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Definição de Libras A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua utilizada pela comunidade surda brasileira para se comunicar. Ela é uma língua visual-espacial, o que significa que a comunicação é feita por meio de movimentos das mãos, expressões faciais e corporais, em vez de sons. A Libras possui uma gramática própria, com regras e estrutura linguística distintas da língua portuguesa. Reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil pela Lei n° 10.436/2002, a Libras é fundamental para o desenvolvimento, aprendizagem e inclusão social das pessoas surdas. Ela é usada não apenas em conversas do dia a dia, mas também em contextos formais, como na educação, saúde, trabalho e demais esferas da vida. Sua utilização permite que os surdos tenham acesso pleno à informação, comunicação e conhecimento, exercendo seus direitos e participando ativamente da sociedade. Breve histórico da Libras no Brasil A Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem uma longa e fascinante história no Brasil. Suas raízes remontam ao século XIX, quando o professor surdo francês Ernest Huet chegou ao país em 1855 e fundou a primeira escola pública para surdos, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, no Rio de Janeiro. Ao longo das décadas, a Libras foi evoluindo e ganhando espaço, apesar de enfrentar períodos de repressão e proibição de seu uso, especialmente durante o regime militar, quando a oralização forçada era a abordagem dominante. Somente em 2002, com a aprovação da Lei nº 10.436, a Libras foi oficialmente reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil, um marco fundamental para a valorização e promoção da língua de sinais. Hoje, a Libras é amplamente utilizada em diversos contextos, desde a educação até a saúde e o mercado de trabalho. Sua presença é cada vez mais comum em espaços públicos, na mídia e na cultura, refletindo o crescente reconhecimento da comunidade surda e sua luta pela inclusão e acessibilidade. Importância da Libras na educação A Língua Brasileira de Sinais (Libras) desempenha um papel fundamental na educação de alunos surdos, sendo essencial para o acesso ao conhecimento, desenvolvimento cognitivo e inclusão social. Como língua natural dos surdos, a Libras permite que eles possam se expressar, aprender e interagir de forma plena, superando as barreiras linguísticas e comunicativas presentes em um ambiente majoritariamente ouvinte. Ao adotar uma abordagem bilíngue, que valoriza a Libras como primeira língua e o português como segunda língua, as escolas podem proporcionar aos alunos surdos oportunidades equitativas de aprendizagem, respeitando suas diferenças e peculiaridades. Essa prática favorece o fortalecimento da identidade surda, o senso de pertencimento à comunidade e a apropriação da cultura surda, aspectos essenciais para o desenvolvimento integral do indivíduo. Além disso, a presença da Libras no contexto educacional beneficia não apenas os alunos surdos, mas também os alunos ouvintes, que têm a chance de entrar em contato com uma nova forma de comunicação e ampliar seu repertório linguístico. Essa convivência intercultural promove o respeito, a empatia e a valorização da diversidade, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e justa. Princípios da educação bilíngue A educação bilíngue para alunos surdos se baseia em princípios fundamentais que visam garantir o desenvolvimento integral do indivíduo e a inclusão social efetiva. O primeiro desses princípios é o reconhecimento da Libras como primeira língua do surdo, uma língua natural que permite a plena expressão, comunicação e acesso ao conhecimento. Ao valorizar a Libras como língua materna, a abordagem bilíngue respeita a identidade e a cultura surda, fortalecendo o senso de pertencimento da criança surda. Outro princípio crucial é a aprendizagem do português na modalidade escrita como segunda língua. Essa abordagem permite que os alunos surdos tenham contato com a língua majoritária, desenvolvendo habilidades de leitura e escrita, essenciais para sua participação plena na sociedade. A mediação entre as duas línguas, Libras e português, é feita de forma natural e contextualizada, evitando a subordinação de uma língua à outra. Além disso, a educação bilíngue reconhece a surdez como uma diferença linguística e cultural, não uma deficiência. Essa perspectiva valoriza as potencialidades dos alunos surdos e busca eliminar as barreiras que impedem seu desenvolvimento e inclusão. Dessa forma, a escola bilíngue se torna um espaço acolhedor e enriquecedor, onde a diversidade é celebrada e as oportunidades de aprendizagem são equitativas.