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Contexto e Ação Grandes transformações (124)

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A partir de 1830, europeus, alemães, fran-
ceses, holandeses, suecos, bem como norte-
-americanos, voltaram-se para a conversão 
ao cristianismo das populações africanas, es-
pecialmente na porção meridional do conti-
nente. Foi nesse contexto de partilha do con-
tinente africano e de violência colonial que se 
estabeleceram as atuais fronteiras da África. 
Ocupação da Ásia
Houve presença europeia na Ásia desde o 
final do século XV, com os navegadores Bar-
tolomeu Dias, em 1488 – quando ultrapas-
sou o cabo da Boa Esperança –, e com Vasco 
da Gama – quando chegou a Calicute, entre 
1488-1499. Assim como na África, também 
ocorreram viagens missionárias e criações de 
entrepostos comerciais europeus na Ásia, no 
contexto colonial do século XIX, especialmen-
te após o fim das Guerras Napoleônicas, com um conjunto de investidas europeias 
rumo ao Oriente, particularmente em direção à Índia e à China.
Índia
Os ingleses já mantinham contatos comerciais com os indianos, desde o final 
do século XVI. A ocupação inglesa da Índia data do início do século XIX. Mesmo 
fazendo prevalecer aspectos importantes da cultura dos indianos, como o sistema 
de castas e a religião, a presença inglesa na Índia alterou profundamente a história 
da região.
Após a dominação, a produção têxtil indiana sofreu com as importações de têx-
teis ingleses, com os quais a concorrência era desproporcional em razão da produ-
ção industrial na Inglaterra. Isso limitou os indianos à exportação de matéria-prima 
bruta, o algodão, fazendo avançar enormemente a pobreza da população local. 
China
Em meados do século XIX, a China foi invadida por contrabandistas ingleses e 
franceses que buscavam chá, pressionando a abertura de seus portos para o comér-
cio. O chá da China era trocado por ópio, um entorpecente produzido na Índia. A 
interrupção do contrabando conduziu a China a dois conflitos, conhecidos como 
as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860). Nessas guerras, os chineses foram 
vencidos pela Inglaterra e forçados a abrir seus portos. 
Com a derrota, os chineses foram obrigados a assinar o Tratado de Nanquim, 
em 1842, por meio do qual deveriam ressarcir os ingleses das perdas com o comér-
cio e a abrir os portos para atender aos interesses mercantis da Inglaterra. Além 
disso, tiveram que ceder a ilha de Hong Kong, que se tornaria uma nova colônia 
inglesa. Pelo tratado, abria-se caminho para que outras potências também pres-
sionassem a China para a abertura de seus portos. Esse foi o primeiro de uma série 
de tratados similares, que também se estenderiam ao Japão, e que seriam firmados 
com os Estados Unidos, a França, a Alemanha e a Rússia.
Todo mundo recebe a sua parte, publicada no jornal L’Ilustration, em 1885. 
Coleção particular. Na caricatura, o chanceler alemão Otto von Bismarck fatia 
um bolo com o nome de África, fazendo menção à Conferência de Berlim.
Dica
O Departamento de 
História da Universi-
dade Federal de Minas 
Gerais disponibiliza um 
conjunto de indicações 
bibliográficas, textos 
e documentos on-line 
– mapas, fotos, ilustra-
ções – que tratam da 
História da África nos 
séculos XIX e XX. Den-
tre esses documentos, 
você encontrará, na 
íntegra, a ata geral da 
Conferência de Berlim, 
na qual são estabe-
lecidos os termos da 
partilha do continente 
africano. 
Ata geral da Conferên-
cia de Berlim (1884- 
-1885). UFMG, História 
de África (séculos XIX 
e XX). Disponível em: 
http://www.fafich.ufmg.
br/~luarnaut/conf_ 
berlim.pdf. Acesso em: 
31 ago. 2020.
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1. O poema abaixo é de autoria de Rudyard Kipling 
(1865-1936), um poeta britânico, filho de uma fa-
mília aristocrática de Bombaim, durante o período 
de dominação inglesa na Índia. Esse poema ilustra 
bem como era entendido o papel dos europeus 
colonizadores em relação aos povos colonizados. 
O fardo do homem branco
Tomai o fardo do Homem Branco -
Envia teus melhores filhos
Vão, condenem seus filhos ao exílio
Para servirem aos seus cativos;
Para esperar, com arreios
Com agitadores e selváticos
Seus cativos, servos obstinados,
Metade demônio, metade criança.
[...]
Tomai o fardo do Homem Branco -
As guerras selvagens pela paz -
Encha a boca dos Famintos,
E proclama, das doenças, o cessar;
E quando seu objetivo estiver perto
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Levando sua esperança ao chão. 
[...] 
Tomai o fardo do Homem Branco -
Sem a mão de ferro dos reis,
Mas, sim, servir e limpar -
A história dos comuns.
As portas que não deves entrar
As estradas que não deves passar
Vá, construa-as com a sua vida
E marque-as com a sua morte.
KIPLING, Rudyard. O Fardo do Homem Branco. 
Estados Unidos: McClure’s, 1899.
a) Explique qual a ideia central do poema de Kipling.
b) Considerando o teor do poema, identifique:
•	 Quem eram os colonizadores? 
•	 Quem eram os colonizados? 
•	 Como o colonialismo europeu era justificado 
no século XIX?
2. Reúna-se em grupo com colegas para discutir e re-
fletir sobre as seguintes questões: 
a) As imagens que os povos africanos e asiáticos 
“colonizados” tinham de si eram as mesmas que 
os europeus tinham deles no século XIX? Justifi-
quem sua resposta.
b) De acordo com seus conhecimentos, expliquem 
que impactos o Imperialismo teve em algumas 
sociedades contemporâneas. Identifiquem que 
sociedades são essas.
3. Leia o texto abaixo e responda à questão.
História das colonizações
A colonização é associada à ocupação de uma 
terra estrangeira, à sua exploração agrícola, à ins-
talação de colonos. Assim definido o termo colônia, 
o fenômeno data da época grega. Da mesma forma, 
fala-se de ‘imperialismo’ ateniense, e depois roma-
no – terá a expressão mudado de sentido? A tradi-
ção histórica ocidental data o fato colonial da épo-
ca dos Grandes Descobrimentos. Assim, em L’histoire 
de la France coloniale, publicada em 1991, a ‘verdadei-
ra aventura colonial’ começa com os exploradores 
do século XV, quando Jean de Béthencourt recebe 
de Henrique IV, rei de Castela [...]; a exploração e 
os descobrimentos da América, lê-se nessa obra, 
são mais tardios, já que a baía de Guanabara e a 
costa da Flórida foram ocupadas em meados do sé-
culo XVI, antes que o rei da França Henrique IV, e 
graças a Champlain, desviasse o seu interesse para 
o Canadá. Tal maneira de ver também vale para 
Portugal, Espanha e Inglaterra: a tradição histórica 
associa a expansão desses países ao descobrimen-
to de terras longínquas nas Índias Ocidentais, e, 
depois, à instalação de entrepostos ao longo das 
rotas para a África, para a Índia e para a Ásia. 
Portanto, termos como colono e colonização desa-
parecem do vocabulário histórico durante o perío- 
do que vai da época romana ao século XV – a não 
ser que mencionemos, no decorrer desses doze sé-
culos, as colônias ou entrepostos de Veneza e de 
Gênova no outro lado do Mediterrâneo e no mar 
Negro, mas sempre distantes.
FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas 
às independências – século XIII a XX. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.17.
•	 Com base na passagem anterior, como você de-
finiria o conceito de colonização? Houve alguma 
mudança em seu sentido com o passar do tempo? 
Professor, no Manual você encontra 
orientações sobre estas atividades.Explorando
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