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1 DISPONÍVEL 24H MELHOR CUSTO BENEFÍFIO 100% LEGALIZADO AN02FREV001/REV 4.0 2 Sumário GESTÃO DE PROCESSOS .......................................................................................... 6 GESTÃO DE PROCESSOS RELATIVOS AO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE6 SERVIÇOS DE CONSULTAS DE URGÊNCIA E TRIAGEM – SCUT ..................... 6 AMBULATÓRIO .......................................................................................................... 7 HOSPITAL DIA ............................................................................................................ 7 INTERNAÇÃO .............................................................................................................. 8 CENTRO CIRÚRGICO ................................................................................................. 9 ENDOSCOPIA ............................................................................................................. 10 GESTÃO DE PROCESSOS DE APOIO ..................................................................... 11 GESTÃO DOS PROCESSOS RELATIVOS AOS FORNECEDORES ..................... 12 GESTÃO FINANCEIRA ............................................................................................. 14 AUDITORIA ................................................................................................................ 15 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO BRASIL ............................................................. 15 REGIMENTOS DAS CONTAS MÉDICAS ............................................................... 19 AUDITORIA MÉDICA ............................................................................................... 21 AUDITORIA DE ENFERMAGEM ............................................................................ 29 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO............................................................ 39 HIGIENE X SEGURANÇA NO TRABALHO ........................................................... 40 ACIDENTES DE TRABALHO ................................................................................... 41 PREVENÇÃO DE ACIDENTES ................................................................................ 42 NORMA REGULAMENTADORA ............................................................................ 42 AN02FREV001/REV 4.0 3 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .................................................... 42 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES .................................. 42 INSTALAÇÕES NO AMBIENTE HOSPITALAR .................................................... 43 SEGURANÇA NO AMBIENTE HOSPITALAR ....................................................... 46 ASPECTOS LEGAIS ................................................................................................... 50 O SESMT e a CIPA ...................................................................................................... 51 RISCOS QUÍMICOS NO AMBIENTE HOSPITALAR ............................................. 65 RISCOS BIOLÓGICOS NO AMBIENTE HOSPITALAR ........................................ 71 RISCOS MECÂNICOS ............................................................................................... 74 O USO DA ELETRICIDADE NO AMBIENTE HOSPITALAR ............................... 74 CRIOGENIA ................................................................................................................ 81 Sistemas de Redução de Pressão e Distribuição de Gases Medicinais ........................ 81 PLANOS DE EMERGÊNCIA NO AMBIENTE HOSPITALAR .............................. 82 PROTEÇÃO CONTRA RAIOS-X E RAIOS GAMA ................................................ 88 CONTROLE DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO E DISTÂNCIA DE IRRADIAÇÃO ... 88 BLINDAGEM .............................................................................................................. 88 LIMPEZA ..................................................................................................................... 90 DESINFECÇÃO ........................................................................................................... 91 ESTERILIZAÇÃO ....................................................................................................... 92 PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO FRENTE AO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR .................................................................................................... 92 PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO ......................................................................... 97 ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO .................................................................... 97 AN02FREV001/REV 4.0 4 ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO ............................................................... 98 ESTERILIZAÇÃO POR AGENTES QUÍMICOS ...................................................... 99 ESTERILIZAÇÃO A ÓXIDO DE ETILENO E SUAS MISTURAS ....................... 100 OZÔNIO ..................................................................................................................... 102 ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÕES IONIZANTES ........................................... 102 Raios Gama ................................................................................................................ 102 Teste biológico ........................................................................................................... 103 Teste químico ............................................................................................................. 103 GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE .......................................... 106 TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO ....................................................................... 107 MÉTODOS PARA MINIMIZAÇÃO DE ALGUNS RESÍDUOS PERIGOSOS ..... 109 SEGREGAÇÃO ......................................................................................................... 110 REUSO ....................................................................................................................... 111 RECUPERAÇÃO ....................................................................................................... 111 COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ........................ 112 NORMATIZAÇÕES .................................................................................................. 113 LICENCIAMENTO AMBIENTAL .......................................................................... 114 QUALIDADE E CONTROLE DE INFECÇÃO ....................................................... 120 MEDIDAS DE CONTROLE DO TERRORISMO BIOLÓGICO ............................. 121 ORGANIZAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ..................... 125 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA.......................................................................... 133 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ................................................................................. 142 COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS ........................................................................ 147 AN02FREV001/REV 4.0 5 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 148 6 GESTÃO DE PROCESSOS GESTÃO DE PROCESSOS RELATIVOS AO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE A identificação dos novos produtos e serviços é realizada a partir das necessidades dos clientes, com reuniões sistemáticas com o Comitê Comunitário e grupos de pais na internação e ambulatório. Para atender às necessidades específicas de diferentes áreas, a instituição desenvolve projetos que abrangem os anseios dos pacientes. SERVIÇOS DE CONSULTAS DE URGÊNCIA E TRIAGEM – SCUT Esta área compreende o prontoatendimento, área de observação e leitos de internação, sendo de grande importância o registro dos dados em prontuário,pois algumas instituições de saúde utilizam o sistema de prontuário eletrônico, com a informatização da triagem e prontoatendimento, no qual as fichas de atendimento e solicitações de exames radiográficos são preenchidas on-line e a prescrição médica e registro da administração do medicamento são realizados eletronicamente. Deve-se efetuar um acompanhamento organizacional dos fatores que contribuem para a realização do Serviço de Consultas de Urgência e Triagem - SCUT, conforme os princípios do SUS. Os fatores são: # PRINCIPAIS PROCESSOS ➢ Pronto-socorro; ➢ Ambulatório; ➢ Internação; ➢ Hospital-dia; # PRINCIPAIS INDICADORES ➢ Tempo de espera no Prontoatendimento; ➢ Tempo de espera na Triagem; 7 ➢ Números de atendimentos; ➢ Média de permanência; ➢ Média de paciente-dia; ➢ Taxa de ocupação Hospitalar; ➢ Taxa de mortalidade hospitalar; ➢ Índice de intervalo de substituição; ➢ Índice de renovação ou rotatividade; ➢ Número de atendimento de enfermagem; ➢ A elaboração de novos projetos alinhados às diretrizes institucionais; ➢ A classificação de gravidade por score ou pontuação de sinais, sintomas e doença de base do paciente. Em todas as áreas é aplicada a Sistematização da Assistência de Enfermagem, que engloba o Histórico do Paciente (Exame Físico), Diagnósticos de Enfermagem, Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Avaliação. A equipe de enfermagem presta assistência integral aos pacientes, desde a sua entrada no Prontoatendimento até a alta hospitalar ou transferência para as unidades de internação. AMBULATÓRIO Unidade destinada à prestação de assistência em regime de não internação à população que demande acesso de pacientes, qualquer que seja o seu nível de complexidade. Na recepção do ambulatório utiliza-se um programa informatizado para o registro de todos os pacientes que aderem à instituição, seja para utilização ambulatorial (consultas médicas) ou realização de exames ou consultas. A planta física é composta por: recepção, salas de atendimento multidisciplinar, consultórios para consultas, posto de enfermagem com leito de observação, administração, sala de espera, DML, Raio-X, sala de gesso, copa e banheiros. HOSPITAL DIA O Hospital Dia ou "serviços de internação parcial" é utilizado para atendimento de curta permanência do paciente em uma unidade. É um recurso intermediário empregado entre a internação e o atendimento ambulatorial, para a realização de 8 procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos que requeiram a permanência do paciente na unidade por um período máximo de 12 horas. O atendimento também se destina a pacientes psiquiátricos que estão sendo reintegrados ao convívio social, sendo intensivo, ou seja o paciente frequenta a unidade hospitalar durante o período diurno, passando o restante do dia com a família e a comunidade onde reside. INTERNAÇÃO O ato de internação é um procedimento complexo que deve receber toda atenção e cuidados devidos. É importante esclarecer ao paciente que ele, de forma alguma, está sendo “colocado”, “largado” ou “trancado” em um hospital e, sim, que está iniciando um tratamento de grande valia para sua vida e de seus entes queridos. Há três tipos de internações: ➢ Voluntárias: Para aqueles que aceitam a internação ou entendem que necessitam de ajuda; ➢ Involuntárias: Para aqueles que necessitam da internação, porém não a aceitam, mas a pedido da família ou responsável legal são encaminhados à instituição visando à preservação da integridade física ou moral do paciente ou de seus familiares; ➢ Compulsórias – Por ordem judicial. O setor de internação funciona 24 horas e tem vários protocolos e procedimentos a seguir, pois cada instituição possui suas exigências. Primeiramente, todo o paciente que for fazer sua internação junto ao hospital deverá levar consigo um pedido do médico para sua internação (solicitação de internação do médico assistente) para, a partir daí, as pessoas que trabalham no setor o encaminharem à internação. Cada convênio possui algumas exigências mínimas para a internação, como: # Internação – Sistema Único de Saúde (SUS) ➢ Documento com foto (identidade); ➢ Cartão SUS (que é retirado na Secretaria de Saúde); ➢ Acomodação: Enfermaria; ➢ Seguir normas determinadas pelo SUS para visitas, acompanhantes, etc. 9 # Internação – Convênios ➢ Documento com foto (identidade); ➢ Cartão ou carteira do convênio; ➢ Certificar-se de que já possui direito à internação pelo seu convênio e que esteja devidamente autorizada; ➢ Acomodação: definida pelo convênio com o paciente. # Internação Particular ➢ Documento com foto (identidade), CPF; ➢ Acomodação: à escolha do paciente; ➢ Dados como data de nascimento, nome do pai, nome da mãe, estado civil, nome do cônjuge, endereço completo e telefone para contato são imprescindíveis para todos os casos, sendo que toda a vez que o paciente for internar e não possuir esses dados poderá dificultar a internação e, por vezes, a mesma poderá não ocorrer por falta de dados; ➢ A ação de internar demora aproximadamente 15 minutos, pois todas estas informações são repassadas para o sistema do hospital, que são importantes principalmente ao médico assistente e a todos os outros setores do hospital, como enfermagem, farmácia, nutrição, laboratório, Raio-X, bloco cirúrgico, fisioterapia, psicologia, assistência social, setor de tesouraria, faturamento. CENTRO CIRÚRGICO O centro cirúrgico é um setor do hospital onde se realizam intervenções cirúrgicas, visando atender à resolução de intercorrências cirúrgicas, por meio da ação de uma equipe integrada, com técnicas estéreis para garantir a segurança do cliente quanto ao controle de infecção. Classificado como um local restrito e de acesso limitado, divide-se em: ➢ Área Irrestrita - os profissionais podem circular livremente por estas áreas com roupas próprias (secretaria, vestiário e corredor de entrada). ➢ Área Semirrestrita – aquela que permite a circulação de pessoal, de 10 modo a não intervir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita (expurgo, sala de estar e sala de preparo de material). ➢ Área Restrita - além da roupa própria do centro cirúrgico devem ser usadas máscaras e gorros, conforme normas da unidade, e as técnicas assépticas devem ser utilizadas de maneira rigorosa, a fim de diminuir os riscos de infecção (salas de cirurgias, lavabos, sala de recuperação pós-anestésica, sala de depósito e corredor interno). ENDOSCOPIA Setor que realiza exames de endoscopia, colonoscopia e CPRE. A Endoscopia Digestiva consiste num método de investigação de doenças do esôfago, estômago e intestinos por meio de tubos flexíveis introduzidos pela cavidade oral ou anal, denominada como alta e baixa. O exame de Endoscopia Digestiva Alta (EDA) é um procedimento que permite o médico examinar a porção alta do sistema digestivo com a introdução do endoscópio por via oral, que inclui a visualização do esôfago, o estômago e o duodeno (que é a primeira parte do intestino delgado), usado para diagnósticos de gastrite, úlcera péptica, esofagite, hérnia de hiato, câncer gástrico, etc. O exame de Endoscopia Digestiva Baixa é o mesmo que Colonoscopia, ou seja, o endoscópio é introduzido pelo ânus e visualiza o seu intestino grosso, usado para identificar pólipos, doença inflamatória intestinal, lesão maligna, como um câncer, divertículos, etc. A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE ou CPER) é um exame de parte do sistema digestivo que inclui a vesícula biliar, o pâncreas e os canais que drenam estes órgãos, bem como o fígado; o pequeno canal da vesícula (ducto cístico) se junta ao ducto que sai do fígado (ducto hepático), confluindo num ducto maior (o colédoco), o qual drenapara o intestino delgado (duodeno - 2a porção) por meio de um orifício, a ampola de Vater. Todos estes ductos são observados, radiologicamente, após introdução de um produto de contraste através da papila de Vater, canulada com um endoscópio de visão lateral, chamado duodenoscópio. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_digestivo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ves%C3%ADcula_biliar http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A2ncreas http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADgado http://pt.wikipedia.org/wiki/Ampola_de_Vater 11 GESTÃO DE PROCESSOS DE APOIO Um dos processos de apoio é o controle de higiene e limpeza, em que o gerenciamento é realizado de forma conjunta com o prestador de serviço por meio de “check list” e indicadores de desempenho. A higiene e a ordem são elementos que concorrem decisivamente para a sensação de bem-estar, segurança e conforto dos profissionais, pacientes e familiares. O serviço de limpeza hospitalar tem particular importância no controle das infecções, por garantir a limpeza e desinfecção de áreas hospitalares. A CME é uma unidade de apoio técnico dentro do estabelecimento de saúde destinada a receber material considerado sujo e contaminado, descontaminá-lo, prepará- lo e esterilizá-lo, bem como, preparar e esterilizar as roupas limpas oriundas da lavanderia e armazenar esses artigos para futura distribuição. O Serviço de Diagnóstico por Imagem proporciona e integra imagens radiológicas provenientes da radiologia convencional e digital; exames contratados radiológicos; tomografia e ressonância computadorizada; mamografia convencional e digital e densiometria óssea; podendo ser realizado o controle sistemático da quantidade de perdas de filmes de Raio-X, classificando-os por erros de técnica, posicionamento ou não classificados (problemas na revelação). A Nutrição é responsável por todo serviço de alimentação no hospital. O controle pode ser feito por uma supervisão e utilização de um check-list, que engloba avaliação e ações corretivas, seguidas de orientações e reuniões com os interessados. Os processos de apoio são desenvolvidos a partir da necessidade das áreas assistenciais e de pesquisa e ensino, estimuladas pela constante necessidade de atualização e modernização das mesmas. O gerenciamento dos processos de apoio ampara-se em indicadores de desempenho para verificar o atendimento de requisitos preestabelecidos pelas áreas. Os principais indicadores utilizados para avaliação dos processos de apoio são: # ÁREA ➢ Governança; ➢ Diagnóstico; ➢ Farmácia; 12 ➢ Apoio didático; ➢ Laboratório; ➢ Nutrição. # PRINCIPAIS INDICADORES: ➢ Produtividade das camareiras (arrumação de camas); ➢ Pesquisa de opinião; ➢ Avaliação da qualidade do serviço da camareira por meio de abastecimento de enxoval hospitalar para o centro de custo; ➢ Quilos de roupa suja enviada / limpa recebidas; ➢ Força de trabalho e carga horária; ➢ Qualidade do serviço prestado; ➢ Porcentagem de perda de filme de Raio-X; ➢ Distribuição de erros na utilização de filmes de Raio-X; ➢ Índice de exames de diagnóstico por imagem por paciente; ➢ Aquisição de medicamentos; ➢ Índice de erros no fracionamento de doses unitárias; ➢ Índice de faltas de medicamentos; ➢ Horas utilizadas x capacidade para otimização do uso das salas de aula; ➢ Número de utilizações por centro de custo; ➢ Programa Nacional de Qualidade dos Exames – PNCQ; ➢ Índice de exames laboratoriais por paciente; ➢ Absenteísmo; ➢ Produtividade; ➢ Qualidade Microbiológica; ➢ Custo; ➢ Índice de extravio. A Gestão de Apoio de Processos envolve o monitoramento das finanças e do faturamento e outros, de caráter operacional, o gerenciamento da rotina. GESTÃO DOS PROCESSOS RELATIVOS AOS FORNECEDORES 13 A instituição adota os critérios de compra estabelecidos pelo hospital, que segue a Lei de Licitações nos Hospitais Públicos antes do fechamento de contrato com os fornecedores. Porém, os hospitais privados recebem os representantes comerciais que apresentam os produtos à instituição e, sendo aceito, efetua-se os contratos. O processo de compra nos hospitais públicos ocorre por duas vias: pelo Estado e Fundações de apoio. Pelo Estado segue a Lei 8.666, de 21/06/1993, que estabelece as normas gerais sobre licitações para compra de produtos, contratos de serviços e obras. As modalidades de licitações são efetuadas por convites, tomada de preço, concorrência, registro de preço, BEC (bolsa eletrônica) e pregão, por meio de publicação no Diário Oficial do Estado (D.O.E.) e jornais de grande circulação. As empresas que participam das licitações devem apresentar documentos necessários à comprovação da capacidade jurídica e regularidade fiscal da empresa. # PRODUTOS ➢ Medicamentos; ➢ Materiais médico hospitalares; ➢ Órtese e próteses; ➢ Reagentes; ➢ Alimentos. # EXIGÊNCIAS PARA CONTRATAÇÃO ➢ Certificado de Boas Práticas de Fabricação; ➢ Alvará da Vigilância Sanitária; ➢ Inscrição no Conselho Regional de Farmácia; ➢ Autorização de Funcionamento emitido pela Vigilância Sanitária; ➢ Laudo Analítico de Órtese e Prótese; ➢ Registro no Ministério da Saúde; ➢ Laudo Técnico do Produto; ➢ Registro no Ministério da Saúde; ➢ Registro Dinal; ➢ Registro Portaria 326: Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde; ➢ Registro na Secretaria Estadual da Saúde. 14 GESTÃO FINANCEIRA O planejamento orçamentário é uma ferramenta utilizada na gestão financeira hospitalar. Sua elaboração é feita pelo Grupo de Planejamento Orçamentário (GPO), de acordo com as metas e as premissas determinadas pela Alta Direção, com participação das unidades executoras e, sua utilização, como sustentação das estratégias e dos planos de operação. Seguem as diversas fontes de recursos, com informações sobre como são repassadas e a forma de sua aplicação: # GOVERNAMENTAL − Orçamento do Estado de São Paulo – dotação Hospital Públicos; − Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – contempla projetos dentro das linhas programáticas do Ministério da Saúde. Os recursos são creditados nas fundações, com destinação específica e data limite para prestação de contas; − Secretaria de Estado da Saúde – contempla projetos específicos. Os recursos são creditados nas fundações, com destinação específica e data limite para prestação de contas. # PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ➢ Receitas operacionais de serviços médico-hospitalares prestados a diferentes clientes; ➢ Sistema Único de Saúde – SUS – recursos do Ministério da Saúde; ➢ Plano de Saúde – contratos firmados com diferentes operadoras de planos. ➢ Particulares; ➢ Doações e recursos de ensino e pesquisa. Para a elaboração do orçamento de receita, consideram-se duas fontes principais: ➢ Orçamento do Estado – dotação orçamentária do Hospital Público. ➢ Receitas operacionais advindas de serviços médicos prestados a diferentes clientes - recursos administrados pelas fundações. Para a elaboração do orçamento de custeio, considera-se a seguinte composição 15 dos grupos de despesas: recursos humanos, benefícios, material de consumo e serviços de terceiros/despesas diversas. O controle e acompanhamento orçamentário são realizados mensalmente (orçado X realizado) e administrados em vários níveis. AUDITORIA AUDITORIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ASPECTOS GERAIS O programa de saúde do Brasil tem, ao longo dos anos, em seu modelo e política de ação, sofrido uma série de modificações desde a década de 60, com a unificação dos institutos e das caixas de pensões, assistências e benefícios. Este novo modelo criado não tinha capacitação de atender o universo populacional a que se destinava. Diante deste fato, o governo passou a comprar serviços na área da saúde, sendo este o grande passo para o surgimento de todo um mecanismo controlador e ordenadorda receita e despesa destinado a levar a todos o direito à saúde. A partir de então, para atender a tal necessidade, foram criados grupos de médicos fiscais, hoje conhecidos como auditores, com atuação mais orientadora do que repressora. Atualmente a auditoria médica possui um alto grau de especificidade imposta pelo mercado, que a define como uma especialidade reconhecida pelas entidades médicas de classe (Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira), sendo citada no Código de Ética Médica, com capítulos orientando, controlando, ordenando e atribuindo direitos e deveres para o médico em atividade na área de Auditoria Médico-Pericial. É notário, portanto, que esta atividade profissional, a cada dia, vem ocupando lugar de destaque no mercado de trabalho e na manutenção da viabilidade financeira dos planos de saúde privados e, também, do próprio Sistema Único de Saúde. HISTÓRICO DA AUDITORIA NO BRASIL Até agosto de 1960 a política de saúde do país estava a cargo das caixas de assistência e benefícios de saúde, que atendiam seus associados e dependentes agrupadas de acordo com a categoria profissional a que pertencia o trabalhador. Muitos ainda se lembram dos Institutos IAPI, IAPTEC, IPASE, IAA, IAPB, etc. Com a unificação dos institutos, para atender a demanda no campo da saúde, dois fatos novos surgiram: o primeiro, ligado à necessidade da compra de serviços de terceiros, e o 16 segundo, afeto à importância do atendimento à clientela, de maneira individualizada, por classe social e pelo direito de escolha do atendimento. A terceirização dos serviços de saúde levou o Governo, como órgão comprador, a adotar medidas analisadoras, controladoras e corregedoras, prevenindo o desperdiço, a cobrança indevida e a manutenção da qualidade dos serviços oferecidos. Para garantir o programa proposto e a integridade do sistema em funcionamento, tornou-se necessária a criação de um quadro de pessoal habilitado em auditoria médica, surgindo, assim, o corpo funcional de auditores da previdência social. A evolução da medicina e as imposições sociais levaram a profundas alterações no sistema de saúde do país para atender a crescente demanda do mercado, significava os planos de medicina de grupo, e, com estas, a maior necessidade de adequação dos serviços para acompanhar a revolução Médica Social. Hoje os planos e seguro de saúde são os responsáveis por quase toda assistência à saúde do país, sendo importante para a manutenção do equilíbrio do sistema uma equipe multiprofissional de auditoria e análise dos serviços realizados, tanto em ambulatório como em regime de internação hospitalar, seja em caráter eletivo, ou seja, em caráter de urgência/emergência. Os profissionais da área de saúde, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e técnicos administrativos, agrupados em equipe, têm o papel fundamental no sistema e na política de saúde do país. Conceito É uma atividade profissional da área médica e de enfermagem que analisa, controla e autoriza os procedimentos médicos para fins de diagnose e condutas terapêuticas, propostas e/ou realizadas, respeitando-se a autonomia profissional e preceitos éticos, que ditam as ações e relações humanas e sociais. Consiste na conferência da conta ou procedimento, pelo auditor médico ou enfermeiro, analisando o documento no sentido de corrigir falhas ou perdas, objetivando a elevação dos padrões técnicos e administrativos, bem como a melhoria das condições hospitalares e um melhor atendimento à população. Os objetivos da Auditoria são plenamente reconhecidos pela legislação e pelos Códigos de Ética da área de saúde, portanto a equipe de auditoria deve estar atenta aos seus limites, que são definidos nos respectivos Códigos de Ética, tanto médico como de 17 enfermagem. O auditor deve decidir sempre com respaldo técnico e científico, honestidade e responsabilidade. O auditor ideal deve ser constituído de: 25% de discrição, 25% de ética, 25% de equilíbrio profissional e 25% de conhecimento, totalizando 100% de bom-senso. Objetivos O auditor não tem função de fiscal e sim de orientador, pacificador, agente de mudança, de efetividade, de economicidade e eficiência. A Auditoria em Serviços de Saúde tem como objetivo básico, conhecendo os contratos estabelecidos entre as partes, a exigência do fiel cumprimento do que foi acordado, e assim: a) Fazer respeitar o estabelecido em contrato entre as partes envolvidas, ou seja: Usuário X Plano de Saúde X Prestadores de Serviços, ou seja, usuário x legislação; b) Manter o equilíbrio do sistema, possibilitando a todos o direito à saúde; c) Garantir a qualidade pelos serviços de saúde oferecidos e prestados; d) Fazer cumprir os preceitos legais ditados pela legislação pátria ou pela ética médica e de defesa do consumidor; e) Atuar desenvolvendo seu papel nas fases de: Pré-Auditoria, Auditoria Operativa, Auditoria Analítica e Auditoria Mista; f) Revisar, avaliar e apresentar subsídios, visando o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos, controles internos, normas, regulamentos e relações contratuais; g) Promover o andamento justo, adequado e harmonioso dos serviços médicos e hospitalares pelos credenciados; h) Avaliar o desempenho médico, com relação aos aspectos éticos, técnicos e administrativos, da qualidade, eficiência e eficácia das ações de proteção e atenção à saúde; i) Promover o processo educativo com vistas à melhoria da qualidade do atendimento, a um custo compatível com os recursos financeiros disponíveis, e pelo justo valor do serviço prestado; j) Participar do credenciamento/contratação de serviços ou de profissionais, pois nesse momento deve-se atentar para detalhes como: normas claras, o contrato deve 18 ser completo, claro e não deixar dúvidas quanto aos serviços credenciados, preços, tabelas, apresentação e cronograma de encaminhamento das contas. Classificação ➢ Quanto à Amplitude: Global / Específica ➢ Quanto ao Gênero: Técnica / Administrativa ➢ Quanto à Função: Liberatória / Ordenadora/ Analisadora / Fiscalizadora ➢ Quanto ao Tipo: Pré-Auditoria / Operativa?Analítica/Mista ➢ Quanto à espécie: Educativa / Orientadora Conclusão Nos planos e seguros de saúde o médico atua como orientador (interpretando normas acordadas nos contratos), ordenador (conhecendo os direitos e deveres para autorização de procedimentos a serem realizados), fiscalizador (verificando a finalidade e a indicação dos procedimentos), controlador (evitando desperdício e mantendo a qualidade da assistência, como também respeitando os direitos do paciente). Existem outras colocações para a atuação da Auditoria Médica, classificando- a como Preventiva, Corretiva e Gerencial, porém, exercendo sempre a mesma função de perícia operacional e avaliação do Serviço de Saúde. A Lei Nº 9.656/98 regulamenta os planos, seguros de saúde e resoluções que dispõem sobre serviços no plano ambulatorial e hospitalar. Na análise de contas médicas, a atuação da Auditoria está voltada para a verificação de códigos solicitados, autorizados ou não, corrigindo eventuais distorções, evitando cobrança incorreta e a consequente glosa. O auditor tem como atribuição subsidiar os setores de análise com informações relevantes para o correto pagamento das contas, além de ser um elemento de ligação entre os usuários e a empresa patrocinadora do evento, agilizando a parte técnica e dando suporte administrativo. A auditoria em seus diversos níveis de atuação deve considerar a elevação dos padrões técnicos e a melhoria das condições hospitalares. O auditor em qualquer área de atuação contribui para a empresa pública ou privada, no sentido de promover e manter a saúde do usuário. No Exército Brasileiro, mais precisamente no seu Serviço de Saúde, percebe- se não existir uma concepção de Auditoria Profissional,pela falta de formação técnica dos membros das Comissões de Lisura, fato este que, se corrigido, certamente possibilitará 19 uma racionalização de custos e uma otimização do emprego de recursos, com reflexos na credibilidade do serviço prestado aos usuários do sistema. REGIMENTOS DAS CONTAS MÉDICAS A Auditoria em Serviços de Saúde constitui-se, atualmente, em atividade de grande importância para as Instituições de Saúde, tanto no controle interno de suas atividades, quanto dos serviços contratados de terceiros. Diante das adversidades conjunturais de ordem econômico-financeira pelas quais o país vem passando nesses últimos anos, com reflexo negativo para o setor de saúde, avultam as ações de controle de custos hospitalares. Sendo de grande importância a criação da Comissão de Lisura de Contas Médicas e o Serviço de Auditoria Médica no âmbito hospitalar, com a finalidade de realizar a lisura das contas médicas provenientes desses órgãos contratados/credenciados. Objetivo Visa coibir distorções na conta hospitalar e/ou faturas de PSA, por intermédio de procedimentos e condutas do auditor médico ou enfermeiro, tanto na auditoria prévia quanto de análise de contas médicas, objetivando a elevação dos padrões técnicos, administrativos, bem como a melhoria das condições hospitalares. Disposições Gerais Composição A Comissão de Lisura de Contas Médicas deve ser constituída por: médicos, enfermeiro e enfermeira civil, todos com experiência em auditoria em serviços de saúde. Competência São atribuições da Comissão de Lisura de Contas Médicas: ➢ Registrar em livro próprio o recebimento das faturas ambulatoriais e 20 hospitalares provenientes das OCS e PSA contratadas/credenciadas, com o devido valor constante da conta; ➢ Carimbar, datar e assinar o espelho da fatura recebida; ➢ Preencher a capa individualizada da fatura, com itens de identificação, tipo e valor da conta; ➢ Preencher em formulário próprio e codificado, conforme tabela AMB, quando for o caso, todo e qualquer encaminhamento para OCS ou PSA, após justificativa por escrito de médico militar e aprovação pela Comissão de Comprovação de Urgências; ➢ Realizar controle diário dos usuários baixados em OCS (Organismos Certificadores), alertando a seção responsável para as internações com mais de 30 dias, para a devida cobrança da conta hospitalar; ➢ Corrigir as distorções verificadas, enviando a fatura para o faturista, para o cálculo final da conta; ➢ Fechar a conta, preenchendo todos os dados da capa da fatura, especificando o valor e o tipo de glosa realizado; ➢ Entregar, mediante recibo, à OCS/PSA o relatório referente à fatura auditada, para ciência da devida Conformidade ou Não Conformidade, tendo o interessado prazo de 60 (sessenta) dias para recurso; ➢ Encaminhar as faturas lisuradas para o subdiretor carimbar e dar o visto; ➢ Visitar diariamente os usuários baixados em OCS, a fim de avaliar a qualidade dos serviços prestados e sanar eventuais problemas técnico- administrativos existentes; ➢ Negociar pacotes com as OCS e os PSA, com o intuito de reduzir os custos sem comprometer a qualidade dos serviços prestados; ➢ Elaborar relatório mensal, com dados estatísticos de todo o trabalho realizado pelo Serviço de Auditoria de Contas; ➢ Exigir que as OCS e os PSA solicitem autorização prévia para realizar procedimentos de alto custo em pacientes internados, assim como o envio de nota fiscal anexa à fatura, no momento da cobrança. Conclusão A implantação da Comissão de Lisura de Contas Médicas deve ter objetivo de 21 ofertar grandes benefícios para o Hospital, tais como: 1- Redução nos custos hospitalares com OCS/PSA; 2- Otimização dos recursos financeiros (uso adequado dos recursos); 3- Melhoria dos processos operacionais do Hospital; 4- Aumento no nível de satisfação dos usuários 5- (atendimento das necessidas do paciente) 6- Combater os desperdícios, diminuir as perdas e reduzir os custos, pagando um justo valor pelos serviços prestados, além de proporcionar serviços com qualidade aos usuários do sistema. AUDITORIA MÉDICA Auditoria Médica (Resolução CFM 1.614/01) A auditoria do ato médico constitui-se em importante mecanismo de controle e avaliação dos recursos e procedimentos adotados, visando sua resolubilidade e melhoria na qualidade da prestação dos serviços. A auditoria médica caracteriza-se como ato médico, por exigir conhecimento técnico pleno e integrado da profissão. O médico, no exercício da auditoria, deverá ser regularizado no Conselho Regional de Medicina da jurisdição onde ocorreu a prestação do serviço auditado. As empresas de auditoria médica e seus responsáveis técnicos deverão estar devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Medicina e de Enfermagem das jurisdições onde seus contratantes estiverem atuando. Na função de auditor, o médico deverá identificar-se, de forma clara, em todos os seus atos, fazendo constar, sempre, o número de seu registro no Conselho Regional de Medicina. Deverá ainda, o médico na função de auditor, apresentar-se ao Diretor Técnico ou substituto da unidade, antes de iniciar suas atividades. O Diretor Técnico ou Diretor Clínico deve garantir ao médico/equipe auditora todas as condições para o bom desempenho de suas atividades, bem como o acesso aos documentos que se fizerem necessários. O médico, na função de auditor, se obriga a manter o sigilo profissional, devendo, sempre que necessário, comunicar a quem de direito e por escrito suas observações, conclusões e recomendações, sendo-lhe vedado realizar anotações no prontuário do paciente. 22 É vedado ao médico, na função de auditor, divulgar suas observações, conclusões ou recomendações, exceto por justa causa ou dever legal. O médico na função de auditor não pode, em seu relatório, exagerar ou omitir fatos decorrentes do exercício de suas funções. Poderá o médico, na função de auditor, solicitar por escrito ao médico assistente, os esclarecimentos necessários ao exercício de suas atividades. Concluindo haver indícios de ilícito ético, o médico, na função de auditor, obriga-se a comunicá-los ao Conselho Regional de Medicina. Tem o direito de acessar toda a documentação necessária, sendo-lhe vedada a retirada de prontuários ou cópias da instituição, podendo examinar o paciente, desde que devidamente autorizado pelo mesmo, quando possível, ou por seu representante legal. Havendo identificação de indícios de irregularidades no atendimento do paciente, cuja comprovação necessite de análise do prontuário médico, é permitida a retirada de cópias exclusivamente para fins de instrução da auditoria. O médico assistente deverá ser antecipadamente cientificado quando da necessidade do exame do paciente, sendo-lhe facultado estar presente durante o exame. Só poderá acompanhar procedimentos no paciente com autorização do mesmo, ou de seu representante legal e/ou do seu médico assistente. É vedado ao médico, na função de auditor, autorizar, vetar, bem como modificar procedimentos propedêuticos e/ou terapêuticos solicitados, salvo em situação de indiscutível conveniência para o paciente, devendo, neste caso, fundamentar e comunicar por escrito o fato ao médico assistente. Encontrando impropriedades ou irregularidades na prestação do serviço ao paciente, o médico auditor deve comunicar o fato por escrito ao médico assistente, solicitando os esclarecimentos necessários para fundamentar suas recomendações. Quando integrante de equipe multiprofissional de auditoria, o médico auditor deve respeitar a liberdade e independência dos outros profissionais sem, todavia, permitir a quebra do sigilo médico. É vedado ao médico na função de auditor transferir sua competência a outros profissionais, mesmo quando integrantes de sua equipe. Não compete ao médico, nafunção de auditor, a aplicação de quaisquer medidas punitivas ao médico assistente ou instituição de saúde, cabendo-lhe somente recomendar as medidas corretivas em seu relatório, para o fiel cumprimento da prestação da assistência médica. É vedado ao médico, na função de auditor, propor ou intermediar acordos entre as partes contratante e prestadora que visem restrições ou limitações ao exercício da 23 Medicina, bem como aspectos pecuniários. O médico, na função de auditor não pode ser remunerado ou gratificado por valores vinculados à glosa. O Auditor Médico A palavra Auditoria vem do latim AUDITORE, que significa aquele que ouve, ouvidor. Tem a função de ser um perito encarregado de examinar as contas médicas, executando a atividade de avaliação com observância de preceitos éticos e legais. A Auditoria Médica, antes de ser uma necessidade, é uma questão de qualidade comprometida com a verdade. O processo de auditagem respeita sempre os mesmos princípios técnicos e éticos, independentemente da origem do usuário. Níveis de Atuação da Auditoria Médica No Sistema Único de Saúde, a atuação da Auditoria é voltada para o plano assistencial, na análise de fichas e prontuários, gestões de sistema na análise de indicadores e programação, englobando a parte financeira/contábil e patrimonial, que incluem os convênios. Nos planos e seguros de saúde o médico atua como orientador, interpretando normas acordadas nos contratos, ordenador, conhecendo os direitos e deveres para autorização de procedimentos a serem realizados, fiscalizador, verificando a finalidade e a indicação dos procedimentos, controlador evitando desperdício e mantendo a qualidade da assistência, como também respeitando os direitos do paciente. Existem outras colocações para a atuação da Auditoria Médica, classificando- a como Preventiva, Corretiva e Gerencial, porém exercendo a mesma função de perícia, operacional e avaliação do Serviço de Saúde. A Lei Nº 9.656/98 regulamenta os planos, seguros de saúde e resoluções que dispõem de serviços no plano ambulatorial e hospitalar. Na análise de contas médicas, a atuação da Auditoria está voltada para verificação de códigos solicitados, autorizados ou não, corrigindo eventuais distorções, evitando cobrança incorreta e a consequente glosa. O Auditor tem como atribuição subsidiar os setores de análise com informações relevantes para o correto pagamento das contas e ser um elemento de ligação entre os usuários e a empresa patrocinadora do evento, agilizando a parte técnica e dando suporte administrativo. O auditor em qualquer área de atuação contribui para a empresa pública ou 24 privada, no sentido de promover e manter a saúde do usuário. Funções do Auditor /Campos de Atuação No elenco de atribuições do cargo e função, suas ações têm caráter eminentemente administrativo, embora que se faça necessário o conhecimento técnico médico e os preceitos da doutrina ética, possibilitando atuar como mediador entre as partes envolvidas, ordenando, controlando e racionalizando os custos, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados e dos materiais e medicamentos usados. O auditor tem função técnica administrativa quando planeja, ordena as despesas, analisa e orienta as ações, exige e faz cumprir os direitos e deveres, existentes e estabelecidos nas relações contratuais acordadas entre as partes. Pelo que entendemos, o auditor médico tem funções importantes no processo e atua como: ➢ Orientador: Participa do processo como elemento habilitado a orientar o cumprimento das normas acordadas nos contratos firmados e que envolvem as partes (Usuário X Plano de Saúde X Prestador de Serviço); ➢ Ordenador: Como conhecedor dos direitos e deveres que devem ser exercitados entre as partes, autoriza a realização dos procedimentos e ordena seu pagamento quando comprovado sua realização; ➢ Fiscalizador: Representante do plano ou do seguro de saúde e investido na função de médico fiscaliza a legalidade do procedimento realizado dentro da doutrina ética; ➢ Controlador: Controla o orçamento e os gastos, evitando o desperdiço, possibilitando a partir da sua atuação o equilíbrio e a vida do sistema. Campos de Atuação a) Técnica/Administrativa : DIREITOS x DEVERES 1. Beneficiário (Sócio/Usuário) X Plano de Saúde; 2. Prestadores de Serviços X Plano de Saúde; 3. Prestador de Serviço X Beneficiário (Sócio/Usuário); 4. Preservação da Ética. 25 b) Técnica Médica: 1. Ponto de vista ético Analisar os serviços propostos e realizados; Caráter técnico e objetivo dos recursos empregados; A conduta e postura do executor do procedimento; A Perícia e Habiitação para a realização do proposto 2. Atividade mediadora Mediar às ações entre as partes envolvidas; Manter o equilíbrio das ações; Identificar e relatar os atos danosos quando evidenciados; Propor correções dos pontos falhos presentes encontrados. 3. Ação controladora: Racionalização de Custos PARA O PACIENTE: ➢ A Exposição X Exploração (para o procedimento proposto); ➢ Avaliar o Custo X Benefício (serviços executados); ➢ A Legalidade X Recurso empregado (implicação ética e penal da ação). PARA A CONTRATADA: ➢ A integridade e fidelidade do emprego correto da técnica que o caso exige emprego de métodos diagnósticos e terapêuticos sem justificativa técnica objetiva; ➢ A racionalização entre o emprego coerente das técnicas e suas faturas de cobrança. PARA A CONTRATANTE ➢ Avaliar e informar a satisfação da clientela e rede prestadora; ➢ Analisar permanência hospitalar e custo; ➢ Relatar intercorrências evidenciadas; 26 ➢ Propor medidas que facilitem a dinâmica de serviço e a política da parceria entre as partes que compõem o sistema; ➢ Mediar às ações. Implicações Éticas Como sabemos, é indispensável nas relações humanas e profissionais uma relação cordial, firme e coerente. A atividade de auditor está do ponto de vista ético, regida pelo código profissional da área de habilitação e formação e pelo Código de Processo Penal. O Código de Ética Médica dedica os artigos 79, 81, 118, 119, 120, 121 a esta atividade profissional, que orienta e rege as atividades dos auditores médicos, estabelecendo responsabilidades, direitos e deveres. Assim temos: ➢ Art. 79 - Acobertar erro ou conduta antiética de médico. ➢ Art. 81 - Alterar prescrição ou tratamento de paciente, determinado por outro médico, mesmo quando investido em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível conveniência para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável. ➢ Art.118 - Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e competência. ➢ Art.119 - Assinar laudos periciais ou de verificação médico-legal, quando não o tenha realizado, ou participado pessoalmente do exame. ➢ Art. 120 - Ser perito de paciente seu, de pessoa de sua família ou de qualquer pessoa com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho. ➢ Art. 121 - Intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório. Objetividade O auditor deve procurar ser o mais objetivo em suas condutas, expressando sua 27 opinião sempre embasada em fatos reais e apoiada em evidências suficientes. Conhecimento Técnico O auditor deve ser possuidor de conhecimentos técnicos gerais, principalmente na área de cirurgia, procurando manter-se sempre atualizado no desenvolvimento da medicina como um todo, decidindo sempre com respaldo técnico e científico. Independente de sua formação profissional deve possuir capacidade e prática essenciais à realizaçãodas atividades de controle e avaliação. Cautela, Bom-Senso e Zelo Profissional Deve agir sempre com prudência, atentando para o equilíbrio de sua ação, preservando a saúde do paciente, e contribuindo para o desenvolvimento de uma medicina de boa qualidade. Habilidade Interpessoal para Negociações e Influência Profissional O Auditor tem que ser um exímio negociador nas diversas situações, sabendo tratar com as pessoas envolvidas no processo, fazendo-se respeitar como profissional técnico que é sempre mostrando domínio de sua atividade. Possuir visão, orientação e senso de realidade, sabendo relacionar-se com cooperados e usuários, evitando atritos desnecessários. Comportamento Ético e Obediência ao Código de Ética Médica e Enfermagem A atitude do auditor deve sempre ser ética, com imparcialidade nas aplicações normativas, exercendo com honestidade, objetiva e criteriosamente seus deveres e responsabilidades, infundindo por toda a organização um padrão comportamental que possa ser imitado por todo o funcionalismo. Sigilo e Discrição São qualidades inerentes na área de saúde, e mais importantes ainda no campo 28 da auditoria, preservando sempre as partes envolvidas. O auditor deve manter sigilo absoluto a respeito de informações confidenciais, porém somente quebrando-o com seu escalão superior de subordinação. Portanto, o auditor Ideal deve ser constituído de: 25% de discrição + 25% de ética + 25% de postura profissional + 25% de conhecimento e 100% de bom-senso. Ferramentas de Trabalho O auditor médico para desenvolver suas atividades profissionais necessita de um conjunto de elementos classificados como ferramentas de trabalho, elementos indispensáveis para o bom desenvolvimento da tarefa. Não pode um auditor realizar sua atividade em toda sua plenitude se não conhecer: a) Seu papel de auditor no processo; b) Relação dos Prestadores de Serviços; c) Detalhes do Contrato firmado entre as partes envolvidas; d) Diagnóstico da doença em código (CID – 10); e) Tabelas de honorários médicos (Tabelas AMB, CBHPM, etc...); f) Tabela de negociação adotada (Taxas e Diárias); g) Tabela de materiais descartáveis; h) Tabela de órteses e próteses; i) Tabelas de valores BRASÍNDICE; j) Dicionários de especialidades farmacêuticas e de Genéricos; k) Conta hospitalar; l) Prontuários clínicos com os relatórios médicos e de enfermagem, m) Boletins, fichas de atendimentos médicos e laudos médicos. Antigamente, as ferramentas de trabalho que atendiam às necessidades de um auditor eram apenas o Código Internacional de Doenças, as Tabelas de Procedimentos Médicos e as listas de preços de materiais e medicamentos. Hoje, com o surgimento da lei dos planos de saúde e o Código de Defesa do Consumidor, os dispositivos colocados para o auditor como fonte de consulta e elementos de trabalho, assumiram pelo mercado e suas exigências, características próprias, o que obrigou de modo indispensável o conhecimento do contrato de prestação de serviço oferecido e acordado entre as partes. As tabelas de procedimentos permitem ao auditor tanto na pré-análise como na 29 fase de auditoria analítica melhor poder de decisão, tanto na adequação do código do procedimento quanto nos valores a serem pagos pelos procedimentos realizados, tanto para diagnose como para terapêutica, atendendo aos procedimentos clínicos e os cirúrgicos. Neste caso, estabelecendo número de auxiliares e portes anestésicos e ainda orientando cobrança para procedimentos cirúrgicos associados pela mesma via ou vias distintas, pela mesma equipe ou por mais de uma equipe e ainda duplicando valores dos honorários profissionais nos casos pertinentes, são alguns dos elementos colocados à mão do auditor, entre tantos outros que as tabelas de procedimentos médicos oferecem. AUDITORIA DE ENFERMAGEM A evolução dos custos de assistência à saúde vem preocupando os gestores dessa área, sabendo-se que são vários os fatores (internos e externos) que contribuem para os altos custos, sendo um deles a falta de controle mais atuante, efetivo e até sistematizado no que diz respeito à auditoria dos serviços prestados. A participação do enfermeiro nessa área, além de constituir um crescente campo de trabalho, vem somar-se à qualidade e observações específicas que vinham sendo exigidas no desempenho desta função. O papel da enfermagem na auditoria é avaliar a assistência que o paciente está recebendo, assim como a integralidade e exatidão da documentação dessa assistência no prontuário. Limita-se à avaliação dos cuidados de enfermagem prestados ao paciente, daí a importância de uma ação integrada com o auditor médico, para se ter uma visão da assistência global prestada ao paciente. O prontuário do paciente espelha a eficiência dos cuidados instituídos, sendo a única prova de veracidade do tratamento e dos cuidados realizados, sendo necessário o seu preenchimento exato e completo, como garantia para os profissionais de saúde e para o paciente. É importante o estabelecimento de protocolos ou padrões mínimos desejados de assistência, como referencial para o exercício da avaliação e auditoria. Podemos citar a questão da medicação fracionada, utilização de escalpes ou cateteres, tratamentos de feridas e materiais específicos, troca de equipamentos, bomba de infusão, etc. O enfermeiro em sua formação tem quatro funções básicas: ➢ Educacional; 30 ➢ Assistencial; ➢ Planejamento; ➢ Administrativa. Como gerente do serviço de enfermagem ou como responsável por uma unidade de serviço, o enfermeiro inserido neste sistema tem que se posicionar cada vez mais como administrador de uma unidade que gera custos e envolver-se nas questões relativas a ela: gastos, falhas e estratégias. O profissional de Auditoria de Enfermagem vem justificando seu papel, pois: ➢ A enfermagem permanece dentro do hospital por 24 horas no dia; ➢ A enfermagem administra a casa; ➢ Presta assistência de enfermagem; ➢ Coordena tudo o que diz respeito ao atendimento do paciente; ➢ 60% da conta hospitalar reflete diretamente o serviço de enfermagem, como a execução dos medicamentos e cuidados prescritos, as anotações e checagem pertinentes, os equipamentos e gases utilizados. A Auditoria de Enfermagem tem dois grandes objetivos: ➢ Mensurar a assistência prestada (qualidade); ➢ Compatibilizar o nível dessa assistência com a necessidade de controle dos custos hospitalares. Conceito É o conjunto de ações utilizadas na avaliação e fiscalização dos prestadores de serviços de saúde e na conferência de contas relativas aos procedimentos executados, do atendimento ao gasto, do custo à qualidade a ser alcançada. O Auditor de Enfermagem tem por objetivo garantir a qualidade da assistência prestada ao usuário, viabilizar economicamente a instituição, conferir a correta utilização e cobrança dos recursos técnicos disponíveis. Deve efetuar levantamentos dos custos assistenciais para determinar metas gerenciais e subsidiar decisões do corpo diretivo da instituição. Proporcionar aos usuários confiabilidade e segurança na relação Prestador/ Instituição/ Usuário. 31 Atribuições do Enfermeiro Auditor # No Convênio ➢ Avaliar a assistência de enfermagem prestada ao cliente por meio do prontuário médico; ➢ Verificar a observância dos procedimentos frente aos padrões e protocolos estabelecidos; ➢ Adequar o custo por procedimento; ➢ Elaborar relatórios/ planilhas por meio das quais se define o perfil do prestador: custo por dia, custo por procedimento, comparativos entre prestadores por especialidade; ➢ Participar de visitas hospitalares; ➢ Avaliar e controlar as empresas prestadoras de serviços, fornecendo dados para a manutenção e continuidade do convênio, mantendo o elo entre as partes envolvidas. # No Hospital ➢O Enfermeiro Auditor realiza a análise do Prontuário Médico, verificando se está corretamente preenchido nos seus diversos campos, tanto médico como de enfermagem; ➢ Verifica os seguintes itens no prontuário: história clínica, registro diário da prescrição e evolução médica e de enfermagem, checagem dos serviços, relatórios de anestesia e cirurgia; ➢ Fornecer subsídios e participar de treinamentos do pessoal de enfermagem; ➢ Analisar contas e glosas, além de estudar e sugerir reestruturação das tabelas utilizadas, quando necessário; ➢ Fazer relatórios pertinentes: glosas negociadas, aceitas ou não, atendimentos feitos, dificuldades encontradas e áreas suscetíveis de falhas e sugestões; ➢ Manter-se atualizado com as técnicas de enfermagem, com os serviços e recursos oferecidos pelo hospital, colocando-se a par (inclusive) de preços, gastos e custos alcançados; 32 Tipos de Auditoria ➢ Operacional: É baseada na observação direta dos fatos, documentos e situações, objetiva a avaliação do atendimento às normas e diretrizes, por meio de verificação técnico-científica e contábil da documentação médica, e se necessário o exame do paciente. ➢ Analítica: É baseada na análise dos documentos, relatórios e processos, e objetiva a identificação de situações consideradas incomuns e passíveis de avaliação, bem como conferência quantitativa (qualitativa da conta hospitalar + adequação de valores). Subsidia o trabalho operativo e delineia o perfil da assistência e os seus controles. Perfil do Enfermeiro Auditor ➢ O Enfermeiro Auditor deve respeitar em qualquer circunstância os níveis hierárquicos existentes em toda a organização; ➢ Manter comportamento ético e sigiloso absoluto a respeito de informações confidenciais; ➢ Observar os comportamentos internos; ➢ Procurar, continuamente, melhorar sua capacidade e efetividade de trabalho, sempre atualizando seus conhecimentos; ➢ Manter espírito independente, ser isento de influências das áreas de revisão, e muito equilibrado, sem representar arrogância ou impassividade; ➢ Expressar sua opinião sempre apoiada em evidências suficientes; ➢ Cultivar o senso de proporção e julgamento, alicerçando seu ponto de vista impessoal e imparcial; ➢ Ser afável no trato com as pessoas, pois o relacionamento auditado / auditor não pode ser frívolo e casuístico, mas harmônico e humano; ➢ Relatar possíveis deficiências objetivamente; ➢ Nenhum auditor pode prescrever, evoluir ou alterar evoluções / informações no prontuário do paciente; ➢ É vedado ao auditor tecer comentários de qualquer natureza com pacientes, familiares e/ou funcionários do hospital sobre observações feitas por intermédio do prontuário; ➢ É vedado ao auditor discutir sobre procedimentos realizados 33 indevidamente pelo prestador de serviço em ambientes estranhos à Auditoria; ➢ É vedado ao auditor trabalhar na instituição a ser auditada, ou receber qualquer tipo de remuneração ou vantagens da mesma. Normatização do COREN (Resolução COFEN 266/2001) I . É da competência privativa do Enfermeiro Auditor no exercício de suas atividades: organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de Auditoria de Enfermagem. II . Quando integrante de equipe de Auditoria em Saúde: ➢ Atuar na elaboração de contratos e adendos que dizem respeito à assistência de enfermagem e de competência do mesmo; ➢ Atuar em bancas examinadoras, em matérias específicas de enfermagem, nos concursos para provimentos de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal técnico de enfermagem, em especial Enfermeiro Auditor, bem como de provas e títulos de especialização de auditoria e enfermagem, devendo possuir o título de especialização em auditoria de enfermagem; ➢ O Enfermeiro Auditor, em sua função, deverá identificar-se fazendo constar o número de registro no COREN sem, contudo, interferir nos registros do prontuário do paciente; ➢ O Enfermeiro Auditor tem autonomia em exercer suas atividades sem depender de prévia autorização por parte de outro membro auditor, Enfermeiro, ou multiprofissional; ➢ O Enfermeiro Auditor para desempenhar corretamente seu papel, tem direito de acessar os contratos e adendos pertinentes à Instituição a ser auditada; ➢ O Enfermeiro Auditor, no cumprimento de sua função tem o direito de visitar/entrevistar o paciente, com o objetivo de constatar a satisfação do mesmo com serviço de enfermagem prestado, bem como a qualidade. Se necessário acompanhar os procedimentos prestados no sentido de dirimir quaisquer dúvidas que possam interferir no seu relatório. ➢ Considerando a interface do serviço de enfermagem com os diversos serviços, fica livre a conferência da qualidade dos mesmos no sentido de coibir o 34 prejuízo relativo à assistência de enfermagem, devendo o Enfermeiro Auditor registrar em relatório tal fato, e sinalizar aos seus pares auditores, pertinentes a área específica, descaracterizando a sua omissão. ➢ O Enfermeiro Auditor, no exercício de sua função, tem o direito de solicitar esclarecimento sobre fato que interfira na clareza e objetividade dos registros, com fim de se coibir interpretação equivocada que possa gerar glosas/ desconformidades, infundadas. Sob o Prisma Ético: a) O Enfermeiro Auditor, no exercício de sua função, deve fazê-lo com clareza, lisura, sempre fundamentado em princípios constitucional, legal, técnico e ético; b) O Enfermeiro Auditor como educador, deverá participar da interação interdisciplinar e multiprofissional, contribuindo para o bom entendimento e desenvolvimento da auditoria de enfermagem, e auditoria em geral, contudo, sem delegar ou repassar o que é privativo do Enfermeiro Auditor. A assistência prestada pode ser mensurada pelos seguintes indicadores: ➢ Anotações de enfermagem; ➢ Estado de saúde do paciente / família; ➢ Sistematização da assistência em rotinas: processo de enfermagem; ➢ Descrição dos procedimentos; rotinas propriamente ditas. Protocolos: • Trocas de sondas/ cateteres; • Diluição de medicamentos; • Preparos de exames. Os custos hospitalares podem ser trabalhados considerando-se: 1. Evitar perdas/ retrabalho (processo de qualidade); 2. Racionalizar o uso de: Materiais, Medicamentos, Gasoterapia, Equipamentos; 3. Domínio nas técnicas de enfermagem; 4. Treinamento do pessoal de faturamento; 35 5. Treinamento do pessoal de enfermagem. Instrumentos básicos de trabalho: ➢ Tabela de preços de diárias e taxas hospitalares acordada entre Convênio e Prestador de Serviços; ➢ Prontuário Médico; ➢ Prontuário Contábil; ➢ Tabela da AMB; ➢ Tabela de preços de materiais acordada; ➢ Brasíndice; ➢ Conta Hospitalar; ➢ Protocolos. Impressos: ➢ Demonstrativo de glosa ➢ Relatórios ou estatística ➢ Levantamento de dados, etc. GLOSA A padronização do processo de aplicação de glosa (impugnação da despesa) no âmbito do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde - DENASUS, objetiva regular as ações dos técnicos do SNA no sentido da uniformidade na normatização do procedimento. A fundamentação que norteia a glosa está contemplada no universo normativo do SUS e em outras legislações aplicadas ao uso do dinheiro público. Contribui para subsidiar a adoção de medidas voltadas para coibir desmandos gerenciais relacionados com a utilização dos recursos Ressalta-se que a responsabilidade dos técnicos do SNA é importante quando da verificação de pontos de estrangulamento, detecção de desperdícios e correção de procedimentos errôneos que prejudicam o desempenho das ações e serviços de saúde, sob a ótica da economicidade, voltados para a melhoria da qualidade de saúde da população. Conceitos 36 Na perspectiva de contribuirmos para uma melhor compreensão acerca dosassuntos, serão disponibilizados a seguir alguns conceitos: ➢ ERRO: Juízo incorreto acerca de uma coisa ou de um fato derivado da ignorância ou do imperfeito conhecimento da realidade das circunstâncias concretas ou dos princípios legais aplicáveis. Ato involuntário de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. Engano; equívoco. ➢ IMPROPRIEDADE: Quantidade daquilo que não é próprio, que não é próprio, que não é adequado, inexato, inoportuno. Consiste em falhas de natureza formal de que não resulta dano ao erário. ➢ IRREGULARIDADE: Qualidade daquilo que é irregular. Não conformidade com as normas gerais por todos observadas, como as regras, a lei, a moral ou os bons costumes. Caracteriza-se pelo prejuízo ou malversação do dinheiro público, desvio da finalidade do objeto ajustado, não observância dos princípios de legalidade, legitimidade, eficiência, eficácia e economicidade. É constatada a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra ação de que resulte prejuízo quantificável para o erário. ➢ FRAUDE: Atos voluntários de omissão e manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos, quanto monetários contábeis, tanto em termos físicos, quanto monetários. ➢ DOLO: É o artifício ou expediente astucioso, empregado para a prática de um ato que aproveita ao autor, ou a terceiro. ➢ RESSARCIMENTO: Compensação; indenização; devolução de valor. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde “Art. 33: § 4º. O Ministério da Saúde acompanhará, por meio de seu sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. “Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.” Art. 52. “Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos 37 financeiros do Sistema Único de Saúde – SUS em finalidades diversas das previstas nesta Lei.” É importante lembrar que conforme determina o artigo 5º do Decreto nº 1.232, de 30/08/94, “O Ministério da Saúde, por intermédio dos órgãos do Sistema Nacional de Auditoria e com base nos relatórios de gestão encaminhados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, acompanhará a conformidade da aplicação dos recursos transferidos à programação dos serviços e ações constantes dos planos de saúde.” Lei nº 8.429 de 02 de junho de 1992 – Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos. “Art. 5º. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa do agente ou de terceiros, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.” Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999 – Regulamenta o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. "Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. § 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. § 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo único. “No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.” Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 - Códigos Civil de 2002 "Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito." 38 Decreto- Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal “Art. 171. Obter, para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício ardil ou qualquer outro meio fraudulento”. Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos e multa. "Art. 172. Emitir fatura duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado" Pena - detenção, de 2(dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Artigo com redação dada pela Lei nº 8.137 de 27 de dezembro de 1990) “Art. 299. Omitir em documento público ou particular, declaração que dele devia constar ou inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.” Pena – reclusão, de 1(um) a 5(cinco) anos e multa, se o documento é público, e reclusão, de 1 (um ) a 3(três) anos, e multa, se o documento é particular. Decreto nº 1.651 de 28 de setembro de 1995 – Regulamenta o SNA no âmbito do SUS. “Art. 2º - O SNA exercerá sobre as ações e serviços desenvolvidos no âmbito do SUS as atividades de: I - controle da execução, para verificar a sua conformidade com os padrões estabelecidos ou detectar situações que exijam maior aprofundamento; II - avaliação da estrutura, dos processos aplicados e dos resultados alcançados, para aferir sua adequação aos critérios e parâmetros exigidos de eficiência, eficácia e efetividade; “III - auditoria da regularidade dos procedimentos praticados por pessoas naturais e jurídicas mediante exame analítico e pericial.” "Art. 3º... o SNA... procederá: III - ao encaminhamento de relatórios específicos aos órgãos de controle interno e externo, em caso de irregularidade sujeita a sua apreciação; ao Ministério Público, se verificada a prática de crime; e ao chefe do órgão em que tiver ocorrido infração disciplinar, praticada por servidor público, que afete as ações e serviços de 39 saúde." Anexo I Art. 11... I – auditar a regularidade dos procedimentos técnico-científicos, contábeis, financeiros e patrimoniais praticados por pessoas físicas e jurídicas no âmbito do SUS. VI - ... a) instruir processos de ressarcimento ao Fundo Nacional de Saúde de valores apurados nas ações de auditoria. Art. 38... I – o Departamento Nacional de Auditoria do SUS atuará no acompanhamento da programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados, aos Municípios, ao Distrito Federal e na verificação da regularidade dos procedimentos praticados por pessoas físicas e jurídicas, mediante exame analítico, verificação in loco e pericial.” Portaria GM/MS nº 402, de 31 de março de 2001 Estabeleceu a força de trabalho do DENASUS para a execução de atividades de auditoria no âmbito do SUS: Art. 1º Organizar, na forma constante do Anexo desta Portaria, a força de trabalho do componente federal do Sistema Nacional de Auditoria SNA, composta por servidores designados para exercer, em todo o Território Nacional, as atividades de que trata o Decreto nº 1.651, de 28 de setembro de 1995, combinado com o Decreto nº 3.774, de 15 de março de 2001, lotados e em exercício no Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS) e nas Divisões e Serviços de Auditoria dos Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO Higiene do trabalho é um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. A higiene do trabalho tem caráter eminentemente preventivo, pois objetiva a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do trabalho. Os principais objetivos são:40 1 - Eliminação das causas das doenças profissionais; 2 - Reduções dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos; 3 - Prevenção de agravamento de doenças e de lesões; 4 - Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho. O programa de higiene no trabalho envolve: 1-Ambiente físico de trabalho: a iluminação, ventilação, temperatura e ruídos; 2-Ambiente psicológico: os relacionamentos humanos agradáveis, tipos de atividade agradável e motivadora, estilo de gerência democrático e participativo e eliminação de possíveis fontes de estresse; 3-Aplicação de princípios de ergonomia: máquinas e equipamentos adequados às características humanas, mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas e ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano; 4-Saúde ocupacional: ausência de doenças por meio da assistência médica preventiva. A Lei Nº 24/94 instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. Por meio do PCMSO é exigido o exame médico préadmissional e o exame médico periódico. Os exames médicos são exigidos quando houver retorno ao trabalho, no caso de afastamento superior a 30 dias, e também quando ocorrer a mudança efetiva de função (deve ser feito antes de ocorrer a transferência). No caso de afastamento definitivo da empresa, deve-se exigir o exame médico demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento do funcionário. DEFINIÇÃO A segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, seja pela eliminação de condições inseguras do ambiente, seja pela instrução ou pelo convencimento das pessoas para a implementação de práticas preventivas. HIGIENE X SEGURANÇA NO TRABALHO 41 A saúde e segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada. Constituem duas atividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados. O empregador não deve omitir-se a oferecer segurança na execução do trabalho realizado pelos seus empregadores, ou o pouco interesse para a prevenção de acidentes, pois nada justifica tal omissão. ACIDENTES DE TRABALHO As condições inseguras e os atos inseguros são as causas básicas de acidentes no trabalho, sendo eles: 1 - Condições inseguras: equipamentos sem proteção, procedimentos arriscados em máquinas ou equipamentos, armazenamento inseguro, iluminação deficiente, ventilação imprópria, temperatura elevada ou baixa no local e condições físicas ou mecânicas inseguras que constituem zonas de perigo. 2 - Atos inseguros: carregar materiais pesados de maneira inadequada, trabalhar em velocidades inseguras, utilizar esquemas de segurança que não funcionam, usar equipamento inseguro ou usá-lo inadequadamente, não usar procedimentos seguros, assumir posições inseguras, subir escadas ou degraus depressa, distrair, negligenciar, brincar, arriscar, correr, pular, saltar e abusar. Medidas para eliminar ou diminuir acidentes de trabalho: 1 - Sinalizar toda a empresa; 2 - Empregados novos, usar capacete de cor diferente; 3 - Uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) atuante; 4 - Campanhas de prevenção de acidentes; 5 - Kit de primeiros socorros; 6 - Realização periódica da Semana Interna de Acidentes no Trabalho (SIPAT); 7 - Treinamento da brigada de incêndio; 8 - Revisar extintores; 42 9 - Chaves de segurança; 10 - Treinamentos para prevenir acidentes; 11 - Apoio da direção e das chefias; 12 – Utilizar as NR determinadas; 13 – O uso contínuo das EPI’s na realização do trabalho. PREVENÇÃO DE ACIDENTES Prevenção de acidentes e administração de riscos ocupacionais relacionamse com segurança do trabalho, sua finalidade e antecipar os riscos de acidentes e com isso minimizá-los. A prevenção de acidentes é a eliminação das condições inseguras e isso se dá por intermédio do mapeamento de áreas de riscos, uma análise profunda dos acidentes e apoio irrestrito da alta administração; realização de treinamento e a capacitação de todos os envolvidos no processo de execução do trabalho. NORMA REGULAMENTADORA Uma Norma Regulamentadora (NR) objetiva explicitar as determinações contidas nos artigos 154 a 201 da CLT, para que sirvam de balizamento, de parâmetro técnico às pessoas ou empresas que devem atender aos ditames legais e que devem observar o pactuado nas convenções e nos acordos coletivos de trabalho de cada categoria e nas convenções coletivas sobre prevenção de acidentes. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Tipos de EPI’s: capacete, capuz, óculos, protetor facial (creme água resistente, creme óleo resistente e cremes especiais), luvas de proteção, dedeiras, proteção de mãos, dedos e braços de riscos mecânicos, térmicos e químicos, calçados de segurança, botas e botinas, cintos de segurança, trava quedas, cadeiras suspensas, etc. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 43 A segurança do trabalho no Brasil é regida pela própria CLT, que no seu artigo 163 dispõe o seguinte: “Art.163. Será obrigatória a constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas”. “Parágrafo único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs”. A regulamentação citada no caput do artigo 163 está consubstanciada no conjunto de normas conhecido como NRs (Normas Regulamentadoras). As NRs representam uma legislação complementar que rege todas as ações no campo da Higiene Segurança e Medicina do Trabalho (HSMT). A CIPA tem por objetivo apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança, uma vez que o órgão de segurança aponta soluções. Princípios que regem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: 1 - Apoio ativo da administração; 2 - Manutenção de pessoal dedicado exclusivamente à segurança; 3 - Instruções de segurança para cada trabalho; 4 - Instruções de segurança a empregados novos; 5 - Integração de todos os empregados no espírito de segurança; 6 - Extensão do Programa de Segurança fora da companhia; 7 - Não deve haver confusão entre CIPA e o órgão de segurança; INSTALAÇÕES NO AMBIENTE HOSPITALAR Água A água, tal como ocorre com o esgoto e a roupa, está presente em praticamente todas as partes da instituição; se o planejamento do sistema de distribuição de água não atentar para certas precauções, pode transformar-se em excelente veiculador de patógenos. Reservatório de Água Elevado A provisão de reservatórios elevados pode ser em número de quatro, os 44 destinados à água potável são duplos, para permitir o uso de um, enquanto o outro estiver interditado para reparos ou limpeza. Os outros dois, totalmente segregados dos de água potável, destinam-se a suprir água para descarga de bacias sanitárias e similares, por isso, estão em condições de acolher, também, água de poço, caso disponível (ou de mina, ou mesmo de chuva); água essa, limpa, mas não necessariamente potável. Além do fator “economia”, decorrente do aproveitamento dessa água, essas caixas desempenham papel importante na prevenção de contaminação da rede de água do hospital; sabido que, no sistema deválvula flexível, a água, quando descarregada em bacia sanitária cheia (por entupimento) acaba por criar pressão negativa no duto de alimentação da bacia, acarretando, consequentemente, aspiração e ascensão de água poluída, com possibilidade de transmitir contaminação à caixa de água (razão da precaução de sua segregação). Transmissão essa que pode atingir previamente aparelhos como lavatório, chuveiro e torneira de lavagem, quando alimentados pelo mesmo duto de descida, que supre a bacia sanitária. A efetiva elevação de contaminação, todavia necessita ser melhor estudada. Pressão Negativa A ocorrência de pressão negativa na rede de água do hospital pode inverter o fluxo de suprimento de água, e o duto passar a aspirar água servida. Várias são as consequências possíveis, sendo significativos os dois exemplos seguintes: a mangueira de lavagem, de mesa de necrópsia, pode introduzir na rede, por aspiração, líquidos corporais altamente contaminados; água poluída, de bidê, pode retornar pelo chuveirinho, pelo qual se fez o suprimento de água limpa, tendo por efeito de sucção, a um pavimento inferior e lá passar a alimentar outro aparelho, como, por exemplo, um bebedouro. Entre as várias causas, responsáveis pela formação de vácuo na rede de água, duas são as prevalentes: água escoando com velocidade por um duto, ao invés de abastecer o seu ramal, de diâmetro mais reduzido, passa a arrastar o ar contido em seu interior, provocando vácuo e aspiração do tipo de “trompa de vácuo”. O registro de caixa de água elevada ao ser fechado pode induzir à formação de vácuo no duto de distribuição e ramais, à medida que o nível de água, dentro do duto, for descendo, em decorrência de consumo de água à jusante. Sistema alternativo de 45 proteção, contra inversão de fluxo por aspiração, consiste na instalação de válvula “quebra-vácuo” em ramais que abastecem mangueiras, bacias sanitárias, bidês e outros. Chuveiros A água do chuveiro não é suficientemente quente para debelar transmissão de agentes potencialmente contaminantes, podendo contribuir-se em meio de cultura e reservatório de bactérias. É o caso da Legionella, que integra as chamadas Water- bactérias; com o aquecimento da água do chuveiro ela se prevalece precisamente do vapor da água, que se forma, para se disseminar; podendo, assim, facilmente atingir o aparelho respiratório do banhista, já que o vapor d’água é normalmente aspirado e inalado. O descarte de água retirada antes de iniciar o banho remove a maior concentração de bactérias. Lavagem de Comadre O “lavador-esterilizador” de comadres é um aparelho que há muito se encontra desacreditado, não só por sua lavagem ser insegura, como por a sua “esterilização” não passar de precária sanitização. Com a atual provisão de instalações sanitárias em todos os quartos e enfermarias, não há mais sentido em se “passear” comadres mal cheirosas pelos corredores das unidades de internação, para depois retorná-las desemparceiradas. A técnica atual preconiza o uso da mesma comadre até a alta do paciente e subsequente esterilização. A lavagem é feita com esguicho, na própria bacia sanitária do quarto ou enfermaria. Em face às vigentes preocupações com substâncias corporais potencialmente contaminantes, seria insegura a ocorrência de troca de comadres, principalmente se não devidamente esterilizadas ou efetivamente desinfetadas. 46 Drenagem de Segurança Drenos e ralos costumam trazer problemas aos hospitais. O seu transbordamento pode levar agentes patogênicos a aflorar e a contaminar os pisos alagados. A Arquitetura e a Manutenção devem introduzir técnicas de instalação que previnam esta onipresente ameaça. A causa básica reside na ligação do ralo à rede de esgotos; a ocorrência de obstrução à jusante obriga o efluente, provindo de montante, a pressionar o selo de água do ralo, que em consequência reflui. Visando proteção contra extravasamentos criaram-se os sistemas de “ralo crítico”, “semicrítico” e “não crítico”. O “ralo crítico” destina-se a servir a áreas críticas, como: área de Escovação de Centro Cirúrgico e Obstétrico, Câmara Frigorífica, Cozinha, Laboratório, Banco de Sangue e outros. A característica principal do “ralo crítico” é encontrar-se desvinculado de outras ligações, e principalmente de linha de esgoto; de tal forma a nunca poder refluir. O “ralo crítico” é servido por “duto exclusivo”, direto e sem receber nenhuma outra contribuição de qualquer outro aparelho; o “duto exclusivo” descarrega a água servida, coletada pelo ralo crítico, na rede principal de esgotos, por meio de conexão indireta; o duto exclusivo termina em sifão, o qual se defronta com o sifão receptor, conectado ao duto da rede de esgotos; um “hiato de ar” vertical separa um sifão do outro. Em caso de transbordamento do sifão coletor, o efluente, provindo da rede de esgotos, não tem possibilidade de alcançar ou penetrar no “duto exclusivo”. O “ralo semicritíco” são os ralos conectados a um mesmo “duto semiexclusivo”, sifonado na extremidade e desaguando no sifão coletor, através de hiato de ar, a exemplo do ralo crítico. O “ralo não crítico” são os ralos convencionais, ligados diretamente à rede de esgoto e, portanto, não protegidos contra eventual extravasamento. SEGURANÇA NO AMBIENTE HOSPITALAR Os acidentes no ambiente hospitalar envolvem profissionais da área da saúde, assim como pacientes, visitantes, instalações e equipamentos. Muitos incidentes acarretam vários tipos de prejuízos, alguns dão origem a ações legais movidas entre os envolvidos, pois essa situação tem sido registrada com frequência. Para a antiga população da Idade Média era inconcebível um tratamento médico 47 na residência, pois não existiam hospitais para ricos. As consultas em residências destinavam-se a quem tinha condições financeiras de custeá-las. Quando as pessoas não podiam mais aguentar em pé, havia ainda o problema de achar um lugar para morrer, ou ocultar suas enfermidades, como lepra e sífilis na época, que as tornavam intocáveis e excluídas. Das raízes hospit, hospites (estranho, forasteiro) viria o nome hospitium, que alguns monges atribuíam ao lugar em que alojavam os enfermos itinerantes que lhes vinham pedir pousada, das quais também se originam palavras como: hóspede, hospital, hotel, hospício. O primeiro hospital brasileiro foi fundado com o objetivo de misericórdia aos enfermos, sendo esta a causa do seu nome: Santa Casa de Misericórdia, em Santos, iniciativa de Brás Cubas em 1543, sendo subordinado à Igreja Católica. Existiam também hospitais subordinados ao Islã, que eram superiores em condições de higiene, cuidados, instalações e medicamentos, sendo que o mais pretensioso foi fundado no século X. Entretanto, foi só a partir do século XVIII, na Europa, que as autoridades civis começaram a construir e administrar hospitais, principalmente em Paris, Londres e Roma. Sociedades beneficentes, mantidas pelas classes dominantes, também passaram a dar sua contribuição. Em Hamburgo, lojistas construíram um sanatório para portadores de varíola; os mercadores de seda de Bolonha fundaram o Hospital dos Inocentes. Os avanços tecnológicos atuais vêm promovendo uma qualidade melhor na assistência à saúde da população. Os cuidados dispensados aos pacientes vêm sendo aperfeiçoados a cada dia, assim como as técnicas cirúrgicas inovadoras, novos procedimentos e equipamentos de diagnóstico, avanços farmacológicos e a melhor compreensão dos processos das doenças. O amplo uso desses recursos também fez com que fosse introduzida nos hospitais uma complexidade de equipamentos e fármacos que, em contrapartida, são geradores de risco, aumentando as possibilidades de erros de procedimentos e uso incorreto dos mesmos, majorando a vulnerabilidade no ambiente hospitalar.DIAGNÓSTICO INICIAL DA SEGURANÇA NO AMBIENTE HOSPITALAR O principal objetivo de um hospital é a prestação de serviços na área da saúde, 48 com qualidade, eficiência, eficácia e efetividade. ➢ Qualidade: Aplicação apropriada do conhecimento disponível, bem como da tecnologia, no cuidado da saúde. Denota um grande espectro de características desejáveis de cuidados, incluindo eficácia, eficiência, efetividade, equidade, aceitabilidade, acessibilidade, adequação e qualidade técnico-científica. ➢ Eficiência: A habilidade de obter o máximo de saúde com mínimo custo. ➢ Eficácia: A habilidade do cuidado, no seu máximo, para incrementar saúde. ➢ Efetividade: O grau no qual a atenção à saúde é realizada. Isto não pode ser alcançado sem a administração efetiva de um programa de prevenção de acidentes que proporcione condições ambientais seguras para o paciente e para os profissionais que aí desenvolvem suas atividades de trabalho. O hospital deve desenvolver continuamente essa política, assegurando que gerentes e funcionários estejam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e acidentes. Devem promover e reforçar práticas seguras de trabalho e proporcionar ambientes livres de riscos, em acordo com as obrigatoriedades das legislações municipais, estaduais e federais. A complexidade dos temas que envolvem a segurança no ambiente hospitalar exige um tratamento multiprofissional, tanto para a tomada de decisões técnicas, como para as administrativas, econômicas e operacionais. Os diversos profissionais, em especial os gerentes e diretores, devem apresentar posturas frente aos temas de segurança no ambiente de trabalho e devem analisar os seguintes aspectos: ➢ O cumprimento das obrigações legais referentes à segurança do trabalho; ➢ Supervisionar os profissionais da área clínica na utilização de equipamentos; ➢ Oferecer treinamento e reciclagem aos empregados; ➢ Equipe de manutenção com recursos necessários para a manutenção de equipamentos médicos e de infraestrutura; ➢ Brigada Contra Incêndio (BCI), com sistemas eficientes e suficientes para a extinção do incêndio; ➢ Sistema de geração de energia elétrica de emergência; 49 ➢ Controle nos custos gerados com acidentes envolvendo funcionários e pacientes no ambiente hospitalar; ➢ Supervisionar os funcionários no uso de EPI’s; ➢ Planos de emergência para enfrentar situações críticas, como falta de energia elétrica, água, incêndio e inundações; ➢ Existe no hospital uma lista de empresas prestadoras de serviços, que estejam aptas a prestar serviços aos equipamentos e instalações de acordo com as normas de segurança aplicáveis? ➢ Ficha cadastral dos equipamentos existentes que indique a periodicidade dos testes de segurança e de desempenho dos mesmos. O SESMT, A CIPA E A SEGURANÇA São obrigadas a manter os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) as empresas privadas e públicas (incluindo os hospitais) que possuem empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). São responsabilidades inerentes à CIPA e SESMT: ➢ Zelar pela saúde e integridade física do trabalhador; ➢ Revisar todos os acidentes envolvendo visitantes, pacientes e funcionários, bem como manter relatórios e estatísticas de todos os danos; ➢ Investigar e analisar acidentes, recomendando medidas preventivas e corretivas para evitá-los; ➢ Apoiar a área gerencial como consultor na área de segurança do trabalho e atividades afins; ➢ Coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a população envolvida em situações de incêndio. Recentemente, por meio da Portaria nº 5, de 17 de agosto de 1992, do Ministério do Trabalho, ficou estabelecido que a CIPA terá como obrigatoriedade adicional a confecção de denominado "Mapa de Riscos". Esse mapa deverá ser confeccionado com auxílio do SESMT e terá como finalidade básica fazer uma representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho, a conscientização 50 e informação dos trabalhadores por intermédio da fácil visualização dos riscos existentes na empresa. Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos: pequeno, com diâmetro de 2,5 cm; médio, com diâmetro de 5 cm e grande, com diâmetro de 10 cm, conforme sua gravidade e em cores, conforme o tipo de risco, relacionados no quadro seguinte (Fonte: Portaria nº 5, de 17/08/1992, do Diretor do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, publicada no Diário Oficial da União em 20/08/1992). RISCOS NO AMBIENTE HOSPITALAR RISCOS AMBIENTAIS - CORES REPRESENTATIVAS: Agentes Físicos: Verde Agentes Químicos: Vermelho Agentes Biológicos: Marrom Agentes Ergonômicos: Amarelo Agentes Mecânicos: Azul Riscos Locais: Laranja Riscos Operacionais: Preto Esses círculos serão representados em planta baixa ou esboço do local de trabalho analisado. O "Mapa de Riscos", completo ou setorial, permanecerá afixado em cada local analisado, para informação dos que ali trabalhem. Após a identificação dos riscos, a CIPA encaminhará à direção da empresa, um relatório descrevendo a situação e aguardará a manifestação por parte da empresa, em um prazo de no máximo 30 dias. Havendo necessidade de medidas corretivas, a direção estabelecerá o prazo para providenciar as alterações propostas, por meio de negociação com os membros da CIPA e SESMT da empresa. Esses prazos e datas deverão ficar registrados em Atas da CIPA. ASPECTOS LEGAIS Descrever os aspectos legais da Segurança no Ambiente Hospitalar é possível, desde que seu desenvolvimento seja mostrado a partir de fatos ocorridos nas várias atividades profissionais ocorridas em outras épocas. No Brasil, o fato marcante na 51 legislação trabalhista se deu em 1943, por meio do Decreto 5.452, de 1º de maio de 1943, e atualmente as formas de dirimir as questões legais referentes à segurança dos trabalhadores foram traduzidas nos conteúdos da Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Legislação brasileira – Lei 6.514/77 e Portaria nº 3.214/78 No Brasil, o direito dos trabalhadores à segurança e medicina no trabalho é garantido pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Essa lei altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho no que se refere à Segurança e Medicina do Trabalho. Sua regulamentação foi feita por meio da Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. Essa portaria aprova as Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho relativas à Segurança e Medicina do Trabalho e por um conjunto de textos suplementares (leis, portarias e decretos) decorrentes de alterações feitas nos textos originalmente publicados. Para que uma orientação genérica seja dada sobre o tema, estão listados no Apêndice A 16 títulos das seções que compõem a Lei 6.514/77 e os títulos das 27 Normas Regulamentadoras que compõem a Portaria nº 3.214/78. Outras informações legais de igual importância são obtidas de decretos, leis e outras portarias de segurança no ambiente de trabalho. O SESMT e a CIPA O SESMT e a CIPA são instrumentos que os trabalhadores e as empresas dispõem para tratar da prevenção de acidentes e das condições do ambiente de trabalho. Esses órgãos protegem a integridade física do trabalhador e de todos os aspectos que potencialmente podem afetar sua saúde. A CIPA e o SESMT são regulamentados legalmente pelos artigos 162 a 165 da CLT e pela Portaria 3.214/78 baixada pelo Ministério do trabalho, em suas NR-5 e NR- 4, respectivamente. São, portanto, organizações obrigatórias nas empresas (inclusive nos hospitais), desde que o número mínimo defuncionários seja atingido. Além das preocupações legais em definir os riscos existentes no ambiente hospitalar, é importante inventariá-los de forma objetiva e racional. Para tanto, é preciso ressaltar algumas 52 definições de termos que servirão de base para indicarmos e conhecermos os riscos existentes no ambiente hospitalar. O Risco no Ambiente Hospitalar é uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos. Portanto, esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoas, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou redução da capacidade de produção. O risco considera-se uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou número de ciclos operacionais. Podendo significar incerteza quanto à ocorrência de um determinado evento, como por exemplo: risco de choque elétrico (risco físico), risco de incêndio (químico), risco de queda (mecânico), risco de contaminação por hepatite B e HIV (risco biológico). De modo a comentar as definições legais dos agentes potenciais de danos à saúde do trabalhador, segue abaixo os itens encontrados na NR-9 da Portaria nº 3.214/78: a) Consideram-se agentes físicos, dentre outros: ruídos, vibrações, temperaturas anormais, pressões anormais, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, iluminação e umidade. b) Consideram-se agentes químicos, dentre outros: névoas, neblinas, poeiras, fumaça, gases e vapores. c) Consideram-se agentes biológicos, dentre outros: bactérias, fungos, helmintos, protozoários e vírus. d) Consideram-se, ainda, como riscos ambientais, para efeito das Normas Regulamentadoras da Portaria 3.214: os agentes mecânicos e outras condições de insegurança existentes nos locais de trabalho capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador. Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos O risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente analisado, visando sua eliminação ou controle. Desde que um conjunto de ações (Análise Ambiental), possa ser viabilizado. A Análise Ambiental deve ser fundamentada tecnicamente em três conceitos básicos: 53 a. Reconhecer (riscos): identificar, caracterizar, saber apontar qual dos agentes de risco de dano à saúde estão presentes no ambiente de trabalho; b. Avaliar (riscos): é saber quantificar e verificar, de acordo com determinadas técnicas, a magnitude do risco. Se for maior ou menor, se é grande ou pequeno, comparado com determinados padrões; c. Controlar (riscos): é adotar medidas técnicas, administrativas, preventivas ou corretivas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos existentes no ambiente de trabalho. Riscos Físicos no Ambiente Hospitalar Os principais agentes físicos encontrados no ambiente hospitalar são o calor, ruído, radiações ionizantes, radiações não ionizantes e pressões anormais. Embora os níveis de iluminação sejam relacionados diretamente a problemas de saúde, sua análise é feita por estar relacionada a todas as atividades de trabalho. Calor O calor é uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo para outro, por radiação, condução ou convecção. A quantidade dessa energia (recebida ou entregue) é determinada pela variação de temperatura do corpo que cedeu ou recebeu calor. A transmissão por radiação é feita por meio de ondas eletromagnéticas que transmitem através do ar e do vácuo. A transmissão de calor por radiação é feita por meio do contato direto entre as partes que recebem e as que cedem calor. A transmissão de calor por convecção se faz através de massas de ar que ao se aquecerem diminuem sua densidade, de modo que se tornando mais leves, sobem, dando lugar a massas de ar mais frias que a primeira. O calor é largamente utilizado no ambiente hospitalar, nas operações de limpeza, desinfecção e esterilização dos artigos e áreas hospitalares. Também, no preparo de alimentação pelos Serviços de Nutrição e Dietética (SND); nos laboratórios de análise clínica no preparo de soluções especiais; para geração de condições de conforto ambiental, principalmente em regiões de clima frio. É empregado ainda, com finalidade terapêutica, como nos casos de berços aquecidos e incubadoras utilizados nos tratamentos de recém-nascidos; em 54 equipamentos de diatermia, que adotam o uso de radiofrequência para produção de calor nos tecidos vivos; unidades eletrocirúrgicas ou raios laser empregados em sofisticadas técnicas cirúrgicas, visando de modo geral o corte e coagulação dos tecidos humanos. O calor usado em quantidade excessiva (sobrecarga térmica) pode causar efeitos indesejáveis sobre o corpo humano, dentre esses efeitos citamos: ➢ Golpe de calor: Ocorre quando se realizam tarefas pesadas em ambientes muito quentes e quando a fonte de calor é o sol, o golpe de calor é chamado de insolação. ➢ São sintomas: o colapso, convulsões, delírio, alucinações e coma sem aviso prévio. ➢ Prostração térmica por queda do teor de água (desidratação): Ocorre quando a água eliminada por sudorese não é reposta por meio do consumo de líquidos. É caracterizada pelo aumento da pulsação e da temperatura do corpo. A ingestão de líquidos de forma racional durante a jornada de trabalho é a medida preventiva adequada. ➢ Prostração térmica pelo decréscimo do teor de sal: É produzida quando o consumo de sal é insuficiente para substituir as perdas de cloreto de sódio causadas pela sudorese. Ocorre com as pessoas que bebem água em abundância, sem a devida reposição de sal, apresentando os seguintes sintomas: fadiga, tonturas, náuseas, vômitos e cãibras musculares. As atividades prolongadas podem provocar sobrecarga térmica, principalmente quando realizadas em ambientes mal ventilados. São exemplos de atividades as que se seguem: manutenção em equipamentos de esterilização que utilizam calor; trabalhos nas proximidades de caldeiras geradoras de vapor, em obras de construção civil que não raro acontecem em hospitais, em cozinhas, próximos a fogões e fornos, etc. Outros efeitos nocivos da sobrecarga térmica são a fadiga transitória, algumas enfermidades das glândulas sudoríparas, edemas ou inchaços das extremidades (pés e tornozelos), aumento da susceptibilidade a outras enfermidades, diminuição da capacidade de trabalho, catarata, etc. O funcionário no ambiente hospitalar está sujeito a fontes de calor nos seguintes ambientes: centro de esterilização de materiais, serviços de nutrição e dietética, 55 lavanderia hospitalar e casas de caldeiras. No centro de esterilização de materiais, as fontes de calor são provenientes de estufas e autoclaves que fazem uso de calor na forma seca ou na forma de vapor saturado, com o objetivo de esterilizar materiais que têm boa resistência ao calor. Nos serviços de nutrição e dietética as fontes de calor são os fornos, fogões, equipamentos para fritura de legumes e produtos animais, banho-maria e caldeirões. A lavanderia hospitalar, nos cuidados com a limpeza e desinfecção de roupas, emprega largamente fontes de calor como água quente, vapor ou mesmo calor gerado por meio de resistências elétricas. Os hospitais que fazem uso de geração de vapor centralizado possuem mais um ponto de geração de calor, a casa de caldeiras. Avaliação Clínica para reconhecer os efeitos nocivos ocasionados pelo calor: a) Avaliação clínica dos sintomas apresentados pelo funcionário que desenvolve atividades em algum dos ambientes descritos anteriormente. b) Avaliação do risco, realizando uma análise do ambiente de trabalho, utilizando-se o equipamento denominado como "árvore de termômetros". Os aspectos de cálculo e metodologia legal estão mencionados na NR-15 da Portaria nº 3.214/78. Essa avaliação visa determinar os períodos de descanso a que o trabalhadortem direito, segundo os tipos e ambientes de trabalho, devendo ser realizada por um Engenheiro de Segurança ou Médico do Trabalho. c) Controle de riscos associados ao calor; Formas de proteção necessárias: ➢ Proteção contra calor radiante: Deve-se fazer uso de anteparos refletores, empregando materiais de alto coeficiente de reflexão, como placas de alumínio polido. A superfície refletora deve ser mantida sempre limpa, os antepor devem ser empregados de modo a formar uma barreira entre a fonte de calor, o corpo humano e o ambiente. ➢ Proteção contra o calor de convecção: Utiliza a renovação de massas de ar aquecidas por outras mais frias. De outro modo é possível aumentar a velocidade do ar no ambiente, velocidades estas que variam de acordo com o tempo de exposição e da existência de grandes cargas térmicas incidindo diretamente sobre o trabalhador. 56 ➢ Proteção contra o calor de condução: Deve ser feita isolando-se as superfícies quentes do contato, pelo uso de materiais apropriados como lã de vidro ou materiais termicamente isolantes. # Iluminação A boa iluminação no ambiente de trabalho propicia elevada produtividade, melhor qualidade do produto final, redução do número de acidentes, diminuição do desperdício de materiais, redução da fadiga ocular e geral, melhor supervisão do trabalho, maior aproveitamento do espaço, mais ordem e limpeza das áreas e elevação da moral dos funcionários. No Brasil, o assunto é tratado legalmente pela NR-17 (Ergonomia) da Portaria nº 3.214/78, que, por meio da NBR 5.413 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), recomenda os níveis mínimos de iluminação para os ambientes de trabalho. Para o caso do ambiente hospitalar a questão da iluminação deve ser, principalmente, enfocada nas salas cirúrgicas e no campo operatório. A má iluminação nestes casos pode acarretar em graves prejuízos ao profissional e ao paciente. Para diminuir os riscos nas salas de cirurgia, a alimentação elétrica de focos cirúrgicos deve ser feita com 24 volts. Dentre outras variáveis é preciso levar-se em consideração a elevação da temperatura do campo operatório, proporcionado por lâmpadas cirúrgicas. A elevação da temperatura deve ser minimizada fazendo-se uso de filtros de luz que eliminam o comprimento da onda de espectro infravermelho, responsável pelo fenômeno. Outro aspecto a considerar é a cor, a iluminação adotada deve reproduzir fielmente a cor, de modo a permitir a identificação dos tecidos pelo cirurgião. Além disso, a luz empregada tem que consentir ao cirurgião a visualização adequada, mesmo em cirurgias mais profundas, como no caso de laparatomia exploradora ou cirurgia cardíaca. A adequação da iluminação nas salas de tricotomia também contribui muito para a redução de acidentes nesse processo de preparo do paciente para intervenções cirúrgicas ou mesmo em simples exames de eletrocardiografia. O reconhecimento se faz com a declaração dos trabalhadores relativos à iluminação do ambiente de trabalho. Podendo ser realizado pela investigação e análise de acidentes ocorridos por iluminação deficiente, pela verificação de áreas sombreadas nos locais de trabalho, etc. 57 A iluminação no ambiente de trabalho é avaliada basicamente de dois modos. Os métodos de cálculo (que para efeitos legais não têm validade) por meio do uso de um aparelho denominado de lux metro, no qual o resultado apresentado pela medição deve ser comparado com os valores apresentados pela NBR 5.413 da ABNT, possibilitará determinar a necessidade de medidas corretivas no ambiente de trabalho. O controle deve ser feito por medições periódicas do nível de iluminação dos locais de trabalho e após a adequação da área de trabalho aos níveis recomendados. Pelas medições é possível notar a queda no nível de iluminação, quer pelo depósito de sujeiras no bulbo da lâmpada e no globo que envolve a lâmpada, ou mesmo pela não substituição de lâmpadas queimadas. # Umidade Umidade excessiva no ambiente hospitalar não é comum, embora possa ser encontrada em construções cujos projetos originais foram mal concebidos ou por influência do meio externo. Em alguns casos ocorre a redução do recebimento do sol nas edificações hospitalares por se encontrarem bem próximas a estas construções, árvores e outros obstáculos que impedem a ação da luz solar direta. As lavanderias, em consequência das atividades de higiene e limpeza, são os locais onde mais se faz uso de água dentro do ambiente hospitalar. São os ambientes em que facilmente é reconhecida a umidade. Outros ambientes de trabalho podem ter problemas com umidade excessiva, em razão a danos nas tubulações de água ou mesmo de esgoto. A umidade geralmente detecta por inspeção visual, sendo possível visualizar manchas nas paredes e pisos decorrentes de infiltrações de água. A umidade presente no ar deverá ser avaliada por meio da utilização de equipamentos específicos, como o termo higrômetro. Os valores obtidos devem ser avaliados em função da finalidade do ambiente. Em alguns casos, a avaliação pode ser feita por inspeção visual. No projeto inicial de edificação devem ser observadas as medidas de controle para o caso de umidade. É indispensável dispor, racionalmente, os circuitos hidráulicos, os desníveis e as inclinações de pisos. Infiltrações que causem umidade excessiva devem ser prontamente corrigidas pela manutenção. Além da umidade, danos de maior consequência podem acarretar a desestruturação do prédio. Em recintos em que a umidade elevada seja proveniente, por exemplo, de pouca 58 incidência de luz solar, o uso de sistema de refrigeração e calor (ar condicionado) pode ser a única opção. No caso de excesso de água em locais de trânsito de pessoas, que tomem o piso escorregadio, a drenagem deve ser otimizada. O uso de placas de advertência é outra medida de controle para reduzir acidentes. # Radiações Ionizantes As radiações ionizantes têm sido utilizadas para fins de diagnósticos clínicos desde o século passado. Com o avanço da física nuclear, que possibilitou a determinação e controle de doses, foi possível otimizar os trabalhos em radioterapia. Radiações ionizantes são aquelas que extraem elétron da matéria ao incidirem sobre a mesma, produzindo íons. São exemplos de radiações ionizantes as partículas alfa, beta, neutras, aquelas produzidas por ondas eletromagnéticas, da mesma forma, as originadas de aparelhos como raios-X, radiações gama e aceleradores lineares. Os efeitos biológicos das radiações ionizantes são divididos em dois grupos: os efeitos hereditários e os efeitos somáticos. As radiações de efeitos hereditários são aquelas que produzem lesões nas células germinativas da pessoa irradiada, as quais são transmitidas aos seus descendentes. As radiações de efeitos somáticos produzem lesões nas células do indivíduo que foi irradiado, entretanto, essas lesões não são transmitidas hereditariamente. No ambiente hospitalar, os riscos inerentes às radiações ionizantes se relacionam às áreas de radiodiagnóstico e radioterapia. Estes riscos também estão presentes em outras áreas que fazem o uso de equipamentos de diagnóstico e de imagens médicas em tempo real, como centros cirúrgicos e unidades de terapia intensiva. # Radiodiagnóstico Cada ano milhões de norte americanos recebem grandes quantidades de radiação, mais do que deveriam receber de equipamentos de raios-X médico e dentário. Tal fato existe e persiste, pois os pacientes em geral desconhecem os riscos que os cercam quando no ambiente hospitalar. Estudos realizados pelo FDA (Food and Drug Administration) mostram que as doses recebidas por pacientes submetidos a raios-X de tórax são maiores que as 59 necessárias, dependendo do local onde realizam tais exames. Ainda que haja variação resultantedas diferentes técnicas de raios-X, muitas delas se devem à baixa qualidade de manutenção e do treinamento precário recebido pelos operadores. Informações oficiais mencionam que em vários estados norte-americanos, de 15% a 50% dos equipamentos inspecionados não estão de acordo com as especificações normalizadas para a segurança do paciente. São exemplos de radiodiagnóstico as radiografias convencionais (produzidas por aparelhos fixos ou portáteis), fluoro cópia (imagem em tempo real), escopias com intensificadores de imagem, exames odontológicos, tomografia computadorizada, etc. # Radioterapia A radioterapia é uma forma de tratamento que faz uso das radiações ionizantes para a destruição de células nocivas ao organismo humano. Para este fim utilizam-se equipamentos geradores de ondas eletromagnéticas ou mesmo substâncias radiativas. São formas de radioterapia a teleterapia, braquiterapia, terapia de contato, terapia intracavitária, terapia intersticial, braquiterapia de alta dose, etc. Teleterapia consiste na terapia a distância, ou seja, a fonte emissora de radiação fica a certa distância do paciente (cerca de um metro). Braquiterapia é aquela realizada a curta distância, ou seja, a fonte emissora de radiação permanece próxima, em contato ou introduzida no organismo humano (intracavitária). Na terapia intersticial, que é uma forma de braquiterapia, a fonte se encontra na ponta de uma sonda ou cateter que é introduzida no organismo por meio de uma pequena incisão cirúrgica. # Medicina Nuclear De modo a produzir imagens dos órgãos do corpo humano e suas estruturas, medicamentos (líquidos ou gasosos) radiativos, como radioisótopos e radiofarmacêuticos, são injetados no corpo humano. Estes medicamentos são tipicamente absorvidos pelos órgãos e a radiação emitida pode ser detectada e localizada. Informações sobre o tamanho e estrutura do tecido, atividade bioquímica dos órgãos podem ser deduzidas e podem levar ao diagnóstico de uma doença. É importante que a meia-vida da medicação nuclear seja curta, de modo a reduzir a carga radiativa 60 para o paciente. No caso de uso de gases radiativos, por precaução, é importante se dispor de um sistema de exaustão cuja tubulação termine em um local distante de pontos de captação de ar para fins de ventilação, de compressão ou mesmo para ar condicionado. Para líquidos, o material que entra em contato com isótopos deve ser descartado e tratado como lixo radiativo. O material do paciente, como urina e fezes, deve ser dispensado no sistema de esgoto sanitário e não há necessidade de preocupação com o suor do mesmo. A radiação por raios-X apresenta riscos à exposição cujos efeitos são sentidos em curto e longo prazo. Embora os seus efeitos variem de pessoa para pessoa, a exposição prolongada pode encurtar a expectativa de vida. A exposição aos raios-X é medida em três diferentes unidades: uma delas mede a quantidade de radiação pela fonte, a outra indica a quantidade de radiação à qual o paciente está exposto e a terceira, a quantidade de radiação recebida pelas pessoas que estão nas proximidades, como técnicos, médicos e enfermeiros. A unidade que mede a radiação emitida pela fonte é o Roentgen, onde a exposição do paciente é medida em termos da dose de radiação absorvida ou rads. O rad é comumente utilizado em radioterapia e, menos frequentemente, em diagnóstico por imagens. Os radiologistas, radioterapeutas e técnicos de raios-X são expostos à radiação enquanto trabalham com os pacientes ou diretamente com os equipamentos. A unidade de medida da dose recebida é denominada de dose equivalente (do inglês, radiation, equivalente man – rem). Desse modo, a avaliação deverá ser efetuada com instrumentação adequada, bem como por meio da participação de profissionais especialmente qualificados para esse fim. No Brasil essa atividade vem sendo desenvolvida, principalmente, por físicos especializados em radioproteção. Controle de Riscos Associados a Radiações: ➢ O Medidor de radiação: instrumento de medição de grandezas associadas à radiação. ➢ O Medidor de contaminação: instrumento utilizado para a medição de contaminação, não projetado sobre o corpo humano. ➢ O Medidor de contaminação de pessoas: instrumento de medição de radiação associado à medição de contaminação externa. ➢ O Monitor de contaminação: medidor de contaminação que também tem a finalidade de fornecer sinais de alerta e alarme em condições específicas. 61 ➢ O Monitor de radiação: medidor de radiação que também tem a finalidade de fornecer sinais de alerta e alarme em condições específicas. ➢ A Monitoração ambiental: medição contínua, periódica ou especial de grandezas radiológicas no meio ambiente, para fins de radioproteção. ➢ A Monitoração de área: avaliação e controle das condições radiológicas das áreas de uma instalação, incluindo medição de grandezas relativas a campos externos de radiação, contaminação de superfície, contaminação atmosférica. ➢ O Supervisor de radioproteção: indivíduo com certificação de qualificação pelo CNEN para supervisionar a aplicação das medidas de radioproteção do Serviço de Radioproteção. Também chamado de Supervisor de Proteção Radiológica. São várias as formas de precaução e controle de radiações nos ambientes de trabalho. As principais são: ➢ As paredes e portas das salas que contêm equipamentos geradores de radiação devem ser revestidas adequadamente com chumbo. ➢ Os indicadores luminosos instalados nos locais de acesso a áreas sujeitas a radiações devem informar se os equipamentos estão em uso ou não. ➢ Os equipamentos de radiação devem ser desligados automaticamente caso ocorra abertura acidental da porta de acesso à área sujeita a radiações. ➢ Os aparelhos devem possuir dispositivos que os desliguem automaticamente após decorrido o tempo de exposição pré-selecionado. ➢ Nenhuma pessoa além do paciente deve ficar na sala de tratamento. ➢ A sala de tratamento deverá possuir formas de abertura também pelo lado interno. ➢ As salas devem dispor de meios de comunicação oral e visual com o paciente. Os vidros empregados deverão ser do tipo plumbíferos. ➢ Alarmes sonoros e visuais devem ser acionados sempre que as doses de radiação previstas forem ultrapassadas (principalmente em áreas que utilizam radioisótopos ou fontes para radioterapia). ➢ Os operadores de equipamentos geradores de radiação devem receber treinamento especializado. ➢ Os operadores devem usar aventais plumbíferos durante as radiografias realizadas fora das salas apropriadas (casos de emergência, no centro cirúrgico, etc.). ➢ Os operadores devem se manter o mais afastado possível do paciente. 62 ➢ Caso não seja possível (escopias), devem usar protetor de tireoide, óculos plumbíferos e luvas apropriadas. ➢ Nos locais de tratamentos com radioisótopos e internação de pacientes, o tratamento de esgoto faz-se necessário. ➢ A manipulação de material radiativo (branquiterapia) deve ser feito com pinças específicas. ➢ Os operadores devem utilizar sempre os dosímetros individuais na parte do corpo mais exposta à radiação. Quando usar avental plumbífero, o dosímetro deve ser colocado conforme orientação do fabricante. Contudo, para fins de ampliar as informações sobre o assunto, recomendase no Apêndice G a relação das Normas Técnicas Gerais de Radioproteção, referidas na Resolução número 6, de 21 de dezembro de 1988, aplicáveis a todas as pessoas físicas, jurídicas, de direito público ou privado, que exerçam atividades no campo da saúde envolvendo instalações radiativas em qualquer ponto do território nacional. Tais normas trazem medidas que visam à defesa dos pacientes, indivíduos profissionalmente expostos a radiações ionizantes e público em geral. # Vibrações Os efeitos danosos das vibraçõespodem acometer pessoas (funcionários e pacientes), as estruturas da edificação, assim também, os equipamentos sensíveis, cujo efeito das vibrações impede o seu funcionamento adequado. A desregulagem de equipamentos está associada ao tráfego intenso de veículos pesados por vias próximas ao local onde o mesmo se encontra instalado. O paciente, por sua vez, pode sentir os efeitos danosos das vibrações quando determinadas técnicas de terapia são empregadas, como, por exemplo, o ultrassom terapêutico e litrotripsia. A estrutura da construção civil está sujeita aos efeitos danosos das vibrações quando são excitadas por vibrações vizinhas provenientes de outras fontes, como: grupos geradores de energia auxiliar, centrais de vácuo, ar comprimido, bombas de recalque de água e tráfego intenso em vias urbanas. De um modo geral, os efeitos danosos das vibrações provocam no corpo humano, entre outros sintomas, o cansaço, dores nos membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles e 63 lesões circulatórias. O reconhecimento dos efeitos nocivos das vibrações no ser humano é possível, analisando-se as atividades do indivíduo e os sintomas que apresenta. Este é o modo mais eficaz de se reconhecer o risco. O efeito das vibrações em estruturas normalmente pode ser percebido por inspeção visual e pelos efeitos que produz (trincas, descolamento de reboco), pela instabilidade de regulagens de equipamentos, bem como pela verificação da existência de fonte geradora de vibrações nas proximidades, como: bombas d’água (de recalque), compressores, grupos de geração de energia elétrica, máquinas de lavanderia. Conforme o Anexo 8 da NR-15 da Portaria 3.214/78, as atividades e operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, às vibrações localizadas ou de corpo inteiro, serão caracterizadas como insalubres, por meio de perícia realizada no local de trabalho. A perícia visando a comprovação ou não da exposição deve tomar por base os limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para a Normalização (ISO), em suas normas ISO 2.631e ISO/DIS 5.349 ou suas substitutas. Constarão obrigatoriamente do laudo de perícia: ➢ O critério adotado; ➢ O instrumental utilizado; ➢ A metodologia de avaliação; ➢ A descrição das condições de trabalho e o tempo de exposição às vibrações; ➢ O resultado da avaliação quantitativa; ➢ Medidas para eliminação e ou neutralização do risco, quando houver. No caso da avaliação de vibrações de máquinas e equipamentos os aparelhos utilizados serão acelerômetros e vibrômetros. As técnicas de controle são variadas e dependem de cada caso, entretanto, de forma geral, são aquelas que empregam meios de isolar ou amortecer as vibrações reconhecidas e avaliadas. # Ruído A ocorrência da perda auditiva depende de fatores ligados ao hospedeiro, ao 64 meio ambiente e ao próprio agente. Dentre outras características do agente, importantes para o aparecimento de doenças, destacam-se a intensidade (nível de pressão sonora), o tipo (contínuo, intermitente ou de impacto), a duração (tempo de exposição a cada tipo de agente) e a qualidade (frequência dos sons que compõe o ruído em análise). O ruído pode trazer sérias perturbações funcionais ao organismo, afetando o sistema nervoso; aparelho digestivo e circulatório, proporcionando desconforto e fadiga e afetando na produtividade do profissional. As consequências mais imediatas são: redução transitória da acuidade auditiva, que ocorre nos casos de exposição a níveis de ruídos variando entre 90 a 120 dB, durante períodos de tempo relativamente curtos (minutos, horas ou dias). Surdez profissional em casos de exposição relativamente prolongada (meses ou anos) de indivíduos suscetíveis a ruídos intensos (90 a 120 dB). Mesmo em exposições mais curtas a ruídos excessivamente intensos (principalmente de impacto ou impulsivo) pode ocorrer perda progressiva da audição, em geral irreversível. Elevados níveis de ruído podem ser encontrados no ambiente hospitalar, nas centrais de compreensão de ar e geração de vácuo, nas oficinas de manutenção (uso do ar comprimido, lixadeiras, esmeril e outros equipamentos), nas marcenarias (uso de serra circular, desempenadeiras, etc.) e nas centrais de geração de energia elétrica auxiliar. Também nas lavanderias, devido à grande quantidade de máquinas, encontram- se elevados níveis de ruído. Esses níveis são bastante acentuados quando falta a manutenção necessária (máquinas de lavar e centrífugas desbalanceadas, com partes frouxas, etc.). Ruídos de menor intensidade, porém incômodos, podem ocorrer até nas unidades de tratamento intensivo, pela presença dos variados tipos de alarmes sonoros integrados aos modernos equipamentos. Há que se considerar as impressoras matriciais utilizadas no Centro de Processamento de Dados (CPD), que dependendo da quantidade e do tempo que permanecem em processo de impressão, podem exigir isolamento acústico. Contudo, poucos profissionais ou pacientes no hospital estão expostos a níveis suficientemente altos que possibilitem a perda auditiva. Os níveis de ruído máximos permissíveis são legalmente estipulados pela NR-15 da Portaria nº 3.214/78. Estes níveis são determinados em função da intensidade do ruído no ambiente de trabalho e do tempo que o funcionário fica exposto a ele. 65 A avaliação ambiental deve ser feita utilizando-se um "decibelímetro" (medidor de pressão sonora). O instrumento deverá ser posicionado de modo a receber o ruído que atinge o ouvido do trabalhador. Uma vez que a surdez causada pelo ruído ambiental é irreversível, ou seja, permanece no nível em que se instalou, faz-se necessário o uso de rígidas medidas de controle. Essas medidas são divididas em controle técnico (engenharia) e controle aplicado ao homem: ➢ Controle de engenharia: São basicamente três as medidas de controle aplicadas ao ambiente de trabalho; a redução do ruído na fonte, modificação da metodologia de produção para outra mais silenciosa e a redução ou prevenção da propagação. ➢ Controle aplicado sobre o homem: São medidas que se aplicam sobre as pessoas. Redução do tempo de exposição do trabalhador ao ruído, em conformidade com a legislação vigente. Uso de equipamentos de proteção individual (EPI) nos casos em que o ruído não possa ser controlado. O controle médico visando prevenir a ocorrência de surdez profissional ou a progressão da perda já detectada. Realizado por meio da avaliação das respostas do ouvido humano a determinados estímulos, denominada de audiometria. RISCOS QUÍMICOS NO AMBIENTE HOSPITALAR Os produtos químicos são largamente utilizados em hospitais com diversas finalidades, como agentes de limpeza, desinfecção e esterilização (quartenários de amônio, glutaraldeído, óxido de etileno, etc.). São empregados também como soluções medicamentosas (drogas quimioterápicas, psicotrópicos, gases medicinais, etc.). Podem ser utilizados como produtos de manutenção de equipamentos e instalações (óleo diesel, graxas, óleos lubrificantes, colas, solventes, mercúrio, etc.). O vasto número de produtos químicos utilizados impede que se discorra sobre todos eles em um manual deste tipo. Entretanto, o reconhecimento deve ser feito de acordo com a característica de cada instituição hospitalar. O SESMT do hospital deverá possuir a ficha de segurança de cada produto que entra no hospital, sendo obtido por meio de exigências e avaliações feitas antes da opção de compra. Deste modo, todos os produtos químicos e seus riscos podem ser conhecidos pelos profissionais da área de segurança, permitindo que adequadas medidas 66 de controle possam ser adotadas. A avaliação do risco químico pode ser feita no ambiente e com o próprio trabalhador.As avaliações aplicadas ao ambiente são aquelas que medem a concentração do gerador do risco químico no mesmo e verificam se as medidas de controle adotadas no ambiente são eficazes com relação à finalidade a que se destina. Da mesma forma, analisam o comportamento físico-químico do produto em relação às condições ambientais. As avaliações aplicadas ao trabalhador são complementares e verificam, por meio de exame de fluídos corpóreos, a susceptibilidade do indivíduo ao produto. São medidas de controle que visam educar e treinar o trabalhador para as atividades necessárias ao serviço. Essas medidas envolvem a proteção do trabalhador pelo uso de EPI; o controle de sua saúde por meio de exames médicos periódicos; e a limitação do tempo de exposição do trabalhador à fonte do risco. São medidas empregadas ao ambiente de trabalho a substituição do produto tóxico ou nocivo, a mudança do processo ou o encerramento da operação, o uso de ventilação geral exaustora ou diluidora, a concepção adequada do projeto e a manutenção das medidas de controle adotadas. Práticas de Controle de Riscos Químicos em Locais e Tipos de Serviços Hospitalares # Esterilização: Os processos químicos de esterilização são abundantemente usados nos hospitais. Pode-se fazer o uso de gases ou líquidos, sendo que ambos os casos podem ser prejudiciais à saúde. O controle de riscos químicos associados a assuntos de esterilização referem-se a pacientes e funcionários. A esterilização a gás, a mais difundida no Brasil, utiliza o óxido de etileno e suas misturas diluídas. A Portaria Interministerial nº 1.510, de 28 de dezembro de 1990, do Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e Previdência Social, trata do assunto. Entretanto, tal legislação nada menciona sobre o uso de outros gases como óxido de propileno, formaldeído, beta-propilactona, ozônio, peróxido de hidrogênio, na fase de vapor, plasma gasoso e outros processos em fase de desenvolvimento. As formas de controle dos riscos para trabalhadores de centro de material esterilizável no Brasil são tratadas pela Portaria Interministerial 1.510, de 28/12/1990. 67 # Quimioterapia: Os produtos químicos empregados nos tratamentos quimioterápicos são ministrados ao paciente com finalidades específicas. Seu objetivo principal é inibir o crescimento de tumores malignos (células cancerígenas). Por analogia às drogas bacteriostáticas (que detém o crescimento dos germes), são denominadas de citostáticos, pois de têm o crescimento de células. A aplicação inadequada dessas substâncias (citostáticos ou citotóxicos) pode trazer sérias consequências aos pacientes e mesmo aos funcionários que executam esse tipo de serviço. # A recepção e armazenamento: Deverá ser realizada por pessoal com conhecimento dos riscos inerentes aos mesmos; devendo ser feito o uso de etiquetas que indiquem o conteúdo das embalagens, tal como "Contém Medicamento Citostático". # Local de Armazenamento: Deverá ser tal que evite a queda e ruptura dos recipientes, não esquecendo que tais medicamentos podem necessitar de condições especiais de armazenamento; pois são medicamentos de alto custo e têm vida útil limitada. Funcionários responsáveis pelo armazenamento dos medicamentos devem ter conhecimento dos procedimentos a serem tomados em caso de ruptura dos frascos: ➢ O material do vestuário deve ser impermeável; durante a manipulação de quimioterápicos devem-se usar luvas e avental de manga comprida, pois o contato de quimioterápicos com a pele pode causar queimaduras; ➢ Devido ao risco de lesão da córnea, o uso de óculos de proteção individual é sempre recomendado; ➢ As luvas a serem utilizadas não devem ser permeáveis aos citostáticos, entretanto na impossibilidade de realizar testes eficazes, pode-se fazer o uso de luvas de látex (as luvas de cloreto polivinila – PVC têm maior resistência, porém proporcionam menor sensação de tato). Neste caso, devem ser trocadas a cada 30 minutos, tempo a 68 partir do qual a proteção diminui; mesmo assim deverão ser trocadas cada vez que se produza contato com o medicamento. O uso de máscaras também se faz indispensável, pois têm o objetivo de prevenir a inalação ou ingestão de aerossóis na fase do manejo. Obviamente que o manuseio correto de citostáticos não permitirá a formação de aerossol, principalmente se o uso obrigatório de Cabines de Fluxo Laminar Vertical, Classe II, Tipo B, for feito; e quando não se dispuser de Cabine de Fluxo Laminar, o uso de máscaras é obrigatório, e sua seleção deverá ser feita de modo a obter a maior capacidade de retenção de citostáticos e proporcionar conforto ao usuário. # Material utilizado nas preparações O material utilizado no preparo da medicação (tais como máscaras, frascos, agulhas, seringas, luvas, etc.) deve ser recolhido em um recipiente, com tampa, provido de dupla bolsa de material plástico suficientemente consistente, que deve estar presente nas unidades de enfermaria. As bolsas plásticas devem ser seladas e etiquetadas segundo a norma do hospital, desde que indiquem o risco potencial existente. As técnicas de processamento destes materiais podem ser: ➢ Incineração: a uma temperatura não inferior a 1000ºC, pois em temperaturas inferiores as moléculas não são destruídas; ➢ Aterro: em um lugar destinado especificamente para este fim e seguindo a legislação vigente. # Excretas A maior parte dos medicamentos citostáticos é excretada como tais ou em forma de metabólicos ativos, fundamentalmente em urina e fezes. Nesse sentido deve-se evitar a manipulação indiscriminada; utilizar vestuário adequado, o mesmo utilizado na preparação da dose; evitar procedimentos que contaminem o ambiente. 69 # Medidas frente a uma contaminação ➢ Em caso de contaminação direta do manipulador com o medicamento, lavar imediatamente a zona afetada com água e sabão por um tempo mínimo de 10 minutos; ➢ Se o contato for feito com os olhos, lavar imediatamente com água abundante, durante ao menos 15 minutos, utilizando-se para isso um lavaolhos que, obrigatoriamente, deve existir no local de trabalho. ➢ A seguir, procurar um oftalmologista, levando consigo o maior número de informações sobre o produto; ➢ Se as luvas ou roupas forem contaminadas, deve-se trocá-las imediatamente; ➢ Diante de uma contaminação ambiental (ruptura, derrame, etc.), o pessoal responsável pela higiene se vestirá com avental, máscara e luvas de PVC (uma vez que proporcionam maior proteção que as de látex) e se o produto for suscetível de ser neutralizado, a solução específica deverá ser utilizada. Com o uso de panos absorventes, limpará cuidadosamente a área contaminada seguindo-se de limpeza com água e detergente. ➢ O material utilizado sofrerá o mesmo tratamento daquele utilizado nas preparações de medicamentos; # Farmácia Os agentes químicos produtores de risco formam um grande grupo, o que torna impossível relacioná-los em um manual deste porte. Entretanto, os laboratórios de manipulação devem ser adequadamente construídos, visando minimizar os riscos destes produtos para o ser humano e para as instalações. O emprego de cabine de fluxo laminar é um dos equipamentos indispensáveis para esse tipo de trabalho; devem ser de escoamento vertical, classe II e tipo B. O SESMT, dentro de suas atribuições, deve avaliar os riscos existentes no local de trabalho. A farmácia, como parte de suas atividades, trabalha frente às operações de AEMTM (Armazenamento, Estocagem, Manuseio e Transporte de Materiais), porém estocar e administrar um almoxarifado de medicamentos não é como estocar alimentos. O alimento estragado, na maioria das vezes, é facilmente identificável, mas no 70 caso dos medicamentos, a realidade é outra, se elestêm o seu estado normal alterado, tornam-se inativos ou nocivos à saúde, e o que é pior, são de difícil reconhecimento. Assim sendo, o manuseio de medicamentos pode significar a diferença entre saúde e doença, e em casos extremos, entre a vida e a morte. Segurança quanto aos medicamentos: ➢ Descartar medicamentos e psicotrópicos quando vencidos; não reutilizar; ➢ Não reutilizar antibióticos; descarte em aterros sanitários, minimizando seus efeitos no meio ambiente; ➢ Instalar equipamento contra incêndio e treinar o pessoal; ➢ Comunicar à CIPA e ao SESMT os riscos que você conhece dentro do seu ambiente de trabalho; ➢ Realizar a inspeção no almoxarifado, utilizando para isso o roteiro de referência. ➢ O mais importante é ter certeza que o SESMT do hospital tenha todas as informações pertinentes aos produtos e atividades a serem desenvolvidas na farmácia. # Manutenção O serviço de manutenção faz uso frequente de agentes químicos em suas atividades, tais como: ➢ Sabões e detergentes: nos sabões temos a presença preponderante de álcalis (hidróxido de sódio ou de potássio), ácidos graxos, perfumes, corantes, abrasivos, agentes germicidas (fenol, cresol, timol, iodeto de mercúrio, hexaclorofeno, etc.); ➢ Solventes e plastificantes: os solventes representam um grupo muito conhecido e perigoso. Os principais são o benzeno, acetona, formaldeído, derivados de glicóis, chumbo e outros; ➢ Tintas e vernizes: são utilizados pigmentos inorgânicos, na maioria metálicos (titânio, chumbo, zinco, cromatos, cádmio, ferro, etc.) e os orgânicos (derivados de naftilamina, betanaftol, toluidina, etc.). Também são utilizados endurecedores, secantes, emulsificantes, plastificantes, fungicidas, antioxidantes, etc.); ➢ Derivados de petróleo e óleos: entre eles citamos os derivados aromáticos (benzeno, tolueno e xileno), os alifáticos (etileno, butileno, acetileno e 71 propileno). Os óleos de corte e lubrificantes recebem aditivos como antioxidantes, anticorrosivos e modificadores de viscosidade, os quais são na realidade os causadores de sensibilização da pele, podendo ser solúveis e insolúveis, naturais e ou sintéticos; ➢ Resinas e plásticos: as resinas naturais (lacas) têm sido utilizadas em menor escala, sendo que as sintéticas têm seu poder sensibilizante cada vez menor. As resinas causadoras de dermatites de contato são as epóxi e fenolformaldeídicas. ➢ De um modo geral, os agentes químicos mais manipulados pela manutenção são os gases medicinais e esterilizantes, gasolina, querosene, aguarrás, thinner, óleo diesel, óleos lubrificantes diversos, álcool, benzina e outros mais específicos. ➢ O risco inerente dependerá da atividade adotada pelo serviço de manutenção do hospital. Cabe ao SESMT determinar a medida de proteção adequada a cada caso, visando proteger, principalmente, o contato direto com a pele e as vias respiratórias. RISCOS BIOLÓGICOS NO AMBIENTE HOSPITALAR O risco biológico é intensivamente encontrado no ambiente hospitalar, tendo como predominante a necessidade de proteção contra um risco biológico. Existem normas e classificações que regem os níveis de contenção adequados para os seus manuseios, entretanto as instituições devem possuir meios de tratar novos riscos, o que deve ser efetuado pelo SESMT e pelos profissionais da área. A implementação de novas técnicas de segurança deve ser adotada sempre que as medidas existentes se mostrarem ineficazes. # Laboratório de análises clínicas É apresentado a seguir um conjunto de recomendações gerais, para servirem como guia de manipulação em laboratório de análises clínicas. Estas orientações foram estabelecidas em acordo com o NIH – National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde), CDC – Centers for Desease Control (Centros para Controle de Doenças), o NCCLS – National Committee for Clinical Laboratory Standards (Comitê Nacional para Normas de Laboratórios Clínicos) e Laboratory Safety Manual – WHO – World Health Organization. As maiores fontes de contaminação são o contato mão-boca, o contato mãoolho, 72 os cortes e feridas superficiais na pele exposta e a perfuração cutânea. Para prevenir contaminação acidental por riscos biológicos, devem ser observadas as seguintes orientações: • Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com fluidos corpóreos (soro, plasma, urina, ou sangue total); • Usar protetor facial, como óculos de segurança, principalmente quando houver possibilidade de espirros de fluidos; • Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o risco biológico for reconhecido; • Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada; • Minimizar a formação de aerossóis durante as manipulações laboratoriais; • Evitar o contato das mãos com a face; • Não comer, beber ou aplicar cosméticos na área do laboratório; • Não pipetar qualquer líquido, incluindo água, através da boca; • Não permitir o contato de ferramentas ou qualquer peça de laboratório com a boca; • Não usar pias de laboratórios para lavar as mãos ou outras atividades de higiene pessoal; • Seguir os protocolos de biossegurança para o laboratório e para o depósito de materiais contaminados; • Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas, sempre que necessário; • Manter os frascos que contêm material infectante fechados, toda vez que não estiverem em uso; • Não levar luvas para áreas externas do laboratório e lavar as mãos quando sair do laboratório; • Especial atenção deve ser dada ao uso de centrífugas que, manuseadas erroneamente, produzem partículas respiráveis e podem ser ejetadas durante o uso do equipamento, devendo ser operadas de acordo com as instruções do fabricante; • Deve-se tomar cuidado especial durante a abertura de ampolas contendo material seco e resfriado. Esses materiais são condicionados a vácuo e, ao abrirem, 73 produzem um influxo de ar que poderá ser suficiente para dispersálos na atmosfera, devendo ser aberto em cabine apropriada; Todo laboratório deve elaborar um plano de procedimentos de emergência e utilizá-lo adequadamente quando necessário. Esse plano deve conter informações referentes a: avaliação do biorrisco, gerenciamento e descontaminação para cada acidente possível, tratamento médico de emergência para o pessoal lesado, levantamento médico e acompanhamento clínico do pessoal exposto e investigação epidemiológica. Dentre outros tipos de acidentes devem ser incluídos nos planos o seguinte: quebra de recipiente com material em cultura; infecção acidental por injeção, corte e abrasão, ingestão acidental de material contaminados no interior de centrífuga, fogo, vandalismo, equipamento de emergência, serviços de emergência para contatos externos ao laboratório, etc. Os profissionais da área devem ter plena consciência da segurança em seu local de trabalho. # Higiene hospitalar O setor de higiene hospitalar, por intermédio de suas atividades, é bastante exposto aos riscos biológicos. Muito comuns são os acidentes com materiais perfurocortantes ou cortocontusos (contaminados) encontrados displicentemente depositados em recipientes inadequados, ou seja, sem resistência mecânica suficiente para impedir acidentes. Assim sendo, a coleta de lixo no ambiente hospitalar deve ser seletiva, pois deste modo será possível definir quais os recipientes que deverão ser utilizados para coleta de resíduos. Tais procedimentos são necessários, pois além de promover a segurança dos trabalhadores, proporcionará redução de custos envolvidos no tratamento de resíduos hospitalares. Esta prática só terá validade se acompanhada por um programa de educação continuada, visando treinar, principalmente os novos funcionários da instituição hospitalar no modo correto dese descartar o lixo. Encontram-se agulhas hipodérmicas, agulhas de sutura, lâminas de bisturi e outros materiais como pinos e parafusos acondicionados em sacos de pano destinados ao transporte de roupas cirúrgicas contaminadas para a lavanderia hospitalar. 74 Devido à possibilidade de acidente, a velocidade de produção deste setor é diminuída, e o que é mais grave, aumenta o número de acidentes entre o pessoal que desenvolve atividades nas áreas contaminadas deste setor, principalmente quando desembalam os artigos a serem lavados. RISCOS MECÂNICOS Vários estudos têm demonstrado os acidentes de natureza mecânica que ocorrem com pacientes (escorregões e quedas quando tentam fazer uso de sanitários e durante o banho), quando se movimentam em macas cujo centro de gravidade foi inadequadamente dimensionado e mesmo com funcionários que, na tentativa de movimentar ou posicionar pacientes, passam a sofrer de problemas relativos à coluna vertebral. A maioria das ações legais que representaram custos para os hospitais são por motivos de quedas; escorregões crianças lesadas por ficarem presas às grades de berços; quedas de crianças das incubadoras; quedas de suporte de soro sobre os pacientes; lesões associadas a procedimentos de anestesia (como quebra de dentes e cordas vocais durante a intubação de pacientes). O USO DA ELETRICIDADE NO AMBIENTE HOSPITALAR No ambiente hospitalar a energia sob forma de eletricidade é fonte de vida. São vários os equipamentos que têm esta finalidade: centrais de ar comprimido e oxigênio medicinal, aparelhos de suporte ventilatório, lâmpadas cirúrgicas, bombas para infusão de drogas e medicamentos, centrais de geração de energia auxiliar e outros. Entretanto, o mau uso e a manutenção deficiente nos sistemas elétricos podem trazer consequências desastrosas para os funcionários, visitantes e pacientes, até mesmo à própria instituição hospitalar. Neste sentido, a compreensão dos assuntos referentes ao bom uso da eletricidade é necessária aos profissionais do ambiente hospitalar, sendo justificável um programa de reciclagem e treinamento para uso de eletricidade. 75 # Requisitos no setor de manutenção ➢ Deve ser verificado se estão disponíveis no hospital os óculos e luvas de proteção individual com isolamento elétrico adequado para os valores de tensão elétrica empregados no hospital; ➢ Verificar se os sapatos dos eletricistas são do tipo sem ilhós metálico e com biqueira de plástico resistente; ➢ Programas de treinamento em primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória, bem como programas de reciclagem; ➢ O fio terra como parte dos circuitos elétricos e nos cabos de alimentação de equipamentos e instrumentos; ➢ Os dispositivos de proteção, como disjuntores, fusíveis, relés térmicos e outros, indispensáveis a determinados tipos de instalação; ➢ Ferramentas adequadas para as necessidades de trabalho; ➢ Material técnico essencial para a realização de reparos de urgência, como plantas elétricas de força e luz, fusíveis e disjuntores reservas; ➢ Etiquetas de identificação pessoal para serviços em eletricidade. # Distribuição de energia ➢ Aterramento elétrico de todos os quadros de distribuição; a identificação dos circuitos elétricos de modo a facilitar seu manuseio; ➢ Espelhos protetores que evitem o contato com condutores de eletricidade; ➢ Partes aquecidas dentro do painel, o que indica a existência de mau contato elétrico. # Geração de energia auxiliar ➢ Painel de transferência automático, responsável pela entrada automática do grupo de geração de energia elétrica auxiliar em caso de interrupção do fornecimento normal. O tempo de transferência deve ser menor que 10 (dez) segundos; ➢ Bacia de contenção ao redor do tanque de combustível e se a mesma está aterrada; ➢ Controle do nível do reservatório de combustível; ➢ Painel de controle de frequência e tensão gerada pelo grupo, com indicação da temperatura da água de refrigeração e da pressão do óleo; 76 ➢ Manuais de operação da unidade. # Centrais de ar condicionado e ar refrigerado Os sistemas de refrigeração, ventilação, exaustão e ar condicionado para uso hospitalar visam à proteção e o conforto dos pacientes e funcionários. Cumpre lembrar que: ➢ Ambientes refrigerados são diferentes dos ambientes que empregam ar condicionado. Os primeiros, por não controlarem a umidade, fazem com que o ar ambiente se torne seco, causando sensação de desconforto para os usuários; ➢ Em ambientes como UTI, onde os pacientes podem passar longos períodos de tempo, deve-se empregar o ar condicionado. A umidade do ar deve ser mantida em níveis favoráveis à manutenção das perdas de líquidos, via transpiração e respiração. Em ambientes onde exista grande probabilidade de contaminação por vias respiratórias, o ar tratado termicamente (frio ou quente) não deve ser reaproveitado diretamente. Em outras palavras, a massa de ar envolvida não deve ser reutilizada. Em áreas menos críticas pode-se usar a recirculação de ar. # O choque elétrico O choque elétrico é uma resposta fisiológica indesejável e desnecessária à passagem de corrente elétrica através do corpo humano. Os efeitos do choque elétrico produzidos no corpo humano podem ser divididos nos seguintes fenômenos patofisiológicos críticos: a tetanização, parada respiratória, queimaduras e fibrilação ventricular. A tetanização é caracterizada pelo descontrole muscular causado pela interferência que a corrente do choque elétrico produz nas correntes elétricas de controle do corpo humano. Quando ocorre a tetanização, o acidentado pode perder o controle de membros ou órgãos do corpo, independentemente da consciência ou vontade. Na parada respiratória ocorre contração violenta dos músculos peitorais, fazendo com que a atividade dos pulmões seja bloqueada, e consequentemente ocorre perda da função vital da respiração, sendo uma situação de emergência. As queimaduras ocorrem devido à liberação de energia térmica pelo corpo humano, quando da passagem de 77 corrente elétrica pelo mesmo (efeito Joule). São críticas nos pontos de entrada e saída da corrente elétrica do corpo humano, em razão da maior resistência dessa corrente provocada pela pele, manifestam-se como queimaduras profundas e de cura mais difícil, e dependendo da intensidade, podem ocasionar a morte. A fibrilação ventricular ocorre quando uma corrente elétrica de fonte externa passa pelo miocárdio (coração). Os impulsos periódicos que em situação normal regulam as contrações e expansões do coração são alterados pela ação da corrente elétrica. O coração vibra desordenadamente, perde o compasso e sua função de bombear o sangue através do corpo humano e o indivíduo é levado a óbito por falta de oxigenação cerebral. A ocorrência de fibrilação ventricular depende de quatro fatores principais: o percurso da corrente elétrica pelo corpo humano; a intensidade da corrente que circula; o tempo de duração do choque e a frequência com que a corrente se propaga. A fibrilação ventricular é um caso crítico, mas reversível, sendo um fenômeno que se mantém mesmo quando a corrente que a originou cessa. Pode ser anulada por meio do uso do equipamento chamado de "desfibrilador" (DEA), disponível em todos os hospitais e prontos socorros. # O Macro e Microchoque Os riscos de choque elétrico estão presentes em todas as áreas do ambiente hospitalar, inclusive naquelas destinadas a pacientes, sendo necessário um método de controle de riscos mais eficiente. Muitas vezes os pacientes, em áreas de tratamento intensivo, estão sem sentidos e não podem demonstrar reações a determinados valores de corrente elétrica. O mesmo pode ocorrer em salas cirúrgicas ou sob qualquer forma de monitoração cardíaca,de caráter invasivo ou não. Para diferenciar os riscos a que pacientes e funcionários estão sujeitos com relação ao choque elétrico, algumas definições são: ➢ Macrochoque: É a resposta fisiológica indesejada à passagem de corrente elétrica por meio da superfície do corpo humano, que produz estímulos desnecessários e indesejados, contrações musculares ou lesões dos tecidos. De outro modo, é aquele 78 relacionado aos contatos elétricos estabelecidos externamente com o corpo humano, estando a pele íntegra, podendo atingir tanto o paciente quanto o pessoal médico. ➢ Microchoque: É a resposta fisiológica indesejada à passagem de corrente elétrica por meio da superfície do coração, a qual produz estímulos desnecessários e indesejados, contrações musculares ou lesão dos tecidos. De outro modo, é classificado como devido aos contatos elétricos provocados dentro do organismo, por meio de cateteres ou eletrodos aplicados no coração ou próximo dele. # Controle de riscos elétricos A compreensão do choque elétrico é importante para todos aqueles que trabalham com ou próximos de equipamentos elétricos. Pacientes e funcionários que lidam diretamente com equipamentos do hospital são especialmente susceptíveis ao choque elétrico, pois são obrigados a manter contato com a carcaça (chassis) do mesmo. Medidas de controle devem ser tomadas para minimizar todos os riscos de acidente por choque elétrico no ambiente hospitalar, sendo estes: • Aterramento; • Todos os recintos para fins médicos devem possuir um condutor de aterramento para proteção (identificado pela cor verde ou verde-amarela), conectado de forma permanente nas tomadas, sendo que a tensão de contato convencional é limitada a 25 V em corrente alternada; • Aterramento do sistema de distribuição de energia elétrica; • Sistema de aquecimento central; • Cada recinto para fins médicos ou conjunto de salas médicas deve possuir sua própria barra de distribuição do condutor de proteção, localizada no quadro de distribuição de energia; • A impedância entre tal barramento e cada terminal de terra nas tomadas, não deve ultrapassar 0,2 ohm. # Treinamento Os funcionários que mantêm contato rotineiro com eletricidade em áreas de cuidados com os pacientes, deverão ser instruídos acerca dos riscos elétricos presentes. Devendo ser realizado durante o período de integração do novo funcionário ao ambiente de trabalho periodicamente (reciclagem). Pessoal de cuidados intensivos deverá receber 79 instruções especiais em segurança elétrica, inclusive sobre primeiros socorros. # Manuseio e armazenagem e uso de cilindros de gases Devido à larga utilização de gases no ambiente hospitalar, muitos riscos são associados a esta atividade. A eliminação e controle destes riscos dependem fundamentalmente de medidas simples e fáceis de executar. O treinamento é o principal fator proporcionador de segurança, tanto para o funcionário como para o paciente. O manuseio seguro de cilindros ou instalações centralizadas de gases medicinais pode ser a diferença entre a vida e a morte de pacientes. # Manuseio ➢ Oxigênio e óxido nitroso são poderosos oxidantes, alimentam fortemente a reação de combustão, portanto, não se deve permitir o contato de óleos, graxas e outras substâncias combustíveis com válvulas, reguladores, manômetros e conexões. ➢ Não se deve manusear cilindros com as mãos ou luvas contaminadas com graxa ou óleo; ➢ Não utilizar oxigênio como forma de substituir o ar comprimido em sistemas pneumáticos, pois esta prática, além de ser extremamente perigosa, representa um alto custo para o hospital, pois utiliza um gás medicinal para realizar uma função pneumática. Este tipo de uso se refere à movimentação do fole de aparelhos de anestesia ou aparelhos de suporte ventilatório, gerando um consumo médio de 15 litros por minuto; ➢ Quando pequenos cilindros são preenchidos com gás proveniente de cilindros maiores (com gás à alta pressão), ocorre rápida recompressão. Além de perigosa e ilegal, esta recompressão no cilindro pequeno causa elevação de temperatura, podendo resultar em explosão; ➢ Cilindros usados para um tipo de gás podem ser carregados acidentalmente com gás de outro tipo, o que pode ocasionar sérios acidentes. Quando se mistura ciclo-propano com oxigênio ou óxido nitroso, a mistura resultante é altamente explosiva; ➢ As características dos cilindros não devem ser removidas (decalques, adesivos, etiquetas ou marcas), pois fornecem informações fundamentais para diversos profissionais dentro de o ambiente hospitalar; 80 ➢ As cores dos cilindros não devem ser alteradas. As cores padronizadas identificam seu conteúdo; ➢ Cilindros sem identificação ou com identificação duvidosa devem ser devolvidos ao fabricante; ➢ Os cilindros devem ser mantidos distantes de chamas, fagulhas ou outras fontes de calor; ➢ Equipamentos específicos para cada tipo de gás devem se usados; ➢ O cilindro deve estar sempre acorrentado; ➢ Somente ferramentas e equipamentos adequados devem ser usados para abrir as válvulas dos cilindros. # Armazenagem ➢ Os cilindros devem ser armazenados em locais secos, limpos e bem ventilados. É recomendado um ambiente à prova de explosão; ➢ O piso deve ser condutivo para gases inflamáveis, evitando acúmulo de eletricidade estática; ➢ A ventilação forçada deve ser usada para evitar que o gás proveniente de vazamentos se acumule no ambiente; ➢ Os cilindros não devem ser armazenados em salas de cirurgia, corredores, áreas de tráfego intenso ou em locais que possam sofrer choques e quedas. O uso de Informações como: ➢ "REMOVA PARA UM LOCAL DISTANTE DO CALOR EM CASO DE INCÊNDIO"; ➢ “NÃO FUME"; ➢ "NÃO USE GRAXA OU ÓLEO"; ➢ "NÃO ARMAZENAR JUNTO COM MATERIAIS COMBUSTÍVEIS" ➢ Devem ser fixadas na área onde os cilindros serão armazenados; ➢ Os cilindros que contenham gases oxidantes, como oxigênio e óxido nitroso, não devem, em hipótese alguma, ser armazenados no mesmo ambiente de cilindros que contenham gases inflamáveis; ➢ A mistura destes gases pode ser facilmente incendiada; 81 ➢ Os cilindros que contenham dióxido de carbono devem ser armazenados juntamente com os cilindros de gases inflamáveis, pois o dióxido de carbono é um agente extintor de fogo; ➢ Os cilindros com defeito ou com suspeita de funcionamento impróprio devem ser marcados e devolvidos ao distribuidor. # Movimentação A movimentação de cargas deve respeitar as seguintes regras: ➢ Usar equipamentos especiais para o transporte de cilindros; ➢ Manter o cilindro acorrentado durante o transporte; Evitar choques mecânicos de qualquer espécie, inclusive de um cilindro contra outros; ➢ Não arrastar o cilindro. CRIOGENIA O termo criogenia se refere a baixas temperaturas e em hospitais alude a gases liquefeitos como oxigênio e óxido nitroso, que são largamente utilizados em virtude de ocuparem um menor volume no armazenamento e uma maior quantidade de produto. Por estarem na forma líquida, devem ser mantidos a baixíssimas temperaturas, sendo normalmente a -196ºC. Os cuidados necessários com operações em criogenia são apresentados no Apêndice B. Sistemas de Redução de Pressão e Distribuição de Gases Medicinais Gases medicinais são fornecidos a hospitais em reservatórios cuja pressão interna é variável. # Pressões de Gases Medicinais ➢ GÁS PRESSÃO (kgf/cm) ➢ OXIGÊNIO LÍQUIDO 17A 4 ➢ OXIGÊNIO GASOSO, NITROGÊNIO 200 A 155 ➢ AR COMPRIMIDO MEDICINAL 155 ➢ ÓXIDO NITROSO (PROTÓXIDO DE AZOTO) 50 82 ➢ ÓXIDO NITROSO MISTURA 12% PESO 4 ➢ ÓXIDO NITROSO MISTURA 10% PESO 52 ➢ HÉLIO 203 A 154 ➢ DIÓXIDO DE CARBONO 58 MISTURAS ESPECIAIS PARA ANÁLISE SANGUÍNEA 185 A 150 ➢ MISTURAS ESPECIAIS PARA LASER185 A 155 ➢ MISTURAS ANAERÓBICAS 168 A 42 ➢ MISTURAS ESPECIAIS PARA DIFUSÃO PULMONAR 140 a 125 As variações dos valores de pressão dos gases estão relacionadas, principalmente, com o volume do recipiente que os contém. Esses valores de pressão nem sempre são compatíveis com as pressões de trabalho dos equipamentos ou sistemas que deles fazem uso (respiradores, equipamentos de anestesia). Existem também equipamentos cujo consumo é mais elevado, como as lavadoras extratoras e calandras (lavanderia hospitalar), que fazem uso de ar comprimido industrial em valores de pressão superiores. As pressões devem ser reduzidas fazendo uso de válvulas reguladoras de pressão, para controlar a pressão dentro dos limites de uso seguro. Todo o sistema que trabalhe com altas pressões deve possuir um dispositivo que permita em caso de aumento da pressão interna do interior deste, um sistema de alívio para a atmosfera – válvula de segurança ou disco fusível. Testes periódicos devem ser realizados no sentido de se determinar vazamentos, entupimentos de válvulas e saídas, capacidades de fornecimento do gás no ponto (vazão) e pressões nas saídas, devendo ainda ser determinado o grau de impurezas nestes gases. PLANOS DE EMERGÊNCIA NO AMBIENTE HOSPITALAR Acidente no ambiente hospitalar envolve os profissionais da área da saúde como também pacientes, visitantes, instalações e equipamentos. Na maioria das vezes os acidentes acarretam vários tipos de prejuízos, alguns dão origem a ações legais movidas entre os envolvidos. Esses fatos têm ocorrido e sendo registrado com frequência em países desenvolvidos. O principal objetivo de um hospital é a prestação de serviços na área da saúde, com qualidade, eficiência e eficácia. 83 ➢ Qualidade: Aplicação apropriada do conhecimento disponível, bem como da tecnologia, no cuidado da saúde. Denota um grande espectro de características desejáveis de cuidados, incluindo eficácia, eficiência, efetividade, equidade, aceitabilidade, acessibilidade, adequação e qualidade técnico-científica. ➢ Eficácia: A habilidade do cuidado, no seu máximo, para incrementar saúde. ➢ Eficiência: A habilidade de obter o máximo de saúde com um mínimo custo. ➢ Efetividade: O grau no qual a atenção à saúde é realizada. Isso não pode ser alcançado sem a administração efetiva de um programa de prevenção de acidentes que proporcione condições ambientais seguras para o paciente e para os profissionais que aí desenvolvem suas atividades de trabalho. O hospital deve desenvolver continuamente essa política, assegurando que gerentes e funcionários estejam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e acidentes. Devem promover e reforçar práticas seguras de trabalho e proporcionar ambientes livres de riscos, em acordo com as obrigatoriedades das legislações municipais, estaduais e federais. A complexidade dos temas que envolvem a segurança no ambiente hospitalar exige um tratamento multiprofissional, tanto para a tomada de decisões técnicas, como para as administrativas, econômicas e operacionais. Os gestores devem analisar os seguintes aspectos: • As obrigações legais referentes à segurança do trabalho estão sendo cumpridas? • Estão resultando em níveis de segurança aceitáveis? • Os profissionais da área clínica estão utilizando equipamentos tecnologicamente compatíveis com a demanda? Sabem operá-los adequadamente? • Existem no hospital programas de treinamento e reciclagem adequados para uso da tecnologia médica? • O hospital possui equipe de manutenção? • Possui Brigada Contra Incêndio (BCI)? • Possui sistema de geração de energia elétrica de emergência? • Os funcionários usam os equipamentos de segurança? 84 • Os pacientes e visitantes recebem algum tipo de orientação sobre como agir em caso de incêndio? • O hospital possui planos de emergência para enfrentar situações críticas como falta de energia elétrica, água, incêndio e inundações? São perguntas que o gestor em saúde deve realizar no seu dia a dia no ambiente hospitalar, caso não tenha resposta ou solução no momento frente estas questões, deve implementar medidas que solucionam as dificuldades apresentas e eliminá-las passo a passo, apresentando e realizando planos de ação frente as questões levantadas. # Atitudes profissionais para o gerenciamento da segurança Todos os níveis de gerenciamento devem, constantemente, reforçar as regras e regulamentos de segurança, estar alerta e identificar as práticas e condições inseguras, tomando, imediatamente, atitudes apropriadas para corrigir irregularidades. Os gerentes e supervisores têm a responsabilidade de zelar para que ambos, ambiente e funcionário apresentem-se em condições adequadas de segurança e devem considerar a prevenção de acidentes como uma parte normal de suas atividades rotineiras. A responsabilidade pelas questões de segurança está necessariamente atrelada aos funcionários. Cada um deles deve seguir as práticas de segurança no trabalho, através do uso de regras e regulamentos anunciados pelo programa de segurança do hospital. É preciso estar constantemente alerta para os riscos de acidentes em qualquer local do hospital, comunicando à sua supervisão qualquer eventualidade, prática ou condição insegura, com objetivo de impedir os riscos no ambiente hospitalar. PLANO DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR No hospital são as Emergências Internas as que mais demandam preparação e um estado de prontidão de todos os elementos responsáveis, a fim de que minutos preciosos não se percam e, consequentemente, vidas humanas. A coordenação do hospital deve estar presente em todas as fases de um plano de emergência, desde a sua concepção, nos treinamentos e na execução, devido à complexidade das operações e dos inúmeros organismos participantes do processo. No Plano de Emergência devem estar descritos os procedimentos gerais de http://www.hucff.ufrj.br/administracao/plano_emerg/c_pehospitalar.htm http://www.hucff.ufrj.br/administracao/plano_emerg/c_pehospitalar.htm 85 responsabilidade dos participantes, seu detalhamento deve ser cuidadosamente preparado com as atribuições de cada órgão, não se perdendo de vista a necessária coordenação, a fim de que esforços não sejam pulverizados com consequências danosas ao sucesso da missão. PROCEDIMENTO DE COMUNICAÇÃO Sempre em que a infraestrutura hospitalar estiver em situação de emergência, será de responsabilidade de um membro responsável a classificação dessa emergência em função de sua gravidade, solicitando o acionamento dos recursos de salvamento e de prestação de socorro disponíveis no hospital, conforme a classificação de emergência. ATRIBUIÇÕES De acordo com as necessidades inerentes a cada tipo de emergência, envolverá cada tipo de especialidade, como segue no exemplo: CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS – COE. Proceder de acordo com as normas específicas para a eventualidade e informar a ocorrência com os dados já conhecidos, aos: a) Meio Telefônico - Diretor Geral, Supervisor de Enfermagem, Chefe do Serviço de Operação e Manutenção, Inspetor de Vigilância, Chefe do Serviço de Emergência e Engenheiro de Segurança do Trabalho; b) Meio Rádio ou outros contatos - Brigada de Combate a Incêndio, Central Telefônica, Controle dos Elevadores, Serviço de Emergência Médica, Enfermagem, S.O.M. e S.S.C.I. (bombeiros profissionais civis). Atendimento Médico Deve-se planejar um cronograma de atendimento médico caso haja vítimas de situação de emergência. O coordenador médico orienta a organização da Zona de Sinistro, determinando as áreas destinadas à triagem e estabilização das vítimas, segundo a sua gravidade e a área de evacuação. http://www.hucff.ufrj.br/administracao/plano_emerg/c_pehospitalar.htm http://www.hucff.ufrj.br/administracao/plano_emerg/c_pehospitalar.htmhttp://www.hucff.ufrj.br/administracao/plano_emerg/c_pehospitalar.htm 86 Sendo de grande importância a determinação de uma área para observação das vítimas menos graves e outras para as vítimas fatais. Após a divisão, estas áreas deverão ser sinalizadas com as devidas cores correspondentes às vítimas de prioridade I e prioridade II, nos locais predeterminados. À medida que os recursos médicos internos e externos forem chegando à Zona de Sinistro, se apresentarão imediatamente ao coordenador médico, que determinará a função de cada um. Se houver disponibilidade de médicos, cada uma assumirá uma área determinada na Zona de Sinistro: Triagem médica, área de estabilização de vítimas de prioridade I, II e III e área de evacuação. Caso não haja médicos suficientes, o coordenador médico poderá designar para estas áreas um enfermeiro ou auxiliar de enfermagem. Seleção e Classificação das Vítimas Todas as vítimas deverão ser classificadas segundo a sua gravidade: ➢ Nível de Prioridade; ➢ Cuidados a serem tomados; ➢ Identificação por prioridade. Recursos Disponíveis Recursos Internos: ➢ SERVIÇO MÉDICO: O Setor de Emergência Hospitalar deve obter um setor equipado com uma sala de trauma para atendimento de pacientes graves, com no mínimo espaço para três macas. ➢ No período de expedientes hospitalar deve estar atuando uma equipe formada por - Clínica Médica; Cirurgia Geral; Ortopedia; Ginecologia; Anestesista; Pediatra e Neurologista. ➢ SERVIÇO DE SALVAMENTO E COMBATE A INCÊNDIO - SSCI: São bombeiros profissionais civis, especialmente treinados para realizar salvamentos e combater princípios de incêndios, até que o Corpo de Bombeiros do Estado chegue para dar continuidade ao combate. Estando totalmente equipados para dar qualquer suporte em nível emergencial. ➢ BRIGADISTAS DE COMBATE A INCÊNDIO: São funcionários do hospital especialmente treinados para auxiliar as equipes de bombeiros profissionais 87 civis para realizar os primeiros combates a focos iniciais de incêndios, até que o Corpo de Bombeiros do Estado chegue para dar continuidade ao combate. Não possuem equipamentos específicos, logo não devem se envolver demasiadamente com o sinistro. Recursos externos Fazem parte dos recursos externos, todas as organizações competentes do Plano de Emergência, que poderão participar direta ou indiretamente do atendimento à emergência. Corpo de voluntários de emergência - CVE Além das atividades de auxílio às equipes médicas, no atendimento às vítimas, os voluntários poderão realizar os seguintes procedimentos: • Sinalização da área; • Auxiliar no isolamento da área; • Auxiliar na distribuição de materiais e medicamentos; • Auxiliar na iluminação da área, quando necessário. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA A proteção radioativa ou a proteção da saúde contra as radiações ionizantes é um ramo da segurança do trabalho. Por razões históricas adiantou-se em relação a outros ramos, desenvolvendo um conjunto de objetivos, princípios, critérios e conceitos. Essas ideias, convenientemente articuladas e ordenadas, podem denominar-se "Filosofia da Proteção Radiológica". Constituem o fundamento da disciplina, sobre as quais se elaboram métodos efetivos de proteção contra radiação, com os quais se analisam e resolvem os diferentes problemas práticos. Os motivos que serviram de base vieram com a necessidade de ajustar um marco conceitual, de que certos riscos não podem ser eliminados completamente de algumas atividades humanas, pois estes riscos apareceram pela primeira vez com a própria radiação ionizante. Atualmente estão bastante determinados, pois consistem na possível aparição de tumores malignos em algumas pessoas irradiadas e com consequências hereditárias a seus descendentes. A radioproteção trata da proteção dos indivíduos, de sua 88 descendência e do conjunto da humanidade, permitindo que se realizem atividades sem a exposição a radiações. Os efeitos prejudiciais derivados da radioatividade se classificam em: ➢ Somáticos: São aqueles que afetam ao próprio indivíduo que se expôs à radiação. ➢ Hereditários: São aqueles que afetam também seus descendentes. Nesse sentido o objetivo da radioproteção deve ser o de assegurar que os níveis de radiação no ambiente de trabalho sejam aceitáveis, isentos, portanto, de riscos à saúde das pessoas. PROTEÇÃO CONTRA RAIOS-X E RAIOS GAMA Os raios X e Gama são encontrados com frequência no ambiente hospitalar e são distintos em sua geração. Ambos têm as mesmas propriedades físicas, devendo ser tratados do mesmo modo. CONTROLE DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO E DISTÂNCIA DE IRRADIAÇÃO Os principais métodos de proteção contra radiação constituem-se em reduzir o tempo de exposição, aumentar a distância entre a fonte de radiação e os pontos de riscos e a utilização de uma blindagem da fonte com um material protetor. A dose absorvida é inversamente proporcional ao quadrado da distância da pessoa à fonte de radiação. Por esse motivo, mesmo em se tratando de fonte de baixa intensidade podem ocorrer taxa de absorção extremamente elevadas na superfície das fontes de raios-X ou Gama. BLINDAGEM Diferentes tipos de materiais são empregados para a absorção de radiação, uma vez que a matéria absorve maior ou menor quantidade dependendo de suas características. Esses materiais são empregados no revestimento de salas, portas, misturados com vidro, de forma a impedir que a energia irradiada alcance o ser humano. 89 A proteção necessária para uma fonte de radiação depende de fatores como a energia de radiação, a duração da utilização e da distância em que se encontram das áreas circundantes, ocupadas por pessoas. A blindagem deve ser realizada por um profissional especialmente qualificado e credenciado (Supervisor de Proteção Radiológica) para a solução do problema. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA Os objetivos da iluminação de emergência para o ambiente hospitalar vão além daqueles destinados a instalações comerciais, residenciais, industriais, devendo permitir o evacuamento do ambiente e a manipulação de medicamentos, bem como sua administração ao paciente. O centro cirúrgico deve sempre dispor de iluminação de emergência auxiliar, de modo que intervenções cirúrgicas não fiquem comprometidas por falta de luz. As normas e legislações que definem os parâmetros mínimos devem ser seguidas cuidadosamente para a obtenção de produtos ou sistemas com uma qualidade aceitável. Tendo o conhecimento técnico especializado, obtêm-se resultados bem melhores e específicos, indo além do mínimo necessário sem alterar os custos. ENERGIA PARA ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA Além do gerador de energia elétrica auxiliar, deve-se dispor de unidades autônomas de baterias, pois são extremamente úteis ao suprir iluminação em situações de ausência total de energia elétrica. Nunca devem ser utilizadas baterias chumbo-ácidas com baterias níquel-cádmio no mesmo ambiente. Os fatores que diminuem a capacidade nominal da bateria devem ser considerados no projeto do sistema, pois se relacionam ao tempo real de funcionamento da iluminação. Os principais são os que seguem: ➢ Temperatura ambiente elevada; ➢ Sobrecargas; ➢ Limitações na carga máxima da bateria; ➢ Limitação da tensão de descarga sem entrar na área crítica; Proximidade do tempo de vida útil da bateria. 90 ILUMINAÇÃO DE SINALIZAÇÃO A iluminação de sinalização deve marcar todas as mudanças de direção, obstáculos e saídas. A menor distância entre dois pontos de sinalização não pode ser superior a 15 metros. Mesmo havendo obstáculos, como curvas, escadas e outros, as sinalizações devem ser dispostas de forma que de cada ponto seja possível visualizar o próximo, na direção da fuga.A função da iluminação deve ser explicitada por intermédio de textos escritos, associados a símbolos gráficos que devem ser colocados adequadamente nas luminárias, de forma visível e desobstruída. PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO A conscientização das variações dos riscos de transmissão de infecções, das dificuldades de cada método perante a natureza dos artigos é importante a fim de que possam ser tomadas as precauções necessárias para torná-las invariavelmente eficientes. Essa conscientização se inicia pelo conhecimento dos conceitos de limpeza, desinfecção, esterilização, antissepsia e assepsia, de modo a torná-los compreensíveis e utilizáveis na prática. Os procedimentos antimicrobianos utilizados podem ser classificados em três grupos: LIMPEZA É o procedimento antimicrobiano de remoção de sujidades e detritos para manter em estado de asseio os artigos e áreas. A limpeza constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos e áreas hospitalares, sendo o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização. Os métodos de limpeza devem ser determinados pelo tipo de superfície, quantidade e o tipo de matéria orgânica presente, e o propósito da área ou artigo. As operações de limpeza, propriamente ditas, compreendem escovação com água e sabão, fricção, esfregação e passar pano. A varredura e espanação seca devem ser evitadas, pois estas práticas espalham 91 para o ar e para as superfícies limpas, poeira, matéria estranha e microorganismos. Convém ressaltar que independentemente da grande rotatividade de pessoal que existe nos setores de higiene hospitalar, programas de treinamento específicos devem ser mantidos (Educação Continuada), de modo a garantir a eficácia dos procedimentos de limpeza. Esses programas de treinamento devem ser aplicados também nos hospitais que contratam serviços de terceiros, sendo monitorados para obter um melhor controle de qualidade nos procedimentos de limpeza. DESINFECÇÃO É o processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa, sendo classificados como potencialmente patogênicos e aplicados em meios físicos e químicos. Os meios químicos compreendem os germicidas (líquidos ou gasosos). Os meios físicos compreendem o calor em suas formas seca e úmida (vapor). A desinfecção normalmente se aplica a áreas e artigos semicríticos e não críticos. Desinfetantes utilizados: ➢ Hipoclorito de sódio; ➢ Formaldeído; ➢ Compostos fenólicos e iodo. Hipoclorito de sódio: É um desinfetante universal ativo contra microrganismos, sendo normalmente encontrado na forma de hipoclorito de sódio, com várias concentrações de cloro ativo. O hipoclorito é corrosivo e tóxico, irrita a pele, olhos e sistema respiratório, porém sua principal aplicação é na desinfecção de superfícies de trabalho, materiais de vidro sujos e na descontaminação de superfícies de equipamentos, quando não houver indicação contrária. Formaldeído: O formaldeído é usado como desinfetante na concentração de 50 g/litro (5%) e encontrado no mercado a concentrações de 370 g/litro (37%). É corrosivo e tóxico, irritante das vias aéreas, pele e olhos, entretanto é utilizado para desinfecção de 92 superfícies de trabalho, vidrarias e descontaminação de superfícies de equipamentos. Compostos fenólicos: Os fenólicos são corrosivos e tóxicos, irritam a pele, olhos e sistema respiratório, devendo ser usado conforme as recomendações dos fabricantes. Seus compostos fazem parte das formulações de desinfetantes, podendo ser usados em substituição ao hipoclorito de sódio quando este não for possível. Iodo: O iodo é tóxico e irritante das vias aéreas, pele e olhos, de natureza corrosiva e utilizado para desinfecção de superfícies de trabalho, vidrarias e descontaminação de superfícies de equipamentos, inclui-se para uso da lavagem das mãos diluídos em álcool etílico. ESTERILIZAÇÃO A esterilização é o processo de destruição ou eliminação total de todos os microrganismos na forma vegetativa e esporulada, por meio de agentes físicos ou químicos, aplicando-se especificamente a artigos críticos e semicríticos. PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO FRENTE AO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR O serviço de manutenção, como responsável pelo bom funcionamento dos equipamentos e instalações, é obrigado a circular por todas as áreas do hospital, inclusive nas áreas críticas e semicríticas, obtendo-se da responsabilidade adicional sobre o controle de infecção. Assim sendo, devem seus funcionários: ➢ Receber treinamento em forma de educação continuada, visando compreender os assuntos referentes ao controle de infecção hospitalar; ➢ Comunicar ao chefe do setor no qual irá desenvolver atividades e pedir orientações específicas sobre procedimentos de controle de infecção necessários; ➢ Proceder à rigorosa desinfecção dos equipamentos de trabalho, quando entrar em áreas críticas e semicríticas; 93 ➢ Ao manusear equipamentos com possibilidade de estarem contaminados, usar luvas protetoras e descartá-las após os trabalhos; ➢ Lavar as mãos antes e após a colocação das luvas; ➢ Usar luvas, avental e óculos toda vez que seu trabalho for realizado com equipamentos que possam gerar gotículas ou provenientes de partes contaminadas com sangue ou fluídos corpóreos; ➢ Cobrir pequenos ferimentos e lesões, toda vez que for manusear equipamentos ou instalações que apresentem riscos de transmissão de infecção. CONTROLE DE VETORES A higiene é fundamental no ambiente hospitalar. Sua importância não deve se limitar aos conceitos de limpeza, desinfecção e esterilização. Deve atingir conceitos racionais mais amplos, como o de racionalização do lixo hospitalar e cuidados especiais. Deve-se garantir que a alimentação no ambiente hospitalar exista somente em ambientes próprios. Neste sentido, é de extrema importância os programas de reciclagem de conhecimentos, educação continuada e educação em serviço, pois devem atingir funcionários, pacientes e visitantes. Mamíferos roedores O rato é o mais prejudicial dentre os roedores, apresentam as espécies: ➢ Rato calunga ou camundongo (Mus muscullus), ➢ Rato de forro ou rato doméstico (Rattus rattus) ➢ Ratazana de esgoto (rattus norvegicus). Todos vivem muito próximos ao homem, nos lares, celeiros, docas, navios e depósitos de lixo. São notórios portadores de doenças, abrigando muitas vezes parasitas intestinais, pulgas e são especialmente responsáveis pela transmissão de peste bubônica, leptospirose (Leptospira sp), febre de Haverhill (Streptobacillus moniliformes). Transmite ainda o "SODOKU" (Spirilum minus), caracterizado por uma úlcera endurecida regional, febre recorrente e exântema cutâneo. 94 Características dos Roedores Por ter a visão debilitada, movimenta-se em contato com as paredes, deixando marcas nas mesmas devido à sujeira de seu corpo, obtidas nos ambientes em que vive. Tem excelente olfato, de modo que não retorna a locais onde outros ratos tenham sido mortos. Defecam no local onde comeram, facilitando o reconhecimento do mesmo. Avaliação A avaliação da quantidade de roedores existentes em determinado local é feita em função dos estragos, danos ou prejuízos que causam. Pode ser melhor quantificada com auxílio de profissionais em controle de vetores e saneamento. É concluída com a localização do ninho. Controle Durante a fase crítica (infestação), o controle é feito por intermédio do uso de raticidas em forma de isca. Estes atuam pela inibição dos fatores de coagulação sanguínea, provocando a morte dos ratos por hemorragias, dias após a ingestão. As iscas devem ser racionalmente distribuídas, semprepróximas a paredes. Após a fase crítica o controle pode ser conseguido com a manutenção da higiene, uso da alimentação em local adequado no hospital, bem como melhorando a qualidade de esgoto. Insetos Os insetos são o grupo dominante de animais na Terra, pois ultrapassam em número todos os outros animais terrestres e são encontrados em todos os lugares. Muitos insetos são extremamente valiosos ao homem, devido suas atividades polinizadoras que possibilitam a produção de muitas colheitas agrícolas, incluindo a maioria das frutas de pomares, as plantas forrageiras, muitas verduras e algodão. Fornecem mel, cera de abelha, seda e outros produtos de valor comercial, considerados úteis na medicina e em pesquisa científica. Alguns insetos são nocivos e causam enormes perdas em colheitas agrícolas, em produtos armazenados, na saúde do homem e de outros animais. Possuem as características de se adaptarem em vários tipos 95 de habitat, possuindo organização social e elevada capacidade reprodutiva, podendo sobreviver dias ou anos. Reconhecimento e Avaliação Baratas Pertencem à ordem orthoptera e à subordem blattodea, tendo características de forma oval e achatada, sendo onívoras e de hábitos domésticos. As espécies mais comuns no Brasil são a Periplaneta americana e a Blatella germânica. As baratas não são conhecidas como vetores específicos de doenças, mas alimentamse de grande variedade de produtos, contaminando alimentos, e odor desagradável, tornando-se pragas sérias. Pulgas Pertencem à ordem siphonaptera, consideradas insetos sem asas e hematófagos, e muitas espécies são irritantes devido a picadas. Algumas servem de vetores de moléstias, outras como hospedeiros intermediários de certas tênias. Algumas espécies chegam a penetrar na pele de animais, inclusive do homem. Seu corpo é achatado lateralmente, possuindo olhos ou não. Não possuem hospedeiros específicos e podem se alimentar de vários animais, podendo viver por até um ano. Sobrevivem várias semanas sem se alimentar. Põem seus ovos no chão ou no ninho do hospedeiro. Transmite ao homem três tipos de peste: a bubônica, a pneumônica e a septicêmica. A moléstia mais importante transmitida por pulgas é a peste bubônica, moléstia infecciosa causada pelo bacilo Pasteurella pestis, sendo basicamente uma doença de roedores e transmite-se de um roedor para outro por meio das pulgas. São transmitidas basicamente por três formas: regurgitação de bacilos na ocasião da picada (pulga infestada), ao serem esfregadas sobre a pele e pela ingestão de pulgas infectadas. Piolho 96 Pertencem à ordem anoplura. São ectoparasitas que se alimentam de sangue. Duas espécies parasitam o homem: o piolho de cabeça (pediculus humanus capitis) e o piolho corporal (Pediculus humanus corporis). Possui as seguintes características: ➢ O comprimento dos adultos varia de 2,5 a 3,5 milímetros; ➢ O piolho de cabeça põe seus ovos nos fios de cabelo, nos pelos do corpo e ao longo das costuras de roupas. ➢ O ciclo reprodutivo dura cerca de um mês e alimentam-se com frequência. A refeição dura alguns minutos. ➢ O piolho de cabeça é transmitido de pessoa a pessoa, pelo uso promíscuo de pentes, escovas de cabelo e gorros. ➢ O piolho de corpo é transmitido através de roupas pessoais ou de cama, podendo migrar durante a noite. ➢ É um importante vetor de doenças do homem, sendo o tifo epidêmico a doença mais importante. ➢ Outra doença importante é a febre recorrente, cuja transmissão se faz quando o piolho é esmagado contra a pele. ➢ As fezes e as picadas não são infectantes. Moscas, pernilongos e borrachudos Pertencem à ordem díptera. Constituem uma das maiores ordens de insetos e seus representantes são fartos em indivíduos e espécies em quase todos os lugares. A maioria das dípteras compõe-se de insetos relativamente pequenos e de corpo mole, alguns têm grande importância econômica. Os pernilongos, borrachudos, biriguis, mutucas, moscas dos estábulos e outros são hematófagos e constituem sérias pragas para o homem e animais. Muitos dos dípteros hematófagos e saprófagos, como a mosca doméstica e as varejeiras, são vetores importantes de doenças. Os organismos que causam a malária, febre amarela, filariose, a dengue, a doença do sono, a febre tifoide e a desinteria são transportados e disseminados por dípteros. O controle de insetos pode ser feito principalmente por meio de boas práticas de higiene no ambiente hospitalar. Podem ser obtidos bons resultados através do uso de 97 telas nas janelas de cozinhas ou locais onde eles possam obter alimentação. É possível o uso de produtos químicos, aplicados periodicamente nas diversas áreas hospitalares, principalmente em frestas, locais escuros, cantos e rodapés, prováveis locais que os insetos utilizam como esconderijo. O produto químico normalmente aplicado é o peritroide. Ele atua na membrana dos neurônios de animais de sangue frio, provocando um desequilíbrio químico entre as concentrações de sódio (Na) e potássio (K). O controle de vetores no ambiente hospitalar deverá ser feito por uma equipe multiprofissional (CIPA, SESMT e CCIH), especialmente treinada, teoricamente e na prática, e com a colaboração de todos os setores, por meio de informações precisas, é a base do sucesso do programa controle. PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO Esterilização em termos absolutos significa destruição de todas as formas de vida, utilizando-se agentes físicos ou químicos, os quais podem ser líquidos ou gasosos. Agentes físicos podem induzir a formação de substâncias químicas letais, do mesmo modo que substâncias químicas podem produzir calor e pressão osmótica responsáveis pela destruição de microrganismos. O mais antigo e mais conhecido agente esterilizante é o calor, pois o vapor e o calor são os meios clássicos de esterilização, tendo sido usados desde o princípio da história da transmissão de doenças. A água em ebulição não se considera um bom esterilizante devido à sua baixa temperatura, sua principal vantagem é a facilidade com que é obtida. O vapor sob pressão é barato e esteriliza materiais porosos e superfícies rapidamente, mas o calor seco é relativamente lento e necessita altas temperaturas para sua aplicação. Entretanto, o calor seco penetra em todos os materiais, como: óleos, vaselinas e recipientes fechados, os quais não são penetrados pelo vapor. ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO O calor seco é utilizado para aqueles materiais que não podem ser esterilizados por vapor ou aqueles que suportam altas temperaturas. Possui as seguintes vantagens: não é corrosivo para metais e instrumentos de corte; não desgasta vidrarias; tem alto 98 poder de penetração; pode-se esterilizar vidros a temperaturas mais altas, consumindo menor tempo de esterilização. Possui as seguintes desvantagens: ➢ O aquecimento é lento; requer longos períodos para estabilização da temperatura; ➢ Tem uma tendência de estratificação, ou seja, forma camadas de ar com diferentes valores para a temperatura. Riscos associados: Os riscos associados ao processo de esterilização por calor referem-se a pacientes e funcionários. O único risco a que estão sujeitos os pacientes é a não esterilização dos materiais que passaram pelo processo. Para os funcionários, os choques elétricos, queimaduras e incêndios. ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO A esterilização pelo calor úmido (vapor saturado) é um processo universalmente aplicado, exceto onde a penetração do calor e da umidade sejam problemas. O maior inimigo da esterilização a vapor é o ar, pois impede a penetração do vapor nos materiais, reduzindo vigorosamente a eficácia do processo. Deste modo, o que difere os vários processos de esterilização é a forma como o aré retirado. Alto vácuo O ar é retirado anteriormente à injeção de vapor na câmara, por meio de bombas de vácuo, gerando uma série de possíveis problemas, como: desidratação de materiais devido à reduzida pressão relativa dentro da câmara e consequentemente a diminuição da temperatura de vaporização da água, gerando a hipótese da queima de tecido e outros materiais combustíveis. Pressão pulsante A concentração do ar é reduzida pela pressurização com vapor e a mistura é evacuada até que a concentração do ar dentro da câmara seja reduzida. Por meio do uso 99 de uma bomba de vácuo, a mistura é mais rapidamente removida, principalmente do interior de cargas porosas. Deslocamento por gravidade É baseado na diferença de densidade entre ar e vapor. O último, injetado pela parte superior, assume o ponto mais alto da autoclave, pressionando a camada de ar existente para fora da câmara, quando então a pressão parcial de vapor d’água dentro da câmara aumenta. Portanto, nesse processo o controle da velocidade de entrada do vapor é fundamental, pois a turbulência na entrada pode misturar ar ao vapor. Este controle influirá, assim, no tempo de esterilização. Pressão pulsante com deslocamento por gravidade É o mais eficiente método de remoção de vapor da câmara de esterilização, o vapor é ministrado ao mesmo tempo em que uma bomba mantém um vácuo em valor predeterminado. O ar é então removido por gravidade, permanecendo com baixa pressão parcial no interior da carga. O sistema é pressurizado novamente, aumentando a pressão do ar dentro da carga, pois ao evacuar a câmara mais uma vez, o ar no interior da carga se expande e o vapor condensado dentro da carga evapora de novo, devido ao vácuo; sendo retirado por gravidade juntamente com o ar, quando nova injeção de vapor é efetuada. ESTERILIZAÇÃO POR AGENTES QUÍMICOS A esterilização por agentes químicos é bastante utilizada no ambiente hospitalar, principalmente porque permite a esterilização de materiais que não suportam as altas temperaturas empregadas nos processos a vapor e calor seco. Entretanto, o uso destes produtos traz riscos para os profissionais da área da saúde e para os pacientes. Com relação aos profissionais, estão sujeitos às agressões químicas inerentes a cada produto, sendo que estas se caracterizam por irritações dos olhos, da pele e mucosas. O paciente está sujeito a adquirir infecção hospitalar, bem como aos efeitos lesivos das substâncias químicas esterilizantes, quando estas não são retiradas 100 adequadamente dos materiais esterilizados. ESTERILIZAÇÃO A ÓXIDO DE ETILENO E SUAS MISTURAS O óxido de etileno também é conhecido como epoxitano ou óxido de dimetileno. Ele é incolor e reage com vários produtos químicos, como alcoóis, aminas, ácidos orgânicos e amidas. É solúvel em água a 10°C e forma poliglicóis em presença de bases, podendo ser altamente inflamável e explosivo, embora seja também usado na forma pura. Esse gás normalmente é utilizado em misturas diluídas. Traz consigo uma lista de efeitos nocivos ao homem, como: teratogenicidade temperatura da esterilização, a umidade no interior da câmara e o tempo de exposição são fatores que afetam a atividade do óxido de etileno como esterilizante. Para eficácia e economia dos processos onde é usado o óxido de etileno, esses aspectos devem ser adequadamente determinados em função de cada tipo de carga a esterilizar. Tem como vantagens a possibilidade do reaproveitamento de materiais descartáveis sensíveis ao calor e a eficácia com que a esterilização é alcançada. Ao paciente traz riscos sérios de queimaduras, necrose e inflamações dos tecidos, se os resíduos de óxido de etileno não forem retirados dos materiais que estão sendo esterilizados (aeração da carga). GLUTARALDEÍDO São utilizadas duas formulações aquosas a 2%: ativadas (alcalinas) e potencializadas (ácidas). A solução ativada (pH 7,5 a 8,5) é fornecida com pH ácido, se mantém estável quando armazenada em locais frescos em recipientes fechados. No entanto, uma vez ativada, ou seja, em pH alcalino, o glutaraldeído sofre polimerização gradual e em duas semanas perde irreversivelmente suas propriedades germicidas. As soluções de glutaraldeído são indicadas para a esterilização e desinfecção de artigos críticos, instrumentos sensíveis ao calor como os de anestesia, suporte ventilatório, fibroscópios e partes ópticas dos endoscópios. Precauções: 101 ➢ O glutaraldeído, tanto na forma ativada como na forma potencializada, sofre polimerização gradual, reduzindo seu poder esterilizante. Neste sentido, verifique o prazo de validade antes do uso; ➢ Os materiais devem ser imersos na solução, de modo que não forme bolhas sobre eles. Estas impediriam o contato da solução com o material; ➢ Mantenha a solução em recipientes fechados; ➢ É tóxico, portanto o pessoal que o manuseia deve usar luvas e óculos. ➢ Em caso de contato com a pele, mucosa ou olhos, deve-se lavá-los com água em abundância com auxílio de um lava-olhos e procurar socorro médico. FORMALDEÍDO O formaldeído é um gás incolor, de odor característico, cáustico para a pele e irritante para as mucosas. Em concentrações superiores a 20 mg/l, polimeriza-se à temperatura ambiente, dando origem a um precipitado branco que conserva o odor. Este polímero denominado para formaldeído libera gradualmente o formaldeído, essa liberação é acelerada pelo aumento de temperatura. A utilização do formaldeído em soluções esterilizantes pode ser conseguida de dois modos: solução alcoólica a 8% e aquosa a 10%. Precauções: ➢ Os artigos devem estar rigorosamente limpos e mantidos em cubas de esterilização fechadas em ambientes adequadamente ventilados. ➢ A ventilação pode ser natural ou forçada, dependendo das concentrações de formaldeído no ar; ➢ O emprego de pastilhas de paraformaldeído na temperatura ambiente, mesmo em exposição prolongada, não tem ação esporicida; ➢ Após a esterilização, o material deve ser enxaguado com água destilada ou soro fisiológico; ➢ Durante o manuseio de artigos imersos nas soluções de formaldeído devem ser usadas luvas e pinças o formaldeído sensibiliza e queratiniza a pele; 102 ➢ Emprego do formaldeído em solução alcoólica não deve ser feito para esterilização de lentes, pois o álcool ataca o cimento das lentes ópticas e o mesmo ocorre com os artigos de polietileno e borracha; ➢ Manter a solução em cubas de esterilização bem fechadas e em ambientes ventilados; ➢ Manter o teor de formaldeído no ar abaixo tolerável (22 ppm). Acima deste limite ocorre intensa irritação das mucosas nasal e ocular, bem como bronquite e pneumonia; ➢ Tomar leite em abundância quando houver ingestão de qualquer aldeído; ➢ Não provoque vômitos, pois no retorno da substância ele atacará a mucosa novamente; ➢ Lavar as partes atingidas com água em abundância, quando houver contato da substância com a pele. OZÔNIO O ozônio não é um novo esterilizante, usado em tratamento de água, polpa de papel e esgoto. Devido ao seu alto poder oxidativo, esse esterilizante é empregado na reesterilização de instrumentos médicos compostos dos seguintes materiais: titânio, aço inox, borracha, cerâmicas, silicone, cloro de polivinil e poliuretano. ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÕES IONIZANTES A esterilização é alcançada pela circulação do material ao redor de fonte ativa de cobalto 60, por exemplo, de modo que as radiações sejam uniformemente recebidas pelo material. Raios Gama Os raios gama são radiações de elevada energia e limitada por isótopos radiativos (cobalto 60, césio 137 e tântalo 182), sendo utilizado com frequência na indústria farmacêutica. As radiações gama possuem menor comprimento deonda que os raios catódicos e ultravioletas, por isso são dotadas de maior poder penetrante, cerca de alguns decímetros. O elevado poder de penetração dos raios gama torna difícil a sua centralização 103 sobre o objeto a esterilizar e evitar a radiação ao ambiente circunvizinho. Os locais de trabalho devem ser protegidos com vidro contendo chumbo, durante o processo a radiação não pode ser interrompida e as operações de exposição são controladas a distância. Para evitar o escurecimento dos vidros, é incorporado césio aos mesmos. Embora tenha poder esterilizantes, seu emprego é muito limitado, ele altera significantemente a natureza química dos produtos. # Testes de comprovação de eficácia São testes destinados à segurança e controle dos processos de esterilização, devendo constituir-se em um procedimento de rotina, devendo ser executados ao menos uma vez por semana. Teste biológico É o de maior segurança, pois emprega microrganismos vivos em suspensão padronizada, com o objetivo de indicar a ausência de agentes vivos nos pacotes (carga) em que foram colocados. Devido à resistência específica que cada microrganismo apresenta a cada processo de esterilização, se utilizam os seguintes indicadores biológicos: • Bacillus stearothermophilus, para autoclave (vapor) e estufa (calor seco). São colocados em envelopes ou polipropileno com tampa permeável ao vapor e dispostos nos interiores dos pacotes em diferentes pontos da câmara; • Bacillus subtilis van niger, para esterilização a óxido de etileno, sendo importante a contraprova para verificar se os esporos estão vivos, testando dessa forma a eficácia do indicador biológico. Ambos devem ser colocados nos locais onde o acesso do calor é mais difícil. A determinação desse local é feita durante a qualificação do processo. Teste químico Os testes químicos são usados diariamente, tem a finalidade de verificar a temperatura do local onde o indicador foi colocado. Ou seja, se o indicador mudar de cor, notamos que a temperatura do local onde permaneceu foi suficiente para ativálo 104 quimicamente, de modo a ocorrer a mudança de cor do mesmo. É mais empregado pelo serviço de engenharia para detecção de falhas no equipamento ou processo. Os mais utilizados são: Fita adesiva: quando a temperatura onde foi colocada atinge o valor necessário ao processo, listas escuras se revelam na superfície da fita. Estas fitas podem ser usadas para a realização do teste de Bowie/Dick, para o teste de comprovação da eficácia do vácuo, no processo de esterilização a vapor; Ampolas de vidro: o líquido em seu interior muda de cor, indicando que a temperatura de 120°C foi alcançada no interior da câmara ou da carga; Fitas indicadoras de esterilização a óxido de etileno: a fita possui uma terminação pontiaguda, de uma coloração amarela que muda para o azul quando a esterilização fica alcançada. São testes que complementam a validação do processo e dão maiores garantias de que os materiais estão efetivamente esterilizados. É importante ressaltar que estes testes se referem somente à temperatura, não indicam, portanto, o tempo em que o local foi permaneceu naquela temperatura. Por isso esse teste nunca deve ser utilizado separadamente dos testes biológicos semanais. Validação do processo Validar é assegurar que um processo cumpra os fins para os quais foi programado, definindo parâmetros do ciclo de esterilização, de acordo com as características de penetração de calor e a natureza do material (termolábil ou termoestável). Divide-se em: a) Qualificação da instalação: consiste da realização da qualificação das áreas, certificação dos parâmetros de operação, da configuração e operação do equipamento, da descrição da sequência de operação do equipamento, da segurança do sistema, dos procedimentos qualitativos (calibração e manutenção) e da documentação. A documentação consiste em descrever os resultados da operação, da calibração, das definições dos métodos de controle do processo, do espectro da distribuição da 105 temperatura, da segurança a ser empregada pelo sistema (termostatos, pressostatos, alarmes sonoros e visuais para temperatura e pressão). b) Qualificação do processo: Tem como finalidade estabelecer a reprodutibilidade do processo, incluindo a configuração da carga mais difícil de esterilizar, e outras necessidades específicas do processo com os locais onde termopares e bioindicadores serão colocados, a distribuição de temperatura no interior da câmara, avaliação das embalagens e a documentação dos resultados finais. c) Certificação: É o documento final, obtido na revisão de toda a documentação (qualificação do processo e da instalação), sendo necessário à liberação da rotina de trabalho, devendo ser feita anualmente. RESÍDUOS HOSPITALARES As estratégias de sustentabilidade ambiental buscam compatibilizar as intervenções antrópicas com as características dos meios físico, biológico e socioeconômico, minimizando os impactos ambientais por meio da menor geração de resíduos sólidos e pelo adequado manejo dos resíduos produzidos. Quando a população humana era pequena e a natureza tinha como compensar os impactos a que era submetida, não ocorriam desequilíbrios. No entanto, quando a população começa a crescer, os efeitos dos impactos começam a surgir. No século XVIII, com a revolução industrial a exploração dos recursos naturais passa a ser intensa. No entanto, já a partir da metade do século XX, o modelo de desenvolvimento passa a ser questionado, considerando que os recursos naturais são finitos. Considera-se o lixo todo e qualquer resíduo sólido proveniente das atividades humanas, porém o conceito mais atual é de que lixo é aquilo que ninguém quer ou não tem valor comercial, neste caso, pouca coisa descartada pode ser chamada de lixo. Neste sentido, a reciclagem de lixo surge como uma opção importante no gerenciamento dos resíduos sólidos, tendo como desafio a separação dos resíduos. A falta de informações sobre o assunto é um dos principais motivos para a ausência de projetos bem sustentados que determinem melhorias no setor. Particularmente os resíduos dos serviços de saúde merecem atenção especial em suas 106 fases de separação, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, em decorrência dos riscos graves e imediatos que podem oferecer, particularmente na questão infectocontagiosa. É lícito citar que a própria Constituição Federal, em seu artigo 174, prevê que o Estado seja o regulador das atividades econômicas, promovendo o desenvolvimento equilibrado entre produção e conservação ambiental. Os estabelecimentos de saúde devem promover programas eficientes de gerenciamento dos resíduos infectocontagiosos, objetivando a promoção da melhoria das condições de saúde pública, por meio da proteção do meio ambiente. Com um efetivo gerenciamento é possível estabelecer em cada etapa do sistema, a geração, segregação, acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e disposição final dos resíduos, com manejo seguro dos mesmos por meio de equipamentos adequados aos profissionais envolvidos, inclusive quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que são indispensáveis no caso. A adoção de mecanismos prévios de separação e desinfecção permite a reciclagem do vidro, dos metais, do alumínio, dos plásticos e do papel. As principais causas do crescimento progressivo da taxa de geração dos resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS) é o contínuo incremento da complexidade da atenção medida e o uso crescente de materiais descartáveis. A quantidade e a natureza dos resíduos dependem do tipo de hospital, dos procedimentos adotados, de fatores sazonais e até do tipo de alimentaçãoadotado, sendo necessário um estudo de caracterização, como a pesagem e a análise dos resíduos em cada estabelecimento e em cada período do ano, para se determinar a correta natureza dos resíduos dos serviços de saúde em cada estabelecimento. Segundo Petranovich (1991), o volume de resíduos dos serviços de saúde tem crescido 3% ao ano, num fenômeno alimentado pelo crescimento do uso de descartáveis que sofreu ampliação de 5% para 8% ao ano. Os resíduos dos serviços de saúde ainda não recebem o devido tratamento diferenciado, tendo muitas vezes como destino final o mesmo local utilizado para descarte dos demais resíduos urbanos, despertando o interesse aos catadores de lixo que praticam reciclagem, quando a manipulação de resíduos ocasiona doenças infectocontagiosas em razão do contato direto. GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 107 Tipo Descrição básica Kg/leito/dia Países A totalidade do RSSS (resíduos sólidos dos serviços de saúde) é considerada especial (resíduos de pacientes com infecções virulentas, de pacientes com infecção de transmissão oral-fecal, de pacientes com infecções de transmissões por aerossóis, de resíduos perfurantes ou cortantes, cultivo e reservas de agentes infecciosos, sangue humano e resíduos anatômicos humanos). No Brasil algumas ações estão sendo desenvolvidas para alterar a gestão atual, o que se observa é que a maioria dos resíduos ainda é considerada perigosa (infectante ou especial), tendo como visão que todo resíduo originado de serviço de saúde esteja contaminado, levando a um preconceito que induz a uma negligência com políticas de gestão. Monreal (1993) assevera em confirmação a todas as observações anteriores, que a quantidade de resíduos sólidos gerados no estabelecimento de serviço de saúde é função das diferentes atividades que nele se desenvolvem, dependendo, portanto, da quantidade de serviços médicos, do grau de complexidade da atenção prestada, do tamanho do estabelecimento, da proporção entre pacientes externos e internos, e do número de profissionais envolvidos, não sendo fácil, portanto, estabelecer relações simples que permitam estimar a quantidade de resíduos sólidos gerados. O maior problema dos resíduos sólidos dos serviços de saúde é seu potencial de risco. O risco é definido como a medida da probabilidade e da severidade de ocorrerem efeitos adversos de uma ação particular. O risco ambiental pode ser classificado de acordo com o tipo de atividade, englobando as dimensões de exposição instantânea, crônica, probabilidade de ocorrência, severidade, reversibilidade, visibilidade, duração e ubiquidade de seus efeitos. No contexto governamental, o risco ambiental pode ser classificado nas áreas de saúde pública, recursos naturais, desastres naturais e introdução de novos produtos. TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO Brilhante e Caldas (1999) sintetizam a classificação de risco, segundo a Organização das Nações Unidas para a proteção ambiental “United Nations Environmental Protection” (UNEP) como: 108 ➢ Risco direto: probabilidade de que um determinado evento ocorra, multiplicado pelos danos causados por seus efeitos; ➢ Risco de acidentes de grande porte: caso especial de risco direto em que a probabilidade de ocorrência do evento é baixa, mas suas consequências são muito prejudiciais; ➢ Risco percebido pelo público: a percepção social do risco depende de sua aceitação. A facilidade de compreensão e da aceitação do risco depende das informações fornecidas, dos dispositivos de segurança existentes, do retrospecto da atividade e dos meios de informação; ➢ Risco com características crônicas: aqueles que apresentam uma ação contínua por longo período, como, por exemplo, os efeitos sobre os recursos hídricos, a vegetação, os solos e a saúde; ➢ Risco agudo: decorrente de emissões de matéria ou energia em grandes concentrações, em um curto espaço de tempo; ➢ Riscos tecnológicos ambientais: são riscos vinculados a contaminantes ambientais, resultantes da ação antrópica (tecnológicos) ou naturais. Os resíduos dos serviços de saúde são considerados perigosos tanto pela legislação americana, quanto pela normatização brasileira. A periculosidade é atribuída tanto pela toxicidade quanto pela patogenicidade. Dentre os resíduos gerados nos serviços de saúde, os classificados como infectantes são aqueles que apresentam riscos mais evidentes, podendo apresentar tanto contaminação biológica (microrganismos patogênicos) como por substâncias químicas. Os pacientes e os profissionais das áreas, médica e para-médica, bem como os funcionários que manuseiam os resíduos, são os potenciais alvos das infecções. Por isso a solução é uma rigorosa normatização de conduta para o gerenciamento dos resíduos sólidos dos serviços de saúde. Na medida em que os resíduos sólidos de serviços de saúde são dispostos de qualquer maneira em depósitos a céu aberto, ou em cursos de água, possibilitam a contaminação de mananciais de água potável, sejam superficiais ou subterrâneos, disseminando as doenças por meio de vetores que se multiplicam nestes locais ou que fazem dos resíduos uma fonte de alimentação. A minimização, antes de se constituir em uma etapa de gerenciamento, é o primeiro aspecto a ser considerado dentro do conceito de prevenção à ocorrência dos 109 impactos ambientais. Minimizar a geração de resíduos em certo nível é possível, e traz grandes benefícios econômicos e ambientais. Segundo a Agência de Proteção Ambiental Americana – Enviromental Protection Agency (EPA), 1988, “Minimização de Resíduos” significa redução na geração de resíduos perigosos, antes das fases de tratamento, armazenamento ou disposição, incluindo qualquer redução de resíduos na fonte geradora e inclui a diminuição do volume total e a redução da toxicidade do resíduo. MÉTODOS PARA MINIMIZAÇÃO DE ALGUNS RESÍDUOS PERIGOSOS ➢ Substituir solventes de limpeza por solventes menos perigosos; ➢ Segregar resíduos de solventes; ➢ Recuperar e reutilizar solventes por meio de destilação; ➢ Usar calibradores de solventes para testes rotineiros; ➢ Substituir instrumentos contendo mercúrio por eletrônicos; ➢ Reciclar o mercúrio contido em resíduos de equipamento; ➢ Fornecer kits individuais para limpeza de derramamento de mercúrio; ➢ Diminuir a extensão de formaldeído; ➢ Minimizar os resíduos da limpeza dos equipamentos de diálise; ➢ Utilizar osmose reversa para tratamento de água; ➢ Recuperar o resíduo de formaldeído; ➢ Reduzir o volume utilizado de quimioterápicos antineoplásicos; ➢ Otimizar o tamanho do recipiente da droga (quimioterápicos) quando da compra; ➢ Retornar drogas quimioterápicas com prazos de validade vencidos; ➢ Centralizar o local dos compostos quimioterápicos; ➢ Fornecer kits de limpeza para derramamentos; ➢ Devolver o revelador do Raios-X fora da especificação para o fabricante; ➢ Cobrir os tanques do fixador e do revelador para reduzir a evaporação; ➢ Recuperar a prata constituída na película das imagens radiográficas; ➢ Reciclar o resíduo do filme e papel; ➢ Usar equipamento para reduzir perdas do líquido revelador; ➢ Na Medicina Nuclear usar menos isótopos perigosos quando possível; 110 ➢ Segregar e rotular apropriadamente os resíduos radioativos. SEGREGAÇÃO O fenômeno da descartabilidade é o responsável pelo aumento cada vez maior do volume de resíduos em estabelecimentos de saúde, determinando que as ações sejam implementadas no sentido de haver uma segregação na origem da geração. Quando ocorre a mistura de resíduos, materiais perigosos e não perigosos todos se tornam perigosos. A NBR 12807/93 define a segregação como “operação de separação de resíduos no momento da geração, em função de uma classificação previamente adotada para estes resíduos”.A escassez de recursos humanos capacitados para gerenciar problemas ambientais decorrentes de programas inadequados ou até mesmo inexistentes quanto ao manejo de resíduos sólidos, é uma realidade nos serviços de saúde. Formaggia (1995) sugere que os profissionais deveriam se preocupar com os resíduos gerados por suas atividades, objetivando minimizar riscos ao meio ambiente e à saúde das populações que eventualmente possam ter contato com os resíduos. Para que a segregação dos resíduos seja eficiente, é necessária uma classificação prévia dos resíduos a serem separados. Deve ser estabelecida uma hierarquia em função das características dos materiais, considerando as questões operacionais, ambientais e sanitárias. A segregação em várias categorias é recomendada como meio de assegurar que cada um receba apropriado e seguro manejo, tratamento e disposição final. A Resolução CONAMA 5/1993 já assinala que quando a segregação não ocorre, os resíduos comuns (grupo D) que poderiam ser tratados como resíduos domiciliares serão contaminados pelos resíduos infectantes (grupo A), merecendo o mesmo gerenciamento destes resíduos. Estes autores destacam ainda que os métodos adotados pelo estabelecimento, com padrões de cores e sinais, devem ser: ➢ MINIMIZAÇÃO; ➢ REDUÇÃO NA FONTE; ➢ RECUPERAÇÃO REUSO; ➢ MUDANÇA DE MATERIAIS; ➢ MUDANÇA DE PROCEDIMENTOS; 111 ➢ MUDANÇA DE TECNOLOGIA; ➢ RECICLAGEM; ➢ SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. REUSO O reuso é entendido como a reutilização de um material sem que ele tenha de passar por um processo de tratamento, como, por exemplo, o reuso das embalagens de agrotóxicos pelos fornecedores. O mesmo método pode ser empregado na reutilização das embalagens do formaldeído de necropsias, na utilização de latas de leite vazias do setor de maternidade, que podem ser empregadas para uso como recipientes de descarte de materiais perfurocortantes. RECUPERAÇÃO A recuperação de Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde é entendida como o processo por meio do qual um resíduo se torna um produto útil e regenerado, podendo ser exemplificado: ➢ Pela recuperação da prata dos produtos químicos fotográficos; ➢ Recuperação de solventes por destilação; ➢ Reciclagem de filme e papel fotográfico; ➢ Reciclagem do vidro e papelão descartados; ➢ Reaproveitamento de resíduos de alimentos para uso em alimentação animal, desde que não tenha entrado em contato com os pacientes. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe de várias normas técnicas relacionadas aos sacos plásticos, que devem ser consultadas: ➢ NBR 9191/2002; ➢ NBR 9195/1993; ➢ NBR 9196/1993; ➢ NBR 9197/1993; ➢ NBR 13055/1993; ➢ NBR 13056/1993. 112 Martinez (1993) relata uma sistemática de identificação de sacos por cor, utilizada em muitos hospitais americanos, que toma por base as normas e recomendações da Organização Mundial da Saúde: ➢ Resíduos comuns: sacos verdes ➢ Resíduos infectantes: sacos vermelhos ➢ Resíduos anatomopatológicos: sacos pretos ➢ Resíduos plásticos: sacos laranja ➢ Vidros: sacos brancos ➢ Papel e papelão: sacos cinza. COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Para a ABNT, NBR 12807/1993, “coleta interna de resíduos é a operação de transferência dos recipientes, do local de geração, para o local de armazenamento interno, normalmente localizado na mesma unidade de geração, no mesmo piso ou próximo, ou deste para o abrigo de resíduos ou armazenamento externo, geralmente fora do estabelecimento, ou ainda diretamente para o local de tratamento. Em pequenas instalações ou determinados casos, essas etapas reduzem-se a uma única”. A coleta interna é aquela realizada dentro da unidade e consiste no recolhimento dos resíduos das lixeiras, fechamento do saco e seu transporte até a sala de resíduos ou expurgo. A coleta externa consiste no recolhimento dos resíduos de serviços de saúde armazenados nas unidades a serem transportadas para o tratamento ou disposição final. A NBR 12810/1993 especifica as condições do veículo. Na década de 1980, com o advento da Síndrome de Deficiência Imunitária Adquirida (AIDS), ocorre uma grande comoção pública em relação às condutas de higiene hospitalar e todos os resíduos que tivessem contato com pacientes eram considerados infectantes e passavam a merecer tratamento específico. A partir de 1989 foi estabelecida uma nova filosofia na gestão de tratamento dos resíduos, na qual foram determinadas e consagradas regras que consideram que somente uma pequena quantidade de resíduos hospitalares deve receber tratamento específico. O objetivo de tratar resíduos infecciosos é reduzir os riscos associados com a presença de agentes patogênicos. Vários métodos são conhecidos como tratamento por luz ultravioleta, tratamento com peróxido de oxigênio e outros. Não há consenso sobre 113 os métodos e a melhor solução deverá ser resultante da combinação entre variáveis locais como condições geográficas e infraestrutura, combinadas com a disponibilidade de recursos e quantidade de resíduos. A Resolução CONAMA 5/93 define os sistemas de disposição final de resíduos sólidos, como o conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam o lançamento do resíduo no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e conduzindo à minimização do risco ambiental. No Brasil são dispostos os resíduos sólidos a céu aberto; em vazadouros; aterros sanitários e em valas sépticas. É recomendável que se tomem medidas para isolar e tornar indevassável o aterro e para proteger águas superficiais e subterrâneas, bem como o controle de gases e líquidos, e a drenagem das águas pluviais. Deve-se realizar um programa de gerenciamento de resíduos compostos por etapas, sendo elaboradas pelos geradores de resíduos, de acordo com suas características diagnosticadas. Devendo ser classificados por um conteúdo básico, contendo: ➢ Material biológico; ➢ Sangue e hemoderivados; ➢ Material cirúrgico; ➢ Anatomopatológico e exsudato; ➢ Material perfurocortante; ➢ Animais contaminados; ➢ Assistência ao paciente e sobras de alimentos. NORMATIZAÇÕES Várias normas brasileiras já citadas tratam do assunto, destacando-se ainda as NBR 9191, NBR 7500 (trata da simbologia), NBR 12809 e NBR 13853. A NBR 12807 estabelece a terminologia a ser utilizada, enquanto a NBR 12808 classifica os grupos e a NBR 12809 fixa os procedimentos. A NBR 12810 fixa os procedimentos exigíveis para as coletas interna e externa. A NBR 9191 fixa especificações para os sacos plásticos a serem utilizados e a NBR 11175 estabelece padrões de desempenho para os processos de incineração. A Resolução CONAMA 05/1993 estabelece as competências sobre o gerenciamento dos resíduos gerados em estabelecimentos de saúde. 114 LICENCIAMENTO AMBIENTAL O licenciamento ambiental é regido pela Resolução 237, de 19 de dezembro de 1997, do CONAMA e considera a utilização do licenciamento, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente. Registra ainda a necessidade de incorporação de práticas visando atingir a meta de desenvolvimento sustentável e contínua melhoria. CONCLUSÕES As atividades ligadas ao setor de saúde são fundamentais no contexto de todos os aglomerados humanos organizados. No entanto, o comprometimento ambiental gerado pela gestão inadequada de resíduos sólidos dos serviços de saúde é reconhecido tanto pela comunidade científica como pelas autoridades sanitárias e pela população em geral. Logo, a contribuição de alternativas tecnológicas que viabilizem menor impacto ambiental sobre os meios físico, biótico e socioeconômico que constituem o meio ambiente é uma necessidade urgente para a melhoria de qualidade de vida das populações sem a perda de qualidadeno atendimento prestado pelos serviços de saúde. CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR DESAFIOS DO SISTEMA DE SAÚDE O controle da infecção hospitalar é considerado uns dos desafios do nosso sistema de saúde, devido à/ao: ➢ Ambiente de alta concorrência, caracterizado por custos progressivos, cuja eficácia é questionada. ➢ Maior complexidade do atendimento por meio do uso crescente de tecnologia, com procedimentos cada vez mais sofisticados. ➢ Sistema de saúde caracterizado por repressão da demanda, baixa resolutividade dos serviços, com escassez e desperdício de recursos, reflexos da ausência de uma política eficaz de saúde pública, favorecendo, pela falência, a privatização do atendimento, privilegiando o controle do mercado pelos financiadores 115 privados dos serviços de saúde, que procuram impor condições, inclusive os preços. ➢ Aumento progressivo da demanda, com usuário mais exigente e informado quanto aos seus direitos, influenciado pela mídia que idolatra a tecnologia, dando aos recursos humanos e às organizações, responsabilidades exclusivas sobre o insucesso. ➢ Profissionais de saúde insatisfeitos com sua baixa remuneração, com múltiplos empregos, sem tempo para atualização. CONTROLE DE INFECÇÃO: PACIENTES ➢ Expectativas da clientela; ➢ Direitos do paciente; ➢ Acesso à informação médica (Internet); ➢ Influência da mídia; ➢ Código de Defesa do Consumidor; ➢ Processos legais; ➢ Aspectos éticos; ➢ Patologia de base: ➢ Perfil patológico; ➢ Avanços tecnológicos ➢ Consequências da maior sobrevida; ➢ Bioética (morte digna). CONTROLE DE INFECÇÃO: PROCEDIMENTOS INVASIVOS ➢ Avanços tecnológicos; ➢ Qualidade assistencial; ➢ Qualidade de vida; ➢ Multiplicidade de recursos; ➢ Comissão de Padronização de Materiais e Insumos; ➢ Segurança ocupacional; ➢ Biocompatibilidade; ➢ Aspectos econômicos; ➢ Prioridades/avaliação do impacto; 116 ➢ Financiamento; ➢ Reutilização de descartáveis; ➢ Ambiente hospitalar; ➢ Atendimento a maioria dos casos comunitários; ➢ Integração com autoridades sanitárias (notificação); ➢ Dificuldades diagnósticas. CONTROLE DE INFECÇÃO: PATÓGENOS EMERGENTES ➢ Resistência antimicrobiana; ➢ S aureus resistente à meticilina (SARM); ➢ S aureus com sensibilidade intermediária à vancomicina (VISA); ➢ Enterococo resistente à Vancomicina; ➢ Betalactamases de espectro estendido (ESBL); ➢ Bacilos gram negativos não fermentadores multiR; ➢ Tuberculose. Os serviços de saúde estão inseridos no contexto epidemiológico da comunidade e são parte essencial do manejo de doenças emergentes. Os profissionais de controle de infecção devem estar preparados para integrar a linha de frente da resposta a esses agravos. RECURSOS HUMANOS E AVANÇOS TECNOLÓGICOS ➢ Terapias intensivas (equipamentos, sensores); ➢ Exames subsidiários (exame clínico em segundo plano); ➢ Reações da clientela (sofisticação X humanismo); ➢ Atendimento impessoal (processos jurídicos). Importância dos Recursos Humanos: ➢ Comanda, opera e avalia os recursos tecnológicos; ➢ Racionalização da tecnologia (custo X benefício). 117 A história da evolução tecnológica na área da saúde começou com a revolução industrial, por meio do desenvolvimento de novas tecnologias em praticamente todas as áreas do conhecimento. As ciências aplicadas possibilitaram o advento de recursos e equipamentos que proporcionam a melhora na qualidade de vida. A associação entre tecnologia e equipamentos vem, provavelmente, dessa primeira revolução industrial. A industrialização trouxe consigo, além da modernização, o avanço tecnológico e a valorização da ciência em detrimento do homem e de seus valores. Os avanços tecnológicos também ocorreram na área da saúde, com a introdução da informática e do aparecimento de aparelhos modernos e sofisticados que trouxeram muitos benefícios e rapidez na luta contra as doenças. Essa tecnologia moderna, criada pelo homem a serviço do homem, tem contribuído em larga escala para a solução de problemas antes insolúveis e que pode reverter em melhores condições de vida e saúde para o paciente. Os dias atuais caracterizam-se por profundas e constantes mudanças, é crescente e cada vez mais acelerada a inovação tecnológica, colocando à disposição dos profissionais e usuários os mais diversos tipos de tecnologia, tais como: educacionais, gerenciais e assistenciais. As instituições de saúde, bem como os profissionais que atuam nesse setor, não ficaram alheias a esse processo. Assim como nas organizações produtivas, nas quais a utilização da tecnologia permite a manutenção de uma posição de igualdade ou mesmo superioridade em relação a concorrentes, as organizações de prestações de serviços têm o mesmo comportamento, visto que, em sociedades capitalistas, os serviços passam, também, a serem considerados bens vendáveis, reproduzindo, assim, a lógica das leis de mercado competitivo. HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO HOSPITALAR • Risco de a tecnologia intermediar a relação com o cliente; • A doença para o cliente; • Percebida integralmente (não em partes de seu corpo); • Repercussão em suas atividades habituais; • Hospitalização submete o cliente à equipe de saúde; • Incompreensão do impacto sobre o cliente; 118 • Promover expectativa de cura (submissão do cliente); • Riscos da hospitalização (infecção hospitalar); • Atendimento integral ao paciente; • Valorização dos recursos humanos; • Estimular o trabalho em equipe. A humanização do atendimento hospitalar requer mudança de valores, comportamento, conceitos e práticas, exigindo do atendente um reposicionamento no que se refere ao atendimento aos usuários. Essa postura está obrigando o Sistema Único de Saúde a investir em treinamento de todos os seus colaboradores. O ATENDIMENTO À SAÚDE E O CONTROLE DE INFECÇÃO • Assessoria em medidas de proteção anti-infecciosa; • Transformar informação em ação epidemiológica; • Conhecimento técnico-científico; • Promover atendimento com ética profissional; • Legal, ético e bioético; • Mudanças de comportamento; • Trabalho em equipe. Na assistência à saúde, independente de ser prevenção, proteção ou tratamento e reabilitação, o indivíduo deve ser visto como um ser integral, que não se fragmenta para receber atendimento em partes. As IH (Infecções Hospitalares) são multifatoriais e toda a problemática de como reduzir as infecções, intervir em situações de surtos e manter sob controle as infecções dentro de uma instituição deve ser resultado de um trabalho de equipe. O aprimoramento de recursos humanos em uma instituição, inclusive para racionalizar a tecnologia, deve ser prioridade, pois um bom atendimento não é mensurado somente pelo avanço tecnológico dos equipamentos. A prevenção e o CIH (Controle de Infecção Hospitalar) estão relacionados à promoção à saúde e devem refletir preocupação no sentido de que as pessoas consigam livrar-se de fatores que as predispõem para comportamentos insalubres para si próprias e para os pacientes. 119 MUDANÇA NO COMPORTAMENTO HOSPITALAR ➢ Hospitais são estruturas bastante resistentes a mudanças, em parte pelos conflitos de sua administração com o caráter liberal do exercício profissional do médico; ➢ A necessidade de mudanças deve estar bem fundamentada; ➢ A linguagem estatística aliada à análise das consequências dos problemas pode facilitar abordagem com profissionais reticentes; ➢ Diagnosticar problemas em qualquer fase do processo de produção/atendimento; ➢ Erros são uma oportunidade de aprimoramento; ➢ A abordagem da qualidade fundamenta sua ação no envolvimento da equipe na compreensão e resolução de um problema; ➢ O controlador de infecção deverá conhecer e aplicar as principais ferramentas da qualidade, auxiliando os membros da equipea descobrirem por si só as respostas aos problemas levantados; ➢ O hospital é uma empresa, sujeita às regras do mercado, cujo produto principal deve ser a excelência do seu atendimento; O objetivo de um programa de controle de infecção, focado na vigilância, é eliminar problemas pela identificação de resultados adversos, principalmente a infecção hospitalar, detectando suas causas e propondo medidas corretivas visando retornar aos índices endêmicos de infecção previamente estabelecidos. A clientela do controle de infecção requerer informes das atividades de vigilância, revisão das padronizações, orientação e atualização da prática profissional, além de informação sobre o risco de determinados procedimentos invasivos ou mesmo da ocorrência de infecção hospitalar. Qualidade e controle de infecção 120 Vigilância epidemiológica Atividades educativas Vigilância sanitária Controle de Infecção Resultado Processo Estrutura QUALIDADE E CONTROLE DE INFECÇÃO ➢ Aprimoramento dos recursos humanos hospitalares; ➢ Necessidade de treinar seus profissionais para que a instituição obtenha vantagem competitiva; ➢ Excelência do atendimento; ➢ Infecção hospitalar é um dos principais indicadores da qualidade do atendimento prestado; ➢ Processo educacional dentro da organização hospitalar que visa mudanças de comportamento; ➢ Aquisição de novos conhecimentos e novas formas de pensar; ➢ Substituição de atitudes; ➢ Riscos para os pacientes e os próprios funcionários; ➢ Monitoramento da sua aplicação; ➢ O fator humano é a ferramenta mais importante de uma organização; ➢ Reconhecer as necessidades da nossa mão de obra; ➢ Motivação; ➢ Relações humanas no ambiente de trabalho; ➢ Supervisão sobrepondo a fiscalização; Qualidade 121 ➢ Identificação do potencial e da limitação dos profissionais; ➢ Técnicas educativas adequadas; ➢ Acompanhamento contínuo dos profissionais que participaram de algum tipo de treinamento. ATUAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS HOSPITALARES Os recursos humanos hospitalares têm a responsabilidade de instituir a política institucional para prevenir e controlar a infecção, porém, o sucesso do programa dependerá do envolvimento de todos os profissionais que atuam na prestação da assistência hospitalar. De nada adianta o conhecimento do fenômeno e das medidas preventivas, se quem presta assistência não as adota no seu fazer profissional. A enfermagem, por intermédio do cuidado prestado, integra o trabalho dos demais profissionais, possibilitando incrementar esta política institucional de CIH. O aprimoramento de recursos humanos em uma instituição, inclusive para racionalizar a tecnologia, deve ser prioridade, pois um bom atendimento não é mensurado somente pelo avanço tecnológico dos equipamentos. O hospital que tem filosofia voltada para a valorização dos recursos humanos, buscando introduzir, alterar e aprimorar comportamentos e atitudes, está mais próximo de atingir o grau de excelência de seu atendimento. Dentro da estrutura organizacional, cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a máxima competência, procurando agir de acordo com os princípios básicos de sua profissão. O Recursos Humanos tem que implantar normas e rotinas dentro da instituição que capacitem e preparem o profissional de saúde para o CIH, considerando a sua interdisciplinaridade, com o objetivo de viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislação orientadora e reguladora da prevenção e controle de infecção. A complexidade e abrangência da infecção hospitalar, seu controle e suas implicações nas ações assistenciais devem ser controlados por políticas propostas pela instituição hospitalar, com o intuito de prevenção e controle do mesmo. MEDIDAS DE CONTROLE DO TERRORISMO BIOLÓGICO 122 O que é Terrorismo Biológico? É como um pesadelo ou filme de horror que nunca termina, em que o medo se esconde em cada sorriso e é proibido relaxar... Quais agentes são preferidos? Aqueles que são mais facilmente espalhados (ar, água, solo, entre pessoas), causam grande impacto em saúde pública (elevado custo, dificuldades para controle, mortalidade elevada, profissionais especializados), gerando pânico e caos social. Como avaliar o risco de um agente biológico? A partir das características de disseminação, mortalidade, exigências sanitárias e repercussão social, os agentes são distribuídos em categorias: A, B, C. Piores (Categoria A). Exemplo: varíola, carbúnculo, peste, botulismo, tularemia, febres hemorrágicas (Ebola, Junin). Moderados (Categoria B) Exemplo: febre Q, brucelose, melioidose, encefalites, agentes causadores de diarreia (salmonelose, shiguelose, cólera, E. coli), toxina S. aureus, C. perfringens, rícino. Com potencial futuro (Categoria C) Exemplo: Hantavirose, febre do carrapato, encefalite do carrapato, febre amarela, tuberculose multirresistente, vírus Nipah. Classificação dos riscos das Armas Biológicas • Impedir ou retardar a entrada de agente agressor; • Restringir ou retardar sua disseminação; • Minimizar os impactos na Saúde: Individual (tratamento, descontaminação, profilaxia); 123 • Coletiva (vacinas, profilaxia em massa). Prevenção Estratégias de ações coordenadas para: ➢ Impedir a entrada de agentes biológicos; ➢ Controle de animais e plantas doentes; ➢ Controle de vetores (insetos); ➢ Fiscalização alfandegária, espaços aéreos, fontes de água, locais de uso público (piscinas, clubes, estádios). Estratégias de ações coordenadas para: ➢ Bloqueio de sua disseminação; ➢ Pasteurização do leite; ➢ Cuidados com água (ferver); ➢ Incentivo à higiene pessoal; ➢ Equipamentos de proteção individual; ➢ Salas preparadas para atender os pacientes e restringir disseminação. Planejamento de como confirmar e como agir: ➢ Treinamento de profissionais para suspeição, diagnóstico, tratamento e profilaxia (uniformizar as condutas); ➢ Rede de laboratórios para diagnóstico (local, referência regional, referência nacional e análises de mutações e resistências); ➢ Sistema de notificação de doenças; ➢ Ações coordenadas com autoridades locais e população afetada (lideranças comunitárias, polícia, defesa civil, hospitais, escolas, imprensa); ➢ Rede de apoio (transporte, logística); ➢ Desenvolver novas e velhas vacinas, testá-las, produzi-las e aplicá-las; 124 ➢ Fabricar e dispor de medicamentos suficientes para tratamento e/ou profilaxia; ➢ Fabricar e dispor de equipamentos de proteção adequados; ➢ Rede de apoio (transporte, logística); ➢ Desenvolver novas e velhas vacinas, testá-las, produzi-las e aplicá-las; ➢ Fabricar e dispor de medicamentos suficientes para tratamento e/ou profilaxia; ➢ Fabricar e dispor de equipamentos de proteção adequados. Profilaxia para Agentes Biológicos (Geralmente reagem a quinolonas ou tetraciclinas) ➢ Brucelose; ➢ Febre Q; ➢ Tularemia; ➢ Peste; ➢ Carbúnculo; ➢ Agentes causadores de diarreia; ➢ Agentes biológicos para os quais há vacinas; ➢ Varíola; ➢ Febre amarela; ➢ Peste; ➢ Carbúnculo. Vacinas para Agentes Biológicos ➢ Varíola; ➢ Febre Amarela; ➢ Peste; ➢ Carbúnculo. Bloqueador com antitoxina ➢ Botulismo. 125 ORGANIZAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR PORTARIA MS 196/83 A Portaria do MS nº 196, de 24 de junho de 1983, instituiu a implantação de Comissões de Controle de Infecção Hospitalar em todos os hospitais do país, independentemente de sua natureza jurídica. Com a morte do então presidente Tancredo Neves, em 1985, por infecção hospitalar, o tema adquire maior visibilidade. • Hospitais deverão manter CCIH; • Critérios diagnósticos de IH; • Notificação controlada de IH; • Busca passiva; • Germicidas. O Ministrode Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe conferem o art.87, item II da Constituição: Considerando que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários de serviços de saúde; Considerando que o controle das infecções hospitalares envolve medidas de vigilância sanitária e outras, tomadas ao nível de cada serviço de saúde, atinentes ao seu funcionamento; Considerando que, nos termos da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, compete ao Ministério da Saúde, como órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica; estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle de qualidade sanitária de produtos, substâncias de interesse para a saúde (art. 16, VI, VIII e XII); Considerando que, no exercício desta fiscalização, deverão os órgãos estaduais de saúde observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de meios capazes de evitar efeitos nocivas à saúde dos agentes, clientes, pacientes e circunstantes (Decreto n° 77.052, de 19 de Janeiro da 1976, Art. 2º, 126 item IV); Considerando a necessidade da elaboração de normas técnicas sobre prevenção de infecções hospitalares, para balizar a atividade fiscalizadora dos órgãos estaduais de saúde; Considerando ainda o avanço técnico-científico e a experiência nacional acumulada desde a promulgação da Portaria n° 196, de 24 de junho de 1983. RESOLVE: 1. Expedir, na forma dos anexos, normas para o controle das infecções hospitalares. 2. O descumprimento das normas aprovadas por esta portaria sujeitará o infrator ao processo e penalidades previstas na Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977. 3. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, fixando-se às instituições hospitalares o prazo de 180 dias para adotarem as suas disposições. 4. Revoga-se a Portaria n 196, de 24 de Junho de 1983. ORGANIZAÇÃO 1. Dos organismos de gestão do Sistema Único de Saúde Os organismos de gestão estadual e municipal do SUS deverão viabilizar estrutura técnico-operacional que assegure o cumprimento desta Portaria e do disposto nos artigos 1°, 2° e 3°, do Decreto n° 77.052, de 19 de janeiro de 1976; bem como o que dispõe os incisos VII, XI e XII do artigo 17; incisos III, VII, XI e XII do artigo 18 e do artigo 19 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990. 2. Programa de Controle de Infecções Hospitalares Todos os hospitais do país deverão manter programa de controle de infecções hospitalares, independentemente da natureza da entidade mantenedora. 2.1. Considera-se Programa de Controle de Infecções Hospitalares o conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 127 3. Estrutura e competências Objetivando o adequado planejamento, execução e avaliação do programa de infecções hospitalares, os hospitais deverão constituir: a) Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), órgão de assessoria à Direção; b) Serviço de Controle de Infecções Hospitalares (SCIH), Comissão de Controle de Infecções Hospitalares A CCIH deverá ser composta, atendidas as peculiaridades do hospital, por técnicos e profissionais do SCIH, e por representantes de nível superior de, pelo menos, os seguintes serviços: a) serviço médico; b) serviço de enfermagem; c) serviço de farmácia; d) laboratório de microbiologia; e) administração. CCIH compete: a) definir as diretrizes para a ação de controle de infecções hospitalares no hospital; b) ratificar a programa anual de trabalho do SCIH; c) avaliar o Programa de Controle de Infecções Hospitalares do hospital; d) avaliar, sistemática e periodicamente, as informações providas pelo sistema de vigilância epidemiológica e aprovar as medidas de controle propostas pelo SCIH; e) comunicar, regular e periodicamente, à Direção e às chefias de todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar. Serviço de Controle de Infecções Hospitalares O SCIH é órgão encarregado da execução das ações programadas de controle 128 das infecções hospitalares. Deverá ser integrado por profissionais e técnicos lotados no hospital, compreendendo, pelo menos, um médico e um enfermeiro, preferencialmente com formação epidemiológica, para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número. O período de trabalho do médico e do enfermeiro no serviço será, no mínimo, de 4 (quatro) e 6 (seis) horas diárias, respectivamente, exigindo-se, do último, lotação exclusiva no SCIH. Compete ao SCIH: a) elaborar, implementar, manter e avaliar um Programa de Controle de Infecções Hospitalares adequado às características e necessidades da instituição; b) implantar e manter sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares; c) realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle. d) propor e cooperar na elaboração, implementação e supervisão da aplicação de normas e rotinas técnico-administrativas visando à prevenção e ao tratamento das infecções hospitalares; e) propor, elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-administrativas visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas de isolamento e precauções; f) cooperar com o setor de treinamento com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares; g) elaborar e divulgar regularmente relatórios. Supletivamente às funções referentes ao controle das infecções hospitalares compete ainda ao SCIH: a) cooperar com a ação de fiscalização do Serviço de Vigilância Sanitária do órgão estadual ou municipal de gestão do SUS, bem como fornecer prontamente as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades sanitárias competentes; b) notificar ao organismo de gestão estadual ou municipal do SUS os casos diagnosticados ou suspeitos de doenças sob vigilância epidemiológica, atendidas em qualquer dos serviços ou unidades do hospital e atuar cooperativamente com os serviços 129 de saúde coletiva; c) Notificar ao Serviço de Vigilância Sanitária dos organismos de gestão estadual ou municipal do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização de insumos e produtos industrializados. Os hospitais poderão consorciar-se, no sentido da utilização recíproca de recursos técnicos, materiais e humanos, com vistas a implantar e manter programa de controle de infecções hospitalares. Compete à Direção do Hospital: a) nomear a CCIH por meio de ato próprio; b) propiciar a infraestrutura necessária à correta operacionalização da CCIH e do SCIH; c) aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH e do SCIH; d) garantir a participação do presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de política da instituição como, por exemplo, os conselhos deliberativos e conselhos técnicos, independente da natureza da entidade mantenedora do hospital. CONCEITOS E CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICOS Conceitos básicos: Infecção comunitária: é a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também comunitárias: a) a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção; b) a infecção em recém-nascido,cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento 130 (exemplo: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS). Infecção hospitalar: é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifeste durante a internação, ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar Princípios: O diagnóstico de infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de: evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos e anticorpos e métodos de visualização; e evidências de estudos com métodos de imagem; endoscopia; biópsia e outros. Critérios gerais: a) quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar. b) quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão. Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados depois da mesma. c) as infecções no recém-nascido são hospitalares com exceção das transmitidas de forma transplacentária. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS POR POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO As infecções pós-operatórias devem ser analisadas conforme o potencial de 131 contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado. A classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico. Operações Limpas: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas e traumáticas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Operações Potencialmente Contaminadas: São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias limpas com drenagem se enquadram nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Operações Contaminadas: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária. Operações Infectadas: São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem suja. 132 Exemplo de cirurgias classificadas pelo seu potencial de contaminação: a) Limpas: - Artoplastia do quadril; - Cirurgia cardíaca; - Herniorrafia de todos os tipos; - Neurocirurgia; - Procedimentos cirúrgicos ortopédicos (eletivos); - Anastomose portocava, esplenorrenal e outras; - Mastoplastia; - Mastectomia parcial e radical; - Cirurgia de Ovário; - Enxertos cutâneos; - Esplenectomia; - Vagotomia superseletiva (sem drenagem); - Cirurgia vascular. b) Potencialmente contaminada: - Histerectomia abdominal; - Cirurgia do intestino delgado (eletiva); - Cirurgia das vias biliares sem estase ou obstrução biliar; - Cirurgia gástrica e duodenal em pacientes normo ou hiperclorídricos; - Feridas traumáticas limpas - ação cirúrgica até dez horas após traumatismo; - Colecistectomia + colangiografia; - Vagotomia + operação drenagem; - Cirurgias cardíacas prolongadas com circulação extracorpórea. c) Contaminadas: - Cirurgia de cólon; - Debridamento de queimaduras; - Cirurgias das vias biliares em presença de obstrução biliar; - Cirurgia intranasal; - Cirurgia bucal e dental; - Fraturas expostas com atendimento após dez horas; 133 - Feridas traumáticas com atendimento após dez horas de ocorrido o traumatismo; - Cirurgia de orofaringe; - Cirurgia do megaesôfago avançado; - Coledocostomia; - Anastomose biliodigestiva; - Cirurgia gástrica em pacientes hipoclorídicos (câncer, úlcera gástrica); - Cirurgia duodenal por obstrução duodenal. d) Infectadas: - Cirurgia do reto e ânus com pus; - Cirurgia abdominal em presença de pus e conteúdo de cólon; - Nefrectomia com infecção; - Presença de vísceras perfuradas; - Colecistectomia par colecistite aguda com empiema; - Exploração das vias biliares em colangite supurativa; VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Vigilância epidemiológica de infecções hospitalares é a observação ativa, sistemática e contínua da ocorrência e da distribuição dessas infecções entre os pacientes hospitalizados e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna de ações de controle. TIPOS DE VIGILÂNCIA São indicados três métodos para a vigilância epidemiológica de infecções hospitalares: prospectivo, retrospectivo e de prevalência. A CCIH deverá escolher o método que melhor se adeque às características do hospital, estrutura de pessoal e natureza do risco. A vigilância epidemiológica poderá incluir todos os pacientes, serviços e procedimentos, ou parte deles. A definição sobre quais grupos de pacientes, serviços ou procedimentos serão objetos de vigilância é feita com base em critérios de magnitude, gravidade, redutibilidade ou custo. Desta forma, a critério da CCIH poder-se-á manter vigilância 134 epidemiológica total (todos os pacientes, serviços, procedimentos) ou seletiva, orientada para o controle de determinada topografia, serviço ou procedimento. A vigilância epidemiológica poderá estender-se ao acompanhamento ambulatorial de egressos e de pacientes em ambulatório, em especial na vigilância de infecção cirúrgica e de recém-nascidos. INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Os indicadores mais importantes a serem levantados e analisados periodicamente por serviço e por hospital são: a) Taxa de Doentes com Infecção Hospitalar, tendo como numerador o número de doentes que apresentaram infecções hospitalares no período considerado, e como denominador o total de saídas (alta, óbitos e transferências ocorridas no mesmo período); b) Taxa de Infecções Hospitalares, tomando como numerador o número de episódios de infecções hospitalares e como denominador as saídas, ocorridas no período considerado; c) Taxa de Doente com Infecção Hospitalar por Causa Básica de internação, tendo como numerador o número de infecções hospitalares e como denominador o total de saídas, na mesma causa de internação; d) Estrutura percentual de infecção hospitalar por localização topográfica no paciente; e) Taxa de Infecção Hospitalar por Procedimentos de Risco, tendo como numerador o número de pacientes submetidos a determinados procedimentos de risco que desenvolveram infecção hospitalar, e como denominador o número total de pacientes submetidos a este procedimento, noperíodo considerado. Exemplos: - Taxa de supuração de ferida cirúrgica de acordo com o potencial de contaminação (Anexo III); - Taxa de infecção urinária após cateterismo vesical; - Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a 135 ocorrência respectiva o indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas de infecção cirúrgica por cirurgião e por serviço. f) Distribuição de infecção por microrganismos; g) Coeficiente de sensibilidade aos antimicrobianos, tendo como numerador o número de cepas bacterianas sensíveis a determinado antimicrobiano e como denominador o total de culturas do mesmo agente realizado a partir de espécimes encontradas, causando infecção hospitalar no hospital (a ser levantado pelo menos semestralmente); h) Indicadores de consumo de antimicrobianos: - Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso terapêutico, uso profilático e total) no período considerado; - Frequência (%) com que cada antimicrobiano é empregado, em relação aos demais; i) Taxa de letalidade associada à infecção hospitalar, tendo como numerador o número de óbitos ocorridos em pacientes com infecções hospitalares e como denominador o número de pacientes que desenvolveram infecções hospitalares; j) Taxa de infecção comunitária, tendo como numerador o número de infecções comunitárias e como denominador o número de saídas. Os indicadores mínimos a serem calculados mensalmente são os especificados nas alíneas a, b e d. Considerando a estreita correlação entre tempo de permanência e risco de infecção, poder-se-ão construir indicadores bem mais precisos se for usado como denominador o número de pacientes-dia ao invés do número de saídas. Coleta de Dados Os dados com os quais são produzidos os indicadores utilizados na vigilância epidemiológica das infecções hospitalares devem ser coletados, preferentemente, por metodologia ativa, tendo suas fontes em: ➢ Resultados de exames microbiológicos; ➢ Prontuários de pacientes internados; ➢ Outras anotações de enfermagem; ➢ Dispensação de materiais médico-hospitalares, antimicrobianos e 136 soluções parenterais de grande volume feitas pelo serviço de farmácia; ➢ Exame de pacientes internados; ➢ Laudos de exames radiológicos, tomográficos, endoscópicos, de patologia e outros; ➢ Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), com indicadores hospitalares. A escolha das fontes de dados a serem utilizados deverá ser feita em base a critérios de sensibilidade estatística. É recomendável a utilização do maior número possível de fontes. Não são recomendados os métodos de coleta de dados para vigilância epidemiológica baseados exclusivamente em notificação (métodos passivos de produção de dados) ou em revisão retrospectiva de prontuário. Relatórios O Serviço de Controle de Infecções Hospitalares deverá construir os indicadores epidemiológicos adotados, analisá-los e interpretá-los. Um relatório com estas informações deverá ser publicado periodicamente, submetido e aprovado pela Comissão de Controle de Infecções Hospitalares, divulgado a todos os serviços e à Direção, e promovido seu debate entre a comunidade hospitalar. Os relatórios deverão conter informações sobre o nível endêmico das infecções sob vigilância e as alterações de comportamento epidemiológico detectadas, bem como sobre as medidas de controle adotadas e os resultados obtidos. Cada cirurgião deverá receber, anualmente, relatório mostrando suas taxas individuais de infecção e a taxa média de infecção entre pacientes de outros cirurgiões de serviços equivalentes. Investigações Epidemiológicas Todas as alterações de comportamento epidemiológico (surtos, epidemias, aparecimento de novos agentes ou aumento da gravidade) deverão ser objeto de investigação epidemiológica, cujo relatório ficará arquivado no SCIH. PORTARIA MS 930/92 137 O Programa de Controle de Infecção Hospitalar começou a ser regulamentado em 1983, com a Portaria MS nº 196/83, que foi revogada e substituída pela Portaria MS nº 930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998, que revogou a Portaria nº 930/92. Em 1997, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Lei nº 9.431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos hospitais manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e no artigo 2º preconiza criação de Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução deste controle. • Hospitais deverão manter Programa de Controle de IH; • Participação dos órgãos diretores; • Serviço de Controle de Infecção Hospitalar; • Busca ativa de casos; • Alterações nos critérios diagnósticos; • Exclusão da sepse secundária. LEI FEDERAL 9.431/97 Dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecções hospitalares pelos hospitais do País: Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de Infecções Hospitalares - PCIH. § 1° Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 2° Para os mesmos efeitos entende-se por infecção hospitalar, também denominada institucional ou nosocomial, qualquer infecção adquirida após a internação de um paciente em hospital e que se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a hospitalização. http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/legis.htm#%23 http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=490 http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=490 http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=482 http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=482 http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=587 http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=587 http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/legis.htm#%23 http://www.anvisa.gov.br/legis/leis/9431_97.htm#%23 138 Art. 2° Objetivando a adequada execução de seu programa de controle de infecções hospitalares, os hospitais deverão constituir: I - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares; Art. 9° Aos que infringirem as disposições desta Lei aplicam-se as penalidades previstas na Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977. Obrigatoriedade ➢ CCIH ➢ Programa de Controle IH Vetos presidenciais ➢ SCIH ➢ Existência, composição e competência ➢ CCIH ➢ Composição e competência ➢ Farmacêutico ➢ Medicamentos, germicidas e materiais ➢ Fiscalização sanitária PORTARIA MS 2.616/98 Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998 O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das suas atribuições que lhe confere o art. 87, inciso II da Constituição, e considerando as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes ao seu funcionamento; Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, estabelece como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), “a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas”, Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, estabelece como objetivo e atribuição do Sistema http://www.ccih.med.br/portaria2616.html#%23 139 Único de Saúde (SUS), “a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde coma realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de saúde deverão observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos circunstantes (Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, art. 2º, inciso IV); # Vigilância Epidemiológica ORGANIZAÇÃO O Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar. A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital. Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: • Serviço médico; • Serviço de enfermagem; • Serviço de farmácia; • Laboratório de microbiologia; • Administração. Diretrizes e normas para prevenção e controle das infecções hospitalares: http://www.ccih.med.br/portaria2616.html#%23 140 • Programa de Controle de Infecções; • Ações mínimas; • Deliberada e sistematicamente; • Redução máxima possível da incidência e gravidade das IH. Ministério da Saúde: • Orientar cumprimento e interpretação Secretaria Estadual e Municipal: Adequar normas Composição: • Membros consultores • Até 70 leitos: médico e enfermagem ➢ 70 leitos: anteriores, farmácia, microbiologia e administração • Membros executores (SCIH) / 200 leitos • Enfermeiro (6 horas) e outro (4 horas) • Aumento da carga (2 horas) / 10 leitos • UTI; berçário de alto risco; queimados; transplante; hemato-oncológicos; AIDS CCIH: Competências (1) ➢ Programa de Controle de Infecção; ➢ Elaborar, implementar, manter e avaliar; ➢ Sistema de vigilância epidemiológica IH; ➢ Normas e rotinas técnico-operacionais; ➢ Adequação, implementação e supervisão; ➢ Capacitação profissional; ➢ Racionalização de antimicrobianos, germicidas e materiais. CCIH: Competências (2) ➢ Avaliar indicadores epidemiológicos; ➢ Aprovar medidas de controle (SCIH); ➢ Investigação epidemiológica de surtos; ➢ Elaborar e divulgar relatórios periódicos; 141 ➢ Medidas de precaução e isolamento; ➢ Elaborar, implementar e supervisionar; ➢ Prevenção e tratamento das IH; ➢ Adequar, implementar e supervisionar normas e rotinas técnico- operacionais. CCIH: Competências (3) ➢ Política institucional* para utilização; ➢ Antimicrobianos, germicidas e materiais; ➢ Em conjunto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica; ➢ Cooperar com setor de treinamento; ➢ Elaborar Regimento Interno CCIH; ➢ Informações epidemiológicas; ➢ Doenças de notificação compulsória; ➢ Surtos em consequência de insumos ou produtos; ➢ Definir diretrizes, normas, critérios, parâmetros, métodos e estratégias; ➢ Coordenar as ações descentralizadas; ➢ Acompanhar, avaliar e cooperar; ➢ Difundir conhecimento; capacitar profissionais e identificar padrões de referência; ➢ Sistema nacional de informações; ➢ Acompanhar, avaliar e divulgar; ➢ Magnitude, gravidade e qualidade. Vigilância epidemiológica: Recomendados métodos de busca ativa Fontes: ➢ Observação do paciente; ➢ Prontuário; ➢ Laudos de exames laboratoriais; ➢ Radioimagem; ➢ Endoscopia; ➢ Biópsia e outros; 142 ➢ Investigação epidemiológica; ➢ Alterações do comportamento epidemiológico; ➢ Abrangência; ➢ Global; ➢ Componentes específicos. Indicadores epidemiológicos ➢ Taxa de infecção hospitalar; ➢ Taxa de pacientes IH; ➢ Distribuição percentual por topografia; ➢ Taxa de IH por procedimento; ➢ Frequência de microrganismos; ➢ Global; ➢ Por topografia; ➢ Sensibilidade aos antimicrobianos; ➢ Consumo de antimicrobianos; ➢ Taxa de letalidade. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE O que é SUS O SUS “é o conjunto de ações e serviços de saúde prestado por órgãos e instituições públicas Federais, Estaduais e Municipais, da administração direta ou indireta e das fundações, mantidos pelo poder público e complementarmente pela iniciativa privada”. (Lei Federal 8.080/90). O Sistema Único de Saúde é um sistema universal, regionalizado e hierarquizado, que integra o conjunto de ações de saúde da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; em que cada esfera de gestão (federal, estadual, municipal) possui funções e competências específicas e articuladas entre si. 143 Construção do SUS ➢ Redemocratização do país; ➢ 8ª Conferência Nacional de Saúde –1986; ➢ Constituição de 1988; ➢ Lei 8.080/90; ➢ Lei 8.142/90; Regulamentação 8ª Conferência Nacional de Saúde –1986 A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi o grande marco nas histórias das conferências de saúde no Brasil, pois foi a primeira vez que a população participou das discussões. Suas propostas foram contempladas tanto no texto da Constituição Federal/1988 como nas leis orgânicas da saúde, nº 8.080/90 e nº 8.142/90. Participaram dessa conferência mais de 4.000 delegados, impulsionados pelo movimento da Reforma Sanitária e propuseram a criação de uma ação institucional correspondente ao conceito ampliado de saúde, que envolve promoção, proteção e recuperação. Princípios Doutrinários Universalidade dos serviços Todas as pessoas têm direito ao atendimento independente da cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, etc. A saúde é direito de cidadania e dever dos governos Municipal, Estadual e Federal. Equidade na assistência à saúde Todo cidadão é igual perante o SUS. Os serviços de saúde devem saber quais são as diferenças dos grupos da população e trabalhar cada necessidade. Integralidade da assistência http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1124 144 As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a cura. Isto faz com que as ações de promoção, prevenção e de recuperação formem um todo indivisível que não podem ser compartimentadas. Princípios Organizacional REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO: Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. RESOLUBILIDADE: É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua competência. DESCENTRALIZAÇÃO: É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato for tomada a decisão, mais chance haverá de acerto. DESCENTRALIZAÇÃO DA MUNICIPALIZAÇÃO DA SAÚDE: Profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo, com nítido reforço do poder MUNICIPAL sobre a saúde. DESCENTRALIZAÇÃO DO PAPEL DOS MUNICÍPIOS: A maior responsabilidade na promoção das ações de saúde diretamente voltadas para os seus cidadãos. PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS: É a garantia constitucional de que a população, por meio de suas entidades representativas, poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todosos níveis, desde o federal até o local. Constituição Federal 145 A Constituição Federal em 1988 compactuou com a criação do Sistema Único de Saúde, onde: “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” Lei 8.080/90 Lei 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde): “Dispõe sobre a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços...” Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou serviço de saúde, realizado por pessoas ou empresas. Todos os seres humanos têm direito à prestação dos serviços de saúde básica e de especialidades, sendo esse fornecido pelo Estado. O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Constituem o Sistema Único de Saúde (SUS) as ações e os serviços de saúde de instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e Fundações mantidas pelo Poder Público. Seus objetivos são: I. A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II. A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, o dever do Estado de garantir a saúde; III. A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. http://hitechnologies.com.br/humanizacao/o-que-e-o-programa-humanizasus/resumo-da-lei-n8080/#%23 146 Lei 8.142/90 Lei 8.142/90: “Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e das transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.” ➢ Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde - SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. ➢ Participação da comunidade: Conferência de Saúde e no Conselho de Saúde. ➢ Transferências de recursos financeiros: transferências do Fundo Nacional de Saúde FNS. Conferência de Saúde: nacional, estadual e federal ➢ A Conferência de Saúde reunir-se-á cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou extraordinariamente pelo Conselho de Saúde. ➢ Conselhos de Saúde são espaços de participação popular na administração do Sistema Público, com atuação no controle e execução da Política de Saúde, estabelecendo estratégias de coordenação e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). ➢ Os Conselhos de Saúde devem funcionar em caráter permanente e deliberativo, atuando na formulação de estratégias e no controle da execução da Política de Saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo gestor legalmente constituído em cada esfera de http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAIrEAF/lei-8142-grupos-tecnicos-noas#%23 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAIrEAF/lei-8142-grupos-tecnicos-noas#%23 147 governo – federal, estadual e municipal. Deliberar ➢ Resolver após discussão ou exame; ➢ Decidir; ➢ Determinar; ➢ Assentar; Em consonância com a Constituição Federal de 1988, com a Lei 8.080/90 e Lei 8.142/90, o Conselho de Saúde consolida o controle social, princípio imprescindível para a consolidação do SUS, sendo de vital importância a participação da população como forma de intervir na gestão pública, colocando as ações do Estado na direção dos interesses da comunidade. Permite à população o direito de fiscalizar as ações do poder público em relação à elaboração, controle e fiscalização das Políticas de Saúde, em cada esfera de governo. COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS → 50% dos membros sejam representantes dos usuários. → 50% representantes dos segmentos do governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde. → As Conferências de Saúde e os Conselhos. → Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio aprovados pelo respectivo Conselho. 148 REFERÊNCIAS ANVISA. Disponível em: <www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 26 de dezembro 2011. BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. ESPAÇO PARA A SAÚDE. Disponível em: <www.ccs.uel.br/espacoparasaude>. Acesso em: 26 de dezembro 2011 BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. O Acolhimento. Disponível em: <http://www.bvsms.saude.gov.br>. Acesso em: 26 de dezembro 2011 BIDONE, F. R. A.; POVINELLI, J. Conceitos Básicos de Resíduos Sólidos. São Carlos: EESS/USP, 1999. 120p. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994. CIANCIARULLO, I. C.; GUALDA, D. M. R.; MELLEIRO, M. M.; ANABUKI M. H. Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências. 4. ed. São Paulo: Ícone, 2008. FALK, James Anthony. Gestão de Custos para Hospitais. São Paulo: Atlas, 2001. FORMAGGIA, D. M. E. Resíduos de Serviços de Saúde. In: Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde. São Paulo: CETESB, 1995. p. 3-13. GURGEL, Floriano C. A. Administração dos Fluxos de Materiais e Produtos. São Paulo: Atlas, 1996. MARTINS, Petrônio G. 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