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PLANEJAMENTO FAMILIAR Katia Machado 2021 Introdução Taxa de gestações não planejadas é de 50% em países desenvolvidos, apesar do número crescente de métodos contraceptivos Definição de PF: Lei 9263 de 12/01/1996 : Conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal Direito de todos. O tema engloba aspectos médicos, religiosos e sociais Atendimento individualizado e acesso a informações É direito de todos decidir o futuro da família e cabe à FAMÍLIA a decisão nos planos e estratégias do planejamento familiar Conceitos fundamentais: eficácia, efetividade e índice de Pearl Índice de Pearl: OMS, principal avaliador da eficácia de um método contraceptivo. São 100 mulheres usando um método em um ano e sua taxa de falha nesse período Quanto menor o índice de Pearl maior é a eficácia do método A OMS recomenda que os métodos contraceptivos tenham IP menor do que 4 gestações em 100 mulheres/ano Eficácia do método: condições ideais, uso perfeito (fabricantes) Efetividade do método: uso rotineiro, vida real, uso correto ou incorreto CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE SOBRE CONTRACEPTIVOS CATEGORIAS CONDIÇÕES 1 Condição na qual não há nenhuma restrição para o uso dos MAC 2 Condição na qual as vantagens, geralmente, ultrapassam os riscos teóricos ou comprovados do uso do MAC 3 Condição na qual os riscos teóricos ou comprovados ultrapassam as vantagens do uso do MAC 4 Condição que representa um risco a saúde inaceitável pelo uso do MAC Critérios de elegibilidade da OMS OMS 2015 baseada em evidências. Ela orienta os profissionais de saúde e as usuárias na escolha do método a ser usado. CATEGORA 1: sem restrições CATEGORA 2: com restrições, precauções, vantagens superam os riscos, acompanhamento médico mais frequente CATEGORIA 3: os riscos em geral superam os benefícios, sendo a última escolha. Acompanhamento médico rigoroso. CATEGORIA 4: não deve ser usado Dispositivos intrauterinos: NÃO HORMONAIS E HORMONAIS Dispositivos intrauterinos CONTRACEPÇÃO INTRAUTERINA APRESENTAÇÕES E COMPOSIÇÃO: a. DIU de cobre 380 A: 380 mm2 de cobre. Formato de T, dimensões de 35 mm na haste vertical e 32 mm de largura na horizontal b. DIU de cobre 375: 375 mm2 de cobre, formato de “Âncora” / “Ferradura” , dimensões de 35 mm na haste vertical e 20 mm de largura na horizontal (braços flexíveis). c. DIU de cobre e prata: 380 mm2 de cobre. O fio de cobre tem um núcleo de prata. d. Sistema intrauterino com levonorgestrel (SIU-LNG): medicado com 52 mg de levonorgestrel na haste vertical, com liberação de 20 mg de levonorgestrel por dia, dimensões de 32 mm na haste vertical e 30 mm de largura na horizontal. Único disponível no mercado brasileiro: MIRENA e. Sistema intrauterino com levonorgestrel (SIU-LNG): medicado com 19,5 mg de levonorgestrel na haste vertical, com liberação de 12 mg de levonorgestrel por dia, dimensões de 30 mm na haste vertical e 28 mm de largura na horizontal. Único disponível no mercado brasileiro: KYLEENA DIU DE COBRE - MECANISMO DE AÇÃO índice de Pearl de 0,8% o T cobre 380 A mais eficaz de todos.10 anos Mecanismo de ação: alterações espermáticas, ovulares, cervicais, endometriais e tubárias Mudanças bioquímicas e morfológicas endometriais. Modificações no muco cervical. Alterações no transporte tubário e interferência na função e viabilidade dos gametas Corpo estranho------ reação inflamatória pronunciada endometrial ------tornando-o hostil e improprio à implantação embrionária, com aumento de leucócitos, prostaglandinas e enzimas nos fluidos uterinos e tubários O cobre potencializa e aumenta as reações inflamatórias desde já no muco cervical. Interfere na mobilidade do espermatozoide dificultando a capacitação espermática Inflamação – interfere no transporte dos espermatozoides - afeta a função e viabilidade dos gametas DIU DE COBRE - EFEITOS COLATERAIS E BENEFÍCIOS Aumento fluxo menstrual e piora da dismenorreia (anemia) Longa duração, eficaz e duradoura Não interfere nas relações sexuais, nem na libido e nem no orgasmo Não contem hormônios e seus efeitos Imediatamente reversível Não interfere com o aleitamento Pode ser usado logo após o parto e abortamento (sem infecção) Pode ser usado ate a menopausa Não interage com outras medicações Principais causas de descontinuidade: desejo de gravidez, anemia, fluxo aumentado e dor SISTEMA LIBERADOR DE LEVONORGESTREL SIU-LNG Contem 52 mg de levonorgestrel (20 microgramas ao dia e que vai diminuindo ao longo dos 5 anos) Taxas de falhas de 0,1% no primeiro ano Seu mecanismo de ação consiste na ação primária da progesterona: Muco cervical espesso, hostil dificultando a penetração do espermatozoide. Inibe a motilidade no endométrio e trompas. A alta concentração de levonorgestrel no endométrio impede a ação do estradiol circulante com efeito antiproliferativo com inibição da atividade mitótica levando a um endométrio fino e inativo. Os níveis baixos de esteroides circulantes podem as vezes inibir a ovulação (não muito comum) A lubrificação vaginal está normal pois há produção estrogênica, mesmo que baixa SIU – LNG: EFEITOS COLATERAIS E BENEFÍCIOS Sangramento irregular (escape) 3 a 5 meses Principal causa de descontinuidade do método: spotting Cefaléia, náusea e depressão Menos comuns: acne, mastalgia e ganho de peso Benefícios: efeitos sobre o ciclo menstrual (diminui fluxo e dismenorreia) Previne anemia, não interfere na coagulação sanguínea, no metabolismo de carboidrato, lipídios, HDL colesterol ou enzimas hepáticas Promove controle da menorragia (histerectomias) Pode ocorrer sangramento irregular ate 5 meses da inserção, 50% tem amenorreia com a continuidade do uso, a maioria das mulheres continua ovulando mesmo em amenorreia e não é indicado para contracepção de emergência Tem fertilidade rapidamente retomada Intercorrências com o uso do DIU e SIU-LNG Perfuração uterina Expulsão (primeiro mês e nuligesta) Dismenorreia (cobre) e sangramento anormal DIP: CDC 2015 não há associação entre diu e dip. Discreto aumento apenas nas 3 primeiras semanas: infecção preexistente e má técnica asséptica na inserção Preenhez ectópica: entre as raras gravidezes com diu (0,2 no SIU LNG) há maior chance de ser ectopica quando houver falha do método Todos os dois dius podem ser usados em pacientes que já tiveram ectópica Gravidez x DIU: Retirar ate 12 semanas se tiver fios visíveis o que aumenta a chance de manter a gestação.se não conseguir retirar, aumenta chance de abortamentos 50%. DIP e DIU: tratar com antibióticos, nem sempre precisa remover o diu. Se retira o DIU se com o tto não houver melhora em 48 h CDC 2015 e MS 2015 ORIENTAÇÕES SOBRE O USO DE DIU E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIADE DA OMS Época: menstruada... Exame ginecológico prévio. Categoria 4 se tiver alterações que distorçam a cavidade endometrial Tamanho da cavidade uterina: 6 a 9 cm USG de controle, não é consenso Pode ser inserido no trans cesárea. Dez minutos após a dequitação, nas primeiras 48 h e após abortamentos. DIU COBRE: CATEGORIA 4: Mioma com distorção endometrial, infecção puerperal, imediatamente após aborto séptico, sangramento vaginal inexplicado, DIP para iniciar, cervicite purulenta por clamídia ou neisseria, ca de colo e endométrio para inicio de uso CONTRACEPÇÃO HORMONAL Estrógeno + progestágeno ou apenas progestágeno VO, IM (mensal ou trimestral), transdérmica, subcutâneo e vaginal Mecanismo de ação dos métodos combinados anovulação Bloqueio do eixo hipotálamo-hipofisário Supressão do LH e do FSH O progestágeno suprime o pico de LH O estrogênio inibe a secreção de FSH Com isso os folículos ovarianos não amadurecem, não produzem estrogênios e não ocorre pico de LH no meio do ciclo. CONTRACEPÇÃO HORMONAL Mecanismo de ação do progestágeno isolado - minipílula anovulação em 40% dos casos atrofiam o endométrio Tornam o muco cervical muito espesso Alterando a motilidade tubária Desogestrel 0,075mg inibea ovulação em 97% dos casos Indice de Pearl: 0,3 a 0,8 por 100 mulheres/ano O MESMO DAS COMBINADAS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS Mais usados no mundo Estrógenos + progestagenos: monofásicas, bifásicas e trifásicas Mecanismo de ação: atuam nas gonadotrofinas, no muco cervical, no endométrio e no transporte ovular nas trompas O estrógeno mais utilizado é o etinilestradiol, há também o valerato de estradiol mais recentemente conhecido Os progestágenos variam nos seus efeitos clínicos e podem derivar da progesterona (acetato de ciproterona e clormadinona), da testosterona (noretindrona e dienogeste; levonorgestrel, desogestrel, gestodeno e norgestrel) e por fim da espironolactona (drospirenona) A dosagem de estrogênio acima de 35 mcg aumenta o risco trobogenico Quanto menor a dose de estrógeno maior o escape e maior chance de amenorreia pos pílula. CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS APRESENTAÇÃO: A) Contraceptivos orais combinados ( inúmeras formulações), B) Adesivos transdérmicos (150mcg norelgestromina e 20 mcg EE/dia C) anel vaginal (15 mcg EE e 120 mcg etonorgestrel/dia) D) injetáveis mensais (ACI) ( 150 mg de algestona acetofenida, e 10 mg de enantato de estradiol ou VE 5 mg e enantato de noretisterona 50 mg) Desvantagens do esquema padrão: sangramento por suspensão hormonal pode ser volumoso ou inadesejado cefaleia, mastalgia ou alterações de humor no período de pausa Supressão ovariana é reduzida e o crescimento folicular pode ocorrer nos períodos de pausa principalmente nos COC com baixas doses de EE Desvantagens do esquema contínuo: Sangramento de escape imprevisível durante o uso do COC Classificação dos ACO de acordo com a dose do estógeno: Alta: acima de 50 mcg de EE Média: 50mcg de EE Baixa: 30 a 35 mcg de EE Muito baixa: 15 a 20 mcg de EE O Indice de Pearl é o mesmo para as diferentes concentrações de EE O risco trombogênico pode ser potencializado pela associação com a progesterona: maior risco (desogestrel) e menor risco (levonorgestrel) O fumo aumenta os riscos de IAM e trombose (acima de 35 anos): (nicotina x estrogênios x fatores da coagulação x agregação plaquetaria x ação vasoconstrictora da nicotina) Adolescente e climatérica CONTRACEPTIVOS HORMONAIS DE PROGESTÁGENOS 1. COMPOSIÇÃO: PROGESTÁGENOS, APENAS: NORETIRSTERONA (NET), LEVONORGESTREL (LNG) OU DESOGESTREL (DSG) / ETONORGESTREL, ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA. NÃO CONTÉM ESTRÓGENOS. 2. APRESENTAÇÃO E ESQUEMA DE USO: 2.1 VIA ORAL (POP): Noretisterona 0,35 mg Levonorgestrel 0,30mg Desogestrel 75 mcg (mais utilizado) Contracepção de emergência(CE): LEVONORGESTREL 750mg ( 2 comps. Dose única ou (1500mg 1 comp dose única) minipilulas Dose abaixo dos ACO Lactação (amenorreia da lactação) Climatéricas Espessamento do muco cervical e decidualização do endométrio 40 a 50% ovulação Noretisterona 0,35 mg (Micronor, Norestin) Levonorgestrel (Nortrel) Linestrenol 0,5 mg (Exluton) IP = 0,5/100 mulheres /ano Escapes, alterações de fluxo menstrual CONTRACEPTIVOS HORMONAIS DE PROGESTÁGENOS 2. APRESENTAÇÃO E ESQUEMA DE USO (CONTIUNUAÇÃO) 2.2 IMPLANTE SUBDÉRMICO: Etonorgestrel (metabólito do desogestrel) : 68 mg a cada 3 anos Taxa de liberação é de 60 a 70 mcg/dia na ate os 50 dias pôs inserção e reduz a 35-45mcg/dia no final do primeiro ano, 30-40 mcg/dia no final do segundo ano e 25-30 mcg/dia no final do terceiro ano. 2.3 INJETÁVEL TRIMESTRAL (AMP 150): Acetato de medroxiprogesterona 150 mg via IM A cada 3 meses ACO: CATEGORIA 4: Mutações trombogênicas, amamentação com menos de 6 semanas pós parto, fumante com mais de 35 anos, PA acima de 160x100, hipertensão com doença vascular, história de TVP e TEP, cirurgias com imobilização prolongada, AV, doença valvar complicada, cirrose descompensada, ca de mama atual, enxaqueca com áurea, entre outros Interações medicamentosas Reduzem a eficácia dos ACOS Rifampicina Anticonvulsivante: fenobarbital, carbamazepina, fenitoína, primidona) Alguns antirretrovirais: nelfinavir, ritonavir, lopinavir, nevirapina Os ACO diminuem a eficácia de: Metildopa Hipoglicemiantes guanetidina Efeitos benéficos dos anticoncepcionais Regulariam o CM TPM, hirsutismo e acne Diminuem risco para DIP (50%), ectópica e doença trofoblastica gestacional Diminui ca de ovário e endométrio Diminui fluxo menstrual e dismenorreia Endometriose Cistos ovarianos Anemia Doença benigna das mamas Densidade mineral óssea Parece melhorar a artrite reumatoide Efeitos colaterais Estrógenos: cefaleia, náuseas, cloasma, tontura, vômitos, edemas e irritabilidade Progestágenos: depressão, cansaço, alterações da libido, amenorreia, acne e ganho de peso Sangramentos de escape Contornar os problemas Esquecimento Escape Amamentação pausas Anticoncepcionais injetáveis trimestrais Depomedroxiprogesterona 150 mg IM Inibe pico de estradiol e de LH Espessamento de muco cervical IP=0,3% Efeitos indesejáveis: retorno de fertilidade, depressão, ganho de peso, alteração de libido e humor, acne, queda de cabelo, mastalgia e sangramento irregular. Diminuição de densidade óssea Não interfere em trombose O único critério de elegibilidade 4 é a associação de uso com o ca de mama Modo de usar anticoncepcionais injetáveis mensais Estrogênio natural (confere maior segurança / pílula) Enantato de noretisterona (50 mg) e valerato de estradiol 50mg = Mesigyna Modo de usar Mesmos critérios de elegibilidade dos orais combinados Efeitos colaterais: ganho ponderal, irregularidade menstrual, mudanças de humor e cefaléia Anel vaginal etinilestradiol + etonorgestrel IP 0,3 a 8 /100/ano adesivos transdérmicos Etinilestradiol 20mcg/dia +norelgestromina 150mcg/dia Modo de usar Pacientes com mais de 90 kg Não tem passagem hepática Não tem picos hormonais como nos ACO Progestágeno com baixo poder androgênico IP=0,3 a 0,8 % por 100 mulheres em 1 ano de uso Implante de etonorgestrel Via subdermica 60 mg de etonorgestrel Provoca anovulação Altera muco cervical Atrofia o endométrio Vantagens Desvantagens Obs: obesas Contracepção de emergência Indicações DSTtipos: levonorgestrel, yuzpe e diu de cobre Eficácia: IP 2% Efetividade: 75%, previne 3 gestações de cada 4 relações desprotegidas LEVONORGESTREL 0,75 mg de 12 em 12 horas – 2 doses ou 1,5 mg dose única Tomar até 5 dias após a relação embora o ideal – 72 h YUZPE: 0,2 mg de etinilestradiol + 1 mg de levonorgestrel (Evanor 2 de 12 em 12 horas por 1 dia DIU DE COBRE: NO BRASIL NÃO ESTA REGULAMENTADO PARA ESSE FIM Contracepção cirúrgica Laqueadura tubária e vasectomia LEI 9263 de 12/01/1996: Homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos ou, pelo menos, com 2 filhos vivos, com um prazo mínimo de 60 dias entre a decisão e o ato cirúrgico. Risco de vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, com ata de 2 médicos. Termo consentindo e informado Em casamento ou união estável tem que ter a assinatura dos dois concordando Outros métodos LAM Métodos comportamentais Ogino knaus (tabela) Temperatura basal Muco cervical ou Billings Sintotérmico Coito interrompido Preservativos Espermicidas Diafragma Esponja e capuz cervical Obrigada!! image1.png image2.jpeg image3.jpeg image4.JPG image5.jpg image6.jpg image7.jpg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.png image19.jpeg