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AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO – ATENDIMENTO 
HOSPITALAR E DOMICILIAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Mônica Caetano Vieira da Silva 
 
 
 
 
2 
TEMA 1 – FUNDAMENTOS LEGAIS DA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NO 
BRASIL 
Olá! Seja bem-vindo à aula, que abordará o tema “A atuação do Pedagogo 
em espaços escolares e não escolares”. Para conhecer mais sobre o tema, assista 
à aula e leia os textos indicados. 
O Pedagogo precisa estar preparado para atuar em diferentes espaços 
educativos. Escola, hospitais, domicílios, ONG’s, entre outros, podem ser espaços 
de atuação desse profissional. Na aula de hoje, conversaremos sobre os 
fundamentos legais que normatizam a formação do Pedagogo, bem como suas 
possíveis áreas de atuação, a formação do profissional de educação para classes 
hospitalares e o papel do Pedagogo no hospital. Para finalizar, relatos de 
Pedagogos serão abordados. 
O curso de Pedagogia foi oficializado no Brasil em 1939 e, deste então, 
mudanças significativas ocorreram. De acordo com Saviani (2006), o Decreto 
n.1190/1939 organizou à Faculdade Nacional de Filosofia, dando origem a quatro 
seções: Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia. Cada seção era formada por 
alguns cursos, porém, na seção de Pedagogia, havia apenas um curso, nomeado 
“Pedagogia”, marcando, desta forma, o início da história deste curso. 
Saviani (2006) explica que o Curso de Pedagogia era de bacharelado e 
durava três anos. Para alcançar o título de licenciatura era preciso cursar a 
disciplina de Didática por um ano, depois de terminar o bacharelado, originando o 
esquema “3+1”. De acordo Saviani (2006), o Curso de Pedagogia apresentava o 
seguinte currículo: 
1º ano: Complementos de matemática; história da filosofia; sociologia; 
fundamentos biológicos da educação; psicologia educacional. 2º ano: 
Psicologia Educacional, estatística educacional; história da educação; 
fundamentos sociológicos da educação; administração escolar. 3º ano: 
Psicologia Educacional; história da educação, administração escolar; 
educação comparada; filosofia da educação (Saviani, 2006, p.39). 
O pedagogo era considerado técnico da educação devido à sua formação, 
o campo de atuação era basicamente o de ensino. O aluno que cursava a 
licenciatura alcançava a formação docente e, segundo Urbanetz e Silva (2008, 
p.40), “esta distinção aponta a concepção vigente na época, que entendia o 
processo pedagógico como um processo dicotômico, separado entre conteúdo e 
método”. 
 
 
3 
A partir da Lei Orgânica do Ensino Médio – Decreto Lei n. 8530/1946 – o 
licenciado em Pedagogia pode ministrar aulas de Matemática, Filosofia e História. 
Foi entre as décadas de 1960 e 1970 que se começou um repensar sobre a 
formação do pedagogo. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
publicada em 20 de dezembro de 1961 (Lei n. 4024/1961), determina: 
CAPÍTULO IV 
Art. 52. O ensino normal tem por fim a formação de professores, 
orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao 
ensino primário, e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos 
relativos à educação da infância. 
Art. 53. A formação de docentes para o ensino primário far-se-á: a) em 
escola normal de grau ginasial no mínimo de quatro séries anuais onde 
além das disciplinas obrigatórias do curso secundário ginasial será 
ministrada preparação pedagógica; b) em escola normal de grau 
colegial, de três séries anuais, no mínimo, em prosseguimento ao vetado 
grau ginasial. 
Art. 54. As escolas normais, de grau ginasial expedirão o diploma de 
regente de ensino primário, e, as de grau colegial, o de professor 
primário. 
Art. 55. Os institutos de educação além dos cursos de grau médio 
referidos no artigo 53, ministrarão cursos de especialização, de 
administradores escolares e de aperfeiçoamento, abertos aos 
graduados em escolas normais de grau colegial. 
Art. 59. A formação de professores para o ensino médio será feita nas 
faculdades de filosofia, ciências e letras e a de professores de disciplinas 
específicas de ensino médio técnico em cursos especiais de educação 
técnica. 
Parágrafo único. Nos institutos de educação poderão funcionar cursos 
de formação de professores para o ensino normal, dentro das normas 
estabelecidas para os cursos pedagógicos das faculdades de filosofia, 
ciências e letras. 
Observa-se, então, a formação de orientadores, supervisores e 
administradores escolares nos cursos normais, habilitações essas que 
posteriormente estavam presentes na formação do pedagogo. Em 1962, acontece 
nova regulamentação do Curso de Pedagogia, trazendo alterações para sua 
estrutura. O currículo mínimo do curso passou a contemplar cinco disciplinas 
obrigatórias e duas disciplinas opcionais, para cursar ao longo dos quatro anos de 
curso. 
1. Psicologia da Educação; 2. Sociologia (Geral e da Educação); 3. 
História da Educação; 4. Filosofia da Educação; 5. Administração 
Escolar; 6/7. Duas entre:a) Biologia; b) História da Filosofia; c) 
Estatística; d) Métodos e Técnicas de Pesquisa Pedagógica; e) Cultura 
Brasileira; f) Educação Comparada; g) Higiene Escolar; h) Currículos e 
Programas; i) Técnicas Audiovisuais de Educação; j) Teoria e Prática da 
Escola Primária; k) Teoria e Prática da Escola Média; l) Introdução à 
orientação Educacional. 
O presente Parecer (n. 251, de 1962) não apontava a identidade do 
profissional formado no curso nem qual espaço ocuparia no mercado de trabalho. 
 
 
4 
Foi o Parecer n. 252, de 1969, que trouxe mudanças na forma de organização do 
Curso, apontando as seguintes habilitações na formação do pedagogo: 
Orientação Educacional, Supervisão Escolar, Administração Escolar, Inspeção 
Escolar e Ensino das Disciplinas e Atividades práticas dos Cursos Normais. O 
Parágrafo Único, do artigo 6º, determina que, ao realizar as habilitações de 
Orientação Educacional, Administração e Supervisão Escolar, o aluno deve ter 
experiência de magistério e, desta forma, o Parecer n. 867/1972, de 11 de agosto 
de 1972, passa a indicar que é necessária a experiência do magistério “anterior 
ao ingresso ao curso ou à obtenção de diploma, com duração não inferior a um 
ano letivo, no caso de Orientação Educacional, e um semestre letivo nos demais 
casos”. (Brasil, 1972, p.30). 
No final da década de 1970 e no início da década de 1980, iniciam-se 
discussões a respeito do papel da escola e de seus profissionais, indicando, 
segundo Urbanetz e Silva (2008, p.45), “a necessidade de formação de um 
pedagogo que refletisse a unidade do trabalho pedagógico vivenciado na escola” 
e cria-se o Comitê Pró-participação na Reformulação dos Cursos de Pedagogia e 
Licenciatura que marca um novo olhar para o curso de Pedagogia”. 
Em 1983, segundo Brzezinski (2008), percebe-se uma tendência em tornar 
o exercício da docência a base da identidade do profissional que se formava em 
Pedagogia. Em 1986, as IES determinam a docência como o núcleo do curso e 
tornam obrigatória a formação do docente para disciplinas pedagógicas da 
habilitação magistério (nível de 2.º grau) ou para as séries iniciais (1.º grau) ou 
para as duas habilitações. (Brzezinski, 2008, p.188). 
Em 1996, após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN), cresce o debate em torno da formação de profissionais da 
educação que colaborou para a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais 
para o Curso de Pedagogia, Resolução n. CNE/CP O1/2006. Segundo Saviani 
(2006): 
As diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, [...], 
levam em conta proposições formalizadas, nos últimos 25 anos, em 
análises da realidade educacional brasileira, com a finalidade de 
diagnóstico e avaliação sobre a formação e atuação dos professores, em 
especial na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 
assim como em cursos de Educação Profissional para o Magistério e 
para o exercício de atividades que exijam formaçãopedagógica e estudo 
de política e gestão educacionais. (Saviani, 2006, p. 218). 
Saviani aponta que a Legislação pertinente foi acatada pelas Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia: Constituição da República 
 
 
5 
Federativa do Brasil (1998, art. 205); LDB (n. 9394196); Plano Nacional da 
Educação (Lei n. 10.172/2001); Parecer CNE/CP n. 27/2001; Parecer CNE/CP n. 
28/2001; Resolução CNE/CP n. 1/2002 e Resolução CNE/CP n. 2/2002. (Saviani, 
2006, p. 218-219). 
TEMA 2 – ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO 
As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia determinam a 
docência como a base de formação do curso. Desta forma, o Curso de Pedagogia 
deixa de formar para as habilitações de Orientador Educacional, Supervisor 
Escolar e Administrador Escolar e passa a formar docentes que atuem em 
diferentes níveis de ensino. 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia aplicam-se 
à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e 
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, 
na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área 
de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam 
previstos conhecimentos pedagógicos (Brasil, 2006). 
Ao deixar de apresentar a “Pedagogia fragmentada”, por conta das 
habilitações específicas, as funções do Pedagogo passam a ser mais 
abrangentes, de modo a questionar se o curso teria condições de formar 
pedagogos e professores mantendo a mesma duração do curso de quando 
apresentava as habilitações. Segundo Almeida e Soares (2010): 
A partir das Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, as 
habilitações específicas de fato deixam de existir. No entanto, tomamos 
como pressuposto o fato de que as funções orientadora e supervisora 
continuam existentes inerentes ao trabalho do pedagogo escolar, ou 
seja, marcam a ação do pedagogo no dia a dia da escola (Almeida; 
Soares, 2010, p.45). 
Apesar do entendimento de não existir mais a formação das habilitações 
após as Diretrizes Curriculares, podemos identificar, até os dias atuais, as funções 
orientadora e supervisora do pedagogo sendo exercidas de diferentes formas na 
escola. Sobre as atividades docentes, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o 
Curso de Pedagogia determinam: 
Art. 4.º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de 
professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e 
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, 
na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e 
apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos 
conhecimentos pedagógicos. Parágrafo único. As atividades docentes 
também compreendem participação na organização e gestão de 
 
 
6 
sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, 
execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas 
próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, 
coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências 
educativas não-escolares; III - produção e difusão do conhecimento 
científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e 
não-escolares. (Brasil, 2006). 
De acordo com Libâneo (2005), o trabalho docente presume a formação 
pedagógica e, desta forma, o autor entende que a docência não pode ser a base 
do curso de Pedagogia, pois é preciso considerar que todo trabalho docente é 
pedagógico, porém o trabalho pedagógico não é necessariamente docente. A 
formação do profissional do Curso de Pedagogia é mais ampla do que a simples 
docência. 
O aluno em formação no Curso de Pedagogia precisa se apropriar de 
conhecimentos que correspondam às necessidades atuais da educação, inclusive 
estando apto a trabalhar em espaço não escolares. 
2.1 Espaços não escolares de atuação do Pedagogo 
Conforme determinação da Resolução CNE/CP n. 1/2006, artigo 5.º, o 
egresso do curso de Pedagogia deve estar apto a “[...] IV - trabalhar, em espaços 
escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em 
diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades 
do processo educativo [...]”; desta forma, conclui-se que a escola não é o único 
espaço de atuação do pedagogo. Frison (2004), afirma que: 
Na escola, na sociedade, na empresa, em espaços formais ou não 
formais, escolares ou não escolares, estamos constantemente 
aprendendo e ensinando. Assim, como não há forma única nem modelo 
exclusivo de educação, a escola não é o único em que ela acontece e, 
talvez, nem seja o mais importante. As transformações contemporâneas 
contribuíram para consolidar o entendimento da educação como 
fenômeno multifacetado, que ocorre em muitos lugares, institucionais ou 
não, sob várias modalidades (Frison, 2004, p. 88). 
Sabe-se que o processo de ensino-aprendizagem ocorre em diversos 
lugares, portanto é fundamental a presença de um profissional da educação em 
diferentes contextos. Para Carneiro e Maciel: 
[...] à medida que a sociedade se tornou tão complexa, há que se 
expandir a intencionalidade educativa para diversos contextos, 
abrangendo diferentes tipos de formação necessários ao exercício pleno 
da cidadania. Nessa perspectiva, as referências e reflexões sobre as 
diversas formas e meios de ação educativa deverão também constar do 
rol de atribuições de um pedagogo, e, mais que isto, referendar seu 
papel social transformador (Carneiro e Maciel, p. 2, s.d.). 
 
 
7 
Dentre os espaços não escolares de atuação do pedagogo, podemos citar 
os hospitais, as empresas, as ONG’s, os meios de comunicação e o sistema 
penitenciário. 
Em relação ao trabalho em empresas, o Pedagogo pode trabalhar no setor 
de Recursos Humanos, desenvolvendo projetos que privilegiem, por exemplo, a 
melhoria do trabalho em equipe; propondo cursos de aperfeiçoamento, de 
capacitação; bem como dinâmicas de grupo; palestras e outras ações que tragam 
resultados positivos de desempenho dos funcionários tanto individual quanto 
coletivamente. A atuação do pedagogo na empresa tem como pressuposto 
principal a filosofia e a política de recursos humanos adotados pela organização. 
Daí o cuidado para não imaginar que o treinamento tem um fim em si mesmo ou 
que a postura a adotar na empresa é a mesma a ser adotada em uma escola 
(Ribeiro, 2003, p. 09-10). 
Ao tratar do trabalho do Pedagogo no Sistema Penitenciário, ressalta-se 
que a legislação brasileira prevê que seja ofertado trabalho educativo no sistema 
prisional para que seja possível a reeducação do indivíduo recluso. Dentre os 
direitos garantidos aos cidadãos, há o direito à educação, portanto é importante a 
presença do pedagogo para atuar também no sistema prisional. Contudo, de 
acordo com Horta (2009, p. 47), “há certo constrangimento ao falar sobre o tema, 
porque a última coisa que o conjunto da população quer ouvir é a defesa dos 
direitos de quem feriu todos os direitos humanos”. Para Santos (2015, p.105-106): 
A educação dentro deste ambiente tem que ser vista como uma 
educação acima de tudo transformadora, com a finalidade de 
conscientizar os detentos, fazê-los compreender seus deveres e direitos 
de cidadania, e fazer com que preservem os seus valores culturais. Essa 
educação tem como maior objetivo a formação integral do educando e 
assim contribuir para o processo de reinserção social. O pedagogo, 
como profissional da educação, no desenvolver de suas atividades neste 
ambiente deve ser visto como um mediador, dando ênfase ao 
conhecimento prévio dos alunos/detentos e também introduzindo suas 
vivencias práticas, ou seja, gerando uma relação de troca 
epistemológica, quebrando o paradigma tradicional de que somente o 
professor detém o saber na sala de aula. 
Destaca-se a importância do Pedagogo neste espaço para proporcionar 
que os presidiários ocupem seu tempo de maneira mais proveitosa, além de 
proporcionar interação entre os detentos e a possibilidadede aprendizagem 
significativa que contribua para o surgimento da esperança de uma “nova vida” a 
essas pessoas ao saírem da prisão. 
 
 
8 
O pedagogo também pode atuar em ONGs. Sobre elas, Barzano (2009, 
p.183) afirma: 
Considero, portanto, que nos últimos anos, as ONG não são apenas 
locais de assistência à população economicamente menos favorecida. 
Mais que isto, elas têm servido como polos difusores de conhecimentos, 
que participam tanto na formação de crianças, adolescentes e jovens, 
como na formação continuada de professores [...]. 
Elaboração de projetos educacionais e oferta de suporte pedagógico são 
algumas das atribuições do pedagogo neste ambiente, no qual ele pode ser 
considerado um educador social. 
O avanço das tecnologias de informação e comunicação também faz surgir 
um novo campo de atuação do Pedagogo. Trabalhar em programas educativos e 
propor atividades pedagógicas em jornais impressos são algumas das atividades 
que o pedagogo pode exercer nos diferentes meios de comunicação. De acordo 
com Alvarez e Rigo (2018, p.10), pode-se encontrar espaço para os pedagogos 
nos meios de comunicação, pois “nesse ambiente, o profissional atua na difusão 
cultural e na comunicação de massa, permitindo, com isso, criar estratégias e 
instrumentos proporcionando ensino por meio da comunicação”. 
Hospitais também são espaços em que os pedagogos desenvolvem 
diferentes atividades para atender a crianças e adolescentes hospitalizados. 
Considerações sobre essa atuação do Pedagogo serão apresentadas no Tema 4 
desta aula. 
TEMA 3 – FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO PARA CLASSES 
HOSPITALARES 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia preveem 
a docência em diferentes espaços e a possibilidade de atuação na organização 
do trabalho pedagógico em diferentes áreas de atuação que necessitem 
conhecimento pedagógico. Para Libâneo: 
É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que as 
práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida 
social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos a docência, 
embora estas devam ser a referência da formação do pedagogo escolar. 
Sendo assim o campo de atuação do profissional formado em pedagogia 
é tão vasto quanto são as práticas educativas na sociedade. Em todo 
lugar onde houver uma prática educativa com caráter de 
intencionalidade, há aí uma pedagogia (Libâneo, 1999, p. 51). 
 
 
9 
A formação para Pedagogo Hospitalar deve ser comtemplada no Curso de 
Pedagogia, visto que este curso prepara o futuro pedagogo para atuar em espaços 
escolares e não escolares, contudo, muitas vezes, isto ocorre de maneira 
superficial e o aluno não se sente preparado para adentrar neste campo de 
atuação. Cursos de pós-graduação voltados à Pedagogia Hospitalar tornam-se 
também uma possibilidade de formação para o profissional da educação que 
deseja conhecer mais sobre a especificidade desse trabalho. 
Percebe-se, ao longo da história da educação do Brasil, a preocupação em 
proporcionar a crianças e adolescentes a garantia de direito à educação em 
diferentes contextos, inclusive em hospitais. Desta forma, reforça-se a ideia de 
formação mais específica para docentes que trabalharão em espaços não 
escolares. De acordo com Paula (2015): 
O fato das crianças, adolescentes, jovens e adultos poderem ter acesso 
a um profissional de saúde nas escolas e um profissional de educação 
nos hospitais demonstram que nosso país tem avançado, mesmo que 
lentamente, nas políticas públicas e na tentativa de garantir os direitos 
aos cidadãos. Observa-se que existe uma melhoria da qualidade de vida 
das pessoas das classes populares e reconhecimento de direitos. Os 
serviços e atendimentos começam a ser ofertados, mas a formação dos 
profissionais ainda é deficitária nesses diferentes espaços educacionais. 
(Paula, 2015, p.4) 
A formação do pedagogo para trabalhar no espaço hospitalar pressupõe a 
elaboração de um projeto pedagógico adequado a essa realidade, contemplando 
uma relação direta entre teoria e prática. Para Matos e Mugiatti (2008, p. 49): 
Verificada a necessidade da existência de uma práxis e uma técnica 
pedagógica nos hospitais, confirma-se a existência de um saber voltado 
a criança/adolescente num contexto hospitalar envolvido no processo 
ensino-aprendizagem, instaurando-se aí um corpo de conhecimentos de 
apoio que justifica a chamada de Pedagogia Hospitalar. 
Nos cursos de formação do pedagogo hospitalar, é necessário refletir a 
integração entre a classe hospitalar e a escola regular. A escola precisa 
compreender que o aluno hospitalizado apresenta necessidades e realidades 
diferentes daqueles que frequentam as aulas nas escolas. Considerando este 
contexto, Matos e Mugiatti (2008, p. 38) afirmam que “a Pedagogia Hospitalar, 
sem renunciar aos conteúdos específicos da aprendizagem normatizada, vai 
além: trata de flexibilizar e agilizar os conteúdos do currículo escolar, de modo 
que, sem formalismos, tais conteúdos venham adaptar-se ao estado 
biopsicológicos e sociais da criança/adolescente.” 
 
 
10 
TEMA 4 – PAPEL DO PEDAGOGO NO AMBIENTE HOSPITALAR 
O hospital tem sido espaço de atuação do pedagogo desde que se 
constatou a necessidade de atender a crianças e adolescentes hospitalizados, 
para que estes pudessem ter seus direitos à educação garantidos. O profissional 
da educação que trabalha em hospitais possibilita aos pacientes internados 
(crianças e adolescentes) o “vínculo” com a escola de origem, por meio da 
realização de atividades que os coloca em contato com os conteúdos curriculares 
e provoca aprendizagens, bem como oportuniza momentos de interação com 
outras crianças e adolescentes. 
Partindo-se da hipótese de que a presença e atuação de um pedagogo 
no ambiente hospitalar são de extrema importância às crianças e 
adolescentes em fase escolarização, como forma de dar continuidade 
ao seu aprendizado, garantindo-lhes seu direito a educação e 
possibilitando instantes lúdicos, de descontração, bem estar, 
interatividade e de compartilhamento e aquisição de novos 
conhecimentos, de modo a preencher seu tempo ocioso de forma sadia, 
através de atividades variadas, fazendo com que se “desliguem” 
temporariamente, do momento tão difícil que estão atravessando (Silva; 
Farago, 2014, p.167) 
O fato de estar em ambiente diferente do leito enquanto está no hospital 
também provoca nestes alunos momentos de distração e preenchimento do 
tempo com situações que os fazem, por algum tempo, sentirem-se “distantes” da 
doença. Matos e Mugiatti ressaltam a importância da atenção pedagógica na 
atuação do pedagogo hospitalar: 
[...] a atenção pedagógica, mediante a comunicação e diálogo, é 
essencial para o ato educativo e se propõe a ajudar a criança (ou 
adolescente) hospitalizada para que, imerso na situação negativa que 
atravessa no momento, possa se desenvolver em suas dimensões 
possíveis de educação continuada, como uma proposta de 
enriquecimento pessoal. (Matos; Mugiatti, 2014, p. 69) 
O acompanhamento pedagógico hospitalar é uma das atividades 
realizadas nas classes hospitalares. Para que este atendimento ocorra de forma 
adequada, é necessário conhecer alguns passos do trabalho do pedagogo 
hospitalar. A fim de melhor elucidar esta questão, serão apresentados atribuições 
do pedagogo no contexto hospitalar com base na “Proposta Político-Pedagógica 
Hospitalar (PPPH9)” e nas Instruções Normativas n. 006/2008 e 016/2012, que 
determinam procedimentos de implantação e de funcionamento do Serviço de 
Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh) no Paraná. As 
 
 
11 
instruções normativas declaram que são atribuições do pedagogo no contexto 
hospitalar: 
a) coordenar, acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico, bem como 
organizar os materiais e equipamentos do Serviço de Atendimento à Rede 
de Escolarização Hospitalar; 
b) observar a recomendação médica para liberaçãodos educandos para que 
recebam Atendimento Pedagógico; 
c) promover encontros a fim de oportunizar a troca de experiências entre os 
docentes; 
d) elaborar, em conjunto com os professores e profissionais da instituição 
conveniada, o Plano de Ação Pedagógico-Hospitalar; 
e) articular ações com os profissionais da instituição conveniada para o 
desenvolvimento do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização 
Hospitalar; 
f) manter contato com a família, com o responsável pelo Serviço de 
Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Núcleo Regional de 
Educação e com a escola de origem do educando; 
g) participar de encontros e reuniões promovidos pelo Departamento de 
Educação Especial e Inclusão Educacional e Núcleo Regional de 
Educação; 
h) organizar e garantir o cumprimento da hora-atividade dos professores de 
acordo com as normas vigentes; 
i) entregar aos pais ou responsáveis pelo educando a Ficha Individual do 
Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar, anexando as 
atividades realizadas, no estabelecimento de ensino em que o educando 
se encontra matriculado; 
j) arquivar cópia da Ficha Individual do Serviço de Atendimento à Rede de 
Escolarização Hospitalar na instituição conveniada; 
k) fornecer informações atualizadas ao responsável pelo Serviço de 
Atendimento Programa de Apoio à Iniciação Científica - PAIC 2012-2013 
457 à Rede de Escolarização Hospitalar no Núcleo Regional de Educação, 
para atualização do banco de dados; 
l) organizar o Livro Ponto dos professores, encaminhando mensalmente o 
relatório de frequência e outras questões que envolvam sua vida funcional 
 
 
12 
ao responsável pelo Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização 
Hospitalar do Núcleo Regional de Educação, no prazo determinado; 
m) cumprir carga horária previamente definida no Serviço; 
n) fazer os exames médicos, conforme determinação da Secretaria de Estado 
da Educação (Paraná, 2012, p. 6). 
Constata-se nas orientações expressas nestes documentos a abrangência 
do trabalho desenvolvido pelo Pedagogo nos hospitais, bem como a importância 
deste trabalho. De acordo com Rodrigues: 
A prática científica do trabalho pedagógico desenvolvido em ambiente 
hospitalar tem uma abordagem transdisciplinar, que permite e aceita a 
diversidade, além de articular elementos que passam entre, além e por 
disciplinas e profissionais que habitam este contexto. Tal prática entende 
que o atendimento ao escolar hospitalizado deve ser direcionado a cada 
um de maneira particular, conforme suas necessidades e possibilidades, 
a interação entre os elementos que formam a equipe multiprofissional e 
a presença da família, que é um dos fatores relevantes quando se tem 
em vista o bem-estar do escolar hospitalizado (Rodrigues, 2012, p. 84). 
 É importante destacar ainda que o pedagogo desenvolve suas atividades 
em diferentes espaços do hospital, tais como brinquedoteca e outros espaços de 
recreação, como quarto, enfermaria e classes hospitalares, dependendo da 
condição do aluno paciente. Além de mediador de aprendizagens, o pedagogo se 
torna alguém capaz de ajudar a amenizar o sofrimento, as angústias de crianças 
e adolescentes internados por meio de estímulos, atenção e atividades que façam 
com que eles se sintam acolhidos e motivados a vencer os desafios que surgirem. 
TEMA 5 – EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM CLASSES HOSPITALARES: 
ALGUNS RELATOS 
Com a finalidade de abordar experiências práticas em relação ao trabalho 
do pedagogo em hospitais, serão apresentados depoimentos de pedagogos que 
realizam ou realizaram trabalhos em hospitais no Brasil, bem como de pais e 
profissionais de saúde. As experiências foram retiradas de documentos 
publicados e referenciados ao final desta aula. Muitas são as pesquisas que 
tratam deste assunto, e é de suma importância que tais relatos sejam analisados. 
Em relação ao trabalho desenvolvido em hospitais, os pedagogos 
entrevistados afirmam: 
 
 
 
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Eu acho que o meu trabalho é como aquela história que o oceano é cheio 
de gotas e a minha gota é uma contribuição importante, por mais que 
seja uma gota, mas é muito importante, eu acho que cada profissional 
tem a sua. (Pedagoga,2014). 
As pessoas geralmente associam a imagem do Hospital apenas aos 
aspectos ruins, a doenças e sofrimento, o que de certa forma não deixa 
de ser, porém há um apoio, a Pedagogia Hospitalar, que não só auxilia 
ao tratamento do paciente como também serve para auxiliar em 
possíveis dificuldades de aprendizagens das crianças. É uma área da 
Educação Hospitalar que possibilita novos caminhos na educação. 
(HIJG - MARGARIDA, 2011) 
Quando há a Pedagogia dentro de um Hospital a criança se sente mais 
segura, pois tem um pedacinho de seu cotidiano dentro de um local que 
muitas vezes é visto com tanto temor. (HIJG - ROSA, 2011) 
Quando a criança chega a um Hospital para tratamento, está com medo, 
insegura não sabe como passar por esse momento difícil, pois sua rotina 
muda completamente. Muitas vezes as medicações são fortes e ela não 
intende o porquê precisou estar ali e quando descobre as possibilidades 
que existe em seu cotidiano e que também tem no Hospital Infantil, como 
as aulas ela passa a lidar melhor com sua doença e seu tratamento. Na 
classe a criança se sente importante, faz uma ligação entre a escola de 
origem e suas aulas no espaço hospitalar, se esforça para mostrar o que 
aprendia e quer aprender mais e mais para quando voltar para sua 
escola mostrar que sabe igual ou até mais que seus colegas. (HIJG - 
Amarílis, 2011) 
Os benefícios no tratamento das crianças são muitos, pois mesmo com 
a saúde debilitada os pacientes estudam, brincam e interagem com 
outros pacientes, o que faz com que eles aceitem melhor o momento que 
estão passando, além de que quando trabalhando com seu cognitivo 
esquecem muitas vezes das dores que passam ou pelo menos diminui, 
pois estão com a mente ocupada. (HIJG - Amarílis, 2011) 
Pode-se verificar que os pedagogos entrevistados demonstram reconhecer 
a importância do trabalho que desenvolvem, pois as crianças sentem-se melhor, 
mais seguras quando se ocupam com as atividades propostas. O fato de realizar 
atividades escolares torna o momento importante para as crianças, pois de 
alguma forma estão ligadas ao mundo exterior ao do hospital. 
A Pedagogia Hospitalar é muito mais ampla do que as pessoas 
imaginam, quando falamos nela muitas pessoas pensam se tratar de 
algumas professoras que brincam com os pacientes e não sabem o 
quanto é ampla e quantos projetos existem dentro dela. No Hospital tem 
as aulas, as brincadeiras e a brinquedoteca que alguns Hospitais têm o 
ambulatório que auxilia na dificuldade de crianças que não 
necessariamente estejam internadas e a estimulação essencial para 
crianças que estimula o desenvolvimento neuromotor das crianças, é 
uma área da educação importante e necessária. (HIJG - MARGARIDA, 
2011) 
Para um bom trabalho primeiramente estabeleço uma relação de 
confiança com a criança, faço com que ela sinta que pode confiar em 
mim, que respeito seu momento, que estou aqui para ajudá-la, então 
após nos conhecermos e ficarmos a vontade um com o outro começo 
meu trabalho. Na Pedagogia Hospitalar devemos sempre respeitar e 
apoiar as crianças, pois sempre quem está no Hospital está passando 
por um momento difícil, precisa de atenção e estabelecer uma conexão 
com o mundo real. (HIJG - IRIS, 2011) 
Na sala de recreação trago opções de atividades para que escolham, 
por exemplo, a pascoa está chegando, então conversei com eles sobre 
a pascoa e seus significados, o que este dia representa para cada um e 
 
 
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juntos confeccionamos uma espécie de cestinha com EVA com tubo 
usado para enrolar linha. Adoraram a possibilidade, pois mesmo eles 
estando internados puderam fazer as cestas para dar de presente aos 
irmãos, pai, mãe e amigos, geralmente querem fazer mais de uma. Vê a 
importância, ao invés de ficarem deitados nacama do Hospital 
esperando a medicação ou só vendo televisão quando tem, estão 
produzindo, interagindo com os outros pacientes e até esquecendo 
mesmo que por um momento, de suas doenças. (HIJG - ROSA, 2011) 
Eu trabalho na área de brinquedoteca a ideia da ação dela é garantir o 
direito da criança de brincar, um direito fundamental que no hospital 
também precisa ser respeitado a partir daí a gente trabalha com o lúdico. 
(Pedagoga, 2014) 
Esses tempos foi realizado uma conferência de Cardiologistas, e um 
médico me perguntou se tinha como eu fazer junto com os pacientes a 
lembrancinha do evento, suamos mais fizemos em uns três dias mais de 
100 caixinhas decoradas, os adolescentes adoraram e faziam com a 
maior vontade, estavam se sentindo úteis e saber que as lembranças de 
uma conferência de Médico foi feita por eles aumentou muito a 
autoestima de todos. Isso mostra como é importante esses trabalhos 
manuais, estes artesanatos e esta produção que realizam na recreação, 
é um momento de esquecer os problemas. (HIJG - ROSA, 2011) 
Em espaços diferentes, realizando atividades diferenciadas, as crianças 
experimentam momentos de prazer e alegria. Envolver-se em situações lúdicas 
garante à criança maior entusiasmo e interesse em participar do que é proposto. 
Para Borges (et al., 2008), “as atividades lúdicas proporcionadas a essas crianças 
no ambiente hospitalar atuam como catalisadoras no processo de sua 
recuperação e adaptação, representando estratégia de confronto das condições 
adversas da hospitalização”. 
Os pais das crianças internadas consideram importantes as atividades 
pedagógicas propostas, segundo os relatos: 
É muito bom ter professora no hospital. Eu acho que a minha filha (de 8 
anos) já aprendeu mais aqui nesses nove dias, do que na escola. Aqui 
tem menos alunos e ela presta mais atenção. Na escola ela fica muito 
distraída [...]. Até eu já aprendi a fazer contas (cálculos). A professora 
também está me ensinando [...]. Estou gostando muito desse 
atendimento (Mãe X, HSA, 2010). 
Sobre as atividades de contação de histórias realizadas em alguns 
hospitais, os pais afirmam: 
Minha filha estava inquieta, e tendo alguma atividade para ela realizar 
ficará mais tranquila e até mesmo para nós acompanhantes. (HU...PAI 
1). 
O momento de espera para a cirurgia nos deixa bem tensos, e este 
momento [lúdico] está nos deixando mais calmas. (HU...MÃE 2). 
Minha filha estava chateada lá na cama e agora está com sorriso no 
rosto. (HU...MÃE 3). 
 
 
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Atividades como a de “contação de histórias” favorecem o bem-estar da 
criança e provocam nela sentimentos de alegria, o que pode favorecer o 
tratamento a que a criança está submetida. 
O pedagogo que trabalha em hospitais envolve-se diretamente com outros 
profissionais, por exemplo, os profissionais da saúde. Em relação à presença do 
pedagogo no ambiente hospitalar, tem-se o seguinte relato feito por um 
profissional da saúde: 
A pedagogia favorece o desenvolvimento que não deve ser interrompido 
em função de uma hospitalização, ou seja, o ato de brincar, pensar, criar 
[...] desenvolve programas educativos, contribuindo para a recuperação 
da criança também, além do que acaba envolvendo os pais nesta tarefa. 
Funciona muito bem, a criança acaba “esquecendo” do ambiente 
hospitalar e ao mesmo tempo retoma suas atividades escolares 
(Profissional Y, HSA, 2011). 
Pode-se inferir, portanto, que o pedagogo hospitalar é um profissional 
fundamental para garantir que crianças e adolescentes se envolvam em 
atividades que melhorem sua autoestima; minimizem o sofrimento; provoquem 
interações com outras crianças e adolescentes e que colaborem para que haja 
um avanço em aprendizagens significativas, mesmo estando distante da escola. 
As universidades podem contribuir muito na formação do professor que 
vai atuar na classe hospitalar, considerando as dimensões do ensino, da 
pesquisa e da extensão [...] a classe hospitalar, como uma modalidade 
de atendimento educacional, deve compor conteúdo das disciplinas a 
ser considerados nas práticas de ensino nos cursos de pedagogia. 
(Caiado, 2003, p. 77) 
 Contata-se a importância da oferta de disciplinas no curso de Pedagogia 
que possibilitem a formação do profissional pedagogo para atuar em espaços 
escolares e não escolares, inclusive no que diz respeito a especificidades e 
desafios que cada espaço representa. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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