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Eletrólise ígnea 
A eletrólise é um processo inverso ao da pilha, ou seja, utiliza a 
energia elétrica para forçar a ocorrência de uma reação química não 
espontânea. 
Eletrólise é um processo não espontâneo de descarga de íons, no qual, 
à custa de energia elétrica, o cátion recebe elétrons e o ânion doa 
elétrons de modo que ambos ficam com energia química acumulada. 
Para efetuar o processo de eletrólise, é necessário que haja íons 
livres no sistema, o que só pode ocorrer de duas maneiras: 
• pela fusão (passagem para a fase líquida) de uma substância iônica; 
• pela dissociação ou pela ionização de certas substâncias em meio 
aquoso. 
Logo, por meio da eletrólise é possível obter uma série de 
substâncias que não são encontradas na natureza; por exem- .,,._.,# 
pio, cloro, iodo, soda cáustica e outras, que servem de .,;s•"'" ~· ~ 
matéria-prima em vários ramos da indústria, como o de ,, .. ~ 
medicamentos, de alimentos, de produtos têxteis e o ff 
s 
de derivados de petróleo. 0 
Os eletrodos (ânodo e cátodo) que compõem o sis­
tema de uma eletrólise podem apenas conduzir cor­
rente elétrica sem participar ativamente das reações 
- eletrodos inertes - ou podem participar ativamente 
do processo - eletrodos ativos. 
Neste capítulo veremos os casos de eletrólise que 
utilizam eletrodos inertes e, portanto, não participam das 
transformacões. , 
Sabemos que os íons são formados por causa de uma trans­
ferência de elétrons entre átomos de determinados elementos 
químicos na tentativa de adquirir estabilidade. 
Considere, por exemplo, a formação do cloreto de sódio: 
O O +1 -1 
2 Na(s) + 1 ce2(g) -- 2 Nace(s) + 642,4 kJ/mol 
O NOX de cada substância na reação mostra que houve transferên­
cia de elétrons do sódio metálico para o gás cloro, formando o cristal 
iônico de cloreto de sód io (ou rede cristalina de íons Na1+ e ce1
· ). 
2 Na(s) - • 2 e- + 2 Na1+ 
1 ce2(g) + 2 e- - --- 2 ce1
-
A energia liberada durante a reação mostra que se trata de um 
processo espontâneo. Se quisermos inverter esse processo, ou seja: 
• fazer o cátion sód io receber de volta o elétron que o átomo de sód io 
havia doado: 
2 Na1+ + 2 e- - --- 2 Na(s) 
® Eletrólise 
~ tról ise - Eletro significa 'corrente 
1 elét rica', e lise, 'quebra'; ou seja. 'quebra 
~ la corrente elétri ca'. 
Cloreto de 
sódio - NaCC(s). 
Sódio metálico -
• Na(s); 
Cloro gasoso - Cfi(g). 
Eletrólise com eletrodos inertes 181 
Ânodo: onde ocorre oxidação. 
• fazer o ânion cloreto doar o elétron que o átomo de cloro havia 
recebido : 
2 ce1- - - ce2(g) + 2 e-
estaremos forçando a passagem de um estado de maior estabilidade, 
portanto menos energético (da substância iônica), para outro de menor 
estabilidade, portanto mais energético (da substância simples). 
Para conseguir isso, teremos de fornecer energia, no caso, 642,4 kJ 
por mol de NaCe (e). 
2 NaCe(e) -- 2 Na(s) + 1 ce2(g) + 642,4 kJ/mol 
A energia utilizada para provocar a descarga dos íons, transformando­
-os em substâncias simples ou metálicas, é a energia elétrica que f ica 
armazenada nessas substâncias, na forma de energia química. 
A eletrólise ígnea (do latim igneus, 'ardente, inflamado') é feita com 
a substância iônica na fase líquida (fundida); logo, na ausência de água. 
O recipiente em que ocorre a eletrólise é denominado célula ou cuba 
eletrolítica e é construído para suportar temperaturas bastante elevadas, 
pois o ponto de fusão das substâncias iônicas geralmente é muito alto. 
Nela são adaptados dois eletrodos inertes feitos de material condutor, 
normalmente grafita ou platina. 
O ânodo é ligado ao polo positivo de um gerador de corrente con­
tínua, e o cátodo é ligado ao polo negativo desse gerador que, ao ser 
acionado, produz uma ddp suficiente para descarregar os íons da subs­
t ância iônica fundida que se encontra na cuba. 
Cátodo: onde ocorre redução. 
É o eletrodo ligado ao polo positivo do gerador. 
É do ânodo que saem os elétrons, portant o é 
onde os ânions se descarregam. 
É o eletrodo ligado ao polo negativo do gerador. 
É ao cát odo que chegam os elétrons. portant o é 
onde os cát ions se descarregam. 
Ar(f) - • A(f) + y e- (oxidação) 
fonte de 
corrente 
contínua 
Observe que, assim como numa 
pilha, o ânodo é o polo onde ocorre 
oxidação, e o cátodo é o polo onde 
ocorre redução. 
182 Capítulo 6 
aquecedores 
íons da 
su bstância 
cx+(e} + x e- -- C(f) (redução) 
e 
J--t-- cát odo 
E 
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Ilustração esquemát ica de eletrólise ígnea 
	182-2
	183-2

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