um erro sintático em inglês.
d) As regras do português podem 
ser aplicadas ao inglês.
e) O estudante não está 
cometendo erro algum.
4. Sobre os sons da língua 
inglesa, pode-se dizer que:
a) são difíceis de pronunciar.
b) são distintos em alguns aspectos.
c) são extremamente fáceis de 
pronunciar.
d) são dominantes em algumas 
línguas.
e) são impossíveis de pronunciar.
5. Considerando as afirmações sobre 
a aquisição de segunda língua, 
marque a única alternativa correta.
a) É fundamental fazer um estudo 
pragmático da segunda língua.
b) É fundamental aprender as regras 
gramaticais da segunda língua.
c) É imprescindível entender os 
sons que são diferentes na 
segunda língua.
d) É fundamental aprender a segunda 
língua morfologicamente.
e) É fundamental fazer um estudo 
sintático das frases na segunda 
língua.
15Aquisição de segunda língua
FONSECA, V. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: 
uma abordagem neuropsicopedagógica. Revista da Associação Brasileira de Psicope-
dagogia, v. 31, n. 96, 2014. Disponível em: <http://www.revistapsicopedagogia.com.
br/detalhes/62/papel-das-funcoes-cognitivas--conativas-e-executivas-na-aprendi-
zagem--uma-abordagem-neuropsicopedagogica>. Acesso em: 12 jul. 2018.
GASS, S. M.; SELINKER, L. Second language acquisition: An introductory course. 3. ed. 
New York: Routledge, 2008.
GONZÁLEZ, V. Atividades comunicativas e pré-comunicativas na aula de PLE/PBSL. 21 
maio 2017. Disponível em: <https://www.lusofia.com/single-post/n2-gonzalez>. 
Acesso em: 11 jul. 2018.
OLIVEIRA, A. M. R. Comparação entre algumas teorias de aprendizagem. 15 ago. 2011. 
Disponível em: <http://tecnologiasensinolinguasestrangeiras.blogspot.com/2011/08/
comparacao-entre-algumas-teorias-de.html>. Acesso em: 11 jul. 2018.
Leituras Recomendadas
CHAPELLE, C. A. Computer applications in second language acquisition. Cambridge: 
CUP, 2001.
SALOMÃO, A. C. B. Vizinhança global ou proximidade imposta? Impactos da comu-
nicação intercultural medida por computador sobre o papel da cultura no ensino 
de Língua Inglesa. D.E.L.T.A. Documentos de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, 
v. 27, n. 2, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext
&pid=S0102-44502011000200003>. Acesso em: 11 jul. 2018.
Aquisição de segunda língua16
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Aprender um segundo idioma é uma tarefa que exige de quem quer ou precisa aprendê-la 
dedicação. Você precisa estudar e se manter o mais próximo da língua-alvo. Aprendizagem e 
aquisição são dois processos presentes quando fala-se de língua materna e de língua estrangeira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9df6b19651cc725c397da8a108e47d6f
Na prática
Praticar os sons que compõem um idioma não é uma tarefa simples. Imagine que sua professora de 
inglês solicitou que você apresentasse um exercício para treinar a pronúncia de alguns sons.
Na, Língua Inglesa, é utilizado um exercício chamado tongue twister –trava-línguas, em português. 
Para os falantes da Língua Portuguesa, trata-se de uma maneira de enrolar a língua, pronunciando 
uma palavracom sons muito parecidos, uma após a outra,
Seguem alguns exemplos de tongue twister, Na Prática.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/02bcf7ce-c616-42f7-a1d6-d43c8f81fc12/bfabc3c9-fdf0-485d-b386-549c6f64f40b.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O ensino e a aprendizagem da Língua Inglesa como segunda 
língua: o processamento do input.
Este artigo aborda o ensino e a aprendizagem da Língua Inglesa como segunda língua.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A importância do domínio do Inglês como segunda língua na 
infância
Este texto aborda a importância do domínio do Inglês como segunda língua na infância. Há, 
também, links que direcionam você a outros assuntos relacionados à educação, oferecendo um 
dicionário para consultas on-line.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A importância da exposição à Língua Inglesa para aprimorar o 
processo de aquisição
Para ampliar seus conhecimentos, leia a reportagem sobre a importância da exposição à Língua 
Inglesa para aprimorar o processo de aquisição.
https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/1111/1556
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1689
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.segs.com.br/educacao/107824-a-importancia-da-exposicao-a-lingua-inglesa-para-aprimorar-o-processo-de-aquisicao
Por que estudar Aquisição de 
Segunda Língua?
Apresentação
Seja bem-vindo!
Falar é algo natural para todo ser humano. As pessoas falam, conversam, usam a linguagem, falada 
e escrita, para se comunicar. Toda essa interação acontece naturalmente quando você utiliza sua 
língua nativa. A língua nativa é sua primeira aquisição de linguagem. Ao aprender inglês, está 
passando pelo processo de aquisição da segunda língua e consegue perceber que não acontece de 
maneira natural como a aquisição de sua língua materna.
Os estudos feitos pela Linguística Aplicada ajudam a entender o que acontece quando você 
aprende sua língua materna e a diferença que há em relação à segunda língua.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender por que estudar aquisição de segunda língua, 
os tópicos em relação à sua aquisição e como reconhecer a importância desse estudo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os critérios de estudo da aquisição de segunda língua.•
Identificar os principais tópicos em relação à aquisição de segunda língua. •
Reconhecer a importância do estudo da aquisição de segunda língua.•
Infográfico
A aprendizagem de segunda língua já é considerada como campo que aborda diferentes processos. 
A Linguística Aplicada consegue, de certa forma, explicar o que acontece na prática, já que as 
teorias pedagógicas não são capazes de resolver o problema sozinhas. Isso ocorre porque, em tal 
aprendizagem, há diferentes fatores que influenciam a aprendizagem e aquisição do segundo 
idioma.
Observe o Infográfico.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/952fa22b-fcca-499d-bc34-06aea7870ea1/c49013b3-7e84-4f1a-ace5-9603cb63ee6b.jpg
Conteúdo do livro
Muitas são as teorias sobre a aquisição de segunda língua, e a Linguística Aplicada é a área 
responsável pelos estudos e pesquisas sobre como é possível dominar o segundo idioma. Isso 
também envolve a motivação que leva alguém a estudar inglês, por exemplo.
No capítulo Por que estudar aquisição de segunda língua, do livro Linguística aplicada ao ensino do 
inglês, você também vai ler sobre as diferenças entre aquisição e aprendizagem de segunda língua, 
conforme alguns estudiosos, além de sua importância.
Boa leitura. 
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
Por que estudar aquisição 
de segunda língua?
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os critérios de estudo da aquisição de segunda língua.
  Identificar os principais tópicos em relação à aquisição de segunda 
língua.
  Reconhecer a importância do estudo da aquisição de segunda língua.
Introdução
Falar é algo natural para todos nós. Falamos, conversamos e usamos a 
linguagem, tanto falada quanto escrita, para nos comunicarmos. Toda 
essa interação acontece naturalmente quando você utiliza sua língua 
nativa, que é sua primeira aquisição de linguagem. Ao aprender inglês, 
você está passando pelo processo de aquisição da segunda língua e 
consegue perceber que esse processo não acontece de maneira na-
tural como a aquisição de sua língua materna. Os estudos feitos pela 
Linguística Aplicada ajudam a entender o que acontece quando você 
aprende sua língua materna e a diferença que há quando você aprende 
uma segunda língua.
Muitas são as teorias sobre a aquisição de segunda língua, e a Lin-
guística Aplicada é a área responsável pelos estudos e pesquisas sobre 
como aprendemos a segunda língua. Neste capítulo, você conhecerá os 
critérios que baseiam os estudos nessa área e verá os principais tópicos 
e a importância da pesquisa sobre a aquisição de uma segunda língua.
Estudo da aquisição de segunda língua
A partir das pesquisas realizadas na área da Linguística Aplicada, os profes-
sores têm acesso a importantes resultados sobre o ensino e a aprendizagem 
de línguas estrangeiras, sendo orientados a resolver problemas decorrentes 
da utilização da língua em diferentes situações.
O estudo da aquisição de línguas envolve aspectos relacionados ao ensino 
e à aprendizagem de segunda língua, à elaboração de material didático, à ava-
liação de conhecimento de línguas por parte dos docentes, à análise do erro, 
entre outros estudos pertinentes e de fundamental interesse para a Linguística 
Aplicada (MARÍN, 2004).
É indiscutível a importância que tem uma língua na vida das pessoas de uma 
sociedade ou de um país, principalmente quando existe a oportunidade de 
estudo e aprendizagem de línguas estrangeiras, que dão ao aprendiz a pos-
sibilidade de interpretar o mundo de uma nova maneira (ECKERT; FROSI, 
2015, p. 199).
Aprender novas línguas, então, é algo que dá, aos aprendizes, a oportunidade 
de compreender sua própria realidade com autonomia, estando em contato 
com uma diversidade cultural que é cada vez mais globalizada (SCHLATTER; 
GARCEZ, 2009).
Segundo Eckert e Frosi (2015), é imprescindível esclarecer conceitos ao 
trabalhar a aquisição de segunda língua, principalmente em relação à sua 
variante terminológica. Isso implica em questionamentos como:
  Os termos aquisição e aprendizagem podem ser usados como sinônimos? 
  Quais são as características de cada uma delas? 
  Que relação existe entre a aquisição, a aprendizagem e as línguas ma-
terna e estrangeira? 
  Como se caracteriza uma língua materna? 
Chomsky, em Syntactic structures (1957) e em Aspects of the theory of 
sintax (1965), já preconizava que todo ser humano nasce com a capacidade 
inata de adquirir uma língua; entretanto, investigar, entender e explicar a 
aquisição de segunda língua é uma tarefa bastante complexa.
Considerando que nosso foco é a aquisição de segunda língua, são muitas 
e diferentes as motivações que levam alguém a querer aprender uma outra 
língua. Griffin (2011) destaca dois pontos essenciais que estimulam as pessoas 
a aprender outro idioma, além de sua língua materna: alguns aprendem por 
motivos pessoais e outros aprendem porque precisam. A autora enfatiza que os 
Por que estudar aquisição de segunda língua?2
indivíduos que aprendem uma língua por necessidade (técnica ou profissional) 
possuem uma motivação instrumental; por sua vez, os que aprendem pordesejo de integração a uma cultura e identificam-se com o povo, possuem 
uma motivação integradora (GRIFFIN, 2011). 
Estudar línguas é algo que motiva as pessoas e, nos últimos anos, esse 
interesse tem aumentado significativamente, seja pelos motivos pessoais que 
levam as pessoas a querer viajar e vivenciar a experiência da língua local, 
como ir para Londres ou Nova York e falar inglês nesses locais, seja por 
precisarem aprender inglês porque trabalham em um ambiente no qual esse 
idioma seja necessário.
Griffin (2011) entende que é fundamental conhecer as contribuições que 
as demais áreas, como a Sociologia, a Linguística, a Psicologia, a Fisiologia, 
a Pedagogia, a Antropologia, entre outras, dão para a aquisição da segunda 
língua.
Há uma variação recorrente na aprendizagem de segunda língua que diz 
respeito ao próprio aprendiz (ECKERT; FROSI, 2015), que é um ser humano 
e carrega suas emoções e ideais, por exemplo, para aprender um idioma.
Como comentado nos parágrafos anteriores, cada pessoa tem uma moti-
vação diferente para aprender uma língua estrangeira. Digamos que se trata 
de alguém que está aprendendo por obrigação: identificamos imediatamente 
que essa pessoa não tem motivações linguísticas para aprender o idioma, 
pois não demonstra interesse em saber como a língua funciona, em falar 
com alguém ou, ainda, interesses intelectuais em aprender outra língua para 
estudos futuros.
Estudos feitos nessas condições retratarão que tal pessoa terá dificuldades 
ao se comunicar mais formalmente ou que sua comunicação apresentará 
desvios, ou seja, seus diálogos podem apresentar falhas de comunicação nas 
frases, estruturas, palavras utilizadas, além da pronúncia não ser tão clara. A 
Linguística Aplicada pode entender e tentar explicar as motivações que, nesse 
caso, levam o indivíduo a não se importar em aprender o idioma. Aqui, cabem 
algumas perguntas. É possível que a Linguística Aplicada direcione estudos 
que contribuam para essa pessoa querer estudar inglês como segunda língua? 
Esse é um caso que podemos tratar como aquisição de segunda língua? Como 
explicar todas as interferências que ocorrem negativamente no processo de 
aquisição de segunda língua?
Muitos pesquisadores apresentam estudos de uma forma geral em relação 
à aprendizagem da segunda língua com vários pontos de vista, mas há algo 
3Por que estudar aquisição de segunda língua
que tratam como certo: esse processo está intimamente ligado ao grau de 
escolarização, pois, quando aprendemos outra língua, também aprendemos 
regras gramaticais (ECKERT; FROSI, 2015).
Entende-se que a primeira língua é aprendida de forma mais espontânea em 
relação à segunda língua, que, como já mencionado, é aprendida de maneira 
mais formal, ocorrendo, geralmente, em uma instituição de ensino, com um 
professor que reforça a aprendizagem com exercícios gramaticais e dialogais 
para que o aluno reforce a questão comunicativa do idioma. “A aprendizagem 
ocorre como um processo consciente, no qual se internaliza um sistema lin-
guístico e cultural mediante a reflexão sistemática e guiada de seus elementos” 
(ECKERT; FROSI, 2015, p. 202).
Os conceitos de aprendizagem e aquisição de segunda língua também 
apresentam outra diferença em relação ao desenvolvimento, que pode ser 
consciente ou inconsciente (Quadro 1).
Fonte: Adaptado de Eckert e Frosi (2015, p. 203).
Critério Aquisição Aprendizagem
Psicolinguístico Processo inconsciente Processo consciente 
e guiado
Sociolinguístico Comunidade linguística 
da língua meta
Espaço da sala de aula
Educativo Não há incidência, pois se 
desenvolve exclusivamente 
mediante a interação 
entre os falantes nativos
Atividades que privilegiam 
o uso e a reflexão sobre o 
funcionamento do sistema
Quadro 1. Critérios para a caracterização da aquisição e da aprendizagem linguística
Podemos dizer que esses são alguns dos critérios que definem a aquisição 
de segunda língua e que o Quadro 1 ilustra a aquisição e a aprendizagem a 
Por que estudar aquisição de segunda língua?4
partir de três áreas teóricas que seguem em uma mesma direção: aprender uma 
língua. A competência em falar uma segunda língua acontece com a evolução 
do falante, à medida que ele fala mais (ECKERT; FROSI, 2015).
Há outros critérios que explicam a aquisição de segunda língua, além dos 
já citados; por exemplo, os pais terem como língua nativa uma língua diferente 
da língua falada no país onde moram e onde seus filhos nasceram, ou pessoas 
que nascem em lugares onde se fala mais de um idioma, como no Canadá, 
país em que a maioria dos canadenses falam inglês e onde outra parcela da 
população fala francês, sendo que, nas escolas, os canadenses estudam inglês 
e francês. Nesse caso, a própria experiência escolar é um critério que explica 
a aquisição de segunda língua.
Os autores Eckert e Frosi (2015) apontam para o fato de que é difícil en-
contrar uma única teoria que trate da aquisição e da aprendizagem de segunda 
língua plenamente e enfatizam que isso é algo complexo de se analisar, além 
de haver uma gama de possibilidades para se referir terminologicamente à 
diferença entre a primeira língua e a segunda língua (Quadro 2).
Fonte: Adaptado de Eckert e Frosi (2015, p. 209).
L1 L2
Primeira língua Segunda língua
Língua nativa Língua não nativa
Língua maternal Língua estrangeira
Língua forte Língua fraca
Quadro 2. Termos usados para fazer referência a línguas aprendidas
Aprender uma segunda língua é um processo que exige certo esforço men-
tal, e a aprendizagem de uma língua torna as pessoas membros participativos 
dentro de uma comunidade. 
5Por que estudar aquisição de segunda língua
A linguagem é um dos aprendizados mais complexos que o homem desenvolve, e sua 
aprendizagem se estende por toda a sua vida (Figuras 1 e 2 e Quadro 3).
Figura 1. Estágios/fases/momentos.
Fonte: Adaptada de Eliassen (2012, documento on-line).
Figura 2. Sistemas interdependentes.
Fonte: Adaptada de Eliassen (2012, documento on-line).
Por que estudar aquisição de segunda língua?6
Fonte: Adaptado de Eliassen (2012, documento on-line).
Idade Fonema
3:6 anos /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/, /s/, /z/, 
/∫/, /Ʒ/, /l/, /R/, /r/, /m/, /n/, /ɲ/
4:0 anos /λ/, arquifonema /S/, /pR/, /bR/, 
/kR/, /gR/, /gl/ em posição inicial, 
/bR/, /vR/ em posição final
4:6 anos /dR/, /fR/, /kl/, /fl/ em posição inicial
5:0 anos O arquifonema /R/, /tR/ em posição inicial
5:6 anos Arquifonema /R/, /bl/ em posição inicial
6:6 anos /pl/ posição inicial
Quadro 3. Ordem da aquisição fonológica
Os principais tópicos em relação à segunda 
língua
Quando falamos de aquisição de segunda língua, usamos como parâmetro a 
primeira língua para mostrar possíveis semelhanças e desvios de aprendiza-
gem. Como vimos na seção anterior deste capítulo, a língua materna ocorre 
de forma espontânea, enquanto a língua estrangeira, a língua que aprendemos 
como segunda língua, acontece de maneira mais formal, geralmente em sala 
de aula, onde o contexto da aprendizagem exige mais formalidade.
Callegari (2006) realizou um trabalho sobre o modelo do monitor, do 
linguista americano Stephen Krashen, apresentando seus conceitos e os bene-
fícios que professores de língua estrangeira podem ter com as cinco hipóteses 
em relação a ensinar inglês em sala de aula.
O modelo de Krashen para a aquisição da segunda língua pode ser aplicado 
pelo professor em sala de aula e se baseia em cinco hipóteses. Além disso, 
Krashen também encontra dois caminhos distintos no processo de apropriação 
de uma língua estrangeira (CALLEGARI, 2006). A seguir, você conhecerá 
mais sobre esse modelo.
7Por que estudar aquisição de segunda língua
Aquisição x aprendizagem
A aquisição de uma língua ocorre, geralmente, na língua materna, quando 
a necessidade de se comunicar aparece mais naturalmente, pois o esforço 
para falar a primeira língua acontece basicamente na comunicação, sem a 
preocupação com as regras dessa língua. Há uma forte interação por parte 
dos falantes nativoscom os demais membros da comunidade, por isso, falar 
a primeira língua é uma habilidade nata aos indivíduos.
A aprendizagem acontece de forma consciente, pois é uma aprendizagem 
baseada em um esforço intelectual de aprender o idioma. Quem quer aprender 
pode estipular seus objetivos de aprendizagem e aprender as regras e o que 
mais for necessário para dominar o idioma.
Callegari (2006) afirma que Krashen diferencia aquisição de aprendizagem 
e que a aprendizagem jamais se transformará em aquisição para o autor, porque 
a aquisição alcança um nível de competência comunicativa que pertence a um 
nativo e que dificilmente será bem desenvolvida por um falante estrangeiro.
Essa distinção marca a primeira hipótese. Muitos críticos não aceitaram 
essas definições sobre aquisição e aprendizagem e dizem que Krashen não 
define o que é “língua adquirida” e “língua aprendida” (CALLEGARI, 2006). 
Algumas das críticas são referentes à metodologia aplicada a um estudante de 
língua estrangeira, ao qual se solicita a elaboração de uma frase. A partir da 
frase elaborada pelo aluno, o professor tem recursos para identificar se esse 
estudante conseguiu elaborar a frase porque estudou as regras da língua-alvo 
ou porque ele teve uma intuição de que usar a frase daquela maneira seria 
a forma adequada. São indagações que, na visão de outros pesquisadores, 
tornam-se praticamente impossíveis de afirmar. De que forma essa certeza 
seria revelada e de que maneira ela pode garantir o que é aquisição e o que é 
aprendizagem? Uma estrutura pode ser considerada “adquirida” quando não 
há erros de compreensão? Deveria considerar-se adquirida quando há um 
certo nível de precisão na produção? (CALLEGARI, 2006).
De certa forma, Callegari (2006) aponta que, para Krashen, a aprendizagem 
acontece com a interação em sala de aula, como no caso de um brasileiro que 
viajou para a Austrália para aprender inglês. Com toda certeza, isso fará com 
que esse aluno pratique o inglês para se comunicar em diversas situações, 
inclusive em emergências, fazendo com que sua fluidez aconteça de forma 
mais rápida.
Muitas metodologias utilizadas na aprendizagem de um segundo idioma 
revelam certo insucesso porque focam no ensino da gramática, das regras, 
da tradução, etc., sem explorar a questão comunicativa. Podemos dizer que 
Por que estudar aquisição de segunda língua?8
há dois processos presentes na aprendizagem de um idioma: a exposição e 
a memorização. A segunda hipótese é marcada pela hipótese do monitor: 
Para Krashen, a habilidade em produzir sentenças em língua estrangeira é 
decorrente da competência adquirida. No entanto, o conhecimento consciente 
das regras gramaticais (aprendizagem) tem também uma (e única) função: atuar 
na produção dos enunciados como um monitor, um corretor, modificando-os 
caso não estejam de acordo com as regras aprendidas. Ou seja, a produção 
criativa, surgida como decorrência do processo de aquisição, é corrigida e 
alterada com base no conhecimento consciente das regras da língua estran-
geira em questão. Para Krashen, o monitor somente entrará em ação se duas 
condições básicas estiverem presentes: a) o falante precisa querer corrigir-
-se, ou seja, o foco deve estar na forma; b) o falante deve conhecer as regras 
(CALLEGARI, 2006, p. 90).
A terceira hipótese refere-se à hipótese da ordem natural, relacionada à 
aquisição em vez da aprendizagem, porque há uma ordem mais natural ao 
aprender a usar a língua materna, diferente da ordem de aprender a falar um 
segundo idioma. Segundo Callegari (2006, p. 92), Krashen afirma que “[...] 
existem fortes indícios de que determinadas regras são adquiridas antes de 
outras e que o único mérito da hipótese é postular que algumas coisas são 
aprendidas antes de outras, mas não sempre, o que não a torna completamente 
válida”. Há uma crítica sobre o motivo pelo qual se segue uma ordem para 
aprender um idioma, como em inglês e francês, nos quais se começa ensinando 
o idioma com o verbo “ser” no presente do indicativo. O questionamento é 
referente à eficiência ou à lógica de se começar a estudar dessa forma, porque 
“[...] muito mais relevante do que a ordem de apresentação dos conteúdos é 
o oferecimento, por parte do professor, de quantidade suficiente de mostras 
da língua-alvo que permitam aos alunos a aquisição de novas estruturas” 
(CALLEGARI, 2006, p. 93).
A quarta hipótese refere-se ao insumo, o que significa dizer que alguém 
só aprenderá o idioma se estiver exposto ao que a língua tem a oferecer, seus 
insumos, sua utilização. “As novas estruturas, o vocabulário desconhecido e 
as regras gramaticais seriam adquiridos através do contexto em que fossem 
apresentados, informações extralinguísticas, conhecimento de mundo e o 
conhecimento linguístico adquirido pelo aprendiz anteriormente” (CALLE-
GARI, 2006, p. 93).
A quinta hipótese é referente ao filtro afetivo, à importância que ele tem 
tanto na aquisição quanto na aprendizagem de um idioma, pois, se “[...] a des-
motivação do aprendiz, a alta ansiedade e a baixa autoconfiança são elementos 
9Por que estudar aquisição de segunda língua
que podem, segundo o pesquisador, dificultar a aquisição, por outro lado, a 
aquisição será facilitada se houver condições psicológicas favoráveis: motiva-
ção, baixa ansiedade e autoconfiança elevada” (CALLEGARI, 2006, p. 97).
Os alunos que têm um filtro afetivo baixo geralmente demonstram mais 
dificuldade de aprender um idioma porque expressam mais fortemente sua 
ansiedade, seu medo e, até mesmo, pavor ao ter que falar com estrangeiros, 
considerando que as principais dificuldades se manifestam pela ansiedade, a 
desmotivação e a baixa autoconfiança. Esses aspectos precisam ser mais bem 
analisados, o que demandaria um estudo resultante de outras áreas, como a 
Psicologia, por exemplo. De qualquer forma, o filtro afetivo desempenha um 
papel importante na aprendizagem de línguas estrangeiras não só negativa-
mente, mas positivamente.
Falar dessas hipóteses nos faz refletir sobre o grau de importância e in-
fluência que elas representam na aprendizagem de um idioma. Com certeza, 
outros estudos contribuem ou se posicionam contrários a essas hipóteses. 
Como se trata de um estudo complexo, que envolve pessoas, é necessário 
refletir e analisar todas as possibilidades em relação à aquisição de segunda 
língua e seus principais tópicos.
Para você aprender mais sobre as cinco hipóteses da teoria 
da aquisição da segunda língua, leia mais no link a seguir 
ou no código ao lado.
https://goo.gl/GNHVT 
A importância do estudo da segunda língua
Estudar línguas amplia as possibilidades de interação e oportuniza novas 
experiências ao aprendiz em qualquer língua estrangeira. “Os aprendizes 
buscam maneiras de aprimorar seu aprendizado em diversas situações” (BOHN, 
2006, documento on-line).
Oxford (1990) fez um estudo sobre aprendizagem de segunda língua e 
dividiu as estratégias de aprendizagem em estratégias diretas e indiretas. 
Observe a Figura 3.
Por que estudar aquisição de segunda língua?10
Figura 3. Diagrama das estratégias de aprendizagem.
Fonte: Adaptada de Oxford (1990).
Como podemos observar no diagrama da Figura 3, há duas primeiras 
grandes divisões que se referem às estratégias diretas e indiretas. As estratégias 
diretas se subdividem em mais três subestratégias relacionadas às estratégias 
de memória, estratégias cognitivas e estratégias de compreensão. A segunda 
grande divisão é referente às estratégias indiretas, que se subdividem em 
estratégias metacognitivas, estratégias afetivas e estratégias sociais. Vejamos 
cada uma delas:
Estratégias diretas
Estratégia de memória
É a estratégia que possibilita a quem está estudando uma segunda língua 
guardar informações sobre essa língua. É possível memorizar informações da 
língua que estamos estudando com o auxílio de imagens, músicas, palavras-
-chave, etc.
Estratégias cognitivas
É a estratégia que possibilita ao aluno produzir informações sobre a segunda 
língua a partir doque ele compreende. O aluno consegue fazer isso porque já 
praticou os sons do idioma, fez anotações relevantes sobre sua aprendizagem, 
viveu algumas experiências com estrangeiros, etc.
11Por que estudar aquisição de segunda língua
Estratégias de compreensão 
É a estratégia que mostra que o aluno consegue utilizar o idioma mesmo apre-
sentando certa limitação referente à sua comunicabilidade e ao conhecimento 
real do idioma. Geralmente, relaciona a mensagem com alguma experiência 
para entender o diálogo e, até mesmo, adivinhações, principalmente quando 
não conhece uma palavra. Também usa gestos e mímicas para se comunicar.
Estratégias indiretas
Estratégias metacognitivas
É a estratégia que o aluno controla para monitorar seu aprendizado. Ele presta 
atenção em algumas pessoas e observa o que elas estão dizendo, como estão 
dizendo e que palavras estão usando, procurando oportunidades de praticar 
mais o idioma.
Estratégias afetivas
É a estratégia referente ao estado emocional de quem está aprendendo uma 
segunda língua. Inevitavelmente, as emoções infl uenciam em nossa aprendi-
zagem e é preciso controlá-las, diminuindo o medo de conversar com alguém, 
por exemplo. A atitude que o aluno tem ao utilizar a língua estrangeira revelará 
o quanto ele sabe sobre o idioma, tornando-o mais confi ante. Além de estudar 
uma segunda língua, é necessário, também, aprender a controlar as emoções 
(BOHN, 2006).
Estratégias sociais
É a estratégia que revela a aprendizagem do aluno a partir da sua interação 
com as demais pessoas, principalmente os falantes nativos do idioma que 
está estudando. Essa interação acontece quando o aluno se dirige a alguém 
para fazer perguntas, pedir informações ou esclarecimentos, ou até mesmo ao 
ajudar quem precisa. Dessa forma, ele está praticando o idioma em situações 
reais da língua.
As estratégias aqui comentadas ajudam a compreender como os estudantes 
de língua estrangeira também criam suas estratégias de aprendizagem, se-
gundo Bohn (2006), autora que participou de uma pesquisa com professores 
de língua estrangeira, coletando dados, em entrevistas, perguntando para eles 
Por que estudar aquisição de segunda língua?12
como foi a sua experiência em aprender uma língua estrangeira. Veja que 
o foco mudou para o professor, pois ele é o personagem nesse processo de 
ensino/aprendizagem, porque já passou por várias experiências até aprender 
inglês, por exemplo.
Com os relatos dos professores, é possível analisar o que os motivou a 
aprender uma língua estrangeira. Os professores já foram alunos aprendendo 
outro idioma e podem compartilhar suas experiências, angústias e realiza-
ções ao estudar e aprender uma língua, narrando, inclusive, a importância 
de aprender uma segunda língua. Se com os relatos de estudantes de língua 
inglesa, por exemplo, conseguimos informações relevantes sobre como eles 
aprendem um idioma (BOHN, 2006), os professores também são referência 
para ajudar seus alunos, relatando suas experiências pessoais, profissionais, 
suas crenças e descrenças ao estudar e ter que testar seu aprendizado do idioma. 
A pergunta “Como foi sua experiência de aprender inglês?” é um exemplo de 
pergunta que pode ser feita para coletar dados e entender as estratégias que 
auxiliaram ou dificultaram a aprendizagem da segunda língua, além de ajudar 
a perceber a importância, para cada um, de estudar uma língua estrangeira.
Alguns já respondem com a própria narrativa, deixando claro por que 
aprender idiomas revela tamanha importância, principalmente no mundo 
globalizado em que vivemos. Considerando as estratégias mencionadas aqui, 
percebemos que as estratégias cognitivas e as estratégias sociais, ou seja, a 
possibilidade de usar a língua com informações construídas por você e de 
interagir com os demais falantes nativos, mostram a importância de se falar 
uma língua estrangeira, pois, com isso, você pode ser capaz de se comunicar 
e interagir com as pessoas, provando sua capacidade de compreendê-las nessa 
interação (BOHN, 2006).
Entre as formas de estudar e aprender um idioma, encontra-se viajar para 
o país de origem, ouvir música e assistir seriados (BOHN, 2006). Não po-
demos esquecer que a internet tem se mostrado uma ferramenta forte no 
aprendizado de línguas estrangeiras, pois até exames de proficiência on-line 
estão disponibilizados atualmente. Pela internet, é possível se conectar com 
culturas diversas.
Essa é uma maneia mais informal de se aprender inglês, por exemplo. 
Dependendo da proposta que temos e do objetivo traçado, estudar a língua 
formalmente se faz necessário e a leitura é um recurso que nos permite entender 
o funcionamento da língua, sua origem, definição e aplicação. O objetivo não 
é estudar a história dessas línguas, mas se inteirar sobre sua funcionalidade. 
Entretanto, estar em contato com os falantes nativos mostra enriquecimento 
da língua estrangeira por parte do estudante. Oxford (1990) relata que “[...] 
13Por que estudar aquisição de segunda língua
estar no país ou na comunidade onde a língua-alvo é falada nativamente, tanto 
como residentes permanentes ou como visitantes temporários, é a melhor forma 
para se encontrar oportunidades para praticar a fala. Morar num país onde a 
língua é normalmente falada é uma imersão informal na língua e na cultura”. 
Como Bohn (2006, documento on-line) aponta, “[...] o processo de aquisição 
da língua inglesa é um sistema complexo que exige dos pesquisadores uma 
investigação minuciosa para buscar evidências sobre como a pessoa aprende a 
língua” e, no entanto, há estratégias bem-sucedidas de aprendizagem de inglês 
que mostram o quão relevante é aprender uma língua estrangeira.
One language sets you in a corridor for life. Two languages open every 
door along the way. 
Frank Smith
1. É possível afirmar que a palavras 
aquisição e aprendizagem apre-
sentam definições diferentes para 
muitos estudiosos? 
a) Não. A aquisição não se refere à 
língua materna e a aprendizagem 
não se refere à língua estrangeira.
b) Não. A aquisição só se refere à 
língua materna e a aprendizagem 
só se refere à língua estrangeira.
c) Sim. A aquisição se refere à língua 
estrangeira e a aprendizagem se 
refere à língua materna.
d) Não. A aquisição não se refere à 
língua materna e a aprendizagem 
só se refere à língua estrangeira.
e) Sim. A aquisição se refere à língua 
materna e a aprendizagem se 
refere à língua estrangeira.
2. Aprender um segundo idioma 
envolve muitos aspectos, que são 
objeto de estudo da Linguística Apli-
cada. Um dos aspectos a se consi-
derar é em relação às teorias peda-
gógicas utilizadas como modelos de 
ensino. Em relação às teorias peda-
gógicas, é correto afirmar que:
a) aprender a se comunicar em um 
segundo idioma só é possível 
com a aplicação de metodolo-
gias direcionadas.
b) as metodologias utilizadas na 
aprendizagem de um segundo 
idioma são falhas.
c) aprender a se comunicar em um 
segundo idioma é fácil para qual-
quer pessoa que queira estudar 
uma língua estrangeira.
d) as metodologias utilizadas na 
aprendizagem de um segundo 
idioma revelam certo insucesso 
devido à maneira com que são 
abordadas.
e) aprendemos melhor nossa língua 
materna por causa das metodo-
logias utilizadas.
Por que estudar aquisição de segunda língua?14
3. Complete a seguinte frase: 
__________ acontece de forma cons-
ciente, pois baseia-se em um esforço 
intelectual de aprender o idioma, e 
quem quer aprender pode estipular 
seus próprios objetivos.
a) A aquisição.
b) O ensino.
c) A aprendizagem.
d) O aprendizado.
e) A intelectualidade.
4. Em relação às estratégias de aprendi-
zagem, é possível dizer que:
a) as estratégias diretas são mais 
importantes que as estratégias 
indiretas.
b) as estratégias afetivas influen-
ciam na aprendizagem.
c) as estratégias indiretas são mais 
importantes que as estratégias 
diretas.
d) as estratégias sociais mostram 
o quanto os alunos devem 
esforçar-se para aprender um 
idioma.
e) as estratégias indiretas sãomenos estudadas.
5. Marque a única alternativa correta 
em relação à estratégia cognitiva.
a) É a estratégia relacionada à 
produção que o aluno é capaz de 
fazer na segunda língua.
b) É a estratégia que possibilita 
que o aluno memorize o maior 
número de informações neces-
sárias.
c) É a estratégia capaz de identificar 
o que o aluno não deve utilizar 
quando fala inglês, por exemplo.
d) É a estratégia que faz com que o 
aluno preste atenção em tudo ao 
seu redor.
e) É a estratégia que revela quando 
o aluno está pronto para praticar 
a segunda língua.
BOHN, V. C. R. As estratégias de aprendizagem de professores de língua inglesa. 2006. 
Disponível em: <http://www.veramenezes.com/artigovanessa.htm>. Acesso em: 
14 jul. 2018.
CALLEGARI, M. O. V. Reflexões sobre o modelo de aquisição de segundas línguas de 
Stephen Krashen: uma ponte entre a teoria e a prática em sala de aula. Trabalhos de 
Linguística Aplicada, v. 45, n. 1, p. 87-101, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/tla/v45n1/a06.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2018.
CHOMSKY, N. Aspects of the theory of syntax. Cambridge: MIT Press, 1965.
CHOMSKY, N. Syntactic structures. Mouton: The Hague, 1957. 
ECKERT, K.; FROSI, V. M. Aquisição e aprendizagem de línguas estrangeiras: princí-
pios teóricos e conceitos-chave. Domínios de Linguagem, v. 9, n. 1, p. 198-216, 2015. 
Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/
viewFile/28385/16869>. Acesso em: 13 jul. 2018.
15Por que estudar aquisição de segunda língua
ELIASSEN, E. A aquisição da linguagem. 2012. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.
br/bitstream/handle/123456789/175504/A%20Aquisi%C3%A7%C3%A3o%20da%20
Linguagem.pdf?sequence=2&isAllowed=y>. Acesso em: 14 jul. 2018.
GRIFFIN, K. Lingüística aplicada a la enseñanza del español como 2/L. 2. ed. Madrid: 
Arco Libros, 2011.
MARÍN, F. M. Aportaciones de la lingüística aplicada. In: LOBATO, J. S.; GARGALLO, I. S. 
(Orgs.). Vademécum para la formación de profesores: enseñar español como segunda 
lengua (L2)/lengua extranjera (LE). Madrid: SGEL, 2004.
OXFORD, R. L. Language learning strategies: What Every Teacher Should Know. Boston: 
Heinle & Heinle, 1990.
SCHLATTER, M.; GARCEZ, P. Educação linguística e aprendizagem de uma língua adi-
cional na escola. In: RIO GRANDE DO SUL. Referencial curricular: lições do Rio Grande. 
Linguagens, códigos e suas tecnologias: Língua Portuguesa e Literatura; Língua 
Estrangeira Moderna. Porto Alegre: Secretaria Estadual de Educação, 2009. v. 1. p. 
127-139. Disponível em: <http://servicos.educacao.rs.gov.br/dados/refer_curric_vol1.
pdf>. Acesso em: 14 jul. 2018.
Leitura recomendada
SCHÜTZ, R. Stephen Krashen’s theory of second language acquisition: assimilação natural, 
o construtivismo comunicativo no ensino de línguas. 12 mar. 2017. Disponível em: 
<http://www.sk.com.br/sk-krash.html>. Acesso em: 14 jul. 2018.
Por que estudar aquisição de segunda língua?16
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Os relatos dos alunos consistem em contribuição feita sobre algum evento. Muitas vezes são 
simples, e é possível aprender bastante com eles. Então, por que não usá-los como estratégias de 
aprendizagem de determinada língua estrangeira? A seguir, veja como esses relatos podem ajudar 
outras pessoas durante o processo de aquisição de segunda língua.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Na prática
Uma pessoa que trabalha em certa multinacional precisará falar inglês a partir do próximo ano. 
Como ela já estuda o idioma, seu líder informou que deverá se preparar e realizar prova de 
proficiência.
O resultado de tal avaliação vai oportunizar o aumento de salário que ela receberá quando assumir 
o novo cargo e começar a se comunicar em inglês com a sede da empresa situada na Europa.
Veja a seguir como ela vai se preparar para a prova.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
De sinal a signo: a “palavra” (discurso) em Bakhtin
No link a seguir, confira o artigo "De sinal a signo: a 'palavra' (discurso) em Bakhtin, que apresenta 
uma reflexão sobre a palavra "discurso" sem deixar de abordar a linguagem e suas definições sobre 
língua, fala e enunciação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A importância do ensino bilíngue na infância
Para ampliar seus conhecimentos, leia a reportagem sobre estudos que confirmam a importância do 
ensino bilíngue na infância.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Heterogeneidade na pesquisa em Linguística Aplicada: 
dialogismo como princípio de construção de conhecimento
Neste artigo, veja como os autores falam sobre heterogeneidade na pesquisa em Linguística 
Aplicada: dialogismo como princípio de construção de conhecimento.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/deb_nre/palavra_Bakhtin_dorne.pdf
https://www.rapidonoar.com.br/estudos-confirmam-importancia-do-ensino-bilingue-na-infancia/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502016000400981&lng=en&nrm=iso
Lidando com os erros
Apresentação
Seja bem-vindo!
Muitos são os questionamentos sobre o que são erros cometidos ao se estudar uma língua 
estrangeira e como lidar com eles quando ainda se está aprendendo a falar tal língua. Algumas 
vezes, as correções de algo considerado errado, em determinado idioma, são feitas na prática, ou 
seja, no exato momento em que o aluno está tentando falar.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os critérios para entender como o erro 
acontece, a importância dos elementos que levam à compreensão do texto e os parâmetros para 
analisar o erro.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar critérios para compreender a ideia de erro.•
Reconhecer a importância dos elementos extratextuais para a compreensão do erro.•
Definir parâmetros para a análise dos erros.•
Infográfico
Cometer erros ortográficos é comum. Ao aprender uma segunda língua, é quase inevitável não 
cometê-los, até porque, em inglês, algumas palavras são grafadas com letras duplicadas, por 
exemplo, mm, cc, tt, ee, etc. Além disso, determinadas incorreções acontecem por conta da 
pronúncia ou falta de atenção quando se está escrevendo.
No Infográfico a seguir, observe os erros ortográficos mais comuns que acontecem durante a 
aprendizagem. 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c6516905-4d97-43e5-9b2c-06edac6e617e/42b8b65c-bd78-4c08-a779-cd9a74f85962.jpg
Conteúdo do livro
Quando se está aprendendo um idioma, é comum cometer alguns erros de ortografia e pronúncia, 
entre outros. Incorreções não são bem-vindas e, ao se estudar uma língua, torna-se necessário 
prestar atenção nas atividades que têm um objetivo. Entretanto, às vezes, mesmo repetindo certos 
exercícios, determinadas atividades não dão conta de mostrar para o aluno o que é certo como um 
modelo e ensinam a gramática ou treinam o speaking, usando exercícios de repetição.
No capítulo Lidando com os erros, do livro Linguística aplicada ao ensino do inglês, você vai conhecer 
critérios para compreender o conceito de erro, além de elementos extratextuais que ajudam nessa 
compreensão e de parâmetros que permitem identificá-los.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
Lidando com erros
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deveapresentar os seguintes aprendizados:
  Estabelecer critérios para compreender a ideia de erro.
  Reconhecer a importância dos elementos extratextuais para a com-
preensão do erro.
  Definir parâmetros para a análise dos erros.
Introdução
Quando estamos aprendendo um idioma, cometemos alguns erros de 
ortografia, de pronúncia, entre outros. Erros não são bem-vindos e, quando 
estamos estudando um idioma, temos que prestar atenção nas atividades 
que têm um objetivo. No entanto, às vezes, mesmo repetindo alguns exer-
cícios, algumas atividades não dão conta de mostrar para o aluno o que 
é certo como um modelo e ensinam a gramática, ou treinam o speaking, 
usando exercícios de repetição. Neste capítulo, você conhecerá critérios 
para compreender o conceito de erro, elementos extratextuais que ajudam 
nessa compreensão e parâmetros que permitem identificá-los. 
A ideia do erro
As práticas pedagógicas para o ensino de idiomas são praticadas da mesma 
forma há muitas gerações. Nas últimas décadas, a sociedade tem agido diferen-
temente em um cenário em constante evolução e cheio de mudanças (LIMA; 
VOGELEY, 2012). Aprender inglês, ou até mesmo a própria língua materna, 
signifi cava aprender uma língua baseando-se nas normas da gramática pres-
critiva, o ensino da forma culta. Um exemplo sobre a norma culta da língua 
inglesa em relação ao subjuntivo é (VINCE, 2012):
If I were a good student, Mum would be proud of me.
(Se eu fosse uma boa aluna, minha mãe ficaria orgulhosa de mim.)
A norma culta da língua inglesa diz que, nesse exemplo, estudado em inglês 
como o 3rd Conditional ou o Present Unreal, quando se usa a cominação de 
IF + PAST SIMPLE na If clause, a conjugação do verbo to be no passado é 
para todos os sujeitos dessa oração, independentemente da conjugação ser 
was e were no passado para o verbo to be. Essa regra é prescritiva e ensinada 
dessa forma, negando a possibilidade de se usar, por exemplo: 
If I was a good student, Mum would be proud of me.
Usar esse conditional com o verbo to be conjugado como was, mesmo o 
sujeito permitindo essa conjugação, não era abordado pelos professores em sala de 
aula. Considerava-se uma impossibilidade, logo, um erro. A ideia de erro, então, 
partia do princípio de que se não está na gramática é errado, e que é necessário 
ensinar e aprender certo. No entanto, apesar das normas gramaticais existirem e 
serem estudadas, elas servem para serem aplicadas em determinados contextos. 
Continuar trabalhando o ensino/aprendizagem de línguas dessa forma, sem uma 
contextualização, é considerar que a sociedade não evoluiu (LIMA; VOGELEY, 
2012) e que precisa continuar a estudar e aprender as mesmas regras e normas, 
tornando a aprendizagem mecânica, sem ser voltada às práticas sociais. A língua 
é uma prática social, há interação quando se usa a língua.
Segundo Lima e Vogeley (2012), é comum que os professores tratem com 
“normalidade” ensinar o que a gramática aborda como padrão da língua culta. 
Dessa forma, suas avaliações se limitam ao certo e ao errado também. De 
acordo com esses autores, o ciclo linguístico e cultural é um aspecto rele-
vante no ensino/aprendizagem de línguas, ou seja, todo os alunos carregam 
uma bagagem linguística, porque já sabem falar quando vão para a escola, 
e cultural, porque levam consigo as práticas de sua comunidade. Esses 
aspectos são, na maioria das vezes, discriminados e caracterizados como 
erro. O comportamento desse aluno, reflexo de seu conteúdo linguístico e 
cultural, é considerado errado pelo professor. É um erro o aluno agir assim, 
conforme sua bagagem linguística e cultural, ao estudar a língua materna 
ou a língua estrangeira. 
Esse modo de trabalhar o ensino/aprendizagem de línguas não configura 
mais a realidade em que vivemos. Nesse sentido, a Sociolinguística, “[...] 
ciência que estuda a linguagem sem abstraí-la do contexto social em que é 
utilizada, encara a diversidade linguística como constituinte de seu próprio 
fenômeno linguístico” (LIMA; VOGELEY, 2012, p. 99). Tendo esse primeiro 
entendimento em relação ao conteúdo linguístico, questiona-se se os pro-
fessores de línguas estão preparados para lidar com a variação linguística 
Lidando com erros2
que eles presenciam em sala de aula e, que na maioria das vezes, é tratada 
como erro. 
A sociedade influencia bastante no que diz respeito à variação linguística, 
impondo o que é certo e errado. Contudo, o que a sociedade entende como 
erro, a Sociolinguística afirma ser uma inadequação que não condiz com as 
expectativas de quem ouve tal variação (BORTONI-RICARDO, 2006). Ao 
ouvir algo que o ouvinte considera inadequado, ele entende que as regras gra-
maticais, a estrutura da língua, não foram obedecidas. No entanto, é necessário 
estabelecer, também, o uso dessa linguagem oral e escrita. Escrever um texto 
em inglês ou português e não seguir a norma culta da língua é transgredir 
um código já prescrito pela ortografia daquela língua e já concretizado como 
um sistema que não prevê variação (BORTONI-RICARDO, 2006). Isso é 
exigido em um texto mais formal, uma dissertação. Contudo, com novas 
tecnologias de comunicação, as mensagens, na sua maioria, são escritas sem 
muita preocupação com as normas gramaticais.
Lima e Vogeley (2012, p. 99) dizem que “[...] a variação linguística é consi-
derada um componente da identidade de cada indivíduo, pois expressa traços 
sociais e culturais adquiridos em sua comunidade de fala durante toda vida. 
Em paralelo, a escola se consagra como o ambiente mais importante para o 
enriquecimento e desenvolvimento das habilidades linguísticas, inicialmente 
no plano da oralidade e, mais tarde, no plano da leitura e escrita”. Para Vogeley 
e Hora (2008), “[...] é necessário o desenvolvimento de um suporte teórico-
-metodológico adequado à realidade do país, em termos linguísticos e edu-
cacionais, contribuindo para uma pedagogia sociolinguisticamente sensível”.
Pergunta-se, então:
  Que profissionais são capacitados para trabalhar a aquisição e a apren-
dizagem da linguagem?
  Que alterações ocorrem no sistema de comunicação e que devem ser 
consideradas?
  Como esses profissionais devem abordar o ensino/aprendizagem de 
um idioma?
  Com potencializar o desenvolvimento linguístico dos discentes?
  Quais estratégias de ensino o professor deve usar para melhorar seu 
trabalho em sala de aula?
O professor de língua materna e língua estrangeira não pode apagar a 
identidade linguística e cultural do aluno e deve estar preparado para lidar 
com as variações linguísticas sem generalizar o conceito de erro nas produ-
3Lidando com erros
ções que esses alunos fazem em sala de aula. As variações linguísticas e os 
erros gramaticais devem ser diferenciados em produções que resultam da 
aprendizagem dos alunos. Ignorar a variação linguística e denominá-la erro 
desvaloriza a diversidade cultural da língua materna (LIMA; VOGELEY, 
2012) e prejudica a aprendizagem de uma língua estrangeira. 
A aquisição e a aprendizagem de uma língua são influenciadas pelo contexto 
e há muita diversidade nesse contexto, também vista como diferença. Lima 
e Vogeley (2012, p. 100) dizem que “[...] essas diferenças são empregadas na 
fala e na escrita dos alunos o tempo todo” e se perguntam se os professores 
sabem lidar com essas questões de ordem sociolinguística. 
Para Lima e Vogeley (2012, p. 107), de modo geral, “[...] os professores têm 
alguma noção sobre Sociolinguística, mas suas práticas pedagógicas ainda 
possuem certo cunho tradicional. O incômodo pela fala e escrita ‘erradas’ é 
uma atitude esperada, não só pelos docentes, mas por todas as pessoas que 
não estão inseridas na comunidade desses falantes [...]”, sendo necessário o 
desenvolvimento de estratégias de ensino sociolinguísticas e educativas para 
viabilizar um aprendizado da língua inglesa e da língua portuguesa, sem 
esquecer o respeito à identidade linguística de cada um. A Sociolinguística 
voltada para a educação pode contribuir de forma significativapara melhorar 
a qualidade do ensino de línguas. 
Os professores são os profissionais que devem estar atentos à diver-
sidade e à variação linguística em sala de aula e saber diferenciar essas 
diversidades e variações dos erros gramaticais. Uma equipe multidisciplinar 
envolvida nesse trabalho de ensino/aprendizagem também pode colaborar 
com os alunos. Lima e Vogeley (2012, p. 108) sugerem a inserção de um 
fonoaudiólogo para “[...] auxiliar os professores na diferenciação do “erro” 
gramatical x variação linguística x déficits de linguagem, na criação de 
contextos favoráveis para o aprendizado de todos os alunos”. Esses autores 
completam que;
[...] esses profissionais também podem auxiliar os professores na criação e 
promoção de programas que visem potencializar as habilidades linguísticas 
dos estudantes, principalmente, aquelas relacionadas à comunicação oral e 
ao aprendizado de leitura e escrita, no desenvolvimento de programas de 
capacitação do professor e na criação de metodologias de ensino que tornem 
à aprendizagem de línguas otimizada e prazerosa aos alunos.
Lidando com erros4
Collocations são expressões em inglês que revelam como as palavras se combinam. 
Em português, por dominarmos a combinação das palavras, às vezes achamos que 
a combinação em português é possível também em inglês. Eventualmente, nesses 
casos, usa-se uma combinação que pode não existir ou não ser natural no idioma 
estrangeiro, podendo causar erros no entendimento. Há muitos livros que trazem a 
combinação de palavras inglesas que se combinam: substantivos + substantivos, 
adjetivos + substantivos, verbos + substantivos, e assim por diante. A internet 
também pode fornecer uma lista de expressões ou de collocations. Vamos ver algumas 
collocations em inglês?
VERB + NOUN
Fix breakfast = preparar o café da manhã
Raise money = angariar fundos
Get a job = conseguir um emprego
Make a favour = fazer um favor
ADJECTIVE + NOUN
A light breakfast = um café da manhã leve
Spare time = tempo extra
Cutural activity = atividade cultural
Flat battery = bateria fraca
OUTRAS EXPRESSÕES
Close a deal = fechar um negócio
Take a nap = tirar uma soneca
Keep in touch = manter contato
Put out the fire = apagar o fogo
Os elementos extratextuais 
e a compreensão do erro
O texto é um instrumento de ensino de línguas porque permite trabalhar a 
linguagem formal ou informal, o tipo de vocabulário e as estruturas de uma 
língua, sejam elas baseadas na norma culta, nas regras gramaticais ou não. 
Compreender um texto é uma atividade que envolve certa complexidade e, 
por esse motivo, pesquisadores e educadores têm mostrado interesse em 
5Lidando com erros
compreendê-la melhor e compreender sua relevância para a aprendizagem 
de línguas e de demais conteúdos escolares (SPINILLO; HODGES, 2012).
São muitos os fatores que colaboram para a compreensão de um texto, mas 
o fator linguístico é determinante na decodificação do texto, além do voca-
bulário utilizado e do conhecimento sintático que se tem da língua. Spinillo 
e Hodges (2012) ainda falam nos fatores sociais presentes na compreensão de 
um texto, pois eles envolvem circunstâncias, tais como o contexto social, os 
objetivos, a motivação e a expectativa do leitor. 
Spinillo e Hodges (2012, p. 381) também apontam para a compreensão de 
textos concebida “[...] como a construção mental coerente e elaborada a partir 
de três instâncias: os elementos textuais, o leitor e a interação entre ambos”. 
Outras duas instâncias em relação ao texto consideram um modelo de texto 
base e um modelo situacional. 
O texto-base é uma representação fortemente baseada na integração das 
proposições explicitadas no texto, enquanto o modelo situacional consiste 
na integração entre o que o texto traz como informação e as elaborações do 
leitor a partir de seus conhecimentos prévios. O modelo situacional seria, 
então, o espaço em que ocorrem as inferências que possibilitam que o leitor 
complemente as informações que não estão explicitamente mencionadas 
no texto. De acordo com esse modelo, as inferências participam da inte-
gração de informações e a construção de sentidos, sendo a compreensão 
de textos um processo essencialmente inferencial (SPINILLO; HODGES, 
2012, p. 381).
As inferências são entendidas como um instrumento para a compreensão 
de um texto e “[...] são estabelecidas a partir da integração de informações 
intra e extratextuais, ou seja, de conexões entre as passagens do texto entre 
si, e entre elas e o conhecimento prévio do leitor (conhecimentos linguísticos 
e de mundo)”, como sugerem Spinillo e Hodges (2012, p. 382). As autoras 
afirmam que a dificuldade na compreensão de um texto decorre de problemas 
de inferência, porque a inferência é uma característica mais desenvolvida 
em leitores experientes, que têm mais habilidade em identificar os elemen-
tos essenciais na composição de um texto. Esse tipo de leitor entende que 
“[...] as inferências decorrem do fato de que nem tudo está explicitado no 
texto, tendo o leitor que preencher as lacunas deixadas pelo autor. O texto, 
portanto, está inacabado e aberto a várias interpretações. No entanto, apesar 
dessa flexibilidade, nem tudo pode ser inferido a partir do texto, havendo 
inferências desautorizadas, ou seja, erros de compreensão” (SPINILLO; 
HODGES, 2012, p. 382). 
Lidando com erros6
Há diferentes recursos metodológicos que levam a compreender um texto 
melhor. Spinillo e Hodges (2012) comentam sobre a tarefa de Cloze e a tarefa 
de responder perguntas.
A tarefa de Cloze é uma atividade utilizada para preencher lacunas, no 
texto, com palavras que sejam adequadas para essas lacunas. Para Stothard 
(2004), trata-se de uma tarefa apropriada para avaliar o conhecimento lexical 
e a relação que esse conhecimento lexical tem com a capacidade do leitor de 
decodificar. Não é uma atividade que avalia a capacidade do leitor de inferir 
informações intra e extratextuais.
A tarefa de responder perguntas é uma atividade de perguntas endere-
çadas ao leitor. As perguntas são feitas para avaliar o nível de compreensão 
do aluno, o leitor do texto a ser trabalhado, e essa compreensão pode variar 
de acordo com o assunto e o momento em que o texto é apresentado. 
Vamos considerar a seguinte situação: um estudante brasileiro está estu-
dando inglês e, para praticar a compreensão de um texto, a professora solicita 
que ele faça inferências. Essas inferências são feitas com o auxílio de perguntas 
sobre o texto, ou seja, essas inferências são feitas após a leitura do texto. Nessa 
simples atividade, é possível perceber que alguns alunos têm um bom nível de 
compreensão textual, enquanto outros apresentam mais dificuldades.
A relação do aluno com o texto, denominada por Marcuschi (2008) como 
a relação do leitor com o texto, pode ser entendida, por esse autor, como um 
horizonte, uma maneira de compreender a relação entre leitor e texto:
  O horizonte mínimo: relativo à paráfrase do texto.
  O horizonte máximo: relativo à construção de sentidos e inferências 
apropriadas. 
  O horizonte problemático: relativo a inferências pessoais do aluno, 
gerando uma compreensão inadequada.
  O horizonte indevido: relativo a uma interpretação errada e não per-
mitida do texto. 
Segundo a Spinillo e Hodges (2012, p. 382), a 
[...] compreensão literal toma por base as informações explícitas no texto, 
de modo que as inferências são derivadas do texto. A compreensão pro-
funda, por sua vez, envolve o estabelecimento de inferências que dependem 
do conhecimento prévio do leitor. O conhecimento prévio deriva de infor-
mações acumuladas ao longo da história de vida do leitor, variando desde 
conhecimentos gerais até conhecimentos específicos, adquiridos através de 
aprendizagens formais ou informais. 
7Lidando com erros
Saber estabelecer inferências é um diferencial de leitores mais experientes, 
conforme apontam Spinillo e Hodges: 
É válido ressaltar que tão importante quanto caracterizar o perfil dos leitores é 
conhecer a naturezadas dificuldades que apresentam; isto é, analisar os erros 
de compreensão que os leitores enfrentam ao procurar estabelecer inferências. 
(SPINILLO; HODGES, 2012, p. 383). 
Errar e acertar são formas de pensar sobre alguma coisa segundo Spinillo 
e Hodges (2012), que realizaram uma investigação buscando identificar que 
tipos de erros crianças com dificuldades de compreensão apresentam em 
relação ao estabelecimento de inferências. Os autores examinaram, também, 
se os erros variariam em função das condições de leitura proporcionadas: uma 
leitura contínua do texto, do início ao fim, e uma leitura interrompida, o texto 
lido por partes. “A ideia era que a leitura interrompida poderia não apenas 
diminuir o número de erros, mas também diminuir a frequência de algum 
tipo específico de erro” (SPINILLO; HODGES, 2012, p. 383).
Ainda há discussões a respeito do tipo de erro que pode acontecer em 
relação à leitura, pois ele não é claro. Spinillo e Hodges (2012, p. 385-386) 
consideram, em sua investigação, que “[...] uma perspectiva de desenvolvimento 
em que os erros (assim como os acertos) são considerados indicadores que 
permitem estabelecer inferências sobre formas de pensar entender como um 
leitor reage diante de um texto contribuiu para o entendimento da natureza 
das dificuldades específicas que eles apresentam ao estabelecer inferências”. 
Há diferentes tipos de erros relacionados à inferência, por exemplo:
  Erros relacionados a textos nos quais não há integração de informações 
intratextuais.
  Erros relacionados a textos nos quais há informação intratextual não 
permitida.
  Erros relacionados a textos nos quais há conhecimento prévio por parte 
do leitor e integração de informações intratextuais e extratextuais.
 Esses são apenas alguns, porque os erros podem estar relacionados a níveis 
de dificuldades diferentes, podendo ser mais elementares ou mais elaborados. 
“Os erros mais elementares seriam aqueles em que o leitor trata as informações 
de forma isolada (ou não verbaliza as possíveis relações entre as informações). 
Os erros mais elaborados, por sua vez, seriam aqueles em que tais relações são 
expressas nas respostas dadas, indicando o estabelecimento de inferências. Essas 
Lidando com erros8
inferências, entretanto, não são autorizadas pelo texto, expressando equívocos, 
distorções ou extrapolações indevidas” (SPINILLO; HODGES, 2012, p. 386).
Ao analisar erros, deve-se considerar que uma leitura interrompida pode 
integrar informações intratextuais e extratextuais e proporcionar ao aluno-
-leitor a oportunidade de associar seus conhecimentos prévios. Mesmo assim, 
a dificuldade pode persistir, porque essa integração não é suficiente para gerar 
uma inferência apropriada. No que se refere a uma leitura, os erros ocorrem 
pela não integração de informações que o aluno não consegue fazer com 
informações intratextuais e extratextuais em um processo de construção de 
sentidos que envolve as inferências para se aproximar da compreensão textual 
eficiente (SPINILLO; HODGES, 2012). Analisar erros também permite que 
o professor identifique as dificuldades dos alunos para direcionar o ensino, 
promovendo atividades guiadas para a compreensão dos textos e das atividades. 
Às vezes, estamos lendo um texto em inglês e, antes de conseguir fazer qualquer inferência 
sobre o texto, precisamos consultar algumas palavras no dicionário. O dicionário é um 
excelente instrumento na aprendizagem de uma língua estrangeira, de modo que 
aprender a usá-lo é essencial. Mesmo que você não saiba algumas palavras no texto, não 
pare a leitura para consultar palavra por palavra no dicionário. Faça uma leitura contínua 
do texto e sublinhe as palavras que você não sabe. Após a leitura, tente conectar as 
palavras com o contexto e, só depois, consulte-as no dicionário. Ao tentar encontrar 
uma palavra no dicionário e não conseguir, podemos ficar irritados. Isso acontece com 
palavras que tenham prefixos e sufixos, como, por exemplo, unfortunately. Você não 
encontrará essa palavra no dicionário porque já há o significado de unfortunate (infeliz, 
desastroso, desafortunado, lamentável). Nesse caso, o sufixo –ly transforma esse adjetivo 
em um advérbio cujo significado é “infelizmente”. Contudo, os melhores dicionários, 
atualmente, colocam as palavras derivadas logo após os significados da palavra principal, 
e você conseguirá consultar o significado de tais palavras lendo a explicação ao lado da 
palavra. A mesma coisa pode acontecer com os verbos. Se você procurar por gone e não 
achar o seu significado, pode ser porque gone é o particípio de go, e você só o encontrará 
se procurar o significado em go. Ao lado do verbo há, entre parênteses, a conjugação 
desse verbo no passado e no particípio (went e gone). Para utilizar o dicionário, é preciso 
conhecer um pouco sobre a classe gramatical das palavras. Outro erro comum ao usar 
o dicionário é optar pelo primeiro significado da palavra que você está consultando. Ler 
todos os significados primeiramente e, depois, escolher aquele que seja o mais adequado 
de acordo com o contexto é o ideal. Tenha cuidado para não optar imediatamente pelo 
primeiro significado que você encontrar; selecione um significado que você considere 
adequado para aquele contexto específico para o texto que você está lendo.
Fonte: Cavalcante (2012). 
9Lidando com erros
Analisando os erros
Muitas pesquisas já foram feitas em relação ao ensino/aprendizagem de línguas 
e muitas formas de se abordar e trabalhar a língua materna e estrangeira já 
foram investigadas e aplicadas ao longo de anos de estudos da Linguística 
Aplicada. Uma consideração a ser feita é em relação à ênfase ao erro. Quando 
se estuda e aprende uma língua, o erro é uma palavra presente. A ênfase que 
se dá ao erro serve para mostrar o que a língua entende como certo, ou seja, 
que as regras gramaticais estão corretas e elas devem ser usadas; por outro 
lado, o que foge das normas da língua culta é caracterizado como errado. 
No ensino de línguas, os professores costumam considerar que houve 
aprendizagem e, portanto, não entendem como alguns alunos não conseguem 
apresentar progresso na sua aprendizagem, mesmo que tal processo não 
aconteça pela simples transmissão de informações (MEIRELES; FERREIRA, 
2010). Essa colocação pode levar a mais uma indagação. Se os professores 
concluem que não há progresso de aprendizagem por parte dos alunos, como 
eles veem a produção da comunicação feita por esses alunos? Como eles 
encaram os erros produzidos pelos alunos? Como os professores realizam 
as correções em relação à aprendizagem dos alunos? Quão eficientes são 
essas correções?
Meireles e Ferreira (2010, p. 48) afirmam que “Chomsky (1965) parece se 
posicionar contra o fato de que a aprendizagem se dê porque passamos por 
um processo criterioso de correções, afirmando que essas são escassas. Na 
verdade, o que recebemos da língua é algo pobre e fragmentado”. Então, de 
que maneira aprendemos uma língua se não pelas correções que são feitas 
sobre o que é certo ou errado usar?
Para Meireles e Ferreira (2010, p. 49), a prática é responsável pela apren-
dizagem de uma língua, mas “Somente a prática daria conta de tal aprendi-
zagem ou haveria um ponto de inserção para a intervenção corretiva?” Os 
autores direcionam sua pesquisa para uma discussão sobre feedback corretivo 
e aprendizagem de línguas, questionando se a correção é uma intervenção 
para melhorar o ensino/aprendizagem de línguas. Em sua investigação, em 
algumas situações em que os alunos “erraram” ao aplicar o conhecimento 
aprendido da língua que estão estudando, os autores não percebem como os 
alunos continuam errando mesmo depois de serem corrigidos. As respostas não 
são simples e é fundamental considerar fatores como motivação, metodologia, 
profissionais, aptidão; outros tipos de fatores, até mesmo mais complexos, 
devem ser considerados para se tentar chegar ao motivo pelo qual as correções 
parecem não funcionar. 
Lidando comerros10
Meireles e Ferreira (2010, p.49) abordaram a inadequação metodológica 
para “[...] tentar lidar com a questão da correção e dos efeitos que esta produz, 
ou deveria produzir, na produção do aluno”. Os autores perceberam que a 
inadequação metodológica sozinha não é capaz de responder tal indagação 
porque a aprendizagem de uma língua é imprevisível (PAIVA, 2005). Alguns 
modelos de aquisição querem impor que a aprendizagem de línguas seja linear 
e previsível (MEIRELES; FERREIRA, 2010), mas não há possibilidade de 
dizer, seguramente, que o que funciona para um aluno também funcionará 
para outro. Como Paiva (2005) afirma, “há um conjunto imprevisível de 
comportamentos dinâmicos possíveis no contexto da aprendizagem, pois a 
criatividade é uma característica dos sistemas complexos”.
Meireles e Ferreira (2010, p. 50) afirmam que:
Historicamente, há uma diferença na maneira como os erros eram e são vistos, 
e tal diferença está atrelada às diversas concepções de ensino de línguas, à 
maneira como cada teoria concebe o erro. Portanto, a forma como os erros 
eram percebidos num determinado período da história humana era distinta 
da maneira como os mesmos são percebidos na atualidade. As concepções de 
como se ensina ou aprende uma língua mudam e, consequentemente, a forma 
de tratamento dos erros. Quanto aos behavioristas, o erro era visto como algo 
a ser controlado e, portanto, minimizado, ou mesmo extirpado, no processo de 
aquisição de uma língua, pois essa aquisição nada mais era do que a formação 
de hábitos. Percebemos, então, a influência negativa que o erro exercia no 
processo. E, se era negativo, deveria ser eliminado. 
O behaviorismo, do termo inglês behaviour, significa comportamento e é um conceito 
generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre comportamento.
No que diz respeito à segunda língua mais especificamente, os erros eram 
considerados frutos da transferência do conjunto de hábitos de uma L1 (lín-
gua materna) para a L2, ou seja, todo erro cometido na L2 advinha de uma 
influência da L1 do aprendiz (FIGUEIREDO, 2004). Podemos analisar o 
seguinte exemplo:
*I don’t speak more with Mary.
(Eu não falo mais com Mary.)
11Lidando com erros
Essa produção em inglês reflete a transferência que um aluno que fala 
português produz ao querer dar tal informação. Em inglês, a forma mais 
adequada de se dizer tal frase é:
I don’t speak with Mary anymore.
Considerando que a aprendizagem é baseada em um sistema complexo e 
imprevisível, como mencionado anteriormente, Meireles e Ferreira (2010) se 
perguntam se é possível interferir nesse sistema e se as correções feitas em sala 
de aula influenciam no processo de aprendizagem de uma língua. Os autores 
expõem que muitas foram as mudanças ocorridas no ensino de língua com 
o passar do tempo e que houve uma mudança de paradigma após a teoria de 
Chomsky (1965 apud MEIRELES; FERREIRA, 2010), que aborda de forma 
diversa a concepção do que é aprender uma língua, mudando, também, a 
maneira de se conceber os erros. Enquanto os behavioristas viam os erros 
como algo negativo que deveria ser coibido, na teoria de Chomsky via-se os 
erros como a indicação de que alguma regra poderia estar sendo internalizada 
e, por esse motivo, os ‘erros’ aconteciam. O erro deixa, então, de ser visto 
como algo negativo e é até desejável no processo de aquisição de uma língua 
porque, segundo a teoria de Chomsky, os erros cometidos na aprendizagem 
da língua estrangeira não são necessariamente influenciados pela língua 
materna, mas fazem parte do processo de formação de hipóteses do aprendiz 
sobre a nova língua. Sendo assim, ao produzir algo, ao tentar comunicar-se 
na língua estrangeira, o aprendiz cometeria erros (FIGUEIREDO, 2004) não 
aceitos na língua materna.
No entanto, é essencial lembrar quatro aspectos em relação à língua (MEI-
RELES; FERREIRA, 2010):
  A língua é um sistema complexo.
  Os erros são inerentes ao sistema.
  Diferentes teorias tratam os erros de forma diferente.
  Cada teoria entende a correção do erro de maneira diferente.
Faz-se necessário destacar que cada professor tem uma determinada 
maneira de corrigir o erro cometido pelo seu aluno e essa maneira pode ser 
entendida como uma crença que cada professor tem em relação ao ensino/
Lidando com erros12
aprendizagem de línguas. Essa crença também pode orientar as práticas do 
professor em sala de aula, influenciando nas crenças dos próprios alunos 
(MEIRELES; FERREIRA, 2010). Os autores acreditam que, quando se 
aprende uma língua estrangeira, o erro pode estar relacionado ao modo de 
agir, já que as situações cotidianas são variadas. Além disso, o professor 
e o aluno pensam de maneiras distintas em relação ao erro no processo de 
ensino/aprendizagem: 
Ao percebermos que as crenças envolvem o processo de correção de erros, 
pode tornar-se mais fácil para o professor a escolha de métodos e técnicas de 
correção que viabilizem o processo de aquisição de uma língua. Se as crenças 
são moldadas pelas experiências individuais, no que diz respeito aos diferentes 
aspectos das nossas vidas, podemos dizer que as técnicas de correção são, 
numa dada medida, usadas e modificadas por cada professor de acordo com 
suas experiências pessoais e coletivas. Da mesma forma, a maneira como os 
alunos percebem e aceitam tais correções também parece ser influenciada 
por suas crenças (MEIRELES; FERREIRA, 2010, p. 54). 
A correção do erro na aprendizagem de uma língua é um assunto a ser 
tratado dentro de uma metodologia de correção que deve fazer parte da crença 
do professor como constatam Meireles e Ferreira (2010, p. 54-55), que ressal-
tam, ainda, que a “[...] correção deveria ser feita de forma sutil, não expondo 
o aprendiz a situações constrangedoras e que a importância das crenças no 
processo de ensino/aprendizagem de línguas está diretamente relacionada à 
compreensão das ações de aprendizes e professores”.
Neste link, você encontrará dicas para ler em inglês. Acessando a página, você encon-
trará um documento com alguns exemplos de palavras a serem observadas quando 
você estiver lendo um texto na língua inglesa.
https://goo.gl/HgUcgJ 
13Lidando com erros
1. Em relação ao aprendizado das 
línguas inglesa e portuguesa, é 
correto afirmar que antigamente:
a) O ensino era focado na 
linguagem mais adequada.
b) O ensino era baseado na troca 
de experiências entre aluno e 
professor.
c) O ensino era baseado na 
experiência que os alunos tinham 
em relação à sua língua.
d) O ensino era focado no interesse 
que o aluno tinha em aprender 
determinado assunto.
e) O ensino era focado nas normas 
da gramática prescritiva.
2. Em relação à frase: If I were you, I’d 
stay home, podemos dizer que:
a) A frase está incorreta porque a 
conjugação do verbo to be para 
I é was.
b) A frase está correta porque eu não 
sou você no passado dessa frase.
c) A frase está correta porque eu 
poderia ser você no passado 
dessa frase.
d) A frase está correta porque you é 
usado depois da conjugação do 
verbo to be.
e) A frase está incorreta porque If 
I were you e stay home não são 
complementos possíveis.
3. A língua inglesa é uma língua cheia 
de expressões. Algumas expressões 
são chamadas de collocation. Há uma 
collocation na seguinte alternativa: 
a) Peter always works hard.
b) Are you sitting up?
c) He never does business on Sunday.
d) Did you turn off the lights?
e) Peter works hard every day.
4. Um recurso metodológico para 
identificar elementos intra e 
extratextuais para ajudar o aluno a 
fazer inferências relacionadas a um 
texto, por exemplo, e até mesmo 
entender seus erros, caso ocorram 
na interpretação do texto, é:
a) Ler o texto sempre que esquecer 
alguma informação.
b) Ler o texto e responder 
perguntas direcionadas a ele.
c) Ler o texto com alguém que sabe 
mais do que você.
d) Ler o texto somente com o auxílio 
do professor que orientou a tarefa.
e) Ler o texto uma vez e voltar a 
lê-lo novamente uma semana 
depois.
5. Qual alternativaestá correta em 
relação a um aluno cometer erros ao 
falar inglês, sendo que fala portu-
guês como língua materna e está 
aprendendo inglês como língua 
estrangeira?
a) Os erros são inerentes ao 
sistema linguístico e acontecem 
inevitavelmente.
b) Os erros não podem acontecer 
quando os alunos estão 
estudando corretamente. 
c) Os professores são os principais 
responsáveis pelos erros que os 
alunos cometem.
d) Os erros poderiam ser evitados 
se a metodologia aplicada fosse 
eficiente nas escolas.
e) Os erros podem acontecer 
porque as pessoas já estão 
acostumadas com eles.
Lidando com erros14
BORTONI-RICARDO, S. M. O estatuto do erro na língua oral e na língua escrita. In: 
GORSKI, E.M.; COELHO, I.L. Sociolinguística e Ensino: contribuições para a formação 
do professor de língua. Florianópolis: UFSC, 2006.
FIGUEIREDO, F. J. Q. Aprendendo com os erros. 2. ed. Goiânia: UFG, 2004.
LIMA, I. L. B.; VOGELEY, A. C. E. O Professor, as variações linguísticas e os “erros”: o 
que falta para uma pedagogia sociolinguisticamente sensível? Revista Lugares de 
Educação, v. 2, n. 3, 2012. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/
rle>. Acesso em: 13 jul. 2018.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: 
Parábola, 2008.
MEIRELES, U. S.; FERREIRA, D. A. O professor de línguas e as correções de erros. DO-
MÍNIOS DE LINGU@GEM Revista Eletrônica de Linguística, v. 4, n. 2, 2010. Disponível em: 
<http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem>. Acesso em: 13 jul. 2018.
PAIVA, V. L. M. O. Modelo fractal de aquisição de línguas In: BRUNO, F.C. (Org.). Re-
flexão e prática em ensino/aprendizagem de língua estrangeira. São Paulo: Clara Luz, 
2005. p. 23-36.
SPINILLO, A. G.; HODGES, L. V. S. D. Análise de erros e compreensão de textos: com-
parações entre diferentes situações de leitura. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 28, n. 
4, p. 381-388, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v28n4/06.pdf>. 
Acesso em: 13 jul. 2018. 
STOTHARD, S. E. Avaliação da compreensão de leitura. In: SNOWLING, M.; STACKHOUSE, 
J. (Ed.). Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Porto Alegre: Artmed, 
2004. p. 280-324.
VINCE, M. Macmillan English grammar in context: advanced. Thailand: Macmillan, 2012.
VOGELEY, A. C. E.; HORA, D. Variação linguística, desvio fonológico e ingresso escolar. 
In: CONGRESO INTERNACIONAL DE LA ALFAL. 15., Montevideo, 2008. Resúmenes... 
Montevideo: Gega, 2008.
Leituras recomendadas
CAVALCANTE, I. F. Inglês: uso de dicionários e de gramáticas. Natal: Sedis, [2012]. (Curso 
Técnico em Segurança do Trabalho). Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/ima-
ges/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seguranca/ingles/291012_ing_a03.
pdf>. Acesso em: 13 jul. 2018. 
CHOMSKY, N. Aspects of the theory of syntax. Massachusetts: MIT press, 1965. 
DIAB, R. L. Error correction and feedback in the EFL writing classroom. English Teaching 
Forum, v. 44, n. 3, p. 2-13, 2006. 
15Lidando com erros
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Cometer erros ao aprender uma língua é inevitável. Isso porque é um sistema complexo que só os 
seres humanos têm a capacidade de utilizar. O sistema linguístico é variado, e cada pessoa tem 
determinada maneira de utilizar o idioma e interagir com a linguagem mais apropriada para cada 
ocasião. Logo, errar é considerado, muitas vezes, parte da aprendizagem.
Para compreender melhor esse processo do erro no aprendizado de uma língua e conhecer as 
incorreções mais comuns cometidas pelo falante, não deixe de assistir à Dica do Professor a seguir.
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Na prática
Andreia está estudando discurso indireto em inglês e pede a sua amiga Elisângela ajuda com os 
verbos tell, say, talk,speak, talk about e discuss, muito utilizados e chamados de verbos do discurso. 
O que isso significa? São usados para dizer que alguém conta alguma coisa, comenta algo, discute.
Elisângela explica a Andreia que cada um desses verbos pede um complemento. Para continuar 
usando-os como verbos do discurso, e não errar no complemento e modificar o seu sentido, é 
preciso empregá-los de maneira específica, o que você pode acompanhar neste Na Prática.
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acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a90433c4-ba3b-4a29-bada-13cfdc33e244/8fd2e285-0bf0-4aaf-9350-8c13c2cb2ddf.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Melhorar o vocabulário
Texto que apresenta dicas para você não errar na hora de usar expressões na língua inglesa.
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Os 10 erros mais comuns
Reportagem que fala sobre os 10 erros mais comuns que um brasileiro comete quando fala inglês e 
os que um falante da língua inglesa comete quando fala português.
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Ler o passado com ferramentas do futuro: uma análise digital 
de textos críticos do início do século XIX
Artigo que traz uma análise de textos antigos produzidos no Reino Unido, na França e em Portugal.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.inglesnapontadalingua.com.br/tag/melhorar-o-vocabulario
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160226_erros_portugues_rb
http://www.scielo.br/pdf/alea/v19n3/1807-0299-alea-19-03-651.pdf
A aquisição da segunda língua: 
teorias e abordagens
Apresentação
A aquisição de uma segunda língua pode acontecer de maneira formal ou informal. São muitas as 
teorias e as abordagens sobre aquisição de segunda língua que variam de acordo com o 
pensamento de cada autor. Ao falar e escrever usando a segunda língua, por exemplo, você 
considera, inevitavelmente, o contexto para se comunicar.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as principais abordagens sobre aquisição de 
segunda língua e seus conceitos teóricos. Também vai aprender a desenvolver um pensamento 
crítico em relação às diferentes teorias e abordagens sobre o tema.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as principais abordagens sobre a aquisição de uma segunda língua.•
Reconhecer os conceitos teóricos básicos sobre a aquisição de uma segunda língua.•
Desenvolver um pensamento crítico em relação às diferentes teorias e abordagens sobre a 
aquisição de uma segunda língua.
•
Infográfico
Aprender inglês, ou português, como segunda língua não se resume a ir a uma escola de idiomas e 
aprender o vocabulário e as estruturas dessa língua. Afinal, não é somente na escola que se 
aprende um idioma.
Diferentes pesquisadores contribuíram muito com suas teorias sobre aquisição de segunda língua. 
Conheça alguns desses enfoques no Infográfico, a seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/1f9ca958-8a3e-4bd6-a569-ea0d223c60d8/edfda8d2-454e-4c02-aa4d-0226a82f01cd.png
Conteúdo do livro
Há muitas décadas, teóricos e estudiosos vêm tentando explicar como a aquisição da segunda 
língua acontece. Seus estudos originaram pesquisas sobre aquisição de primeira e segunda línguas, 
com diferentes abordagens, e cada abordagem traz diferentes teorias sobre como as pessoas 
aprendem sua língua materna e uma segunda língua.
No capítulo Aquisição da segunda língua: teorias e abordagens, da obra Linguística aplicada ao 
ensino do inglês, você vai conheceras principais abordagens, os conceitos básicos e as críticas às 
teorias relacionadas à aquisição de segunda língua.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
APLICADA AO 
ENSINO DO INGLÊS
Dayse Cristina
 
Aquisição de segunda 
língua: teorias e 
abordagens
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as principais abordagens sobre aquisição de segunda língua.
  Reconhecer os conceitos teóricos básicos sobre a aquisição de se-
gunda língua.
  Desenvolver um pensamento crítico em relação às diferentes teorias 
e abordagens sobre aquisição de segunda língua.
Introdução
A aquisição de uma segunda língua pode acontecer de maneira formal 
ou informal. São muitas as teorias e as abordagens sobre aquisição de 
segunda língua, e elas variam de acordo com o pensamento de cada 
autor. Ao falar e escrever usando a segunda língua, por exemplo, você 
considera, inevitavelmente, o contexto para se comunicar.
Neste capítulo, você vai estudar as principais abordagens sobre aqui-
sição de segunda língua e seus conceitos teóricos, além de aprender a 
desenvolver um pensamento crítico em relação às diferentes teorias e 
abordagens sobre o tema.
As principais abordagens sobre aquisição 
de segunda língua
O processo de aquisição de segunda língua (L2) tem sido objeto de estudo de 
muitos pesquisadores. Elaborar novas teorias sobre aquisição de segunda língua 
tem levado estudiosos a pesquisarem sobre como a aquisição está ligada à 
aprendizagem humana e, ao mesmo tempo, à comunicação (BEZERRA, 2003). 
Essa curiosidade marca, também, um importante passo, que é o de tentar 
explicar o processo de aprendizagem detalhadamente para melhor entender 
os sucessos e insucessos que os estudantes de uma segunda língua enfrentam, 
como afirma Bezerra (2003).
Os estudos linguísticos sobre aquisição de linguagem começaram a ganhar 
mais destaque com a contribuição de Noam Chomsky. Entretanto, há contri-
buições sobre o processo de aquisição de segunda língua também relacionadas 
à questão sociolinguística. 
Na década de 1960, surgiram os estudos sobre a aprendizagem da segunda 
língua, relacionando o assunto a aspectos das práticas de ensino de línguas. 
No entanto, desde o movimento da reforma na área de ensino de línguas, no 
final do século XIX, havia uma tendência de propor uma base teórica na área 
de aprendizagem de línguas para fundamentar os métodos que surgissem 
(BEZERRA, 2003). Chegou-se à conclusão, assim como Bezerra (2003, p. 
32) ainda expõe, que:
[...] a aprendizagem de língua materna estaria equacionada à formação de 
hábitos, a partir de um estímulo que acarretaria uma resposta que, por sua 
vez, sofreria um reforço positivo caso a resposta fosse aquela esperada e que 
devesse ser mantida. O reforço seria negativo caso a resposta não fosse a 
esperada e não devesse ser mantida. No que diz respeito ao aprendizado de 
L2, haveria um problema: substituir os hábitos linguísticos adquiridos em L1 
por outros, podendo haver interferência positiva ou negativa.
Noam Chomsky é americano, linguista, professor e seu trabalho está relacionado à 
linguagem. Para ele, o desenvolvimento da linguagem é feito por erros, até que se 
consiga internalizar as estruturas linguísticas
Para Chomsky, as crianças, por exemplo, são criativas, ou seja, elas não só 
reproduzem as frases que ouvem, mas internalizam as regras que aprendem 
para criar novas combinações de frases e estruturas. Chomsky, então, propõe 
a existência de uma gramática universal com uma perspectiva linguística 
para compreender a aquisição da L2 (BEZERRA, 2003, p. 32), porque para 
ele é preferível: 
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens2
[...] trabalhar com a língua em abstração, ou seja, orientada para a compe-
tência (capacidade para produzir sentenças gramaticalmente corretas), pois a 
produção (a efetivação daquela capacidade no uso) está cheia de incorreções. 
Baseado nesse princípio, ele afirma que as crianças são portadoras de um 
mecanismo de aquisição de linguagem, de sorte que são naturalmente pro-
gramadas para descobrir as regras da língua, de forma que não passa pelo 
processo estímulo-resposta-reforço.
A gramática universal (GU) que Chomsky propõe é comum para todos os 
seres humanos e é regida por aspectos que fazem as línguas serem similares 
entre si; esses aspectos, por sua vez, restringem-se a partir de parâmetros que 
são responsáveis por um conjunto de propriedades linguísticas. Dessa forma, 
[...] as crianças desenvolveriam em L1 uma ‘gramática básica’ através do 
insumo positivo de sentenças que auxiliam a modificar os princípios básicos 
que elas já trazem consigo através da parametrização dos elementos não mar-
cados e “desenvolveriam também uma gramática periférica” para dar conta 
de regras mais marcadas e específicas daquela L1, diferentes dos universais 
linguísticos (BEZERRA, 2003, p. 33).
Para Mitchell e Myles (1998), a aquisição de L2 pode assumir algumas 
possibilidades lógicas. São elas: 
  Não acesso à hipótese: compreensão de que a GU não influencia a aquisição 
de L2 em função de o aprendiz, que se atrofia com a idade, não ter mais 
acesso a ela. Considera-se que há uma idade crítica para o aprendizado de 
L2 depois da qual o aprendiz precisa utilizar outros recursos.
  Acesso total à hipótese: os processos de aquisição de L1 e L2 são 
semelhantes, porque o aprendiz acessa diretamente a GU. Sem que 
sejam constatadas limitações em função de algum período crítico, a 
diferença está na maturidade cognitiva e nas necessidades do aprendiz.
  Acesso indireto à hipótese: embora a GU não esteja envolvida direta-
mente na aquisição de L2, o aprendiz tem acesso indireto por meio da 
L1, a partir de parâmetros já fixados. No caso de a L2 apresentar parâ-
metros diferentes, o aprendiz deve basear-se em mecanismos diversos 
para adequar os dados referentes à L2 às suas representações internas.
  Acesso parcial à hipótese: buscando conciliar fatos contraditórios no 
processo de aquisição de L2, o aprendiz tem, à sua disposição, alguns 
aspectos da GU.
3Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens
Bezerra (2003) apresenta algumas críticas de autores em relação ao modelo 
teórico de aquisição de linguagem, como Ellis (1994), que afirma que a hipótese da 
gramática universal admite um conhecimento linguístico e homogêneo, ignorando 
a variação; Mitchell e Myles (1998) apontam que é preocupante a limitação que se 
dá à sintaxe, à semântica, à pragmática e ao discurso, porque, sob esse modelo, a 
pesquisa não leva em consideração variáveis psicológicas e sociais; Larsen-Freeman 
e Long (1994 apud BEZERRA, 2003, p. 34) questionam a afirmação de Chomsky 
de que a aprendizagem de línguas ocorre rapidamente e de que está basicamente 
completada por volta dos cinco anos de idade, “posto que há evidências empíricas 
de que aspectos complexos de sintaxe são adquiridos bem mais tarde”. Entretanto, 
podemos salientar que, conforme apontam Mitchell e Myles (1998, p. 70), esse 
modelo teórico parece útil se considerado como uma ferramenta sofisticada para 
análise linguística, permitindo aos pesquisadores formularem hipóteses bem 
definidas que podem ser testadas em pesquisas empíricas. 
Sob a perspectiva sociolinguística em aquisição de L2, Mitchell e Myles (1998, 
p. 164) dizem que a etnografia da comunicação “[...] estuda os papéis sociais da 
linguagem na estruturação da identidade dos indivíduos, na cultura de comunidades 
e sociedades e nos contextos e eventos nos quais os participantes fazem um grande 
esforço para atingir seus objetivos comunicativos através de uma L2”. Bezerra 
(2003, p. 45) elenca temas de pesquisa da etnografia da comunicação, como: 
  Controle de acesso e relações de poder na comunicação em L2 – estudos 
que demonstram que aprendizes de L2, em contextos reais de comuni-
cação, podem ser objeto de abuso e discriminação racial devido a uma 
assimetria de poder entre os que estão interagindo, especialmente entre 
osrepresentantes da classe dominante falante da L2;
  Divergências e mudanças em relação às expectativas culturais – estudos 
que se debruçam sobre problemas na comunicação entre falantes nativos 
e não nativos, especialmente no que se refere à interpretação das regras 
particulares de conduta. Os conflitos analisados derivam de variados 
contextos sociais em que, para que se interaja com cooperação e se evite 
constrangimentos, algum conhecimento cultural deve ser compartilhado.
  Identidade e autoestima do aprendiz – estudos sobre esses fatores como 
integrantes das trocas realizadas a partir da L2 e sobre sua interferência 
na comunicação entre os participantes do processo de interação.
  Afeto e a emoção no uso de L2 – estudos que revisam a teoria do filtro 
afetivo de Krashen mostram como ela não é suficiente para considerar 
uma interface social que leve em conta questões ligadas ao afeto e à 
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens4
emoção. Desse modo, a teoria do filtro afetivo não contribui com os 
estudos etnográficos de aquisição/aprendizagem da L2. 
Observe a Figura 1, que traz um exemplo de como a distância ou a proximi-
dade entre as línguas dificulta ou facilita a comunicação entre os indivíduos.
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5Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens
Para Mitchell e Myles (1998), o processo de aquisição e uso de L2 sofre 
grande influência social e não pode ser considerado como um processo que 
ocorre de maneira neutra; por isso, aprender uma segunda língua apresenta 
certas dificuldades. A tradição sociolinguística está relacionada à variação 
que ocorre nos estudos sobre aquisição de L2 (BEZERRA, 2003), o que fez 
Tarone (1988 apud BEZERRA, 2003, p. 47) detectar o seguinte: 
[...] variação de acordo com o contexto linguístico; variação de acordo com 
fatores psicológicos de processamento; variações de acordo com as caracte-
rísticas do contexto social (interlocutor, tarefa ou tópico, normas sociais) e 
variações de acordo com a função da linguagem.
Os estudos referentes à L2 e à variação que ocorre na sua aprendizagem 
estão sendo entendidos de maneira que permitam sugerir hipóteses quando 
analisados.
Stephen Krashen é um linguista norte-americano e fundador do Modelo do Monitor, 
modelo que destaca a hipótese da distinção entre aquisição e aprendizagem.
Conceitos básicos sobre aquisição 
de segunda língua
Os estudos linguísticos têm dado ênfase a falantes que dominam uma língua, a 
língua materna (L1) (SILVA, 2005). No entanto, os mesmos estudos linguísticos 
apontam que há um grande número de falantes bilíngues, ou seja, falantes que 
moram em países como o Canadá e a Suíça, onde são faladas duas ou três línguas. 
A investigação sobre aquisição de segunda língua, mais precisamente da 
língua inglesa como segunda língua, traz alguns conceitos de L2. 
De uma forma simples, podemos definir Linguística como o estudo da linguagem 
humana. Por seu turno, enquanto faculdade cerebral que nos permite a aquisição 
de uma língua particular, a linguagem pode ser encarada como ‘um sistema de 
conhecimentos geneticamente inscritos na mente humana, que a criança traz a 
priori para o processo de aquisição de uma língua’, os quais serão moldados em 
função do input linguístico a que a mesma é submetida (SILVA, 2005, p. 98).
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens6
A língua materna é aprendida na infância e, segundo Silva (2005), não 
corresponde necessariamente à língua oficial do país em que a pessoa vive. Se 
isso ocorre, podemos dizer que essa pessoa pode adquirir uma segunda língua, 
ou seja, aprender a língua dominante do país onde ela vive, sendo a língua 
dominante, nesse caso, a L2. Logo, a aquisição da L2 acontece simultaneamente 
à L1, o que marca o bilinguismo de uma criança, no qual o aprendizado não é 
o de uma língua estrangeira (adquirida em condições formais, no contexto de 
escolas), e sim, efetivamente, de uma L2 (já que a criança a adquire como uma 
língua materna, em função de ser exposta a essa língua desde os seus primeiros 
meses e ao longo de seu desenvolvimento linguístico) (SILVA, 2005, p. 99).
A aquisição de L2 já é alvo de investigação desde a década de 1970, sendo 
centrada, sobretudo, no domínio da sintaxe ou da fonologia, como afirma Silva 
(2005), que ainda questiona se há uma sequência natural, mediante a qual os 
aprendizes de L2 progridem, ou se o percurso na L2 varia de indivíduo para 
indivíduo, sob a influência de fatores como as propriedades da sua L1? 
Os estudos relativos à sintaxe de línguas próximas, mas com propriedades distintas 
quanto à posição que os constituintes principais ocupam nas frases (como o Inglês 
ou o Português, por exemplo) permitem dar uma resposta a esta questão, tornando 
possível admitir que a sequência de aquisição é determinada principalmente pela 
aquisição de uma ordem de palavras típica e pela aprendizagem subsequente 
relativa à forma como os elementos se movem (SILVA, 2005, p. 102). 
Observe o exemplo: Give me some more time, please (Dê-me mais tempo, 
por favor). Em inglês, a posição do pronome oblíquo (nesse caso, me) é sempre 
depois de um, principalmente quando esse verbo começa uma frase imperativa. 
Em português, a regra é a mesma, caracterizando uma fala mais formal, pois 
é mais comum dizer oralmente: “me dê mais tempo, por favor”. Em inglês, 
Give me some more time, please é a única forma de se dizer essa frase. Então, 
na aquisição do inglês como L2, aprende-se, subsequentemente, que não é 
possível dizer me give, mas somente give me — enquanto, por aproximação 
de sintaxe, diz-se naturalmente some more time, please.
Os estudos em linguística também procuram analisar se há semelhança entre 
aquisição de L1 e L2, e esse é um tema recorrente na aquisição de L2. Como 
exemplo (SILVA, 2005), é possível apontar o fato de estudos diversos revelarem 
que os falantes de inglês como L1 cometem o mesmo tipo de erro morfológico e 
sintático que os falantes de inglês como L2. Silva (2005, p. 103) também diz que 
[...] uma questão subjacente a esta consiste em procurar perceber até que ponto 
o processo de aquisição de L2 é, ou não, mais bem-sucedido do que o processo 
7Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens
envolvido na aquisição de L1, do ponto de vista do nível de domínio linguístico 
alcançado pelos falantes. A literatura aponta ao processo de aquisição de L2 
uma maior taxa de insucesso do que a resultante da aquisição de L1, invocando, 
entre outras razões, as lacunas na construção de uma adequada gramática de L2. 
Contudo, alegar que os falantes de L2 são malsucedidos no processo de aquisi-
ção de uma segunda língua é alegar um fracasso que depende de mais instrumentos 
de medida que possam avaliar se realmente há sucesso ou insucesso em ambos os 
processos de L1 e L2. Essa é uma tarefa que depende de mais fatores, como o de 
adquirir um idioma em ambientes ou cenários distintos, afetando o nível de expo-
sição, dado que não pode ser usado para estabelecer uma comparação equivalente 
de L1 e L2. Então, se é verdade que “[...] parece haver muitas semelhanças entre 
o processo de aquisição de L1 e de L2, a variação encontrada também parece ser 
responsável por muitas diferenças”, como afirma Silva (2005, p. 103).
Outros fatores envolvidos na aquisição de L2 são motivação, desenvolvimento 
cognitivo, personalidade, idade, entre outros. A idade, por exemplo, tem apresen-
tado um aspecto decisivo nos estudos já realizados. Acredita-se que “[...] as crianças 
tendem a obter melhores resultados no processo de aquisição de L2 do que os 
adultos”; os estudos de Krashen, no entanto, mostram que “[...] os adultos parecem 
adquirir L2 melhor a curto prazo e as crianças a longo prazo”, fazendo com que 
[...] desde então, alguns trabalhos sejam questionados quantoà superioridade do 
desempenho das crianças, alegando que, se relevarmos todas as diferenças entre 
adultos e crianças para além da idade, os adultos frequentemente apresentam 
melhores desempenhos do que as crianças (SILVA, 2005, p. 104).
Uma informação relevante que as pesquisas não costumam trazer é a melhor 
idade para se aprender uma segunda língua, embora apontem estudos que mos-
tram que há vantagens em iniciar o estudo procecemente para alguns domínios 
específicos, como a pronúncia e o sotaque, embora, para alcançar um nível 
básico em pouco tempo, possa ser favorável um início mais tardio (SILVA, 2005).
Mais uma vez, o interesse dos estudos relacionados a L2 não reside nos dados, 
como nas explicações que nos oferecem quanto ao processo de aquisição de 
L2 e, no que se refere à questão da idade, parece claro que esse é um fator 
determinante, mas qual é sua real dimensão e de que forma os seus efeitos ope-
ram sobre o processo de aquisição de segunda língua? (SILVA, 2005, p. 104).
Essa discussão também levanta a indagação sobre se é possível que um falante 
de L2 consiga atingir o mesmo nível de desempenho que os falantes nativos. 
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens8
Essa questão, como apresenta Silva (2005), está relacionada à idade, que, por 
sua vez, inevitavelmente, levanta outra indagação: “[...] qual é o estágio final 
que os falantes de L2 atingem quanto ao conhecimento de uma L2”? A resposta 
para essa indagação deve ser direcionada à competência que o falante de L2 
desempenhará. Logo, outra indagação surge em relação a até que ponto a com-
paração com o desempenho do falante nativo constitui uma medida apropriada 
para avaliar o nível de desempenho de um falante de L2 (SILVA, 2005, p. 104).
O que se pode afirmar é que há influência da L1 no processo de aquisição 
de L2, como garante Silva (2005, p. 105), e esse estudo tem sofrido influência 
desde a década de 1950. Essa influência é denominada transferência, “[...] 
termo que identifica a transposição de formas e significados de uma língua 
para outra, resultando em interferência”. 
Silva (2005, p. 106) ainda coloca que “[...] outro dos aspectos em que se 
torna evidente a transferência de propriedades da L1 para L2 dizem respeito aos 
erros ortográficos cuja origem podemos atribuir a dificuldades na articulação 
de determinados sons”, fazendo parecer que a questão aqui lançada parece 
poder admitir que a noção de transferência, entendida enquanto relação entre 
duas línguas, constitui a essência da aquisição de uma L2 e, de fato, caso o 
processo de aquisição de L2 fosse idêntico ao da aquisição de L1, não haveria 
necessidade de uma disciplina distinta dedicada à investigação em aquisição 
de L2”. Observe a Figura 2, que apresenta um modelo para o processamento 
cognitivo relacionado à produção em L2.
Figura 2. Modelo para o processamento cognitivo em L2.
Fonte: Stanich e Meireles (2009, p. 191).
9Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens
As críticas em relação às teorias de aquisição 
de segunda língua
Podemos começar esta seção perguntando-nos sobre a importância do input 
linguístico na aquisição de L2 (SILVA, 2005). Para a aquisição de L2, é óbvia a 
constatação de que a exposição a essa língua se faz necessária para que, então, 
tenha-se acesso ao seu sistema linguístico. Como Silva (2005, p. 107) expõe, 
[...] uma língua seria assim adquirida mediante um esforço natural para atingir 
a compreensão em comunicação: o sucesso das situações de imersão linguística 
e das aprendizagens bilíngues, bem como o fato de alguns falantes passarem 
por um período silencioso inicial, durante o qual preferem não falar, mas aos 
poucos avançam no seu desenvolvimento linguístico, parecem assim constituir 
evidência do papel privilegiado que o input linguístico desempenha.
Foram muitas as críticas em relação à valorização das competências com-
preensivas em detrimento das expressivas; mesmo assim, continua-se aplicando 
esse modelo ao ensino de línguas por causa de sua natureza intuitiva. Outra 
crítica bastante comum e debatida é em relação à importância do que se usa na 
língua como input (SILVA, 2005, p. 107): trata-se de uma evidência positiva 
ou negativa? A evidência positiva, o conjunto de dados com que o falante é 
confrontado, sempre foi considerada com maior importância do que a evidência 
negativa, ou seja, as correções efetuadas ou ainda o confronto com formas 
linguísticas não existentes na língua a ser adquirida. 
A crítica mais recente, como afirma Silva (2005), é referente às evidências 
negativas sobre dados relevantes de aquisição de L2 principalmente sobre as cor-
reções e sobre a explicitação de informações relativas ao conhecimento da língua. 
Podemos assim, em síntese, referir que o input linguístico parece desempenhar 
um papel fundamental quer no processo de aquisição de L1, quer de L2, sendo 
que, neste último caso, se torna igualmente relevante considerar dados prove-
nientes de evidência negativa, dado que permitem ao falante autorregular, até 
certo ponto, o seu processo de desenvolvimento linguístico (SILVA, 2005, p. 107).
É difícil ilustrar com perguntas e respostas toda a complexidade envolvida 
no processo de aquisição de segunda língua considerando apenas o processo 
linguístico como um condicionante a se referir, sem mencionar outros condi-
cionantes de natureza sociocultural, por exemplo (SILVA, 2005). O professor 
também é um influenciador e deve ser colocado diante do desafio de com-
preender e procurar respostas que direcionem o falante de L2 ao seu pleno 
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens10
desenvolvimento, atendendo às suas motivações e especificidades individuais, 
que, de certa forma, referem-se à L2 (SILVA, 2005).
Mesmo havendo diferenças entre L1 e L2, a investigação, nesse âmbito, 
aproxima os dois processos de aquisição, uma vez que não são idênticos e 
apresentam paralelismos evidentes, como parece demonstrar o fato de que os 
falantes de L2 cometem erros semelhantes aos produzidos por falantes nativos 
da L2 e manifestam a capacidade de compreender e processar uma L2 antes 
de se exprimirem nesse mesmo idioma, tal como os falantes de um idioma 
apenas” (SILVA, 2005, p. 108).
Um falante de L2 já tem acesso à sua primeira língua, logo, já é um falante 
mais apto a desenvolver e ter uma percepção sobre a funcionalidade da língua 
que está aprendendo, ou seja, esse falante percebe que a linguagem constitui 
facilitadores para a aquisição da L2, como conclui Silva (2005, p. 108). Outro fato 
exposto pela autora é o de que é um mito considerar que a causa de confusões, 
atrasos ou outros prejuízos no desenvolvimento linguístico seja a exposição a duas 
línguas no período de aquisição de uma L1. Pesquisas científicas não comprovam 
essa hipótese e, pelo contrário, demonstram que o processo de bilinguismo pode, 
inclusive, ser um potencializador do desenvolvimento linguístico.
Sendo esse um reflexo positivo que se estende às próprias competências de 
leitura e escrita, Mitchell e Myles (1998 apud BEZERRA, 2003, p. 47) referem-
-se à “[...] possibilidade de o aprendiz produzir versões diferentes de uma mesma 
construção, mais ou menos próxima da língua alvo, em um curto espaço de tempo”. 
Quando o professor compreende as variáveis envolvidas no processo de 
aquisição de segunda língua, pode ajudar com suas estratégias didáticas. A 
formação de docentes nesse aspecto se faz urgente, pois esses profissionais 
também precisam ser linguistas educacionais e precisam ter a percepção de 
que são responsáveis educativos na aquisição de segunda língua e devem estar 
atentos às necessidades sentidas pelos falantes com quem desenvolvem esse 
trabalho (SILVA, 2005). 
Acesse o link a seguir para ler o texto Abordagens de ensino de línguas: comunicativa e 
intercultural, que discute as abordagens comunicativa e intercultural para o ensino e 
aprendizagem de línguas. 
https://goo.gl/75bnXa
11Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens1. A aquisição de segunda língua 
revela muitas abordagens 
e teorias. Em relação a esse 
estudo, é correto afirmar que:
a) todas as teorias são contraditórias 
e não são satisfatórias 
para aquisição de L2.
b) os professores são responsáveis 
pelo insucesso de um aluno 
ao não aprender a L2.
c) a língua materna influencia 
a aquisição de uma 
segunda língua.
d) o processo de aquisição 
de segunda língua já 
esgotou seus estudos.
e) o ensino focado na gramática 
ajuda a desenvolver a L2.
2. Na aquisição de segunda língua, 
Chomsky, renomado linguista 
norte-americano, propôs:
a) a gramática universal.
b) uma gramática alternativa.
c) a gramática prescritiva.
d) uma gramática descritiva.
e) a gramática regional.
3. Há muitos questionamentos sobre 
a aquisição de uma segunda 
língua, e um deles revela que: 
a) é impossível aprender inglês.
b) aprender uma segunda língua 
apresenta muitas dúvidas. 
c) é impossível aprender 
um terceiro idioma.
d) aprender uma segunda língua 
apresenta algumas dificuldades.
e) é impossível falar a L1 e 
a L2 corretamente.
4. Imagine que um aprendiz de inglês 
como L2 fala a seguinte frase: 
*Depend of the people. Depois de 
estudar mais essa L2, consegue 
formular a frase como It depends 
on the people. Isso demonstra:
a) o contexto da frase e 
seus significados.
b) o estudo sintático no processo 
de aquisição da L2.
c) problemas que aprender 
inglês pode causar.
d) que o processo de aprendizagem 
que não funciona para todos.
e) o estudo de L2 sem contexto.
5. Em relação a correções da 
L2, pode-se afirmar que:
a) feitas as correções, os erros 
acontecem porque as pessoas 
já estão acostumadas com eles.
b) os erros não acontecem 
quando os alunos estão 
estudando corretamente.
c) os professores são 
responsáveis pelos erros 
que os alunos cometem.
d) as correções são assertivas com 
metodologias adequadas.
e) há evidências negativas sobre 
dados relevantes à correção.
Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens12
BEZERRA, I. C. R. M. Aquisição de segunda língua de uma perspectiva lingüística a uma 
perspectiva social. SOLETRAS, n. 5-6, 2003. Disponível em: <http://www.e-publicacoes.
uerj.br/index.php/soletras/article/view/4455>. Acesso em: 12 ago. 2018.
DICIONÁRIO E GRAMÁTICA. Proximidade e distância entre as línguas europeias. 04 dez. 
2016. Disponível em: <https://dicionarioegramatica.com.br/2016/12/04/proximidade-
-e-distancia-entre-as-linguas-europeias/>. Acesso em: 12 ago. 2018.
ELLIS, R. Understanding second language acquisition. Oxford: Oxford University Press, 1994.
MITCHELL, R.; MYLES, F. Second language learning theories. London: Arnold Publishers, 
1998.
SILVA, M. C. V. A aquisição de uma Língua Segunda: muitas questões e algumas respostas. 
Saber(e)Educar, n. 10, p. 97-110, 2005. Disponível em: <http://repositorio.esepf.pt/bits-
tream/20.500.11796/723/2/SeE10_Aquisi_oCristinaVieira.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2018.
STANICH, K.; MEIRELES, S. Processamento cognitivo relacionado à produção em lín-
gua estrangeira e aprendizagem de falantes não-nativos de alemão. Pandaemonium 
germanicum, v.14, p. 179-205, 2009. Disponível em: <www.fflch.usp.br/dlm/alemao/
pandaemoniumgermanicum>. Acesso em: 12 ago. 2018.
Leituras recomendadas
GADIOLI, I. Aquisição de segunda língua: metodologia do ensino-aprendizagem de inglês 
I – Aula 2. 2017. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCata
lago/11093606012017Metodologia_do_Ensino_Aprendizagem_de_Ingles_I._Aula_2.
pdf>. Acesso em: 12 ago. 2018.
LARSEN-FREEMAN, D.; LONG, M. An introduction to second language acquisition research. 
London: Longman, 1994.
13Aquisição de segunda língua: teorias e abordagens
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Quando se aprende uma segunda língua, há uma preocupação imensa em desenvolver o listening, o 
speaking e as demais habilidades na língua inglesa, por exemplo, estudada como L2. O foco, ao se 
ensinar inglês, muitas vezes, é a gramática, mas o funcionalismo traz uma abordagem teórica 
diferente, a qual você pode acompanhar nesta Dica do Professor.
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Na prática
Muito se fala a respeito de brasileiros aprendendo inglês. Os exemplos usados são geralmente em 
relação a alguém que fala português como língua materna, aprendendo a língua inglesa como 
segunda língua. São muitos os desafios: deve-se estudar pronúncia, estrutura, gramática, 
vocabulário, etc.
Agora, imagine um falante de inglês como língua materna aprendendo português como segunda 
língua. Quais os desafios que ele enfrentará?
Confira, neste Na Prática.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Análise de interações familiares: um estudo de caso
Leia este artigo que trata sobre a participação dos pais em um trabalho que analisou a interação da 
família e sua intervenção em um laboratório.
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Elementos epistemológicos e metodológicos da Análise 
Sociológica do Discurso: abrindo possibilidades para os 
estudos organizacionais
Leia este artigo que busca sistematizar os elementos epistemológicos e metodológicos da Análise 
Sociológica do Discurso.
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https://www.scielo.br/pdf/ptp/v29n2/04.pdf
https://www.scielo.br/pdf/osoc/v21n70/a09v21n70.pdf

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