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REVISÃO Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L INÍCIO DA AV2 RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO PRÓPRIO • Primordialmente: Ação ou omissão própria; • Gera a infração de um dever, que pode ser legal, contratual e social. Art. 186, CC. "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito." FATO VOLUNTÁRIO: equivale a fato controlável ou dominável pela vontade do agente. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO • Em princípio: responsabilidade por fato próprio (art. 186, CC); •Casos específicos: responsabilidade por fato de terceiro (art. 932, CC); DA PRESUNÇÃO DE CULPA À RESPONSABILIDADE INDEPENDENTEMENTE DE CULPA EVOLUÇÃO DO CÓDIGO CIVIL 2002 • Quando a responsabilidade alcance outra pessoa que não o causador direto do prejuízo, seja por propriedade de coisas ou animais, seja ligadas por uma relação jurídica, quando então é convocado a responder. • Também pode ser um concurso de agentes (art. 942, segunda parte); DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS PESSOAS DESIGNADAS NO ART. 932, CC PROPRIEDADE (coisas ou animais) RELAÇÃO JURIDICA (art. 932, CC) CONCURSO DE AGENTES Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932. CÓDIGO CIVIL “Ocorre a solidariedade não só no caso de haver uma pluralidade de agentes, como também entre as pessoas designadas no art. 932 do CC. Em consequência disso, a vítima pode mover a ação contra qualquer um ou contra todos os devedores solidários” NAS PALAVRAS DE CAIO MÁRIO Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. CÓDIGO CIVIL Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. TEORIA DO RISCO EM COMPLEMENTAÇÃO... ART, 933, CC: • Independe de culpa (art. 933, CC); • Capacidade de discernimento: doutrina divergente; ORLANDO GOMES: defende a necessidade da capacidade de discernimento. AFRÂNIO LIMA: os pais estão jungidos aos riscos causados pelos filhos. A responsabilidade dos pais não é afastada quando inexiste imputabilidade moral em virtude ausência de discernimento. Carlos Roberto Gonçalves: “Cabe ao magistrado apreciar o ato do menor que ocasionou o dano em face das circunstâncias objetivas, externas, para concluir se o ato incriminado foi normal, regular, coincidente com as regras do direito, ou não.” RESPONSABILIDADE DOS PAIS (inciso I) • A responsabilidade paterna decorre do dever de guarda, o que se afigura ao menor sem discernimento, cabendo aos pais (ou guardiões) a obrigação de zelar e vigiar, inclusive de forma mais rigorosa enquanto desenvolvimento incompleto de inteligência e vontade. • Se provado que o ato do menor não violou nenhuma obrigação preexistente, é obvio que a ação deverá ser prontamente repelida. Sem violação à norma jurídica, sem dever de indenizar. • O simples afastamento do filho da casa paterna por si só, não elide a responsabilidade dos pais; (O pai não deixa de responder pelo filho menor, mesmo que este, com o seu consentimento, esteja em lugar distante). • Emancipação - Se legal (advinda do casamento): os pais estão liberados; - Se voluntária: não exonera. CAIO MARIO: “Um ato de vontade não elimina a responsabilidade que provém da lei.” IMPORTANTE • ENTENDIMENTOS DO STJ: - Responde solidariamente pelo dano causado por menor a pessoa que tem como encarregada de sua guarda; (RE 76.876-MG) - Quando menor é empregado ou preposto de outrem, a responsabilidade será do patrão. (RT, 554/148); - Se o filho está internado em estabelecimento de ensino, vigora a responsabilidade do educandário, por força do art. 932, IV do CC. O pai responde pelos danos causados pelos filhos menores somente enquanto tiverem sob sua vigilância. Assim, se o menor, durante o horário de trabalho, apondera-se de veículo de terceiro que se encontrava para conserto e vem a colidí-lo contra poste de iluminação, causando prejuízos de elevada monta, cabe ao empregador a responsabilidade pela reparação. IMPORTANTE • A única hipótese em que poderá haver a responsabilidade solidária entre menor de 18 anos com seu pai é se tiver sido emancipado aos 16 anos. Fora isso, a responsabilidade será exclusivamente do pai. - ou exclusivamente do filho, se aquele não dispuser de meios suficientes para efetuar o pagamento e este o puder fazê-lo, sem privá-lo do necessário. (responsabilidade subsidiária e mitigada). Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. É POSSÍVEL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE PAI E FILHO RELATIVAMENTE INCAPAZ? TUTELA: Menores (art. 1728, CC) CURATELA: Incapaz maior (art. 1767e 1779, CC). • A responsabilidade é idêntica a dos pais: respondem pelos pupilos e curatelados nas mesmas condições em que os pais respondem pelos filhos menores. • Responsabilidade objetiva, independentemente de culpa (art. 933, CC). RESPONSABILIDADE DOS TUTORES E CURADORES (inciso II) • O empregador responde pelos atos dos empregados praticados no exercício do trabalho que lhes competir; • Condição hierárquica (subordinação); • Compreende aquelas categorias que se caracterizam pelo vínculo de preposição; Vínculo de preposição há de quer entendido como “relação funcional”, sendo “preposto todo indivíduo que pratica atos materiais por conta e sob a direção de outra pessoa”. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR (inciso III) • Súmula 341, STF: culpa presumida do patrão sob ato de empregado. - PREJUDICADA com o Código Civil de 2002; - PRESUNÇÃO: responsabilidade e não culpa; - O Novo Código Civil: consagrou a responsabilidade objetiva, independentemente de culpa (art. 933); - Resta ao empregador somente a comprovação de que o causador do dano não é seu empregado ou preposto, ou que o dano não foi causado no exercício do trabalho que lhe competia ou em razão dele. • Três requisitos, cuja prova incumbe ao lesado: 1ª Qualidade de empregado, serviçal ou preposto, do causador do dano (prove que o dano foi causado por preposto); 2ª Conduta culposa (dolo ou culpa stricto sensu) do preposto; (AÇÃO) 3ª Que o ato lesivo tenha sido praticado no exercício da função que lhe competia ou em razão dela; É IMPORTANTE: - O VÍNCULO HIERARQUICO DE SUBORDINAÇÃO; - O EXAME DE NORMALIDADE DO TRABALHO (exercício das funções) REQUISITOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR • Art. 932, III, CC/2002 “o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;” • Jurisprudência TJMG, AP. 50.467. “pouco importa saber se o acidente ocorreu, ou não, em horário de trabalho do motorista,se não negada sua condição de empregado e não demonstrado que o acesso a máquina não decorreu de outro fato senão o vínculo que mantinha com a demandada”. • Abrange os educadores e também os donos de hospedarias em geral; • Instituição que acolhe ou interna pessoa com o fito de lucro; • Abrange as escolas públicas, eis que o estabelecimento tem dever de vigilância confiado pelos pais; • Os pais são responsáveis pelos seus filhos, e no caso das instituições de ensino, há uma transferência temporária dessa responsabilidade; Em alguns casos, inexiste responsabilidade solidária dos pais e escola, como por ex: casos de bullying. RESPONSABILIDADE DOS EDUCADORES (inciso IV) • Os educadores são prestadores de serviço. O CDC já trazia a responsabilidade objetiva destes, reforçada com o novo CC; O art. 933 também prevê a responsabilidade objetiva dos donos de escolas. • Dificilmente haverá responsabilidade solidária entre pais e escola em um sistema regido pelo CDC. • A jurisprudência tem reconhecido a responsabilidade objetiva também dos estabelecimentos de ensino, inclusive nos casos de bullying. • Ao receber o estudante em seu estabelecimento, o educador, seja particular ou público, assume o compromisso de velar pela preservação de sua integridade física, moral e psicológica, devendo empregar todos os meios necessários ao integral desempenho desse encargo jurídico, sob pena de responder civilmente pelos danos ocasionados aos alunos. • O dono do hotel é obrigado a uma vigilância permanente do comportamento de seus hóspedes, estabelecendo regulamentos em torno da atividade com os demais; • Disciplina na escolha dos hóspedes que admite; • Prestador de serviço (CDC); • Raramente vê-se essa responsabilização por dano a terceiro causado por hóspede. Mas pode ocorrer eventualmente atropelamento no pátio do hotel ou brigas no interior da hospedaria por exemplo; • Casos frequentes: furtos e roubos praticados por empregados (art. 649, CC). RESPONSABILIDADE DOS HOTELEIROS (inciso IV) • A hospedagem do hoteleiro só diz respeito aos bens que, habitualmente, costumam levar consigo os que viajam, como roupas e objetos de uso pessoal, não alcançando quantias vultuosas ou joias, exceto se proceder culposamente ou se o hospede fizer depósito voluntário com a administração da hospedaria. Isto porque se o hoteleiro se oferece à confiança do publico. • O hospedeiro deve manter a bagagem no estado em que a recebeu em seu estabelecimento; se esta se perder ou se deteriorar, será responsabilizado. • No caso de depósito necessário, poderá o hoteleiro ter excluída a responsabilidade, se provar que o prejuízo não poderia ser evitado (art. 650), por força maior, como no caso de roubo à mão armada ou violência semelhantes (art. 642) e culpa exclusiva do hospede; • É ineficaz o aviso fixado nos quartos de hotéis no sentido de que o estabelecimento não se responsabiliza por furtos de objetos deixados no apartamento, visto que a lei brasileira não faz distinção entre valores integrantes da bagagem do hospede, se de maior ou menor valor, se roupas ou se dinheiro. O simples aviso não tem o condão de postergar regra geral. (TJRJ). • ART. 51, I CDC – são nulas clausulas contratuais que atenuem a responsabilidade do fornecedor de produtos e prestador de serviços. • “Embora a pessoa não tenha participado do delito, se recebeu o seu produto, deverá restituí- lo, não obstante ser inocente, do ponto de vista penal.” Washington de Barros Monteiro. • Se alguém participou nos produtos de um crime, está obrigado a devolver o produto dessa participação até a concorrente quantia. RESPONSABILIDADE DOS QUE PARTICIPARAM DO PRODUTO DO CRIME (inciso V) REVISÃO Tema: CASOS ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L RESPONSABILIDADE CIVIL ➢RESP. CIVIL DO MÉDICO E CIRURGIÃO PLÁSTICO. ➢RESP. CIVIL DAS OPERADORAS DE PLANO DE SAUDE. ➢RESP. CIVIL DO ADVOGADO. ➢RESP. CIVIL PELA GUARDA DE ANIMAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO •Natureza Contratual • Todavia, não tem culpa presumida; •Responsabilidade Subjetiva •Profissional liberal: deve comprovar que agiu com culpa. RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS • CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - Para os profissionais liberais a responsabilidade é subjetiva. (art. 14 §4º do CDC) • CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: - Relação entre médico e paciente não é considerada relação de consumo. • Vantagem da concepção contratual é limitada: - A não obtenção de cura não importa em inadimplência. • Trata-se de obrigação de “meio”, não obrigação “de resultado”. • Objeto do contrato médico: prestação de cuidados conscienciosos, atentos e, salvo circunstâncias excepcionais, de acordo com as aquisições da ciência. IMPORTANTE!!! • Somente quando ficar provada qualquer modalidade de culpa: imprudência, negligência ou imperícia. • Art. 951, CC. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. • Art. 14, §4º do CDC A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Mas quando o médico poderá ser responsabilizado? • Embora a responsabilidade seja subjetiva, o serviço médico é considerado uma prestação de serviço e está sujeita a aplicabilidade da inversão do ônus da prova do CDC (art. 6º, VIII). • Comprovação de negligência e imperícia constitui ato técnico; • Hipossuficiência ligada ao conhecimento e não aos recursos financeiros. IMPORTANTE • Sim. Quando a relação deixa de ter pessoalidade. • A responsabilidade subjetiva aplica-se apenas a profissionais liberais, contratados pela vítima em função de vínculo pessoal e de confiança com o profissional; • Nos casos em que a contratação se dá por meio de sociedade de profissionais liberais, em que inexiste a relação de pessoalidade, aplica-se a responsabilidade objetiva pela prestação de serviços prevista no CDC. É POSSÍVEL A RESPONSABILIDADE PASSAR A SER OBJETIVA? • Não é culpável o erro profissional que advém de incerteza da arte médica, sendo ainda objeto de controvérsias científicas. (“A imperfeição da ciência é uma realidade” – Carlos Roberto Gonçalves). • O erro de diagnóstico consiste na determinação da doença do paciente e de suas causas não gera responsabilidade desde que dispensável em face do estado atual da ciência médica e não tenha lhe acarretado danos. • Lembrar do avanço médico-tecnológico e rigor na análise dos profissionais ERRO MÉDICO: ERRO PROFISSIONAL E DE DIAGNÓSTICO • Assumem obrigação de resultado; • A maioria dos casos não envolvem doença, mas a correção de um defeito, problema estético; • Da cirurgia mal sucedida surge a obrigação indenizatória pelo resultado não alcançado. • A indenização abrange, geralmente, todas as despesas efetuadas, danos morais em razão do prejuízo estético, bem como verba para tratamentos e novas cirurgias. CIRURGIÕES PLÁSTICOS RESPONSABILIDADE CIVIL DAS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE • Art. 1º, I: “Prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor.” • Dispõe, ainda, a Lei no inciso II do artigo 1º, o conceitode operadora de plano de saúde como sendo: “Pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo.” PLANOS DE SAÚDE CONCEITO SEGUNDO A LEI 9.656/98 • A empresa locadora direta de serviços médico- hospitalares, credenciando médicos, compartilha da responsabilidade civil dos profissionais e hospitais que seleciona. (TJSP, Ap. 67.929.4-SP j. 16.3.1999). • São contratos de adesão e, na sua grande maioria, possui cláusulas que conflitam com o princípio da boa-fé e, principalmente com o CDC, como por ex. cláusulas que limitam tempo de internação (súmula 302, STJ). Súmula 302: “É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado” PLANOS DE SAUDE • Planos de modalidade autogestão (Lei. 9.656/98). - O STJ decidiu que essa modalidade não são considerados comerciais por serem próprios de empresas, sindicatos, portanto restritos e sem visar lucro, não devendo ser aplicado o CDC (Súmula 608, STJ). ▪ Súmula 469 (cancelada): Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. ▪ Súmula 608: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão. ▪ Súmula 609: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado. IMPORTANTE – SUMULAS STJ 608 E 609 (16/04/2018) RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO ◾Lei 8906/94 – Estatuto da Advocacia - Art. 32. dolo ou culpa - Art. 33. normas éticas • Código Civil Art. 186 – Responsabilidade subjetiva. (mediante comprovação). As responsabilidades do advogado são apuradas mediante comprovação de culpa ou dolo. HÁ RESPONSABILIDADE CIVIL E A ADMINISTRATIVA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO ◾Natureza Contratual • Mandato judicial impõe a responsabilidade de natureza contratual perante seus clientes; ◾Se assemelha à responsabilidade do médico: não assume a obrigação de sair vitorioso da causa; - Obrigação de MEIO, e não de RESULTADO. ◾Responsabilidade Subjetiva ◾Profissional liberal: deve comprovar que agiu com culpa – Art. 14 §4º, CDC. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO NO CDC • São válidos os mesmos comentários feitos a respeito da responsabilidade civil dos médicos e profissionais liberais, ou seja: RESPONSABILIDADE PESSOAL será apurada mediante verificação de culpa (art. 14 §4º CDC). • Sociedade de advogados: pessoas jurídicas, incide a responsabilidade na forma objetiva. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO RESPONSABILIDADE PELA PERDA DE UMA CHANCE ◾Difícil comprovação; ◾Perda real e efetiva; • O cliente não perde uma causa certa; Perde um jogo sem que lhe permitisse disputá-lo. E essa incerteza cria um fato danoso. ◾EXEMPLO - Perda de prazo; - Falta de entrega de documento; PERDA DE UMA CHANCE • Na ação de responsabilidade ajuizada pelo próprio profissional do direito, o juiz deverá, em caso de reconhecer que realmente ocorreu a perda dessa chance, criar um segundo raciocínio dentro da sentença condenatória, ou seja, verificar a probabilidade ou o grau de perspectiva favorável dessa chance. ◾O único parâmetro confiável para o arbitramento da indenização por perda de uma chance, continua sendo a prudência do juiz. ◾Pablo Stolze aduz que é inevitável a ocorrência de situações em que a lesão ao patrimônio jurídico do cliente tenha ocorrido por uma conduta omissiva do profissional. RESPONSABILIDADE CIVIL PELA GUARDA DE ANIMAIS RESPONSABILIDADE CIVIL PELA GUARDA DE ANIMAIS • Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. - A responsabilidade do dono do animal é objetiva. - Basta que a vítima prove o dano e a relação de causalidade (importantíssimo). - A presunção dessa responsabilidade admite prova em contrário (juris tantum). - O dono do animal pode se exonerar da responsabilidade provando uma das excludentes: culpa da vítima ou força maior. REVISÃO Tema: LIQUIDAÇÃO DO DANO E GARANTIA DAS OBRIGAÇÕES R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L • O GRAU DE CULPA E SUA INFLUÊNCIA NA FIXAÇÃO DA INDENIZAÇÃO Objetivo: recolocar a vítima na situação anterior. - Deve abranger todo o prejuízo sofrido efetivamente e também os lucros cessantes; - O grau de culpa do agente não tem influência na apuração do montante dos prejuízos. Se houve culpa (grave, leve ou levíssima), todo dano provocado deve ser indenizado. - Na fixação do quantum da indenização não se leva em conta o grau de culpa do ofensor. “A culpa, por mais leve que seja, obriga a indenizar” PRINCÍPIOS GERAIS DECISÃO POR EQUIDADE • O juiz não pode julgar por equidade, com exceção dos casos expressamente previstos. Ex: art. 413,CC. • Se a lei NÃO dispõe expressamente que a culpa ou o dolo podem influir na estimativa das perdas e danos, o juiz estará adstrito à regra que manda apurar todo o prejuízo sofrido pela vítima, em toda sua extensão, independentemente do grau de culpa do agente. E, ainda que o resultado se mostre injusto, não estará autorizado a decidir por equidade. • O CC/2002 manteve o entendimento doutrinário sobre o grau de culpa e inovou ao acrescentar o parágrafo único ao art. 944. LEGISLAÇÃO Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. -- Inovando, o CC/02 buscou afastar a injustiça trazida pela regra e amplamente discutida pela doutrina, ao inserir o parágrafo único, que autoriza o juiz fixar a indenização levando em conta, SE NECESSÁRIO, a situação econômica do ofensor, o grau de culpa, a existência ou não de seguro e outras circunstâncias. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA • Se o evento danoso acontece por culpa exclusiva da vítima, desaparece a responsabilidade do agente. • A culpa exclusiva da vítima afasta a indenização pois deixa de existir a relação de causa e efeito entre o seu ato e o prejuízo experimentado pela vítima. O causador do dano não passa de um “mero instrumento” do acidente. CULPA CONCORRENTE • Algumas vezes a culpa da vítima é apenas parcial ou concorrente com a do agente causador do dano. • Autor e vítima contribuem ao mesmo tempo para a produção de um mesmo fato danoso. • Art. 945, CC: Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO • Apuração do quantum da indenização; • Há casos que a indenização já vem estipulada em contrato; Ex: cláusula penal compensatória (art. 408 a 416, CC) • REPARAÇÃO X LIQUIDAÇÃO - Reparação: busca saber qual a extensão e proporção do dano; - Liquidação: busca fixar concretamente o montante dos elementos apurados naquela primeira fase. • ART. 946, CC. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO • Realizada por um perito nomeado pelo Juiz; • A apuração do quantum depende exclusivamente da avaliação de uma coisa, um serviço ou prejuízo, a ser feita por quem tenha conhecimento técnico. • Não cabe prova oral. Eventual prova documental só poderá ser produzida se disser respeito, exclusivamente, à avaliação. • O arbitramento será admitido sempre que a sentença ou convenção das partes o determinar, ou quando a natureza do objeto da liquidação o exigir. Liquidação pelo procedimento comum • Quando houver necessidade de alegar e provar fatonovo para apurar o valor da condenação. • Fatos novos devem vir articulados na petição inicial com absoluta clareza, pois constitui verdadeira causa de pedir na espécie de liquidação. • Atenção: não se admite rediscussão da lide. Apenas e tão somente a respeito do quantum. • Todos os meios de prova são admitidos, inclusive a pericial. Ex: na execução, no cível, de sentença penal condenatória do autor da morte de chefe de família, em razão de ônus imposto aos seus dependentes (esposa, filhos menores) de provar os ganhos mensais do falecido, que lhes servirão de base para fixação do quantum da pensão mensal que lhes é devida. MODOS DE REPARAÇÃO DO DANO • REPARAÇÃO ESPECÍFICA Reparação integral do dano causado à vítima, retornando ao statu quo ante. - Entrega da própria coisa ou objeto da mesma espécie em substituição àquele que se deteriorou ou pereceu, de modo a restaurar a situação alterada pelo dano. Ex: Dano ambiental, dano material. • REPARAÇÃO POR EQUIVALENTE Compensação em forma de pagamento de uma indenização monetária diante da impossibilidade de devolver à vítima ao estado que se encontrava anteriormente. – art. 947, CC. Ex: Dano moral, reparação econômica à família da vitima de homicídio. • Art. 947, CC. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente. “A idéia de tornar indene a vítima se confunde com o anseio de devolvê-la ao estado em que se encontrava antes do ato ilícito. Todavia, em numerosíssimos casos é impossível obter-se tal resultado, porque do acidente resultou consequência irremovível. Nessa hipótese, há que se recorrer a uma situação postiça, representada pelo pagamento de uma indenização em dinheiro. É um remédio nem sempre ideal, mas o único de que se pode lançar mão”. RODRIGUES, SILVIO. LEGISLAÇÃO Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. INDENIZAÇÃO EM CASO DE HOMICÍDIO • “Sem excluir outras reparações”: devem ser indenizados todos os prejuízos que o cônjuge e descendente provarem ter sofrido. • “Luto da família”: refere-se à dor moral. Profundo sentimento de tristeza. Conforme a Jurisprudência, computam-se nas despesas de funeral as verbas com construção de jazigo perpétuo. • A compensação do dano decorrente de homicídio na reparação de ordem material não abrange somente a morte do chefe de família, mas também filhos menores e esposa, ainda que não trabalhem e contribuam com as despesas do lar. • Súmula 491, STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado. • Para cálculos de pensão decorrente de morte do chefe de família, a expectativa de vida do Brasileiro, para a jurisprudência, é de aproximadamente 70 anos. IMPORTANTE INDENIZAÇÃO EM CASO DE LESÃO CORPORAL Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar- lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. REVISÃO Tema: EXCLUDENTES DE ILICITUDE R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L ESTADO DE NECESSIDADE • No direito brasileiro, a figura do chamado “estado de necessidade” é delineada pelas disposições dos arts. 188, II, 929 e 930 do Código Civil. • É o estado de necessidade no âmbito civil. Entretanto, embora a lei declare que o ato praticado em estado de necessidade não é ato ilícito, nem por isso libera quem o pratica de reparar o prejuízo que causou. CODIGO CIVIL Art. 188. Não constituem atos ilícitos: (...) II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). ESTADO DE NECESSIDADE NÃO AFASTA O DEVER DE INDENIZAR AÇÃO REGRESSIVA IMPORTANTE! • Não é porque se afasta a ilicitude do ato que se afastará o dever de indenizar. Atentar aos casos concretos. • No âmbito da responsabilidade civil, a prática de conduta em estado de necessidade é considerada como lícita, porém não afasta do dever de indenizar. • O estado de necessidade não afasta a responsabilidade civil do agente, quando o dono da coisa atingida ou a pessoa lesada pelo evento danoso não for culpado pela situação de perigo (art. 930 do CC/2002). • Quando a situação se der em razão de culpa de terceiro, a este pode-se acionar com Ação Regressiva para responder pelos danos. LEGÍTIMA DEFESA, EXERCICIO REGULAR DE DIREITO E ESTRITO CUMPRIMENTOO DO DEVER LEGAL. I. LEGITIMA DEFESA • Embora quem pratique o ato danoso em estado de necessidade seja obrigado a reparar o dano causado, o mesmo não acontece com aquele que o pratica em legítima defesa, no exercício regular de um direito e no estrito cumprimento do dever legal. • Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legítima defesa, não pode o agente ser responsabilizado civilmente pelos danos provocados. Entretanto, se por engano ou erro de pontaria, terceira pessoa foi atingida (ou alguma coisa de valor), neste caso deve o agente reparar o dano. Mas terá ação regressiva contra o agressor, para se ressarcir da importância desembolsada. CODIGO CIVIL Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I. os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; (...) Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). LEGÍTIMA DEFESA AÇÃO REGRESSIVA IMPORTANTE • Somente a legítima defesa real, e praticada contra o agressor, impede a ação de ressarcimento de danos. Se o agente, por erro de pontaria (aberratio ictus), como dissemos, atingir um terceiro, ficará obrigado a indenizar os danos a este causados. E terá ação regressiva contra o injusto ofensor. • A legítima defesa putativa também não exime o réu de indenizar o dano, pois somente exclui a culpabilidade e não a antijuridicidade do ato SOMENTE AFASTA O DEVER DE INDENIZAR SE FOR CONTRA O LEGÍTIMO AGRESSOR O AGENTE AGE DE FORMA VIOLENTE COM BASE NA FALSA PERCEPÇÃO DA REALIDADE. II. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL • Nos casosde estrito cumprimento do dever legal, em que o agente é exonerado da responsabilidade pelos danos causados, a vítima, muitas vezes, consegue obter o ressarcimento do Estado, já que, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, “as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros”. • E o Estado não terá ação regressiva contra o funcionário responsável (só cabível nos casos de culpa ou dolo), porque ele estará amparado pela excludente do estrito cumprimento do dever legal. IMPORTANTE • Em regra, pois, todo ato ilícito é indenizável. A restrição a essa regra geral está consagrada no art. 188, I e II, do Código Civil, que excepciona os praticados em legítima defesa, no exercício regular de um direito reconhecido e a deterioração ou destruição da coisa alheia, a fim de remover perigo iminente. • Os arts. 929 e 930 designam casos em que, embora o agente tenha atuado sob o amparo dessas circunstâncias inibidoras do ilícito, subsiste a obrigação de indenizar o eventual dano causado a outrem. Mesmo não sendo considerada ilícita a conduta daquele que age em estado de necessidade, exige-se que repare o prejuízo causado ao dono da coisa, ou à pessoa lesada, se estes não forem culpados pelo perigo. • A legítima defesa, que exclui a responsabilidade civil do agente, é a real (a putativa, não) e desde que o lesado seja o próprio injusto agressor. Se terceiro é prejudicado, por erro de pontaria, subsiste a obrigação de indenizar. • Exige-se, para que o estado de necessidade e a legítima defesa autorizem o dano, a obediência a certos limites. O CC/02 somente em circunstâncias excepcionais exime alguém de reparar o dano que causou. CULPA EXCLUSIVA DA VITIMA • Quando o evento danoso acontece por culpa exclusiva da vítima, desaparece a responsabilidade do agente. • Nesse caso, deixa de existir a relação de causa e efeito entre o seu ato e o prejuízo experimentado pela vítima. Pode-se afirmar que, no caso de culpa exclusiva da vítima, o causador do dano não passa de mero instrumento do acidente. • Não há liame de causalidade entre o seu ato e o prejuízo da vítima. CULPA CONCORRENTE • Há casos em que a culpa da vítima é apenas parcial, ou concorrente com a do agente causador do dano. Autor e vítima contribuem, ao mesmo tempo, para a produção de um mesmo fato danoso. É a hipótese, para alguns, de “culpas comuns”, e, para outros, de “culpa concorrente”. • Nesses casos, existindo uma parcela de culpa também do agente, haverá repartição de responsabilidades, de acordo com o grau de culpa. A indenização poderá ser reduzida pela metade, se a culpa da vítima corresponder a uma parcela de 50%, como também poderá ser reduzida de 1/4, 2/5, dependendo de cada caso. FATO DE TERCEIRO • Muitas vezes, o ato daquele que atropela alguém ou causa alguma outra espécie de dano pode não ser o responsável pelo evento, o verdadeiro causador do dano, mas, sim, o ato de um terceiro. • Em matéria de responsabilidade civil, no entanto, predomina o princípio da obrigatoriedade do causador direto em reparar o dano. A culpa de terceiro não exonera o autor direto do dano do dever jurídico de indenizar. • O assunto vem regulado nos arts. 929 e 930 do Código Civil, concedendo o último ação regressiva contra o terceiro que criou a situação de perigo, para haver a importância despendida no ressarcimento ao dono da coisa. IMPORTANTE • Segundo entendimento acolhido na jurisprudência, os acidentes, inclusive os determinados pela imprudência de terceiros, são fatos previsíveis e representam um risco que o condutor de automóveis assume pela só utilização da coisa, não podendo os atos de terceiros servir de pretexto para eximir o causador direto do dano do dever de indenizar. • Quando o ato de terceiro é a causa exclusiva do prejuízo, desaparece a relação de causalidade entre a ação ou a omissão do agente e o dano. A exclusão da responsabilidade se dará porque o fato de terceiro se reveste de características semelhantes às do caso fortuito, sendo imprevisível e inevitável. • Melhor dizendo, somente quando o fato de terceiro se revestir dessas características, e, portanto, equiparar-se ao caso fortuito ou à força maior, é que poderá ser excluída a responsabilidade do causador direto do dano. • Atenção: Não é admitida essa excludente em casos de transporte. Justifica-se o maior rigor, tendo em vista a maior atenção que deve ter o motorista que tem a seu cargo zelar pela integridade de outras pessoas. Assim, qualquer acidente ocorrido com o passageiro obriga o transportador a indenizar os prejuízos eventualmente ocorridos. Vide: art. 735, CC e Sumula 187, STF (“A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva”); CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR • O art. 393, parágrafo único, do Código Civil, não faz distinção entre o caso fortuito e a força maior, definindo-os da seguinte forma: “O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar, ou impedir”. • A inevitabilidade é, pois, a sua principal característica. - Caso fortuito geralmente decorre de fato ou ato alheio à vontade das partes: greve, motim, guerra. - Força maior é a derivada de acontecimentos naturais: raio, inundação, terremoto. Ambos constituem excludentes da responsabilidade porque afetam a relação de causalidade, rompendo-a, entre o ato do agente e o dano sofrido pela vítima. Incontrolável pela vontade Força da natureza Se há caso fortuito, Não pode haver culpa (um excluiu o outro). CLAUSULA DE IRRESPONSABILIDADE OU DE NÃO INDENIZAR • Cláusula de não indenizar é o acordo de vontades que objetiva afastar as consequências da inexecução ou da execução inadequada do contrato. Tem por função alterar, em benefício do contratante, o jogo dos riscos, pois estes são transferidos para a vítima. • Nosso direito não simpatiza com a cláusula de não indenizar. Ex: CDC (arts. 24, 25 e 51), CC (Art. 734) É o caso, por exemplo, do contrato de depósito celebrado entre o cliente e o dono do estacionamento, contendo cláusula pela qual o último não se responsabiliza pelo desaparecimento de objetos deixados no interior do veículo. A sua finalidade não é propriamente afastar a responsabilidade do inadimplente, mas apenas a obrigação de indenizar. PRESCRIÇÃO • Prescrita a pretensão à reparação de danos, fica afastada qualquer possibilidade de recebimento da indenização. A responsabilidade do agente causador do dano se extingue. • A obrigação de reparar o dano é de natureza pessoal. Contudo, a prescrição não ocorre no prazo geral de dez anos, do art. 205, porque o art. 206, que estipula prazos especiais, dispõe: “Art. 206. Prescreve: (...) § 3º Em três anos: (...) V – a pretensão de reparação civil”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS • GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 4 ed. vol. IV. São Paulo: Saraiva. • DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. v. VII. 21 ed. São Paulo: Saraiva. CONTATO • VIA E-MAIL INSTITUCIONAL ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR mailto:ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR Slide 1: REVISÃO Slide 2: RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO PRÓPRIO Slide 3: RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 4: DA PRESUNÇÃO DE CULPA À RESPONSABILIDADE INDEPENDENTEMENTE DE CULPA Slide 5: DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS PESSOAS DESIGNADAS NO ART. 932, CC Slide 6: CÓDIGO CIVIL Slide 7: NAS PALAVRAS DE CAIO MÁRIO Slide 8: CÓDIGO CIVIL Slide 9: EM COMPLEMENTAÇÃO... ART, 933, CC: Slide 10: RESPONSABILIDADE DOS PAIS (inciso I) Slide 11 Slide 12: IMPORTANTE Slide 13: IMPORTANTE Slide 14: É POSSÍVEL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE PAI E FILHO RELATIVAMENTE INCAPAZ? Slide 15: RESPONSABILIDADE DOS TUTORES E CURADORES (inciso II) Slide 16: RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR (inciso III) Slide 17 Slide 18: REQUISITOSPARA A CONFIGURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR Slide 19 Slide 20: RESPONSABILIDADE DOS EDUCADORES (inciso IV) Slide 21 Slide 22 Slide 23: RESPONSABILIDADE DOS HOTELEIROS (inciso IV) Slide 24 Slide 25 Slide 26: RESPONSABILIDADE DOS QUE PARTICIPARAM DO PRODUTO DO CRIME (inciso V) Slide 27: REVISÃO Slide 28: RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 29: RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 30: RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO Slide 31: RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO Slide 32: IMPORTANTE!!! Slide 33: Mas quando o médico poderá ser responsabilizado? Slide 34: IMPORTANTE Slide 35: É POSSÍVEL A RESPONSABILIDADE PASSAR A SER OBJETIVA? Slide 36: ERRO MÉDICO: ERRO PROFISSIONAL E DE DIAGNÓSTICO Slide 37: CIRURGIÕES PLÁSTICOS Slide 38: RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 39: PLANOS DE SAÚDE CONCEITO SEGUNDO A LEI 9.656/98 Slide 40: PLANOS DE SAUDE Slide 41: IMPORTANTE – SUMULAS STJ 608 E 609 (16/04/2018) Slide 42: RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 43: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO Slide 44: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO Slide 45: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO NO CDC Slide 46: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO Slide 47: PERDA DE UMA CHANCE Slide 48: RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 49: RESPONSABILIDADE CIVIL PELA GUARDA DE ANIMAIS Slide 50: REVISÃO Slide 51: PRINCÍPIOS GERAIS Slide 52: DECISÃO POR EQUIDADE Slide 53: LEGISLAÇÃO Slide 54: CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA Slide 55: CULPA CONCORRENTE Slide 56: LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO Slide 57: LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO Slide 58: Liquidação pelo procedimento comum Slide 59: MODOS DE REPARAÇÃO DO DANO Slide 60: LEGISLAÇÃO Slide 61: INDENIZAÇÃO EM CASO DE HOMICÍDIO Slide 62 Slide 63: IMPORTANTE Slide 64: INDENIZAÇÃO EM CASO DE LESÃO CORPORAL Slide 65: REVISÃO Slide 66: ESTADO DE NECESSIDADE Slide 67: CODIGO CIVIL Slide 68: IMPORTANTE! Slide 69: LEGÍTIMA DEFESA, EXERCICIO REGULAR DE DIREITO E ESTRITO CUMPRIMENTOO DO DEVER LEGAL. I. LEGITIMA DEFESA Slide 70: CODIGO CIVIL Slide 71: IMPORTANTE Slide 72: II. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Slide 73: IMPORTANTE Slide 74: CULPA EXCLUSIVA DA VITIMA Slide 75: CULPA CONCORRENTE Slide 76: FATO DE TERCEIRO Slide 77: IMPORTANTE Slide 78: CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR Slide 79: CLAUSULA DE IRRESPONSABILIDADE OU DE NÃO INDENIZAR Slide 80: PRESCRIÇÃO Slide 81: REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Slide 82: CONTATO