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Política Nacional de Redução de Danos Professora Dra. Karelline Rosenstock Objetivos da disciplina Abordar o conceito de Redução de Danos, princípios, diretrizes e ações para a abordagem de problemas relacionados ao uso de drogas. Descrever o planejamento e construção de práticas direcionadas aos usuários de drogas e aos grupos sociais com os quais convivem, objetivando a diminuição dos danos causados pelo uso de drogas. Listar os instrumentos utilizados no processo de implementação da redução de danos. Refletir sobre as estratégias de Redução de Danos e sua potencialidade como prática de cuidado. Redução de Danos: conceito, princípios e diretrizes A Redução de Danos (RD) é um conjunto de princípios e ações para a abordagem dos problemas relacionados ao uso de drogas utilizado internacionalmente e apoiado por instituições formuladoras das políticas sobre drogas, como a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD) e o Ministério da Saúde. A RD não pressupõe que deva haver imediata e obrigatória extinção do uso de drogas, seu foco incide na formulação de práticas, direcionadas aos usuários de drogas e aos grupos sociais com os quais eles convivem, que têm por objetivo a diminuição dos danos causados pelo uso de drogas. Na década de 1980, na Holanda, usuários de drogas injetáveis exigiram do governo a disponibilização de serviços que diminuíssem seus riscos de contaminação pelo vírus da hepatite B e da AIDS, dando grande impulso à implementação das atividades de redução de danos. No Brasil, a partir de 1989, em Santos, começaram a surgir vários programas de redução de danos, alguns deles com troca de seringas usadas por novas. As práticas de redução de danos surgem como uma alternativa para as estratégias proibicionistas do tipo “guerra às drogas”, baseiam-se em princípios de pragmatismo, tolerância e compreensão da diversidade (democracia, cidadania, direitos humanos e de saúde). Redução de Danos: conceito, princípios e diretrizes Cabe destacar que a Estratégia de Redução de Danos é tolerante, pois evita o julgamento moral sobre os comportamentos relacionados ao uso de substâncias psicoativas e às práticas sexuais, por exemplo, evitando intervenções autoritárias e preconceituosas. As ações de redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência foram descritas na Portaria Nº 1.028, de 1º de julho de 2005 do Ministério da Saúde e devem compreender uma ou mais das medidas de atenção integral à saúde: I - informação, educação e aconselhamento; II - assistência social e à saúde; e III - disponibilização de insumos de proteção à saúde e de prevenção ao HIV/Aids e Hepatites (diagnóstico, tratamento e acompanhamento). o O oferecimento desses serviços pode evitar que os usuários de drogas se exponham a situações de maior risco e viabilizar sua aproximação das unidades de saúde e acolhimento, abrindo a possibilidade de que peçam ajuda quando quiserem ou precisarem. Redução de Danos: conceito, princípios e diretrizes ✓A RD acredita que bem ou mal, as drogas lícitas e ilícitas fazem parte desse mundo e escolhe trabalhar para minimizar seus efeitos danosos ao invés de simplesmente ignorá-los ou condená-los. ✓Os princípios básicos da Redução de Danos ecoam num movimento social que visa a justiça, respeito, a garantia de direitos aos usuários de drogas e o empoderamento do indivíduo como agente de sua própria história. Planejamento e construção de práticas de Redução de Danos O processo de institucionalização da redução de danos (RD) como conceito-diretriz do SUS se iniciou em 1989 em Santos-SP, com o Programa de Troca de Seringas, e se consolidou na Política de Atenção Integral em Saúde ao Usuário de Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde em 2003. O movimento que vai da prática de troca de seringas ao conceito de redução de danos circunscreve um campo de necessidades reais sobre os problemas de saúde das pessoas que fazem uso de drogas que associados a criminalização, criam significativas barreiras ao acesso dessas pessoas aos serviços de saúde, pois para a RD, a abstinência pode ser uma meta terapêutica, mas não a única. A redução de danos (RD) ampliou seu campo de atuação, especialmente através da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que articula ações da Atenção Básica, Urgência e Emergência, serviços de especialidades e de retaguarda para internação hospitalar. A RD passa a apontar para um outro modo de acolher e fazer a clínica para o usuário de drogas. Planejamento e construção de práticas de Redução de Danos A RD é uma estratégia de saúde para tratamento de pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de drogas, a fim de oferecer condições menos danosas à saúde, sem necessariamente interferir no consumo, visando à promoção da saúde, da cidadania e dos direitos humanos, descartando a lógica da abstinência e da internação como únicas alternativas ao cuidado. Nessa concepção, busca-se o cuidado integral do usuário (seja de drogas lícitas ou ilícitas), além da prevenção e promoção da saúde, assim como possibilitar o acompanhamento por meio de diferentes redes e linhas de cuidados. O trabalho em equipe exige uma escuta para a complexidade da situação, que passa pela suspensão dos valores e julgamentos morais, acolhendo o usuário ou a família na sua condição. A clínica ampliada na RD objetiva desenvolver o grau de autonomia dos sujeitos na sua própria produção de saúde, atentando para a subjetividade de cada sujeito e não reduzindo a ação clínica à queixa-conduta pautada na doença. Planejamento e construção de práticas de Redução de Danos Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), os Centros de Atenção Psicossocial em álcool e outras drogas (CAPS-ad) e os Consultórios na Rua exercem uma função estratégica para a operacionalização de uma rede de redução de danos, uma vez que estão, em tese, mais próximos aos territórios de vida dos usuários de drogas. Pontos estratégicos para um acolhimento baseado na RD: ✓ Procurar o sentido da experiência com as drogas para o próprio usuário. ✓ Procurar situar a história do uso de drogas a partir da sua história de vida. ✓ Analisar os afetos, as expectativas e os desejos dos profissionais pelo usuário. ✓ Procurar conhecer a singularidade do usuário. ✓ Procurar avaliar se há negação dos problemas relacionados ao uso de drogas. Instrumentos para implementação da Redução de Danos A instituição do Consultório de/na Rua foi uma outra inovação brasileira para desenvolver intervenções importantes nesse espaço da rua, principalmente a construção de vínculos, aceitação e empatia do usuário de álcool e outras drogas, o que promoveu resultados significativos no cuidado em saúde de pessoas que, muitas vezes, tornam-se marginalizadas e apartadas dos serviços de saúde. O Redutor de Danos é o indivíduo que vai a campo fazer o contato com as pessoas da rede de interação social dos usuários de drogas, apresentar a proposta de trabalho para a população-alvo e, a partir deste acesso, fazer a identificação dos usuários de drogas, buscando sua aceitação e executando as tarefas de prevenção. Instrumentos para implementação da Redução de Danos Os instrumentos de prevenção na RD incluem a distribuição de kits aos usuários de drogas que apresentam variações de um programa para outro. Em geral, são compostos de estojos que contêm duas seringas e agulhas, lenços descartáveis embebidos em álcool, dois frascos de água destilada e dois copos para dissolver a solução. Possuem também 2 ou 4 preservativos masculinos/feminino para sexo seguro, gel lubrificante íntimo. Podem conter cachimbos de coco, protetores labiais, canudos, dentre outros. Nas estratégias de cuidado pautadas na Redução de Danos, a definição do objetivo, das metas intermediárias e dos procedimentos não é imposta, mas discutida com o usuário. A participação do usuário nas escolhas das metase etapas do tratamento valoriza e aumenta a sua motivação e seu engajamento. A troca de uma droga por outra que diminua riscos e danos também é um exemplo de uma prática de RD. A interrupção do uso de álcool e de outras drogas quase sempre é um dos objetivos, mas não a meta final, outros avanços são valorizados, como evitar colocar-se em risco, melhorar o relacionamento familiar e recuperar a atividade profissional. Finalizando ... Apesar da constatação do uso de drogas como um importante problema de saúde pública, as políticas de atenção ao usuário como a Redução de Danos (RD) têm-se mostrado pouco integradas e com baixa cobertura, somadas à precarização do trabalho dos agentes redutores, monitoramento deficiente de suas práticas e da capacidade de vincularem os usuários aos serviços de saúde, além da baixa adesão dos participantes acessados. Longe de ser apologia ao uso de drogas, a RD é uma forma de garantir o direito às informações relacionadas ao uso de drogas, informações que podem garantir ao usuário o direito de uso de drogas de forma mais segura, minimizando os riscos sociais e à saúde. Estratégias de Redução de Danos e sua potencialidade como prática de cuidado Estratégias de Redução de Danos A exclusão social e a ausência de cuidados que atingem, de forma histórica e contínua, aqueles que sofrem de transtornos mentais, apontaram para a necessidade da reversão de modelos assistenciais, de modo a contemplar as reais necessidades da população, o que implica a disposição para atender igualmente ao direito de cada cidadão. Grave problema de saúde pública no Brasil: - 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes; - 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas; - 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual; - 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado à Saúde Mental. Estratégias de Redução de Danos O tema do uso de drogas vem sendo associado a criminalidade e à oferta de tratamentos organizados em modelos de exclusão, no sentido de afastar os usuários de drogas do convívio social. No campo da política de atenção integral em álcool e outras drogas no Brasil, vimos que o tema tem sido tratado de modo pontual, contando com esforços de setores e grupos preocupados com o aumento exponencial do problema. A formulação, execução e avaliação de uma política de atenção a usuários de álcool e outras drogas exige exatamente a ruptura de uma lógica binarizante que separa e detém o problema em fronteiras rigidamente delineadas, e cujo eixo principal de tratamento baseia-se na associação drogas-comportamento anti-social (álcool) ou criminoso (drogas ilícitas). Estratégias de Redução de Danos Desta forma, as propostas de um Programa de Álcool e Drogas têm o objetivo imprescindível de: Alocar a questão do uso de álcool e outras drogas como problema de saúde pública; Indicar o paradigma da redução de danos resgatando o usuário em seu papel autoregulador, sem a preconização imediata da abstinência e incentivando-o à mobilização social nas ações de prevenção e de tratamento, como um método clínico-político de ação territorial inserido na perspectiva da clínica ampliada; Formular políticas que possam desconstruir o senso comum de que todo usuário de droga é um doente que requer internação, prisão ou absolvição; Mobilizar a sociedade civil, oferecendo condições de exercer seu controle, participar das práticas preventivas, terapêuticas e reabilitadoras, bem como estabelecer parcerias locais para o fortalecimento das políticas municipais e estaduais. Estratégias de Redução de Danos Quando se propõem discussões conceituais sobre RD é necessário que se considere a questão: danos para quem e para que? Neste sentido, os modelos de atenção como o CAPS ad (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) tem como especificidade de atenção o usuário de álcool e outras drogas. Uma das possibilidades de tratamento é trabalhar, junto a usuários e familiares, os fatores de proteção para o uso e dependência de substâncias psicoativas, e ao mesmo tempo deve-se buscar a minimização da influência dos fatores de risco para tal consumo e a diminuição do estigma e preconceito relativos ao uso de substâncias psicoativas, mediante atividades de cunho preventivo / educativo, através da lógica de redução de danos. Os CAPS ad atuam de forma articulada a outros dispositivos assistenciais em saúde mental (ambulatórios, leitos em hospital-geral, hospitais-dia) e da rede básica de saúde, bem como ao Programa de Saúde da Família e ao Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Estratégias de Redução de Danos O treinamento regionalizado de profissionais para atuar na RD mostrou-se a melhor resposta às necessidades de informação e de formação tanto dos trabalhadores da área, quanto da comunidade assistida, com a disponibilização de insumos para os UDs e UDIs. Algumas técnicas bem-sucedidas são utilizadas na implantação de RD: disponibilização dos kits na recepção como indicador de quem é a população-alvo; fornecer material educativo além dos itens do kit; deixar os kits com filipetas para saber o que usuários, familiares e funcionários pensam sobre essa disponibilização. Estratégias de Redução de Danos ✓As estratégias comunitárias de acesso ao UDI incluem parceria com outras instituições e ONGs facilitadoras do trabalho. ✓O trabalho em conjunto com líderes comunitários favorece a identificação de locais que a comunidade refere como pontos de encontro de UDIs ✓Uma parceria fundamental é a sensibilização da Polícia Militar, feita de forma regionalizada para ser mais eficiente, a partir de visitas às Delegacias e às autoridades para apresentação da Lei da Redução de Danos criada pela portaria do MS nº1.0281 de julho de 2005 que tem minimizado problemas e permitido a ampliação das ações. Estratégias de Redução de Danos ✓ Conceituar e propiciar a incorporação de estratégias inovadoras remetem ao cuidar, que inclui, ou não, o tratamento específico para a dependência química. ✓ O caminho para a implantação desse processo é longo e as unidades e suas equipes têm ritmos diferentes de assimilação do conceito. ✓ O envolvimento de todos da unidade de serviço, ao realizar um trabalho mais integrado, possibilita a humanização do atendimento e é o indicador de que o conceito de RD está sendo internalizado. Estratégias de Redução de Danos ✓ Por muito tempo, acreditou-se que os usuários de drogas fossem incapazes de modificar seu comportamento. ✓ Os programas de redução de danos têm mostrado que essa é uma falsa premissa, pois estes são a forma mais eficaz de gerar saúde entre usuários de drogas e de dar à sociedade e aos governos uma metodologia eficiente para atuarem juntos no resgate da cidadania de pessoas até então marginalizadas e discriminadas. Estratégias de Redução de Danos ✓ Em um programa em atenção a usuários de drogas baseados nos princípios de RD, os usuários de drogas não se sentem incapazes de se ajudar, mas são estimulados a uma participação ativa. ✓ Tal abordagem para cuidados com a saúde e o suporte social para os usuários de drogas inclui a percepção de seus direitos como cidadão, juntamente com a minimização da exclusão, mesmo aquela que resulta dos aspectos negativos de sua aparência e conduta. ✓ Um fator de extrema importância é a garantia de que a distribuição dos kits nos centros de tratamento da DQ seja anônima e que não esteja vinculada como princípio à obrigatoriedade ao tratamento. Estratégias de Redução de Danos Política de Redução de Danos hoje Como já foi dito, a questão das drogas é social e política, com a modificação de governo houveram mudanças na abordagem deste problema e em 11 de abril de 2019 se deu a retirada da Redução de Danos do âmbito da Política Nacional sobre Drogas, através do Decreto nº9.761, sendo substituída por uma propostavisando unicamente a abstinência. O Ministério da Saúde publicou a Portaria nº3.588 e a nota técnica 11 com novas diretrizes de ações para a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que autorizou formalmente o retorno dos hospitais psiquiátricos em médio e longo prazo. Hoje, vivemos um retorno do investimento em internação compulsória e menos verba direcionada aos locais que utilizam a Política de Redução de Danos, colocando a abstinência na direção do tratamento. Política de Redução de Danos hoje Outro ponto citado na Portaria nº3.588 refere-se às estratégias para abordagem das pessoas com uso nocivo de drogas e com dependência de substâncias psicoativas, levando o poder público às áreas de maior vulnerabilidade social, promovendo o atendimento mais próximo do cidadão. Para tanto, foi criada nova modalidade de CAPS (IV AD) para funcionar 24 horas nas regiões de cracolândias, com equipe completa, incluindo psiquiatras e equipe de enfermagem de plantão. Tal modalidade de Serviço está programada para atender pacientes em situações de emergência psiquiátrica, encaminhá-los para abordagens terapêuticas em outros Serviços da Rede ou absorvê-los no próprio CAPS-AD. Sobre as Comunidades Terapêuticas de apoio à recuperação de usuários de drogas foi criado um grupo de trabalho interministerial, com membros dos Ministérios da Saúde, Justiça, Trabalho e Desenvolvimento Social, para estabelecer critérios para o funcionamento, expansão e financiamento desses serviços. Política de Redução de Danos hoje No início do ano de 2018, ocorreram também mudanças nas diretrizes da Política Nacional sobre Drogas (Resolução CONAD 01/2018), com o objetivo de promover ações que façam frente às graves demandas sociais relacionadas ao crescente uso de álcool e outras drogas no país. As principais mudanças apresentadas pela Resolução do CONAD 01/2018 foram: ✓ Alinhamento entre a Política Nacional sobre Drogas e a Política Nacional de Saúde Mental; ✓ Ações de Prevenção, Promoção à Saúde e Tratamento baseadas em evidências científicas; ✓ Posição contrária à legalização das Drogas; ✓ Estratégias de tratamento terão como objetivo que o paciente fique e permaneça Abstinente, livre das drogas (diferentes estratégias de ação podem ser utilizadas, tais como Promoção de Abstinência, Suporte Social, Promoção da Saúde e Redução de Riscos Sociais e à Saúde e Danos); ✓ Fomento à pesquisa deve se dar de forma equânime, garantindo a participação de pesquisadores de diferentes correntes de pensamento e atuação; ✓ Ações Intersetoriais; ✓ Apoio aos pacientes e familiares em articulação com Grupos, Associações e Entidades da Sociedade Civil, incluindo as Comunidades Terapêuticas; ✓ Modificação dos documentos legais de orientação sobre a Política Nacional sobre Drogas, destinados aos parceiros governamentais, profissionais da saúde e população em geral; ✓ Atualização da posição do Governo brasileiro nos foros internacionais, seguindo a presente Resolução. Política de Redução de Danos hoje A abstinência é reconhecida como uma alternativa para a condução de tratamento de usuários de álcool e outras drogas e é atribuída hoje como única condição para o paciente receber alta do cuidado em saúde. O objetivo principal dessa conduta é anular o contato do paciente com substâncias psicoativas de abuso, seguindo um comportamento proibicionista e de guerra às drogas. Entretanto, é importante salientar que a perspectiva de abstinência pode ser utilizada como uma meta a longo prazo para alcance da descontinuação do uso de substâncias e deve ser avaliada, observando sempre a garantia da autonomia e respeito ao usuário. A abstinência é um dos critérios para elegibilidade de alta do paciente e é computada, na maioria dos casos, pelo tempo de abstinência total A quantidade mínima de tempo é preestabelecida pelos profissionais de saúde e, geralmente, o tempo mínimo para se considerar a alta do tratamento são 6 meses. O tratamento pode ser prorrogado por mais um período a critério dos profissionais. Processo de abstinência Sintomas de abstinência Política de Redução de Danos hoje Finalizando ... Diante da "guerra contra as drogas" deve-se levar em consideração que os indivíduos são impostos a aceitar uma terapia que não se adapta à sua rotina e condição de vida. A imposição da abstinência como único tratamento viável é pautada na criminalização do uso de drogas e não atende às particularidades e necessidades do usuário. Afinal, o tráfico de drogas existe justamente pela alta desigualdade social brasileira, que remete esses indivíduos à exclusão social e mostra o tráfico de drogas como única alternativa econômica viável. Referências BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. A redução de danos no cuidado ao usuário de drogas [recurso eletrônico]. Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Florianópolis : NUTE/UFSC, 2016. BRITES, C. Psicoativos (drogas) e serviço social: uma crítica ao proibicionismo. São Paulo: Cortez, 2017. BUENO, R. C. A experiência de Santos no Trabalho com UDIs. In: MESQUITA, F.; BASTOS, F. I. Drogas e aids: estratégias de redução de danos. São Paulo: Hucitec, 1994. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de redução de danos — saúde e cidadania. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.