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30/03/2023 1 Disfagia na infância PROFª.BRENDA ARAÚJO Problemas na Infância Alimentação Incidência variando de 25% a 35% de casos leves em crianças normais 40% a 70% de casos graves em crianças prematuras Crescimento e desenvolvimento da deglutição Desenvolvimento oromotor Maturação do comportamento de alimentação Habilidade cognitiva Galdani; Silveira, 2010; Rudolph; Link, 2002 DEGLUTIÇÃO - normalidade Nutrir e hidratar o indivíduo mantendo o seu estado nutricional e protegendo a via aérea com manutenção do prazer alimentar, garantindo assim a sua sobrevivência. Rudolph, 1994; Estrela et al., 2010 DEGLUTIÇÃO - normalidade Início na fase intra uterina Coordenação com a sucção – 34 semanas Se mantém ao longo da vida Primeiros meses de vida – deglutição reflexa Maturação – 4º mês de vida Marchesan, 2008 crianças normais tem incidência de casos mais leves, pois geralmente é apenas seletividade alimentar prematuras tem incidência de casos mais graves, pois há uma alteração na alimentação geral devemos analisar como foi o desenvolvimento oromotor, em questão da introdução alimentar, se só como pastoso, ou se como sólido e é nesse ponto que entra a maturação, para o uso maduro das funções de mastigação a questão das habilidades cognitivas é em relação a autonomia durante o processo de alimentação e os utensílios corretos forma de alimentar a criança segura, sem riscos durante esse processo, protegendo a via aéreas, garantindo a sua sobrevivência começa no útero, onde na 34º semana, ocorre a coordenação da sucção, que vai manter durante toda a vida nos primeiros meses de vida a deglutição é reflexa, ou seja, advinda de reflexo e já no quarto mês de vida ocorre a maturação 30/03/2023 2 DEGLUTIÇÃO - normalidade Mandíbula pequena e retraída A cavidade oral é pequena Língua posiciona-se para frente, apoiando-se sobre a gengiva, podendo colocar-se entre os lábios Movimentos mandibulares durante a amamentação Posição correta durante a amamentação ALIMENTAÇÃO Processo de obter o alimento – Boca Processo complexo: 3 fases Apetite, Fases oral e faríngea, Absorção gastrointestinal Fatores comportamento, social e desenvolvimento Rudolph, 1994 DISFAGIA Vem do grego dys (dificuldade) phagia (comer) Percepção da dificuldade de engolir, podendo afetar o trânsito do alimento e outros materiais, desde a cavidade oral até o estômago Orofaríngea e esofágica Na pediatria: disfagia = qualquer dificuldade de alimentação e/ou deglutição Furkim; Mattona, 2004; Silva, 1999; Wolf e Glass, 1992 pontos importantes para a normalidade da deglutição: mandíbula pequena e retraída cavidade oral pequena, pois assim o volume será menor, já que o estômago deles não comportam tanto espaço e é importante a pega correta e a posição correta durante a amamentação, para que essa maturação ocorra corretamente são 3 fases a obtenção de alimento, pela boca analisar a questão do apetite, fase oral e faríngea, absorção gastrointestinal --> é nesse ponto onde vemos o refluxo nos prematuros , que seria então uma alteração no desenvolvimento analisar os fatores comportamentais, sociais e do desenvolvimento da criança a disfagia é a consequência do mal desenvolvimento da alimentação na criança e nesse caso é mais complexo do que no adulto, pelas síndromes. 30/03/2023 3 DISFAGIA = CONSEQUÊNCIA Tratar de disfagia é complexo, pois exige do profissional conhecimento de diversas peculiaridades de patologias CAUSAS DE DISFAGIA NA INFÂNCIA Doenças estruturais – alteração anatômica da orofaringe e esôfago Doenças funcionais ou de causa não estrutural – dismotilidade da orofaringe e esôfago Goldani; Silveira, 2010 Idade da criança, o início dos sintomas e o local da obstrução sugerem a etiologia Por que o fonoaudiólogo deve tratar da disfagia de um paciente que não se alimenta por via oral? *Imagem da internet causas: a idade, tempo do início dos sintomas e local da obstrução deve ser -doenças estruturais: exemplo- criança sem o esôfago ou com ele reduzido, ou seja criança que já nasce com alterações anatômicas -doenças funcionais: ocorre ao longo do tempo, não é que a criança nasce com essa desmotilidade (falta ou redução de mobilidade e força da orofaringe e ou esôfago) * é importante lembrar que a disfagia esofágica nós não tratamos, o gastro trata e a gente apenas auxilia, não diretamente o esôfago, trabalhamos a parte oral e faríngea * outro ponto é que bebês, alimentam-se apenas de líquido que é o leite materno, sendo assim, para diagnóstico fazemos exame de vídeo, com a postura do bebê e da mãe correta, o que será preparado pela gente e as causas de disfagia pode ser: - atresia esofágica - refluxo - fístula 30/03/2023 4 COLONIZAÇÃO (ALTERAÇÃO DA FLORA OROFARÍNGEA) Dependência para higiene oral Número de medicações Sondas enterais ASPIRAÇÃO PULMONAR Microaspiração (saliva, placa bacteriana, RGE) Dependência para alimentação oral RESISTÊNCIA DO INDIVÍDUO Depuração pulmonar (tosse) Múltiplas comorbidades PNEUMONIA ASPIRATIVA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DISFAGIA Prematuridade = Incoordenação sucção x deglutição x respiração Anormalidade de vias aéreas e alimentares Defeitos congênitos da laringe, traqueia e esôfago Alterações anatômicas adquiridas Doenças do esôfago Alterações neurológicas, metabólicas Goldani; Silveira, 2010 DISFAGIA OROFARÍNGEA NA INFÂNCIA Inabilidade ou atraso para iniciar a deglutição Aspiração do material ingerido Regurgitação nasofaríngea Presença de acúmulo em orofaringe Vale-Prodromo; Carrara-de-Angelis; Barros, 2010 DISFAGIA OROFARÍNGEA NA INFÂNCIA Fenda labiopalatina Macroglossia Síndromes: Craniofaciais, micrognatia, glossoptose, hipoplasia mandibular. Medicamentos Corpo estranho na faringe Vale-Prodromo; Carrara-de-Angelis; Barros, 2010 a questão de tratarmos a disfagia de um paciente que não se alimenta por via oral? nesses casos vamos analisar a saliva, e utilizar técnicas passivas, ou seja mobilidade e postura antes de tudo, sendo uma terapia indireta acontece principalmente em casos neurológicos - higiene bucal -> não conseguem fazer sozinhos -> a utilização de muitos medicamentos -> e uso de vias alternativas ou seja, quanto mais trabalha a higiene oral, mais "limpa" a saliva, para caso de broncoaspiração, para não gerar uma pneumonia aspirativa. - prematuridade, tem a incoordenação do sdr (sucção x deglutiçaõ x respiração) - alguma anormalidade nas vias aéreas e alimentares sem doenças que explique - defeitos congênitos da laringe, traqueia e esôfago, no caso anatômicos - doenças no esôfago e alterações neurológicas, metabólicas } no caso de síndromes *mesmas alterações que encontramos nos adultos e são as mesmas nomenclaturas. sintomas são esses acima, ou seja: inabilidade ou atraso para iniciar a deglutição; aspiração do material ingerido; regurgitação nasofaríngea e presença de acúmulo em orofarínge causas: - fenda labiopalatina (relacionada com disfagia mecânica) - macroglossia (aumento da língua) - síndromes (atrapalha ou melhora a terapia, vai depender muito da técnica e da doença de base também) - uso de medicamentos que reduz a força e a mobilidade da deglutição - corpo estranho na faringe (moedas, brinquedo, etc) 30/03/2023 5 SINAIS CLÍNICOS Tosse Sudorese Dispneia Apneia Recusa Engasgos Doença de refluxo gastroesofágico Sonolência O QUE PODEMOS ENCONTRAR? Alterações de movimento e compensações Grande variabilidade de padrões motores globais/ orais Reflexos primitivos persistentes Movimentos anormais da língua, instabilidade mandibular – alteração da mastigação Alterações cognitivas associadas FURKIM, 2004; FURKIM.; BEHLAU; WECKX, 2003 O QUE PODEMOS ENCONTRAR? Diminuição do vedamento labial Escape oral Aumento no tempo de trânsito oral Maior tempo na refeição Redução da elevação laríngea Escape prematuro para região de laringe Furkim, 2004; Furkim.; Behlau; Weckx, 2003 O QUE PODEMOS ENCONTRAR? Incoordenação respiração e deglutição Dificuldade na passagem do alimento pela transição faringo esofágica Alteração da sensibilidade oral e faríngea Transição alimentar Furkim, 2004; Furkim.; Behlau; Weckx, 2003 os sinais clínicos são semelhantes com o do adulto, porém na criança devemos analisar e observar os sinais, pois elas "não falam" na maioria das vezes - alterações de mov e compensações (a criança já chega para a gente com isso) - variação de padrões motores globais/orais (mov lentificado, alterações de dessensibilização ; neuropatias) - reflexos primitivos persistentes - mov anormais da língua, instabilidade mandibular - ou seja alteração na mastigação - alterações cognitivas ( quanto mais, piora a deglutição, ou seja, será pior para trabalhar - diminuição do vedamento labial (relacionado ao escape oral) e todos esses outros acima tudo é muito semelhante ao adulto * tirando a transição alimentar é tudo muito ligado a problemas neurológicos 30/03/2023 6 O QUE PODEMOS ENCONTRAR? Regurgitação nasal RGE Deglutições múltiplas Atraso no reflexo da deglutição Penetração laríngea Aspiração silente COMPLICAÇÕES Asfixia Pneumonia de repetição Perda de prazer na alimentação Alteração no paladar Desidratação Má Nutrição Lustre; Freire; Silvério, 2013; Lucchi et al., 2009; Hirata; Santos, 2012 DISFAGIA ESOFÁGICA Alterações congênitas do esôfago acompanhada ou não de fístula traqueosofágica é a anormalidade congênita mais comum Incidência de 1: 3.000 nascidos vivos Dificuldade respiratória com a alimentação, secreção oral aumentada e regurgitação crônica Tratamento cirúrgico Orenstein, 1993; Dantas; Cook; Dodds, 1990 não tratamos então esqueceeeee - em relação a a aspiração silente, nós não conseguimos ver na avaliação clínica, então neuropata, sempre desconfie quando a criança come tudo, não engasga, pois pode ser aspiração silente -> que é mascarada como gripe 30/03/2023 7 DISFAGIA ESOFÁGICA Alteração da peristalse esofágica Contrações terciárias frequentes EES com pressão baixa ou ausente RGE Divertículos Acalasia = 1: 10.000 nascidos vivos Orenstein, 1993; Dantas; Cook; Dodds, 1990 DIVERTÍCULO DE ZENKER DISFAGIA ESOFÁGICA - SINTOMAS Disfagia progressiva Perda de peso Pneumonias de repetição Tosse noturna Queiroz et al., 2011 DISFAGIA ESOFÁGICA - SINTOMAS Regurgitação Dor em região retroesternal Vômito Dificuldade para consistência sólida Queiroz et al., 2011 30/03/2023 8 PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO NÃO ORGÂNICA Antecedentes de transtornos sociais e ambientais Apetite limitado Recusa alimentar Comportamentos de irritação durante a alimentação Dependendo do caso = via alternativa de alimentação Tratamento em equipes multi Fonoaudiologia – dessensibilização oral C R E S C I M E N T O AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA História clínica Exame clínico Avaliação funcional AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA Identificação dos cuidadores da criança Local das refeições Postura Utensílios Volume Tempo de alimentação Fadiga alimentar Persistência de reflexos primitivos Comportamentos anormais na língua Qualidade da voz Voz molhada ou “ choro molhado” DIAGNÓSTICO A DISFAGIA É DE ORIGEM OROFARÍNGEA OU ESOFÁGICA? A DISFAGIA É CAUSADA POR PROBLEMA ANATÔMICO OU FUNCIONAL? QUAL A GRAVIDADE DA DISFAGIA E QUE COMPLICAÇÕES ESTÃO PRESENTES? EXISTE DOENÇA DE BASE OU DOENÇA RELACIONADA? Rosenbaum et al., 2006 30/03/2023 9 DIAGNÓSTICO FONOAUDIOLÓGICO DETERMINAR SE A DISFAGIA OROFARÍNGEA ESTÁ PRESENTE E IDENTIFICAR A ETIOLOGIA IDENTIFICAR AS ETIOLOGIAS ESTRUTURAIS DA DISFAGIA OROFARÍNGEA DETERMINAR A INTEGRIDADE FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO AVALIAR O RISCO DE ASPIRAÇÃO DETERMINAR SE A DISFAGIA É PASSÍVEL DE TRATAMENTO VIANNA; SUZUKI, 2011; VIVONE et al., 2007 DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Videofluoroscopia da deglutição D E G L U T O G R A M A 30/03/2023 10 INDICAÇÕES DO EXAME Dismotilidade esofágica Transição alimentar Refluxo gastroesofágico Cirurgias bariátricas Costa, 1992 OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES Manometria Endoscopia digestiva alta Ultrassonografia Broncoscopia Videoendoscopia da deglutição TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA Manobras específicas para fisiopatologia da disfagia Mudanças de consistências – alimentos mais espessos Evitar diferentes consistências ao mesmo tempo Temperaturas Volumes e tempo de oferta Utensílios 30/03/2023 11 TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA Postura Via alternativa de alimentação Diagnóstico precoce Prognóstico para família Orientações História clínica, exame físico e observação da alimentação Acúmulo de saliva, alteração de OFA’S Disfagia durante a deglutição Disfagia após a deglutição Anormalidade de fase oral e faríngea Anormalidade de fase oral e faríngea Anormalidade de fase oral e faríngea VDF Disfagia grave / aspiração Via alternativa + terapia Disfagia potencialmente para terapia Manobras terapêuticas deglutição segura Excluir anormalidade anatômica Avaliar incoordenação orofaríngea Excluir Doença neurológica Disfagia sólidos Disfagia sólidos e líquidos Exames complementares American Gastroenterology Association, 1999 Médico Fonoaudiólogo Terapeuta ocupacional Nutricionista Psicólogo E Q U I P E M U L T I REABILITAÇÃO FONO ALIMENTAÇÃO HIGIENE ORAL ORIENTAÇÕES A FAMÍLIA/ CUIDADOR DE COMPETÊNCIAS MOTORAS OROFARÍNGEAS isso é o que podemos fazer em casos de disfagia esofágica, nada além 30/03/2023 12 Q U A L I D A D E DE Vida ALIMENTAÇÃO SEGURA OBRIGADA! brendaaraujo@yahoo.com.br http://1.bp.blogspot.com/_io8kC5bAb-g/SA1Lc_yWujI/AAAAAAAAAGM/DYJ3rlEs-TE/s1600-h/disfagia.jpg