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RESUMO - PROPEDÊUTICA CLÍNICA AULA 6 - LESÕES ELEMENTARES DA PELE PELE : - Maior órgão do corpo humano. - Epiderme : - Estrato córneo : camada externa → células mortas queratinizadas que formam uma barreira protetora. - Estrato granuloso : células que começam a se degenerar → acumula grânulos de queratina. - Estrato espinhoso : células que possuem forma irregular → são ligadas por desmossomos. - Camada basal : camada profunda → ocorre divisão celular → células se multiplicam para repor as camadas superiores. - Derme : camada intermediária da pele → composta de tecido conjuntivo. - Contém vasos sanguíneos, terminações nervosas, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e folículos pilosos. - Glândulas sudoríparas : controlam a temperatura. - Glândulas sebáceas : produzem sebo → lubrificar pele e cabelo. - Folículo piloso : dão origem aos pelos. - Fornece suporte estrutural e elasticidade para a pele → possui a capacidade de cicatrização de feridas. - Subcutâneo : hipoderme. - Composta de tecido conjuntivo e células adiposas. - Atua como isolante térmico e reserva de energia → armazena gordura. - Contém vasos sanguíneos e nervos que se conectam na derme. FUNÇÕES DA PELE : - Revestimento protetor → epiderme → barreira física contra agentes patogênicos, radiação UV e substâncias químicas. - Regulam a temperatura → derme e subcutâneo → vasos sanguíneos podem se dilatar e contrair para regular o fluxo de sangue e ajudar no controle da temperatura corporal. - Tecido subcutâneo → isolante térmico → gordura é um mau condutor de calor → mantém a temperatura corporal. - Reserva energética → tecido subcutâneo → células adiposas armazenam energia. ANAMNESE DERMATOLÓGICA : - Inspeção → observamos a pele do paciente. - Palpação → palpamos a pele do paciente → avaliamos a textura, temperatura, umidade, presença de inchaço, nódulos e irregularidades. - Compressão → aplicamos pressão em áreas específicas da pele do paciente → avalia sensibilidade. - Digitopressão → aplicamos pressão com um bastão de vidro → avalia a resposta vascular. - Sinais e sintomas : - Prurido : coceira. - Ardor, queimação. - Hipoestesia : redução da sensibilidade. - Fator desencadeante e momento do dia. - História da lesão : - Início das lesões. - Fatores de melhora e piora. - Paciente já usou medicamentos orais ou sistêmicos. - Exposição ao som → relação com o surgimento ou agravamento da lesão. - Antecedentes pessoais e familiares : - Condições dermatológicas pré-existentes do paciente. - Casos semelhantes na família → predisposição genética. - Alergias, histórico de viagens e hábitos de cuidado com a pele. - Ambiente bem iluminado com luz natural. - Se necessário, podemos usar lâmpadas fluorescentes. - Uso de lupa dermatoscópica → examinar lesões cutâneas mais de perto. INSPEÇÃO : - Avaliamos o tegumento → procurar lesões, erupções cutâneas, ferida, mancha → paciente precisa estar despido. - Avaliar cabelos e pelos → queda, mudanças na textura. - Examinar unhas → cor, espessura, formato e integridade. - Avaliar mucosas → lábios, cavidade oral, mucosa bucal e mucosa geniral → cor, presença de lesões e úlceras. PALPAÇÃO : - Observamos se há elevações ou depressões. - Áreas com alteração de espessura da pele → edema ou fibrose. - Testar elasticidade da pele → puxar levemente e ver como ela retorna ao estado original → avaliação do turgor → perda de elasticidade é normal com o envelhecimento. - Mobilidade → como a pele se move sobre as estruturas subjacentes. - Palpamos pulso para ter um diagnóstico mais detalhado. DIGITOPRESSÃO : - Avaliamos se são lesões vasculares ou hemorrágicas → aplicamos uma pressão nas lesões para observar a mudança de cor e aparência da lesão. - Lesões vasculares : manchas vermelhas ou roxas na pele → rompimento de pequenos vasos sanguíneos → aplicamos a pressão e a cor desaparece temporariamente → pressão interrompe o fluxo sanguíneo. - Lesões hemorrágicas : manchas de cor roxa ou vermelha → aplicamos a pressão e a cor não desaparece → sangue extravasado não retorna ao local. COMPRESSÃO : - Avaliamos edema, infiltrado e dermografismo na pele. - Edema : acúmulo anormal de fluidos nos tecidos → inchaço → pressionamos a área e ocorre uma formação temporária de uma depressão → sinal de Cacifo. - Sinal de Godet = edema → mantém a forma da pressão por um curto período de tempo. - Dermografismo → urticária : resposta da pele a uma pressão → causa resposta inflamatória local → linhas elevadas na pele quando pressionada → ocorre liberação de histamina pelos mastócitos → causa vasodilatação e edema local. COLORAÇÃO : - Coloração da pele e das mucosas → alterações na circulação sanguínea, oxigenação dos tecidos. - Palidez : diminuição da coloração normal da pele → indica vasoconstrição, anemia, insuficiência circulatória ou falta de oxigenação dos tecidos. - Generalizada : vasoconstrição / anemia → em todo o corpo. - Segmentar : isquemia → apenas uma parte do corpo → palpamos pulso para avaliar o estado da circulação sanguínea. - Mucosas : conjuntiva. - Normal : rosada. - Pálida : diminuição de hemoglobina no sangue → anemia. - Vermelhidão da pele : eritema. - Generalizada : vermelhidão em todo o corpo. - Vasodilatação → aumento do fluxo sanguíneo. - Febre → vasodilatação sistêmica. - Policitemia : aumento de hemácias. - Localizada : áreas específicas do corpo. - Fenômeno vasomotor : eritema temporário pela vasodilatação em resposta a alterações hormonais → menopausa. - Rosácea : vermelhidão facial. - Eritema palmar : vermelhidão nas palmas das mãos. - Cianose : coloração azulada da pele → aumento de hemoglobina desoxigenada no sangue. - Lábios, lóbulos das orelhas, extremidades e unhas. - Central : baixa saturação de oxigênio arterial → origem pulmonar ou cardíaca. - Periférica : perda exagerada de oxigênio no sangue → problemas circulatórios locais. - Mista : central + periférica → ICC associada à estase venosa. - Alteração de hemoglobina : intoxicação por substâncias ou medicamentos. - Icterícia : acúmulo de bilirrubina no sangue → pigmento amarelado. - Esclera dos olhos e freio lingual. - Alterações hepáticas. - Alterações hemolíticas → aumento da destruição das hemácias. - Albinismo : deficiência na síntese de melanina → defeito genético. - Albinismo ocular : afeta os olhos → coloração normal da pele e do cabelo. - Hipopigmentação da íris. - Nistagmo : movimentos oculares involuntários e rápidos. - Fotofobia. - Visão reduzida. - Albinismo oculocutâneo : afeta os olhos, pele e cabelos → pigmentação reduzida. - Causa genética : autossômica recessiva → ambos os pais devem transmitir o gene defeituoso → genes que produzem melanina = TYR, OCA2, TYRP1. - Bronzeamento : escurecimento temporário da pele → exposição solar ou fontes artificiais de radiação UV. - Radiação UV : estimula a produção de melanina → penetram na epiderme e estimulam os melanócitos a produzir mais pigmento → aumento de melanina → escurecimento da pele. - Fenômeno de Raynaud : distúrbio circulatório → episódios de vasoconstrição intensa nas extremidades → dedos das mãos e dos pés → resposta ao frio ou estresse emocional. - Vasoconstrição intensa → reduz fluxo sanguíneo → redução de O2 → cianose periférica. - Recuperação da vasoconstrição → ocorre vasodilatação exagerada → causa eritema nas áreas afetadas. - Primário (condições subjacentes) ou secundário (doenças autoimunes ou doenças do tecido conjuntivo). UMIDADE : - Normal : quantidade equilibrada → sem ressecamento ou excesso de suor. - Reduzida : - Idosos : ressecamento da pele → redução da produção de óleos naturais. - Dermatopatias crônicas : ressecamento e descamação da pele → esclerodermia e ictiose. - Mixedema : hipotireoidismo → pode causar pele seca e áspera. - Desidratação : falta de água → pele seca. - Aumentada : - Febre : aumento da temperatura causa aumento na produção de suor. - Ansiedade : causa hiperidrose → sudorese excessiva. - Hiperidroseprimária : sudorese excessiva sem causa. - Hipertireoidismo : aumento da atividade da tireóide → pele úmida e sudorese excessiva. - Climatério : mudanças hormonais da menopausa → aumento da produção de suor. - Neoplasias : podem causar sudorese excessiva. ESPESSURA : - Normal : espessura normal. - Atrofiada : - Atrofia dérmica : redução da espessura da derme → envelhecimento, lesões, inflamação crônica ou uso crônico de corticóides. - Atrofia epidermal : redução na espessura da epiderme → epidermólise bolhosa ou lesões graves. - Hipertrofiada : - Hipertrofia dérmica : aumento da espessura da derme → fibrose dérmica após cicatrizações de feridas, quelóides e condições fibrosantes. - Hipertrofia epidermal : aumento da espessura da epiderme → irritantes crônicos → fricção constante. TEMPERATURA : - Normal : dentro da faixa normal para a região e situação. - Variações podem ocorrer por fatores ambientais, atividade física ou estado de saúde. - Aumentada : - Febre : aumento da temperatura corporal. - Hiperemia : aumento do fluxo sanguíneo para uma área → aumento da temperatura local → lesões, inflamação ou exercícios. - Queimaduras de 1° grau : aumento localizado da temperatura. - Diminuída : - Vasoconstrição : redução do fluxo sanguíneo para uma área → diminuição da temperatura local → estresse, resposta ao frio ou condições circulatórias. - Choque ou insuficiência circulatória : diminuição da temperatura pela redução do suprimento sanguíneo. - Exposição prolongada ao frio : causa diminuição da temperatura. TURGOR : - Elasticidade e capacidade de retorno da pele ao estado original após ser puxada. - Teste do turgor : no dorso da mão ou antebraço → puxamos suavemente a pele e vemos o quão rapidamente ela retorna à posição normal → indica hidratação e elasticidade. - Normal : pele volta rapidamente ao estado normal → boa hidratação e elasticidade. - Reduzido : pele demora para voltar à posição normal → redução da elasticidade. - Desidratação. - Envelhecimento. - Esclerodermia. - Aumentada : elasticidade excessiva → síndrome de Ehlers-Danlos. SENSIBILIDADE : - Sensibilidade dolorosa, tátil e térmica. - Dolorosa : hipoalgesia (diminuição da sensibilidade à dor) e hiperalgesia (aumento da sensibilidade à dor → inflamação). INTEGRIDADE : - Erosão : área superficial de perda de epiderme → pelo atrito. - Ulceração : área mais profunda de perda de epiderme e derme → ocorre necrose. - Fissura : rachadura ou fenda na pele → secura extrema. - Cicatrizes : reduz a elasticidade da pele. LESÕES ELEMENTARES DA PELE : ALTERAÇÃO DE COLORAÇÃO : - Discromias pigmentares : alteração da coloração da pele → alteração da produção ou distribuição de melanina. - Acromia : ausência completa de pigmentação na pele → coloração branca ou clara. - Vitiligo : destruição dos melanócitos (produzem melanina). - Leucodermia solar : exposição ao sol → ausência de pigmentação em áreas específicas da pele. - Hipercromia : aumento de pigmentação da pele → áreas mais escuras. - Melasma : manchas escuras e simétricas na pele → aparece mais na face → marrom claro a marrom escuro. - Comum em mulheres pela exposição ao sol e alterações hormonais → gravidez ou uso de anticoncepcional. - Melanose solar : manchas escuras na pele → áreas expostas ao som ao longo do tempo → acúmulo de danos causados pela exposição solar ao longo dos anos → variam de tamanho e cor. - Manchas vasculares : desaparecem com a digitopressão. - Telangiectasia : dilatação permanente dos vasos sanguíneos → linhas finas, arborizações ou pontos vermelhos na pele. - Mancha eritematosa : área da pele avermelhada → pela vasodilatação. - Mancha angiomatosa : lesão cutânea decorrente de neoformação vascular na derme → desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos → coloração avermelhada. - Manchas hemorrágicas : extravasamento de sangue na pele → não desaparecem com digitopressão. - Petéquias : pequenas manchas puntiformes vermelhas ou roxas na pele → menores que 2 mm. - Víbices : manchas lineares de coloração vermelha ou roxa → maiores e mais alongadas do que as petéquias. - Equimose : maiores que 1 cm. - Hematoma : acúmulo de sangue em uma área → restrito ao local de trauma → derme ou tecido subcutâneo → pode possuir abaulamento. - Manchas e máculas não possuem elevações na pele. ELEVAÇÕES EDEMATOSAS : - Urticária : aspecto inchado e bordas delimitadas → variam de tamanho e forma → apresenta prurido. - Quando pressionamos as elevações elas se movimentam. LESÕES PRIMÁRIAS SÓLIDAS : - Alterações na pele com aparência palpável e se manifestam em várias formas. - Pápula : lesão elevada, sólida e circunscrita na pele → menor que 1 cm → picada de inseto, dermatite alérgica. - Nódulo : lesão elevada, sólida e circunscrita na pele → maior que 1 cm → cisto sebáceo, lipoma. - Nodosidade ou tumoração : - Massa anormal de tecido palpável → firme ao toque → maior que 3 cm. - Benigna ou maligna. - Sarcomas : tumores malignos que se originam de tecidos conjuntivos → massas ou nódulos na pele. - Lipomas : tumores benignos de tecido adiposo → macios ao toque e móveis. - Angiomas : tumores vasculares benignos que se desenvolvem de vasos → hemangiomas e angiomas. - Hansenomas : lesões cutâneas → hanseníase. - Metástase cutânea : disseminação de células cancerígenas a partir de um tumor primário → lesões na pele. - Vegetação : superfície de uma planta ou vegetal → superfície irregular. - Verruga viral. - Esporotricose → infecção fúngica. LESÕES PRIMÁRIAS DE CONTEÚDO LÍQUIDO : - Vesícula : lesão elevada que contém líquido claro → menor que 1 cm. - Herpes simples. - Eczema vesicular. - Bolha : lesão elevada que contém líquido → maior que 1 cm. - Bolha serosa, hemorrágica ou purulenta. - Queimadura de 2° grau. - Dermatite de contato severa. - Pústula : lesão elevada que contém conteúdo purulento → mistura de células mortas, bactérias e fluido. - Acne. - Impetigo. - Abscesso : coleção localizada com conteúdo purulento → é palpável mas não é visível externamente → é circular. - Abscesso cutâneo → infecção bacteriana. - Cistos : tumores benignos que se formam a partir de anexos cutâneos → folículos pilosos e glândulas sebáceas. - Interior do cisto : cavidade revestida por células epiteliais. - Imóveis e localizados na epiderme ou derme. - Conteúdo : líquido, pastoso ou semilíquido. - Crescimento lento ao longo do tempo → não são invasivos. - Se manifestam como pequenas elevações na pele → visíveis ou palpáveis. ALTERAÇÕES DE ESPESSURA : - Queratose : proliferação anormal de células da camada externa da epiderme → espessamento da epiderme. - Pode evoluir para um câncer de pele → carcinoma espinocelular. - Elevação dura e cônica → como se fosse um chifre. - Corno cutâneo : crescimento espesso e áspero na superfície da pele. - Queratose palmar : espessamento da epiderme nas palmas das mãos → áreas ásperas e espessas. - Espessamento ou infiltração : aumento da espessura da pele pela proliferação celular ou infiltração de células inflamatórias. - Psoríase : condição inflamatória crônica → causa espessamento da pele. - Liquenificação : espessamento da pele com acentuação do padrão quadriculado normal → ato repetitivo de coçar. - Sulcos ou fendas evidentes na pele → principalmente em áreas de dobras cutâneas. - Líquen simples crônico → prurido crônico. - Esclerose : endurecimento ou espessamento da pele pela formação excessiva de tecido fibroso. - Esclerodermia : doença autoimune → causa esclerose da pele e dos órgãos internos. - Edema : acúmulo de fluidos nos tecidos → inchaço. - Sinal de Cacifo. - Atrofias : redução da espessura da pele pela diminuição de células → perda de tecido. - Cicatrizes atróficas → diminuição da espessura da pele. - Atrofia senil → natural do envelhecimento. PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS : - Escamas : pequenas partículas finas de pele morta → se desprendem da superfície. - Psoríase. - Dermatite seborréica. - Erosão : perda superficial deepiderme → maioria das vezes não tem sangramentos. - Causada por lesões ou infecções. - Exulceração : úlcera superficial com perda de tecido → infecção. - Não atinge a camada profunda da derme. - Afeta epiderme e camada externa da derme. - Úlcera : perda profunda de epiderme e derme → ferida aberta com necrose. - Úlceras venosas. - Úlceras diabéticas. - Fissura : fenda ou rachadura → secura da pele. - Crosta : secreção seca de fluido → sangue ou pus → forma uma camada sobre a lesão. - É uma lesão secundária. - Escara : área necrótica mais profunda da pele → lesões por pressão prolongada. - Cicatriz : tecido fibroso substitui a pele normal na cicatrização de uma ferida → restrito ao local da lesão → feridas, cortes ou cirurgias. AULA 7 - SÍNDROMES TIREOIDIANAS - Síndrome = conjunto de sinais e sintomas. - Hipotireoidismo : diminuição da produção de T3 e T4 pela tireóide. - Hipertireoidismo : aumento da produção de T3 e T4 pela tireóide. - Bócio e nódulos tireoidianos → aumento visível da tireóide → crescimento anormal. - Tireoidites → inflamação da tireóide. TIREÓIDE : - Regula o metabolismo → produz T3 e T4. - Feedback positivo : T3 e T4 baixos → hipotálamo libera TRH → TRH estimula a hipófise para liberar TSH → TSH estimula a tireóide para produzir e liberar T3 e T4. - Feedback negativo : T3 e T4 altos → inibe a liberação de TRH e TSH → evita produção excessiva de T3 e T4. - Hipertireoidismo : desregulação do feedback negativo → níveis elevados de T3 e T4 não conseguem inibir a liberação de TRH e TSH. - Hipotireoidismo : desregulação do feedback positivo → produção insuficiente de T3 e T4. ANAMNESE DA TIREÓIDE : - Inspeção : vemos massas, nódulos, simetria e cicatrizes na tireóide. - Tireóide é móvel → durante a deglutição ela desloca. - Palpação : cartilagem tireóide como ponto de referência → superfície precisa ser lisa e sem nodulações palpáveis. - Ausculta : detectar sopros → aumento de fluxo sanguíneo pode indicar câncer ou neoplasia → mais vascularizada do que o normal. CASO CLÍNICO 1 : - Fraqueza muscular generalizada há 1 ano. - Dor muscular, sonolência e intolerância ao frio. - Caso de hipotireoidismo. HIPOTIREOIDISMO : - Diminuição do metabolismo → diminuição de T3 e T4. - Bradicardia e hipotensão : diminuição de T3 e T4 → fazem a contração de cardiomiócitos → causa redução de FC e PA → pode causar IC. - Cardiomegalia : falta de T3 e T4 pode causar acúmulo de sangue no coração → causa aumento do órgão. - Extremidades frias e cianose : diminuição de T3 e T4 pode causar extremidades frias e cianose pela má circulação. - Intolerância ao frio : T3 e T4 ativam a termogênese → resulta em intolerância ao frio → paciente sente mais frio. - Diminuição na taxa metabólica : corpo queima menos calorias em repouso → aumento de peso. - Retenção de líquidos pelo aumento da permeabilidade vascular → causa edema generalizado → auxilia no ganho de peso. - Metabolismo lipídico : ocorre aumento de colesterol e triglicerídeos → auxilia no ganho de peso e na saúde cardiovascular. - T3 e T4 atuam no desenvolvimento normal do SNC → pode causar atrasos no desenvolvimento neurológico. - Alteração da função neuromuscular : fala lenta ou arrastada → diminuição do tônus muscular → resposta mais lenta dos músculos. - Sistema vestibular é afetado → causa tonturas e desequilíbrios. - Diminuição dos reflexos → hiporreflexia. - Afeta a função cognitiva → sonolência excessiva e dificuldade de concentração. - Unhas : T3 e T4 atuam no crescimento e maturação das unhas → ocorre fragilidade e quebra das unhas. - Pele : T3 e T4 atuam na maturação da epiderme → pele se torna seca e áspera → não mantém a hidratação. - Pelos na sobrancelha : redução no crescimento dos pelos → perda parcial das sobrancelhas ou diminuição da densidade dos pelos. - Aumento da síntese e diminuição da degradação de proteínas no tecido conjuntivo : falta de T3 e T4 → aumenta a síntese de mucopolissacarídeos e fibronectina e diminui a degradação deles → causa acúmulo de proteínas no espaço extracelular → causa edema. - Motilidade intestinal : reduzida → constipação pela lentidão dos movimentos intestinais. - Anorexia : diminuição do apetite. - Macroglossia : aumento da língua → edema e aumento do volume da língua. - Dor muscular : falta de T3 e T4 afeta a síntese protéica dos músculos → causa diminuição da massa muscular e força → dores musculares generalizadas. - Comum em idosos → diminuição da função tireoidiana pelo envelhecimento. - Mulheres : irregularidades menstruais, anovulação e infertilidade. - Homens : redução da libido e disfunção erétil. - Anemia : leve a moderada → falta de T3 e T4 afeta a produção de hemácias na medula óssea → diminui a produção e diminui a vida útil das hemácias → fadiga, fraqueza e palidez. FÁCIES MIXEDEMATOSAS : - Edema periorbital : T3 e T4 quebram mucopolissacarídeos → ocorre acúmulo de mucopolissacarídeos → causa edema periorbital → inchaço ao redor dos olhos. - Madarose : perda de pelos nas sobrancelhas. - Pele seca e áspera. HIPERTIREOIDISMO : - Aumento do metabolismo → aumento de T3 e T4. - Taquicardia e hipertensão arterial : maior atividade cardíaca → aumenta FC e PA → pode causar arritmias cardíacas e até infarto do miocárdio. - Aumento do metabolismo pode causar calor excessivo → intolerância ao calor. - Hiperatividade do SNC → nervosismo, ansiedade, insônia, agitação e irritabilidade. - Hirsutismo : crescimento excessivo de pelos → aumento da sensibilidade dos folículos pilosos aos hormônios androgênicos. - Unhas : aceleramento do ciclo de crescimento das unhas → unhas finas de má qualidade. - Aumento da motilidade intestinal → diarréia e fezes frequentes. - Mixedema pré-tibial : edema ao redor dos tornozelos. - Hiperativação dos receptores : resposta celular aumentada → contribui para uma resposta inflamatória localizada → acúmulo de mucopolissacarídeos e linfócitos → causa edema. - Exo�almia : protrusão do globo ocular. - Fácies basedowianas. TIREOTOXICOSE : - Excesso de T3 e T4 no sangue. - Ingestão externa de hormônios tireoidianos → quantidade excessiva. - Liberação após dano na tireóide → tireoidite → liberação de T3 e T4 armazenados na tireóide. - Hipertireoidismo : aumento na produção de T3 e T4. SINAL DE LID LAG : - Retardo na descida da pálpebra superior durante o movimento de fechamento dos olhos. - Paciente olha para baixo e a pálpebra superior demora mais para seguir o movimento → parte da esclera visível acima da íris. BÓCIO : - Causa compressão de estruturas vizinhas → disfagia, dispneia e rouquidão. - Disfalgia : dificuldade para engolir → aumento da tireóide comprime o esôfago. - Dispneia : dificuldade para respirar → aumento da tireóide comprime a traquéia. - Rouquidão : aumento da tireóide comprime o nervo laríngeo → controla as cordas vocais. - Sinal de Pemberton : paciente levanta os braços acima da cabeça → bócio volumoso ocupa a região supraclavicular → comprime estruturas adjacentes. - Dispneia. - Sons agudos durante a respiração. - Compressão das veias da região cervical → afeta o retorno venoso → vermelhidão no rosto. AULA 13 - SÍNDROME FEBRIL - Síndrome = conjunto de sinais e sintomas. SÍNDROME FEBRIL : - Diagnóstico sindrômico : síndrome febril. - Febre é o principal sintoma. - Diagnóstico nosológico / etiológico : causa e doença que causou os sintomas. - Exemplo : pneumonia causada por pneumococo. FEBRE : - Resposta normal do corpo em resposta a estímulos → infecções, inflamações → condições que ativam uma resposta imune. - Controle da temperatura corporal : hipotálamo → termorregulador. - Estimulação no hipotálamo → elevação da temperatura pela liberação de citocinas → causa febre. - Aumento da temperatura → ambiente menos favorável para o crescimento e reprodução dos patógenos. - Temperatura normal : varia de 36,5 a 37,5 °C. - Ambiente frio : hipotálamo atua para preservar calor → ocorre vasoconstrição → vasos nas extremidades do corpocontraem para diminuir a perda de calor → produção de suor é reduzida. - Ambiente quente : hipotálamo atua para dissipar o calor → ocorre vasodilatação na pele → permite que o calor seja liberado → produção de suor aumenta para resfriar o corpo por evaporação. TEMPERATURA CORPORAL : - Axilar : 36,5 a 37 °C. - Bucal : 36,8 a 37,8 °C. - Retal : 37,2 a 38,2 °C. - Aguardar 1 hora para medir a temperatura do paciente após exercícios intensos e banhos quentes. FEBRE : - Elevação da temperatura acima de 37 °C. - Distúrbios que afetam o hipotálamo : causa regulação anormal da temperatura → febres persistentes ou recorrentes. - Patógenos desencadeiam resposta imune → ocorre a produção de citocinas que atuam no hipotálamo → aumenta a temperatura corporal → causa febre. - Febre : agressão interna, externa ou alteração do SNC. - Hipertermia : aumento da temperatura pela exposição excessiva ao calor → externo → corpo não consegue dissipar o calor → aumenta a temperatura. SÍNDROME FEBRIL : - Sintoma principal : febre. - Taquicardia / taquisfigmia : aumento da FC. - Taquipneia : aumento da FR → para dissipar o calor e regular a temperatura. - Perda de peso : aumento do metabolismo e perda de apetite. - Fraqueza e fadiga. - Náuseas e vômitos. - Diarréia. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE : - Patógenos ativam o sistema imune → liberam citocinas → IL-1, IL-6 e TNF → circulam pelo sangue para chegar no hipotálamo → liberam prostaglandinas → prostaglandina atua no hipotálamo para aumentar a temperatura → causa febre. - Hipotálamo aumenta a temperatura pelo aumento do metabolismo, vasoconstrição periférica para conservar calor e aumento na produção de energia. INÍCIO DA FEBRE : - Súbito : mudança rápida no estado de saúde → paciente estava se sentindo bem e começou a sentir febre → acompanhada de sintomas associados. - Resposta rápida do sistema imune ao patógeno. - Gradual : aumento lento e progressivo da temperatura ao longo do tempo. - Resposta gradual do sistema imune ao patógeno. INTENSIDADE DA FEBRE : - Perguntar se o paciente aferiu a temperatura → pode ser hipertermia. - Leve, moderada ou grave. - Leve : até 37,5 °C. - Moderada : 37,6 a 38,5 °C. - Grave : acima de 38,6 °C. - No idoso : resposta febril atenuada → reduzida → pelo envelhecimento. - Febre mascarada em imunossupressão : não manifesta febre de maneira típica. DURAÇÃO : - Febre prolongada a 1 mês : infecções crônicas, neoplasias, doenças autoimunes. - Febre prolongada por mais de 7 dias : tuberculose, endocardite infecciosa, malária, febre tifóide, colagenoses, linfomas. EVOLUÇÃO : - Contínua : febre mantém temperatura elevada constante ao longo do tempo. - Irregular : picos de temperatura muito elevadas intercaladas com períodos de temperatura normal → não seguem um padrão. - Remitente : variações diárias na temperatura → variações superiores a 1 °C → se mantém acima do normal. - Intermitente : episódios cíclicos de febre interrompidos por períodos de temperatura normal. - Malária : febre em um dia seguida por dias sem febre. - Tuberculose : febre noturna → picos de temperatura ocorrem de noite. TÉRMINO : - Súbito : febre desaparece de maneira repentina e rápida → ocorre após a administração de antitérmicos ou sem intervenção médica → resolução espontânea. - Gradual : febre diminui de forma gradual → corpo vai superando o que estava causando febre. CAUSAS DA FEBRE : INFECCIOSAS : - Infecções bacterianas, virais, fúngicas ou parasitas. - Histórico de episódios febris semelhantes → recorrência de infecções. - Cirurgias podem aumentar o risco de infecções. - Contato com animais → exposição a patógenos. - Imunossupressão : risco aumentado de infecções oportunistas. DOENÇAS NEOPLÁSICAS : - Perda de apetite e peso. - Histórico familiar de neoplasias. - Adenomegalia → linfonodos aumentados → podem ser duros e dolorosos. - Sintomas B : febre + sudorese noturna + perda ponderal não intencional → sintomas de malignidade. DOENÇAS AUTOIMUNES : - Úlceras orais e genitais → sintoma da doença de Behçet → podem ser doloridas. - Histórico familiar de doenças autoimunes. - Hiperemia + edema → indica artrite. SIRS → SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA : - Cirurgias : resposta inflamatória sistêmica pela demanda metabólica e liberação de citocinas inflamatórias → comum após cirurgias → febre + taquicardia. - Politrauma : extensão da resposta inflamatória. - Grandes queimados : queimaduras extensas ativam uma grande resposta inflamatória. - Hipertireoidismo : aumento do metabolismo → pode causar resposta inflamatória sistêmica. AULA 14 - SÍNDROME CONSUMPTIVA - Síndrome consumptiva : perda de peso significativa e involuntária. - Perda de peso involuntária : não precisa de esforços conscientes para emagrecer. - Adulto : perda de peso superior a 10% do peso basal. - Idoso : perda de peso superior a 5% do peso basal. - Tempo : no máximo 1 ano. - Idoso → devemos considerar sarcopenia → diminuição da qualidade e quantidade da força muscular pelo envelhecimento. ANAMNESE : - Identificação : idade, sexo, profissão, religião. - Religião : quaresma → paciente pode fazer jejum por um período. - HMA : tempo, quantidade, perda de peso voluntária ou involuntária, peso basal do paciente, fator desencadeante, fatores associados, evolução. - ISDA : - Cabeça e pescoço : - Dentição : pode afetar a capacidade do paciente de comer. - Distúrbios da tireóide : pode afetar o peso e apetite. - Alterações sensoriais : perda de olfato e paladar pode causar perda de apetite. - Tórax : distúrbios gastrointestinais → problemas no sistema digestivo → pode afetar o apetite. - Geniturinário : noctúria, poliúria, oligúria e presença de sangue nas urinas → pode indicar aumento de próstata ou câncer → causa perda de apetite. - SN : depressão, transtorno de humor, alterações de memória → podem causar perda de apetite. - Alzheimer : acúmulo de beta-amilóide no organismo pode causar resposta inflamatória generalizada → contribui para a perda de peso. - AP : cirurgias feitas, etilismo, tabagismo, drogas, doenças pré-existentes, medicações em uso. - Tudo que for inflamatório, infeccioso e crônico pode causar perda de peso → hipertireoidismo, DPOC. - AF : histórico de câncer e de doenças existentes nos familiares. - Condições socioeconômicas : questão financeira do paciente. EXAME FÍSICO : - IMC e massa muscular. - IMC : avalia a relação entre o peso e a altura. - Avaliar massa muscular. - Hidratação e coloração das mucosas. - Função hepática e renal → hepatite pode causar perda de peso → paciente vai estar ictérico. - Paciente anêmico. - Comportamento do paciente : aspectos emocionais. - Fácies : - Basedowiana : hipertireoidismo. - Toque retal e palpação. - Bulimia : exame bucal → erosão do esmalte dentário pelo contato do HCl durante os vômitos. - Dedo descamado : sinal de trauma repetitivo relacionado a forçar o vômito. SÍNDROME CONSUMPTIVA : - Desequilíbrio entre o gasto de energia e a oferta de nutrientes → causa perda significativa de peso. - Perda involuntária acima de 20% → indica uma disfunção orgânica. - Associado ao aumento da morbilidade e mortalidade. - Desnutrição ou inanição : carência de nutrientes acompanhada de emagrecimento ou caquexia → quantidade insuficiente de nutrientes. - Desnutrição energética protéica : ingestão de calorias e proteínas é insuficiente. - Síndrome de má absorção : incapacidade de absorver nutrientes no TGI. - Deficiência de vitamina B12 após cirurgia bariátrica : dificuldade na absorção de vitamina B12. - Sarcopenia : diminuição da massa corporal pela perda de tecido muscular esquelético. - Caquexia : perda de peso atinge o grau máximo → estado avançado de desnutrição → não há reservas no corpo. - Aumento do catabolismo : degradação de moléculas para liberar energia → aumento da utilização de energia → contribui para a perda de peso. - Falta de energia suficiente no corpo causa aumento do catabolismo. - Entrada de energia: alimentação → nutrientes fornecem energia ao corpo → metabolizados para produzir ATP. - Gasto de energia : catabolismo. - Metabolismo basal : energia é importante para manter funções vitais em repouso → respiração, circulação sanguínea e manutenção da temperatura corporal. - Corpo gasta energia para digerir, absorver e processar nutrientes. - Atividade física → suor excessivo → catabolismo para liberar energia. - Excreção : parte da energia ingerida nos alimentos é perdida nas fezes. - Tudo que é metabólico e está descompensado pode causar perda de peso. - Toda doença infecciosa e inflamatória pode causar síndrome consumptiva. - Idosos : colecistocinina vai diminuindo com o envelhecimento → satisfeito mais rápido → redução do apetite. - CCK : hormônio que atua na regulação do apetite e na digestão. AULA 19 - SÍNDROME EDEMATOSA EDEMA : - Acúmulo anormal de líquido no interstício. - Aumento da pressão hidrostática (empurra o líquido para fora) e diminuição da pressão osmótica (puxa o líquido de volta) → acúmulo de líquidos nos tecidos → causa edema. MECANISMO DE FORMAÇÃO DO EDEMA : - Extravasamento anormal de líquidos para o interstício pelos capilares. - Forças de Starling : troca de líquidos através das paredes dos vasos. - Desequilíbrio : mais líquido é filtrado para o interstício do que é reabsorvido → causa acúmulo de líquido → formação do edema. - Vasos linfáticos : removem o excesso de fluido dos tecidos para o sangue. - Vasos linfáticos danificados ou obstruídos → líquido não vai ser drenado → causa edema (linfedema). PERMEABILIDADE CAPILAR : - Permeabilidade seletiva do vaso é importante para manter o equilíbrio. - Aumento da permeabilidade : extravasamento de água e proteínas → forma lesão no vaso → causa edema. - Pode ocorrer em reações alérgicas (liberação de substâncias que aumentam a permeabilidade vascular), infecções bacterianas graves e contato com substâncias tóxicas. AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA DO VASO : - Conteúdo do vaso está maior → causa extravasamento. - Trombose : obstrução das veias → causa obstrução de sangue → sangue retido aumenta a pressão → causa edema. - Síndrome da veia cava superior : obstrução do fluxo sanguíneo venoso → acúmulo de líquido → edema. - IC : dificuldade em bombear → causa acúmulo de sangue → aumenta pressão hidrostática → causa edema. - Cirrose hepática : hipertensão portal → aumento da pressão na veia porta → edema. - Gravidez : aumento na pressão venosa, retenção de líquidos por alterações hormonais e aumento do volume sanguíneo → edema. DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO OSMÓTICA DO VASO : - Cirrose hepática : diminuição de albumina → mantém a pressão osmótica → causa redução da pressão osmótica → edema. - Síndrome nefrótica : albumina é perdida na urina → reduz pressão osmótica → causa edema. - Desnutrição protéica : não produz albumina → diminuição da pressão osmótica → edema. - Edema de face periorbital. AUMENTO DA PRESSÃO OSMÓTICA : - Pressão osmótica do interstício está maior. - Mixedema : hipertireoidismo → acúmulo de mucopolissacarídeos no interstício → pressão osmótica maior → causa edema. - Bloqueio do sistema linfático : obstrução → redução da drenagem de fluido intersticial → acúmulo de fluido no interstício → aumenta pressão osmótica na área → causa edema (linfedema). - Edema de MS. SEMIOLOGIA DOS EDEMAS : - Edema generalizado causa aumento de peso. - Edema cutâneo é mais visível. LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO : - Localizado : edema em uma área específica. - Generalizado : afeta várias partes do corpo. - MI mais comum. - Edema sacral : pacientes acamados por longos períodos podem ter edema nesta região. INTENSIDADE : - Grau 1 : leve → depressão mínima com a pressão. - Grau 2 : moderado → depressão moderada → retorno mais lento. - Grau 3 : acentuado → depressão profunda → retorno mais demorado. - Grau 4 : muito acentuado → depressão significativa. - Pressão contra uma superfície óssea. - Sinal de Cacifo. CONSISTÊNCIA : - Edema mole : mais recente → condições agudas. - Edema duro : alterações crônicas. - Pele mais fibrosa e engrossada pela deposição de tecido conjuntivo → elefantíase. ELASTICIDADE : - Elástico : marca do dedo ao ser pressionado e volta à posição normal. - Inelástico : demora para voltar à posição normal → pele fibrosa e endurecida. TEMPERATURA : - Quente : processo inflamatório. - Frio : má perfusão sanguínea, isquemia ou comprometimento vascular. SENSIBILIDADE : - Doloroso : processo inflamatório local. - Sem dor : condições sistêmicas. ALTERAÇÕES DA PELE : - Pele vermelha : inflamação → aumento do fluxo sanguíneo local. - Palidez : diminuição do fluxo sanguíneo, redução de hemoglobina ou anemia. - Cianose : má oxigenação do sangue. - Pele lisa e brilhante : edema recente. - Pele espessa : edema de longa duração. - Pele enrugada : edema em resolução. EDEMAS ESPECÍFICOS : - Sinal de Romana : edema periorbital unilateral → doença de Chagas. - Anasarca : edema generalizado. - Elefantíase : obstrução do sistema linfático → um membro com edema grande, pele fibrosa e espessa → edema inelástico. EDEMA GENERALIZADO : SÍNDROME NEFRÓTICA E NEFRÍTICA : - Síndrome nefrótica : processo autoimune que afeta o podócito → causa aumento da permeabilidade do glomérulo → causa proteinúria → urina espumosa. - Proteinúria, hipoalbuminemia e edema → tríade da síndrome nefrótica. - Síndrome nefrítica : processo inflamatório → inflamação dos glomérulos. - Hematúria, hipertensão arterial e edema → tríade da síndrome nefrítica. EDEMA SECUNDÁRIO À INSUFICIÊNCIA CARDÍACA : - Incapacidade do coração em bombear sangue → edema se inicia onde a ação da gravidade é maior. - Dificuldade em bombear sangue → líquido se acumula → causa edema. - Ingurgitamento das jugulares : acumulação de sangue nos vasos jugulares. - Hepatomegalia : acúmulo de sangue venoso no fígado. - Refluxo hepatojugular : pressão aumentada na veia jugular pela compressão do fígado. EDEMA SECUNDÁRIO À CIRROSE HEPÁTICA : - Edema mole e indolor → edema generalizado com predomínio em MI. - Cirrose : ocorre fibrose extensa do fígado → compromete a função. - Ocorre diminuição da produção de albumina → atua na pressão osmótica do sangue → causa diminuição da pressão osmótica → causa retenção de líquido nos tecidos → edema. - Aumento da pressão portal : causa o vazamento de líquidos do sangue para os tecidos → edema. - Ascite : acúmulo de líquido no abdome → líquido pode se deslocar para outras áreas causando edema. EDEMA SECUNDÁRIO À DESTRUIÇÃO PROTEICA : - Hipoalbuminemia : redução de albumina no sangue. - Desnutrição causa diminuição da produção de albumina → diminui pressão osmótica → causa edema. - Edema generalizado, mole e inelástico → intenso e indolor. EDEMA LOCALIZADO : INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA : - Veias da perna não conseguem transportar o sangue de volta ao coração → causa acúmulo de sangue nas pernas → causa edema de MI. - Edema mais acentuado em pacientes que ficam em pé ou sentados por longos períodos. - Edema mole e inelástico no início → com o tempo ocorre espessamento e fibrose da pele. - Pode ter uma cor acastanhada da pele na região do edema → deposição de pigmentos liberados das hemácias que extravasam para os tecidos. - Telangiectasias : pequenos vasos sanguíneos visíveis na superfície da pele. - Varizes. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA : - Coágulo sanguíneo se forma em uma veia profunda → geralmente nas pernas. - Dor no local : pode ser leve a intensa → ocorre na panturrilha mas pode ser sentida na coxa. - Coloração da pele : cianótica → pela falta de oxigenação adequada; ou avermelhada → pela inflamação. - Edema assimétrico → ocorre em apenas uma perna. - Calor e sensibilidade → quente e sensível à pressão → por conta da inflamação. - Sinal de Homans : dor na região da panturrilha quando fazemos uma flexão do pé → indica trombose venosa profunda. - Sinal da bandeira : empastamento da panturrilha → vai estar rígida. AULA 20 - SÍNDROME ANÊMICAANEMIA : - Redução da quantidade de hemoglobina no sangue. - Causada pela falta de ferro, vitaminas, diminuição de hemácias, diminuição de hemoglobina. - Hemoglobina : proteína que transporta O2 dos pulmões para os tecidos do corpo → está dentro das hemácias. - Hemoglobina : composta de ferro → causa a coloração vermelha da hemácia. - Diminuição na produção de hemácias, na concentração de hemoglobina ou aumento da destruição das hemácias → causa comprometimento do transporte de O2 no sangue. - Nem toda anemia vai precisar dar vitamina, ferro ou transfundir → precisamos saber a causa para tratar. HEMATOPOIESE : - Formação e desenvolvimento das células sanguíneas a partir das células-tronco na medula óssea. - Eritropoiese : formação das hemácias → 7 dias para produzir novas hemácias. - Célula-tronco vai se diferenciando até formar células maduras → eritrócitos → possuem hemoglobina → transporte de O2 para os tecidos. - Leucopoiese : formação de leucócitos → células brancas do sangue → atuam no sistema imune. - Trombopoiese : formação de plaquetas → trombócitos → atuam na coagulação sanguínea → controla sangramentos. REDUÇÃO DA PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS : - Eritropoietina : age na medula óssea para estimular a produção de hemácias → produzida nos rins e no fígado. - Sua liberação é estimulada pela hipóxia → diminuição de O2 nos tecidos. - Para formar hemácias também precisa de nutrientes → complexo B, ácido fólico e ferro. - Sem eritropoietina = sem produção de hemácias → não vai ter hemoglobina → causa anemia → não possui O2 para distribuir para os tecidos. - Doenças renais crônicas e doenças hepáticas crônicas : causa falta de eritropoietina → causa anemia. - Deficiência de proteínas : não produz eritropoietina → causa anemia. - Hipotireoidismo : diminuição de T3 e T4 → afeta a produção de eritropoietina → causa anemia. - Anemia = diminuição de hemoglobina no sangue. - Mulheres : abaixo de 12. - Homens : abaixo de 14. - Câncer que afetam a medula óssea : não produz células-tronco → não forma hemácias. - Medicamentos tóxicos : alguns medicamentos podem afetar a produção de hemácias → causam depressão da medula óssea. - Doenças genéticas : algumas condições genéticas podem afetar a formação de hemácias. AUMENTO DA DESTRUIÇÃO DE ERITRÓCITOS → HEMÓLISE : - Anemia hemolítica : ocorre aumento da destruição de hemácias → corpo não consegue substituir o excesso de destruição → causa redução de hemácias no sangue → causa redução de hemoglobina → causa anemia. HEMORRAGIA E ANEMIA : - Hemorragias podem causar diminuição do volume de sangue → reduz hemoglobina no sangue → causa anemia. - Menstruação : perda de sangue → pode causar anemia. - Em casos de anemia por hemorragia : fazer transfusão sanguínea. SINAIS E SINTOMAS : - Taquicardia : aumento da FC → resposta do corpo pela redução de O2 nos tecidos (hipóxia) → coração bate mais rápido para bombear mais sangue → tenta compensar a diminuição de O2. - Palidez : causada pelo desvio de sangue das extremidades para os órgãos vitais → garantir o suprimento adequado de O2. - Hiperfonese de bulhas : aumento do som das batidas do coração durante a ausculta → maior trabalho do coração para bombear mais sangue. - Cianose : unhas azuladas → sinal de insuficiência de O2 no sangue. - Tontura e dificuldade de concentração : diminuição de O2 para o cérebro → causa tontura, fadiga e dificuldade de concentração. - Icterícia : hemólise aumentada pode causar icterícia → acúmulo de bilirrubina indireta no sangue. - VCM e HCM baixo : indica anemia ferropriva → falta de ferro. - VCM e HCM alto : indica anemia causada por deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico → anemia megaloblástica. - Vitamina B12 : deficiência de vitamina B12 pode causar neuropatia periférica, formigamento, fraqueza, problemas de memória e coordenação. - Ácido fólico na gravidez : na gravidez pode ocorrer deficiência de ácido fólico por conta do feto → uso de ácido fólico durante a gestação. - Glossite atrófica : atrofia das papilas gustativas na língua → perda do paladar e língua lisa. - Taquipneia : aumento da FR para compensar a redução de O2 para os tecidos → tenta fornecer mais O2 para os tecidos. - Hipotensão postural : redução de O2 para o cérebro pode causar tontura ao se levantar rapidamente. - Sensação de náusea : falta de O2 nos tecidos gastrointestinais pode causar náuseas, desconforto abdominal e vômitos. ANAMNESE : - ISDA : - Febre, sudorese noturna, perda de peso, queda de cabelo, cabelos e unhas quebradiças, perversão do apetite (PICA). - Linfonodomegalia : aumento do volume dos linfonodos → pode causar anemia. - Hemorragias → hematêmese, melena, enterorragia, metrorragia, hematúria, epistaxe. - Lesões na pele → petéquias, equimoses, úlceras. - Dores → ósseas, musculares, articulares. - Parestesias → carência de vitamina B12. CASO CLÍNICO 1 : - Paciente apresenta anemia. - Queixa : dispneia aos esforços, indisposição, queda de cabelo e unhas quebradiças há 6 meses. - Amamentou por 2 anos → parou há 6 meses. - Não come carne. - Menstruação de fluxo intenso por 7 dias. - Astenia : fraqueza, cansaço físico → sintoma → o que o paciente relata. - Palidez, taquipneia, edema, alopécia → sinais → o que observamos no exame físico. - Causa da anemia da paciente : falta de ferro → anemia ferropriva. - Fluxo menstrual intenso → perda de hemácias. - Suplementação de ferro → tratamento. - Diagnóstico sindrômico : síndrome anêmica. - Diagnóstico etiológico : anemia ferropriva. ANEMIA FERROPRIVA : - Perda de hemácias ou deficiência de nutrientes. - Glossite atrófica. - Coiloníquia. - Cabelos finos e quebradiços. - Perversão do apetite (PICA). - Amenorréia nas mulheres. CASO CLÍNICO 2 : - Paciente relata astenia, indisposição, parestesias nos pés, diarréia há 4 meses. - Dificuldade de deglutição. - Anemia por deficiência de de nutrientes → vitamina B12 e ácido fólico → causa anemia megaloblástica. ANEMIAMEGALOBLÁSTICA : - Causada pela deficiência de nutrientes → vitamina B12 e ácido fólico → atuam na produção de hemácias. - Não ocorre a formação de hemácias. - Carência de vitaminas ou má absorção. CASO CLÍNICO 3 : - Paciente com queixa de fadiga intensa há 1 semana. - Relata astenia e dispnéia aos esforços, com aparecimento súbito e progressivo há 1 semana → sintomas intensos. - Sonolência, tontura e episódios de pré-síncope. - Alteração de peso e alteração do apetite. - Queda de cabelo há 1 mês. - Nega sangramentos. - Artralgia e edema nas articulações das mãos há 2 semanas. - Anemia por destruição de hemácias → diminuição de hemoglobina no sangue → anemia hemolítica. ANEMIA HEMOLÍTICA : - Destruição acelerada de hemácias no sangue → diminui hemoglobina → causa anemia. - Pode causar icterícia : liberação de bilirrubina indireta com a destruição de hemácias → se acumula nos tecidos → causa icterícia. - Esplenomegalia : aumento do volume do baço → baço tenta remover as hemácias danificadas ou envelhecidas → baço fica sobrecarregado → aumento do tamanho. AULA 27 - SÍNDROME ICTÉRICA SÍNDROME ICTÉRICA : - Elevação de bilirrubina no sangue → acima de 2 → coloração amarelada da esclera, mucosas, pele e líquidos orgânicos. - Bilirrubina : pigmento amarelo produzido durante a quebra das hemácias → hemólise → causa liberação de bilirrubina indireta → vai ser processada pelo fígado e excretada na bile. METABOLISMO DAS BILIRRUBINAS : - Hemácias são degradadas no baço pelos macrófagos e monócitos → liberam hemoglobina → hemoglobina é composta por grupo heme e globina. - Globina é reciclada em aminoácidos e proteínas. - Grupo heme é quebrado pela enzima heme-oxigenase → produz ferro, CO e biliverdina. - Biliverdina é convertida pela biliverdina redutase em bilirrubina indireta → lipossolúvel. - Bilirrubina indireta é transportada do sangue para o fígado pela albumina. - No fígado : bilirrubina indireta é captada pelos hepatócitos → enzima UDPGT vai conjugar a bilirrubina indireta →liga a bilirrubina com um ácido glicurônico → forma bilirrubina direta → é hidrossolúvel. - Bilirrubina direta é secretada junto com a bile e é armazenada na vesícula biliar → é liberada no intestino. - No intestino : bactérias transformam a bilirrubina em urobilinogênio pela ação da beta-glucuronidase (produzida pelas bactérias) → 80% é excretado nas fezes como estercobilina. - 20% do urobilinogênio é reabsorvido no intestino e volta para o sangue → vai ser excretado pelos rins na forma de urobilina → cor amarela da urina. DEFICIÊNCIA DA ENZIMA UDPGT : - Não ocorre a conjugação da bilirrubina indireta → causa aumento de bilirrubina indireta. - Síndrome de Gilbert (deficiência parcial) : redução da atividade da UDPGT → não conjuga a bilirrubina indireta. - Fígado possui capacidade reduzida de conjugar bilirrubina → icterícia se manifesta em períodos de aumento na demanda metabólica ou estresse → elevação de bilirrubina indireta temporária. - Síndrome de Crigler-Najjar : deficiência completa de UDPGT → criança não atinge a vida adulta. - Aumento significativo de bilirrubina indireta no sangue → bilirrubina indireta é lipossolúvel → se acumula em tecidos → pode se acumular no SNC → causa disfunções no cérebro. FÍGADO : - Albumina transporta a bilirrubina indireta para o fígado. - Captação de bilirrubina indireta nos hepatócitos → enzima UDPGT conjuga a bilirrubina indireta em bilirrubina direta → bilirrubina direta é excretada na bile e armazenada na vesícula biliar antes de ser liberada no intestino. - Intestino : bactérias convertem a bilirrubina direta em urobilinogênio → maior parte é excretada nas fezes → urobilinogênio sofre oxidação e vira estercobilina. - Outra parte do urobilinogênio é oxidada em urobilina → é reabsorvida no intestino para voltar para o sangue → filtrada pelos rins e excretada na urina. - Canal MRP2 : transportador presente nos hepatócitos → excreta a bilirrubina direta na bile → transporta a bilirrubina direta para o canalículo biliar. - Síndrome de Dubin-Johnson : deficiência do canal MRP2 → não ocorre a excreção de bilirrubina direta na bile → ocorre aumento de bilirrubina direta → causa icterícia. - Alguns medicamentos podem afetar a função do canal MRP2 → bloqueio ou interferência pode gerar aumento de bilirrubina direta → causa icterícia. VIA EXTRA-HEPÁTICA : - Cálculo da vesícula biliar pode ir para o colédoco → impede o fluxo da bile para o intestino → causa acúmulo de bilirrubina direta → causa icterícia. - Acolia : fezes claras → bilirrubina direta não chega no intestino. - Colúria : coloração escura da urina → bilirrubina direta se acumula no sangue → filtrada pelos rins e excretada na urina. HEMÓLISE : - Destruição prematura ou acelerada das hemácias → causa aumento de bilirrubina indireta no sangue pela liberação excessiva de hemoglobina. ICTERÍCIA PRÉ-HEPÁTICA : - Icterícia hemolítica → ocorre antes do fígado → aumento de bilirrubina indireta pela destruição aumentada de hemácias. - Predominância de bilirrubina indireta elevada. - Bilirrubina indireta é lipossolúvel → não é excretada na bile e se acumula nos tecidos → coloração amarelada da pele e mucosas. ICTERÍCIA HEPÁTICA : - Não ocorre conjugação ou problemas no transportador MRP2. - Problemas na conjugação : - Falta de UDPGT → enzima que faz a conjugação da bilirrubina indireta → não ocorre conjugação → aumento de bilirrubina indireta. - Alguns medicamentos podem interferir na atividade da UDPGT → não ocorre conjugação da bilirrubina → aumento de bilirrubina indireta. - Icterícia neonatal : alguns RN podem ter deficiência fisiológica temporária de UDPGT → causa icterícia neonatal. - Problemas no transportador MRP2 : - Canal MRP2 → transporta a bilirrubina direta para a bile → problemas no canal causam aumento de bilirrubina direta → icterícia. - Doenças hepatocelulares : destruição de hepatócitos → hepatites virais, cirrose hepática, hepatotoxicidade por drogas ou toxinas → não ocorre a conjugação → aumento de bilirrubina indireta. - Caracterizada por aumento de bilirrubina direta ou indireta → icterícia mista. DENGUE : - Dengue grave pode causar hepatite viral → vírus da dengue possui tropismo pelo fígado → causa destruição de hepatócitos → causa dor abdominal. - Não ocorre conjugação da bilirrubina indireta pela destruição dos hepatócitos → aumento de bilirrubina indireta no sangue. ICTERÍCIA PÓS-HEPÁTICA : - Icterícia obstrutiva ou colestática → ocorre após a conjugação da bilirrubina e antes da excreção na bile → causa aumento de bilirrubina direta. - Acolia + colúria. COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA : - Doença autoimune que afeta as vias biliares → sistema imune ataca as vias biliares → ocorre inflamação e fibrose → causa obstrução das vias biliares → acúmulo de bilirrubina direta. - Icterícia, dor abdominal e prurido. - Progressão da colangite esclerosante primária pode causar cirrose hepática → substituição de tecido hepático por tecido fibroso → compromete a função hepática → pode evoluir para insuficiência hepática. COLANGITE AGUDA OBSTRUTIVA : - Obstrução das vias biliares → causa acúmulo de bile nas vias biliares → cria um ambiente propício para a proliferação de bactérias → E. coli, Enterococcus e Klebsiella → causa infecção. - Presença de bactérias nas vias biliares obstruídas pode aumentar o risco das bactérias irem para o sangue → causa bacteremia → pode causar sepse → resposta inflamatória generalizada. - Bile acumulada também causa aumento da pressão dos ductos → ocorre distensão do trato biliar → pressão começa a liberar bilirrubina direta para o sangue → causa colúria. - Colúria, febre, dor abdominal e icterícia. - Tríade de Charcot : febre + icterícia + dor abdominal no hipocôndrio direito. - Penta de Reynold : confusão mental + hipotensão arterial (diminuição da PA). - Predominância de bilirrubina direta elevada. SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS : - Anorexia, prostração, mialgia → sintomas iniciais de infecções virais. - Dor abdominal no hipocôndrio direito. - Hepatomegalia → aumento do fígado. - Prurido → indica colestase ou obstrução do fluxo biliar → causa acúmulo de bile. - Febre com calafrios → indica colangite → inflamação dos ductos biliares. - Perda de peso, anemia → pode indicar neoplasia hepática ou biliar. - Ascite, ginecomastia, telangiectasias, eritema palmar → pode indicar cirrose. - Acolia fecal e colúria → pode indicar colestase. - Esplenomegalia : aumento do baço → pode indicar anemias hemolíticas ou hipertensão portal. - Sinal de Courvoisier-Terrier : vesícula biliar palpável em um paciente ictérico → pode indicar obstrução por tumor na cabeça do pâncreas. PSEUDOICTERÍCIA : - Icterícia não verdadeira → coloração amarelada da pele ou mucosas sem aumento de bilirrubina no sangue. - Ingestão aumentada de caroteno e beta-caroteno → pigmentação desses compostos se acumula na pele e mucosas → aparência amarelada semelhante à icterícia. - Sem aumento de bilirrubina no sangue. - Reuquinol : medicamento antimalárico e imunossupressor → pele pode apresentar um tom amarelado → sem pigmentação da esclera. - Afrodescendentes : tonalidade amarelada na parte exposta da esclera → acúmulo de uma pequena camada de gordura na conjuntiva → não atinge toda a superfície da esclera. AULA 28 - EXAME CLÍNICO DO IDOSO IDOSO : - No Brasil : 60 anos ou mais. - No mundo : 65 anos ou mais. - Dividimos em grupos : - Idoso jovem : 60 a 69 anos. - Idoso velho : 70 a 79 anos. - Muito idoso : 80 anos ou mais. - Número de idosos está aumentando → melhora da expectativa de vida. - Classificação do envelhecimento : usar esse parâmetro para a consulta. - Bem-sucedido : predominam as modificações fisiológicas do envelhecimento → senescência; sem perdas funcionais significativas. - Malsucedido : predominam as alterações provocadas por doenças → senilidade; + perda funcional significativa. - Envelhecimento usual : está entre os dois pólos. EXAME CLÍNICO NO IDOSO : - Levar em contaas modificações anatômicas e funcionais do envelhecimento. - Senilidade : alterações decorrentes do adoecimento → interação entre o processo natural de envelhecimento e fenômenos patológicos. - Senescência : fenômeno natural do envelhecimento. - Não é necessário o idoso estar acompanhado de um cuidador → só acompanha quando a cognição estiver comprometida. - Não infantilizar o idoso. - Múltiplas queixas → em indivíduos idosos, várias doenças podem aparecer de maneira atípica. - Multimorbidade : presença de duas ou mais doenças crônicas em um só indivíduo. - Polifarmácia : mais de 5 medicações → medicamentos usados pelo paciente → usados por conta própria, manipulados, fórmulas ou os considerados ´´naturais´´. - ISDA : - Paciente informa pouco sobre sua doença → considera os sintomas naturais do envelhecimento. - Cavidade oral, alterações sensoriais. - SNC : memória, sono. - Psíquico : transtornos de humor e comportamento. - TGI : constipação, diarréia, incontinência. - TGU : aumento prostático, incontinência, uso de fraldas. - Alterações no peso. - Vida sexual, uso de preservativos. ALTERAÇÕES NORMAIS DO ENVELHECIMENTO : - Pele : - Melanose senil : aparecimento de manchas hipercrômicas, planas e lisas → aparece na face e no dorso das mãos. - Cútis romboidal : pele flácida → forma pregas nos braços, coxas e abdome → ocorre redução de glândulas sudoríparas e sebáceas → pele se torna rugosa e seca → diminuição do turgor. - Pelos diminuem, cabelos embranquecem e pode surgir calvície. - Onicogrifose : unhas dos pés adquirem um formato irregular e tamanho excepcional → são espessas e curvas. - Hiperpigmentação, edema das pálpebras inferiores e queda das pálpebras superiores → ptose palpebral. - Pálpebra inferior pode se afastar ou sofrer uma eversão → ectrópio. - Diminuição da secreção lacrimal com ressecamento ocular. - Músculo : - Redução da massa e densidade óssea. - Menor elasticidade de tendões e ligamentos. - Redução da massa muscular. - Osteoporose, sarcopenia, quedas e maior propensão para fraturas. - Altura : - Curvaturas da coluna vertebral vão se acentuar pela diminuição da espessura dos discos intervertebrais. - Diminuição de estatura. - Ocorre perda dos arcos dos pés. - Sistema imune : - Redução de tamanho do timo. - Redução na ação das células T ativas. - Resposta imune mais lenta. - Menor atividade dos neutrófilos. - Maior vulnerabilidade e doenças como gripe e pneumonia. - Tireóide : - Atrofia da tireóide → substituição do tecido glandular por tecido fibroso e gordura. - Pulmão : - Redução da caixa torácica. - Perda da retração elástica pulmonar. - Redução da troca gasosa com menor limiar de fadiga. - Reflexos de tosse e ciliares reduzidos. - Surgimento precoce de dispneia em doenças. - Maior risco de pneumonia aspirativa. - Coração : - Retardo de enchimento do VE. - Espessamento da parede do ventrículo. - Redução da FC em repouso. - Espessamento e endurecimento das válvulas. - Sistema reprodutor : - Mulher : - Função ovariana diminui durante a 5° década de vida. - Ciclos menstruais cessam entre 45 e 50 anos. - Mamas se tornam flácidas e pendentes → tecido glandular é substituído por tecido fibroso. - Mucosa vaginal atrofia → se torna fina e ressecada. - Ligamentos que sustentam o útero se afrouxam → favorece a ptose do útero. - Homens : - Diminuição dos testículos. - Volume prostático aumenta. - Sistema nervoso : - Redução do tamanho cerebral. - Diminuição da produção de neurotransmissores e receptores. - Espessamento e rigidez do cristalino. - Redução da transmissão neural do ouvido para o cérebro. - Orelha : - Pavilhão auricular aumenta pelo crescimento de cartilagem e acúmulo de gordura. - Capacidade auditiva diminui → predomina para sons agudos → presbiacusia. - Rins : - Diminuição da taxa de filtração glomerular. - Cuidado com drogas nefrotóxicas → AINEs. EXAME FÍSICO DO IDOSO : - Avaliação da postura. - Tipo de marcha. - Equilíbrio. - Modo de realizar transferência de um lugar para outro. - Condição da pele e das mucosas : - Hidratação : idoso fica desidratado fácil. - Delirium. - Efeito dos fármacos → drogas hidrossolúveis se dissolvem menos. - Hipotensão. - Quedas. - Alteração da função renal. - Medida da PA e FC nas posições de decúbito e ortostática. HIPOTENSÃO POSTURAL : - Idoso fica 3 minutos deitado e verificamos a PA deitado. - Pedimos para o paciente ficar em pé após os 3 minutos. - Idoso fica 3 minutos em pé e avaliamos a PA novamente. - Queda maior ou igual a 20 na PAS ou queda maior ou igual a 10 na PAD → indica hipotensão postura. - Avaliação da força muscular em graus, mobilidade e flexibilidade dos membros e do tronco : - Sarcopenia. - Risco de quedas. - Avaliação criteriosa de mãos e pés : - Deformidades, mobilidade, ferimentos, trofismo muscular, sinais de inflamação e isquemia, tremores. - Úlceras. - Insuficiência venosa, insuficiência arterial. - Doenças neurológicas ou metabólicas. - Pé diabético. - Sinais de osteoartrose, sinais de osteoartrite. AVALIAÇÃO COGNITIVA : - Mini-exame do estado mental. AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE : - Atividades básicas de vida diária → índice de Katz. - Avaliar se o paciente é dependente ou independente nas atividades básicas. - Quais são as atividades básicas : tomar banho, se vestir, uso do vaso sanitário, transferência, continência e alimentação. - Atividades instrumentais de vida diária → escala de Lawton. - Reavaliar continuamente → em todas as consultas. - Escalas avaliativas : Katz, Lawton, Barthel, Pfeffer. - Identificamos as limitações e incapacidades que os idosos apresentam → quantificamos → com isso conseguimos identificar idosos de alto risco para estabelecer medidas preventivas, terapêuticas e reabilitadoras.