Avaliações Qualitativas e Quantitativas

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Segurança do trabalho
Avaliações qualitativas e quantitativas: tipos e
metodologias específicas das NHOs
Para controlar riscos ocupacionais, é preciso realizar algumas avaliações de
riscos, já que estes podem estar presentes no ambiente laboral do funcionário. As
avaliações são provenientes da higiene ocupacional, a qual conta com quatro
etapas:
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Nas etapas antecipar e reconhecer, são realizadas avaliações qualitativas,
analisando materiais, insumos, processos, resíduos que serão utilizados na
transformação do produto.
A avaliação qualitativa tem como objetivo definir a existência de um fator de
risco e o nível de risco, quando possível. Logo, ela é uma etapa importante na
avaliação dos riscos. Essa avaliação é negligenciada por muitos profissionais e, em
alguns casos, até ignorada. Trata-se do tipo de avaliação utilizado para determinar o
risco em um ambiente de trabalho sem ajuda de equipamentos de avaliação
ambiental, por exemplo.
A análise qualitativa é um processo em que nenhum tipo de dado quantitativo é
utilizado, ou seja, não há medições para tomar uma decisão sobre a exposição dos
trabalhadores. Verificam-se aspectos sobre as propriedades físico-químicas,
toxicidade das substâncias, condições de processo e organização do ambiente para
julgar as exposições.
Além disso, recomenda-se a utilização de checklist para reconhecer os fatores
de risco nessas etapas iniciais, visando a minimizar o erro de não reconhecer
adequadamente os fatores de risco do ambiente de trabalho. Podem-se também
entrevistar trabalhadores e/ou cipeiros para determinar a exposição ocupacional,
pois eles se baseiam em observação, experiência e modelos.
Esse tipo de avaliação vem se destacando cada vez mais para embasar a
tomada de decisão sobre a necessidade de medidas preventivas, pois avaliações
quantitativas bem-feitas são muito caras e nem sempre se justificam.
Após a afirmação, por meio de uma análise qualitativa, de que existe risco,
devem-se fazer as seguintes perguntas:
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Há com o que comparar o fator de risco?
Há limite de tolerância?
Há nível de ação?
Há histórico de adoecimento no manuseio/na exposição?
A coleta de uma amostra para saber se o fator de risco está acima dos
limites permitidos é necessária?
Caso as respostas para tais questionamentos sejam negativas, reconhecido o
fator de risco qualitativamente, deve-se partir para a etapa de controle.
Porém, se as respostas forem positivas, trata-se de um fator de risco
quantitativo, isto é, se há um limite de tolerância, consequentemente existe um fator
de risco quantitativo.
O objetivo, na avaliação quantitativa, é determinar o nível exato da exposição a
dado fator de risco. Tal avaliação é feita com base em números, ou seja, a
quantidade numérica é estabelecida com a ajuda de um equipamento que verifica a
quantidade de vibração (acelerômetro) ao qual o empregado está exposto, por
exemplo.
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Visando a garantir resultados confiáveis, as avaliações quantitativas devem ser
corretamente planejadas e executadas, de acordo com uma estratégia de
amostragem bem elaborada, utilizando instrumentos de boa qualidade e
devidamente calibrados.
Quanto a contaminantes atmosféricos que requerem subsequente análise, a
mesma qualidade deve ser mantida também nos laboratórios analíticos. Falhas em
qualquer parte do processo de avaliação levam a conclusões errôneas, pois
“nenhuma corrente é mais forte do que seu elo mais fraco”.
Para os fatores de risco que apresentam limites, depois de qualificados, devem
ser quantificados para serem comparados com os limites definidos nas literaturas.
Para uma correta avaliação quantitativa, deve-se recorrer a metodologias
determinadas por órgãos para a acuracidade das informações. Para o fator de risco
físico vibração, deve ser analisado o tipo de vibração (se a vibração envolve o corpo
inteiro ou as mãos e os braços), conforme a metodologia proposta nas Normas de
Higiene Ocupacional (NHOs) 9 e 10.
Já no que diz respeito ao etilbenzeno, a sua amostragem é definida pelo
National Institute for Occupational Safety and Health, na norma NIOSH 1501, a qual
detém uma metodologia específica para coleta, armazenagem, transporte e
avaliação laboratorial do agente químico.
Após obter o resultado – ou melhor, o conjunto de resultados –, ele deve ser
comparado com os limites de tolerância definidos na Norma Regulamentadora 15
(NR-15) e nos respectivos anexos ou, se for o caso, na ACGIH (American
Conference of Governmental Industrial Hygienists), conforme descrito na NR-9.
Em alguns fóruns, discute-se a questão da prevenção e do pagamento de
insalubridade. Ambos são requisitos diferentes, e o técnico em segurança do
trabalho deve compreender bem a diferença entre eles.
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O primeiro trabalha com métodos e limites atualizados, mais restritivos,
frequentemente inferiores aos limites propostos na NR-15, a qual visa apenas à
questão do pagamento ou não do adicional de insalubridade.
O quadro a seguir determina o que é qualitativo e o que é quantitativo,
facilitando a compreensão:
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FATOR DE RISCO PREVENÇÃO INSALUBRIDADE
Ruído contínuo ou
intermitente
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo –
NHO 1
Quantitativo – NR-15
– Anexo 1
Ruído de impacto
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo –
NHO 1
Quantitativo – NR-15
– Anexo 2
Calor
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo –
NHO 6
Quantitativo – NR-15
– Anexo 3
Radiações
ionizantes
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo –
NHO 5
Qualitativo – NR-15
– Anexo 5
Trabalho sob
condições
hiperbáricas
- Qualitativo – NR-15
– Anexo 6
Radiações não
ionizantes
Quantitativo –
ACGIH
Qualitativo – NR-15
– Anexo 7
Vibrações
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo –
NHOs 9 e 10
Quantitativo – NR-15
– Anexo 8
Frio
Quantitativo –
NR-29 Tabela 1
Quantitativo –
ACGIH
Qualitativo – NR-15
– Anexo 9
Umidade - Qualitativo – NR-15
– Anexo 10
Agentes químicos
com limites de
tolerância
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo – NR-15
– Anexo 11
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FATOR DE RISCO PREVENÇÃO INSALUBRIDADE
Poeiras minerais
Quantitativo –
ACGIH
Quantitativo –
NHO 8
Quantitativo – NR-15
– Anexo 12
Atividades ou
operações
envolvendo agentes
químicos
- Qualitativo – NR-15
– Anexo 13
Agentes biológicos Qualitativo –
ACGIH
Qualitativo – NR-15
– Anexo 14
Figura 1 – Quadro com os fatores de risco
(#booklet)