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GESTÃO DA QUALIDADE A razão de ser uma empresa são os seus clientes. Portanto, toda sua administração deve estar voltada para a qualidade, que é a busca contínua da satisfação das necessidades dos clientes. Mais recentemente ficou claro que a empresa é um meio para atingir a satisfação das necessidades de todas as pessoas (clientes, acionistas, empregados e vizinhos). Acontece que as necessidades das pessoas mudam continuamente e os concorrentes estão sempre se desenvolvendo e melhorando. Ninguém pode para e esperar. Diante deste quadro, para que a empresa possa sobreviver é necessário desenvolver novos produtos ou serviços (melhores, mais baratos, mais seguros, de entrega mais rápida, de manutenção mais fácil etc. que os concorrentes). Para produzir estes novos produtos ou serviços são necessários novos processos (melhores, mais fáceis, de menor dispersão, mais baratos, mais rápidos, mais seguros etc. que os concorrentes). Este processo de inovação contínua tem como referências o cliente e os concorrentes e se constitui na garantia da própria sobrevivência da empresa. Então para garantir a sobrevivência da empresa é conduzido o processo de administração da qualidade, segundo Miyauchi. A política da qualidade deve estabelecer claramente o comprometimento da alta administração com os conceitos fundamentais da qualidade a seguir apresentados, que devem ser disseminados para compreensão de todos, implementados, e garantidos em sua execução: a. Estabelecer metas de qualidade para atender às necessidades dos clientes (e consumidor final). b. Garantir a segurança do usuário do produto. c. Com a participação de todos os empregados. d. Em todo ciclo de vida do produto/serviço. Os objetivos da qualidade, são estabelecidos pela alta administração de acordo com a política da qualidade. Um programa deve ser estabelecido e implementado para atingir os objetivos seguintes: a. Capacidade suficiente de engenharia para desenvolvimento dos atuais produtos e sistema de produção. b. Quantidade e qualidade do produto suficientes para atender às necessidades dos clientes. c. Melhoria na tecnologia de projeto e desenvolvimento de novos produtos para o domínio da competitividade. d. Redução das não-conformidades nas etapas de produção e instalação do produto no cliente. e. Redução do número de reclamações e reivindicações. f. Redução de custo no processo de produção/serviço através de inovação dos procedimentos e processo, para o domínio da competitividade. g. Melhoria da qualidade dos produtos adquiridos pelo desenvolvimento de fornecedores. h. Melhoria na manutenção dos produtos e qualidade dos serviços prestados no mercado. i. Melhoria na garantia da segurança do produto em todas as fases do ciclo de vida. j. Percepção, pelas pessoas da empresa, da importância da melhoria da qualidade dos recursos humanos. Para atingir concretamente a política da qualidade e os objetivos da qualidade como descritos anteriormente, é necessário que a alta administração estabeleça e gerencie um sistema da qualidade que inclua: a. Pesquisa das necessidades e exigências do mercado b. Planejamento do produto c. Desenvolvimento de novos produtos d. Projeto e. Engenharia de produção f. Compras g. Produção h. Inspeção de testes i. Estocagem e preservação j. Empacotamento k. Transportes (interno e externo) l. Vendas m. Manutenção e assistência técnica n. Instruções de como dispor do produto após o uso Para que o sistema da qualidade possa funcionar bem é necessário que a alta administração estabeleça uma organização da qualidade definindo a autoridade e responsabilidade de cada um pela qualidade e definindo também a cadeia de comando. Todo gerente designado nesta cadeia de comando deve identificar o seu próprio papel para que a política da qualidade e os objetivos de qualidade sejam atingidos. Eles devem então estabelecer seu gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia: a. Estabelecendo a padronização de sua área de trabalho para uso de seus operadores. b. Educando e treinando seus operadores para conseguir a compreensão dos padrões estabelecidos. c. Estabelecendo um plano anual de melhoria do seu próprio gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia para atingir sua própria visão do futuro. Para conduzir o planejamento da qualidade é necessário cobrir os seguintes tópicos: a. A meta da qualidade a ser atingida. b. Um sistema que garanta a qualidade em cada etapa. c. Definição das necessidades de nova tecnologia, materiais, equipamentos e processo a serem implementados. d. Definição das necessidades de habilidades por parte dos operadores. e. Definição das necessidades de inspeção, equipamentos de medida da qualidade e de testes; instrumentos, ferramentas, métodos de mensuração. f. Definição de qualquer outro método que garantia e verifique a qualidade especificada pelas necessidades dos clientes. É necessário verificar periodicamente (auditoria da qualidade): a. Se as atividades necessárias para se atingir os objetivos da qualidade, previstas no sistema da qualidade, estão sendo implementadas. b. Se a situação atual está atingindo o nível desejado. c. Se as atividades previstas no sistema da qualidade são suficientemente adequadas para satisfazer o que foi previsto no planejamento da qualidade e para atingir os objetivos da qualidade. Através destas atividades da qualidade deve ser conduzida uma melhoria contínua de todo o sistema da qualidade tanto do ponto de vista econômico quanto de sua eficácia, para que a empresa possa atingir o domínio de competitividade. Se o gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia (controle da qualidade) for bem conduzido este objetivo será atingido. Conceito de qualidade Definir qualidade é um exercício desafiador. Segundo Gomes (2004), a qualidade é fácil de reconhecer, mas é difícil definir. De acordo com Reeves e Bednar (1994), não existe uma definição global e diferentes definições de qualidade surgem em diferentes circunstâncias, tornando-o um fenômeno complexo. Sendo um assunto fundamental para o crescimento das organizações, a qualidade, tanto em produtos quanto em serviços, mostra-se um tema altamente importante, afinal vive-se em uma época de alta concorrência, e a qualidade revela-se como um dos principais diferenciais competitivos das empresas da atualidade. Mas afinal, o que é qualidade? Qualidade pode ser definida de diversas formas: Qualidade como valor; Qualidade como conformação de especificações; Qualidade como conformação a requisitos prévios; Qualidade como ajustamento do produto/serviço para o usuário; Qualidade como redução de perdas; Qualidade como atendimento e/ou superação das expectativas dos consumidores (REEVES; BEDNAR, 1994). Alguns autores influenciaram significativamente a história da qualidade: W. Eduards Deming, Philip Crosby, Joseph M. Juran, Kaoru Ishikawa, e Genichi Taguchi são alguns deles. Demings baseava a qualidade no controle e melhoria dos processos, com o uso de técnicas estatísticas. Juran defendia a qualidade como adequação ao uso (“o que o cliente quer”). Crosby definia a qualidade como produto isento de defeitos (“zero defeito”). Ishikawa focava a qualidade na capacidade de atender as necessidades dos clientes. Taguchi considerava qualidade como a mínima perda de produtos (Avelino, 2005). Observa-se, que não há uma convergência na definição de qualidade entre os autores citados acima. Talvez não seja possível, de fato, uma definição generalizada de qualidade. Embora isso, o fato é que qualidade a qualidade é considerada universalmente como algo que afeta a vida das organizações e a vida de cada indivíduo de uma forma positiva (GOMES, 2004), sobretudo a partir da década de 1990, diante dessa nova dinâmica competitiva instaurada. Histórico da Gestão da Qualidade Fase doArtesão Produção em pequena escala; Domínio do ciclo de produção (da concepção até o pós-venda); Interação produtor-consumidor; Produtos personalizados; Conceitos modernos como confiabilidade, conformidade, metodologia, tolerância e especificação eram embrionários; Foco da qualidade era o produto, não o processo. Fase da Revolução Industrial Customização foi substituída pela padronização e a produção em larga escala; Invenção de máquinas projetadas para obter volume de produção; Padronização de medidas (Fordismo); Fragmentação do trabalho (Taylorismo); Surge a figura do inspetor (Taylorismo); Distanciamento produtor-consumidor. Fase da Abordagem Sistêmica Década de 1930, o controle de qualidade evoluiu bastante: desenvolvimento do sistema de medidas e das ferramentas de controle estatístico do processo; surgimento de normas específicas para a área. Surgimento de técnicas de amostragem: inspeção por amostragem. Surgem questionamentos sobre a alienação no trabalho e a importância da participação do trabalhador (Elton Mayo e a Escola das Relações Humanas). Década de 1950: primeiras associações de profissionais da área de qualidade e seu impacto nos custos foram tecidas. e foi proposta a primeira abordagem sistêmica. Qualidade deixa de ser um problema técnico e passa a ser de gestão; Influência do modelo japonês à Gestão da Qualidade: Produção enxuta; Eliminação da inspeção a partir do desenvolvimento de responsabilidades aos trabalhadores pela qualidade do que produziam, intervindo em tempo real e evitando a produção de peças defeituosas; Reuniões com os trabalhadores periodicamente para discutir melhorias no processo; Conceito de melhoria contínua, busca da perfeição (kaizen); Sistema de parcerias e alianças com fornecedores. Em 1951, Juran apresentava o modelo de planejamento e apuração dos custos de qualidade; Feigenbaum tratou qualidade de fora sistêmica nas organizações (TQC); Crosby lançou os elementos do programa Zero Defeito; Criação do modelo japonês, participantes Deming e Juran; Prêmios da qualidade (Deming,1951; Malcom Baldrige, 1987; Europeu da Qualidade, 1991; Nacional Qualidade, 1992. Fase da Globalização Automaçaõ da produçaõ, produçaõ globalizada, produtos globais. Em 1987 surgiu o modelo normativo da ISO para a área de Gestão da Qualidade, a série 9000, Sistemas de Garantia da Qualidade. Em 1996 – ISO 14000 Gestaõ Ambiental. Final da década de 80, na Motorola, surge o conceito de Seis Sigma (Ciclo DMAIC – definir, medir, analisar, melhorar e controlar), se popularizando no início do Sec XXI. Integração dos sistemas de qualidade (ISO 9000, ISO 14000, ISO 26000, OHSAS 18000). Visão sistêmica da gestão de qualidade: certificações e acreditações O sistema de gestão da qualidade de uma organização é o conjunto das atividades de planejamento, execução e controle da qualidade de produtos e processos, de acordo com Silva Jr. et al. (1997). Para uma melhor compreensão do significado dos sistemas de gestão da qualidade, Harrington (1991) define processo como sendo qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma uma entrada (informação, materiais), adiciona valor a ela e fornece uma saída a um cliente específico. De acordo com Campos (1992), um processo é um conjunto de causas que provocam um ou mais efeitos. Este autor afirma, também, que uma empresa é um processo e que dentro dela existem vários outros processos e entre eles estão, além dos processos de manufatura, os processos de serviços. Portanto, para se atingir a qualidade dentro de produtos e/ou processo, faz-se necessário a sua compreensão por meio de uma visão sistêmica. Logo, a gestão por processos, dentro da gestão da qualidade, pode considerada como a utilização de técnicas utilizadas para monitorar e melhorar continuamente os processos-chave, contribuindo significativamente para o desempenho organizacional (GEROLAMO, 2003). Essa gestão, via de regra, levará a empresa ao alcance de vantagens competitivas, sobretudo, decorrentes de uma gestão de qualidade eficiente e efetiva. Neste ponto, a certificação e a acreditação são componentes importantes para objetivar a busca da qualidade no âmbito da produção de bens e serviços. A International Organization for Standartization – ISO é uma organização internacional com sede em Genebra, Suíça, que tem aceitação universal na definição de modelo para o estabelecimento de Sistemas de Gestão da Qualidade; preencheu a lacuna da necessidade por um modelo bem definido e estruturado para a gestão empresarial. Cabe destacar, que atualmente pode ser constatado que a ISO tem sido a maior fomentadora de padrões do mundo, destacando-se, entre eles, o padrão da qualidade. A família de normas ABNT NBR ISO 9000:2000 é descrita por Mendes (2005), que considera as normas listadas abaixo como partes dessa família: a) a NBR ISO 9000: 2000, que descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para esses sistemas; b) a NBR ISO 9001:2000, que especifica requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade, estabelecendo que uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis, além de objetivar o aumento da satisfação do cliente; c) a NBR ISO 9004:2000, que fornece as diretrizes que consideram tanto a eficácia como a eficiência do sistema de gestão da qualidade e que tem como objetivo melhorar o desempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas. Entende-se que essa série de normas se constituiu numa base teórica de apoio para analisar e aperfeiçoar a forma como a organização é administrada, ao invés de se identificar como um conjunto de regras que irá resolver todos os problemas da organização. Os padrões de ISO contribuem para o desenvolvimento e produção de produtos e serviços mais eficientes, seguros e limpos, salvaguardando os consumidores de defeitos naquilo que foi contratado, e tornando suas vidas mais tranqüilas. Além disso, esses padrões favorecem o comércio mais fácil e mais justo entre os diferentes países, colocando à disposição dos respectivos governos uma base técnica e segura para a atuação nas áreas de saúde, de segurança e de legislação ambiental. Além do mais, esses padrões têm auxiliado na transferência de tecnologia de países desenvolvidos para países que ainda não atingiram esse estágio. Na visão sistêmica, ao se reportar a processo, a NBR ISO 9001:2000 estabelece que uma das vantagens da abordagem por processo é o controle contínuo que ela permite fazer sobre a ligação entre os processos individuais dentro do sistema de processos, bem como sua combinação e interação (ABNT, 2000). De acordo com essa mesma norma, o sistema de gestão da qualidade baseado em processo é um sistema de melhoria contínua onde as necessidades dos clientes são consideradas e traduzidas na produção, com o objetivo de satisfazer essas necessidades. Contudo, essa melhoria só se tornará possível com a mobilização de recursos, com a responsabilidade da direção e com a medição, análise e melhoria do processo produtivo, conforme mostrado na figura abaixo. Figura 01: Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo Fonte: ABNT (2000). Sublinha-se que a Norma ISO 9001:2000 possui cinco requisitos genéricos e aplicáveis para toda organização, sem que neles sejam considerados o tipo, o tamanho da empresa ou o produto fornecido (ABNT, 2000). São eles: a) o sistema de gestão da qualidade; b) a responsabilidade da direção; c) a gestão de recursos; d) a realização do produto; e) a medição, a análise e a melhoria. Evidencia-se, que estes critérios possuem uma uma seqüência lógica deconteúdo com base no Ciclo do PDCA (abreviação das iniciais do termo em inglês: Plan, Do, Check and Act – Planejar, Executar, Verificar e Agir). Princípios e métodos de implantação e gerenciamento do sistema de qualidade Um dos resultados que se busca hoje, com a implantação de um sistema de gestão da qualidade, é a mudança acompanhada de melhoria. Ele pode apresentar-se de duas formas, assim identificadas: a melhoria revolucionária e a melhoria contínua. Na melhoria revolucionária ocorrem mudanças grandes e dramáticas na forma como a operação trabalha (SLACK et al., 1999). Os impactos provocados por essa melhoria são repentinos e abruptos. Na melhoria contínua, também conhecida como kaizen, os passos que compõem uma abordagem de melhoria são mais numerosos e, por isso mesmo, menores, contrastando com a melhoria revolucionária descrita anteriormente, segundo as palavras de Slack et al. (1999).De acordo com Campos (1992),melhorar continuamente um processo significa melhorar continuamente seus padrões e cada melhoria corresponde ao estabelecimento de um novo nível de controle. O caminho que leva ao sucesso, na obtenção de melhorias contínuas nos processos, é aquele que conjuga os dois tipos de gerenciamento, manutenção e melhorias, utilizando para isso o ciclo PDCA (Campos, 1992). O Ciclo PDCA de Controle de Processos É um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização. Portanto, o ciclo PDCA (ou Ciclo de Deming) fornece um meio sistemático para vislumbrar uma melhoria contínua e é composto de 4 etapas, assim identificadas: Plan (P), Do (D), Check (C) e Act (A), conforme ilustrado na figura abaixo. D P A Do Plan Action Check C Defina as Metas Determine métodos para alcançar as metas Eduque e Treine Execute o Trabalho Verifique os Efeitos do Trabalho Executado Atue no processo em função dos resultados Figura 02: Ciclo PDCA Fonte: Campos (1992). Planejamento (P) Esta etapa consiste em: 1) Estabelecer Metas 2) Estabelecer o método para alcançar as metas propostas Execução (D) Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento e coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo. Na etapa de execução são essenciais a educação e o treinamento do trabalho. Verificação (C) A partir dos dados coletados na execução, comparar o resultado alcançado com a meta planejada. Atuação Corretiva (A) Esta etapa consiste em atuar no processo em função dos resultados obtidos. Existem 2 formas de atuação possíveis: 1) Adotar como padrão o plano proposto, caso a meta tenha sido alcançada. 2) Agir sobre as causas do não-atingimento da meta, caso o plano não tenha sido efetivo. Programa 5S Para o alcance da qualidade, outro principio a ser seguido é os 5S. Os “5S” pode ser compreendido como uma filosofia de mudança comportamental baseada em cinco princípios básicos, cujas palavras sinônimas (em Japonês) se pronunciam com som de “S” em seu começo. a) SEIRI Senso de Utilização; b) SEITON Senso de Ordenação ou Organização; c) SEISOU Senso de Limpeza; d) SEIKETSU Senso de Saúde; e) SHITSUKE Senso de Autodisciplina. Princípios básicos do “5S” Senso de Utilização *Manter só o que é Útil *Descartar o inútil Senso de Ordenação *Organizar o Útil *Cada coisa em seu lugar Senso de Limpeza *Educar para não sujar *Limpeza combina com “5S” Senso de Saúde *Valorizar a Saúde física e mental do indivíduo Senso de Autodisciplina *Compromisso com as regras *Fazer e recomeçar sempre O Programa “5S” é o primeiro degrau na busca da Qualidade. FERRAMENTAS DA QUALIDADE Diagrama de Causa e Efeito; Estratificação; Gráfico de Pareto; 5W e 1 H; 5W e 2H; Folha de Verificação; Brainstorming. Diagrama de Causas e Efeito ou Diagrama de Ishikawa, ou Diagrama Espinha de Peixe Estratificação É uma técnica através da qual um PROBLEMA é subdividido em faixas estratificadas segundo suas diversas origens. A Estratificação não se apresenta em modelo padrão (cada caso é um caso). O objetivo, porém, é esmiuçar o problema segundo suas origens. Problema Alto índice de peças danificadas na linha de produção Estratificação a) Por turno; b) Por Setor; c) Por Máquina; d) Por Tipo de Dano; e) Por Operador. Gráfico de Pareto Baseia-se no princípio de “Pareto”, um estudioso italiano, que dizia: “Poucas causas são Vitais, sendo a maioria delas Triviais”. Dessa forma, podemos dizer que o Gráfico de Pareto serve para nos apontar quantitativamente as Causas mais significativas, em sua ordem decrescente, identificadas a partir da Estratificação. Mão - Obra Método Máquina Medida Matéria- Prima Meio Ambiente Efeito (Resultado) (Problema) Alto índice de Peças Danificadas na Linha de Produção. Após termos relacionados as Causas Prováveis, com visualização das mais significativas (por ocorrências, volume e importância ), poderemos estabelecer Ações Corretivas e prioridade para os trabalhos. Neste ponto, a Ferramenta a ser utilizada chama-se “5W e 1H”, que funciona como plano de Ação simplificado. Alto índice de Peças Danificadas, Causas Prováveis já identificadas e Estratificação efetuada. Definir Plano de Ação: O que fazer (What) Onde (Where) Por quê (Why) Quando (When) Quem (Who) Como (How) Alterar regulagem de máquina No Turno 01/A É responsável por 53% das falhas A partir 01/11 Manutenção Industrial Ensaiando testes na Máquina Treinar operadores No Turno 01/A Idem A partir 02/11 Supervisão Industrial Através de instruções (orais ou manuscritas) Obs.: Quando for necessário valorar os danos utiliza-se mais um H (How much) Folha de Verificação Definido o Plano de Ação (5W e 1H), e implantadas as medidas, o próximo passo é monitorar o Processo, registrando dados (coletando informações) na Folha de Verificação. Seu formato é livre, devendo porém ser simples, de fácil manuseio e capaz de comparar Efetivo e Planejado. Folha de Verificação Processo: PRODUÇÃO Problema: PEÇAS DANIFICADAS Data: 10. 10. 10 No Peças Danificadas Variação % Setor/Turno Real Plano (R /P) 01/A 03/100 02/100 50 % 02/A 01/100 01/100 - 03/A 01/100 02/100 (-)50 % Total Médio 02/100 1,75/100 14 % Obs.: A Folha de Verificação além de favorecer o Monitoramento, nos auxilia a avaliar a eficácia das Ações Corretivas adotadas. Brainstorming O que é? É a mais conhecida das técnicas de geração de idéias. Foi originalmente desenvolvida por Osborn, em 1938. Em inglês, quer dizer “tempestade cerebral”. Técnica para gerar idéias em grupo, que envolve a contribuição espontânea de todos os participantes. Com ela, são obtidas soluções criativas e inovadoras para os problemas, rompendo com paradigmas estabelecidos, gerando um clima de envolvimento e motivação das pessoas. Normalmente é utilizado para gerar um grande número de idéias em curto período de tempo. Pode ser aplicado em qualquer etapa do processo de solução de problemas. Focaliza a atenção do usuário no aspecto mais importante do problema, exercitando o raciocínio para englobar vários ângulos de uma situação ou de sua melhoria. Tipos de Brainstorming Estruturado: Nessa forma, todas as pessoas do grupo devem dar uma idéia a cada rodada ou “passar” até que chegue sua próxima vez. Isso geralmente obriga até mesmo o tímido a participar, mas pode também criar certa pressão sobre a pessoa. Não-estruturado:Nessa forma, os membros do grupo simplesmente dão as idéias conforme elas surgem em suas mentes. Isso tende a criar uma atmosfera mais relaxada, mas também há o risco de dominação pelos participantes mais extrovertidos. Regras do Brainstorming 1. Enfatizar a quantidade e não a qualidade das idéias; 2. Evitar críticas, avaliações ou julgamentos sobre as idéias; 3. Apresentar as idéias tais como elas surgem na cabeça, sem rodeios, elaborações ou maiores considerações. Não deve haver medo de “dizer bobagem”. As idéias consideradas “loucas” podem oferecer conexões para outras mais criativas; 4. Estimular todas as idéias, por mais “malucas” que possam parecer; 5. “Pegar carona” nas idéias dos outros, criando a partir delas; 6. Escrever as palavras do participante. Não interpretá-las. Como usar o Brainstorming Etapa Método Dicas para a condução 1) Introdução - Inicie a sessão esclarecendo os seus objetivos, a questão ou problema a ser discutido - Crie um clima descontraído e agradável. - Esteja certo de que todos entenderam a questão a ser tratada. - Redefina o problema, se necessário. 2) Geração de Idéias - Dê um tempo para que pensem no problema. - Solicite, em sequencia, uma idéia a cada participante, registrando-a. - Caso um participante não tenha nada a contribuir, deverá dizer simplesmente “passo”. Na próxima rodada essa pessoa poderá dar uma idéia. São feitas rodadas consecutivas até que ninguém tenha mais nada a acrescentar. - Não se esqueça de que todas as idéias são importantes, evite avaliações. - Incentive o grupo a dar o maior número de idéias. - Mantenha um ritmo rápido na coleta e no registro das idéias. - Registre as idéias da forma como forem ditas. 3) Revisão da lista - Pergunte se alguém tem alguma dúvida e, se for o caso, peça a pessoa que a gerou para esclarecê- la. - Objetivo dessa etapa é esclarecer e não julgar. 4) Análise e seleção - Leve o grupo a discutir as idéias e a escolher aquelas que valem a pena considerar. - Utilize o consenso nessa seleção preliminar do problema ou da - Idéias semelhantes devem ser agrupadas; idéias sem importância ou impossíveis devem ser descartadas. - Cuide para que não haja solução. monopolização ou imposição de algum participante. 5) Ordenação das idéias - Solicite que sejam analisadas as idéias que permanecem na lista. - Promova a priorização das idéias, solicitando, a cada participante, que escolha as três mais importantes. - A votação deve ser apenas quando o consenso não for possível. Quadro retirado do Programa SEBRAE de Qualidade Total REFERÊNCIAS AVELINO, A. Qualidade no processo de produção: um modelo de gestão para garantir a qualidade de acabamento das carrocerias em chapa na linha de produção, Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. GOMES, P. A evolução do conceito de qualidade: dos bens manufacturados aos serviços de informação. Cadernos BAD, Vol. 2, pp. 6-18, 2004. REEVES, C.; BEDNAR, D. Defining quality: alternatives and implications, Academy of Management Review, Vol. 19, n° 3, pp. 419-445, 1994. INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. 1999. Disponível em: . Acesso em: 22 jan. 2015. NBR ISO 9000. Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário. Brasília: ABNT, dez. 2014. SILVA JR., A.G.; SCHIEFER, G.; HELBIG, R. (1997). Sistema informatizado de gestão da qualidade: uma aplicação para a suinocultura na Alemanha. In: I Congresso da SIB-Agro. 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