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EDUCAÇÃO INFANTIL – ANOS INICIAIS E PSICOPEDAGOGIA MARIA DE LORDES RODRIGUES DE ABREU FILOSOFIA DE TRABALHO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NUMA TURMA DE MULTISSÉRIE DA ESCOLA SÃO JOSÉ V, MUNICÍPIO DE ABAETETUBA – PA. ABAETETUBA – PA 2024 EDUCAÇÃO INFANTIL – ANOS INICIAIS E PSICOPEDAGOGIA MARIA DE LORDES RODRIGUES DE ABREU FILOSOFIA DE TRABALHO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NUMA TURMA DE MULTISSÉRIE DA ESCOLA SÃO JOSÉ V, MUNICÍPIO DE ABAETETUBA – PA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Venda Nova do Imigrante, como requisito parcial à obtenção do título Especialista em EDUCAÇÃO INFANTIL – ANOS INICIAIS E PSICOPEDAGOGIA ABAETETUBA-PARÁ 2024 ALFABETIZAÇÃO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA NUMA TURMA DE MULTISSÉRIE DA ESCOLA SÃO JOSÉ V, MUNICÍPIO DE ABAETETUBA – PA. Autor: MARIA DE LORDES RODRIGUES DE ABREU Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no trabalho”. RESUMO Em busca de conhecer experiências que nos permitisse refletir profundamente sobre o processo de desenvolvimento dos alunos em turmas multisseriadas, a presente pesquisa traz à tona as práticas pedagógicas de uma professora que trabalha há décadas com turmas multisseriadas em uma escola do campo, localizada no Município de Abaetetuba- Pará. A história de vida da referida professora e a observação participante em uma turma de multissérie onde ainda leciona foram fundamentais nesta pesquisa qualitativa. As principais referências teóricas que fundamentam essa analise foram as de Hage (2005,2012) Paulo Freire (1996), Caldart (2002), (Martins, Morais e Santos, 2014), e outros que discutem a educação do campo e a importância dela na vida dos campesinos para que haja desenvolvimento educacional. PALAVRAS-CHAVE: Educação do Campo, Filosofia, Trabalho Multisserie e Prática Pedagógica. INTRODUÇÃO Este estudo de caso objetiva analisar as concepções e as práticas pedagógicas de uma professora que exerce sua profissão na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental São José v em uma turma de multisserie do município de Abaetetuba – Pará. Este estudo de caso se justifica pela necessidade de buscar compreender práticas pedagógicas construídas ao longo de décadas nas relações com os estudantes em sala de aula, por professores que enfrentam diuturnamente o desafio de alfabetizar em turmas multisseriadas, a referida professora, conforme o estudo vai demostrar, tem tido êxito nesse desafio, suas práticas pedagógicas se fizeram a partir do confronto das suas referências teóricas com a prática de quarenta e quatro anos de magistério no contexto de turmas multisseriadas CAPITULO 1- REFERENCIAL TEÓRICO 1.1-Educação do campo A educação do campo nasceu através da luta por melhores condições de vida dos trabalhadores (as) do campo. Uma realidade sofrida na pele por muitos sujeitos que lutam por seus direitos civis, sociais e políticos, resistentes na constante busca por igualdade, justiça e melhores condições de vida. Discutir acerca da alfabetização no campo é de fundamental importância, e que não é um processo fácil, mas a necessidade de se trabalhar a educação do campo de acordo com a realidade dos alunos devem ser observadas, analisadas e preparadas com carinho, ajudando a construir valores e identidades, levando o aluno a valorizar cada vez mais sua cultura. Portanto, quando estamos desenvolvendo atividades educativas, na escola ou em outro lugar, significa que estamos tratando com ideais, que envolvem valores, maneiras de sentir e pensar de pessoas ou de grupos”. (Ghend, 2012, p. 211). E que de fato devem ser reconhecidos como seres sociais, levando a construir sua autonomia crítica na sociedade, garantindo o respeito às suas expectavas de vida. 1.2 - Multisserie As escolas do campo são caracterizadas pela junção de alunos de várias séries em uma única turma, sendo denominada como turma multisseriada na qual atende crianças da educação infantil ao ensino fundamental. Além desses fatores ainda tem que enfrentar alguns desafios como a precariedade dos prédios das escolas, sem contar com outras funções as quais HAGE (2011) ainda enfatiza que: “as classes multisseriadas se constituem em turmas unidocentes, na maioria das vezes funcionando em espaços precários situados na zona rural em que complementam duas, três, ou até quatro series numa mesma sala de aula, cuja qualificação docente também ainda se caracteriza pela presença marcante de professoras leigas”. . 1.3 - Alfabetização Sousa (2004) afirma que o processo de alfabetização inclui muitos fatores e entre eles está o processo de aquisição de conhecimento, ou seja, a forma como criança se desenvolve emocionalmente, e qual o seu processo de evolução na interação social, da natureza da realidade linguística que envolve os acontecimentos no momento que se pratica à alfabetização, mas tudo isso o professor poderá encaminhar e cultivar no processo de aprendizagem mediado pela alfabetização, na leitura e na escrita. Nesse processo de desenvolvimento da leitura e da escrita o professor desempenha um papel muito importante na construção de novos caminhos para uma prática de alfabetização que envolva a cotidianidade dos educandos, para que assim, possa realizar uma prática condizente com seu desenvolvimento. Dessa forma acredita-se que os alunos terão mais facilidade para se alfabetizar. 1.4 - Prática pedagógica A prática pedagógica são atividades planejadas para o desenvolvimento prático de atividades escolares voltadas para o processo de ensino aprendizagem do professor e educando. Na afirmação de Sousa (2004, p. 03. art.) a prática pedagógica é “uma prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social”. Esses objetivos devem ser levados aos alunos através do professor fazendo relação com o que ocorre na sala de aula, percebendo os processos mais amplos, e que o professor deve apresentar o conteúdo aos alunos colocando logo de imediato em todos os aspectos daquele contexto no qual ele deverá trabalhar para que os alunos possam compreender o objetivo da prática pedagógica do professore na alfabetização. Assim também (Martins, Morais e Santos, 2014, p.10), citam que “a prática pedagógica não deve estar fora do contexto social do aluno na qual ele estar inserido”, contudo é na convivência diária que o aluno aprende e dessa forma o educador deve trabalho à realidade do aluno para que possa ter sucesso na prática pedagógica no processo que pode contribuir com a alfabetização dos alunos na turma multisseriada. CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA O estudo de caso desenvolvido nesta pesquisa tem uma abordagem qualitativa. De acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 47) “o estudo qualitativo visa uma análise mais profunda da realidade”, pois apresenta uma descrição minuciosa desta, tomando relevante o acontecimento que ocorra no campo da investigação. Percebendo a realidade em que a escola se encontra no contexto social, proporcionando uma visão atual do estudo de caso. A metodologia utilizada é qualitativa foram feitas entrevistas com alunos que estão em sala de aula e com a professora, e também com alunos que já estudaram com a mesma há muitos anos atrás, sendo possível fazer a relação da pratica da docente daquela época até os dias atuais, dessa forma, foi possível compreender as práticas pedagógicas natrajetória educacional da docente. Na pesquisa foram usados questionários dando ênfase na prática pedagógica da professora em que cada aluno foi entrevistado em momentos diferentes comparando os relatos dessa prática que se manifesta de maneira importantíssima na vida daqueles estudaram e estudam com ela. Portanto, foi realizada como metodologia de pesquisa, através das informações concedidas pela professora e os alunos onde foi possível relacionar os conhecimentos sobre o que a professora sabe como produzem seu saber e como transmite aos seus alunos. CAPITULO 3. FILOSOSFIA DE TRABALHO Quando falamos de filosofia estamos relacionando a um conjunto de conhecimentos sobre a natureza das coisas e suas relações, valores, e sentido gerais da existência a conduta e o destino do homem. Os professores devem pensar nos alunos do campo valorizando cada um a seu modo de viver, de aprender os valores que eles trazem para a sala de aula, deve compreender qual o seu verdadeiro papel de educador, para que ele possa realizar satisfatoriamente uma prática eficiente na alfabetização dos alunos. Referindo a esse trecho a professora destaca na entrevista que nesse sentido de valorização da educação e da prática de ensino o professor deve ter uma filosofia de vida. Durante toda a minha trajetória na educação a minha filosofia de vida é o aluno. Por exemplo, quando se percebia que eles não se comportavam agente para a aula e fala dos valores fundamentais da vida, da necessidade desses valores na família e que muitas vezes esses valores não são trabalhados na família. Mostrar os valores pessoa na sociedade. (entrevista com a professora) Na entrevista da professora ela centra uma questão importante que é o aluno, onde a prática pedagógica de alfabetização deve estar ligada a situação de desenvolvimento de aprendizagem do aluno, não é o bastante simplesmente conhecer o aluno e sim saber de que forma ele pode ajudar o aluno a se desenvolver dentro de uma perspectiva de educação que pode contribuir com o desempenho dele em sala de aula. Também é necessário que haja entre professor aluno, um processo de interação, em que juntos possam aprender e se relaciona de forma calorosa. O professor deve levar o aluno a refletir sobre os valores da família e o que elas representam na vida de cada um, e o seu valor dentro sociedade e como ser humano. Assim podemos perceber a importância do papel do professor na vida do aluno, sendo que sua função está em ensinar com qualidade. Também pude perceber o quanto a prática pedagógica do professor se torna importante na vida de cada criança em turma multisseriada na educação do campo. Sendo que a responsabilidade não é só da família e sim também de todos os educadores, aqueles que são realmente comprometidos com uma educação. A função do professor não é só ensinar a ler e a escrever e sim levar o aluno a pensar nos valores e torna-los serem críticos e autônomos e fazer com que ele se conheça como pessoa dentro da sociedade, respeitando e tendo responsabilidade. (entrevista com a professora) Este trecho ela fala de um tema principal que ensinar os alunos a ler e a escrever, proporcionando uma melhor qualidade na educação que favoreça o desenvolvimento dos alunos em uma turma de multisserie, e que trabalhar com vários níveis de escolaridade é difícil, mas que devem ser superadas essas dificuldades. A professora Marisa nos mostra que devemos trabalhar de forma cautelosa para que assim possamos ajudar ainda mais nossos alunos a transformar as suas realidades onde eles possam construir sua própria identidade. Eu gosto de escrever porque a gente aprende muita coisa eu gosto muito da aula da professora Marisa, eu a respeito, porque me ensina a escrever. Eu já sei ler algumas palavras e um pouco sei ler texto pequeno. (entrevista com o aluno) Assim na entrevista feita com o aluno ele faz relação com a fala da professora sobre a alfabetização e nos mostra que o professor deve priorizar as questões fazendo com que o aluno possa ler e escrever podendo desenvolvê-lo cada vez mais na leitura e na escrita. Este processo de alfabetização começa a ter uma direção em que o aluno passa a ter um desenvolvimento de qualidade e que os educadores deveram assumir esse compromisso de educação e alfabetizar nossos alunos de multisserie. E que eles possam construir esses conhecimentos da leitura e da escrita socialmente integradas a sua realidade. Ser aquele educador que valoriza o aluno como um ser humano que precisa de atenção e carinho. Sendo que a responsabilidade não é só da família e sim também de todos os educadores, aqueles que são realmente comprometidos com uma educação de qualidade, e eu chamo isso de atenção para a vida de cada educando. (entrevista com a professora) Todos os alunos entrevistados citaram um tema que a professora fala e que faz relação com que cada um respondeu na entrevista e se torna importante na vida de cada educando que é afetividade que é citada e que se percebe que é muito importante na vida dos alunos. Deste modo pode-se observar que na opinião de cada um deles sobre a importância desta afetividade para o seu desenvolvimento visando a interação para este saber. E assumiu esse trabalho com dedicação e se entregou ao trabalho de educadora até hoje. Sua busca constante era de buscar mais conhecimento, surgiu uma oportunidade e ela estava lá buscando maneiras de melhorar sua pratica pedagógica. (Entrevista com o aluno) Sabendo que a prática pedagógica de alfabetização não se resume somente na leitura e na escrita, ela deve está diretamente ligada aos valores. Levando o aluno a ter autonomia, sendo capaz de construir sua própria história. O aluno cita também que eles percebiam que ela sempre buscava meios de desenvolver uma prática pedagógica de qualidade na alfabetização de cada um. Sendo apontada pela necessidade de forma pessoas capazes de construir sua formação pessoal e social. Embora ela tinha só o primário buscava fazer diferente do que ela mesma viveu em sala de aula. E o outro forma de sua pratica pedagógica, era dedicação e mostrar o seu trabalho e dizia que para dar certo a gente tem que ter força de vontade e querer. (Entrevista com o aluno) Segundo o aluno o diferencial na prática da professora era de fazer com que todos os alunos pudessem se alfabetizar. Dando a devida atenção necessária para que todos pudessem avançar dentro de uma perspectiva educacional que possa contribuir com o processo de desenvolvimento do aluno. É um processo que desenvolve no aluno o interesse de se aprimorar cada dia mais no seu processo de ensino e aprendizagem na formação de cada um. Eu gosto da professora porque ela é carinhosa, da atenção não briga muito com a gente na sala de aula e ela conversa muito pra gente melhorar nosso comportamento. (entrevista com o aluno) Diante deste relato podemos perceber também sobre a importância de dar carinho e atenção para os nossos alunos dos quais muitas vezes pode não ter na família e busca nos profissionais de educação que possa lhe retribuir com esses gestos de carinho e atenção, favorecendo a sua autoestima para que possa se desenvolver cada dia melhor dentro de uma prática pedagógica que pode contribuir com seu processo de alfabetização nas turmas de multisserie. Atenção que ela tinha para ensinar e a paciência sabe isso me chamava muito atenção e me fez valorizar cada vez mais o trabalho e a pessoa dela a que eu gosto muito dela. Ela é uma pessoa idosa mais tem um saber e um conhecimento muito rico diante de mim falo assim, porque tenho 26 anos de idade e em termos de conhecimento e estudo eu penso que deveria saber que nem, mas ela sabe muito mais do que eu, é incrível a forma como ela ensina e o conhecimento que ela passa pra gente. (Entrevista com aluno) Esta atenção está relacionada a este outro relato de alunos que de certa forma é relevante na vida desses alunos e que cada um mostra a importância da prática da professora na vida de cada um, e o quanto ela contribuir com o desenvolvimento, pessoal, profissional e social. É importanteestarmos atento e trabalhar junto com os alunos e que também o quanto nós professores contribuir de todas as formas na vida de cada criança das turmas de multisserie. Assim é possível analisar sobre a atuação de cada em sala de aula, pude compreender que cada educador deve pensar dessa forma que a professora nos coloca que o aluno deve ser a filosofia de vida de cada educador, assim podemos pensar que a nossa prática pedagógica deve ser centrada na formação da criança que vive não campo, proporcionando um ensino que valoriza seu processo de alfabetização. Nesse sentido segundo Hage (2005). Acreditamos que o currículo adotado nas escolas do meio rural deva primar pelo conhecimento de questões que são relevantes para a vida do aluno. Ler, escrever e contar não são as únicas formas de conhecimento que o professor deva priorizar. As questões da realidade devem ser colocadas na educação do campo, possibilitando ao aluno das classes multisseriadas condições de participar da construção da sua própria história. (Hage 2005, p.106) Assim podemos perceber que a função do professor não é só ensinar a ler e a escrever e sim levar o aluno a pensar nos valores e torna-los serem críticos e autônomos e fazer com que ele se conheça como pessoa dentro da sociedade, respeitando e tendo responsabilidade. Para Hage (2005) o professor deve considerar que os alunos do campo se diferenciam pela sua cultura, modo de vida, diversidades e que ao elaborar seu planejamento didático deve levar em consideração às questões relevantes na vida de cada um, ou seja, trabalhar um currículo que seja favorável ao seu entendimento proporcionando lhe uma prática pedagógica de alfabetização de qualidade. Assim devemos pensar no processo de ensino aprendizagem do aluno que deve estar permeado de conhecimentos concretos já existentes na sua realidade, dessa forma acredita-se que o aluno terá clareza e conscientemente poderá fazer relação de cada situação existente na sua vida. A partir desse contexto pode se considerar que seu processo desenvolvimento possibilitara condições de poder participar da construção da sua própria história. Portanto o papel do professor na educação do campo e de suma importância para que possa desenvolver uma prática pedagógica de alfabetização que contribua com a formação de pessoas com capacidade que vai além de ensinar a ler e escrever como relata na entrevista que: O que a gente percebia é que antes os alunos não tinham sonhos, não tinham uma alta estima que levasse o aluno apensar em querer ter uma profissão, o estimulo que eles tinham era através da convivência em sala de aula em que a gente fazia com que eles chegassem a algum lugar. Hoje as crianças já têm sonhos, quer ter uma profissão, como professor veterinário médico e etc. (entrevista com a professora) Neste trecho ao relatar sobre seu trabalho em sala de aula durante alguns anos a professora destaca que os alunos de antes não tinha sonhos, não tinham estimulo para o estudo, porque tinham que trabalhar e estudar, em minha opinião tudo isso acontecia devido a circunstância em que se encontravam para que pudessem estudar, ou seja, tinham que trabalhar e estudar, no entanto que os alunos ao chegarem à escola não tinham mais estimulo para que pudessem aprender de forma que sua autonomia tornasse um ser crítico e querer ser alguém no futuro. Por isso vale ressaltar que os professores tem uma função muito importante no que diz respeito à formação de crianças em turma multisseriada, assim entende-se que ele tem o papel de contribuir com o processo educativo proporcionando no aluno a capacidade de sonhar, de mudar sua realidade e demostrar que tudo isso é possível para que ele sinta capaz de fazer a diferença na sua vida. Por isso a prática pedagógica deve ser motivacional prazeroso levando o aluno a ter estimulo de vida, fazer com que o aluno possa construir conceitos sobre si mesmo, sobre suas capacidades de entendimentos das coisas as quais podem ser importantes na sua vida e na sociedade. Entendemos, portanto, que o lugar do currículo nessa discussão é central porque é através dele que se organiza o processo educativo na escola. É através dele que percebemos se a escola vai ser um mero local de transmissão de conhecimentos teóricos, ou um centro de formação humana que leve em consideração a realidade, a cultura, o conhecimento e identidade de seus alunos, promovendo uma educação mobilizadora de forças capazes de resgatar o sonho e a esperança dos homens, mulheres e crianças da educação campo. (Hage, 2005) Portanto Hage (2005) destaca que devemos pensar na prática pedagógica de alfabetização das crianças em uma turma de multisserie de forma que contribua com o processo desenvolvimento das crianças e que o currículo é o centro do processo educacional no qual deve favorecer o desenvolvimento do aluno. Assim podemos dizer que o currículo deve ser analisado e revisando podendo ser modificado e adaptado levando em consideração a realidade do aluno e a partir daí se houver necessidade, desenvolver uma prática pedagógica que seja de qualidade, favorecendo na formação de pessoas para que sejam críticos e autônomos, podendo ser mobilizador de força e estimulo onde o aluno busca força para resgatar seus sonhos e sua esperança de uma vida digna com esperança de um futuro melhor. Por isso devemos analisar a nossa prática pedagógica e fazer com ele se torne a essência da nossa prática na formação de cada criança, por isso devemos ter o cuidado durante o processo de elaboração de nosso planejamento, onde o currículo deve estar ligado à realidade do aluno proporcionando a ele um ensino de qualidade podendo contribuir como processo de alfabetização na turma de multisserie na educação do campo. Dessa forma a professora destaca na entrevista que: Para trabalhar com multissérie se deve participar de formação, trocar experiência com outros professores, buscar meios que ajude na sua prática pedagógica em sala de aula, não impondo, mas partilhando do seu conhecimento com os demais e não se gloriar só porque têm uma forma diferenciada de prática em sala de aula. Também deve conhecer a realidade do aluno e a da comunidade escolar para atuar com cautela ajudando os alunos da melhor forma possível. Antes havia professores que diziam o seguinte “eu passei o meu aluno para a quinta série, mas ele não estar apto a cursar a quinta série”. (entrevista com a professora) Neste trecho pode-se perceber que na fala da professora ela relata que é através da formação que o professor aprende a desenvolver melhor o seu trabalho em sala de aula, proporcionando aos alunos uma melhor qualidade educacional e que favoreça no processo de ensino aprendizagem. O educador deve desenvolver uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização nas turmas multisseriadas para a formação de crianças na educação do campo. Através de sua permanente ação transformadora da realidade objetiva, os homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres histórico-sociais. (Paulo Freire, 1987, p.52) É através da prática em sala de aula que se pode transformar a realidade de cada educando em uma perspectiva de vida que ele possa ser construtor da sua própria história se tornando um ser ativo dentro da sociedade. E para contribuir com o processo de alfabetização é preciso também que possamos conhecer a realidade de cada criança para ajudar a se desenvolver ainda mais. Assim a professora destaca na entrevista que cada prática tem sua importância e a sua se destaca pela forma como ela conduz seu trabalho educacional: Eu faço diferente, eu friso muito na leitura e na escrita, e a interpretação porque pra mim quem sabe ler, sabe interpretar. (entrevista com a professora) Fazendo relação da fala da professora podemos perceber que ao falar da sua prática pedagógica ela relata que seu principal objetivo é a alfabetização dos alunos para ela o mais importante é que o aluno saiba ler e escrever e que isso possa ajudar os alunos nas turmas multisseriadas, e que através da leitura os alunos conseguemdominar qualquer outra atividade, ou disciplina. É desse modo, que a professora fala da importância da leitura e da escrita e que tem relação com que os alunos relatam na entrevista. Eu gosto de escrever porque a gente aprende muita coisa eu gosto muito da aula da professora Marisa, eu a respeito, porque me ensina a escrever. Eu já sei ler algumas palavras e um pouco sei ler textos pequenos. Eu gosto muito de escrever eu sei fazer palavras e só um pouco sei fazer frase. (entrevista com o aluno) Neste trecho um aluno de seis anos fala sobre o ato de escreve que as crianças a partir da leitura e da escrita conseguem se desenvolver-se melhor. Também fala sobre sua concepção de que a leitura e a escrita são muito importantes na vida de cada pessoa. Não basta somente ensinar o conteúdo, mas mostrar aos alunos que para ter um desenvolvimento de qualidade é preciso que o professor possa trabalhar a leitura e a escrita que fazem relação com as situações existenciais na vida de cada um. A professora Marisa ensinava muito bem eu lembro muito que a maior exigência dela com a gente era de saber ler e a conta, ela cobrava muito isso da gente e que sempre falo eu me esforçava o máximo para não decepcionar ela na sala de aula. (Entrevista com aluno). Nesse trecho há um fator relevante que em minha opinião os professores deveriam através de formação fazer essa troca de experiência de que a professora fala, somando forças e buscando métodos de ensino que favoreça a todos os docentes e que através deles se pudesse melhora a prática de ensino, essas mudanças de que a professora fala está ligado em buscar meios de desenvolver uma prática que venha trazer para a sala de aula a partilha de conhecimentos onde o professor partilha do seu saber e o aluno da seu, nesse sentido ambos estariam partilhando conhecimentos, assim como os próprios professores deveriam entre si também partilhar desses bens onde um ajuda o outro para se chegar a uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização dos alunos em uma turma multisseriada. Assim entende-se que a professora tem muita preocupação em melhorar sua prática pedagógica na alfabetização das crianças em turma de multisserie e para isso ela fazia experiência para que pudesse alcançar uma melhor qualidade de ensino. Destaca também que os professores deveriam participar dessa troca de experiência, ou seja, não querer ser o melhor, mas ser aquele que partilha conhecimento tendo uma visão da qual se possa olhar para a realidade do educando, assim como ela relata na entrevista. Ainda relacionado a esse tema Hage destaca que: Trata‐se de pensar num currículo da escola aberto às experiências sociais construídas na relação entre os desafios mais abrangentes do contexto escolar com os saberes curriculares e dos livros didáticos, como também os saberes elaborados no trabalho pedagógico em sala de aula e na relação com outros sujeitos e comunidade; relação na qual todos os saberes conjuntamente apontam certos elementos que compõe uma nova forma de olhar o currículo e a formação profissional do educador da escola do campo. (Hage, 2010, p.12) É nesse sentido de ver o currículo aberto as experiências sociais que Hage (2010) destaca sobre a construção de uma prática pedagógica que seja propicia aos desafios que os professores têm que enfrentar e somar aos saberes já existentes na escola e na comunidade escolar, assim pode-se dizer que a relação entre os sujeitos poderá ajudar no desenvolver de um trabalho de qualidade proporcionando uma formação de qualidade na educação do campo a qual precisar desse olhar diferenciado principalmente pelos professores que estão ali vivendo e conhecendo os desafios dos alunos para se alfabetizarem. Assim deve-se pensar na criança que precisa de uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização em uma turma de multisseriada. No entanto podemos dizer que para alfabetizar é preciso ter compromisso com uma educação de qualidade podendo ver no desenvolver um trabalho que a função seja educar com qualidade, mas que seja pensada nas crianças do campo olhando para as suas dificuldades e valorização a realidade e através dela buscar mecanismos para que sua prática seja eficiente na alfabetização. Assim a professora diz que: Trabalho também com o conhecimento das crianças, as fases da vida e do desenvolvimento e de acordo com o tema eu coloco uma pergunta fácil e outra difícil e isso puxa o conhecimento do aluno. Ex: Um dia escrevi em um teste, “como se diferencia o menino da menina quando bebê”. Um aluno respondeu: O menino tem periquito e menina periquita. Ex: Escreva o nome do musculo da perna, “panturrilha”. Bem as duas respostas estavam certas, porém não eram as quais eu ensinei, mas ele conhecia da forma dele. Então eu não posso desconsiderar o conhecimento dele porque ele tem o jeito dele de se expressar. Quando o aluno respondeu panturrilha eu fiquei na dúvida e fui pro dicionário, pois eu tinha ensinado um nome que estava no livro. Mas eu não desconsiderei porque ele aprende da maneira dele e não da forma como eu ensino. (entrevista com a professora) Neste relato da professora pode se perceber que ela fala sobre sua prática em sala de aula que está ligada ao conhecimento do aluno, que usando de alguns conhecimentos em que os alunos possuem sobre determinado tema ou conteúdo pode-se dizer que cada um traz de casa um conhecimento especifico de acordo com a sua realidade. As crianças na convivência diária começam assimilar as coisas que acontece ou que são ensinadas pelos seus pais. E na educação do campo elas começam a se desenvolver melhor a partir que começa a ajudar seus pais no trabalho da roça, da pesca e outras atividades exercidas pelos seus familiares. No entanto a professora destaca uma experiência que ela viveu em sala de aula, quando relata que em uma determinada atividade ao colocar uma questão sua expectativa de resposta seria a qual ela ensinou e o aluno conhecia a resposta por outro nome, e isso fez com que a professora procurasse saber se o aluno está respondendo corretamente ou não. O exemplo que a professora nos relata é estarmos a tento ao conhecimento do aluno e que não devemos desvalorizar o conhecimento que ele tem, e não dizer que estar errado, mas pesquisar para conhecer todas as respostas possíveis que os alunos podem conhecer. E cada um tem conhecimento diferente sobre determinado assunto como a professora relata sobre as suas atividades. Ela também fala das fases da vida em que ela trabalha com as crianças e que tem importância para que o aluno conheça seu processo de desenvolvimento dentro de uma perspectiva de ensino que buscar contribuir com uma prática pedagógica de ensino na alfabetização de crianças na turma de multisserie. Ao falar desse processo de alfabetização a professora destaca que se deve aplicar o conteúdo adaptando de acordo com a realidade de cada um. Também fala sobre o professor pesquisar todas as respostas possíveis para que junto com o aluno possam adquirir conhecimento. Assim o relato da professora na entrevista faz relação com Freitas que diz. O desenvolvimento de trabalhos que envolvam a cientificidade e a cotidianidade no plano social da sala de aula é de fundamental importância. O aluno não é um simples receptor de estímulos e informações. Muito pelo contrário, ele tem um papel ativo ao selecionar, assimilar, processar, interpretar, conferir significados, construindo, assim, seu próprio conhecimento. (FREITAS, 2005 P. 80). Neste trecho Freitas (2005) fala sobre um tema que estar relaciona à ao desenvolvimento de trabalhos ligados ao cotidiano do aluno. Neste sentido percebe se que a partir do convívio com seu meio social o aluno também vai aprendendo, de modo a construir seu próprio conhecimento. Assim o autor destaca que o aluno não está na sala de aula para ser receptor de estímulo e informação, mas sim para poder selecionar ideias, assimilar os conhecimentos com o processo de interpretação em que lhe confere significados podendo construir seu próprioconhecimento. Deste modo é que se deve trabalhar com a realidade do aluno, pois os mesmos tem muito que mostrar ao educador sobre seus conhecimentos, sobre sua cultura, modo de vida sua convivência e experiência do seu cotidiano onde aluno e professor juntos podem partilhar as experiências de vida. Não basta cumprir um currículo cheio, mais um currículo que está ligada a realidade do aluno e que seja de qualidade, e que o professor possa adaptar o conteúdo de acordo com a realidade em que o aluno está envolvido. Portanto, cabe ao professor promover uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização dos alunos em turma de multisserie na educação do campo. Essa realidade de a professora fala e que tem relação com o autor nos leva a refletir sobre essa educação da qual se estabelece uma relação de alunos de serie diferentes em uma mesma turma tendo que funcionar para que as crianças possam se desenvolver. É nesse sentido que no relato da professora na entrevista ela fala sobre a multisserie. Na verdade, o professor quando está aplicando o conteúdo ele têm que pesquisar todas as respostas possíveis e quando o aluno responder pra ele não dizer que estar errado, mas se tiver dúvida deverá pesquisar para não repreender o conhecimento do aluno pois eles vão adquirindo conhecimento diariamente por isso o professor deve estar preparado para não prejudicar o aluno. Por isso é que se deve trabalhar de acordo com a realidade do aluno, pois de certa forma ele já têm um conhecimento que é o do convívio social. Por isso não se deve trabalhar com uma meta pronta mais adaptá-las de acordo com realidade escolar de cada um não se deve ter um padrão, mas ao que se possa modificar e adaptar de acordo com as realidades. (entrevista com a professora) Deste modo de acordo com a entrevista da professora podemos perceber que ao falar dos conteúdos que são trabalhados em sala de aula ela diz que o professor deve conhecer muito bem, pois os alunos possuem conhecimento. É através da sua vivência diária eles podem obter conhecimento dos quais aprende no meio social. Neste a professora na entrevista fala que os professores devem procurar todas as respostas possíveis para que assim possa ajudar seus alunos cada dia mais, também cita que os professores devem adaptar os conteúdos de acordo com as realidades podendo também pesquisar todas as respostas possíveis para que não diga ao aluno que sua resposta estar errada, pois eles conhecem as coisas da maneira dele e da forma como aprenderam no seu cotidiano para que possa ajudar seu aluno ainda mais. Portanto os conteúdos devem ser trabalhados de acordo com a realidade dos alunos e que os professores devem trabalhar também com o conhecimento dos alunos, respeitando seu conhecimento e lhe oportunizando a valorização da de seu saber. Assim percebe-se que Paulo Freire (1996) também destaca sobre o conhecimento do aluno. Saber que devo respeito à autonomia e a identidade do educando exige de mim uma pratica em tudo coerente com este saber (Paulo Freire, 1996, p. 35). Segundo Paulo Freire (1996) cada educador deve saber que tem que respeitar o conhecimento do aluno, sua autonomia, sua identidade e que exige do professor uma prática em que seja coerente com a realidade e o conhecimento do aluno. Deste modo o professor deverá proporcionar aos alunos uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização dos alunos em uma turma multisseriada na educação do campo. E assim a professora destaca na sua entrevista que o professor de turma acaba enfrentando muitos desafios na sua pratica em sala de aula e que também ela fala que a multisserie é um modela de prática educacional na educação do campo. Em minha opinião a multissérie têm que acontecer para que as crianças possam ter acesso à escola o que eu acho que não do certo é cinco ou seis série juntas, incluindo a educação infantil. Na zona rural pode até do certo mais depende muito de como o professor conduz a sua prática na turma. Com até três séries juntas dá certo, mas do que isso acho difícil, mas não impossível ou deve se aproximar as séries. (entrevista com a professora) Assim podemos perceber que para a multisserie acontecer e para que as crianças possam ter acesso a uma escola e ter acesso a uma educação é preciso que se tenha um olhar diferente sobre a multisserie, pois é através dessa educação com turmas de níveis diferentes que destacamos a educação do campo. Assim segundo a professora as escolas da zona rural se constituem de várias serie juntas. Dessa forma também relaciona que para a multisserie possa dar certo com alunos da educação infantil e ensino fundamental tudo depende de como o professor vai conduzir o seu trabalho na turma. O que na opinião da professora do certo é com até três serie juntos. Mas que segundo ela não é impossível, depende de como o professor conduz o trabalho na turma. O que ela não descarta é que pode se juntar as serie aproximando os níveis de escolaridade na turma, e que é um processo difícil mais não impossível. Portanto o professor tem que proporcionar uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização dos alunos na turma de multissérie, promovendo uma educação do campo de qualidade e que seja eficiente. Desse modo segundo o segundo Hage as escolas do campo são destacadas de forma a compreender o processo de desenvolvimento do aluno, por isso é que ele destaca neste trecho a realidade das escolas do campo. As escolas multisseriadas possuem um papel de pertencimento e existência da educação no local, nas suas vilas e comunidades, haja vista que a preferência seja que as crianças e adolescentes estudem na escola que seja da e na comunidade. Por isso, a escola é vista como instrumento que promove a formação humana das pessoas através da comunicação, das relações sociais construindo o ser humano em sociedade. (Hage, 2005, p. 144) Portanto as escolas do campo segundo Hage (2005) têm um papel muito importante que é de pertencimento e existência na comunidade local, onde possibilita aos anos alunos do campo a oportunidade de estudar na localidade onde reside, destaca que as escolas do campo são vistas como um instrumento que promove a formação humana das pessoas através da comunicação, e através dessa interação das relações sociais e construindo o ser humano em sociedade. No entanto podemos ver que a escola do campo traz para a vida dos campesinos uma oportunidade de conhecer-se como um ser ativo com cultura identidade e valores. Assim a educação deve promover uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização de crianças em uma turma de multisserie. Desse modo a professora destaca na entrevista. Para a multissérie dá certo o professor tem que participar de formação e aplicar na sala de aula, usar recursos e saber usa-los e pesquisar, não pode ficar parado na mesmice. Deve-se basear na teoria de Paulo Freire que diz que o professor deve ser um pesquisador. Exemplo: Se não entendeu uma palavra, pesquisar. Nunca deve deixar de pesquisar. (Há não entendi vou pular vou pular esse texto) jamais desistir de ser pesquisador, ler bastantes autores que se identifique. (entrevista com a professora) Neste trecho a professora destaca que para a multisserie dá certo o professor tem que participar de formação, serem abertas as novas possibilidades em que sua prática pedagógica possa lhe apresentar no contexto educacional, é no processo de formação que o professor aprende a manusear sua prática pedagógica de forma a pesquisar, investigar as possibilidades de respostas em que os alunos poderão responder. Assim a professora também nos remete a questão de o cada educador pesquisa para dar as respostas concretas aos alunos, pois ela fala que pode ser que tenha professor que não pesquise e pula determinadas questões por que não sabe. Pelo contrário o professor tem que investigar e pesquisar todas as possibilidades. Além de ser pesquisador a professora fala que o professor tem que ler bastante e autores dos quais ele se identifique.Assim a pesquisa é de suma importância na vida do professor ele deve ser leitor, pois através da leitura e da pesquisa ele poderá promover uma prática de alfabetização de alunos em uma turma de multisserie. Assim também Paulo Freire destaca neste trecho sobre ser pesquisador. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que – fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continua buscando, procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (Paulo Freire1996, p. 30). Segundo Paulo Freire (1996) o professor deve ser pesquisador, ou seja, ser aquele que busca alternativas de uma educação de qualidade, sendo que ele não tem que se contentar na mesmice, mas ir além, buscando forma ensinar e aprender, indagando a si mesmo, indagar o aluno sobre os conhecimentos e permitir ao aluno indagar o professor, intervenho o aluno e o mesmo, intervindo em colaboração no processo de ensino aprendizagem, educando e sendo educado. A pesquisa nos leva buscar conhecer o que ainda não sei, para que possa comunicar ou anunciar a novidade. Ser professor pesquisador é poder conhecer melhor o conteúdo que se ensina de acordo a realidade dos educandos, as dificuldades encontradas por eles, e buscar alternativa que possa favorecer o processo de ensino aprendizagem do aluno. Portanto segundo o autor o professor que pesquisa tem possibilidade de desenvolver um trabalho com qualidade, pois através da pesquisa ele vai desvendar tema que esteja de acordo com suas possibilidades e acima de tudo poder pesquisar todas as possibilidades de plicar uma prática pedagógica que possa contribuir com o processo de alfabetização em turma de multisserie na educação do campo. Ser aquele professor que tem compromisso com a educação de criança assim como a professora relata na entrevista. Sempre fui uma professora que estimulei e estimulo os meus alunos a estudar e falava e falo da importância do estudo na nossa vida. Alguns através do meu incentivo e algumas vezes da família conseguiram se formar e terem uma profissão, mas tiveram que se empenhar, esforçar e enfrentar as barreiras para alcançar o ensino médio e outros cursos, outros infelizmente pararam na quarta série, ou no ensino médio. Hoje temos uma boa parcela de alunos fazendo universidade pra mim que fiz parte dessa educação é um grande privilégio. São mais de quinze alunos fazendo graduação hoje, sem contar com os que já concluíram sua graduação em diversas áreas do conhecimento. (entrevista com a professora) Aqui neste trecho pode-se perceber que a professora relata que os alunos na sua maioria precisam ser estimulados a estudar e que deve ser colocado a eles sobre a importância do estudo na vida de cada um. E com os estímulos fazem com que possa ter um desempenho na sua formação buscando sempre forças para superar os desafios diários enfrentados por eles. O maior incentivo que ela deu pra minha vida é não desistir de um sonho, é agarra ele com todas as forças e não desistir até conseguir ele. (Entrevista com aluno) Deste modo o incentivo dos professores e da família é de suma importância na vida de cada educando. O aluno precisa sentir essa vontade de querer estudar, e os professores devem estimular os alunos para que possam sentir dando a eles força para superar as dificuldades e poder realizar seus sonhos e objetivos de vida. O incentivo dela na minha formação hoje é marcante na minha vida, pois ela contribuiu muito de forma decisiva na minha formação profissional. Depois dos meus pais foi à pessoa que me incentivou e custeou os meus estudos, assumindo toda a responsabilidade para que eu pudesse ter conhecimentos acadêmicos e me incentivou a participar de movimentos sindicais, políticos, associações e outros a partir adquirir outros conhecimentos sobre minha formação que foi decisiva para eu ser o que sou hoje. (Entrevista com o aluno) E de acordo com a entrevista da professora ela fala que através do incentivo alguns alunos conseguiram avançar nos estudo a pesar das dificuldades. A professora destaca também que através do incentivo alguns alunos conseguiram chegar a realizar seus sonhos de fazer uma graduação, e além de fazer um curso de nível superior também através do incentivo da professora, este aluno citado pode participar de movimentos sociais, estes alunos todos fizeram parte da sua prática pedagógica de alfabetização. Mas, apesar das mazelas, as escolas estão lá, vivas, pulsantes e dinâmicas. Alimentadas pela vontade de ensinar e de aprender dos educadores (as) e dos alunos (as), alinhados às expectativas das famílias de que a escola pode mudar a situação em que se encontram, proporcionando uma vida melhor para eles no futuro. (Hage, 2005, p. 121) Segundo Hage (2005) apesar das mazelas, as escolas do campo estão lá pulsantes, sendo firme no ato de educar, e ao mesmo tempo dinâmicas, fazendo o possível para ajudar as crianças no processo de ensino aprendizagem. E que elas são alimentadas pela vontade de ensinar e de aprender entre professor e alunos, e que os mesmos estão alinhados, ou seja, estão em uma mesma direção a uma expectativa de que a educação pode mudar a realidade e que também pode proporcionar uma melhor qualidade de vida no futuro. É nesse sentido que o professores da educação do campo deveria ser valorizado pela dificuldade e também pela superação de que os desafios acabam sendo motivo de forças maiores dentro de uma prática pedagógica que possa contribuir com a educação dos alunos em uma turma multisseriada na educação do campo. As escolas são referência para os alunos assim deveria ser para o poder público pelo simples fato de que educação é um direito e que nossos alunos do campo deveriam ter uma melhor qualidade na educação no sentido de as escolas deveriam ter um prédio adequado, e que os professores deveriam ser valorizando sua prática de ensino nessas turmas proporcionando uma prática pedagógica que possa contribuir processo de alfabetização e desenvolvimento nas turmas multisseriada. Neste processo de trabalho investigativo a professora Marisa destaca duas frases em que durante seu processo educacional ela aprendeu. Assim ela fala no encerramento do trabalho de investigativo. “As minhas frases são”: “É melhor falar mesmo correndo o risco de errar, do que por medo ficar calado”. O sentido dessa frase para ela representa a algumas questões em que estão presentes quando o professor participa de formação, em que na maioria das vezes no início do seu trabalho ela tinha muitas dúvidas e não perguntava para que pudesse melhorar sua prática pedagógica, e ela só pode mudar a sua prática pedagógica escutando os outros professores perguntar. Ela também citou uma experiência em que os formadores falavam de que os professores precisavam melhorar sua prática mais que não davam uma explicação como seria essa mudança. Essas dúvidas acabavam ficando, ela ouvia as experiências e fazia as suas experiências. Ela também diz que na busca para melhorar sua prática começou a ler e começou a fazer as experiências. Nas questões de reivindicações que segundo ela também os professores não devem ficar calados diante das injustiças neste processo educacional. A segunda frase da professora é: “É melhor errar por confiar do que errar por não confiar”. Neste sentido ela fala que antes de desconfiar das pessoas sem mesmo conhece-la, devemos confiar nelas. Confiar é conhecer melhor as pessoas, não julgando mais dando-lhe o devido valor como a nos mesmos deixando que ela mostre seu potencial, sua identidade seu jeito de ser e viver essas frases ela disse que usa diariamente por que é importante na sua vida como educadora. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho de pesquisa de campo pude perceber que a graduação vem nos proporcionar uma aprendizagem de um conhecimento mais amplo, ou seja, conhecimento este que através da pesquisa pude compreender de que forma os educadorespodem desenvolver uma prática pedagógica que contribui com o processo de alfabetização dos alunos em uma turma multisseriada na educação do campo. Onde professor deve desenvolver uma atividade que contemple todas as séries, e que esteja vinculada a realidade de cada um podendo desenvolver os conteúdos através de uma palavra ou tema, e a partir deste tema o professor deve adaptar ao conteúdo que deve ser desenvolvido na turma. Este trabalho de pesquisa de campo me proporcionou a participação na sala de aula para observar o trabalho pedagógico da professora Marisa Monteiro que me mostrou uma prática pedagógica que contempla todas as séries ao mesmo tempo adaptando de acordo com o conteúdo e que faz relevância com o cotidiano dos alunos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Edilson Manoel Mendes.Eucaçõa do campo: Prática Pedagógica em Classe Multisseriadas. Org. SalomaAntonioMufarrej Hage, Damião Berra Oliveira, Darinêz de Lima Conceição, Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues.v.2- Belém/ Pará. Gráfica Alves, 2012. BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em educação. 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